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ÉTICA, LIDERANÇA E
 COMPORTAMENTO
 ORGANIZACIONAL
         Jean Bartoli
   jeanbartoli@uol.com.br
O FALAR VAZIO... SEM ESFORÇOS
A excelência       Reforça      Os fatores        Institucionais       Da performance

A intervenção      Mobiliza     Os processos      Organizacionais      Do dispositivo

O objetivo         Revela       Os parâmetros     Qualitativos         Da empresa

O diagnóstico      Estimula     As mudanças       Analíticos           Do grupo

A experimentação   Modifica     Os conceitos      Característicos      Do projeto

A formação         Clarifica    As competências   Motivacionais        Dos beneficiários

A expressão        Aperfeiçoa   Os resultados     Participativos       Da caminhada

O método           Dinamiza     Os bloqueios      Estratégicos         Da problemática

A vivência         Programa     As necessidades   Neuro-linguísticas
                                                  Neuro-               Das estruturas

O enquadramento Pontua          Os paradoxos      Sistémicos           Do meta-contexto
                                                                          meta-


                                                                       Vincent de Gaulejac
EDUCAÇÃO
“A      educação,      no
  sentido profundo da
  palavra, talvez seja
  somente o justo e
  difícil equilíbrio entre
  o exercício de (...) ...)
  adaptação        e     a
  exigência de reflexão
  e de inadaptação; é
          inadaptação;
  este equilíbrio tenso
  que      mantém        o
  homem de pé.”pé.
                Paul Ricoeur
PENSANDO NUM TEMPO DE
          CRISE
Entender a racionalidade e a lógica das entidades
  perigosas exige:
  Superar a visão puramente utilitarista e negocial;
  Necessidade de uma filosofia;
  Entender a diferença entre o habitual e o próximo
  Entender a diferença entre o passado e o inicial;
  Considerar o possível como horizonte do pensamento.

Fonte: Bauer e Raufer
CRENÇAS E REALIDADE

“Minha vida profissional, por cerca de
  setenta anos, esteve ligada à
  economia(...). Aprendi durante esse
  tempo que, para ser correto e útil, é
  preciso aceitar uma divergência
  permanente entre as crenças
  estabelecidas – que chamei certa vez de
  sabedoria convencional – e a realidade.
  (...) A realidade é mais obscurecida por
  preferências sociais e rotineiras e por
  vantagens pecuniárias pessoais ou de
  grupos, tanto em economia e política
  como em qualquer outra área.”
                      John Kenneth Galbraith
         “A economia das fraudes inocentes”
A CULTURA DO
            CONTENTAMENTO
“Há, contudo, algumas lições em um âmbito maior que perduram.
  Dessas, a mais completamente invariante é o fato de pessoas e
  comunidades favorecidas em suas condições econômicas, sociais
  e políticas atribuírem virtude social e a durabilidade política
  àquilo que elas próprias usufruem. Essa atitude prevalece mesmo
  diante de evidências irrefutáveis em contrário. As crenças dos
  privilegiados passam a servir então à causa de prolongar o
  contentamento, e as idéias econômicas e políticas da época são
  similarmente adaptadas. Existe um sôfrego mercado político para
  tudo aquilo que agrada e tranqüiliza. Não são poucos os
  interessados em servir a este a este mercado e em colher as
  recompensas resultantes em dinheiro e aplauso.”
                                              John Kenneth Galbraith
FILOSOFIA E CONTRADIÇÕES
“As contradições que aparecem em qualquer
 sistema filosófico são as que nascem da
 luta espiritual: são inerentes à própria
 existência e não se deixam dissimular por
 baixo de uma aparente unidade lógica. A
 verdadeira unidade do pensamento, de fato
 inseparável da unidade da pessoa, é uma
 unidade existencial, não lógica. E a
 “existencialidade” é contraditória” .
  existencialidade”
                                 Nicolas Berdiaev
EM QUE MEDIDA O HOMEM
   ATIVO É PREGUIÇOSO...
“Acho que cada pessoa deve ter uma opinião
 própria sobre cada coisa a respeito da qual
 é possível ter opinião, porque ela mesma é
 uma coisa particular e única, que ocupa em
 relação a todas as outras uma posição nova,
 sem precedentes. Mas a indolência que há
 no fundo da alma do homem ativo impede
 o ser humano de tirar água de sua própria
 fonte.”
                 Nietzsche, “Humano, demasiado Humano, par. 286
TRABALHO....ESPORTE?
“A partir do momento em que não se pode
   remeter diretamente o “cumprimento do
   dever profissional” aos valores espirituais
   supremos da cultura – ou que, vice-versa,
                                   vice-
   também não se pode mais experimentá-lo
                               experimentá-
   subjetivamente como uma simples coerção
   econômica – aí então o indivíduo de hoje
   quase sempre renuncia a lhe dar uma
   interpretação de sentido. Nos Estados
   Unidos, território em que se acha mais à solta
   quando despida de seu sentido metafísico [ou
   melhor: ético-religioso], ambição de lucro
            ético-
   tende a associar-se a paixões puramente
            associar-
   agonísticas que não raro lhe imprimem até
   mesmo um caráter esportivo.”
                                      Max Weber
PARADIGMAS DA CIÊNCIA
     DA GESTÃO
 PARADIGMAS       PRINCIPIOS DE                  CRÍTICA
                      BASE
 OBJETIVISTA    Entender é calcular e     Primazia da linguagem
                       medir                 matemática sobre
                                              qualquer outra
                                                 linguagem
FUNCIONALISTA     A organização é um       Ocultação dos jogos
                 sistema que tem um           de poder e das
                funcionamento normal       finalidades por eles
                  e cuja finalidade é a            ditadas.
                  própria reprodução.
EXPERIMENTAL    A “objetivação” do ser         Dominação da
                 humano é garante da            racionalidade
                     cientificidade.            instrumental.
 UTILITARISTA      A reflexão está a           Submissão do
                    serviço da ação.          conhecimento a
                                           critérios de utilidade.
 ECONOMISTA     O humano é um fator       Redução do humano a
                    na empresa.                um recurso da
                                                  empresa.

                                                       Vincent de Gaulejac
O QUE É A EMPRESA?
A empresa combina três níveis que são
  igualmente necessários:
• A realidade concreta e material.
• As representações construídas sobre
  esta realidade.
• As normas, as regras, as linguagens, os
  significados.
                                  Gaulejac
ORGANIZAÇÃO
A organização é um sistema complexo e
  político que não se reduz a um organograma:
• Decisões importantes implicam a alocação
  de recursos escassos.
• Formam-se coalizões compostas por grupos
  Formam-
  de indivíduos e interesses.
• Os objetivos organizacionais e as decisões
  resultam de processos de negociação.
                               negociação.
• Conflitos de poder constituem características
  normais da vida organizacional.
                                         fonte : Michel Crozier
ÉTICA
MORADIA   MORADA
 OIKOS     ETHOS
AS TRÊS RUPTURAS
Estamos vivendo três rupturas:
• Com a natureza e o universo: não somos seres
                          universo:
  postos na natureza; somos da natureza.
• Com os outros: na concepção guerreira da vida, o
            outros:
  outro é um competidor ameaçador que acabamos
  encarando como um inimigo perigoso. A vida é
  considerada como um combate.
• Consigo mesmo: vivendo muito na tensão
             mesmo:
  (corrida, estresse, rivalidade), nos tornamos
  incapazes de atenção, principalmente de atenção
  interior, essa arte de viver intensamente o presente.
TRÊS PERGUNTAS RADICAIS...

 – O que faremos do nosso planeta?
 – O que faremos da nossa espécie?
 – O que faremos da nossa vida?
   Como pensar nossa vida fora da
   “ideologia de mercado” e reaprender
   a “travessia da vida”?
ÉTICA E MORAL
• “A ética é a busca de uma vida boa com e
  para o outro no âmbito de instituições
  justas.” (Paul Ricoeur,, inspirado por Aristóteles)
                 Ricoeur


• A moral representa o campo das normas
  teóricas e universais da consciência que
  asseguram a integridade da pessoa,
  considerada mais na sua autonomia do que na
  sua solidariedade. (Kant)
ÉTICA E MORAL
• A ética não é simplesmente uma questão semântica mas
  uma questão de atitude.
• O homem merece mais do que uma moral, mais do que
  um conjunto abstrato de bons sentimentos: ele merece
  uma ética.
• Não se pode ser humano instintivamente: não se pode
  ser homem sem uma reflexão sobre o homem, sem um
  saber.
• O humanismo é uma extrema consciência.
• A ética é a moral + o estudo.
                                    Marc-
                                    Marc-Alain Ouaknin
ÉTICA E PRÁTICA
Para pensar uma prática, é preciso
  interrogar-
  interrogar-se sobre
• Suas condições de existência
• Sua finalidade
• Suas regras
• Seus valores.
TRÊS CONDIÇÕES PARA
  DEFINIR A ÉTICA
• Limites
• Debates
• Reconhecer a dignidade das
  pessoas.
RACIONALIDADE DA AÇÃO
      RACIONALIDADE           MUNDO         VALIDAÇÃO

Instrumental: em relação a um Objetivo       Resultado
          objetivo
     Ética: considerando o     Social         Justiça
  relacionamento com outros               Responsabilidade
        seres humanos
         Comunicativa         Subjetivo     Autenticidade




                                                  Habermas, Levinas
TRABALHO E
COMPETÊNCIA



        Fontes: Zarifian, Aubert.
A QUESTÃO DO TRABALHO
• A questão do trabalho é normalmente tratada
  segundo duas abordagens:
  – Uma abordagem estrutural que raciocina em termos
    de divisão e coordenação do trabalho
  – Uma abordagem estratégica que raciocina em
    termos de dominação, exploração, submissão.
• Na realidade, o trabalho é primeiramente o
  exercício concreto do poder de pensamento e
  de ação dos indivíduos, na sua individualidade,
  na sua interdependência e na sua cooperação.
TRABALHO
“Amais sagrada e a mais inviolável de todas as
 propriedades é a do próprio trabalho, porque ela é o
 fundamento originário de todas as outras propriedades.
 O patrimônio de um homem pobre reside na força e na
 destreza de suas mãos, e impedi-lo de empregar essa
                          impedi-
 força e destreza da maneira que julga apropriada, desde
 que não cause prejuízo a seu próximo, constitui
 violação manifesta da mais sagrada propriedade. Trata-
                                                    Trata-
 se de uma flagrante usurpação da lícita liberdade, tanto
 do trabalhador como dos que estariam dispostos a dar-dar-
 lhe trabalho.”
SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo,
         Martins Fontes, 2003, livro I cap. 10, p. 155-156
                                                   155-
TRABALHO
“Todo homem é rico ou pobre de acordo com o grau em que lhe é
  dado desfrutar as coisas necessárias à vida e ao conforto, e das
  diversões da vida humana. Mas, depois de estabelecer-se
                                              estabelecer-
  completamente a divisão do trabalho, o trabalho de cada homem
  apenas poderá provê-lo de uma parte extremamente diminuta
                  provê-
  dessas coisas. A grande maioria delas deverá ser obtida do
  trabalho de outros homens e, assim, ele será rico ou pobre de
  acordo com a quantidade de trabalho que puder comandar ou
  conseguir comprar. Portanto, o valor de qualquer mercadoria
  para a pessoa que a possui e não pretende utilizá-la ou consumi-
                                              utilizá-     consumi-
  la, mas trocá-la por outras mercadorias, é igual à quantidade de
          trocá-
  trabalho que tal mercadoria lhe permite comprar ou comandar.
  O trabalho é, pois, a medida real do valor de troca de todas as
  mercadorias.”
 SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo, Martins
                                   Fontes, 2003, livro I cap. 5, p. 38
SOCIEDADE DE MERCADO
“Uma vez plenamente estabelecida a divisão do trabalho,
  é apenas uma pequena parte das necessidades de um
  homem que pode ser satisfeita com o produto do
  próprio trabalho. a grande maioria dessas necessidades
  é satisfeita por meio da troca da parte do produto do
  trabalho que excede seu próprio consumo pela mesma
  parte do produto do trabalho de outros homens de que
  venha a precisar. assim, todo homem vive da troca ou
  em alguma medida torna-se comerciante, e a própria
                      torna-
  sociedade se vai convertendo numa verdadeira
  sociedade mercantil.”
SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo,
                  Martins Fontes, 2003, livro I cap. 4, p. 24
TRÊS DIMENSÕES
FUNDAMENTAIS Hanna Arendt
• TRABALHO (LABOR): o ser humano
  PRODUZ para sobreviver.
• OBRA (WORK): o ser humano
  CONSTRÓI o mundo.
• AÇÃO:o ser humano CONSTRÓI A SI
  AÇÃO:o
  MESMO por meio de seu relacionamento
  com o outro.
DESAFIOS TÉCNICOS E
    ADAPTATIVOS
 DESAFIO    Qual é o trabalho?     Quem faz o
                                    trabalho?
 TÉCNICO    Aplica o know-how Autoridades
            vigente
ADAPTATIVO Aprende novas         As pessoas com
           maneiras              o problema

                                          Heifetz, Linski
TRÊS CONCEITOS
      CHAVES
• EVENTO
• COMUNICAÇÃO
• SERVIÇO
EVENTO
• Evento é o que ocorre de maneira parcialmente
  imprevista, inesperada, vindo perturbar o desenrolar
  normal do sistema de produção.
• Trabalhar é fundamentalmente estar atento a esses
  eventos, pressenti-los e enfrentá-los quando ocorrem.
           pressenti-      enfrentá-
• Enfrentar o evento é:
   – Permanecer atento às modificações potenciais do
     ambiente.
   – Analisar diversas alternativas.
   – Inventar respostas pertinentes.
CONSEQÜÊNCIAS DO CONCEITO
          “EVENTO”
1. A competência profissional não pode mais ser enclausurada em
   definições prévias de tarefas: o trabalho é a ação competente do
   indivíduo diante de uma situação de evento.
2. Ela supõe a mobilização de uma rede.
3. O trabalho não pode mais ser visto como uma seqüência de
   operações rotineiras. Torna-se uma seqüência de eventos que
                         Torna-
   reagem uns aos outros.
4. Isso muda muito a maneira de avaliar a experiência de um
   profissional.
COMUNICAÇÃO
• Comunicar significa construir um entendimento recíproco e
  bases de compromisso que serão a garantia do sucesso das ações
  desenvolvidas em conjunto. É:
   – Entender os problemas e as obrigações dos outros e a
      interdependência das ações.
   – Chegar a uma acordo referente às implicações e aos objetivos
      da ação.
   – Compartilhar uma consciência da necessidade de uma
      reciprocidade nos compromissos assumidos.
• A comunicação implica conflitos: graças a eles chega-se a um
                                                 chega-
  melhor entendimento e à obtenção de uma solidariedade mais
  sólida.
SERVIÇO
• O serviço é:
   – uma modificação nas condições de vida ou de atividade
     de um cliente-usuário.
            cliente-
   – o que justifica a sobrevivência de uma organização.
• Em função disto destacam-se:
                    destacam-
   – A qualidade final do serviço prestado
   – A maneira como esse cliente ou usuário participa da
     definição do serviço proposto
   – A sucessão de ações que permite criar essa qualidade.
FRAGILIDADE DO TRABALHO

O sentido dado ao trabalho é frágil:
• A qualquer momento, um indivíduo pode não
  enxergar mais o sentido do que ele faz e cair
  num estado de alienação.
• A pressão dos prazos, a impossibilidade de
  entender as finalidades, a opacidade da
  organização, os comportamentos dos clientes
  podem tirar o sentido da atividade profissional.
A QUESTÃO DO TEMPO
• O tempo “espacializado” (medido em horas, minutos e
  segundos) impõe a disciplina e a força de sua medição.
• Um outro tempo se impõe na realidade prática: o
  tempo - devir que é o tempo das mutações qualitativas.
• Ter tempo para trabalhar bem, para aprender, para
  cooperar, para pensar o que se faz, para criar, para
  desenvolver sentido, conseguir efetivar o tempo – devir
  e derrotar a ditadura do tempo “espacializado”: é o que
  está em jogo!
O TRABALHO COMO ATIVIDADE
          INDIVIDUAL
• A atividade de trabalho pode ser individual: por
  exemplo o conselheiro financeiro, o pesquisador, estão
  sozinhos frente ao cliente ou ao processo de pesquisa.
• Existe uma necessidade de concentração: é uma
  atividade mais solitária.
• É preciso entender essa dimensão solitária do trabalho
  e toda sua positividade potencial.
• É preciso permitir concentração e ter lugares de
  isolamento.
O TRABALHO COMO ATIVIDADE
          COLETIVA
• A dimensão solitária do trabalho se alimenta de trocas
  que encontram seu sentido a partir do que foi iniciado
  pelo indivíduo.
• A organização como agir coletivo apresenta-se como
                                     apresenta-
  um conjunto flexível de sujeitos, interdependentes nas
  suas respectivas iniciativas.
• A rede de trabalho é um lugar de confrontos, de
  tensões, de compartilhamento de responsabilidades
  entre pessoas interdependentes.
TRÊS MOMENTOS NA ATIVIDADE
        DO INDIVÍDUO
1. Um momento de concentração individual solitária, de
   reflexão, de julgamento e de engajamento.
2. Um momento de trocas extensivas de informações na
   equipe e/ou na rede. A co-presença física não é
                            co-
   necessária.
3. Um momento de trocas intensivas: é o momento da
   confrontação e da busca de um significado, sempre
   com dimensão ética, onde se forma uma compreensão
   recíproca sobre as finalidades da ação. Este momento
   exige o contato direto.
E A COMPETÊNCIA?
COMPETÊNCIA:
  PRIMEIRA ABORDAGEM
A competência é o
  “tomar iniciativa” e o
  “assumir
  responsabilidade” do
  indivíduo diante de
  situações profissionais
  com as quais se
  depara.
COMPETÊNCIA: SEGUNDA
    ABORDAGEM
A competência é um
  entendimento prático de
  situações que se apóia
  em conhecimentos
  adquiridos e os
  transforma na medida
  em que aumenta a
  diversidade das
  situações.
COMPETÊNCIA: TERCEIRA
       ABORDAGEM
A competência é a faculdade
  de mobilizar redes de atores
  e de fazer com que esses
  atores compartilhem as
  implicações de suas ações
  para assumir áreas de co-
                        co-
  responsabilidade.
MOTIVAÇÃO
O QUE É MOTIVAÇÃO?
• A motivação diz respeito ao aprofundamento dos
  motivos que nos levam a agir e ao estudo do processo
  que nos coloca em movimento.
• Interrogar-se sobre a motivação dos empregados
  Interrogar-
  significa interrogar-se sobre os motivos de suas ações.
            interrogar-
• Quando a empresa diz querer desenvolver a motivação,
  ela quer mais implicação e mais desempenho. Por sua
  vez, os empregados querem mais satisfação.
ESTIMULAÇÃO,
  PERFORMANCE, SATISFAÇÃO
• A estimulação se refere ao estímulo externo que nos leva a agir
  e se inscreve numa perspectiva behaviorista. A motivação diz
  mais respeito à um processo desencadeado de dentro para fora.
• A performance se refere ao resultado da ação. A motivação
  pode ser uma condição necessária mas não suficiente: muitas
  variáveis externas entram na construção de uma performance.
• A satisfação diz respeito aos sentimentos do indivíduo numa
  situação concreta de trabalho: é um indicador da motivação mais
  do que uma causa. A satisfação é um sentimento enquanto a
  motivação é um processo.
VARIÁVEIS DO PROCESSO DE
        MOTIVAÇÃO
A motivação é um processo por demais complexo para ser objeto
   de receitas de bolo! Ele articula vários elementos que
   respondem a lógicas diferentes:
• A pessoa
• O outro
• A equipe na qual os dois são inseridos
• A organização, ou seja o quadro estrutural e cultural no qual se
   desenvolvem as ações a ser tomadas.
Os três primeiros aspectos estão mais ligados a aspectos
   psicológicos e espirituais, enquanto o último tem dimensões
   sociais e políticas.
TRÊS DIMENSÕES

     Corpo
    Psyché

    Espírito
ESPÍRITO?
“A razão, como a própria filosofia
  tem reconhecido, não é o primeiro
  nem o último momento da
  existência. (...) Ela se abre para
  baixo, de onde emerge de algo
  mais elementar e ancestral: a
  afetividade. Abre-se para cima ,
                Abre-
  para o espírito que é o momento
  em que a consciência se acha parte
  de um todo e que culmina na
  contemplação e na
  espiritualidade.”
                          Leonardo Boff
EMOÇÕES
“Uma redução seletiva da emoção é no mínimo tão prejudicial
  para a racionalidade quanto a emoção excessiva. Certamente
  não é verdade que a razão opere vantajosamente sem a
  influência da emoção. Pelo contrário, é provável que a
  emoção auxilie o raciocínio, em especial quanto se trata de
  questões pessoais e sociais que envolvem risco e conflito.[...]
  É óbvio que comoções emocionais podem levar a decisões
  irracionais. As lesões neurológicas sugerem simplesmente
  que a ausência seletiva de emoção é um problema. Emoções
  bem direcionadas e bem situadas parecem constituir um
  sistema de apoio sem o qual o edifício da razão não pode
  operar a contento.” p.63
                                     Damásio:O
                             Antonio Damásio:O mistério da consciência, Cia das Letras
POR QUE FUGIR DO
   SENTIMENTO DE COMPAIXÃO?
“Perceber o sofrimento alheio provoca uma experiência sensível e uma emoção a
   partir das quais se associam pensamentos cujo conteúdo depende da história
   particular do sujeito que percebe: culpa, agressividade, prazer etc. A estabilização
   mnésica da percepção necessária ao exercício do julgamento [...] depende da
   reação defensiva do sujeito diante de sua emoção: rejeição, negação ou recalque.
   No caso de negação ou rejeição, o sujeito não memoriza a percepção do
   sofrimento alheio – perde a consciência dele. [...] Afetivamente, ele pode então
   assumir uma postura de indisponibilidade e de intolerância para com a emoção que
   nele provoca a percepção do sofrimento alheio. Assim, a intolerância afetiva para com
   a própria emoção relacional acaba levando o sujeito a abstrair-se do sofrimento alheio por uma
                                                          abstrair-
   atitude de indiferença – logo, de intolerância para com o que provoca seu sofrimento. Em
   outras palavras, a consciência do – ou a insensibilidade ao – sofrimento dos
   desempregados depende inevitavelmente da relação do sujeito para com seu próprio
   sofrimento.”
                     Christophe Dejours, A banalização da injustiça social,ed. FGV p. 45-46
                                   Dejours,                               social,ed.          45-
COMPAIXÃO
“Quando falo de sentimentos humanos
  básicos, não estou pensando somente
  em alguma coisa efêmera e vaga.
  Refiro-
  Refiro-me à incapacidade de suportar a
  visão do sofrimento do outro. É o que
  provoca o sobressalto quando
  ouvimos um grito de socorro, é o que
  nos faz recuar instintivamente ao ver
  alguém maltratado, o que nos faz
  sofrer ao presenciar o sofrimento dos
  outros. E o que nos faz fechar os
  olhos quando queremos ignorar a
  desgraça alheia.”
  Dalai Lama, Uma ética para o novo milênio

                                              51
COERÊNCIA E INTEGRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO



                                    TEAM BUILDING
   Equipe


      Pessoa                   ACOMPANHAMENTO
    Responsável                   INDIVIDUAL



   Perfil ou pessoa?       TERAPEUTA


       Voluntarismo ou   ACOMPANHAMENTO
        Boa vontade?        ESPIRITUAL


                                 fonte : Vincent Lenhardt
QUESTIONAMENTO DA
        IDENTIDADE
Três dimensões, alicerces da identidade do
   executivo, são questionadas:
1. A proximidade com a alta direção da
   empresa
2. O envolvimento na empresa
3. O status
SOFRIMENTO NO
  TRABALHO




            Fonte:Dupuy
DESUMANIZAÇÃO NO TRABALHO
• Desde o início da industrialização, os operários e empregados
  lutaram para ser considerados como seres humanos trabalhando,
  para ter seus direitos reconhecidos e não ser considerados como
  simples agentes econômicos ao serviço da produção.
• Esta dinâmica que trouxe a humanização das relações de
  trabalho está sendo questionada por uma nova violência nos
  relacionamentos sociais, ligada à primazia absoluta dos
  imperativos financeiros.
• O patrão, com o qual se negociava e que encarnava o poder na
  empresa, é substituído por acionistas anônimos interessados não
  pelo que a empresa produz mas pelos dividendos que ela traz.
TRÊS TIPOS DE VIOLÊNCIA
          NO TRABALHO
• Demissões
  coletivas
• Agressões no
  trabalho
• Assédio no
  trabalho
AGRESSÕES NO TRABALHO
• Quando a agressão acontece no ambiente profissional,
  não é só uma relação entre o agressor e o agredido: a
  empresa está automaticamente envolvida.
• Quando um assalariado sofre uma agressão vinda de
  fora, poderá desenvolver sentimentos contraditórios e
  ambivalentes:
      •   reagiu como devia?
      •   Sua profissão tem ainda sentido?
      •   Pode contar com seus colegas e sua hierarquia?
      •   Quais serão as conseqüências para seu futuro
          profissional?
ASSÉDIO MORAL
• Violência mais insidiosa e permanente: o autor dela
  quer impor sua visão à vítima, ditar sua lei de modo que
  a vítima escolha entre a submissão ou a demissão.
• Para quebrar a vítima, o assediador tenta atingi-la na sua
                                             atingi-
  personalidade, nas suas fragilidades psíquicas.
• Para vítima começa a descida no inferno principalmente
  porque o assediador nunca reconhece o próprio
  objetivo e nunca explica a própria atitude.
POSSÍVEIS VÍTIMAS
• Um novato que atrapalha os hábitos sedimentados.
• Um funcionário sobrando e não corresponde mais ao perfil que
  a empresa quer
• Uma pessoa que não aceita os novos métodos de management e
  se opõe a mudanças que ele considera negativas para a empresa.
• Uma pessoa que se quer empurrar para fora porque existe outra
  pessoa para colocar no seu lugar.
• Um funcionário por demais bem sucedido na vida pessoal e/ou
  profissional, o que provoca inveja e ciúme.
• Um doente que volta depois de uma longa ausência profissional.
• Uma pessoa que reivindica demais...
MÉTODOS DE ASSÉDIO
O assediador age sobre tudo que um trabalhador pode esperar de sua
   empresa e de seu trabalho: respeito, consideração e condições materiais
   de trabalho:
• Na própria dignidade mediante ofensas, fofocas ou tentando atingir a
   vida privada.
• No aspecto relacional, instaurando uma espécie de “não-presença” da
                                                      “não-
   vítima, organizando um tipo de quarentena.
• Procura denegrir sistematicamente o trabalho produzido. As metas são
   inalcançáveis o que coloca a vítima em situação de fracasso.
• Ao invés, pode dar nenhuma missão ou exigir a realização de tarefas
   totalmente irrelevantes para humilhar a vítima.
• Pode dar ordens pouco precisas ou contraditórias, o que coloca a
   vítima numa situação de fracasso.
EFEITOS DO ASSÉDIO
• No início a vítima não pensa em se defender porque acha que se
  trata de um erro de julgamento fácil de ser corrigido.
• O processo de assédio está sempre desenvolvido no “não dito”
  e, mesmo que utilize processos mais agressivos, o assediador
  sempre procura agir escondido dos outros.
• O assediador sempre procura atrair os colegas para o próprio
  lado, de modo a isolar a vítima.
• Para a pessoa assediada, o único recurso para parar o processo
  seria de enfrentar um conflito aberto e torná-lo explícito, mas a
                                          torná-
  força do assediador está na sua capacidade em evitar este
  confronto.
• Sentimento de culpa, protesto, sentimento de ser abandonado,
  esgotamento levam a vítima a um estado de incapacidade
  psíquica.
MORAL DO ASSÉDIO OU
             ASSÉDIO SOCIAL
Possíveis causas institucionais do assédio moral que o
  transformam em um fenômeno institucional:
• A distância entre os objetivos fixados e os meios
  atribuídos para atingir estes objetivos.
• A distância entre as prescrições, as normas e o que
  acontece realmente.
• A distância entre as recompensas esperadas e a
  retribuição efetiva.


                                                         Gaulejac
CAOS GERENCIAL

                                      •Autonomia
                Capacidade de         •Luto
                   mudar              •Humor
                                      •Perdão
                                      •Elogio

   Frustração                   Incerteza


                                     Imperfeição
  Paradoxo                              Medo
                                    Culpabilidade



Ambivalência                    Ambigüidade
                                                   Fonte: Lenhardt
LIDERANÇA E
TRABALHO EM EQUIPE
PARADOXOS DA
        LIDERANÇA
                           Controle
  AUTONOMIA

              Posse                       Previsão


              Pertença                    Oportunidade


INTERDEPENDÊNCIA         Acompanhamento
AUTONOMIA
• A autonomia deve ser vista sempre no
  contexto de uma relação.
• A autonomia é vivida na ambigüidade.
• A aquisição da nossa autonomia pode ser
  representada por um ciclo de quatro fases.
FASE 0 : A DEPENDÊNCIA

A PESSOA IDENTIFICA-SE COM A SUA
            IDENTIFICA-
  RELAÇÃO COM A OUTRA PESSOA.
• CARACTERÍSTICA : submissão.
• PALAVRAS-CHAVES : sim, nós.
  PALAVRAS-
• IDENTIDADE : O “eu” não se distingue da
  figura que representa a autoridade.

                                      Lenhardt
FASE 1 : CONTRA-
                CONTRA-
        DEPENDÊNCIA
A PESSOA COMEÇA UM PROCESSO DE
  SEPARAÇÃO E SE FECHA NA OPOSIÇÃO.
• CARACTERÍSTICA : oposição sistemática
• PALAVRA-CHAVE : Não.
  PALAVRA-
• IDENTIDADE : se define na rebeldia e
  acusação.

                                 Lenhardt
FASE 2 : INDEPENDÊNCIA
A PESSOA VIROU ADULTA PORQUE
  CONFRONTA-
  CONFRONTA-SE DIRETAMENTE COM A
  REALIDADE.
• CARACTERÍSTICA : saída da simbiose.
• PALAVRAS-CHAVES : eu, sozinho.
  PALAVRAS-
• IDENTIDADE : assume as próprias
  responsabilidades.

                               Lenhardt
FASE 3 :
     INTERDEPENDÊNCIA
A PESSOA VIVE, SEM IDENTIFICAÇÃO, SUA
  RELAÇÃO COM AS OUTRAS PESSOAS.
• CARACTERÍSTICA : mudança nas relações, inclusive
  consigo - mesmo.
• PALAVRAS-CHAVES : sim...se,não,cuidado.
  PALAVRAS-
• IDENTIDADE : definida por opção interior.

                                            Lenhardt
HOJE... OS OUTROS ESTÃO DE
            VOLTA!
• O cliente impõe uma pressão permanente sobre as
  organizações e seus membros.
• Os colegas, com os quais precisa trabalhar
  constantemente em equipe e cooperar, são uma fonte
  de estresse e de pressão.
É esse duplo confronto que vivem hoje aos membros das
  organizações. E os executivos estão na coordenação
  desse processo que torna o trabalho cada vez mais
  precário.

                                            Fonte: Dupuy
DIFICULDADES DA
         COOPERAÇÃO
Por que a cooperação é tão pouco natural?
• Ela coloca em situação de interdependência.
• Ela cria uma nova forma de relação com os
  outros, caracterizada pela necessidade de
  compor, de negociar e de enfrentar.
• Ela obriga a integrar várias lógicas.


                                       Fonte: Dupuy
DOIS COMPLICADORES
• O individualismo tradicional dos executivos: o que
                                          executivos:
  os faz existir é seu talento individual, o que justifica
  uma aposta quase total na ação individual e a pouca
  capacidade em elaborar respostas coletivas.

• Inversão da finalidade da empresa: passamos da
                                empresa:
  escassez dos produtos para a escassez de clientes.
  Portanto, são os clientes e os acionistas que dominam
  por demandas crescentes de qualidade e de redução de
  custos.

                                                Fonte: Dupuy
DISCURSO EXORTATIVO
• Pergunta essencial: como obter das pessoas que façam o que se
  quer que eles façam?
• As empresas constataram as dificuldades de obter a boa vontade
  e o comprometimento dos seus colaboradores.
• Optaram por um discurso exortativo e genérico: quem poderia
  não aderir à injunção de satisfazer a qualquer custo o cliente e
  agregar valor ao acionista?
• Quando os interesses divergem muito, esse discurso pode não
  fazer sentido! É a expressão de uma racionalidade, não da
  racionalidade nem da razoabilidade.
• No seu esforço de reunir as tropas ao redor de objetivos
  comuns, as empresas multiplicam proclamações, códigos, visões,
  nem sempre verificando sua compatibilidade com as situações
  reais de quem deve aderir.
                                                      Fonte: Dupuy
LIMITES DO VOLUNTARISMO
• Voluntarismo significa cobrar dos executivos o que eles
  deveriam fazer sem procurar saber se eles têm os meios
  organizacionais para tanto.
• A separação é feita entre a decisão e sua aplicação.
• Na vida cotidiana da empresa é a aplicação da decisão
  que é complexa e arriscada porque ela exige que se aja
  sobre e com os outros e que se obtenha algo que na
  maioria das vezes não vai trazer nenhum benefício para
  aquele que vai entregar.


                                              Fonte: Dupuy
DINÂMICA DA
 CONFIANÇA
TRÊS RAÍZES DA
    COOPERAÇÃO
• Pacto
• Confiança.
• Comunicação
CONFIAR
“Confiança, segundo minha definição, é
 a fé que a pessoa deposita em alguém
 quando está em posição de
 vulnerabilidade.”
                              Robert F. Hurley
                         “A decisão de confiar”
                          HBR Setembro 2006
FATORES LIGADOS AO AUTOR
   DA DECISÃO DE CONFIAR

• Tolerância ao risco
• Nível de ajuste
• Poder relativo

                        Robert F. Hurley
FATORES LIGADOS A QUEM
       BUSCA A CONFIANÇA
•   Segurança
•   Semelhanças
•   Alinhamento de interesses
•   Preocupação benevolente
•   Capacidade
•   Previsibilidade e integridade
•   Nível de comunicação
                                    Robert F. Hurley
A CONFIANÇA E SEUS
            MECANISMOS
• A confiança é o que permite correr riscos nas relações
  humanas.
  humanas.
• Ela permite a eficácia na comunicação humana.
                                        humana.
• Constrói-se na reciprocidade porque confiamos em quem
  Constrói-
  confia em nós e aceitamos correr riscos com quem aceita correr
  riscos conosco.
         conosco.
• A confiança se constrói nas ações que necessitam interações
  fortes e através de desafios aceitos juntos.
                                       juntos.
TRÊS NÍVEIS DE
       CONFIANÇA

• A confiança básica
• A confiança cega
• A confiança autêntica
ETAPAS DA CRIAÇÃO DA
          RELAÇÃO:

•   Estar na presença do outro
•   Confiar na competência do outro
•   Confiar na boa fé do outro
•   Confiar na cooperação do outro
A BASE DA COOPERAÇÃO:
RECONHECER O OUTRO COMO
        DIFERENTE
• O outro não tem os mesmos conhecimentos nem as
  mesmas habilidades do que eu.
                            eu.
• O outro não tem os mesmos centros de interesse, as
                                       interesse,
  mesmas limitações e os mesmos critérios de
  avaliação do que eu.
                   eu.
• O outro não vê a mesma situação pelo mesmo ponto
  de vista do que eu.
                  eu.
• O outro não interpreta os acontecimentos como eu.
                                                eu.
CONDIÇÕES FUNDAMENTAIS
    PARA A COOPERAÇÃO
• Ser aceito e reconhecido.
                reconhecido.
• Ser      respeitado    na  própria
  intimidade.
  intimidade.
• Evoluir num clima de liberdade e
  de justiça.
      justiça.
LIDERAR CRIANDO
      CONFIANÇA
• DIRIGIR um grupo para um
  objetivo
• ENGAJAR pessoas no processo
• MEDIAR demandas conflitantes

                  Adaptado de Ronald Heifetz
                  “Leadership Without Easy Answers”
FUNÇÕES DE LIDERANÇA E COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS
                                                 Técnica:
                                                 Recrutamento/seleção
                                                 Treinamento




                            Função de produção
                                                 Desenvolvimento
                                                 Avaliação de desempenho
                                                 Avaliação de potencial




Militância:                                                                Medi-ação:
Comprometimento                                                                 Integração
Coerência Discurso/                                                          Contribuição/
Valores                                                                         Retribuição
Comunicação confiável                                                           Negociação
Acompanhamento do                                                      Administrar conflitos
Clima organizacional.                                                           Feed-back
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS
           NO
DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE
 ESTÁGIOS DE      GRUPO DE       EQUIPE      EQUIPE COM
 DESENVOLVI-
 DESENVOLVI-     INDIVÍDUOS                     ALTO
   MENTO                                    DESEMPENHO
  VALORES         TÉCNICA       RELAÇÃO      COERÊNCIA

   MODO DE        LINEAR       SISTÊMICO      HOLÍSTICO
PENSAMENTO
 INSISTÊNCIA     CONTEÚDO      PROCESSO       VISÃO DO
      EM                                      SENTIDO
COMPETÊNCIAS     INICIATIVA,   HUMILDADE,   CULTURA GERAL,
    A SER       CRIATIVIDADE     VISÃO DO      VISÃO DE
DESENVOLVIDAS                   CONJUNTO,      CENÁRIO,
     EQUIPE
  NA EQUIPE                    CAPACIDADE   DISCERNIMENTO
                                             DE VALORES,
                                    DE
                                             PENSAMENTO
                               NEGOCIAÇÃO    ESTRATÉGICO
CULTURA E
  PODER
AMBIGÜIDADE DA PALAVRA CULTURA
• Conjunto de valores e de normas interiorizadas por um
  grupo particular.
• Na nossa tradição, cultura visa a aquisição de uma autonomia
  de julgamento contra a influência do meio e dos poderes
  constituídos.
• A cultura de empresa pode mesclar de um modo confuso
  aspectos profissionais e moralismo, decretando a autonomia
  individual para dissolvê-la na comunidade-empresa, anulando
                  dissolvê-      comunidade-
  o pluralismo e o conflito.
• Pode constituir uma tentativa de interiorização das normas
  decretadas pela direção e pode ser acompanhada por técnicas
  de manipulação.
ALGUMAS POSSÍVEIS
          ARMADILHAS...
• O ecletismo e a confusão.
• Abreviações e pensamento a gavetas superpostas.
• O elogio do relativismo: é preciso ter resposta para
  tudo sem ser convencido de nada! O que vale é o
  resultado prático.
• O cinismo dos fortes e a aprendizagem do desprezo:
  winner vs. Looser.
             Looser.
• Aprender a aprender, o que supõe solucionada a
  pergunta: aprender o que e em vista do que?
PODER E DOMINAÇÃO
Poder : capacidade pela
 qual uma pessoa, ou
 uma comunidade,
 satisfaz suas
 necessidades, alcança
 seus interesses e
 realiza suas metas.

                          Fonte: Maduro
PODER E            DOMINAÇÃO
Dominação : a força de
  um grupo ou indivíduo
  para impor suas próprias
  metas, contrariando os
  interesses de outros
  seres humanos,
  frustrando as
  necessidades de grupos
  que têm uma
  possibilidade menor de
  barganha.
                             Fonte: Maduro
PRINCIPAIS COMPONENTES DO CARISMA
Para Weber, os principais componentes do carisma são:
• A natureza extraordinária, geralmente de caráter mágico, de uma
                extraordinária,
   personalidade que se supõe dotada de poderes excepcionais que a colocam
   acima das demais;
• A confiança dos liderados a qual motiva um profundo sentimento de dever
   por parte dos que crêem fielmente no carisma de alguém;
• O sucesso, identificado especialmente a algum “estado de prosperidade” que
      sucesso,
   propicia à comunidade dos fiéis o advento do líder carismático;
• O caráter emocional da própria comunidade carismática, que não dispõe de
   autoridades estabelecidas ou hierárquicas, nem de status jurídicos abstratos, o
   que permite ao carisma uma forma de dominação essencialmente irrestrita;
• A natureza essencialmente desregulada da dominação pelo carisma que é
   também irracional, destrutiva e subversiva;
• A tendência antiutilitária da missão, que opõe o carisma ao econômico e
                                   missão,
   lhe confere o caráter de vocação genuína ou tarefa íntima.
                                                                   Fonte: M E Freitas
CARISMA INSTITUCIONAL
Os elementos citados por Weber como componentes do carisma estão também
   presentes num carisma institucional:
• A natureza extraordinária da organização que se pretende onipresente e
   perfeita;
• A confiança que ela é capaz de despertar nos seus membros e no seu público
   externo, enquanto grandiosa e perene;
• O sucesso que pode ser atestado por suas grandes conquistas, seu constante
   crescimento e sua extraordinária capacidade de manter-se jovem;
                                                      manter-
• A caráter emocional que ela é capaz de despertar em seus membros, quando
   se utiliza dos rituais de realização e de grandes cerimônias, bem como o fervor
   e a lealdade que ela é capaz de fazer surgir no meio da comunidade;
• A natureza desregulada da dominação pelo carisma também pode ser vista
   como a idealização apenas parcial que ela consegue produzir;
• A tendência antiutilitária da missão também está presente quando ela
   exclui qualquer menção dos aspectos econômicos do negócio.



                                                                  Fonte: M E Freitas
CULTURA E COMUNIDADE
• Cultura é comunidade: é resultante de como as
  pessoas se inter-relacionam.
              inter-
• São padrões alicerçados e construídos sobre
  interesses comuns e obrigações mútuas.




                                 Rob Goffee e Careth Jones
COMUNIDADE
• A comunidade pode ser vista sob dois prismas
  distintos:
• SOCIABILIDADE: é um medidor da genuína
  amizade, “amicabilidade” entre membros de
  uma comunidade.
• SOLIDARIEDADE: é um medidor da
  capacidade da comunidade de perseguir, rápida e
  eficazmente, objetivos compartilhados.

                                  Rob Goffee e Careth Jones
DUAS DIMENSÕES E QUATRO
        CULTURAS
  alta
    S
    O
    C
    I
           Em rede         Comunal
    A
    B
    I
    L
    I
    D
    A    Fragmentada      Mercenária
    D
    E

 baixa
                 SOLIDARIEDADE
         baixa                   alta

                                 Rob Goffee e Careth Jones
DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE
           GERENCIAL

  Identidade          Gestão do estresse



  Estágios de                 Motivação
desenvolvimento



Gestão do tempo       Tomada de decisão

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Ética, liderança e comportamento organizacional

  • 1. ÉTICA, LIDERANÇA E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Jean Bartoli jeanbartoli@uol.com.br
  • 2. O FALAR VAZIO... SEM ESFORÇOS A excelência Reforça Os fatores Institucionais Da performance A intervenção Mobiliza Os processos Organizacionais Do dispositivo O objetivo Revela Os parâmetros Qualitativos Da empresa O diagnóstico Estimula As mudanças Analíticos Do grupo A experimentação Modifica Os conceitos Característicos Do projeto A formação Clarifica As competências Motivacionais Dos beneficiários A expressão Aperfeiçoa Os resultados Participativos Da caminhada O método Dinamiza Os bloqueios Estratégicos Da problemática A vivência Programa As necessidades Neuro-linguísticas Neuro- Das estruturas O enquadramento Pontua Os paradoxos Sistémicos Do meta-contexto meta- Vincent de Gaulejac
  • 3. EDUCAÇÃO “A educação, no sentido profundo da palavra, talvez seja somente o justo e difícil equilíbrio entre o exercício de (...) ...) adaptação e a exigência de reflexão e de inadaptação; é inadaptação; este equilíbrio tenso que mantém o homem de pé.”pé. Paul Ricoeur
  • 4. PENSANDO NUM TEMPO DE CRISE Entender a racionalidade e a lógica das entidades perigosas exige: Superar a visão puramente utilitarista e negocial; Necessidade de uma filosofia; Entender a diferença entre o habitual e o próximo Entender a diferença entre o passado e o inicial; Considerar o possível como horizonte do pensamento. Fonte: Bauer e Raufer
  • 5. CRENÇAS E REALIDADE “Minha vida profissional, por cerca de setenta anos, esteve ligada à economia(...). Aprendi durante esse tempo que, para ser correto e útil, é preciso aceitar uma divergência permanente entre as crenças estabelecidas – que chamei certa vez de sabedoria convencional – e a realidade. (...) A realidade é mais obscurecida por preferências sociais e rotineiras e por vantagens pecuniárias pessoais ou de grupos, tanto em economia e política como em qualquer outra área.” John Kenneth Galbraith “A economia das fraudes inocentes”
  • 6. A CULTURA DO CONTENTAMENTO “Há, contudo, algumas lições em um âmbito maior que perduram. Dessas, a mais completamente invariante é o fato de pessoas e comunidades favorecidas em suas condições econômicas, sociais e políticas atribuírem virtude social e a durabilidade política àquilo que elas próprias usufruem. Essa atitude prevalece mesmo diante de evidências irrefutáveis em contrário. As crenças dos privilegiados passam a servir então à causa de prolongar o contentamento, e as idéias econômicas e políticas da época são similarmente adaptadas. Existe um sôfrego mercado político para tudo aquilo que agrada e tranqüiliza. Não são poucos os interessados em servir a este a este mercado e em colher as recompensas resultantes em dinheiro e aplauso.” John Kenneth Galbraith
  • 7. FILOSOFIA E CONTRADIÇÕES “As contradições que aparecem em qualquer sistema filosófico são as que nascem da luta espiritual: são inerentes à própria existência e não se deixam dissimular por baixo de uma aparente unidade lógica. A verdadeira unidade do pensamento, de fato inseparável da unidade da pessoa, é uma unidade existencial, não lógica. E a “existencialidade” é contraditória” . existencialidade” Nicolas Berdiaev
  • 8. EM QUE MEDIDA O HOMEM ATIVO É PREGUIÇOSO... “Acho que cada pessoa deve ter uma opinião própria sobre cada coisa a respeito da qual é possível ter opinião, porque ela mesma é uma coisa particular e única, que ocupa em relação a todas as outras uma posição nova, sem precedentes. Mas a indolência que há no fundo da alma do homem ativo impede o ser humano de tirar água de sua própria fonte.” Nietzsche, “Humano, demasiado Humano, par. 286
  • 9. TRABALHO....ESPORTE? “A partir do momento em que não se pode remeter diretamente o “cumprimento do dever profissional” aos valores espirituais supremos da cultura – ou que, vice-versa, vice- também não se pode mais experimentá-lo experimentá- subjetivamente como uma simples coerção econômica – aí então o indivíduo de hoje quase sempre renuncia a lhe dar uma interpretação de sentido. Nos Estados Unidos, território em que se acha mais à solta quando despida de seu sentido metafísico [ou melhor: ético-religioso], ambição de lucro ético- tende a associar-se a paixões puramente associar- agonísticas que não raro lhe imprimem até mesmo um caráter esportivo.” Max Weber
  • 10. PARADIGMAS DA CIÊNCIA DA GESTÃO PARADIGMAS PRINCIPIOS DE CRÍTICA BASE OBJETIVISTA Entender é calcular e Primazia da linguagem medir matemática sobre qualquer outra linguagem FUNCIONALISTA A organização é um Ocultação dos jogos sistema que tem um de poder e das funcionamento normal finalidades por eles e cuja finalidade é a ditadas. própria reprodução. EXPERIMENTAL A “objetivação” do ser Dominação da humano é garante da racionalidade cientificidade. instrumental. UTILITARISTA A reflexão está a Submissão do serviço da ação. conhecimento a critérios de utilidade. ECONOMISTA O humano é um fator Redução do humano a na empresa. um recurso da empresa. Vincent de Gaulejac
  • 11. O QUE É A EMPRESA? A empresa combina três níveis que são igualmente necessários: • A realidade concreta e material. • As representações construídas sobre esta realidade. • As normas, as regras, as linguagens, os significados. Gaulejac
  • 12. ORGANIZAÇÃO A organização é um sistema complexo e político que não se reduz a um organograma: • Decisões importantes implicam a alocação de recursos escassos. • Formam-se coalizões compostas por grupos Formam- de indivíduos e interesses. • Os objetivos organizacionais e as decisões resultam de processos de negociação. negociação. • Conflitos de poder constituem características normais da vida organizacional. fonte : Michel Crozier
  • 14. MORADIA MORADA OIKOS ETHOS
  • 15. AS TRÊS RUPTURAS Estamos vivendo três rupturas: • Com a natureza e o universo: não somos seres universo: postos na natureza; somos da natureza. • Com os outros: na concepção guerreira da vida, o outros: outro é um competidor ameaçador que acabamos encarando como um inimigo perigoso. A vida é considerada como um combate. • Consigo mesmo: vivendo muito na tensão mesmo: (corrida, estresse, rivalidade), nos tornamos incapazes de atenção, principalmente de atenção interior, essa arte de viver intensamente o presente.
  • 16. TRÊS PERGUNTAS RADICAIS... – O que faremos do nosso planeta? – O que faremos da nossa espécie? – O que faremos da nossa vida? Como pensar nossa vida fora da “ideologia de mercado” e reaprender a “travessia da vida”?
  • 17. ÉTICA E MORAL • “A ética é a busca de uma vida boa com e para o outro no âmbito de instituições justas.” (Paul Ricoeur,, inspirado por Aristóteles) Ricoeur • A moral representa o campo das normas teóricas e universais da consciência que asseguram a integridade da pessoa, considerada mais na sua autonomia do que na sua solidariedade. (Kant)
  • 18. ÉTICA E MORAL • A ética não é simplesmente uma questão semântica mas uma questão de atitude. • O homem merece mais do que uma moral, mais do que um conjunto abstrato de bons sentimentos: ele merece uma ética. • Não se pode ser humano instintivamente: não se pode ser homem sem uma reflexão sobre o homem, sem um saber. • O humanismo é uma extrema consciência. • A ética é a moral + o estudo. Marc- Marc-Alain Ouaknin
  • 19. ÉTICA E PRÁTICA Para pensar uma prática, é preciso interrogar- interrogar-se sobre • Suas condições de existência • Sua finalidade • Suas regras • Seus valores.
  • 20. TRÊS CONDIÇÕES PARA DEFINIR A ÉTICA • Limites • Debates • Reconhecer a dignidade das pessoas.
  • 21. RACIONALIDADE DA AÇÃO RACIONALIDADE MUNDO VALIDAÇÃO Instrumental: em relação a um Objetivo Resultado objetivo Ética: considerando o Social Justiça relacionamento com outros Responsabilidade seres humanos Comunicativa Subjetivo Autenticidade Habermas, Levinas
  • 22. TRABALHO E COMPETÊNCIA Fontes: Zarifian, Aubert.
  • 23. A QUESTÃO DO TRABALHO • A questão do trabalho é normalmente tratada segundo duas abordagens: – Uma abordagem estrutural que raciocina em termos de divisão e coordenação do trabalho – Uma abordagem estratégica que raciocina em termos de dominação, exploração, submissão. • Na realidade, o trabalho é primeiramente o exercício concreto do poder de pensamento e de ação dos indivíduos, na sua individualidade, na sua interdependência e na sua cooperação.
  • 24. TRABALHO “Amais sagrada e a mais inviolável de todas as propriedades é a do próprio trabalho, porque ela é o fundamento originário de todas as outras propriedades. O patrimônio de um homem pobre reside na força e na destreza de suas mãos, e impedi-lo de empregar essa impedi- força e destreza da maneira que julga apropriada, desde que não cause prejuízo a seu próximo, constitui violação manifesta da mais sagrada propriedade. Trata- Trata- se de uma flagrante usurpação da lícita liberdade, tanto do trabalhador como dos que estariam dispostos a dar-dar- lhe trabalho.” SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo, Martins Fontes, 2003, livro I cap. 10, p. 155-156 155-
  • 25. TRABALHO “Todo homem é rico ou pobre de acordo com o grau em que lhe é dado desfrutar as coisas necessárias à vida e ao conforto, e das diversões da vida humana. Mas, depois de estabelecer-se estabelecer- completamente a divisão do trabalho, o trabalho de cada homem apenas poderá provê-lo de uma parte extremamente diminuta provê- dessas coisas. A grande maioria delas deverá ser obtida do trabalho de outros homens e, assim, ele será rico ou pobre de acordo com a quantidade de trabalho que puder comandar ou conseguir comprar. Portanto, o valor de qualquer mercadoria para a pessoa que a possui e não pretende utilizá-la ou consumi- utilizá- consumi- la, mas trocá-la por outras mercadorias, é igual à quantidade de trocá- trabalho que tal mercadoria lhe permite comprar ou comandar. O trabalho é, pois, a medida real do valor de troca de todas as mercadorias.” SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo, Martins Fontes, 2003, livro I cap. 5, p. 38
  • 26. SOCIEDADE DE MERCADO “Uma vez plenamente estabelecida a divisão do trabalho, é apenas uma pequena parte das necessidades de um homem que pode ser satisfeita com o produto do próprio trabalho. a grande maioria dessas necessidades é satisfeita por meio da troca da parte do produto do trabalho que excede seu próprio consumo pela mesma parte do produto do trabalho de outros homens de que venha a precisar. assim, todo homem vive da troca ou em alguma medida torna-se comerciante, e a própria torna- sociedade se vai convertendo numa verdadeira sociedade mercantil.” SMITH, Adam, A riqueza das nações, 2 volumes, São Paulo, Martins Fontes, 2003, livro I cap. 4, p. 24
  • 27. TRÊS DIMENSÕES FUNDAMENTAIS Hanna Arendt • TRABALHO (LABOR): o ser humano PRODUZ para sobreviver. • OBRA (WORK): o ser humano CONSTRÓI o mundo. • AÇÃO:o ser humano CONSTRÓI A SI AÇÃO:o MESMO por meio de seu relacionamento com o outro.
  • 28. DESAFIOS TÉCNICOS E ADAPTATIVOS DESAFIO Qual é o trabalho? Quem faz o trabalho? TÉCNICO Aplica o know-how Autoridades vigente ADAPTATIVO Aprende novas As pessoas com maneiras o problema Heifetz, Linski
  • 29. TRÊS CONCEITOS CHAVES • EVENTO • COMUNICAÇÃO • SERVIÇO
  • 30. EVENTO • Evento é o que ocorre de maneira parcialmente imprevista, inesperada, vindo perturbar o desenrolar normal do sistema de produção. • Trabalhar é fundamentalmente estar atento a esses eventos, pressenti-los e enfrentá-los quando ocorrem. pressenti- enfrentá- • Enfrentar o evento é: – Permanecer atento às modificações potenciais do ambiente. – Analisar diversas alternativas. – Inventar respostas pertinentes.
  • 31. CONSEQÜÊNCIAS DO CONCEITO “EVENTO” 1. A competência profissional não pode mais ser enclausurada em definições prévias de tarefas: o trabalho é a ação competente do indivíduo diante de uma situação de evento. 2. Ela supõe a mobilização de uma rede. 3. O trabalho não pode mais ser visto como uma seqüência de operações rotineiras. Torna-se uma seqüência de eventos que Torna- reagem uns aos outros. 4. Isso muda muito a maneira de avaliar a experiência de um profissional.
  • 32. COMUNICAÇÃO • Comunicar significa construir um entendimento recíproco e bases de compromisso que serão a garantia do sucesso das ações desenvolvidas em conjunto. É: – Entender os problemas e as obrigações dos outros e a interdependência das ações. – Chegar a uma acordo referente às implicações e aos objetivos da ação. – Compartilhar uma consciência da necessidade de uma reciprocidade nos compromissos assumidos. • A comunicação implica conflitos: graças a eles chega-se a um chega- melhor entendimento e à obtenção de uma solidariedade mais sólida.
  • 33. SERVIÇO • O serviço é: – uma modificação nas condições de vida ou de atividade de um cliente-usuário. cliente- – o que justifica a sobrevivência de uma organização. • Em função disto destacam-se: destacam- – A qualidade final do serviço prestado – A maneira como esse cliente ou usuário participa da definição do serviço proposto – A sucessão de ações que permite criar essa qualidade.
  • 34. FRAGILIDADE DO TRABALHO O sentido dado ao trabalho é frágil: • A qualquer momento, um indivíduo pode não enxergar mais o sentido do que ele faz e cair num estado de alienação. • A pressão dos prazos, a impossibilidade de entender as finalidades, a opacidade da organização, os comportamentos dos clientes podem tirar o sentido da atividade profissional.
  • 35. A QUESTÃO DO TEMPO • O tempo “espacializado” (medido em horas, minutos e segundos) impõe a disciplina e a força de sua medição. • Um outro tempo se impõe na realidade prática: o tempo - devir que é o tempo das mutações qualitativas. • Ter tempo para trabalhar bem, para aprender, para cooperar, para pensar o que se faz, para criar, para desenvolver sentido, conseguir efetivar o tempo – devir e derrotar a ditadura do tempo “espacializado”: é o que está em jogo!
  • 36. O TRABALHO COMO ATIVIDADE INDIVIDUAL • A atividade de trabalho pode ser individual: por exemplo o conselheiro financeiro, o pesquisador, estão sozinhos frente ao cliente ou ao processo de pesquisa. • Existe uma necessidade de concentração: é uma atividade mais solitária. • É preciso entender essa dimensão solitária do trabalho e toda sua positividade potencial. • É preciso permitir concentração e ter lugares de isolamento.
  • 37. O TRABALHO COMO ATIVIDADE COLETIVA • A dimensão solitária do trabalho se alimenta de trocas que encontram seu sentido a partir do que foi iniciado pelo indivíduo. • A organização como agir coletivo apresenta-se como apresenta- um conjunto flexível de sujeitos, interdependentes nas suas respectivas iniciativas. • A rede de trabalho é um lugar de confrontos, de tensões, de compartilhamento de responsabilidades entre pessoas interdependentes.
  • 38. TRÊS MOMENTOS NA ATIVIDADE DO INDIVÍDUO 1. Um momento de concentração individual solitária, de reflexão, de julgamento e de engajamento. 2. Um momento de trocas extensivas de informações na equipe e/ou na rede. A co-presença física não é co- necessária. 3. Um momento de trocas intensivas: é o momento da confrontação e da busca de um significado, sempre com dimensão ética, onde se forma uma compreensão recíproca sobre as finalidades da ação. Este momento exige o contato direto.
  • 40. COMPETÊNCIA: PRIMEIRA ABORDAGEM A competência é o “tomar iniciativa” e o “assumir responsabilidade” do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara.
  • 41. COMPETÊNCIA: SEGUNDA ABORDAGEM A competência é um entendimento prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações.
  • 42. COMPETÊNCIA: TERCEIRA ABORDAGEM A competência é a faculdade de mobilizar redes de atores e de fazer com que esses atores compartilhem as implicações de suas ações para assumir áreas de co- co- responsabilidade.
  • 44. O QUE É MOTIVAÇÃO? • A motivação diz respeito ao aprofundamento dos motivos que nos levam a agir e ao estudo do processo que nos coloca em movimento. • Interrogar-se sobre a motivação dos empregados Interrogar- significa interrogar-se sobre os motivos de suas ações. interrogar- • Quando a empresa diz querer desenvolver a motivação, ela quer mais implicação e mais desempenho. Por sua vez, os empregados querem mais satisfação.
  • 45. ESTIMULAÇÃO, PERFORMANCE, SATISFAÇÃO • A estimulação se refere ao estímulo externo que nos leva a agir e se inscreve numa perspectiva behaviorista. A motivação diz mais respeito à um processo desencadeado de dentro para fora. • A performance se refere ao resultado da ação. A motivação pode ser uma condição necessária mas não suficiente: muitas variáveis externas entram na construção de uma performance. • A satisfação diz respeito aos sentimentos do indivíduo numa situação concreta de trabalho: é um indicador da motivação mais do que uma causa. A satisfação é um sentimento enquanto a motivação é um processo.
  • 46. VARIÁVEIS DO PROCESSO DE MOTIVAÇÃO A motivação é um processo por demais complexo para ser objeto de receitas de bolo! Ele articula vários elementos que respondem a lógicas diferentes: • A pessoa • O outro • A equipe na qual os dois são inseridos • A organização, ou seja o quadro estrutural e cultural no qual se desenvolvem as ações a ser tomadas. Os três primeiros aspectos estão mais ligados a aspectos psicológicos e espirituais, enquanto o último tem dimensões sociais e políticas.
  • 47. TRÊS DIMENSÕES Corpo Psyché Espírito
  • 48. ESPÍRITO? “A razão, como a própria filosofia tem reconhecido, não é o primeiro nem o último momento da existência. (...) Ela se abre para baixo, de onde emerge de algo mais elementar e ancestral: a afetividade. Abre-se para cima , Abre- para o espírito que é o momento em que a consciência se acha parte de um todo e que culmina na contemplação e na espiritualidade.” Leonardo Boff
  • 49. EMOÇÕES “Uma redução seletiva da emoção é no mínimo tão prejudicial para a racionalidade quanto a emoção excessiva. Certamente não é verdade que a razão opere vantajosamente sem a influência da emoção. Pelo contrário, é provável que a emoção auxilie o raciocínio, em especial quanto se trata de questões pessoais e sociais que envolvem risco e conflito.[...] É óbvio que comoções emocionais podem levar a decisões irracionais. As lesões neurológicas sugerem simplesmente que a ausência seletiva de emoção é um problema. Emoções bem direcionadas e bem situadas parecem constituir um sistema de apoio sem o qual o edifício da razão não pode operar a contento.” p.63 Damásio:O Antonio Damásio:O mistério da consciência, Cia das Letras
  • 50. POR QUE FUGIR DO SENTIMENTO DE COMPAIXÃO? “Perceber o sofrimento alheio provoca uma experiência sensível e uma emoção a partir das quais se associam pensamentos cujo conteúdo depende da história particular do sujeito que percebe: culpa, agressividade, prazer etc. A estabilização mnésica da percepção necessária ao exercício do julgamento [...] depende da reação defensiva do sujeito diante de sua emoção: rejeição, negação ou recalque. No caso de negação ou rejeição, o sujeito não memoriza a percepção do sofrimento alheio – perde a consciência dele. [...] Afetivamente, ele pode então assumir uma postura de indisponibilidade e de intolerância para com a emoção que nele provoca a percepção do sofrimento alheio. Assim, a intolerância afetiva para com a própria emoção relacional acaba levando o sujeito a abstrair-se do sofrimento alheio por uma abstrair- atitude de indiferença – logo, de intolerância para com o que provoca seu sofrimento. Em outras palavras, a consciência do – ou a insensibilidade ao – sofrimento dos desempregados depende inevitavelmente da relação do sujeito para com seu próprio sofrimento.” Christophe Dejours, A banalização da injustiça social,ed. FGV p. 45-46 Dejours, social,ed. 45-
  • 51. COMPAIXÃO “Quando falo de sentimentos humanos básicos, não estou pensando somente em alguma coisa efêmera e vaga. Refiro- Refiro-me à incapacidade de suportar a visão do sofrimento do outro. É o que provoca o sobressalto quando ouvimos um grito de socorro, é o que nos faz recuar instintivamente ao ver alguém maltratado, o que nos faz sofrer ao presenciar o sofrimento dos outros. E o que nos faz fechar os olhos quando queremos ignorar a desgraça alheia.” Dalai Lama, Uma ética para o novo milênio 51
  • 52. COERÊNCIA E INTEGRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO TEAM BUILDING Equipe Pessoa ACOMPANHAMENTO Responsável INDIVIDUAL Perfil ou pessoa? TERAPEUTA Voluntarismo ou ACOMPANHAMENTO Boa vontade? ESPIRITUAL fonte : Vincent Lenhardt
  • 53. QUESTIONAMENTO DA IDENTIDADE Três dimensões, alicerces da identidade do executivo, são questionadas: 1. A proximidade com a alta direção da empresa 2. O envolvimento na empresa 3. O status
  • 54. SOFRIMENTO NO TRABALHO Fonte:Dupuy
  • 55. DESUMANIZAÇÃO NO TRABALHO • Desde o início da industrialização, os operários e empregados lutaram para ser considerados como seres humanos trabalhando, para ter seus direitos reconhecidos e não ser considerados como simples agentes econômicos ao serviço da produção. • Esta dinâmica que trouxe a humanização das relações de trabalho está sendo questionada por uma nova violência nos relacionamentos sociais, ligada à primazia absoluta dos imperativos financeiros. • O patrão, com o qual se negociava e que encarnava o poder na empresa, é substituído por acionistas anônimos interessados não pelo que a empresa produz mas pelos dividendos que ela traz.
  • 56. TRÊS TIPOS DE VIOLÊNCIA NO TRABALHO • Demissões coletivas • Agressões no trabalho • Assédio no trabalho
  • 57. AGRESSÕES NO TRABALHO • Quando a agressão acontece no ambiente profissional, não é só uma relação entre o agressor e o agredido: a empresa está automaticamente envolvida. • Quando um assalariado sofre uma agressão vinda de fora, poderá desenvolver sentimentos contraditórios e ambivalentes: • reagiu como devia? • Sua profissão tem ainda sentido? • Pode contar com seus colegas e sua hierarquia? • Quais serão as conseqüências para seu futuro profissional?
  • 58. ASSÉDIO MORAL • Violência mais insidiosa e permanente: o autor dela quer impor sua visão à vítima, ditar sua lei de modo que a vítima escolha entre a submissão ou a demissão. • Para quebrar a vítima, o assediador tenta atingi-la na sua atingi- personalidade, nas suas fragilidades psíquicas. • Para vítima começa a descida no inferno principalmente porque o assediador nunca reconhece o próprio objetivo e nunca explica a própria atitude.
  • 59. POSSÍVEIS VÍTIMAS • Um novato que atrapalha os hábitos sedimentados. • Um funcionário sobrando e não corresponde mais ao perfil que a empresa quer • Uma pessoa que não aceita os novos métodos de management e se opõe a mudanças que ele considera negativas para a empresa. • Uma pessoa que se quer empurrar para fora porque existe outra pessoa para colocar no seu lugar. • Um funcionário por demais bem sucedido na vida pessoal e/ou profissional, o que provoca inveja e ciúme. • Um doente que volta depois de uma longa ausência profissional. • Uma pessoa que reivindica demais...
  • 60. MÉTODOS DE ASSÉDIO O assediador age sobre tudo que um trabalhador pode esperar de sua empresa e de seu trabalho: respeito, consideração e condições materiais de trabalho: • Na própria dignidade mediante ofensas, fofocas ou tentando atingir a vida privada. • No aspecto relacional, instaurando uma espécie de “não-presença” da “não- vítima, organizando um tipo de quarentena. • Procura denegrir sistematicamente o trabalho produzido. As metas são inalcançáveis o que coloca a vítima em situação de fracasso. • Ao invés, pode dar nenhuma missão ou exigir a realização de tarefas totalmente irrelevantes para humilhar a vítima. • Pode dar ordens pouco precisas ou contraditórias, o que coloca a vítima numa situação de fracasso.
  • 61. EFEITOS DO ASSÉDIO • No início a vítima não pensa em se defender porque acha que se trata de um erro de julgamento fácil de ser corrigido. • O processo de assédio está sempre desenvolvido no “não dito” e, mesmo que utilize processos mais agressivos, o assediador sempre procura agir escondido dos outros. • O assediador sempre procura atrair os colegas para o próprio lado, de modo a isolar a vítima. • Para a pessoa assediada, o único recurso para parar o processo seria de enfrentar um conflito aberto e torná-lo explícito, mas a torná- força do assediador está na sua capacidade em evitar este confronto. • Sentimento de culpa, protesto, sentimento de ser abandonado, esgotamento levam a vítima a um estado de incapacidade psíquica.
  • 62. MORAL DO ASSÉDIO OU ASSÉDIO SOCIAL Possíveis causas institucionais do assédio moral que o transformam em um fenômeno institucional: • A distância entre os objetivos fixados e os meios atribuídos para atingir estes objetivos. • A distância entre as prescrições, as normas e o que acontece realmente. • A distância entre as recompensas esperadas e a retribuição efetiva. Gaulejac
  • 63. CAOS GERENCIAL •Autonomia Capacidade de •Luto mudar •Humor •Perdão •Elogio Frustração Incerteza Imperfeição Paradoxo Medo Culpabilidade Ambivalência Ambigüidade Fonte: Lenhardt
  • 65. PARADOXOS DA LIDERANÇA Controle AUTONOMIA Posse Previsão Pertença Oportunidade INTERDEPENDÊNCIA Acompanhamento
  • 66. AUTONOMIA • A autonomia deve ser vista sempre no contexto de uma relação. • A autonomia é vivida na ambigüidade. • A aquisição da nossa autonomia pode ser representada por um ciclo de quatro fases.
  • 67. FASE 0 : A DEPENDÊNCIA A PESSOA IDENTIFICA-SE COM A SUA IDENTIFICA- RELAÇÃO COM A OUTRA PESSOA. • CARACTERÍSTICA : submissão. • PALAVRAS-CHAVES : sim, nós. PALAVRAS- • IDENTIDADE : O “eu” não se distingue da figura que representa a autoridade. Lenhardt
  • 68. FASE 1 : CONTRA- CONTRA- DEPENDÊNCIA A PESSOA COMEÇA UM PROCESSO DE SEPARAÇÃO E SE FECHA NA OPOSIÇÃO. • CARACTERÍSTICA : oposição sistemática • PALAVRA-CHAVE : Não. PALAVRA- • IDENTIDADE : se define na rebeldia e acusação. Lenhardt
  • 69. FASE 2 : INDEPENDÊNCIA A PESSOA VIROU ADULTA PORQUE CONFRONTA- CONFRONTA-SE DIRETAMENTE COM A REALIDADE. • CARACTERÍSTICA : saída da simbiose. • PALAVRAS-CHAVES : eu, sozinho. PALAVRAS- • IDENTIDADE : assume as próprias responsabilidades. Lenhardt
  • 70. FASE 3 : INTERDEPENDÊNCIA A PESSOA VIVE, SEM IDENTIFICAÇÃO, SUA RELAÇÃO COM AS OUTRAS PESSOAS. • CARACTERÍSTICA : mudança nas relações, inclusive consigo - mesmo. • PALAVRAS-CHAVES : sim...se,não,cuidado. PALAVRAS- • IDENTIDADE : definida por opção interior. Lenhardt
  • 71. HOJE... OS OUTROS ESTÃO DE VOLTA! • O cliente impõe uma pressão permanente sobre as organizações e seus membros. • Os colegas, com os quais precisa trabalhar constantemente em equipe e cooperar, são uma fonte de estresse e de pressão. É esse duplo confronto que vivem hoje aos membros das organizações. E os executivos estão na coordenação desse processo que torna o trabalho cada vez mais precário. Fonte: Dupuy
  • 72. DIFICULDADES DA COOPERAÇÃO Por que a cooperação é tão pouco natural? • Ela coloca em situação de interdependência. • Ela cria uma nova forma de relação com os outros, caracterizada pela necessidade de compor, de negociar e de enfrentar. • Ela obriga a integrar várias lógicas. Fonte: Dupuy
  • 73. DOIS COMPLICADORES • O individualismo tradicional dos executivos: o que executivos: os faz existir é seu talento individual, o que justifica uma aposta quase total na ação individual e a pouca capacidade em elaborar respostas coletivas. • Inversão da finalidade da empresa: passamos da empresa: escassez dos produtos para a escassez de clientes. Portanto, são os clientes e os acionistas que dominam por demandas crescentes de qualidade e de redução de custos. Fonte: Dupuy
  • 74. DISCURSO EXORTATIVO • Pergunta essencial: como obter das pessoas que façam o que se quer que eles façam? • As empresas constataram as dificuldades de obter a boa vontade e o comprometimento dos seus colaboradores. • Optaram por um discurso exortativo e genérico: quem poderia não aderir à injunção de satisfazer a qualquer custo o cliente e agregar valor ao acionista? • Quando os interesses divergem muito, esse discurso pode não fazer sentido! É a expressão de uma racionalidade, não da racionalidade nem da razoabilidade. • No seu esforço de reunir as tropas ao redor de objetivos comuns, as empresas multiplicam proclamações, códigos, visões, nem sempre verificando sua compatibilidade com as situações reais de quem deve aderir. Fonte: Dupuy
  • 75. LIMITES DO VOLUNTARISMO • Voluntarismo significa cobrar dos executivos o que eles deveriam fazer sem procurar saber se eles têm os meios organizacionais para tanto. • A separação é feita entre a decisão e sua aplicação. • Na vida cotidiana da empresa é a aplicação da decisão que é complexa e arriscada porque ela exige que se aja sobre e com os outros e que se obtenha algo que na maioria das vezes não vai trazer nenhum benefício para aquele que vai entregar. Fonte: Dupuy
  • 77. TRÊS RAÍZES DA COOPERAÇÃO • Pacto • Confiança. • Comunicação
  • 78. CONFIAR “Confiança, segundo minha definição, é a fé que a pessoa deposita em alguém quando está em posição de vulnerabilidade.” Robert F. Hurley “A decisão de confiar” HBR Setembro 2006
  • 79. FATORES LIGADOS AO AUTOR DA DECISÃO DE CONFIAR • Tolerância ao risco • Nível de ajuste • Poder relativo Robert F. Hurley
  • 80. FATORES LIGADOS A QUEM BUSCA A CONFIANÇA • Segurança • Semelhanças • Alinhamento de interesses • Preocupação benevolente • Capacidade • Previsibilidade e integridade • Nível de comunicação Robert F. Hurley
  • 81. A CONFIANÇA E SEUS MECANISMOS • A confiança é o que permite correr riscos nas relações humanas. humanas. • Ela permite a eficácia na comunicação humana. humana. • Constrói-se na reciprocidade porque confiamos em quem Constrói- confia em nós e aceitamos correr riscos com quem aceita correr riscos conosco. conosco. • A confiança se constrói nas ações que necessitam interações fortes e através de desafios aceitos juntos. juntos.
  • 82. TRÊS NÍVEIS DE CONFIANÇA • A confiança básica • A confiança cega • A confiança autêntica
  • 83. ETAPAS DA CRIAÇÃO DA RELAÇÃO: • Estar na presença do outro • Confiar na competência do outro • Confiar na boa fé do outro • Confiar na cooperação do outro
  • 84. A BASE DA COOPERAÇÃO: RECONHECER O OUTRO COMO DIFERENTE • O outro não tem os mesmos conhecimentos nem as mesmas habilidades do que eu. eu. • O outro não tem os mesmos centros de interesse, as interesse, mesmas limitações e os mesmos critérios de avaliação do que eu. eu. • O outro não vê a mesma situação pelo mesmo ponto de vista do que eu. eu. • O outro não interpreta os acontecimentos como eu. eu.
  • 85. CONDIÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A COOPERAÇÃO • Ser aceito e reconhecido. reconhecido. • Ser respeitado na própria intimidade. intimidade. • Evoluir num clima de liberdade e de justiça. justiça.
  • 86. LIDERAR CRIANDO CONFIANÇA • DIRIGIR um grupo para um objetivo • ENGAJAR pessoas no processo • MEDIAR demandas conflitantes Adaptado de Ronald Heifetz “Leadership Without Easy Answers”
  • 87. FUNÇÕES DE LIDERANÇA E COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS Técnica: Recrutamento/seleção Treinamento Função de produção Desenvolvimento Avaliação de desempenho Avaliação de potencial Militância: Medi-ação: Comprometimento Integração Coerência Discurso/ Contribuição/ Valores Retribuição Comunicação confiável Negociação Acompanhamento do Administrar conflitos Clima organizacional. Feed-back
  • 88. COMPETÊNCIAS GERENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE ESTÁGIOS DE GRUPO DE EQUIPE EQUIPE COM DESENVOLVI- DESENVOLVI- INDIVÍDUOS ALTO MENTO DESEMPENHO VALORES TÉCNICA RELAÇÃO COERÊNCIA MODO DE LINEAR SISTÊMICO HOLÍSTICO PENSAMENTO INSISTÊNCIA CONTEÚDO PROCESSO VISÃO DO EM SENTIDO COMPETÊNCIAS INICIATIVA, HUMILDADE, CULTURA GERAL, A SER CRIATIVIDADE VISÃO DO VISÃO DE DESENVOLVIDAS CONJUNTO, CENÁRIO, EQUIPE NA EQUIPE CAPACIDADE DISCERNIMENTO DE VALORES, DE PENSAMENTO NEGOCIAÇÃO ESTRATÉGICO
  • 89. CULTURA E PODER
  • 90. AMBIGÜIDADE DA PALAVRA CULTURA • Conjunto de valores e de normas interiorizadas por um grupo particular. • Na nossa tradição, cultura visa a aquisição de uma autonomia de julgamento contra a influência do meio e dos poderes constituídos. • A cultura de empresa pode mesclar de um modo confuso aspectos profissionais e moralismo, decretando a autonomia individual para dissolvê-la na comunidade-empresa, anulando dissolvê- comunidade- o pluralismo e o conflito. • Pode constituir uma tentativa de interiorização das normas decretadas pela direção e pode ser acompanhada por técnicas de manipulação.
  • 91. ALGUMAS POSSÍVEIS ARMADILHAS... • O ecletismo e a confusão. • Abreviações e pensamento a gavetas superpostas. • O elogio do relativismo: é preciso ter resposta para tudo sem ser convencido de nada! O que vale é o resultado prático. • O cinismo dos fortes e a aprendizagem do desprezo: winner vs. Looser. Looser. • Aprender a aprender, o que supõe solucionada a pergunta: aprender o que e em vista do que?
  • 92. PODER E DOMINAÇÃO Poder : capacidade pela qual uma pessoa, ou uma comunidade, satisfaz suas necessidades, alcança seus interesses e realiza suas metas. Fonte: Maduro
  • 93. PODER E DOMINAÇÃO Dominação : a força de um grupo ou indivíduo para impor suas próprias metas, contrariando os interesses de outros seres humanos, frustrando as necessidades de grupos que têm uma possibilidade menor de barganha. Fonte: Maduro
  • 94. PRINCIPAIS COMPONENTES DO CARISMA Para Weber, os principais componentes do carisma são: • A natureza extraordinária, geralmente de caráter mágico, de uma extraordinária, personalidade que se supõe dotada de poderes excepcionais que a colocam acima das demais; • A confiança dos liderados a qual motiva um profundo sentimento de dever por parte dos que crêem fielmente no carisma de alguém; • O sucesso, identificado especialmente a algum “estado de prosperidade” que sucesso, propicia à comunidade dos fiéis o advento do líder carismático; • O caráter emocional da própria comunidade carismática, que não dispõe de autoridades estabelecidas ou hierárquicas, nem de status jurídicos abstratos, o que permite ao carisma uma forma de dominação essencialmente irrestrita; • A natureza essencialmente desregulada da dominação pelo carisma que é também irracional, destrutiva e subversiva; • A tendência antiutilitária da missão, que opõe o carisma ao econômico e missão, lhe confere o caráter de vocação genuína ou tarefa íntima. Fonte: M E Freitas
  • 95. CARISMA INSTITUCIONAL Os elementos citados por Weber como componentes do carisma estão também presentes num carisma institucional: • A natureza extraordinária da organização que se pretende onipresente e perfeita; • A confiança que ela é capaz de despertar nos seus membros e no seu público externo, enquanto grandiosa e perene; • O sucesso que pode ser atestado por suas grandes conquistas, seu constante crescimento e sua extraordinária capacidade de manter-se jovem; manter- • A caráter emocional que ela é capaz de despertar em seus membros, quando se utiliza dos rituais de realização e de grandes cerimônias, bem como o fervor e a lealdade que ela é capaz de fazer surgir no meio da comunidade; • A natureza desregulada da dominação pelo carisma também pode ser vista como a idealização apenas parcial que ela consegue produzir; • A tendência antiutilitária da missão também está presente quando ela exclui qualquer menção dos aspectos econômicos do negócio. Fonte: M E Freitas
  • 96. CULTURA E COMUNIDADE • Cultura é comunidade: é resultante de como as pessoas se inter-relacionam. inter- • São padrões alicerçados e construídos sobre interesses comuns e obrigações mútuas. Rob Goffee e Careth Jones
  • 97. COMUNIDADE • A comunidade pode ser vista sob dois prismas distintos: • SOCIABILIDADE: é um medidor da genuína amizade, “amicabilidade” entre membros de uma comunidade. • SOLIDARIEDADE: é um medidor da capacidade da comunidade de perseguir, rápida e eficazmente, objetivos compartilhados. Rob Goffee e Careth Jones
  • 98. DUAS DIMENSÕES E QUATRO CULTURAS alta S O C I Em rede Comunal A B I L I D A Fragmentada Mercenária D E baixa SOLIDARIEDADE baixa alta Rob Goffee e Careth Jones
  • 99. DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE GERENCIAL Identidade Gestão do estresse Estágios de Motivação desenvolvimento Gestão do tempo Tomada de decisão