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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
Manual Básico de Segurança em
Prensas e Similares
Identificação de Riscos e Prevenção de Acidentes
Adequação a NT 16/2005
RS
Setembro de 2006
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 05
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09
2 PRENSAS ........................................................................................................ 10
2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA
OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE – PMEEC ............................................ 10
2.1.1 Estrutura ............................................................................................. 11
2.1.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 11
2.1.3 Zona de prensagem ........................................................................... 16
2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por
chaveta ......................................................................................................... 18
2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM –
PMEFE ............................................................................................................. 19
2.2.1 Estrutura ............................................................................................. 21
2.2.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 21
2.2.3 Sistema freio/embreagem ................................................................. 23
2.2.3.1 Sistema conjugado ........................................................................ 24
2.2.3.2 Sistema separado .......................................................................... 24
2.2.4 Válvula de segurança ........................................................................ 25
2.2.5 Zona de prensagem ........................................................................... 26
2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com
freio/embreagem ......................................................................................... 27
2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR
FUSO - PMFAF................................................................................................. 29
2.3.1 Estrutura ............................................................................................. 30
2.3.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 30
2.3.3 Zona de prensagem ........................................................................... 31
2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso ......................... 31
2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS – PH ............................................................... 34
2.4.1 Estrutura ............................................................................................. 34
2.4.2 Principais componentes da PH ........................................................ 35
2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico ..................................... 36
2.4.2.2 Válvula de retenção ....................................................................... 37
2.4.3 Zona de prensagem ........................................................................... 38
2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas .................................................... 38
3 EQUIPAMENTOS SIMILARES ....................................................................... 40
3.1 MARTELO PNEUMÁTICO ......................................................................... 40
3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos ................................................ 40
3.2 MARTELO DE QUEDA .............................................................................. 41
3.2.1 Proteção em martelos de queda ...................................................... 41
3.2.2 Cinta .................................................................................................... 42
3.2.3 Volantes e polias ............................................................................... 42
3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA ................................................. 43
3.3.1 Proteção em dobradeiras .................................................................. 44
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
3
3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E
HIDRÁULICA) ................................................................................................. 47
3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras ....................... 48
3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ................................. 49
3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra ..................... 51
4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES ............................................. 52
4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS ................................................... 54
5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO / EXTRAÇÃO .............................................. 56
5.1 MANUAL .................................................................................................... 56
5.2 GAVETA .................................................................................................... 58
5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER .............................. 59
5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO ... 60
5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ ..................................................................... 61
5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO ........................ 61
5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA ................................................ 62
5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras ............................ 62
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA
DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO ............................................................. 65
6.1 PROTEÇÕES FIXAS ................................................................................. 65
6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS ............................................................................. 65
6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM .............................. 66
6.4 FERRAMENTA FECHADA ........................................................................ 68
6.5 COMANDO BI-MANUAL ............................................................................ 70
6.6 CORTINA DE LUZ ..................................................................................... 71
7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA
MONITORAMENTO DE ÁREA .......................................................................... 75
7.1 SCANNER ................................................................................................. 75
7.2 TAPETE DE SEGURANÇA ....................................................................... 76
8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA .......................................... 78
9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO ........................................... 79
10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA .............................................. 80
10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA . 81
10.2 RELÉS DE SEGURANÇA ....................................................................... 81
11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA .... 83
12 PLATAFORMAS DE ACESSO ..................................................................... 85
13 MANUTENÇÃO ............................................................................................. 86
14 ATERRAMENTO ELÉTRICO ........................................................................ 88
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
4
15 TRANSFORMAÇÃO DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING ......... 89
16 ASPECTOS ERGONÔMICOS ...................................................................... 90
17 TREINAMENTO .............................................................................................
17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO ...............................................
91
91
18 DAS RESPONSABILIDADES ....................................................................... 93
18.1 DO FABRICANTE .................................................................................... 95
18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E
SIMILARES ...................................................................................................... 96
18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES) ........... 97
19 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 98
ANEXOS ............................................................................................................. 99
ANEXO A – Nota Técnica nº 16/2005 ................................................................ 99
ANEXO B – Diagrama de hierarquia da legislação ............................................ 108
ANEXO C – Classificação e resumo das principais normas de segurança de
máquinas ............................................................................................................ 109
ANEXO D – Sugestão de planilhas e check-list de cadastro, treinamento,
manutenção e procedimento seguro de trabalho ............................................... 115
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 125
GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 127
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
5
APRESENTAÇÃO
No início da década de 1980, entidades representativas de trabalhadores,
começavam a externalizar para a sociedade o sofrimento das vítimas de acidentes
de trabalho. Significativa parcela das lesões dos membros superiores se originava
de trabalho com prensas e similares.
Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores1
pesquisaram
condições de trabalho com prensas mecânicas nas indústrias da zona norte da
cidade de São Paulo, revelando que 91% destas máquinas eram do tipo “engate de
chaveta”; 38% exigiam o ingresso das mãos dos operadores nas zonas de
prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situações
corroboravam o elevado número de acidentes graves apresentados nas estatísticas
da Previdência Social.
A grande quantidade destas máquinas instaladas no parque fabril nacional
levou à necessidade de ações coletivas.
Num esforço para reversão desta situação, de 1993 a 1995, a Convenção
Coletiva Geral dos Metalúrgicos de São Paulo promoveu a criação de uma
subcomissão bipartite de caráter permanente, específica para estudar o assunto.
Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnóstico aperfeiçoado, abriu a
discussão com órgãos públicos, técnicos e acadêmicos, além das representações
sindicais, visando o estabelecimento de proteções e procedimentos para trabalho
seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS – Programa de Prevenção
de Riscos em Prensas e Similares.
Na continuidade, a Portaria DRT/SP nº 50 de 11/9/1997 cria a Comissão de
Negociação Tripartite sobre proteção em Prensas Mecânicas, onde evoluiu o
entendimento entre as partes.
1
MAGRINI Rui; MARTARELLO, Norton. Condições de trabalho na operação de prensas. In: Costa e cols.
Programa de saúde dos trabalhadores, Experiência da Zona Norte : Uma Alternativa em saúde pública. São
Paulo, Hucitec, 1989. p. 267-294.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
6
Em abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurança e
Saúde no Trabalho, que premiou com o 1º lugar, dentre concorrentes internacionais,
o vídeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos
Metalúrgicos de SP, “Máquina Risco Zero”, demonstrando o andamento das
negociações e meios de prevenção de acidentes com prensas e similares.
Embalados pelo clima festivo da premiação e pelo estabelecimento, desde o
final de 1997, da proibição de construção de prensas com engate de chaveta,
através da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecânica – Requisitos de Segurança,
foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Convenção Coletiva adotando a
obrigatoriedade de implantação do PPRPS pelos signatários, com alcance aos
municípios de São Paulo, Mogi das Cruzes e região.
Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidentes de trabalho
demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por
soluções coletivas.
Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. João Fernando dos Santos Mello e
colaboradores, analisaram extensa casuística de traumatismos de mão, causados
por acidentes de trabalho.
Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes:
500 (30%) atingiram a mão do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputação
de dedos. O mesmo estudo apontou que a indústria metalúrgica foi responsável por
50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as máquinas que mais
vitimaram trabalhadores.
A DRT/RS procurou estabelecer instâncias de negociação tripartite, a
exemplo do que já vinha acontecendo no centro do país, buscando a sinergia das
ações desenvolvidas em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego e
representações de trabalhadores e empregadores.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
7
Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos
do trabalho no país, em 2000 foi estabelecida como meta macro regional no Estado
do RS, a redução de acidentes na indústria metalúrgica.
Durante o ano de 2000 foi elaborado um diagnóstico para priorização de
estratégias de redução de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo apresentado
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social – Máquinas e Acidentes de
Trabalho, que identificou dentre as máquinas que mais causam acidentes, as
prensas para metalurgia, responsáveis por 42% dos casos de esmagamento de
dedos ou de mãos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves
causados por máquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorre em
razão da utilização de máquinas obsoletas e inseguras.
Em 2001, dentre as ações para enfrentamento do problema, surgiu a
necessidade da criação do Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares,
instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificação e
formas de erradicação dos riscos mais comuns presentes nas operações com
prensas e similares, incluindo a divulgação da NBR 13536 - Máquinas injetoras para
plásticos e elastômeros - requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção
e utilização.
Mais recentemente, a convenção coletiva que estabelecia o PPRPS foi
ampliada para as outras convenções já existentes, como de injetoras e galvânica, e
estendida para todo estado de São Paulo.
Em 2004, o Ministério do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas
práticas em nível nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores e fabricantes,
publicou nota técnica, que levou o número NT 37/2004, a qual estabeleceu
princípios para proteção de prensas e similares, nota esta que foi substituída pela
Nota Técnica de número NT 16/2005, com pequenas adequações.
O presente manual, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo
potencializar as ações tripartites, divulgar boas práticas a serem adotadas por todos
aqueles que fabricam e utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
8
trabalho, e, fundamentalmente, bem orientar empresas e empregados com relação
às regras básicas de segurança que deverão ser atendidas no dia-a-dia, no intuito
de preservar a integridade física do trabalhador.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
9
1 INTRODUÇÃO
Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não
tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos
apropriados de segurança para o seu, conforme disposto na NR 12 – Máquinas e
Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como o
objetivo deste Manual é trazer condições mínimas de proteção a um grupo
específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar-
se-á a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento.
Este Manual classifica as prensas mais encontradas na indústria, e que
deverão ser equipadas com dispositivos de segurança citados na NT 16/2005,
conforme segue.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
10
2 PRENSAS
Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais
diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema
hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o
movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas,
manivelas ou fusos).
As prensas, quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo,
apresentam diversas modalidades. Neste manual abordaremos as mais utilizadas no
parque industrial brasileiro.
2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU
ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC
As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) têm
como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo
em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com um
montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do
volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou
inclinada.
O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade
de um eixo, através de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa
(meia cana). Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica,
alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em
movimento linear.
Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou
comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), um
dispositivo mecânico ou pistão hidráulico movimenta um pino em forma de “L”,
puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada à bucha de
engate, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica,
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
11
transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e
subida do martelo.
As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma
vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do
martelo a partir de sua posição inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), até o Ponto
Morto Inferior (PMI), e retorno à posição inicial do ciclo, não sendo possível
comandar a parada imediata do martelo após iniciado o seu movimento de descida.
Este é o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa
complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde são
requeridos maior precisão e repuxos pouco profundos.
Figura 1 –MEEC completamente desprotegida.
2.1.1 Estrutura
A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa
de aço soldada.
2.1.2 Cadeia cinemática
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
12
São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as
correias, etc.
Figura 2 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMEEC.
Figura 3 – Eixo excêntrico da PMEEC.
Figura 4 – Biela da PMEEC. Figura 5 – Eixo rompido da PMEEC.
Legenda:
A - Motor
B - Volante
C - Eixo
D - Biela
E - Martelo
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
13
IMPORTANTE
O conjunto ponta do eixo biela deverá ter proteção fixa, integral e resistente,
pois em caso de ruptura do eixo (Figura 5) por sobrecarga ou fadiga, evitará
que a biela se projete sobre o operador.
Figura 6 – Martelo.
Figura 7 – PMEEC com risco de queda Figura 8 – PMEEC com proteção contra queda
de biela por rompimento do eixo. da biela.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
14
Figura 9 – Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo).
Figura 10 – Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas
e eixo.
Figura 11 – Pino L e chaveta: detalhe.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
15
Figura 12 – Componentes montados. Figura 13 – Chaveta quebrada.
IMPORTANTE
Devido às suas características construtivas, é freqüente nestas prensas a
ocorrência de um fenômeno denominado “REPIQUE” (repetição de golpe),
devido a falhas mecânicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou
desgaste da chaveta ou do pino “L”, relaxamento das molas, entre outros,
ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.
Principais causas do REPIQUE:
1. Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra a lingüeta partindo
então para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato.
2. O outro tipo se refere à escora, ou lingüeta, que retorna para sua posição
desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta pára, mas em posição
precária ou instável e, desse modo, ela pode então retomar novo ciclo, sem ter
havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa
o mais inesperado, portanto é o que oferece o maior risco de acidentes.
3. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe
redobrado ou repique é a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da
máquina está normalmente submetido a diversos e repetitivos esforços, que
podem alcançar 8000 ciclos/dia.
Merece especial atenção:
Prensas que utilizam bolsa (almofada) de ar, pois sofrem contra-golpe após a
batida, desincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique.
Quando a máquina possui elementos acumuladores de fluídos incorporados
ao seu sistema de comando, deverá ser analisada a necessidade de inspeção
no(s) reservatório(s), conforme estabelecido na NR13.
RUPTURA
DE
CHAVETA
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
16
Figura 15 – Reservatório de fluído.
Figura 14 – Reservatório de fluído instalado na
prensa desprotegida.
2.1.3 Zona de Prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental,
é chamado Zona de Prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nela
encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a
cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada.
Por este motivo deverá ser impedido o acesso por todos os lados, através de
proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho.
Para manutenção ou troca de ferramental, poderá se dispor de proteção
móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de
movimento); deverá ainda se utilizar dispositivo de retenção mecânica (calço)
instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave
seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça
qualquer partida inesperada.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
17
IMPORTANTE
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.
Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim
de eliminar o pedal, porém não constituem proteção.
Figura 16 – PMEEC totalmente Figura 17 – PMEEC totalmente desprotegida
desprotegida com pedal. com alavanca.
Poderá ser admitida a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática
ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção, respeitando as dimensões previstas
na NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à Zona de Prensagem através
de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
18
Figura 18 – Pedal elétrico protegido contra
acionamento acidental (caixa de proteção).
2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta
Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser
garantido o impedimento físico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta,
e especialmente das mãos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as
empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnológicos:
a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de
troca freqüente de ferramentas com proteções móveis dotadas de
intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, de
modo a permitir a abertura somente após a parada total dos
movimentos de risco ou,
b) operar somente com ferramentas fechadas.
IMPORTANTE
Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser
adotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerada
situação de grave e iminente risco a falta de proteção que impeça o acesso das
mãos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata
interdição do equipamento pela fiscalização do Ministério do Trabalho.
Dispositivos como pinças magnéticas ou mecânicas e tenazes podem ser
utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com
medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador à área de
risco, ficando vedado o uso de afasta-mão ou similar para operações de
qualquer espécie.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
19
Deverão ainda, ser providas de proteção fixa integral e resistente, através de
chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas
de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas proteções
deverão prever a retenção mecânica dos componentes quanto à queda por ruptura
dos mesmos.
2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM - PMEFE
As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também
têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do
martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com
um montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do
volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou
inclinada.
O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade
de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o
eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela
transformação do movimento rotativo em movimento linear.
Figura 19 – PMEEC desprotegida. Figura 20 – PMEEC dotada de proteção
móvel intertravada na zona de prensagem.
(própria para troca freqüente de ferramenta)
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
20
Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou
comando bi-manual, uma ou mais válvulas pneumáticas ou hidráulicas recebem o
sinal, permitindo a entrada do fluído, liberando o freio e, simultaneamente,
acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto
eixo/bucha excêntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o
trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fluído é
liberado e o martelo pára, através do freio que é acionado por molas, pois estas
unidades são normalmente freadas.
Diferentemente das Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta
(PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do
martelo interrompido durante o ciclo de trabalho.
As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também
podem apresentar o “repique” (repetição de golpe), devido a falhas na válvula ou no
sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a
descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.
Os pedais de acionamento estão historicamente ligados a acidentes e devem
ser evitados, porém em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de
acionamento através de controle bi-manual, poderá ser admitido o uso de pedais
com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa
de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem
protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta
fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na
prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função
similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os
pedais sejam acionados.
Este tipo de prensa, por ser mais confiável e ter as mesmas características de
produção, tende a substituir as Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por
Chaveta (PMEEC) nas indústrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no
restante do mundo.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
21
2.2.1 Estrutura
Pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço
soldada.
2.2.2 Cadeia cinemática
São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.
Figura 21 – Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
22
Figura 22 – Eixo excêntrico.
Figura 23 e 24 – Biela com martelo acoplado e martelo biela simples.
Por se tratar de prensa excêntrica mecânica, deverá receber proteção fixa,
integral e resistente contra queda da biela e nas transmissões de força, através de
chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas
de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens.
Figura 25 – PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
23
Figura 26 – PMEFE protegida.
2.2.3 Sistema Freio/Embreagem
Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotação ao mecanismo
biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posição do curso de
deslocamento do martelo.
Figura 27 – Conjunto Freio / Embreagem Figura 28–ConjuntoFreio/ Embreagem:
instalado. detalhes.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
24
2.2.3.1 Sistema Conjugado
Seu acionamento pode ser pneumático ou hidráulico; uma vez acionada a
válvula de segurança o fluído é introduzido na câmara, que libera o freio e aciona a
embreagem. Executado o ciclo, este fluído é liberado e a prensa pára através do
freio acionado por molas.
2.2.3.2 Sistema Separado
Para prensas de grande porte, a embreagem é montada de um lado da
máquina e o freio do outro. A embreagem é ancorada ao volante sendo necessárias
duas válvulas de segurança; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o
freio antes da embreagem e atuando o freio após a liberação da embreagem.
Figura 29 – Sistema de freio/embreagem posição de repouso –
máquina parada.
Fonte: SENAI/SP.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
25
Figura 30 – Sistema freio/embreagem posição de funcionamento –
máquina em movimento.
Fonte: SENAI/SP.
2.2.4 Válvula de segurança
As prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e seus respectivos
similares devem ser comandados por válvula de segurança específica, de fluxo
cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930 e a EN 692, classificadas como tipo ou
categoria 4, conforme a NBR 14009.
A confiabilidade da precisão de parada de movimento do martelo depende da
válvula de segurança ser livre de pressão residual, evitando uma nova descida
involuntária do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da
descida do martelo através de uma rápida liberação do ar e o acoplamento do freio.
A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado à válvula de
segurança ou em qualquer outro componente do sistema, de modo a impedir
qualquer acionamento adicional em caso de falha.
Nos modelos de válvulas com monitoração dinâmica externa por pressostato,
micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por Controlador
Lógico Programável (CLP) de segurança ou lógica equivalente, com redundância e
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
26
auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009.
Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não apresentem risco de
entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao diâmetro nominal,
de maneira que não interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas
válvulas de segurança independentes para o comando de prensas e similares com
freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer
uma monitoração dinâmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente
aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e também impedir que a
embreagem seja acoplada caso a válvula do freio não atue. Os sistemas de
alimentação de ar comprimido para circuitos pneumáticos de prensas e similares
devem garantir a eficácia das válvulas de segurança, possuindo purgadores ou
sistema de secagem do ar e sistema de lubrificação automática com óleo específico
para este fim.
Figuras 31 e 32 – Válvula pneumática de segurança de fluxo cruzado com silenciador
incorporado para PMEFE.
2.2.5 Zona de prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é
chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesta
encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a
cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das
prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem
poderá dispor de variados recursos para proteção.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
27
2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem
Para as prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem, além das proteções
físicas é possível dispor de proteções com detecção através da aproximação, tais
como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR-
14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao
número de operadores na máquina.
As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas com
redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EN
61496:2004 e a NBR NM14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a áreas de
risco não-monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis
dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas,
conforme NBR NM 272:2002 NBR NM 273:2003.
Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias
(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
28
Figura 33 – PMEFE: zona de prensagem
desprotegida.
Figura 34 – PMEFE: zona de prensagem
protegida.
Figura 35 – Exemplo de fluxo seqüencial dos dispositivos de segurança de parada da
PMEFE.
IMPORTANTE
Para garantir a parada da máquina, deverão estar adequadamente
dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a válvula de
segurança e a cortina de luz monitorado por relé ou CLP de segurança. É
fundamental o monitoramento do freio .
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
29
2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR FUSO -
PMFAF
Neste tipo de prensa, conhecida também por prensa tipo parafuso ou prensa
por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversível,
sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados
verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto
superior do fuso, permitindo deste modo a realização do movimento de descida e
subida do martelo por meio do atrito dos volantes laterais com o volante horizontal.
Esta máquina não é de ciclo completo, permitindo a parada do martelo
durante seu movimento de descida; todavia, a grande inércia existente no sistema
não permite a precisão na parada do martelo.
Nesta máquina não é possível a adoção de dispositivos de detecção através
da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-
manual para comandar a parada do martelo.
Figura 36 – PMFAF completamente desprotegida.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
30
2.3.1 Estrutura
Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou
em chapa de aço soldada.
2.3.2 Cadeia cinemática
São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc.
Figura 37 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMFAF.
Figura 38 – Fuso. Figura 39 – Volante.
Legenda:
A – motor
B – polias
C – volantes
D – eixo
E – fuso (parafuso)
F - martelo
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
31
2.3.3 Zona de prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é
chamado de zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Neste
espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode
ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Nesta máquina
não é possível a incorporação de dispositivos de segurança como cortina de luz e
comando bi-manual para prover proteção na zona de prensagem.
Figura 40 – PMFAF com zona de prensagem desprotegida.
2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso
Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate de
chaveta, deverá ser impedido o acesso à zona de prensagem por todos os lados,
através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda
operar com ferramentas fechadas, conforme a NBRNM 272:2002.
Em situações de trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais
de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente
protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
32
e descarga com o uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de
proteção que garantam o distanciamento do trabalhador
As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens,
devem ter proteções fixas, integrais e resistentes, através de chapa ou outro material
rígido que impeça o ingresso das mãos e dos dedos nas áreas de risco, conforme a
NBR NM 13852:2003.
A proteção dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para
impedir a projeção dos mesmos. No caso de utilização de cinta de atrito no volante
horizontal, esta deverá receber proteção para evitar que partes sejam lançadas no
caso de seu rompimento.
Para manutenção ou troca de ferramental, é necessária a utilização de
proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de
detecção de movimento), devendo ainda utilizar-se dispositivo de retenção mecânica
(por exemplo: calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser
provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de
bloqueio que impeça a partida da mesma.
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.
Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores, a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Poderá ser admitida, para
trabalhos a frio, a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou
hidráulica, dentro de uma caixa de proteção respeitando as dimensões previstas na
NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à zona de prensagem através de
barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
33
Figura 41 – PMFAF com proteção nos volantes.
IMPORTANTE
Braço de Alavanca de Acionamento.
Para evitar acidentes com o braço de alavanca de acionamento, basta fixar
um cabo de aço ao braço e parafusar no corpo da máquina. Mesmo que o
braço venha a se romper, ficará preso no cabo de aço.
Figura 42 – PMFAF: detalhe alavanca desprotegida.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
34
2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS (PH)
Tais prensas são normalmente utilizadas em operações de repuxo profundo,
pois possuem as maiores capacidades de força de estampagem. As prensas
hidráulicas (PH) têm como característica a força constante em qualquer ponto do
curso do martelo e possuem, geralmente, o corpo em forma de “H”, com duas ou
quatro colunas, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada, podendo ter
inúmeras outras características adicionais, como o duplo e o triplo efeito.
Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou
comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), o martelo
recebe o movimento de um ou mais cilindros hidráulicos que se deslocam pela ação
do fluído (óleo) que é injetado por bombas hidráulicas de alta pressão e motores
potentes. Seu movimento, na maioria das vezes, é lento e, do mesmo modo que nas
PMEFE, pode ser interrompido a qualquer momento do ciclo de trabalho.
As Prensas Hidráulicas (PH), por suas características peculiares, podem
apresentar falhas como:
- Avanço involuntário (válvula pilota sozinha);
- Falha no comando das válvulas (não desliga(m));
- Queda do martelo.
As prensas hidráulicas podem possuir modo de acionamento contínuo com o
uso de alimentadores automáticos; nesta condição, os riscos de acidentes são
maiores, já que não existe comando do homem para a execução do ciclo.
2.4.1 Estrutura
Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou
em chapa de aço soldada.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
35
Figura 43 – PH: Prensa hidráulica.
2.4.2 Principais Componentes da PH
Figura 44 – Cilindro hidráulico. Figura 45 – Desenho em corte de
cilindro hidráulico.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
36
Figura 46 – Conjunto motobomba.
Figura 47 – Válvulas hidráulicas.
Figura 48 – Reservatório de fluído hidráulico.
2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico
São dispositivos eletromecânicos especiais instalados em sistema hidráulicos,
com a finalidade de controle seguro contra acionamentos involuntários ou falhos de
componentes comandados que acionem partes de máquinas que coloquem em risco
o indivíduo ou que possuem redundância e monitoração do acionamento das
válvulas.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
37
Figura 49 – Bloco de segurança para PH. Figura 50 – Válvula de segurança para PH.
2.4.2.2 Válvula de retenção
Válvula de retenção é aquela que impeça a queda do martelo em caso de
falha do sistema hidráulico ou pneumático.
Figura 51 – Válvula hidráulica de retenção anti-queda.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
38
2.4.3 Zona de prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é
chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesse
espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode
ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente
das prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem
poderá dispor de variados recursos para proteção.
2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas
Além das proteções físicas é possível dispor de proteções com detecção
através da aproximação, tais como cortinas de luz e dispositivos de comando bi-
manual, que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-
manuais deve corresponder ao número de operadores na máquina.
As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas, com
redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EM
61496:2004 e a NBR 14009:1997. Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco
não monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis dotadas
de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas,
conforme a NBRNM 272:2002 e NBR 273:2002
Os pedais de acionamento devem ser evitados; porém, em casos onde
tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi-
manual, poderá ser admitido o uso de pedais com atuação elétrica, pneumática ou
hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento
acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física,
cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá
corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições
tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento
acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
39
Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias
zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica.
Figura 52 – PH com zona de prensagem
desprotegida.
Figura 53 – PH protegida por cortina de luz.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
40
3 EQUIPAMENTOS SIMILARES
A seguir estão elencados as principais máquinas ou equipamentos similares mais
encontrados no parque fabril brasileiro.
3.1 MARTELO PNEUMÁTICO
O martelo pneumático é usado para o forjamento de peças. Possui uma
câmara pneumática que fica constantemente pressurizada por meio de válvulas de
ar. Quando é acionado, a válvula libera o ar comprimido que libera o martelo,
permitindo sua descida por gravidade ou pela força exercida por outra câmara de ar
comprimido. No mesmo, não é possível a adoção de dispositivos de detecção
através da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando
bi-manual para comandar a parada do martelo.
Figura 54 - Martelo desprotegido.
3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos
Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por
chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados,
através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de
trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com
atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra
acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
41
uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que
garantam o distanciamento do trabalhador.
Para manutenção e troca de ferramentas, a máquina deverá ter suas energias
(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.
Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção.
Além das proteções já elencadas para as prensas mecânicas excêntricas de
engate por chaveta, deverão ser adotados:
– o parafuso central da cabeça do amortecedor preso com cabo de aço;
– o mangote de entrada de ar com proteções que impeçam sua projeção em
caso de ruptura;
– todos os prisioneiros (inferior e superior) travados com cabo de aço para
evitar a projeção.
3.2 MARTELO DE QUEDA
Seu princípio de funcionamento consiste de um conjunto de elementos
formados por estrutura de aço, volantes que giram livremente em relação ao eixo
central, cinta de lona fixada em uma das extremidades ao eixo central e na outra ao
martelo. A trajetória do martelo é delimitada pelos perfis de aço fixados à estrutura.
Uma vez acionado, o eixo passa a girar acoplado aos volantes, enrolando assim a
cinta e suspendendo o martelo. Na continuidade, este é liberado e desce em queda
livre, conformando a peça.
3.2.1 Proteção em martelos de queda
Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por
chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados,
através de proteção física fixa, durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
42
trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com
atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra
acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o
uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que
garantam o distanciamento do trabalhador.
Para manutenção e troca de ferramenta a máquina deverá ter suas energias
(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento;
comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção.
3.2.2 Cinta
A área de atuação da cinta deve ser munida de proteção física fixa que
garanta a segurança humana em caso de ruptura da mesma.
3.2.3 Volantes e polias
O Volante e as polias deverão ser protegidos por estrutura rígida que garanta
a contenção dos elementos girantes em caso de ruptura dos eixos.
Figura 55 – Martelo de queda com proteção aberta, exibindo cinta e desenho esquemático.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
43
3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA
Os tipos mais comuns de dobradeira ou prensa viradeira possuem
acionamento hidráulico através de cilindros e acionamento mecânico através de
freio/embreagem ou engate por chaveta. Seu princípio de funcionamento é o mesmo
das prensas mecânicas ou hidráulicas. São utilizadas para dobrar chapas de acordo
com a matriz que está sendo empregada, normalmente estreitas e longas.
Figura 56 – Dobradeira vista frontal.
Figura 57 – Dobradeira vista traseira.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
44
3.3.1 Proteção em dobradeiras
As dobradeiras devem possuir proteções em todas as áreas de risco, podendo
ser fixas, móveis, dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança e/ou
dispositivos eletrônicos, suficientes para prevenir a ocorrência de acidentes.
Estes equipamentos têm como concepção construtiva os mesmos elementos
das prensas, ou seja, o emprego de chavetas, freio/embreagem ou hidráulico. Assim
como as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, as dobradeiras com
acionamento por engate de chaveta não oferecem segurança contra falhas
mecânicas, sendo que o acionamento bi-manual ou proteção contra ingresso da
mão na zona de operação por cortina de luz, por si só, não garantem a segurança.
As dobradeiras hidráulicas e as com freio/embreagem pneumático podem
dispor de proteções do tipo cortina de luz, desde que adequadamente selecionada e
instalada e/ou acionamento bi-manual.
Nas operações com dobradeiras podem ser utilizados os pedais com atuação
elétrica, pneumática ou hidráulica, desde que instalados no interior de uma caixa de
proteção, atendendo o disposto na NBR NM ISO 13853. Não se admite o uso de
pedais com atuação mecânica. Pode ser afastada a exigência de enclausuramento
da zona de prensagem, desde que adotadas medidas adequadas de proteção aos
riscos existentes. O número de pedais deve corresponder ao número de operadores
na máquina, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função
similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem que todos os
pedais sejam acionados, conforme a NBR 14154.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
45
Figura 58 – Dobradeira com uso inadequado de pedal.
IMPORTANTE
É proibida a utilização de pedal mecânico para acionamento de prensas
dobradeiras.
Nas dobradeiras com acionamento por engate de chaveta ou freio embreagem
mecânico, jamais devem ser trabalhadas peças de pequenas dimensões, onde o
operador fica segurando a peça a ser dobrada próximo à matriz até a conformação,
pois, uma vez acionada, o punção parte do ponto morto superior diretamente para o
ponto morto inferior, sendo impossível parar este movimento.
O uso das dobradeiras com engate por chaveta só é permitido para chapas
grandes, onde o operador não necessita aproximar-se da zona de operação.
Cuidados adicionais, como emprego de posicionadores, devem ser adotados a
fim de evitar riscos adicionais no momento da conformação da peça, pois
dependendo do ângulo da ferramenta a chapa poderá sofrer uma rápida
movimentação, partindo da posição horizontal paralela à mesa para uma posição
próxima da vertical, podendo atingir o trabalhador neste curso, ou provocar a
prensagem dos dedos entre a chapa e o corpo da máquina.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
46
Figuras 59 e 60 – Desenho do curso da ferramenta de dobra.
Figura 61 – Posicionador imantado.
Figura 62 – Colocação da peça no posicionador imantado.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
47
Figura 63 – Encosto imantado.
Figura 64 – Encosto imantado sobre a peça.
3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E
HIDRÁULICA)
Seu princípio de funcionamento é semelhante ao da prensa mecânica e
hidráulica, diferenciando-se apenas pelo movimento vertical que, neste caso, é feito
pelo suporte das lâminas de corte na parte superior.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
48
No caso de tesouras, estes equipamentos operam com jogo laminar inferior e
superior (facas), geralmente acionados por cames ou cilindros hidráulicos, porém
suas funções são de corte.
3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras
As guilhotinas, tesouras e cisalhadoras devem possuir na zona de corte,
proteção fixa e, havendo necessidade de intervenção freqüente nas lâminas,
proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de
segurança, para impedir o ingresso das mãos e dedos dos operadores nas áreas de
risco. As dimensões para distanciamento seguro devem obedecer a NBR NM-ISO
13852. Nas operações com guilhotinas, com a zona de corte devidamente protegida,
podem ser utilizados os pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica,
desde que instalados no interior de uma caixa de proteção, atendendo o disposto na
NBR NM ISO 13853. Não se admite o uso de pedais com atuação mecânica.
Figura 65 – Guilhotina.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
49
Figura 66 – Guilhotina com proteção frontal.
Figura 67 – Guilhotina com proteção lateral e traseira.
3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA
São equipamentos destinados a conformar e laminar chapas através de rolos
de aço tracionados por sistema mecânico com motor e redutor ou motor hidráulico.
3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra
Os rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros similares devem ter
seus cilindros protegidos, de forma a não permitir o acesso às áreas de risco, ou
serem dotados de outro sistema de proteção de mesma eficácia.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
50
Dispositivos de parada e retrocesso de emergência, acessíveis de qualquer
ponto do posto de trabalho, são obrigatórios, mas não eliminam a necessidade de
proteção obrigatória e eficaz dos cilindros.
Figura 68 – Calandra sem proteção.
Figura 69 – Calandra com proteção do tipo mesa deslizante e empurrador.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
51
Figura 70 – Cilindro misturador de borracha.
Cilindro misturador de borracha com seis chaves de emergência (1 barra
inferior frontal e outra traseira, botoeira direita e esquerda na zona de operação
frontal e traseira) que uma vez acionadas, ativam o circuito de frenagem e reversão
do motor.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
52
4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES
São blocos de aço que possuem o formato “negativo” da peça, presos nas
partes superior e inferior das prensas e equipamentos similares, que devem atender
aos seguintes requisitos de segurança:
– ser armazenados em locais próprios e seguros;
– ser fixados à máquina da forma mais segura, sem improvisações;
– ser construídos de tal forma que evitem a projeção de rebarba sobre o
operador;
– ser dotados de dispositivos extratores que facilitem a retirada das peças e
que não ofereçam riscos adicionais ao operador.
IMPORTANTE
Procedimentos seguros devem ser elaborados e seguidos para manuseio,
movimentação e troca de ferramental por trabalhadores capacitados,
observando-se sempre o uso de dispositivos de retenção mecânica (calço de
segurança);
As ferramentas podem ainda incorporar, preferencialmente em sua fase de
projeto, sistemas de alimentação/extração como os que veremos em capítulo
posterior específico.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
53
Figura 71 – Desenho em corte ferramenta.
Figura 72 – Estampo.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
54
Figura 73 – Armazenamento de ferramentas.
4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS
A movimentação das ferramentas deverá ser executada de maneira segura,
através de dispositivos de movimentação que reduzam o esforço físico do
trabalhador.
Figura 74 – Movimentação por ponte rolante.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
55
Figura 75 – Movimentação por carrinho.
IMPORTANTE
Os equipamentos de movimentação de materiais devem seguir os requisitos
estabelecidos na NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Materiais.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
56
5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO/EXTRAÇÃO
5.1 MANUAL
O operador posiciona e extrai a peça que está sendo trabalhada diretamente na
área da matriz da máquina. Este tipo de alimentação somente é aceito quando
adotados adequadamente os dispositivos de proteção aos riscos existentes na zona
de prensagem ou trabalho, ficando proibido em qualquer circunstância o uso de
salva-mão ou afasta-mão.
Não é permitido o uso de pinças ou tenazes, exceto nas operações a quente ou
a morno, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o
distanciamento do trabalhador às áreas de risco.
Figura 76 – Dispositivo salva-mão.
IMPORTANTE
O sistema de salva-mão não pode ser utilizado como proteção para
equipamentos de prensas ou similares.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
57
Figura 77 – Alimentação manual com pinça.
IMPORTANTE
A alimentação manual de prensas ou similares através de sistema de pinças é
proibido.
Figura 78 – Alimentação manual em zona de prensagem protegida.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
58
5.2 GAVETA
No sistema de gaveta, a peça a ser prensada é alojada fora da matriz, em um
dispositivo previamente preparado. Empurra-se o dispositivo em forma de gaveta
para a zona de prensagem. Aciona-se a prensa, e ocorre a conformação. Cabe
ressaltar que a zona de prensagem deverá estar adequadamente protegida.
Figuras 79, 80 e 81 – Gaveta.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
59
Figura 82 – Sistema de alimentação por gaveta.
5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER
Neste sistema, a peça a ser prensada é colocada na mesa pelo lado de fora da
zona de prensagem e girada para dentro dela. Sua remoção pode se dar na
continuidade do giro, após a prensagem. A zona de prensagem deve estar
adequadamente protegida.
Figura 83 – Sistema de alimentação por bandeja rotativa ou tambor de revólver.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
60
5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO
Neste sistema é adaptada à ferramenta, calhas inclinadas para alimentação por
gravidade. A expulsão da peça da zona de prensagem ocorre através de ar
comprimido, com deslizamento pela calha de saída. A zona de prensagem deve
estar adequadamente protegida.
Figura 84 – Exemplo de alimentação por gravidade.
Figura 85 – Zona de descarregamento de peças ou retalhos (parte traseira da prensa).
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
61
5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ
É um dispositivo que faz o movimento de colocação e retirada da peça na zona
de prensagem da máquina. A pinça magnética não é considerada uma mão
mecânica.
É importante ressaltar que este tipo de alimentação deve ter proteção de
perímetro que impeça a entrada e/ou permanência do trabalhador na área de risco
com a máquina em funcionamento ou possibilidade de entrar em funcionamento por
acionamento acidental, não podendo trazer riscos adicionais.
Figura 86 – Sistema de alimentação por robô.
5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO
Neste sistema, a peça a ser conformada deve ser alojada no dispositivo de
transporte fora da matriz. O dispositivo transporta a peça do ponto de alimentação
até a zona de prensagem, automaticamente. Este dispositivo não isenta a
necessidade de proteção adequada da zona de prensagem.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
62
Figura 87 – Alimentador contínuo com braço magnético e proteção fixa de policarbonato na
zona de prensagem.
5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA
São equipamentos destinados a preparar a matéria-prima para prensas e
similares. Usualmente possuem sistemas de controle para sincronizar seu
movimento com o da prensa. Desbobinam e endireitam chapas dispostas em rolos.
5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras
As desbobinadeiras devem possuir proteção física ou eletrônica de forma que
impeça o ingresso de pessoas ao seu movimento de risco. Podem ser utilizados
scanners, cortinas, tapetes ou grades conjugadas com chaves de segurança e relé.
A fim de determinar a categoria de risco deverá ser utilizada a NBR 14153:1998,
para garantir a segurança do sistema.
As desbobinadeiras, endireitadeiras e outros equipamentos de alimentação
devem possuir proteção em todo o perímetro, impedindo o acesso e a circulação de
pessoas nas áreas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852 e a NBRNM 272.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
63
Figura 88 – Desbobinadeira desprotegida.
Figura 89 – Desbobinadeira protegida.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
64
Figura 90 – Área de desbobinadeira desprotegida.
Figura 91 – Área de desbobinadeira protegida.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
65
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE
PRENSAGEM OU DE TRABALHO
O Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as máquinas e os
equipamentos com acionamento repetitivo deverão receber proteção adequada.
Segundo a NBR NM 272/2001 Segurança de Máquinas – Proteções – Requisitos
gerais para o projeto e construção de proteções fixas e móveis, proteção é definida
como parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de
uma barreia física, devendo:
- não apresentar facilidade de burla;
- prevenir o contato (NBR NM-ISO 13852 / 13853 /13854);
- ter estabilidade no tempo;
- não criar perigos novos;
- não criar interferência.
As proteções podem ser:
6.1 PROTEÇÕES FIXAS
São proteções de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da
máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fechada sendo de
difícil remoção, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoção ou
abertura impossível sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela
metálica, chapa metálica ou policarbonato.
6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS
Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou
elemento de fixação adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de ferramentas. As
proteções móveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de
intertravamento de tal forma que:
- a máquina não possa operar até que a proteção seja fechada;
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
66
- se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma
instrução de parada é acionada. Quando a proteção é fechada, por si
só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continuação
do ciclo.
Quando há risco adicional de movimento de inércia, dispositivo de
intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da
proteção somente ocorra quando houver cessado totalmente o movimento de risco.
Exemplos de proteções fixas e móveis podem ser encontradas na norma NBR
NM 272/2001 e NBR273/2001.
6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM
Essa proteção deve impedir o acesso à zona de prensagem por todos os
lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e não da
mão ou dedos. Suas dimensões e afastamentos devem obedecer a NBR NM
13852:2003, e NBR 13854. Pode ser constituída de proteções fixas ou móveis
dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas
conforme NBR 272 e 273.
Figura 92 – Enclausuramento da zona de prensagem.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
67
Figura 93 – Enclausuramento da zona de prensagem.
Podem possuir proteções reguláveis que se ajustem à geometria da peça
devendo observar as distâncias de segurança da NBR NM-ISO 13852:2003.
Figura 94 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções reguláveis.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
68
Figura 95 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis
intertravadas.
Figura 96 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis
intertravadas.
6.4 FERRAMENTA FECHADA
Neste caso, a matriz é fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do
material e não permita o acesso da mão e dos dedos na área de prensagem. Esta
condição deverá ser preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de
projeto e confecção da ferramenta, podendo ser adaptada em ferramentas já
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
69
existentes, observando-se não criar riscos adicionais com a incorporação da
proteção.
Figura 97 e 98 – Adaptação de proteção fixa em ferramentas.
Figura 99 – Proteção em policarbonato.
OBSERVAÇÃO: O tipo de proteção acima apresentado inova com o uso de
policarbonato, material resistente que proporciona visibilidade. O fechamento da
ferramenta deixando apenas uma fresta para passagem do material (A) é adequado,
pois não permite o ingresso dos dedos do operador na zona de prensagem. Porém
um risco adicional foi criado entre a parte superior da proteção (C) e o movimento do
martelo (B), conhecido como "efeito guilhotina".
(C)
(B)
(A)
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
70
IMPORTANTE
Os dispositivos elencados a seguir não vão prover de proteção física a área de
prensagem; portanto, não podem ser considerados proteção adequada para as
prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta e seus similares,
prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo
pneumático.
Ao utilizar os recursos eletrônicos de segurança, deve-se observar se sua
categoria é apropriada e certificada. A escolha deve estar baseada em análise
de risco prevista pela NBR 14009 e NBR 14153.
6.5 COMANDO BI-MANUAL
Este dispositivo exige a utilização simultânea das duas mãos do operador para
o acionamento da máquina, garantindo assim que suas mãos não estarão na área
de risco. Para que a máquina funcione, é necessário pressionar os dois botões
simultaneamente com defasagem de tempo até 0,5 s (atuação síncrona, conforme
NBR 14152:1998, item 3.5).
Os comandos bi-manuais devem ser ergonômicos e robustos, e possuir
autoteste, sendo monitorados por CLP ou relé de segurança. A interrupção de um
dos comandos bi-manuais resultará em sua parada instantânea. O autoteste garante
a condição de não-acionamento em caso de falha de um dos componentes do
circuito elétrico do comando bi-manual; atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da
Portaria 3214/78, NBR 13930:2001 e NBR 14152:1998 – Segurança em máquinas –
Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais e princípios para projeto.
O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número de
operadores na máquina, com chave seletora de posição tipo yale ou outro sistema
com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem
que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
71
Figura 100 – Relé de segurança Figura 101 – Comando bi-manual com botão de
emergência.
Os dispositivos de comando bi-manual não servem de proteção contra o
ingresso na área de prensagem para as prensas mecânicas excêntricas por engate
de chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo
de queda e martelo pneumático. Sua utilização é um recurso complementar
importante, quando reduz ou elimina o uso do pedal.
6.6 CORTINA DE LUZ
O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um sistema
de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos
transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de
transmissores e receptores ativados, caso o receptor não receba o feixe luminoso de
infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de falha.
A cortina de luz deverá ser adequadamente selecionada de acordo com o
tamanho (altura de proteção) e a resolução (capacidade de resolução da cortina =
percepção de dedo ou mão), e posicionada a uma distância segura da zona de risco,
levando em conta o tempo total de parada da máquina conforme a EN 999:1998 e
IEC EN 61496:2004 Part 1 e Part 2, devendo ainda ser certificada como categoria 4
e monitorada por relé ou CLP de segurança. Não serve como dispositivo de
segurança para zona de prensagem das prensas mecânicas excêntricas de engate
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
72
por chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo
de queda e martelo pneumático.
Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco não monitoradas pela
cortina, devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por
chaves de segurança, conforme a NBRs 272 e 273.
Figura 102 e 103 – Cortina de luz.
Figura 104 – Cortina de luz instalada.
Figura 105 – Cortina de luz com
espelhos para proteção frontal e lateral.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
73
Figura 106 – Prensa hidráulica protegida com proteção física nas laterais e conjugação de
cortina de luz e comando bi-manual.
IMPORTANTE
A boa técnica recomenda a utilização conjugada de comando bi-manual e
cortina de luz, atuando como proteção ao operador e terceiros. Entretanto, em
caráter excepcional, baseado em uma análise de risco conforme NBR 14009,
outras conjugações poderão ser adotadas, desde que garantam a mesma
eficácia.
Figura 107 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
74
Figura 108 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
75
7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE
ÁREA
Dispositivos de monitoramento de área, através da detecção por
aproximação, são utilizados complementarmente para monitoramento e envio de
sinal de que a área foi invadida, determinando a paralisação da máquina e
impedindo o seu funcionamento até que a área esteja livre da presença de pessoas
e um novo comando seja dado.
Sua instalação deve ser precedida de análise de risco conforme NBR 14009 e
deve ter sua instalação de acordo com a EN 999:1998, para a garantia da distância
de segurança.
A utilização do scanner deve ainda observar a IEC EN 61496:2004 Part 1 e
Part 2, e os tapetes e batentes, como possuem contato mecânico, devem observar
a EN 1760.
7.1 SCANNER
Os monitores de área a laser são utilizados no monitoramento sem contato de
uma área livremente programável. Não são necessários refletores separados. Sua
instalação é simples, pois o transmissor e o receptor são acomodados em um único
equipamento.
Figura 109 – Scanner. Figura 110 – Monitor de área a laser (scanner).
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
76
7.2 TAPETE DE SEGURANÇA
Estes dispositivos são usados para fornecer proteção à uma área de piso ao
redor de uma máquina. A matriz dos tapetes interconectados é colocada ao redor da
área classificada, e qualquer pressão (ex.: passos do operador) causará o
desligamento da unidade controladora do tapete da fonte de alimentação do perigo.
Os tapetes sensíveis à pressão são freqüentemente usados dentro de uma
área fechada contendo diversas máquinas, como na produção flexível ou células
robóticas. Quando o acesso for requisitado dentro da célula (para ajustes do robô,
por exemplo), ele previne movimentação perigosa, no caso de o operador se desviar
da área segura.
O tamanho e o posicionamento dos tapetes devem ser calculados usando-se a
fórmula da norma EN 999:1998 “Posicionamento dos equipamentos de proteção
com respeito às velocidades de abordagem de partes do corpo humano”2
.
2
PRINCÍPIOS de Segurança. Disponível em:<http://castroingenium.no.sapo.pt/>. Acesso em: 22/02/2006
Figura 111 – Monitor de área a laser
(scanner).
Figura 112 – Monitor de área a laser (scanner).
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
77
Figuras 113 e 114 – Tapetes de segurança.
Figuras 115 – Exemplo de aplicação de tapetes de segurança
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
78
8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA
São dispositivos com acionadores, geralmente na forma de botões tipo
cogumelo na cor vermelha, colocados em local visível na máquina ou próximo dela,
sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, tem a finalidade de
estancar o movimento da máquina, desabilitando seu comando. Devem ser
monitorados por relé ou CLP de segurança.
As prensas e similares devem dispor de dispositivos de parada de
emergência que garantam a interrupção imediata do movimento da máquina,
conforme a NBR 13759.
Quando forem utilizados comandos bi-manuais conectáveis por tomadas
(removíveis), que contenham botão de parada de emergência, e este não pode ser o
único, deve haver um dispositivo de parada de emergência no painel ou corpo da
máquina ou equipamento.
Havendo vários comandos bi-manuais para o acionamento de uma prensa ou
similar, estes devem ser ligados de modo a garantir o funcionamento adequado do
botão de parada de emergência de cada um deles.
Nas prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de sistema de
acoplamento equivalente (de ciclo completo) e em seus similares, admite-se o uso
de dispositivos de parada que não cessem imediatamente o movimento da máquina
ou equipamento, em razão da inércia do sistema.
Figuras 116, 117 e 118 – Acionadores de parada de emergência.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
79
9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO
É um sistema eletromecânico destinado a detectar perda de sincronismo entre
o freio/embreagem e o conjunto de chaves-limites que comanda o movimento de
uma prensa.
Nas prensas hidráulicas, prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem
e respectivos similares, não enclausurados, ou cujas ferramentas não sejam
fechadas, o martelo deverá ser monitorado por sinais elétricos produzidos por
equipamento acoplado mecanicamente à máquina, com controle de interrupção da
transmissão, conforme o item 4.9 da NBR13930.
Nas prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem que utilizam cortina de
luz, a velocidade de parada do martelo não pode sofrer variações para não
comprometer o distanciamento seguro entre a detecção e o tempo de resposta. O
monitoramento eletromecânico comandará um sinal para interrupção da transmissão
de movimento, quando detectar desgaste no freio.
Figura 119 e 120 – Exemplos de monitores de curso de martelo.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
80
10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA
As chaves de segurança das proteções móveis, as cortinas de luz, os
comandos bi-manuais, as chaves seletoras de posições tipo yale e os dispositivos de
parada de emergência devem ser ligados a comandos elétricos de segurança, ou
seja, CLP ou relés de segurança, com redundância e autoteste, classificados como
tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009 e 14153, com rearme manual.
As chaves seletoras de posições tipo Yale, para seleção do número de
comandos bi-manuais, devem ser ligadas a comando eletro-eletrônico de segurança
de lógica programável (CLP ou relé de segurança).
Figura 121 – Chave seletora de posições tipo Yale.
Figura 122 e 123 – Chaves para intertravamento de proteções móveis.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
81
10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA
É um sistema computadorizado eletrônico industrial destinado a controlar e
checar, de modo redundante, os sinais elétricos de comando de uma máquina,
inibindo seu funcionamento no eventual aparecimento de falhas.
O software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a reduzir ao
mínimo a possibilidade de erros provenientes de falha humana em seu projeto,
devendo ainda possuir sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o
comprometimento de qualquer função relativa à segurança, bem como não permitir
alteração do software básico pelo usuário, conforme o item 4.10 da NBR 13930 e o
item 12.3 da EN 60204-1.
Figura 124 – Controlador lógico programável de segurança.
10.2 RELÉS DE SEGURANÇA
São unidades eletromecânicas ou eletrônicas com supervisão, com dois canais,
de acionamento positivo em seus contatos ou circuitos, abertos em série, cumprindo,
assim, a exigência de redundância. Com a conexão dos dispositivos externos e a
inclusão de seus contatos em pontos corretos do circuito elétrico de automação da
máquina, obtêm-se um equipamento seguro quanto à sua parada.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
82
Figura 125 – Diagrama de ligação do circuito de segurança.
Figura 126 – Relés de segurança.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
83
11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA
Todas as prensas devem possuir um sistema de retenção mecânica para
travar o martelo nas operações de troca das ferramentas, nos seus ajustes e
manutenções antes do início dos trabalhos.
O componente de retenção mecânica utilizado deve ser pintado na cor
amarela e dotado de interligação eletromecânica. Deve ainda ser conectado ao
comando central da máquina de forma a impedir, durante a sua utilização, o
funcionamento da prensa. Nas situações onde não seja possível o uso do sistema
de retenção mecânica, devem ser adotadas medidas alternativas que garantam o
mesmo resultado.
Calço de segurança é um bloco maciço de metal destinado a inibir fisicamente
qualquer possibilidade de fechamento das áreas de prensagem quando colocado
entre as partes da mesa/martelo ou de uma ferramenta aberta, na prensa.
Os calços de segurança são considerados dispositivos necessários e
obrigatórios e devem atender aos seguintes requisitos de segurança:
– devem ser utilizados nas operações de troca, ajuste e manutenção dos
estampos/matrizes;
– nunca devem ser utilizados com a prensa em funcionamento, para sustentar
apenas o peso do pilão;
– devem ser dotados de interligação eletromecânica, ou seja, conectados ao
comando central da máquina de tal forma que, quando removidos, impeçam seu
funcionamento;
– devem ser pintados na cor amarela.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
84
Figura 127 – Calço de segurança com interligação eletromecânica.
Figura 128 – Calço de segurança em uso.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
85
12 PLATAFORMAS DE ACESSO
As prensas e similares de grandes dimensões devem possuir escadas de
acesso e plataformas feitas ou revestidas de material antiderrapante, dotadas de
guarda-corpo e rodapé com dimensões tais que impeçam a passagem ou queda de
pessoas e materiais.
As transmissões de força localizadas em plataformas elevadas também
deverão estar adequadamente protegidas para evitar contato durante a manutenção.
Os trabalhadores de manutenção em plataformas elevadas (altura superior a
2,0 m) deverão utilizar EPI para proteção contra quedas, conforme NR 06.
Figura 129 – Plataforma de manutenção.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
86
13 MANUTENÇÃO
A manutenção e a inspeção somente podem ser executadas por pessoas
devidamente capacitadas e credenciadas pela empresa.
As prensas e similares devem ser submetidos a inspeção e manutenção
preditiva, preventiva e corretiva devidamente documentadas, conforme instruções do
fabricante e normas técnicas oficiais vigentes.
As proteções podem ser removidas para manutenção, limpezas, ajustes e/ou
troca de ferramentas da máquina, devendo possuir intertravamento através de
dispositivos de segurança de tal modo que a máquina não entre em funcionamento
quando forem retiradas.
IMPORTANTE
A falta de manutenção, sobrecarga e improvisações concorrem para
ocorrência de graves acidentes.
Figuras 130 e 131 – Resultados de manutenções inadequadas.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
87
IMPORTANTE
As máquinas deverão ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e
de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, devendo ser obrigatório o
uso de dispositivos de retenção mecânica na zona de prensagem.
Figuras 132 e 133 – Dispositivos de bloqueio.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
88
14 ATERRAMENTO ELÉTRICO
As prensas e equipamentos similares devem possuir aterramento elétrico e
proteção contra descargas atmosféricas, conforme as NBR 5410 e NBR 5419.
Para compor o Prontuário de Instalações Elétricas, previsto no item 10.2.4
alínea “b” da NR10, deverá constar ART – Anotação de Responsabilidade Técnica
de profissional habilitado com as inspeções e medições do sistema de proteção
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos.
Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no
mesmo potencial, de modo que a diferença de potencial entre a terra e o
equipamento elétrico seja zero. Isso é feito para que, ao se operar máquinas e
equipamentos elétricos, o operador não receba descargas elétricas no seu
manuseio.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
89
15 TRANSFORMAÇÕES DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING
A transformação de prensas e similares deve seguir critérios rigorosos e avaliar
todos os elementos existentes na máquina, quanto a sua vida útil e viabilidade
técnica. Especialmente em prensas mecânicas excêntricas de acionamento por
engate de chaveta, a única solução tecnológica aceitável dentro dos critérios da NT
16/2005 e normas ABNT é a conversão para freio/embreagem, o que só é
economicamente viável acima de 100 T, conforme dados dos fabricantes dos kits de
freios/embreagens.
Todas as transformações deverão ser documentadas com memorial descritivo
citando todos os preceitos de segurança aplicados e memórias de cálculo de todos
os elementos incorporados. O documento deverá ser validado por uma ART de
profissional habilitado na avaliação de modificações.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
90
16 ASPECTOS ERGONÔMICOS
Para os trabalhos contínuos em prensas ou similares, onde o operador possa
trabalhar sentado, devem ser fornecidos assentos conforme o disposto na NR 17.
Deverão ainda ser disponibilizadas superfícies adequadas para colocação das
peças que estejam sendo trabalhadas, de acordo com suas dimensões e alcance do
trabalhador, a fim de evitar acidentes e reduzir a fadiga.
Para os trabalhos a morno e a quente, as pinças e tenazes devem ser
suportadas por dispositivos de alívio de peso, tais como balancins móveis ou tripés,
de modo a minimizar a sobrecarga do trabalho.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
91
17 TREINAMENTO
A NR 01 – Disposições Gerais, determina em seu item 1.7 que o empregador
informe aos trabalhadores os riscos profissionais originados nos locais de trabalho,
seus meios de prevenção e limitação e as medidas adotadas pela empresa. No caso
específico de operações com prensas e similares, um programa de capacitação
deverá ser desenvolvido pela própria empresa, com o currículo básico que se
apresenta a seguir.
O sucesso na implementação de medidas de segurança eficazes parte de um
trabalho de equipe multidisciplinar apoiada por todos os níveis hierárquicos da
empresa.
A antecipação dos riscos prevista no PPRA – NR 09 passa obrigatoriamente
pela seleção criteriosa quanto aos aspectos de segurança na aquisição de
máquinas, equipamentos e projeto de novas ferramentas. Devem estar envolvidos
na capacitação: operadores, preparadores de máquinas, ferramenteiros, mecânicos,
eletricistas, projetistas, SESMT, CIPA e demais pessoas com atividades afins em
prensas e similares. A carga horária deverá ser compatível e suficiente para que
sejam desenvolvidos satisfatoriamente os conteúdos teóricos e a parte prática,
sendo necessário o registro do conteúdo do programa de treinamento, a qualificação
dos instrutores, o controle de presença e a avaliação.
17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO
a) tipos de prensas e equipamentos similares;
b) princípios de funcionamento;
c) sistemas de alimentação;
d) sistemas de proteção;
e) possibilidades de falhas em prensas e equipamentos similares;
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
92
f) tipos de estampos e matrizes e os meios de fixá-los às prensas e
equipamentos similares;
g) riscos e responsabilidades no manuseio, troca, movimentação e
armazenagem dos estampos e matrizes;
h) lista de checagem de montagem (chek-list);
i) responsabilidade do operador;
j) responsabilidade da chefia imediata;
k) sistemas de retenção mecânica -calços de segurança;
l) manutenção;
m) aula prática;
n) primeiros socorros.
O processo de capacitação deverá ser registrado por escrito e realizado antes
que o operador assuma suas funções, devendo ser reciclado periodicamente.
A capacitação deverá ocorrer sempre que houver modificação no quadro
funcional (troca de função, empréstimos, promoções, por exemplo) e atualizações
tecnológicas.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
93
18 DAS RESPONSABILIDADES
Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de
proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o
, inciso XXII), o respeito à
dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o
, incisos III e
IV), observada a função social da propriedade (art. 170, inciso VI);
Considerando que a Convenção n.o
119 da Organização Internacional do
Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993,
proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de
máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados;
Considerando que o Artigo 184 da Consolidação da Leis do Trabalho
(Capítulo V – Da Segurança e Medicina do Trabalho) estabelece que:
“As máquinas e equipamentos deverão ser dotados de
dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem
necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental”
Considerando que o parágrafo único do Artigo 184 da CLT estabelece a
proibição da fabricação, a importação, a venda, locação e uso de máquinas que não
atendam ao disposto neste artigo;
Considerando a NT37/2004, substituída pela NT 16/2005, como
recomendação técnica de princípios de boas práticas, com o objetivo de garantir a
proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores
envolvidos nas diversas formas e etapas do uso das prensas e equipamentos
similares, para fins de aplicação dos Art. 184 a 186 da CLT e das Normas
Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, em especial a NR-12;
Considerando que o Código de Proteção ao Consumidor (Lei 8078/90
Capítulo IV, Seção I), em seu Artigo 10, prescreve que:
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
94
“O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança”.
Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
através da NBR 13930 – Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança, no item
4.8, estabelece que:
”O sistema de acoplamento deve ser através de freio
embreagem específico para prensas, sendo proibidas as
construções ou utilizações de prensas com artifício de
acoplamento para descida do martelo através de engate por
chaveta ou similar”;
Considerando o Código Civil que adota, diante de previsão legal expressa ou
de risco na atividade, a teoria objetiva ou teoria do risco e o dever de reparar o
dano, estabelecendo em seu artigo 927:
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem fica obrigado a repará-lo”. Parágrafo único. “Haverá
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem”.
Considerando a conseqüência do ato ilícito, ou seja, obrigação de indenizar
por danos morais e patrimoniais, prevista no artigo186 do Código Civil:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
95
Considerando os dispositivos do Código Civil, artigos 949 e 950, que tratam
de ofensa à integridade física que acarreta defeito que impossibilite ou diminua a
capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização pelos danos materiais
e morais:
“No caso de lesão ou outra ofensa a saúde, o ofensor
indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”.
“Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para
que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu”.
Parágrafo único. “O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez”.
18.1 DO FABRICANTE:
• Não fabricar máquinas com acoplamento para descida do martelo
através de engate por chaveta ou similar;
• Fabricar produtos seguros e de qualidade de acordo com as normas
técnicas;
• Elaborar manual que contenha esclarecimentos sobre os dispositivos e
elementos condicionadores de segurança, sua vida útil e manutenção e
os procedimentos seguros para operação e manutenção.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
96
18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E
SIMILARES
• Não adquirir, adaptar ou “montar” prensas e similares com
acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta
ou similar;
• Não desenvolver prensas e similares que não atendam às
determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha
substituí-la;
• Adquirir somente prensas e similares que atendam às determinações
contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la;
• Utilizar prensas e similares somente para finalidade e capacidade que
foi projetada de acordo com as instruções do fabricante;
• Adotar nas prensas e similares já existentes, no mínimo, as
determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha
substituí-la;
• Elaborar procedimento escrito com a seqüência lógica e segura de
todas as atividades relacionadas a prensas e similares, dando ciência a
todos os empregados envolvidos;
• Promover a capacitação dos trabalhadores, conforme previsto na
NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la, antes que assumam
suas funções, responsabilizando-se por atualizações (reciclagem);
• Permitir a operação ou manutenção de prensas e similares somente
por trabalhadores qualificados;
• Realizar as manutenções conforme recomendado pelo fabricante,
registrando-as em documento próprio;
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
97
• Determinar a paralisação da prensa e similar que ofereça risco ao
operador.
18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES)
• Participar da capacitação com o máximo aproveitamento, operando
somente as máquinas para as quais foi qualificado;
• Cumprir todas as etapas, sem improvisações com o disposto nos
procedimentos de segurança para operação e manutenção de prensas
e similares, especialmente na troca e montagem de ferramentas;
• Verificar a cada início de jornada as condições de segurança da prensa
ou similar, comunicando qualquer anomalia;
• Nunca sobrecarregar a máquina, ou adaptar serviço para o qual ela
não foi projetada;
• Zelar pela conservação e manutenção dos dispositivos de segurança,
comunicando de imediato a constatação de qualquer problema;
• Parar imediatamente a atividade quando verificada condição de risco,
comunicando de imediato o problema à chefia imediata, CIPA e
SESMT, quando houver.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
98
19 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi elaborado de maneira tripartite, com representações
dos empregadores, através da FIERGS – Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul, dos trabalhadores pelo STIMMME – Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul - RS
e do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, através da DRT/RS – Delegacia
Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, visando esclarecer e difundir a
legislação pertinente à segurança de prensas e equipamentos similares, como forma
de reduzir a incidência de acidentes.
Recomenda-se a observância dos princípios de segurança aqui referidos,
uma vez que seu descumprimento poderá acarretar ações por parte da fiscalização
do MTE, como autuações e interdições.
As fotos e ilustrações contidas nesse manual servem apenas para reforçar a
questão envolvendo a segurança do trabalhador, não gerando em momento algum
opinião quanto à marca, produto ou modelo de máquinas, equipamentos e
dispositivos, bem como seus respectivos fabricantes.
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares
99
ANEXOS
ANEXO A – Nota Técnica no
16/2005
SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
(a)
NOTA TÉCNICA N.º 16 / DSST Brasília, 07 de março de 2005
(b)
A presente Nota Técnica Substitui a Nota Técnica n.º 37, de 16/12/04.
Considerando a necessidade de adequação do texto da Nota Técnica / DSST
n.º 37 (16/12/04), que estabelece princípios para a proteção de prensas e
equipamentos similares; e
Considerando as deliberações para alteração do texto da referida Nota
Técnica oriundas da reunião do Grupo Técnico sobre Prensas e Equipamentos
Similares, realizada no dia 17 de março de 2005;
A Nota Técnica / DSST / n.º 37, de 16 de dezembro de 2004, passa a ter sua
redação observada na seguinte forma:
Para fins de aplicação das normas citadas, em especial dos artigos 184 a 186
da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria n.º 3214/78, em especial a
NR-12, à segurança em máquinas e equipamentos abrangidos por esta Nota
Técnica, devem ser observados os seguintes princípios de boa prática para a
proteção de prensas e equipamentos similares:
Considerando a alta incidência de acidentes de trabalho registrados no Brasil
que atingem membros superiores dos trabalhadores;
Considerando que prensas e equipamentos similares são responsáveis por
mais da metade dos acidentes de trabalho com mutilação analisados pela Inspeção
de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE;
Considerando que no parque industrial brasileiro ainda ocorre a utilização de
equipamentos obsoletos e que oferecem riscos de acidentes;
Considerando que a Convenção n.o
119 da Organização Internacional do
Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993,
proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de
máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados;
Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de
proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o
, inciso XXII), o respeito à
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  • 1. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares Identificação de Riscos e Prevenção de Acidentes Adequação a NT 16/2005 RS Setembro de 2006
  • 2. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 05 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09 2 PRENSAS ........................................................................................................ 10 2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE – PMEEC ............................................ 10 2.1.1 Estrutura ............................................................................................. 11 2.1.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 11 2.1.3 Zona de prensagem ........................................................................... 16 2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ......................................................................................................... 18 2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM – PMEFE ............................................................................................................. 19 2.2.1 Estrutura ............................................................................................. 21 2.2.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 21 2.2.3 Sistema freio/embreagem ................................................................. 23 2.2.3.1 Sistema conjugado ........................................................................ 24 2.2.3.2 Sistema separado .......................................................................... 24 2.2.4 Válvula de segurança ........................................................................ 25 2.2.5 Zona de prensagem ........................................................................... 26 2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem ......................................................................................... 27 2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR FUSO - PMFAF................................................................................................. 29 2.3.1 Estrutura ............................................................................................. 30 2.3.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 30 2.3.3 Zona de prensagem ........................................................................... 31 2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso ......................... 31 2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS – PH ............................................................... 34 2.4.1 Estrutura ............................................................................................. 34 2.4.2 Principais componentes da PH ........................................................ 35 2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico ..................................... 36 2.4.2.2 Válvula de retenção ....................................................................... 37 2.4.3 Zona de prensagem ........................................................................... 38 2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas .................................................... 38 3 EQUIPAMENTOS SIMILARES ....................................................................... 40 3.1 MARTELO PNEUMÁTICO ......................................................................... 40 3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos ................................................ 40 3.2 MARTELO DE QUEDA .............................................................................. 41 3.2.1 Proteção em martelos de queda ...................................................... 41 3.2.2 Cinta .................................................................................................... 42 3.2.3 Volantes e polias ............................................................................... 42 3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA ................................................. 43 3.3.1 Proteção em dobradeiras .................................................................. 44
  • 3. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 3 3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E HIDRÁULICA) ................................................................................................. 47 3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras ....................... 48 3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ................................. 49 3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra ..................... 51 4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES ............................................. 52 4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS ................................................... 54 5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO / EXTRAÇÃO .............................................. 56 5.1 MANUAL .................................................................................................... 56 5.2 GAVETA .................................................................................................... 58 5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER .............................. 59 5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO ... 60 5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ ..................................................................... 61 5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO ........................ 61 5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA ................................................ 62 5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras ............................ 62 6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO ............................................................. 65 6.1 PROTEÇÕES FIXAS ................................................................................. 65 6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS ............................................................................. 65 6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM .............................. 66 6.4 FERRAMENTA FECHADA ........................................................................ 68 6.5 COMANDO BI-MANUAL ............................................................................ 70 6.6 CORTINA DE LUZ ..................................................................................... 71 7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE ÁREA .......................................................................... 75 7.1 SCANNER ................................................................................................. 75 7.2 TAPETE DE SEGURANÇA ....................................................................... 76 8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA .......................................... 78 9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO ........................................... 79 10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA .............................................. 80 10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA . 81 10.2 RELÉS DE SEGURANÇA ....................................................................... 81 11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA .... 83 12 PLATAFORMAS DE ACESSO ..................................................................... 85 13 MANUTENÇÃO ............................................................................................. 86 14 ATERRAMENTO ELÉTRICO ........................................................................ 88
  • 4. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 4 15 TRANSFORMAÇÃO DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING ......... 89 16 ASPECTOS ERGONÔMICOS ...................................................................... 90 17 TREINAMENTO ............................................................................................. 17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO ............................................... 91 91 18 DAS RESPONSABILIDADES ....................................................................... 93 18.1 DO FABRICANTE .................................................................................... 95 18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E SIMILARES ...................................................................................................... 96 18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES) ........... 97 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 98 ANEXOS ............................................................................................................. 99 ANEXO A – Nota Técnica nº 16/2005 ................................................................ 99 ANEXO B – Diagrama de hierarquia da legislação ............................................ 108 ANEXO C – Classificação e resumo das principais normas de segurança de máquinas ............................................................................................................ 109 ANEXO D – Sugestão de planilhas e check-list de cadastro, treinamento, manutenção e procedimento seguro de trabalho ............................................... 115 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 125 GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 127
  • 5. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 5 APRESENTAÇÃO No início da década de 1980, entidades representativas de trabalhadores, começavam a externalizar para a sociedade o sofrimento das vítimas de acidentes de trabalho. Significativa parcela das lesões dos membros superiores se originava de trabalho com prensas e similares. Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores1 pesquisaram condições de trabalho com prensas mecânicas nas indústrias da zona norte da cidade de São Paulo, revelando que 91% destas máquinas eram do tipo “engate de chaveta”; 38% exigiam o ingresso das mãos dos operadores nas zonas de prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situações corroboravam o elevado número de acidentes graves apresentados nas estatísticas da Previdência Social. A grande quantidade destas máquinas instaladas no parque fabril nacional levou à necessidade de ações coletivas. Num esforço para reversão desta situação, de 1993 a 1995, a Convenção Coletiva Geral dos Metalúrgicos de São Paulo promoveu a criação de uma subcomissão bipartite de caráter permanente, específica para estudar o assunto. Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnóstico aperfeiçoado, abriu a discussão com órgãos públicos, técnicos e acadêmicos, além das representações sindicais, visando o estabelecimento de proteções e procedimentos para trabalho seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS – Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares. Na continuidade, a Portaria DRT/SP nº 50 de 11/9/1997 cria a Comissão de Negociação Tripartite sobre proteção em Prensas Mecânicas, onde evoluiu o entendimento entre as partes. 1 MAGRINI Rui; MARTARELLO, Norton. Condições de trabalho na operação de prensas. In: Costa e cols. Programa de saúde dos trabalhadores, Experiência da Zona Norte : Uma Alternativa em saúde pública. São Paulo, Hucitec, 1989. p. 267-294.
  • 6. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 6 Em abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, que premiou com o 1º lugar, dentre concorrentes internacionais, o vídeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos Metalúrgicos de SP, “Máquina Risco Zero”, demonstrando o andamento das negociações e meios de prevenção de acidentes com prensas e similares. Embalados pelo clima festivo da premiação e pelo estabelecimento, desde o final de 1997, da proibição de construção de prensas com engate de chaveta, através da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecânica – Requisitos de Segurança, foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Convenção Coletiva adotando a obrigatoriedade de implantação do PPRPS pelos signatários, com alcance aos municípios de São Paulo, Mogi das Cruzes e região. Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidentes de trabalho demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por soluções coletivas. Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. João Fernando dos Santos Mello e colaboradores, analisaram extensa casuística de traumatismos de mão, causados por acidentes de trabalho. Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes: 500 (30%) atingiram a mão do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputação de dedos. O mesmo estudo apontou que a indústria metalúrgica foi responsável por 50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as máquinas que mais vitimaram trabalhadores. A DRT/RS procurou estabelecer instâncias de negociação tripartite, a exemplo do que já vinha acontecendo no centro do país, buscando a sinergia das ações desenvolvidas em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego e representações de trabalhadores e empregadores.
  • 7. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 7 Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos do trabalho no país, em 2000 foi estabelecida como meta macro regional no Estado do RS, a redução de acidentes na indústria metalúrgica. Durante o ano de 2000 foi elaborado um diagnóstico para priorização de estratégias de redução de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo apresentado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social – Máquinas e Acidentes de Trabalho, que identificou dentre as máquinas que mais causam acidentes, as prensas para metalurgia, responsáveis por 42% dos casos de esmagamento de dedos ou de mãos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves causados por máquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorre em razão da utilização de máquinas obsoletas e inseguras. Em 2001, dentre as ações para enfrentamento do problema, surgiu a necessidade da criação do Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares, instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificação e formas de erradicação dos riscos mais comuns presentes nas operações com prensas e similares, incluindo a divulgação da NBR 13536 - Máquinas injetoras para plásticos e elastômeros - requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção e utilização. Mais recentemente, a convenção coletiva que estabelecia o PPRPS foi ampliada para as outras convenções já existentes, como de injetoras e galvânica, e estendida para todo estado de São Paulo. Em 2004, o Ministério do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas práticas em nível nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores e fabricantes, publicou nota técnica, que levou o número NT 37/2004, a qual estabeleceu princípios para proteção de prensas e similares, nota esta que foi substituída pela Nota Técnica de número NT 16/2005, com pequenas adequações. O presente manual, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo potencializar as ações tripartites, divulgar boas práticas a serem adotadas por todos aqueles que fabricam e utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de
  • 8. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 8 trabalho, e, fundamentalmente, bem orientar empresas e empregados com relação às regras básicas de segurança que deverão ser atendidas no dia-a-dia, no intuito de preservar a integridade física do trabalhador.
  • 9. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 9 1 INTRODUÇÃO Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança para o seu, conforme disposto na NR 12 – Máquinas e Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como o objetivo deste Manual é trazer condições mínimas de proteção a um grupo específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar- se-á a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento. Este Manual classifica as prensas mais encontradas na indústria, e que deverão ser equipadas com dispositivos de segurança citados na NT 16/2005, conforme segue.
  • 10. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 10 2 PRENSAS Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas, manivelas ou fusos). As prensas, quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo, apresentam diversas modalidades. Neste manual abordaremos as mais utilizadas no parque industrial brasileiro. 2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com um montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, através de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa (meia cana). Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em movimento linear. Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), um dispositivo mecânico ou pistão hidráulico movimenta um pino em forma de “L”, puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada à bucha de engate, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica,
  • 11. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 11 transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do martelo a partir de sua posição inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), até o Ponto Morto Inferior (PMI), e retorno à posição inicial do ciclo, não sendo possível comandar a parada imediata do martelo após iniciado o seu movimento de descida. Este é o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde são requeridos maior precisão e repuxos pouco profundos. Figura 1 –MEEC completamente desprotegida. 2.1.1 Estrutura A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada. 2.1.2 Cadeia cinemática
  • 12. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 12 São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as correias, etc. Figura 2 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMEEC. Figura 3 – Eixo excêntrico da PMEEC. Figura 4 – Biela da PMEEC. Figura 5 – Eixo rompido da PMEEC. Legenda: A - Motor B - Volante C - Eixo D - Biela E - Martelo
  • 13. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 13 IMPORTANTE O conjunto ponta do eixo biela deverá ter proteção fixa, integral e resistente, pois em caso de ruptura do eixo (Figura 5) por sobrecarga ou fadiga, evitará que a biela se projete sobre o operador. Figura 6 – Martelo. Figura 7 – PMEEC com risco de queda Figura 8 – PMEEC com proteção contra queda de biela por rompimento do eixo. da biela.
  • 14. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 14 Figura 9 – Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo). Figura 10 – Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas e eixo. Figura 11 – Pino L e chaveta: detalhe.
  • 15. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 15 Figura 12 – Componentes montados. Figura 13 – Chaveta quebrada. IMPORTANTE Devido às suas características construtivas, é freqüente nestas prensas a ocorrência de um fenômeno denominado “REPIQUE” (repetição de golpe), devido a falhas mecânicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou desgaste da chaveta ou do pino “L”, relaxamento das molas, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes. Principais causas do REPIQUE: 1. Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra a lingüeta partindo então para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato. 2. O outro tipo se refere à escora, ou lingüeta, que retorna para sua posição desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta pára, mas em posição precária ou instável e, desse modo, ela pode então retomar novo ciclo, sem ter havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa o mais inesperado, portanto é o que oferece o maior risco de acidentes. 3. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe redobrado ou repique é a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da máquina está normalmente submetido a diversos e repetitivos esforços, que podem alcançar 8000 ciclos/dia. Merece especial atenção: Prensas que utilizam bolsa (almofada) de ar, pois sofrem contra-golpe após a batida, desincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique. Quando a máquina possui elementos acumuladores de fluídos incorporados ao seu sistema de comando, deverá ser analisada a necessidade de inspeção no(s) reservatório(s), conforme estabelecido na NR13. RUPTURA DE CHAVETA
  • 16. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 16 Figura 15 – Reservatório de fluído. Figura 14 – Reservatório de fluído instalado na prensa desprotegida. 2.1.3 Zona de Prensagem O espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, é chamado Zona de Prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nela encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Por este motivo deverá ser impedido o acesso por todos os lados, através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho. Para manutenção ou troca de ferramental, poderá se dispor de proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de movimento); deverá ainda se utilizar dispositivo de retenção mecânica (calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça qualquer partida inesperada.
  • 17. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 17 IMPORTANTE É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Figura 16 – PMEEC totalmente Figura 17 – PMEEC totalmente desprotegida desprotegida com pedal. com alavanca. Poderá ser admitida a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção, respeitando as dimensões previstas na NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à Zona de Prensagem através de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.
  • 18. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 18 Figura 18 – Pedal elétrico protegido contra acionamento acidental (caixa de proteção). 2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser garantido o impedimento físico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta, e especialmente das mãos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnológicos: a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de troca freqüente de ferramentas com proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, de modo a permitir a abertura somente após a parada total dos movimentos de risco ou, b) operar somente com ferramentas fechadas. IMPORTANTE Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser adotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerada situação de grave e iminente risco a falta de proteção que impeça o acesso das mãos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata interdição do equipamento pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Dispositivos como pinças magnéticas ou mecânicas e tenazes podem ser utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador à área de risco, ficando vedado o uso de afasta-mão ou similar para operações de qualquer espécie.
  • 19. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 19 Deverão ainda, ser providas de proteção fixa integral e resistente, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas proteções deverão prever a retenção mecânica dos componentes quanto à queda por ruptura dos mesmos. 2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM - PMEFE As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com um montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em movimento linear. Figura 19 – PMEEC desprotegida. Figura 20 – PMEEC dotada de proteção móvel intertravada na zona de prensagem. (própria para troca freqüente de ferramenta)
  • 20. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 20 Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual, uma ou mais válvulas pneumáticas ou hidráulicas recebem o sinal, permitindo a entrada do fluído, liberando o freio e, simultaneamente, acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fluído é liberado e o martelo pára, através do freio que é acionado por molas, pois estas unidades são normalmente freadas. Diferentemente das Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do martelo interrompido durante o ciclo de trabalho. As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também podem apresentar o “repique” (repetição de golpe), devido a falhas na válvula ou no sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes. Os pedais de acionamento estão historicamente ligados a acidentes e devem ser evitados, porém em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi-manual, poderá ser admitido o uso de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados. Este tipo de prensa, por ser mais confiável e ter as mesmas características de produção, tende a substituir as Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) nas indústrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.
  • 21. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 21 2.2.1 Estrutura Pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada. 2.2.2 Cadeia cinemática São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc. Figura 21 – Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE.
  • 22. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 22 Figura 22 – Eixo excêntrico. Figura 23 e 24 – Biela com martelo acoplado e martelo biela simples. Por se tratar de prensa excêntrica mecânica, deverá receber proteção fixa, integral e resistente contra queda da biela e nas transmissões de força, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens. Figura 25 – PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.
  • 23. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 23 Figura 26 – PMEFE protegida. 2.2.3 Sistema Freio/Embreagem Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotação ao mecanismo biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posição do curso de deslocamento do martelo. Figura 27 – Conjunto Freio / Embreagem Figura 28–ConjuntoFreio/ Embreagem: instalado. detalhes.
  • 24. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 24 2.2.3.1 Sistema Conjugado Seu acionamento pode ser pneumático ou hidráulico; uma vez acionada a válvula de segurança o fluído é introduzido na câmara, que libera o freio e aciona a embreagem. Executado o ciclo, este fluído é liberado e a prensa pára através do freio acionado por molas. 2.2.3.2 Sistema Separado Para prensas de grande porte, a embreagem é montada de um lado da máquina e o freio do outro. A embreagem é ancorada ao volante sendo necessárias duas válvulas de segurança; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o freio antes da embreagem e atuando o freio após a liberação da embreagem. Figura 29 – Sistema de freio/embreagem posição de repouso – máquina parada. Fonte: SENAI/SP.
  • 25. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 25 Figura 30 – Sistema freio/embreagem posição de funcionamento – máquina em movimento. Fonte: SENAI/SP. 2.2.4 Válvula de segurança As prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e seus respectivos similares devem ser comandados por válvula de segurança específica, de fluxo cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930 e a EN 692, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009. A confiabilidade da precisão de parada de movimento do martelo depende da válvula de segurança ser livre de pressão residual, evitando uma nova descida involuntária do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da descida do martelo através de uma rápida liberação do ar e o acoplamento do freio. A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado à válvula de segurança ou em qualquer outro componente do sistema, de modo a impedir qualquer acionamento adicional em caso de falha. Nos modelos de válvulas com monitoração dinâmica externa por pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por Controlador Lógico Programável (CLP) de segurança ou lógica equivalente, com redundância e
  • 26. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 26 auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009. Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao diâmetro nominal, de maneira que não interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas válvulas de segurança independentes para o comando de prensas e similares com freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer uma monitoração dinâmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e também impedir que a embreagem seja acoplada caso a válvula do freio não atue. Os sistemas de alimentação de ar comprimido para circuitos pneumáticos de prensas e similares devem garantir a eficácia das válvulas de segurança, possuindo purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de lubrificação automática com óleo específico para este fim. Figuras 31 e 32 – Válvula pneumática de segurança de fluxo cruzado com silenciador incorporado para PMEFE. 2.2.5 Zona de prensagem O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesta encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem poderá dispor de variados recursos para proteção.
  • 27. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 27 2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem Para as prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem, além das proteções físicas é possível dispor de proteções com detecção através da aproximação, tais como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR- 14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número de operadores na máquina. As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas com redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EN 61496:2004 e a NBR NM14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco não-monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme NBR NM 272:2002 NBR NM 273:2003. Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica.
  • 28. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 28 Figura 33 – PMEFE: zona de prensagem desprotegida. Figura 34 – PMEFE: zona de prensagem protegida. Figura 35 – Exemplo de fluxo seqüencial dos dispositivos de segurança de parada da PMEFE. IMPORTANTE Para garantir a parada da máquina, deverão estar adequadamente dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a válvula de segurança e a cortina de luz monitorado por relé ou CLP de segurança. É fundamental o monitoramento do freio .
  • 29. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 29 2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR FUSO - PMFAF Neste tipo de prensa, conhecida também por prensa tipo parafuso ou prensa por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversível, sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto superior do fuso, permitindo deste modo a realização do movimento de descida e subida do martelo por meio do atrito dos volantes laterais com o volante horizontal. Esta máquina não é de ciclo completo, permitindo a parada do martelo durante seu movimento de descida; todavia, a grande inércia existente no sistema não permite a precisão na parada do martelo. Nesta máquina não é possível a adoção de dispositivos de detecção através da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi- manual para comandar a parada do martelo. Figura 36 – PMFAF completamente desprotegida.
  • 30. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 30 2.3.1 Estrutura Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada. 2.3.2 Cadeia cinemática São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc. Figura 37 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMFAF. Figura 38 – Fuso. Figura 39 – Volante. Legenda: A – motor B – polias C – volantes D – eixo E – fuso (parafuso) F - martelo
  • 31. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 31 2.3.3 Zona de prensagem O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é chamado de zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Neste espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Nesta máquina não é possível a incorporação de dispositivos de segurança como cortina de luz e comando bi-manual para prover proteção na zona de prensagem. Figura 40 – PMFAF com zona de prensagem desprotegida. 2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate de chaveta, deverá ser impedido o acesso à zona de prensagem por todos os lados, através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda operar com ferramentas fechadas, conforme a NBRNM 272:2002. Em situações de trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação
  • 32. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 32 e descarga com o uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem ter proteções fixas, integrais e resistentes, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dos dedos nas áreas de risco, conforme a NBR NM 13852:2003. A proteção dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para impedir a projeção dos mesmos. No caso de utilização de cinta de atrito no volante horizontal, esta deverá receber proteção para evitar que partes sejam lançadas no caso de seu rompimento. Para manutenção ou troca de ferramental, é necessária a utilização de proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de movimento), devendo ainda utilizar-se dispositivo de retenção mecânica (por exemplo: calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça a partida da mesma. É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores, a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Poderá ser admitida, para trabalhos a frio, a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção respeitando as dimensões previstas na NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à zona de prensagem através de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.
  • 33. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 33 Figura 41 – PMFAF com proteção nos volantes. IMPORTANTE Braço de Alavanca de Acionamento. Para evitar acidentes com o braço de alavanca de acionamento, basta fixar um cabo de aço ao braço e parafusar no corpo da máquina. Mesmo que o braço venha a se romper, ficará preso no cabo de aço. Figura 42 – PMFAF: detalhe alavanca desprotegida.
  • 34. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 34 2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS (PH) Tais prensas são normalmente utilizadas em operações de repuxo profundo, pois possuem as maiores capacidades de força de estampagem. As prensas hidráulicas (PH) têm como característica a força constante em qualquer ponto do curso do martelo e possuem, geralmente, o corpo em forma de “H”, com duas ou quatro colunas, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada, podendo ter inúmeras outras características adicionais, como o duplo e o triplo efeito. Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), o martelo recebe o movimento de um ou mais cilindros hidráulicos que se deslocam pela ação do fluído (óleo) que é injetado por bombas hidráulicas de alta pressão e motores potentes. Seu movimento, na maioria das vezes, é lento e, do mesmo modo que nas PMEFE, pode ser interrompido a qualquer momento do ciclo de trabalho. As Prensas Hidráulicas (PH), por suas características peculiares, podem apresentar falhas como: - Avanço involuntário (válvula pilota sozinha); - Falha no comando das válvulas (não desliga(m)); - Queda do martelo. As prensas hidráulicas podem possuir modo de acionamento contínuo com o uso de alimentadores automáticos; nesta condição, os riscos de acidentes são maiores, já que não existe comando do homem para a execução do ciclo. 2.4.1 Estrutura Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada.
  • 35. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 35 Figura 43 – PH: Prensa hidráulica. 2.4.2 Principais Componentes da PH Figura 44 – Cilindro hidráulico. Figura 45 – Desenho em corte de cilindro hidráulico.
  • 36. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 36 Figura 46 – Conjunto motobomba. Figura 47 – Válvulas hidráulicas. Figura 48 – Reservatório de fluído hidráulico. 2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico São dispositivos eletromecânicos especiais instalados em sistema hidráulicos, com a finalidade de controle seguro contra acionamentos involuntários ou falhos de componentes comandados que acionem partes de máquinas que coloquem em risco o indivíduo ou que possuem redundância e monitoração do acionamento das válvulas.
  • 37. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 37 Figura 49 – Bloco de segurança para PH. Figura 50 – Válvula de segurança para PH. 2.4.2.2 Válvula de retenção Válvula de retenção é aquela que impeça a queda do martelo em caso de falha do sistema hidráulico ou pneumático. Figura 51 – Válvula hidráulica de retenção anti-queda.
  • 38. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 38 2.4.3 Zona de prensagem O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesse espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem poderá dispor de variados recursos para proteção. 2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas Além das proteções físicas é possível dispor de proteções com detecção através da aproximação, tais como cortinas de luz e dispositivos de comando bi- manual, que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi- manuais deve corresponder ao número de operadores na máquina. As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas, com redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EM 61496:2004 e a NBR 14009:1997. Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco não monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme a NBRNM 272:2002 e NBR 273:2002 Os pedais de acionamento devem ser evitados; porém, em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi- manual, poderá ser admitido o uso de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.
  • 39. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 39 Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica. Figura 52 – PH com zona de prensagem desprotegida. Figura 53 – PH protegida por cortina de luz.
  • 40. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 40 3 EQUIPAMENTOS SIMILARES A seguir estão elencados as principais máquinas ou equipamentos similares mais encontrados no parque fabril brasileiro. 3.1 MARTELO PNEUMÁTICO O martelo pneumático é usado para o forjamento de peças. Possui uma câmara pneumática que fica constantemente pressurizada por meio de válvulas de ar. Quando é acionado, a válvula libera o ar comprimido que libera o martelo, permitindo sua descida por gravidade ou pela força exercida por outra câmara de ar comprimido. No mesmo, não é possível a adoção de dispositivos de detecção através da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo. Figura 54 - Martelo desprotegido. 3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados, através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o
  • 41. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 41 uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador. Para manutenção e troca de ferramentas, a máquina deverá ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica. É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Além das proteções já elencadas para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, deverão ser adotados: – o parafuso central da cabeça do amortecedor preso com cabo de aço; – o mangote de entrada de ar com proteções que impeçam sua projeção em caso de ruptura; – todos os prisioneiros (inferior e superior) travados com cabo de aço para evitar a projeção. 3.2 MARTELO DE QUEDA Seu princípio de funcionamento consiste de um conjunto de elementos formados por estrutura de aço, volantes que giram livremente em relação ao eixo central, cinta de lona fixada em uma das extremidades ao eixo central e na outra ao martelo. A trajetória do martelo é delimitada pelos perfis de aço fixados à estrutura. Uma vez acionado, o eixo passa a girar acoplado aos volantes, enrolando assim a cinta e suspendendo o martelo. Na continuidade, este é liberado e desce em queda livre, conformando a peça. 3.2.1 Proteção em martelos de queda Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados, através de proteção física fixa, durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de
  • 42. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 42 trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador. Para manutenção e troca de ferramenta a máquina deverá ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica. É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento; comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção. 3.2.2 Cinta A área de atuação da cinta deve ser munida de proteção física fixa que garanta a segurança humana em caso de ruptura da mesma. 3.2.3 Volantes e polias O Volante e as polias deverão ser protegidos por estrutura rígida que garanta a contenção dos elementos girantes em caso de ruptura dos eixos. Figura 55 – Martelo de queda com proteção aberta, exibindo cinta e desenho esquemático.
  • 43. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 43 3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA Os tipos mais comuns de dobradeira ou prensa viradeira possuem acionamento hidráulico através de cilindros e acionamento mecânico através de freio/embreagem ou engate por chaveta. Seu princípio de funcionamento é o mesmo das prensas mecânicas ou hidráulicas. São utilizadas para dobrar chapas de acordo com a matriz que está sendo empregada, normalmente estreitas e longas. Figura 56 – Dobradeira vista frontal. Figura 57 – Dobradeira vista traseira.
  • 44. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 44 3.3.1 Proteção em dobradeiras As dobradeiras devem possuir proteções em todas as áreas de risco, podendo ser fixas, móveis, dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança e/ou dispositivos eletrônicos, suficientes para prevenir a ocorrência de acidentes. Estes equipamentos têm como concepção construtiva os mesmos elementos das prensas, ou seja, o emprego de chavetas, freio/embreagem ou hidráulico. Assim como as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, as dobradeiras com acionamento por engate de chaveta não oferecem segurança contra falhas mecânicas, sendo que o acionamento bi-manual ou proteção contra ingresso da mão na zona de operação por cortina de luz, por si só, não garantem a segurança. As dobradeiras hidráulicas e as com freio/embreagem pneumático podem dispor de proteções do tipo cortina de luz, desde que adequadamente selecionada e instalada e/ou acionamento bi-manual. Nas operações com dobradeiras podem ser utilizados os pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, desde que instalados no interior de uma caixa de proteção, atendendo o disposto na NBR NM ISO 13853. Não se admite o uso de pedais com atuação mecânica. Pode ser afastada a exigência de enclausuramento da zona de prensagem, desde que adotadas medidas adequadas de proteção aos riscos existentes. O número de pedais deve corresponder ao número de operadores na máquina, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem que todos os pedais sejam acionados, conforme a NBR 14154.
  • 45. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 45 Figura 58 – Dobradeira com uso inadequado de pedal. IMPORTANTE É proibida a utilização de pedal mecânico para acionamento de prensas dobradeiras. Nas dobradeiras com acionamento por engate de chaveta ou freio embreagem mecânico, jamais devem ser trabalhadas peças de pequenas dimensões, onde o operador fica segurando a peça a ser dobrada próximo à matriz até a conformação, pois, uma vez acionada, o punção parte do ponto morto superior diretamente para o ponto morto inferior, sendo impossível parar este movimento. O uso das dobradeiras com engate por chaveta só é permitido para chapas grandes, onde o operador não necessita aproximar-se da zona de operação. Cuidados adicionais, como emprego de posicionadores, devem ser adotados a fim de evitar riscos adicionais no momento da conformação da peça, pois dependendo do ângulo da ferramenta a chapa poderá sofrer uma rápida movimentação, partindo da posição horizontal paralela à mesa para uma posição próxima da vertical, podendo atingir o trabalhador neste curso, ou provocar a prensagem dos dedos entre a chapa e o corpo da máquina.
  • 46. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 46 Figuras 59 e 60 – Desenho do curso da ferramenta de dobra. Figura 61 – Posicionador imantado. Figura 62 – Colocação da peça no posicionador imantado.
  • 47. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 47 Figura 63 – Encosto imantado. Figura 64 – Encosto imantado sobre a peça. 3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E HIDRÁULICA) Seu princípio de funcionamento é semelhante ao da prensa mecânica e hidráulica, diferenciando-se apenas pelo movimento vertical que, neste caso, é feito pelo suporte das lâminas de corte na parte superior.
  • 48. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 48 No caso de tesouras, estes equipamentos operam com jogo laminar inferior e superior (facas), geralmente acionados por cames ou cilindros hidráulicos, porém suas funções são de corte. 3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras As guilhotinas, tesouras e cisalhadoras devem possuir na zona de corte, proteção fixa e, havendo necessidade de intervenção freqüente nas lâminas, proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, para impedir o ingresso das mãos e dedos dos operadores nas áreas de risco. As dimensões para distanciamento seguro devem obedecer a NBR NM-ISO 13852. Nas operações com guilhotinas, com a zona de corte devidamente protegida, podem ser utilizados os pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, desde que instalados no interior de uma caixa de proteção, atendendo o disposto na NBR NM ISO 13853. Não se admite o uso de pedais com atuação mecânica. Figura 65 – Guilhotina.
  • 49. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 49 Figura 66 – Guilhotina com proteção frontal. Figura 67 – Guilhotina com proteção lateral e traseira. 3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA São equipamentos destinados a conformar e laminar chapas através de rolos de aço tracionados por sistema mecânico com motor e redutor ou motor hidráulico. 3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra Os rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros similares devem ter seus cilindros protegidos, de forma a não permitir o acesso às áreas de risco, ou serem dotados de outro sistema de proteção de mesma eficácia.
  • 50. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 50 Dispositivos de parada e retrocesso de emergência, acessíveis de qualquer ponto do posto de trabalho, são obrigatórios, mas não eliminam a necessidade de proteção obrigatória e eficaz dos cilindros. Figura 68 – Calandra sem proteção. Figura 69 – Calandra com proteção do tipo mesa deslizante e empurrador.
  • 51. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 51 Figura 70 – Cilindro misturador de borracha. Cilindro misturador de borracha com seis chaves de emergência (1 barra inferior frontal e outra traseira, botoeira direita e esquerda na zona de operação frontal e traseira) que uma vez acionadas, ativam o circuito de frenagem e reversão do motor.
  • 52. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 52 4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES São blocos de aço que possuem o formato “negativo” da peça, presos nas partes superior e inferior das prensas e equipamentos similares, que devem atender aos seguintes requisitos de segurança: – ser armazenados em locais próprios e seguros; – ser fixados à máquina da forma mais segura, sem improvisações; – ser construídos de tal forma que evitem a projeção de rebarba sobre o operador; – ser dotados de dispositivos extratores que facilitem a retirada das peças e que não ofereçam riscos adicionais ao operador. IMPORTANTE Procedimentos seguros devem ser elaborados e seguidos para manuseio, movimentação e troca de ferramental por trabalhadores capacitados, observando-se sempre o uso de dispositivos de retenção mecânica (calço de segurança); As ferramentas podem ainda incorporar, preferencialmente em sua fase de projeto, sistemas de alimentação/extração como os que veremos em capítulo posterior específico.
  • 53. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 53 Figura 71 – Desenho em corte ferramenta. Figura 72 – Estampo.
  • 54. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 54 Figura 73 – Armazenamento de ferramentas. 4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS A movimentação das ferramentas deverá ser executada de maneira segura, através de dispositivos de movimentação que reduzam o esforço físico do trabalhador. Figura 74 – Movimentação por ponte rolante.
  • 55. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 55 Figura 75 – Movimentação por carrinho. IMPORTANTE Os equipamentos de movimentação de materiais devem seguir os requisitos estabelecidos na NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
  • 56. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 56 5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO/EXTRAÇÃO 5.1 MANUAL O operador posiciona e extrai a peça que está sendo trabalhada diretamente na área da matriz da máquina. Este tipo de alimentação somente é aceito quando adotados adequadamente os dispositivos de proteção aos riscos existentes na zona de prensagem ou trabalho, ficando proibido em qualquer circunstância o uso de salva-mão ou afasta-mão. Não é permitido o uso de pinças ou tenazes, exceto nas operações a quente ou a morno, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador às áreas de risco. Figura 76 – Dispositivo salva-mão. IMPORTANTE O sistema de salva-mão não pode ser utilizado como proteção para equipamentos de prensas ou similares.
  • 57. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 57 Figura 77 – Alimentação manual com pinça. IMPORTANTE A alimentação manual de prensas ou similares através de sistema de pinças é proibido. Figura 78 – Alimentação manual em zona de prensagem protegida.
  • 58. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 58 5.2 GAVETA No sistema de gaveta, a peça a ser prensada é alojada fora da matriz, em um dispositivo previamente preparado. Empurra-se o dispositivo em forma de gaveta para a zona de prensagem. Aciona-se a prensa, e ocorre a conformação. Cabe ressaltar que a zona de prensagem deverá estar adequadamente protegida. Figuras 79, 80 e 81 – Gaveta.
  • 59. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 59 Figura 82 – Sistema de alimentação por gaveta. 5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER Neste sistema, a peça a ser prensada é colocada na mesa pelo lado de fora da zona de prensagem e girada para dentro dela. Sua remoção pode se dar na continuidade do giro, após a prensagem. A zona de prensagem deve estar adequadamente protegida. Figura 83 – Sistema de alimentação por bandeja rotativa ou tambor de revólver.
  • 60. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 60 5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO Neste sistema é adaptada à ferramenta, calhas inclinadas para alimentação por gravidade. A expulsão da peça da zona de prensagem ocorre através de ar comprimido, com deslizamento pela calha de saída. A zona de prensagem deve estar adequadamente protegida. Figura 84 – Exemplo de alimentação por gravidade. Figura 85 – Zona de descarregamento de peças ou retalhos (parte traseira da prensa).
  • 61. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 61 5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ É um dispositivo que faz o movimento de colocação e retirada da peça na zona de prensagem da máquina. A pinça magnética não é considerada uma mão mecânica. É importante ressaltar que este tipo de alimentação deve ter proteção de perímetro que impeça a entrada e/ou permanência do trabalhador na área de risco com a máquina em funcionamento ou possibilidade de entrar em funcionamento por acionamento acidental, não podendo trazer riscos adicionais. Figura 86 – Sistema de alimentação por robô. 5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO Neste sistema, a peça a ser conformada deve ser alojada no dispositivo de transporte fora da matriz. O dispositivo transporta a peça do ponto de alimentação até a zona de prensagem, automaticamente. Este dispositivo não isenta a necessidade de proteção adequada da zona de prensagem.
  • 62. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 62 Figura 87 – Alimentador contínuo com braço magnético e proteção fixa de policarbonato na zona de prensagem. 5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA São equipamentos destinados a preparar a matéria-prima para prensas e similares. Usualmente possuem sistemas de controle para sincronizar seu movimento com o da prensa. Desbobinam e endireitam chapas dispostas em rolos. 5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras As desbobinadeiras devem possuir proteção física ou eletrônica de forma que impeça o ingresso de pessoas ao seu movimento de risco. Podem ser utilizados scanners, cortinas, tapetes ou grades conjugadas com chaves de segurança e relé. A fim de determinar a categoria de risco deverá ser utilizada a NBR 14153:1998, para garantir a segurança do sistema. As desbobinadeiras, endireitadeiras e outros equipamentos de alimentação devem possuir proteção em todo o perímetro, impedindo o acesso e a circulação de pessoas nas áreas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852 e a NBRNM 272.
  • 63. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 63 Figura 88 – Desbobinadeira desprotegida. Figura 89 – Desbobinadeira protegida.
  • 64. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 64 Figura 90 – Área de desbobinadeira desprotegida. Figura 91 – Área de desbobinadeira protegida.
  • 65. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 65 6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO O Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo deverão receber proteção adequada. Segundo a NBR NM 272/2001 Segurança de Máquinas – Proteções – Requisitos gerais para o projeto e construção de proteções fixas e móveis, proteção é definida como parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de uma barreia física, devendo: - não apresentar facilidade de burla; - prevenir o contato (NBR NM-ISO 13852 / 13853 /13854); - ter estabilidade no tempo; - não criar perigos novos; - não criar interferência. As proteções podem ser: 6.1 PROTEÇÕES FIXAS São proteções de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fechada sendo de difícil remoção, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoção ou abertura impossível sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela metálica, chapa metálica ou policarbonato. 6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou elemento de fixação adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de ferramentas. As proteções móveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertravamento de tal forma que: - a máquina não possa operar até que a proteção seja fechada;
  • 66. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 66 - se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma instrução de parada é acionada. Quando a proteção é fechada, por si só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continuação do ciclo. Quando há risco adicional de movimento de inércia, dispositivo de intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da proteção somente ocorra quando houver cessado totalmente o movimento de risco. Exemplos de proteções fixas e móveis podem ser encontradas na norma NBR NM 272/2001 e NBR273/2001. 6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM Essa proteção deve impedir o acesso à zona de prensagem por todos os lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e não da mão ou dedos. Suas dimensões e afastamentos devem obedecer a NBR NM 13852:2003, e NBR 13854. Pode ser constituída de proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas conforme NBR 272 e 273. Figura 92 – Enclausuramento da zona de prensagem.
  • 67. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 67 Figura 93 – Enclausuramento da zona de prensagem. Podem possuir proteções reguláveis que se ajustem à geometria da peça devendo observar as distâncias de segurança da NBR NM-ISO 13852:2003. Figura 94 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções reguláveis.
  • 68. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 68 Figura 95 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis intertravadas. Figura 96 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis intertravadas. 6.4 FERRAMENTA FECHADA Neste caso, a matriz é fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do material e não permita o acesso da mão e dos dedos na área de prensagem. Esta condição deverá ser preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de projeto e confecção da ferramenta, podendo ser adaptada em ferramentas já
  • 69. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 69 existentes, observando-se não criar riscos adicionais com a incorporação da proteção. Figura 97 e 98 – Adaptação de proteção fixa em ferramentas. Figura 99 – Proteção em policarbonato. OBSERVAÇÃO: O tipo de proteção acima apresentado inova com o uso de policarbonato, material resistente que proporciona visibilidade. O fechamento da ferramenta deixando apenas uma fresta para passagem do material (A) é adequado, pois não permite o ingresso dos dedos do operador na zona de prensagem. Porém um risco adicional foi criado entre a parte superior da proteção (C) e o movimento do martelo (B), conhecido como "efeito guilhotina". (C) (B) (A)
  • 70. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 70 IMPORTANTE Os dispositivos elencados a seguir não vão prover de proteção física a área de prensagem; portanto, não podem ser considerados proteção adequada para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumático. Ao utilizar os recursos eletrônicos de segurança, deve-se observar se sua categoria é apropriada e certificada. A escolha deve estar baseada em análise de risco prevista pela NBR 14009 e NBR 14153. 6.5 COMANDO BI-MANUAL Este dispositivo exige a utilização simultânea das duas mãos do operador para o acionamento da máquina, garantindo assim que suas mãos não estarão na área de risco. Para que a máquina funcione, é necessário pressionar os dois botões simultaneamente com defasagem de tempo até 0,5 s (atuação síncrona, conforme NBR 14152:1998, item 3.5). Os comandos bi-manuais devem ser ergonômicos e robustos, e possuir autoteste, sendo monitorados por CLP ou relé de segurança. A interrupção de um dos comandos bi-manuais resultará em sua parada instantânea. O autoteste garante a condição de não-acionamento em caso de falha de um dos componentes do circuito elétrico do comando bi-manual; atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da Portaria 3214/78, NBR 13930:2001 e NBR 14152:1998 – Segurança em máquinas – Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais e princípios para projeto. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número de operadores na máquina, com chave seletora de posição tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154.
  • 71. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 71 Figura 100 – Relé de segurança Figura 101 – Comando bi-manual com botão de emergência. Os dispositivos de comando bi-manual não servem de proteção contra o ingresso na área de prensagem para as prensas mecânicas excêntricas por engate de chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumático. Sua utilização é um recurso complementar importante, quando reduz ou elimina o uso do pedal. 6.6 CORTINA DE LUZ O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um sistema de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de transmissores e receptores ativados, caso o receptor não receba o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de falha. A cortina de luz deverá ser adequadamente selecionada de acordo com o tamanho (altura de proteção) e a resolução (capacidade de resolução da cortina = percepção de dedo ou mão), e posicionada a uma distância segura da zona de risco, levando em conta o tempo total de parada da máquina conforme a EN 999:1998 e IEC EN 61496:2004 Part 1 e Part 2, devendo ainda ser certificada como categoria 4 e monitorada por relé ou CLP de segurança. Não serve como dispositivo de segurança para zona de prensagem das prensas mecânicas excêntricas de engate
  • 72. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 72 por chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumático. Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco não monitoradas pela cortina, devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por chaves de segurança, conforme a NBRs 272 e 273. Figura 102 e 103 – Cortina de luz. Figura 104 – Cortina de luz instalada. Figura 105 – Cortina de luz com espelhos para proteção frontal e lateral.
  • 73. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 73 Figura 106 – Prensa hidráulica protegida com proteção física nas laterais e conjugação de cortina de luz e comando bi-manual. IMPORTANTE A boa técnica recomenda a utilização conjugada de comando bi-manual e cortina de luz, atuando como proteção ao operador e terceiros. Entretanto, em caráter excepcional, baseado em uma análise de risco conforme NBR 14009, outras conjugações poderão ser adotadas, desde que garantam a mesma eficácia. Figura 107 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.
  • 74. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 74 Figura 108 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.
  • 75. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 75 7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE ÁREA Dispositivos de monitoramento de área, através da detecção por aproximação, são utilizados complementarmente para monitoramento e envio de sinal de que a área foi invadida, determinando a paralisação da máquina e impedindo o seu funcionamento até que a área esteja livre da presença de pessoas e um novo comando seja dado. Sua instalação deve ser precedida de análise de risco conforme NBR 14009 e deve ter sua instalação de acordo com a EN 999:1998, para a garantia da distância de segurança. A utilização do scanner deve ainda observar a IEC EN 61496:2004 Part 1 e Part 2, e os tapetes e batentes, como possuem contato mecânico, devem observar a EN 1760. 7.1 SCANNER Os monitores de área a laser são utilizados no monitoramento sem contato de uma área livremente programável. Não são necessários refletores separados. Sua instalação é simples, pois o transmissor e o receptor são acomodados em um único equipamento. Figura 109 – Scanner. Figura 110 – Monitor de área a laser (scanner).
  • 76. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 76 7.2 TAPETE DE SEGURANÇA Estes dispositivos são usados para fornecer proteção à uma área de piso ao redor de uma máquina. A matriz dos tapetes interconectados é colocada ao redor da área classificada, e qualquer pressão (ex.: passos do operador) causará o desligamento da unidade controladora do tapete da fonte de alimentação do perigo. Os tapetes sensíveis à pressão são freqüentemente usados dentro de uma área fechada contendo diversas máquinas, como na produção flexível ou células robóticas. Quando o acesso for requisitado dentro da célula (para ajustes do robô, por exemplo), ele previne movimentação perigosa, no caso de o operador se desviar da área segura. O tamanho e o posicionamento dos tapetes devem ser calculados usando-se a fórmula da norma EN 999:1998 “Posicionamento dos equipamentos de proteção com respeito às velocidades de abordagem de partes do corpo humano”2 . 2 PRINCÍPIOS de Segurança. Disponível em:<http://castroingenium.no.sapo.pt/>. Acesso em: 22/02/2006 Figura 111 – Monitor de área a laser (scanner). Figura 112 – Monitor de área a laser (scanner).
  • 77. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 77 Figuras 113 e 114 – Tapetes de segurança. Figuras 115 – Exemplo de aplicação de tapetes de segurança
  • 78. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 78 8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA São dispositivos com acionadores, geralmente na forma de botões tipo cogumelo na cor vermelha, colocados em local visível na máquina ou próximo dela, sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, tem a finalidade de estancar o movimento da máquina, desabilitando seu comando. Devem ser monitorados por relé ou CLP de segurança. As prensas e similares devem dispor de dispositivos de parada de emergência que garantam a interrupção imediata do movimento da máquina, conforme a NBR 13759. Quando forem utilizados comandos bi-manuais conectáveis por tomadas (removíveis), que contenham botão de parada de emergência, e este não pode ser o único, deve haver um dispositivo de parada de emergência no painel ou corpo da máquina ou equipamento. Havendo vários comandos bi-manuais para o acionamento de uma prensa ou similar, estes devem ser ligados de modo a garantir o funcionamento adequado do botão de parada de emergência de cada um deles. Nas prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de sistema de acoplamento equivalente (de ciclo completo) e em seus similares, admite-se o uso de dispositivos de parada que não cessem imediatamente o movimento da máquina ou equipamento, em razão da inércia do sistema. Figuras 116, 117 e 118 – Acionadores de parada de emergência.
  • 79. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 79 9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO É um sistema eletromecânico destinado a detectar perda de sincronismo entre o freio/embreagem e o conjunto de chaves-limites que comanda o movimento de uma prensa. Nas prensas hidráulicas, prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e respectivos similares, não enclausurados, ou cujas ferramentas não sejam fechadas, o martelo deverá ser monitorado por sinais elétricos produzidos por equipamento acoplado mecanicamente à máquina, com controle de interrupção da transmissão, conforme o item 4.9 da NBR13930. Nas prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem que utilizam cortina de luz, a velocidade de parada do martelo não pode sofrer variações para não comprometer o distanciamento seguro entre a detecção e o tempo de resposta. O monitoramento eletromecânico comandará um sinal para interrupção da transmissão de movimento, quando detectar desgaste no freio. Figura 119 e 120 – Exemplos de monitores de curso de martelo.
  • 80. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 80 10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA As chaves de segurança das proteções móveis, as cortinas de luz, os comandos bi-manuais, as chaves seletoras de posições tipo yale e os dispositivos de parada de emergência devem ser ligados a comandos elétricos de segurança, ou seja, CLP ou relés de segurança, com redundância e autoteste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009 e 14153, com rearme manual. As chaves seletoras de posições tipo Yale, para seleção do número de comandos bi-manuais, devem ser ligadas a comando eletro-eletrônico de segurança de lógica programável (CLP ou relé de segurança). Figura 121 – Chave seletora de posições tipo Yale. Figura 122 e 123 – Chaves para intertravamento de proteções móveis.
  • 81. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 81 10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA É um sistema computadorizado eletrônico industrial destinado a controlar e checar, de modo redundante, os sinais elétricos de comando de uma máquina, inibindo seu funcionamento no eventual aparecimento de falhas. O software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a reduzir ao mínimo a possibilidade de erros provenientes de falha humana em seu projeto, devendo ainda possuir sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o comprometimento de qualquer função relativa à segurança, bem como não permitir alteração do software básico pelo usuário, conforme o item 4.10 da NBR 13930 e o item 12.3 da EN 60204-1. Figura 124 – Controlador lógico programável de segurança. 10.2 RELÉS DE SEGURANÇA São unidades eletromecânicas ou eletrônicas com supervisão, com dois canais, de acionamento positivo em seus contatos ou circuitos, abertos em série, cumprindo, assim, a exigência de redundância. Com a conexão dos dispositivos externos e a inclusão de seus contatos em pontos corretos do circuito elétrico de automação da máquina, obtêm-se um equipamento seguro quanto à sua parada.
  • 82. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 82 Figura 125 – Diagrama de ligação do circuito de segurança. Figura 126 – Relés de segurança.
  • 83. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 83 11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA Todas as prensas devem possuir um sistema de retenção mecânica para travar o martelo nas operações de troca das ferramentas, nos seus ajustes e manutenções antes do início dos trabalhos. O componente de retenção mecânica utilizado deve ser pintado na cor amarela e dotado de interligação eletromecânica. Deve ainda ser conectado ao comando central da máquina de forma a impedir, durante a sua utilização, o funcionamento da prensa. Nas situações onde não seja possível o uso do sistema de retenção mecânica, devem ser adotadas medidas alternativas que garantam o mesmo resultado. Calço de segurança é um bloco maciço de metal destinado a inibir fisicamente qualquer possibilidade de fechamento das áreas de prensagem quando colocado entre as partes da mesa/martelo ou de uma ferramenta aberta, na prensa. Os calços de segurança são considerados dispositivos necessários e obrigatórios e devem atender aos seguintes requisitos de segurança: – devem ser utilizados nas operações de troca, ajuste e manutenção dos estampos/matrizes; – nunca devem ser utilizados com a prensa em funcionamento, para sustentar apenas o peso do pilão; – devem ser dotados de interligação eletromecânica, ou seja, conectados ao comando central da máquina de tal forma que, quando removidos, impeçam seu funcionamento; – devem ser pintados na cor amarela.
  • 84. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 84 Figura 127 – Calço de segurança com interligação eletromecânica. Figura 128 – Calço de segurança em uso.
  • 85. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 85 12 PLATAFORMAS DE ACESSO As prensas e similares de grandes dimensões devem possuir escadas de acesso e plataformas feitas ou revestidas de material antiderrapante, dotadas de guarda-corpo e rodapé com dimensões tais que impeçam a passagem ou queda de pessoas e materiais. As transmissões de força localizadas em plataformas elevadas também deverão estar adequadamente protegidas para evitar contato durante a manutenção. Os trabalhadores de manutenção em plataformas elevadas (altura superior a 2,0 m) deverão utilizar EPI para proteção contra quedas, conforme NR 06. Figura 129 – Plataforma de manutenção.
  • 86. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 86 13 MANUTENÇÃO A manutenção e a inspeção somente podem ser executadas por pessoas devidamente capacitadas e credenciadas pela empresa. As prensas e similares devem ser submetidos a inspeção e manutenção preditiva, preventiva e corretiva devidamente documentadas, conforme instruções do fabricante e normas técnicas oficiais vigentes. As proteções podem ser removidas para manutenção, limpezas, ajustes e/ou troca de ferramentas da máquina, devendo possuir intertravamento através de dispositivos de segurança de tal modo que a máquina não entre em funcionamento quando forem retiradas. IMPORTANTE A falta de manutenção, sobrecarga e improvisações concorrem para ocorrência de graves acidentes. Figuras 130 e 131 – Resultados de manutenções inadequadas.
  • 87. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 87 IMPORTANTE As máquinas deverão ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, devendo ser obrigatório o uso de dispositivos de retenção mecânica na zona de prensagem. Figuras 132 e 133 – Dispositivos de bloqueio.
  • 88. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 88 14 ATERRAMENTO ELÉTRICO As prensas e equipamentos similares devem possuir aterramento elétrico e proteção contra descargas atmosféricas, conforme as NBR 5410 e NBR 5419. Para compor o Prontuário de Instalações Elétricas, previsto no item 10.2.4 alínea “b” da NR10, deverá constar ART – Anotação de Responsabilidade Técnica de profissional habilitado com as inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos. Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial, de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento elétrico seja zero. Isso é feito para que, ao se operar máquinas e equipamentos elétricos, o operador não receba descargas elétricas no seu manuseio.
  • 89. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 89 15 TRANSFORMAÇÕES DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING A transformação de prensas e similares deve seguir critérios rigorosos e avaliar todos os elementos existentes na máquina, quanto a sua vida útil e viabilidade técnica. Especialmente em prensas mecânicas excêntricas de acionamento por engate de chaveta, a única solução tecnológica aceitável dentro dos critérios da NT 16/2005 e normas ABNT é a conversão para freio/embreagem, o que só é economicamente viável acima de 100 T, conforme dados dos fabricantes dos kits de freios/embreagens. Todas as transformações deverão ser documentadas com memorial descritivo citando todos os preceitos de segurança aplicados e memórias de cálculo de todos os elementos incorporados. O documento deverá ser validado por uma ART de profissional habilitado na avaliação de modificações.
  • 90. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 90 16 ASPECTOS ERGONÔMICOS Para os trabalhos contínuos em prensas ou similares, onde o operador possa trabalhar sentado, devem ser fornecidos assentos conforme o disposto na NR 17. Deverão ainda ser disponibilizadas superfícies adequadas para colocação das peças que estejam sendo trabalhadas, de acordo com suas dimensões e alcance do trabalhador, a fim de evitar acidentes e reduzir a fadiga. Para os trabalhos a morno e a quente, as pinças e tenazes devem ser suportadas por dispositivos de alívio de peso, tais como balancins móveis ou tripés, de modo a minimizar a sobrecarga do trabalho.
  • 91. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 91 17 TREINAMENTO A NR 01 – Disposições Gerais, determina em seu item 1.7 que o empregador informe aos trabalhadores os riscos profissionais originados nos locais de trabalho, seus meios de prevenção e limitação e as medidas adotadas pela empresa. No caso específico de operações com prensas e similares, um programa de capacitação deverá ser desenvolvido pela própria empresa, com o currículo básico que se apresenta a seguir. O sucesso na implementação de medidas de segurança eficazes parte de um trabalho de equipe multidisciplinar apoiada por todos os níveis hierárquicos da empresa. A antecipação dos riscos prevista no PPRA – NR 09 passa obrigatoriamente pela seleção criteriosa quanto aos aspectos de segurança na aquisição de máquinas, equipamentos e projeto de novas ferramentas. Devem estar envolvidos na capacitação: operadores, preparadores de máquinas, ferramenteiros, mecânicos, eletricistas, projetistas, SESMT, CIPA e demais pessoas com atividades afins em prensas e similares. A carga horária deverá ser compatível e suficiente para que sejam desenvolvidos satisfatoriamente os conteúdos teóricos e a parte prática, sendo necessário o registro do conteúdo do programa de treinamento, a qualificação dos instrutores, o controle de presença e a avaliação. 17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO a) tipos de prensas e equipamentos similares; b) princípios de funcionamento; c) sistemas de alimentação; d) sistemas de proteção; e) possibilidades de falhas em prensas e equipamentos similares;
  • 92. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 92 f) tipos de estampos e matrizes e os meios de fixá-los às prensas e equipamentos similares; g) riscos e responsabilidades no manuseio, troca, movimentação e armazenagem dos estampos e matrizes; h) lista de checagem de montagem (chek-list); i) responsabilidade do operador; j) responsabilidade da chefia imediata; k) sistemas de retenção mecânica -calços de segurança; l) manutenção; m) aula prática; n) primeiros socorros. O processo de capacitação deverá ser registrado por escrito e realizado antes que o operador assuma suas funções, devendo ser reciclado periodicamente. A capacitação deverá ocorrer sempre que houver modificação no quadro funcional (troca de função, empréstimos, promoções, por exemplo) e atualizações tecnológicas.
  • 93. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 93 18 DAS RESPONSABILIDADES Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o , inciso XXII), o respeito à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o , incisos III e IV), observada a função social da propriedade (art. 170, inciso VI); Considerando que a Convenção n.o 119 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993, proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados; Considerando que o Artigo 184 da Consolidação da Leis do Trabalho (Capítulo V – Da Segurança e Medicina do Trabalho) estabelece que: “As máquinas e equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental” Considerando que o parágrafo único do Artigo 184 da CLT estabelece a proibição da fabricação, a importação, a venda, locação e uso de máquinas que não atendam ao disposto neste artigo; Considerando a NT37/2004, substituída pela NT 16/2005, como recomendação técnica de princípios de boas práticas, com o objetivo de garantir a proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos nas diversas formas e etapas do uso das prensas e equipamentos similares, para fins de aplicação dos Art. 184 a 186 da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, em especial a NR-12; Considerando que o Código de Proteção ao Consumidor (Lei 8078/90 Capítulo IV, Seção I), em seu Artigo 10, prescreve que:
  • 94. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 94 “O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança”. Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, através da NBR 13930 – Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança, no item 4.8, estabelece que: ”O sistema de acoplamento deve ser através de freio embreagem específico para prensas, sendo proibidas as construções ou utilizações de prensas com artifício de acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta ou similar”; Considerando o Código Civil que adota, diante de previsão legal expressa ou de risco na atividade, a teoria objetiva ou teoria do risco e o dever de reparar o dano, estabelecendo em seu artigo 927: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo”. Parágrafo único. “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Considerando a conseqüência do ato ilícito, ou seja, obrigação de indenizar por danos morais e patrimoniais, prevista no artigo186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
  • 95. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 95 Considerando os dispositivos do Código Civil, artigos 949 e 950, que tratam de ofensa à integridade física que acarreta defeito que impossibilite ou diminua a capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização pelos danos materiais e morais: “No caso de lesão ou outra ofensa a saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”. “Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu”. Parágrafo único. “O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez”. 18.1 DO FABRICANTE: • Não fabricar máquinas com acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta ou similar; • Fabricar produtos seguros e de qualidade de acordo com as normas técnicas; • Elaborar manual que contenha esclarecimentos sobre os dispositivos e elementos condicionadores de segurança, sua vida útil e manutenção e os procedimentos seguros para operação e manutenção.
  • 96. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 96 18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E SIMILARES • Não adquirir, adaptar ou “montar” prensas e similares com acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta ou similar; • Não desenvolver prensas e similares que não atendam às determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la; • Adquirir somente prensas e similares que atendam às determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la; • Utilizar prensas e similares somente para finalidade e capacidade que foi projetada de acordo com as instruções do fabricante; • Adotar nas prensas e similares já existentes, no mínimo, as determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la; • Elaborar procedimento escrito com a seqüência lógica e segura de todas as atividades relacionadas a prensas e similares, dando ciência a todos os empregados envolvidos; • Promover a capacitação dos trabalhadores, conforme previsto na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la, antes que assumam suas funções, responsabilizando-se por atualizações (reciclagem); • Permitir a operação ou manutenção de prensas e similares somente por trabalhadores qualificados; • Realizar as manutenções conforme recomendado pelo fabricante, registrando-as em documento próprio;
  • 97. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 97 • Determinar a paralisação da prensa e similar que ofereça risco ao operador. 18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES) • Participar da capacitação com o máximo aproveitamento, operando somente as máquinas para as quais foi qualificado; • Cumprir todas as etapas, sem improvisações com o disposto nos procedimentos de segurança para operação e manutenção de prensas e similares, especialmente na troca e montagem de ferramentas; • Verificar a cada início de jornada as condições de segurança da prensa ou similar, comunicando qualquer anomalia; • Nunca sobrecarregar a máquina, ou adaptar serviço para o qual ela não foi projetada; • Zelar pela conservação e manutenção dos dispositivos de segurança, comunicando de imediato a constatação de qualquer problema; • Parar imediatamente a atividade quando verificada condição de risco, comunicando de imediato o problema à chefia imediata, CIPA e SESMT, quando houver.
  • 98. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 98 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho foi elaborado de maneira tripartite, com representações dos empregadores, através da FIERGS – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, dos trabalhadores pelo STIMMME – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul - RS e do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, através da DRT/RS – Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, visando esclarecer e difundir a legislação pertinente à segurança de prensas e equipamentos similares, como forma de reduzir a incidência de acidentes. Recomenda-se a observância dos princípios de segurança aqui referidos, uma vez que seu descumprimento poderá acarretar ações por parte da fiscalização do MTE, como autuações e interdições. As fotos e ilustrações contidas nesse manual servem apenas para reforçar a questão envolvendo a segurança do trabalhador, não gerando em momento algum opinião quanto à marca, produto ou modelo de máquinas, equipamentos e dispositivos, bem como seus respectivos fabricantes.
  • 99. Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares 99 ANEXOS ANEXO A – Nota Técnica no 16/2005 SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (a) NOTA TÉCNICA N.º 16 / DSST Brasília, 07 de março de 2005 (b) A presente Nota Técnica Substitui a Nota Técnica n.º 37, de 16/12/04. Considerando a necessidade de adequação do texto da Nota Técnica / DSST n.º 37 (16/12/04), que estabelece princípios para a proteção de prensas e equipamentos similares; e Considerando as deliberações para alteração do texto da referida Nota Técnica oriundas da reunião do Grupo Técnico sobre Prensas e Equipamentos Similares, realizada no dia 17 de março de 2005; A Nota Técnica / DSST / n.º 37, de 16 de dezembro de 2004, passa a ter sua redação observada na seguinte forma: Para fins de aplicação das normas citadas, em especial dos artigos 184 a 186 da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria n.º 3214/78, em especial a NR-12, à segurança em máquinas e equipamentos abrangidos por esta Nota Técnica, devem ser observados os seguintes princípios de boa prática para a proteção de prensas e equipamentos similares: Considerando a alta incidência de acidentes de trabalho registrados no Brasil que atingem membros superiores dos trabalhadores; Considerando que prensas e equipamentos similares são responsáveis por mais da metade dos acidentes de trabalho com mutilação analisados pela Inspeção de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE; Considerando que no parque industrial brasileiro ainda ocorre a utilização de equipamentos obsoletos e que oferecem riscos de acidentes; Considerando que a Convenção n.o 119 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993, proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados; Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o , inciso XXII), o respeito à