SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  2
A ORIGEM OU FONTE DO CONHECIMENTO
Racionalismo – Teoria filosófica que dá prioridade à razão. O racionalismo é dividido em
vertentes: a metafísica – que encontra um carater racional na realidade e indica que o mundo
está ordenado de forma lógica e sujeito a leis -, a epistemológica ou gnosiológica – que
contempla a razão como fonte de todo o conhecimento, sendo independente da experiência -,
e a ética – que acentua a relevância da racionalidade respetivamente à ação normal.
O Racionalismo de Descartes
O racionalismo cartesiano indica que só é possível chegar ao conhecimento da verdade
através da razão do ser humano.
Para Descartes, existiam 3 categorias de ideias: as adventícias, as factícias e as inatas.
Descartes assume que além das ideias adventícias e factícias, os homens possuem ideias
inatas, ideias que, nascidas connosco, são como que a marca do criador à sua imagem.
DÚVIDA METÓDICA – Instrumento utilizado para chegar apenas à prova da existência de
verdades absolutas.
Para fundamentar o conhecimento, o filósofo deve adotar como falso tudo aquilo que
possa ser posto em dúvida, isto é, tudo aquilo em que não se pode comprovar a veracidade.
Os sentidos é um deles. Descartes não podia acreditar em nada que visse ou que ouvisse,
tendo sido tudo isso posto à prova porque os sentidos nos podem enganar. Um dos exemplos
usados por Descartes para demonstrar esta teoria é a da vara dentro de água: ao olharmos para
a vara, através da refração da água, ela parece torta, quando não o é.
DÚVIDA HIPERBÓLICA
1. Evidência: Segundo Descartes, é a regra que nos permite ter clareza e distinção dos
princípios inteligíveis. Por serem ideias simples, são a fonte de toda a construção teórica do
saber;
2. Análise: É o processo pelo qual decompomos as nossas representações imediatas em
representações mais simples a fim de organizar e ordenar os dados de forma a compreender
o objeto;
3. Síntese: Momento ao qual se chega depois da decomposição. Significa que o todo
desorganizado de uma representação é sintetizado numa ordenação das suas partes,
compondo-o num todo, agora, organizado;
4. Enumeração: Como há possibilidades de falhas, trata-se de uma verificação geral do
processo com a finalidade de garantir que foi feita correta e devidamente a análise do
objeto.
Descartes submete os dados dos sentidos (fonte de erro) ao jugo da razão humana (fonte
de verdade). Para entender melhor de que se trata, como para se entender o funcionamento
do método, Descartes considera as ideias ou representações humanas da seguinte forma:
 Ideias Adventícias: São as representações oriundas dos sentidos. Nestas estão a fonte
de erro dos juízos, pois um juízo não é feito sobre coisas e sim sobre o modo como
compreendemos as coisas. Assim, os juízos que são baseados nestas ideias são fontes
de erro, pois dizem-nos como aparece a coisa e não o que ela é;
 Ideias Factícias: Ficção é o nome para o que não existe. Significa dizer que a nossa
imaginação pode, a partir das ideias adventícias, formar seres que não têm nenhuma
correspondência com a realidade;
 Ideias Inatas: São princípios simples por si mesmos e de índole matemática. Só é possível
representar o espírito por uma intuição, p.e., o círculo, a perfeição, etc. São a marca do
criador no nosso espírito e que nos permite conhecer os objetos particulares. São
deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.

Contenu connexe

Tendances

A filosofia moral de kant
A filosofia moral de kantA filosofia moral de kant
A filosofia moral de kant
Filazambuja
 
Conhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - PopperConhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - Popper
Jorge Barbosa
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º ano
FilipaFonseca
 
Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - Kuhn
Jorge Barbosa
 

Tendances (20)

Descartes críticas
Descartes críticasDescartes críticas
Descartes críticas
 
A filosofia moral de kant
A filosofia moral de kantA filosofia moral de kant
A filosofia moral de kant
 
3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj
 
Conhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - PopperConhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - Popper
 
Cógito cartesiano de Descartes
Cógito cartesiano de DescartesCógito cartesiano de Descartes
Cógito cartesiano de Descartes
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º ano
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - Kuhn
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
 
Comparação descartes hume
Comparação descartes   humeComparação descartes   hume
Comparação descartes hume
 
Cepticismo
CepticismoCepticismo
Cepticismo
 
Hume
HumeHume
Hume
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixes
 
Quiz descartes
Quiz descartesQuiz descartes
Quiz descartes
 
Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11
 
Rede Concetual da Ação
Rede Concetual da AçãoRede Concetual da Ação
Rede Concetual da Ação
 
Tipos de conhecimento
Tipos de conhecimentoTipos de conhecimento
Tipos de conhecimento
 
A incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmasA incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmas
 
Da dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogitoDa dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogito
 

En vedette

Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
Carson Souza
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
Joaquim Melro
 
Racionalismo x Empirismo - Filosofia
Racionalismo x Empirismo - FilosofiaRacionalismo x Empirismo - Filosofia
Racionalismo x Empirismo - Filosofia
Carson Souza
 
O empirismo de David Hume PTT
O empirismo de David Hume PTTO empirismo de David Hume PTT
O empirismo de David Hume PTT
Joaquim Melro
 
O empirismo e o racionalismo
O empirismo e o racionalismoO empirismo e o racionalismo
O empirismo e o racionalismo
Joaquim Melro
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
mluisavalente
 
Racionalismo em Descartes
Racionalismo em DescartesRacionalismo em Descartes
Racionalismo em Descartes
Joaquim Melro
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
mluisavalente
 

En vedette (20)

Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
 
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o RacionalismoAula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
 
Racionalismo x Empirismo - Filosofia
Racionalismo x Empirismo - FilosofiaRacionalismo x Empirismo - Filosofia
Racionalismo x Empirismo - Filosofia
 
O empirismo de David Hume PTT
O empirismo de David Hume PTTO empirismo de David Hume PTT
O empirismo de David Hume PTT
 
O empirismo e o racionalismo
O empirismo e o racionalismoO empirismo e o racionalismo
O empirismo e o racionalismo
 
O racionalismo
O racionalismoO racionalismo
O racionalismo
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
 
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais IApontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
 
David hume e o Empirismo
David hume e o EmpirismoDavid hume e o Empirismo
David hume e o Empirismo
 
Racionalismo em Descartes
Racionalismo em DescartesRacionalismo em Descartes
Racionalismo em Descartes
 
Policy Memorandum on Brexit
Policy Memorandum on BrexitPolicy Memorandum on Brexit
Policy Memorandum on Brexit
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
 
Sistema Político da União Europeia - SPUE
Sistema Político da União Europeia - SPUESistema Político da União Europeia - SPUE
Sistema Político da União Europeia - SPUE
 
O acordo de associação: Ucrânia e União Europeia
O acordo de associação: Ucrânia e União EuropeiaO acordo de associação: Ucrânia e União Europeia
O acordo de associação: Ucrânia e União Europeia
 
Evolução Democrática
Evolução DemocráticaEvolução Democrática
Evolução Democrática
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Estrutura do ato de conhecer
Estrutura do ato de conhecer Estrutura do ato de conhecer
Estrutura do ato de conhecer
 
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
 

Similaire à O racionalismo de Descartes

Filosofia aula 7
Filosofia aula 7Filosofia aula 7
Filosofia aula 7
Erica Frau
 
3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria
takahico
 
Descartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo IDescartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo I
mluisavalente
 
Descartes - Trab. Grupo IV
Descartes - Trab. Grupo IVDescartes - Trab. Grupo IV
Descartes - Trab. Grupo IV
mluisavalente
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
alemisturini
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
Pelo Siro
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
Pelo Siro
 
Ficha de trab + correção descartes
Ficha de trab + correção   descartesFicha de trab + correção   descartes
Ficha de trab + correção descartes
mluisavalente
 

Similaire à O racionalismo de Descartes (20)

Filosofia aula 7
Filosofia aula 7Filosofia aula 7
Filosofia aula 7
 
3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria
 
Resumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e EmpirismoResumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
 
1 ano razao empirismo
1 ano razao empirismo1 ano razao empirismo
1 ano razao empirismo
 
Descartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo IDescartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo I
 
René Descartes
René DescartesRené Descartes
René Descartes
 
Racionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tpRacionalismo 26 tp
Racionalismo 26 tp
 
Professora Vanúcia: René Descartes
Professora Vanúcia: René DescartesProfessora Vanúcia: René Descartes
Professora Vanúcia: René Descartes
 
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdfresumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
 
Descartes - Trab. Grupo IV
Descartes - Trab. Grupo IVDescartes - Trab. Grupo IV
Descartes - Trab. Grupo IV
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Princípios da Filosofia de Descartes
 Princípios da Filosofia de Descartes Princípios da Filosofia de Descartes
Princípios da Filosofia de Descartes
 
Ae ci11 prep_exame_nacional
Ae ci11 prep_exame_nacionalAe ci11 prep_exame_nacional
Ae ci11 prep_exame_nacional
 
Guilherme Corrêa - A modernidade e a questão do conhecimento: racionalismo - ...
Guilherme Corrêa - A modernidade e a questão do conhecimento: racionalismo - ...Guilherme Corrêa - A modernidade e a questão do conhecimento: racionalismo - ...
Guilherme Corrêa - A modernidade e a questão do conhecimento: racionalismo - ...
 
Apresentação- René Descartes
Apresentação- René DescartesApresentação- René Descartes
Apresentação- René Descartes
 
Apresentação3 25 t
Apresentação3 25 tApresentação3 25 t
Apresentação3 25 t
 
Ficha de trab + correção descartes
Ficha de trab + correção   descartesFicha de trab + correção   descartes
Ficha de trab + correção descartes
 

Plus de Joana Filipa Rodrigues

Plus de Joana Filipa Rodrigues (20)

O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
 
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert CoxA Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
 
Soberania - Sovereignty by Sorensen
Soberania - Sovereignty by SorensenSoberania - Sovereignty by Sorensen
Soberania - Sovereignty by Sorensen
 
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
 
Comunidade Europeia: OPNI?
Comunidade Europeia: OPNI?Comunidade Europeia: OPNI?
Comunidade Europeia: OPNI?
 
Victor Gavin
Victor GavinVictor Gavin
Victor Gavin
 
Liberdade vs. Igualdade
Liberdade vs. IgualdadeLiberdade vs. Igualdade
Liberdade vs. Igualdade
 
Globalização e Direitos Humanos
Globalização e Direitos HumanosGlobalização e Direitos Humanos
Globalização e Direitos Humanos
 
Conferência de Berlim
Conferência de BerlimConferência de Berlim
Conferência de Berlim
 
A Crise dos Refugiados parte I
A Crise dos Refugiados parte IA Crise dos Refugiados parte I
A Crise dos Refugiados parte I
 
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte IIImpacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
 
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte IIIImpacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
 
História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6
 
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conaçãoPsicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
 
A sátira e a crítica social no Memorial do Convento
A sátira e a crítica social no Memorial do ConventoA sátira e a crítica social no Memorial do Convento
A sátira e a crítica social no Memorial do Convento
 
Psicologia 12º
Psicologia 12ºPsicologia 12º
Psicologia 12º
 
Fidel Castro
Fidel CastroFidel Castro
Fidel Castro
 
Kant e Stuart Mill
Kant e Stuart MillKant e Stuart Mill
Kant e Stuart Mill
 
As TIC e o seu impacto
As TIC e o seu impactoAs TIC e o seu impacto
As TIC e o seu impacto
 
Sociedade Oitocentista - Século XIX
Sociedade Oitocentista - Século XIXSociedade Oitocentista - Século XIX
Sociedade Oitocentista - Século XIX
 

O racionalismo de Descartes

  • 1. A ORIGEM OU FONTE DO CONHECIMENTO Racionalismo – Teoria filosófica que dá prioridade à razão. O racionalismo é dividido em vertentes: a metafísica – que encontra um carater racional na realidade e indica que o mundo está ordenado de forma lógica e sujeito a leis -, a epistemológica ou gnosiológica – que contempla a razão como fonte de todo o conhecimento, sendo independente da experiência -, e a ética – que acentua a relevância da racionalidade respetivamente à ação normal. O Racionalismo de Descartes O racionalismo cartesiano indica que só é possível chegar ao conhecimento da verdade através da razão do ser humano. Para Descartes, existiam 3 categorias de ideias: as adventícias, as factícias e as inatas. Descartes assume que além das ideias adventícias e factícias, os homens possuem ideias inatas, ideias que, nascidas connosco, são como que a marca do criador à sua imagem. DÚVIDA METÓDICA – Instrumento utilizado para chegar apenas à prova da existência de verdades absolutas. Para fundamentar o conhecimento, o filósofo deve adotar como falso tudo aquilo que possa ser posto em dúvida, isto é, tudo aquilo em que não se pode comprovar a veracidade. Os sentidos é um deles. Descartes não podia acreditar em nada que visse ou que ouvisse, tendo sido tudo isso posto à prova porque os sentidos nos podem enganar. Um dos exemplos usados por Descartes para demonstrar esta teoria é a da vara dentro de água: ao olharmos para a vara, através da refração da água, ela parece torta, quando não o é. DÚVIDA HIPERBÓLICA 1. Evidência: Segundo Descartes, é a regra que nos permite ter clareza e distinção dos princípios inteligíveis. Por serem ideias simples, são a fonte de toda a construção teórica do saber; 2. Análise: É o processo pelo qual decompomos as nossas representações imediatas em representações mais simples a fim de organizar e ordenar os dados de forma a compreender o objeto; 3. Síntese: Momento ao qual se chega depois da decomposição. Significa que o todo desorganizado de uma representação é sintetizado numa ordenação das suas partes, compondo-o num todo, agora, organizado; 4. Enumeração: Como há possibilidades de falhas, trata-se de uma verificação geral do processo com a finalidade de garantir que foi feita correta e devidamente a análise do objeto. Descartes submete os dados dos sentidos (fonte de erro) ao jugo da razão humana (fonte de verdade). Para entender melhor de que se trata, como para se entender o funcionamento do método, Descartes considera as ideias ou representações humanas da seguinte forma:
  • 2.  Ideias Adventícias: São as representações oriundas dos sentidos. Nestas estão a fonte de erro dos juízos, pois um juízo não é feito sobre coisas e sim sobre o modo como compreendemos as coisas. Assim, os juízos que são baseados nestas ideias são fontes de erro, pois dizem-nos como aparece a coisa e não o que ela é;  Ideias Factícias: Ficção é o nome para o que não existe. Significa dizer que a nossa imaginação pode, a partir das ideias adventícias, formar seres que não têm nenhuma correspondência com a realidade;  Ideias Inatas: São princípios simples por si mesmos e de índole matemática. Só é possível representar o espírito por uma intuição, p.e., o círculo, a perfeição, etc. São a marca do criador no nosso espírito e que nos permite conhecer os objetos particulares. São deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.