2. As pessoas que, desgostosas e decepcionadas, não querem ouvir
falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais
que possam ter finalidade ou cunho políticos, afastam-se de tudo
quanto lembre atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu
isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão
deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a
política existente continue tal qual é. A apatia social é, pois, uma
forma passiva de fazer política.
Marilena Chauí
3. Vida
Marilena de Souza Chauí (Pindorama, 4 de setembro de 1941) é professora de filosofia, historiadora de
filosofia brasileira e membro da ala mais radical do Partido dos Trabalhadores.
É filha do jornalista Nicolau Alberto Chauí, de origem árabe,1 e da professora Laura de Souza Chauí. Foi
casada com o jornalista José Augusto de Mattos Berlinck (1938), com quem teve dois filhos - José
Guilherme e Luciana. Atualmente é casada com Michael Hall, historiador e professor da Unicamp.
Professora titular de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), é mestre (1967, com Merleau-Ponty e
a crítica do humanismo, sob a orientação do professor Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior), doutora
(1971, com Introdução à leitura de Espinosa, sob a orientação da professora Gilda Rocha de Mello e
Souza) e livre docente de Filosofia (1977, com A nervura do real: Espinosa e a questão da liberdade) pela
USP.
Além de extensa produção acadêmica, Marilena também publicou livros paradidáticos de Filosofia,
voltados sobretudo para o público jovem ou não especializado. Seu livro O que é Ideologia (Ed.
Brasiliense, Coleção Primeiros Passos), foi selecionado pelo Ministério da Educação e Cultura como livro
didático obrigatório na rede pública de ensino, tornando-se desta forma um best-seller com mais de cem
mil exemplares vendidos2 , bastante acima da média de vendas dos livros não
didáticos no Brasil.
Foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza
Erundina. (1988-1992).
Continua ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e considera que a experiência à frente da Secretaria da
Cultura do Município de São Paulo foi de extrema importância para tornar o trabalho ainda mais
sintonizado com a realidade e os problemas nacionais.
4. Desejo é relação entre seres humanos carentes. Por isso amamos
até à loucura e odiamos até a morte: nosso ser está em jogo em
cada e em todos os afetos. Desejo é paixão,diziam os clássicos.
Marilena Chauí
5. Polêmica
Em 2013 causou polêmica em uma palestra em São Paulo ao afirmar que a
chamada "nova classe média" brasileira é fascista. Segundo ela, "(...) a
classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma
abominação ética porque é violenta e é uma abominação cognitiva porque é
ignorante. Fim".
6. Os animais são seres naturais; os humanos, seres culturais.
Marilena Chauí
7. Alguns prêmios e títulos
1992 - Ordre des Palmes Académiques, Presidência da República da França.
1994 - Prêmio Jabuti - para Convite à Filosofia', como melhor livro didático,
Câmara Brasileira do Livro.
1995 - Ordem do Mérito, Ministério da Educação e Cultura da República Árabe da
Síria.
1999 - Prêmio Sérgio Buarque de Holanda - melhor livro brasileiro de ensaios, 'A
nervura do real', Biblioteca Nacional.
2000 - Prêmio Jabuti para o melhor livro brasileiro de humanidades, A nervura
do real, Câmara Brasileira do Livro.
2000 - Prêmio Multicultural Estadão - pela obra cultural e filosófica e pelo livro
'Nervura do real', O Estado de São Paulo.
2003 - Título de Doctor Honoris Causa da Universidade de Paris VIII - França.
2004 - Título de Doctor Honoris Causa, Universidad Nacional de Córdoba -
Argentina.
8. “Eu conheço Deus. Eu não acredito nele. Acreditar em Deus é
esperar que ele se revele através dos textos sagrados. Conhecê-lo
é exercer o trabalho de pensamento na direção de conhecer a
estrutura do universo, do modo de realização.”
Marilena Chaui
9. Livros
Chauí é autora de vários livros, dentre os quais se destacam:
"Repressão Sexual",
"Da Realidade sem Mistérios ao Mistério do Mundo",
"Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritária",
"Professoras na Cozinha" (com Laura de Souza Chauí)
"Introdução à História da Filosofia",
"Experiência do Pensamento",
"Escritos Sobre a Universidade",
"Filosofia: Volume Único",
"Convite à Filosofia",
"O que é Ideologia' 1980'",
"Política em Espinosa" ,
"A Nervura do Real'1999'",
"Espinosa: Uma Filosofia de Liberdade",
"Cidadania Cultural",
"Simulacro e poder".
10. "A alegria é o que sentimos quando percebemos o aumento de
nossa realidade, isto é, de nossa força interna e capacidade para
agir.
Aumento de pensamento e de ação, a alegria é caminho da
autonomia individual e política.
A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa
realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa
impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da
servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras
o ódio e o medo recíprocos. "
Marilena Chauí