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BEAGÁ MINEIRO
Nãosedeixelevarpelaformacomoaquitrocamasvoltasaotradicional
“beabá”, levando a que o nome da capital mineira, Belo Horizonte,
se contraia num “Beagá” melodioso. Primeiro estranha-se a ausência
de mar, mas, aos poucos, os olhos habituam-se a ver tudo o que
está entre e para lá das montanhas. Afinal, esta foi a primeira capital
do Brasil a ser planeada no papel
TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOS DE MANUEL GOMES DA COSTA
BELO HORIZONTE
elo Horizonte, nome que os locais aprenderam a contrair num
melodioso Beagá para ficar mais conforme aos “uais” do seu
sotaque musicado, ainda gosta de se dizer uma cidade pequena
e provinciana, mas, na realidade, há muito que a capital mineira
deixou de ser uma coisa e outra. Possui um bom nível de vida,
óptimos restaurantes, uma animação nocturna capaz de fazer inveja
à maioria das grandes cidades do país e várias atracções espalhadas por todo o seu perímetro,
a começar nos famosos botequins, marca registada da cidade. Mas para a minha primeira
incursão na cidade, que nasceu para ser capital há 111 anos a partir do arraial de Curral
del Rei – eleito por oferecer boas possibilidades de expansão, apesar de rodeado por
montanhas –, eu precisava de mais. Perguntei por isso a um amigo, amante confesso de
Beagá, o que mais lhe agradava aqui. Respondeu-me: as flores e a Pampulha.
Beagá perdeu para Curitiba, no Paraná, o título de “Cidade-Jardim”, mas flores não lhe
faltam. Até mesmo na Lagoa da Pampulha. Situada a norte do centro de Beagá, já colada
à cidade-satélite de Venda Nova, pode dizer-se que à volta da Lagoa da Pampulha ocorreu,
na década de 1940, a alvorada de uma nova metrópole, uma espécie de ensaio para o que
viria a ser Brasília anos mais tarde, nascida do entendimento entre um político visionário
que queria ficar na História e um arquitecto disposto a romper com os cânones da época.
A lagoa, apesar de poluída, permanece como uma fonte de prazer para os belo-
-horizontinos, que têm ali o estádio Mineirão, o Parque de diversões Guanabara, o Zoológico
e até dois dos mais elogiados restaurantes locais – o regional Xapuri (Rua Mandacaru,
260), rústico e refinado ao mesmo tempo graças ao comando da simpática NelsaTrombino,
e o Aurora (Rua Alves de Oliveira, 421), cozinha de autor, a cargo de Mauro Bernardes,
num belo casarão com quintal e cores vibrantes –, mas é o conjunto que Oscar Niemeyer
idealizou apenas numa noite, e que Juscelino Kubitschek aprovou na manhã seguinte,
a cereja em cima do bolo.
O visionário do betão, como já lhe chamaram, não viu o hotel também previsto no
projecto inicial passar do papel, e o Iate Club foi sendo desvirtuado por acrescentos
posteriores, mas a Casa do Baile, com a sua marquise curvilínea; o Casino, convertido
entretanto em museu por o jogo ter sido proibido no Brasil; e a Igreja de São Francisco
de Assis, com as suas inusitadas curvas decalcadas das montanhas à volta e os polémicos
painéis de azulejos pintados por Cândido Portinari, fizeram da Pampulha, e consequentemente
de Belo Horizonte, uma urbe aberta à modernidade.
A parceria entre Kubitschek e Niemeyer não se esgotou, todavia, na Pampulha (ver
caixa). Enquanto esteve no comando da cidade e do Estado de Minas, o futuro presidente
do Brasil deu-lhe uma visibilidade que permitiu ao arquitecto receber outras encomendas
no centro da cidade. É o caso do prédio da Praça da Liberdade, uma estrutura modular
que ilude quanto ao seu número real de andares. Para estetas como Conceição Piló,
a incansável curadora do Palácio do Governador (ver guia) – a verdadeira jóia arquitectónica
da praça mais simbólica de Beagá –, pode não passar de um “espigão”, apenas superado
na falta de harmonia pela “Rainha da Sucata” (a alcunha jocosa do Museu de Mineralogia,
nas imediações), mas o facto é que a Liberdade, quadrada à boa maneira francesa, converteu-
-se, com o tempo, numa mescla de estilos e num ponto de encontro, sobretudo aos domingos
de manhã, à sombra das suas palmeiras imperiais e ipês amarelos. Claro que a sede do
BELO HORIZONTE
“COM A OBRA
DA PAMPULHA,
O VOCABULÁRIO
PLÁSTICO DA MINHA
ARQUITETURA, NUM
JOGO INESPERADO
DE RETAS E
CURVAS, COMEÇOU
A SE DEFINIR”.
OSCAR NIEMEYER
B
Nesta pág., em cima, e na pág. ao lado, à dir.: a Igreja São Francisco deAssis, na Pampulha, causou estranheza e foi
mesmo rejeitada pelo bispo da época, D. Cabral, que não gostou de ver um cão rafeiro pintado por Portinari no painel
do altar-mor. Em cima, da esq. para a dir.: restaurante Dádiva; clube Mp5;Alessa Gelato & Caffé. Em baixo: lombo de
panela no restaurante Xapuri. Dupla de entrada: mezanino do Palácio dasArtes e vista geral daAvenidaAfonso Pena.
o Cantina do Lucas (número 233, lj. 18). Na cidade com maior
índice de botecos por habitante do Brasil (ver guia), é da praxe
passar ao menos por um para saber como é. Munido de tão nobre
missão, cheguei mesmo a deslocar-me de propósito ao bairro de
Santa Tereza, outrora frequentado por Milton Nascimento e o
seu “Clube da Esquina”, onde estão alguns dos mais castiços
como o Chef Túlio, o Temático e o Bolão, e concluí o seguinte
(que me perdoem os puristas): o boteco é, sobretudo, um ponto
de encontro e de reunião entre amigos, pelo que perde a graça
quando se está em inferioridade numérica.
Em hora de almoço, fui à procura de outras esquinas
de Beagá, que encerram, tantas vezes, verdadeiros triângulos da
perdição. Bastou-me descer a rua de Santa Catarina, já em direcção
ao bairro de Lourdes, para encontrar o que queria no número
1235. A Favorita não é só um espaço bonito, assinado pela
arquitecta Freuza Zechmeister (também figurinista do grupo de
dança mais famoso da cidade, o Corpo), para ver e ser visto.
A sua cozinha de múltiplas influências, com o jovem chef Robson
Viana a assumir que faz muita experimentação, é tida como
Governo mineiro, com a sua escadaria
filigranada em ferro forjado belga, os lustres
de cristal alemão e checo ou o mobiliário
estilo Luís XV e XVI, merecia melhor
companhia, mas, até 2010, os edifícios mais
nobres da praça vão deixar de acolher órgãos
governamentais e passarão a ter uma vertente
mais lúdica e cultural.
De todas as avenidas que cortam
transversalmente Beagá, a Avenida Afonso
Pena é a principal. Em extensão e em
importância. Não é mais ladeada pelos ficus
aparados de antes, mas árvores não lhe faltam
– um dos parques mais bonitos e antigos da
cidade, o Municipal, inspirado na Belle
Epoque francesa e responsável pelo elevado
índice de verde na cidade, dá mesmo para
aqui. Quando Oscar Niemeyer projectou o
Palácio das Artes estava previsto que a sua
entrada se fizesse pelo parque, mas quando
foi inaugurado em 1971 o responsável pela
obra era já Helio Ferreira Pinto, pelo que
hoje a sua fachada (atribuída a Niemeyer,
bem como o mezanino) está no número
1537 da Afonso Pena. Com a Fundação
Clóvis Salgado (ver guia) aqui instalada, este é um espaço cultural
vivo, com óptimos recursos, onde, certa noite, pude comprovar
in loco a boa acústica do Grande Teatro.
DE BOTECO EM BOTECO
Está aberto até ao final da tarde, mas é de manhã, e à hora das
refeições – afinal estão aqui representados botecos ilustres na
cidade como o Palhares e o Casa Cheia –, que vive um maior
frenesim. Entro no Mercado Central, pela Augusto de Lima,
ciente de que já não é apenas um mercado, mas também uma
atracção turística com direito a livros e a tratados a seu respeito.
Diz quem o conhece desde sempre que ficou muito melhor
depois de ter sido remodelado e privatizado. Não tenho como
comparar, mas não fico imune à sua explosão de cores nem
à oferta de óptimos produtos regionais de Minas. É um ponto
incontornável de compras.
Namesmarua,noEdifícioMaleta,redutocomercialeboémio,
figuram outros botecos – bares populares onde se pode petiscar
e matar a fome com um PF (prato feito) – bem conhecidos como
A B R I L 2 0 0 8 79
BELO HORIZONTE CONSERVADORA
E POLITIZADA,
A SOCIEDADE
DE BEAGÁ MANTÉM
O SEU ESPÍRITO
CRÍTICO E É, A PAR
DE CURITIBA, UMA
DAS CIDADES ONDE
NOVOS PRODUTOS
SÃO TESTADOS
ANTES DE SEREM
LANÇADOS NO
RESTO DO BRASIL
NIEMEYER EM 10 PASSOS
O visitante mais incauto poderá ter uma bela surpresa ao chegar a Belo
Horizonte. Na realidade, atrevo-me mesmo a dizer, até mais do que uma.
Concentremo-nos, por agora, na questão arquitectónica. É que a amizade
entre o estadista Juscelino Kubitschek e o arquitecto Oscar Niemeyer
deu maiores frutos do que apenas o conjunto da Lagoa da Pampulha
(ver texto), amplamente citado nos guias da cidade. Muito a propósito,
a celebração do centenário de Niemeyer em Dezembro de 2007 serviu de
pretexto para que se prestasse maior atenção às dez obras do arquitecto
que reinventou a capital mineira. É certo que nem todas gozam hoje de
um estado de preservação exemplar, mas o seu potencial é inegável e há
já quem tenha percebido que pode ser uma mais-valia no futuro para um
segmento de turismo que se interessa e procura este tipo de curiosidades.
Assim, e caso queria seguir a incursão mineira de Niemeyer passo a passo,
comece logo pela Pampulha, onde, além da Casa do Baile, da Igreja
de São Francisco e do Museu de Arte da Pampulha, vai encontrar também
a Casa Kubitschek, em breve convertida em Museu JK, o Iate Clube
e o edifício central do Zoológico, que esteve para ser um clube de golfe.
No centro da cidade, a assinalar o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública,
na Praça da Liberdade; a fachada e o mezanino do Palácio das Artes,
na Avenida Afonso Pena; o Edifício JK, na Rua Timbiras; o ex-prédio
do Bemge, na Praça Sete; e a Escola Estadual Governador Milton Campos
(Estadual Central), no Bairro Santo Antônio.
Em cima: o jovem chef
RobsonViana, que faz muita
experimentação e recorre
a influências várias para criar
os seus pratos, é um dos
trunfos do restaurante
A Favorita, eleito pela revista
Veja como o melhor
do género em 2007. Outro
atractivo da casa
é a arquitectura de Freuza
Zechmeister.Ainda nesta
pág.: esquina da Getúlio
Vargas, na Savassi. À esq.:
Casa do Baile, onde Juscelino
Kubitschek era assíduo
melhores DJs de música electrónica.
Mas Lourdes divide o protagonismo na
cena de Beagá com o seu vizinho do lado,
Savassi. Até 2006, toda esta área estava
englobada no bairro antigo de Funcionários,
agora a norte, mas a prefeitura decidiu dar
identidade própria a uma zona que tinha
ficado conhecida graças à padaria do
imigrante italiano Amilcare Savassi, famosa
na década de 1930 entre políticos, a alta
sociedade e um bando de boémios que
“aprontava” muito e era apelidado de “Turma
da Savassi”. O nome ficou, a padaria foi-se
e hoje a grande referência do lugar é o centro
comercial Pátio Savassi, com boas lojas, casas
nocturnas e até uma filial da melhor geladaria
da cidade, a Easy Ice.
Fica também aqui uma das esquinas mais
badaladas para quem gosta de sair à noite,
no encontro das ruas Pernambuco e Tomé
de Sousa, com especial destaque para a quinta-
-feira, altura em que os estudantes tomam
de assalto os vários bares e botecos. Não muito
longe daqui, no Graças a Deus (Rua Padre
Odorico, 68), um bar de três publicitários
que não escondem a sua paixão por futebol, a média de idades
não varia muito e o engate sobe na mesma proporção com que
os copos se esvaziam. Para quem preferir um programa “mais
familiar”, Savassi e arredores possuem restaurantes agradáveis
– como o D. Lucinha (Rua Padre Odorico, 38, São Pedro) e o
D. Derna (Rua Tomé de Sousa, 1343, 2.º) –, pastelarias de
renome – a portuguesa Maria Fernanda Afonso faz sucesso no
número 949 da Rua Santa Rita Durão – e, sobretudo, várias
livrarias que tiveram o bom gosto de se associar a cafés que
permanecem abertos à noite, onde apetece estar sem pressas –
destaque para o Café com Letras (Rua Antônio de Albuquerque,
781) e o Café da Travessa (Av. Getúlio Vargas, 1405).
Dizem os manuais da cidade que quem quiser fugir
à “ditadura” das lojas padronizadas dos centros comerciais
de Beagá deve ir ao bairro Barro Preto, entre as ruas Augusto
deLima,MatoGrossoeAraguari,ondesereúnemváriosretalhistas
nacionais, mas é na Fernandes Tourinho, na divisa entre Savassi
e São Pedro, que encontro não só livrarias, um restaurante
de comida natural (o Mandala, no número 390) e um bar
a melhor no seu género em Beagá, e até os pães, deliciosos, vêm
da Casa Bonomi (Rua Cláudio Manoel, 460, Funcionários),
criada pela ex-bailarina Paula Bonomi.
E se de dia, Lourdes, endereço certo de condomínios luxuosos,
empresas e comércio de marca, seduz pelos magotes de árvores
a permear o asfalto e pela forma como tentou imitar o bairro
chique dos Jardins em São Paulo – com direito a antiquários,
os melhores pastéis (número 70) e a pastelaria mais bonita
(Graciliano, número 40) na rua Marília de Dirceu –, de noite
tudo acontece nas esquinas das ruas Curitiba, onde ficam o
Dádiva – o maître Maurício prefere o movimento das tardes de
sábado, altura em que aquela esquina mais lhe parece o Mónaco!
– e o Tizé, e a Bárbara Heliodora, poiso do Maria de Lourdes
Botequim. Dita quem vai em modas que se coma aqui e depois
se vá tomar a sobremesa à geladaria pós-moderna Alessa Gelato
& Caffé, na Rua São Paulo, número 2112. Madrugada alta, é
pegar no carro (ou no táxi) e zarpar para a Avenida Raja Gabaglia,
mais a sul, reduto de bares e discotecas in como o MP5 (número
4000), um misto de galeria e de pista de dança ao som dos
80 A B R I L 2 0 0 8
BEAGÁ CONTINUA
A SENTIR-SE
NA SOMBRA DE SÃO
PAULO E DO RIO
DE JANEIRO, MAS
O CERTO É QUE,
CADA VEZ MAIS,
SE ASSUME COMO
UMA CIDADE
COSMOPOLITA QUE
POUCO OU NADA
FICA A DEVER EM
MATÉRIA DE OPÇÕES
Nesta pág., em cima, na pág.
ao lado, à dir.: o Dádiva é, por
excelência, um restaurante
para ver e ser visto, numa das
esquinas mais movimentadas
do bairro de Lourdes, com
direito a Ferraris e Jaguares
estacionados à porta. O
espaço moderno foi assinado
por Mariana Junqueira Lessa.
Da esq. para a dir.: Nelsa
Trombino, a “maga” do
Xapuri que começou
a cozinhar para os amigos
no quintal da sua casa; filete
de raia, receita d’A Favorita
BELO HORIZONTE
BEAGÁ POR RONALDO FRAGA
Pedimos a Ronaldo Fraga (ver texto), que conquistou as passarelas da moda
a partir de Belo Horizonte, para partilhar connosco os seus lugares de eleição
na cidade.
Restaurantes: Aurora (Rua Expedicionário Mário Alves de Oliveira, 421,
São Luís), de cozinha contemporânea, e o Xapuri (Rua Mandacaru, 260,
Pampulha), de comida regional.
Botequins: Família Paulista (Rua Luther King, 242, Cidade Nova), famoso
pelas suas couvinhas recheadas com feijão tropeiro, e o Kobes (Rua Professor
Raimundo Nonato, 31, Horto/Santa Tereza), que funciona numa garagem
e possui cardápio criativo.
N.A.: Fraga costuma ser um dos jurados do Comida di Buteco (ver guia)
Antiquários e artistas plásticos: Galeria Selma Albuquerque
(Rua Antônio de Albuquerque, 885),Velho Armazém (Rua Itapecerica, 613,
Lagoinha), instalado num velho casarão que só por si já é um regalo, ou Leo
Santana (atelier em Macacos, tel. 0055 31 9279 1957), escultor responsável
pela estátua de Drummond no Rio de Janeiro.
Museus: Histórico Abílio Barreto (Av. Prudente de Morais, 202, Cd. Jardim,
encerra às segundas), onde elege também o Café de Museu, Inhotim
(www.inhotim.org.br, ver texto), em Brumadinho,Artes e Ofícios (Pç. Rui
Barbosa, encerra às segundas) e Giramundo (Rua Varginha, 235, Floresta,
às terças, quartas e quintas), com cerca de 350 bonecos criados por Álvaro
Apocalypse, o mais importante marionetista do Brasil.
Livraria: Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 275, Savassi), espaço
com café e um bom entendedor em livros.
Colado ao Parque Municipal, com entrada pelo principal
eixo de circulação da cidade, o Palácio dasArtes é um
espaço cutural vivo com exposições, ciclos de cinema,
espectáculos de dança e uma vasta oferta de lazer
de pão de queijo: esta casa é mais umas das surpresas de Beagá.
Aounir-seàsuaamigaFreuzaZechmeister,aarquitectaresponsável
pelo projecto, com quem pesquisou durante anos várias lojas
por todo o mundo, Zezé conseguiu dar forma ao seu velho sonho
de construir um palácio onde as mulheres pudessem sentir-se
princesas. Foi assim que, numa linguagem moderna, pegaram
em fotos de móveis franceses ou dos pisos em parquet e dos
frescos do Palácio da Liberdade e os aplicaram, segundo a velha
técnica do trompe-l’oeil, em paredes ou consolas, que trataram
depois de misturar com biombos, cadeiras estilo Luís XV forradas
a tapeçaria, e tantas outras coisas que valorizam, sem anular,
a roupa e acessórios expostos. E nada escapa, dos provadores,
com paredes acolchoadas, às casas de banho, com fotos de
supermodelos.
Ao sair de lá, reparo que o Sion, um bairro de origem judia
que cresceu em torno do Colégio Nossa Senhora, mantém os
seus casarões da velha elite belo-horizontina, mas está cada vez
mais espartilhado por redutos da classe média, como a Anchieta,
onde ficam alguns botecos interessantes, e por endereços populares
(o Redentor, número 509), como também
uma das melhores lojas de roupa vintage da
cidade, a Santíssima (número 385, sobreloja),
e Ronaldo Fraga (número 81), o criador
mineiro de maior projecção dentro e fora de
portas. Fraga (ver caixa) é uma figura, afável
e sem vedetismos, que começou por ter a sua
loja em Pompeia, mas com as crescentes
demolições no bairro acabou por se mudar
para aqui. Criou uma loja à sua medida, que
vai mudando em função das colecções
expostas. Com uma linha muito própria e
acessível, onde o humor e a tragédia andam
a par e passo, este estilista conhece como
poucos a cidade onde vive e gosta de
desconcertar, tanto que na parede da loja
imprimiu: “Em minha calça está grudado
um nome que não é meu de baptismo ou de
cartões. Um nome… estranho. Eu, etiqueta.”
PRINCESAS
E BAIRROS DE ELITE
Para fazer o contraponto à linguagem mais
alternativa de Ronaldo Fraga, decido rumar
ao número 111 da RuaTuribate, já no Sion,
outro bairro da Zona Sul, onde fica a nova loja de Zezé Duarte.
É claro que chamar loja ao espaço de 700 metros quadrados,
inaugurado em finais de Novembro de 2007, não só é
despropositado, como, viria a constatar mais tarde, não faz de
todo jus ao conceito. Confesso que, ao deparar-me à chegada
com uma casa de arquitectura moderna, discreta, mas ainda
assim de porta fechada e seguranças, temi o pior – ou seja, pensei
que uma das mais conhecidas e prestigiadas empresárias de Beagá,
no ramo há mais de 15 anos, tinha cedido à tentação de criar
aqui uma Daslu em escala menor, que em São Paulo se tornou
sinónimo de ostentação e novo-riquismo.
Não é o caso. É certo que a loja se destina a uma clientela
VIP, disposta a pagar caro – ou não, dependendo do ponto de
vista – por peças de criadores nacionais e estrangeiros escolhidas
a dedo pela própria Zezé, que, devidamente assessorada pela sua
equipa, viaja regularmente pelas capitais da moda em busca de
inspiração e de novidades. Mas, não há como negá-lo – por mais
que nos queiramos distrair com as empregadas que oferecem
a todo o momento bombons, prosecco ou café com miniaturas
A B R I L 2 0 0 8 85
BELO HORIZONTE
NIEMEYER ASSUME
QUE A PAMPULHA
FOI UM ENSAIO
PARA BRASÍLIA.
ALIÁS, BEAGÁ
É UMA CIDADE
QUE, DESDE MUITO
CEDO, SE SOUBE
ABRIR A VÁRIAS
INFLUÊNCIAS
ARQUITECTÓNICAS
PONTO DE PARTIDA
O propósito desta reportagem é provar que, por si só, Belo Horizonte possui ingredientes
suficientes para ser descoberta e devidamente saboreada do “jeitim” que os mineiros gostam:
sem pressas. Mas, contrariadas as evidências, é bom não perder de vista que a capital de
Minas Gerais será sempre um ponto de partida para explorar outras atracções de maior peso
turístico, como é o caso das cidades históricas. Para quem não dispõe de muito tempo, uma
boa sugestão de roteiro passa por combinar numa só viagem as três capitais.A saber: antes de
Beagá, Mariana (a 116 km de BH e a 15 km de Ouro Preto) foi a primeira capital do Estado,
pelo que preserva um bonito centro histórico, seguida de Ouro Preto (a 107 km de BH), quiçá
a mais conhecida devido ao seu impressionante, e bem preservado, núcleo barroco com obras
relevantes de Aleijadinho e Mestre Athayde. Belo Horizonte apresenta ainda como vantagem
acrescida o facto de possuir ao seu redor, a menos de 100 quilómetros, vários pontos com
um charme tipicamente provinciano na melhor acepção da palavra.Aliás, um dos programas
favoritos de fim-de-semana dos habitantes de Beagá é pegar no carro ou na moto e zarpar
rumo aos hotéis-fazenda de Brumadinho, Esmeralda e Florestal, ficando a opção de
hospedagem em pousadas por conta de São Sebastião das Águas Claras. Para quem deseja ir
e vir no mesmo o dia, Nova Lima, a escassos 30 quilómetros da capital, é uma boa alternativa,
com dois óptimos e muito concorridos restaurantes: o La Victoria (R. Hudson, 675, Jd. Canadá)
e o diVino (5.ª Avenida, 144, Cond.Vale do Sol).
Pág. à esq. e nesta pág., em
cima: a Praça da Liberdade,
epicentro de Beagá,
tem no refinado Palácio
do Governador o seu melhor
cartão de visita, tanto que
o showroom de Zezé Duarte
(em cima) se inspirou nos
seus interiores para criar
uma atmosfera ímpar.
No topo, à esq.: Conceição
Piló, curadora do Palácio.
BEAGÁ TEM HOJE
UM TRÂNSITO
CAÓTICO, MAS,
AINDA ASSIM,
CONSEGUE A PROEZA
DE POSSUIR MAIS
DE DOIS MILHÕES
DE ÁRVORES,
O DOBRO DO
RECOMENDADO
PELA ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE
como o Verdemar (Av. Nossa Senhora do Carmo, 1900), apontado por muitos
como tendo o melhor pão de queijo da cidade, ou o Pinguim (Rua Grão Mongol,
157), recomendado por oito em cada dez pessoas, só que, para quem está de fora,
não passa de uma grande e, vá lá, bem frequentada cervejaria.
Também o bairro de Mangabeiras, delimitado pela Serra do Curral, as avenidas
Agulhas Negras e Bandeirantes – não deixe de passar no número 1839 para provar
os melhores sumos naturais da cidade, em 60 inusitadas combinações de frutas,
hortaliças e sorvetes, na Néctar da Serra – e ainda pelo Parque das Mangabeiras,
com paisagismo de Burle Marx, desperta ciúme e curiosidade na vizinhança menos
abastada ao seu redor, pelo que, não raras vezes, é costume esticar as suas fronteiras
físicas para caber lá dentro.
Mas há certas coisas que nem a fazer vista grossa terão lugar neste bairro burguês
da zona centro-sul, projectado na década de 1960, aos pés da serra e colado ao
segundo maior parque urbano do Brasil, logo a seguir à Floresta daTijuca, no Rio
de Janeiro. Aqui imperam as grandes vivendas ajardinadas, muitas delas com
traçados ousados saídos dos estiradores de arquitectos famosos – nesse quesito vale
a pena espreitar a casa da joalheira Angla Geo, na Avenida José do Patrocínio
Pontes, 1354 –, que, na medida do possível, se esforçaram para estar à altura do
legado modernista deixado pelo projecto de Niemeyer e Burle Marx no Palácio
das Mangabeiras, residência estival dos governadores mineiros, mandado construir
por Juscelino Kubitschek na Rua Professor Lair Rennó Remusat.
Na sua qualidade de bairro eminentemente residencial, o Alto Mangabeiras,
que foi buscar o nome ao infeliz córrego soterrado pelas obras de arruamento, não
atrai curiosos aqui apenas para espreitar as casas dos muito ricos; menos ainda
pelo seu comércio ou serviços, que são praticamente inexistentes. A maioria das
pessoas, tal como eu numa certa manhã, vem mesmo é pela vista sobre o resto
da cidade. Um horizonte a que nem mesmo João Paulo II, aquando da sua visita
a Beagá em 1980, terá ficado indiferente, pelo que, depois da missa campal realizada
no local, a até então Praça Israel Pinheiro passou a chamar-se Praça do Papa.
A lembrá-lo, os símbolos cristãos erectos no meio da praça fazem pontaria ao
céu, mas a sua cor de fuligem não tem como competir, nesta altura do ano pelo
menos, com o lilás supremo das quaresmeiras em flor, decalcadas sobre o fundo
verde da serra e do parque. Uma autêntica selva urbana, com o seu quinhão de
mata atlântica, bichos, trilhas e diversas infra-estruturas de lazer, que não deixa
morrer por completo o espírito de “roça grande”, paredes-meias com o asfalto
e o betão. Nem abdica, ao que parece, de certos fenómenos naturais como o da
Rua do Amendoim, nas proximidades da Rua Professor Otávio Coelho Magalhães,
onde, com um pouco de boa-vontade, se dá pelo carro de motor desligado a subir
e não a descer a ladeira – há quem insista em fazer disto um mistério insolúvel,
mas a explicação pode ser simples se tivermos em conta a presença de um certo
magnetismo no subsolo, rico em minérios.
A ARTE DE INHOTIM
Não adianta, contudo, pormo-nos com ideias, nem desencadear uma verdadeira
caça ao ouro nos quintais daqui. A prova disso está no bairro vizinho da Serra
– onde o motivo da romaria é outro e dá pelo nome de Estabelecimento, o boteco
do momento na Rua Monte Alegre, com direito a mexido de linguiça e couve
às quartas e roda de samba aos sábados –, tido ainda hoje como o ponto de partida
da cidade que conhecemos como Belo Horizonte. Conta-se que, no distante ano
de 1701, o bandeirante João Leite da Silva Ortiz chegou à Serra do Curral, então
ainda conhecida como Serra de Congonhas, em busca do metal precioso, mas,
Nesta pág.: o restaurante Xapuri (em cima e em baixo), num dos bairros da Pampulha, é apontado como
o melhor da cidade para comer iguarias regionais, sobretudo aos fins-de-semana. Já o Graciliano (ao centro)
é uma das melhores pastelarias da cidade, com direito ao financier, famoso bolinho de amêndoa, servido
com o café. Pág. ao lado, da esq. para a dir.: arranha-céus daAfonso Pena; Inhotim; café do Palácio dasArtes.
Em baixo: parque ambiental do Inhotim e prédio de Niemeyer na Praça da Liberdade, o “Copán de Beagá”.
-fazenda – e de se estimar que outros
projectos hoteleiros, de maior porte, estejam
a caminho –, muitos são os habitantes da
capital que não conhecem ainda o centro
de arte contemporânea do Inhotim
(www.inhotim.org.br), em Brumadinho,
a pouco mais de uma hora de carro de Beagá.
Caso para dizer que não sabem o que andam
a perder. Como tantas vezes acontece, talvez
o nome ‘arte’ ou ‘centro cultural’ sirva de
pretexto para explicar a relutância de alguns,
mas o facto é que se trata de um dos projectos
mais inovadores dentro do seu género. Para
começar porque ocupa cerca de 40 hectares
de uma vasta propriedade de 120 pertencente
ao magnata da mineração Bernardo Paz,
da Itaminas, que desde 1980 tem vindo
a amealhar uma colecção de arte contem-
porânea nada desprezível. A dada altura,
o acervo atingiu uma tal dimensão que
decidiu expor parte dele ao público; primeiro
de forma condicionada, depois já a título
permanente, a partir de Outubro de 2006,
no centro tal como hoje o vemos.
Com ligação às mais importantes bienais
de arte, o Inhotim expõe o trabalho de vários
artistas brasileiros e internacionais, de forma
permanente ou itinerante, em nove galerias
de arquitectura moderna – duas delas foram
inauguradas em Março, com destaque para
a que leva a obra da carioca Adriana Varejão
– ou a céu aberto no parque ambiental, que
deve o seu paisagismo original a Burle Marx.
Aliás, é esta combinação feliz e pouco usual – pelo menos com
esta dimensão – entre a natureza, com um cuidado primoroso
que passa pela preservação de espécies botânicas brasileiras, e
arte, que faz de Inhotim um lugar único e que já colocou a
comunidade de Brumadinho, até então quase exclusivamente
famosa pelo seu forró de sexta-feira no terminal da rodoviária,
no mapa internacional. Que ninguém tenha dúvidas, o Inhotim
é muito bom em qualquer parte do mundo – para mais, conta
também com uma vasta e bem preparada equipa, um excelente
restaurante e, diz-se, em breve uma pousada desenhada por
Freuza Zechmeister –, mas está a 60 quilómetros da capital
mineira. O que só confirma a minha suspeita inicial: esta cidade
não pára de alargar o horizonte. O dela e o de todos aqueles que
se derem ao trabalho de a enxergar para lá do óbvio e dos cânones
useiros de beleza. ■■
Agradecemos a colaboração da e da Secretaria
de Estado de Turismo de Minas Gerais na realização desta reportagem
no seu lugar, encontrou uma bela paisagem, de clima ameno e
próprio para a agricultura, pelo que criou aqui a primeira fazenda
da região e esteve na origem do que viria a ser o próspero povoado
de Curral del Rei, a partir do qual nasceria a nova capital mineira
em 1897.
Mas, por muito que a Serra do Curral seja o símbolo mais
amado da cidade, a verdade é que o bairro homónimo se apresenta
agora como uma região assimétrica, com lugar para empresas
de grande porte, prédios e casas de alto padrão, boas escolas e
um dos melhores clubes da cidade, é certo, mas também abriga
a maior favela de Beagá, formada por seis comunidades. Talvez
por isso, e na busca de uma paisagem mais idílica, muitos belo-
-horizontinos estejam, cada vez mais, a optar por viver fora do
perímetro urbano, em lugares como Nova Lima, ou até mesmo
mais distantes, como Brumadinho, Florestal ou Esmeraldas,
todos eles num raio inferior a 100 quilómetros. E quem não
o faz não enjeita a proposta como uma das mais tentadoras para
uma escapada de fim-de-semana.
Ainda assim, e apesar de o lugar já possuir bons hotéis-
88 A B R I L 2 0 0 8
COMO IR
Os novos voos directos
da TAP Portugal
(www.flytap.com) para
a capital do Estado de Minas
Gerais realizam-se, nos dois
sentidos, às segundas,
quartas, quintas, sábados
e domingos, com partida de
Lisboa às 10h00 (o voo tem
uma duração aproximada
de nove horas).Tarifas a partir
de €822 (taxas incluídas)
Outra vantagem é a de
permitir aos portugueses
explorar a região, com
especial destaque para
cidades históricas como Ouro
Preto, a pouco mais de 100
quilómetros de distância.
FORMALIDADES
Passaporte válido
CÂMBIO
1 Real vale cerca de €0,43.
Pode levantar dinheiro nos
ATM do Bradesco (e pouco
mais), mas atenção que
só funcionam até às 22h00.
A maioria dos cartões
de crédito é aceite.
TRANSPORTES
O trânsito é,hoje,uma
das grandes dores de cabeça
para quem circula na capital
mineira (falta concluir o trecho
final da via que vai ligar
directamente oAeroporto
Internacional de Confins
ao centro da cidade).Apesar
de não ser propriamente
barato (em média,uma
viagem custa entre €3 e €4),
o táxi continua ser o meio
de transporte mais cómodo
para quem vem de fora;
os autocarros não
oferecem segurança
e o metro de superfície
(www.metrobh.gov.br)
tem uma cobertura limitada.
Do terminal rodoviário
(www.pbh.gov.br/rodoviaria),
no centro,saem diariamente
autocarros para diversos
pontos de Minas Gerais
e do Brasil.
ONDE FICAR
Beagá é uma cidade muito
virada para os negócios e isso
reflecte-se, até ver, no tipo
de acomodações que
disponibiliza. Prefira hotéis
centrais, nas imediações de
bairros nobres como Savassi,
Lourdes ou São Pedro.
Mercure – Av. do Contorno,
7315, Lourdes,
www.accorhotels.com.br
Tido como um dos mais
modernos e bem equipados.
Diárias desde €110
Quality Afonso Pena –
Av.Afonso Pena, 3761,
Mangabeiras,
www.atlanticahotels.com.br
Surpreende pela decoração
contemporânea, piso só
para mulheres e boa vista.
Diárias desde €100
Caesar Business –Av. Luís
Paulo Franco, 421, Belvedere,
www.caesarbusiness.com.br
Abriu em finais de 2007,
possui spa e fica próximo
do centro comercial BH.
A desvantagem é que fica
longe do centro.
Diárias desde €135
Ouro Minas Palace –
Rua Cristiano Machado,
4001, Ipiranga,
www.ourominas.com.br
Continua a ser o único cinco
estrelas, mas está a precisar
de uma renovação.
Compensa o facto de estar
afastado do centro com
uma boa estrutura de apoio
ao hóspede.
Diárias desde €185
ONDE COMER
Consultar texto.
ONDE COMPRAR
Consultar texto.
COMIDA
DI BUTECO
Beagá é conhecido em todo
o Brasil por possuir o maior
índice de botecos ou
botequins – no fundo, são
bares populares onde
se bebe e come –, quiçá para
compensar a falta de praia e
mar. Seja como for, o assunto
é levado (muito) a sério por
ali, tanto que, em 2000, se
instituiu o concurso gastro-
nómico Comida di Buteco
(ver lista em www.comida
dibuteco.com.br), em que um
número cada vez mais repre-
sentativo de bares coloca
à prova os seus tira-gostos
(acepipes). Este ano, o evento
vai decorrer de 11 deAbril
a 11 de Maio, com a Saideira
(eleição do vencedor) a 17
e 18 de Maio, na praça com
o mesmo nome.
A NÃO PERDER
Obra de Niemeyer: ver
caixa e texto
Inhotim: ver texto
Passeios: não é preciso sair
da cidade para se embrenhar
no mato, basta fazer como
tantos locais e seguir
as trilhas da Serra do Curral,
que delimita os bairros
de Mangabeiras e da Serra.
ATrilhas de Minas
(www.trilhasdeminas.com.br)
é uma das empresas
que organiza passeios ali.
Parques: vale a pena
explorar zonas verdes como
o bonito Parque Municipal.
Palácio das Artes: este
pólo cultural daAv.Afonso
Pena, que abriga a Fundação
Clóvis Salgado (www.palacio
dasartes.com.br),possui uma
vasta programação de exposi-
ções e mostras de cinema,
bem como espectáculos
de dança e teatro. Possui uma
biblioteca e café.
Palácio da Liberdade:
um dos mais belos edifícios
de Beagá, inaugurado
em 1897 para acolher
os governadores do Estado.
Visitas das 8h00 às 14h00.
Mercado Central: fica
naAv.Augusto de Lima
(mercadocentral.com.br)
e funciona todos os dias,
das 7h00 às 18h00 (13h00
aos domingos).
Feira de Arte e
Artesanato Afonso Pena:
esta feira decorre aos
domingos, das 8h00 às
14h00, na principal avenida.
Museu Histórico Abílio
Barreto: ver caixa Fraga
MAIS INFORMAÇÕES
Consulte os sites
www.belohorizonte.mg.gov.br
(oficial), www.belotur.com.br,
www.viajeaqui.com.br
(“Guia Quatro Rodas”),
vejabrasil.abril.com.br/belo-
horizonte (suplemento da
Veja), www.guiabh.com.br
(guia local).
GUIA DE VIAGEM
ÀS PORTAS DA
CAPITAL MINEIRA
FICAM OUTRAS
ATRACÇÕES, COMO
É O CASO DO
CENTRO DE ARTE
CONTEMPORÂNEA
DO INHOTIM, NO
BRUMADINHO, UM
ESPAÇO DE VALOR
INTERNACIONAL
Não deu imediatamente nas
vistas quando abriu, em
Outubro de 2006, mas, aos
poucos, o Centro deArte
Contemporânea do
Inhotim, a 1h15 de Beagá,
está a receber a atenção
merecida, até porque não
há muitos espaços iguais no
mundo. Em cima, à dir.:
misto de galeria e clube
nocturno, o MP5 atrai não
só os melhores DJ’s de
música electrónica como
também muita gente bonita

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Beagá Mineiro: a capital planejada e suas atrações arquitetônicas e gastronômicas

  • 1. BEAGÁ MINEIRO Nãosedeixelevarpelaformacomoaquitrocamasvoltasaotradicional “beabá”, levando a que o nome da capital mineira, Belo Horizonte, se contraia num “Beagá” melodioso. Primeiro estranha-se a ausência de mar, mas, aos poucos, os olhos habituam-se a ver tudo o que está entre e para lá das montanhas. Afinal, esta foi a primeira capital do Brasil a ser planeada no papel TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOS DE MANUEL GOMES DA COSTA BELO HORIZONTE
  • 2. elo Horizonte, nome que os locais aprenderam a contrair num melodioso Beagá para ficar mais conforme aos “uais” do seu sotaque musicado, ainda gosta de se dizer uma cidade pequena e provinciana, mas, na realidade, há muito que a capital mineira deixou de ser uma coisa e outra. Possui um bom nível de vida, óptimos restaurantes, uma animação nocturna capaz de fazer inveja à maioria das grandes cidades do país e várias atracções espalhadas por todo o seu perímetro, a começar nos famosos botequins, marca registada da cidade. Mas para a minha primeira incursão na cidade, que nasceu para ser capital há 111 anos a partir do arraial de Curral del Rei – eleito por oferecer boas possibilidades de expansão, apesar de rodeado por montanhas –, eu precisava de mais. Perguntei por isso a um amigo, amante confesso de Beagá, o que mais lhe agradava aqui. Respondeu-me: as flores e a Pampulha. Beagá perdeu para Curitiba, no Paraná, o título de “Cidade-Jardim”, mas flores não lhe faltam. Até mesmo na Lagoa da Pampulha. Situada a norte do centro de Beagá, já colada à cidade-satélite de Venda Nova, pode dizer-se que à volta da Lagoa da Pampulha ocorreu, na década de 1940, a alvorada de uma nova metrópole, uma espécie de ensaio para o que viria a ser Brasília anos mais tarde, nascida do entendimento entre um político visionário que queria ficar na História e um arquitecto disposto a romper com os cânones da época. A lagoa, apesar de poluída, permanece como uma fonte de prazer para os belo- -horizontinos, que têm ali o estádio Mineirão, o Parque de diversões Guanabara, o Zoológico e até dois dos mais elogiados restaurantes locais – o regional Xapuri (Rua Mandacaru, 260), rústico e refinado ao mesmo tempo graças ao comando da simpática NelsaTrombino, e o Aurora (Rua Alves de Oliveira, 421), cozinha de autor, a cargo de Mauro Bernardes, num belo casarão com quintal e cores vibrantes –, mas é o conjunto que Oscar Niemeyer idealizou apenas numa noite, e que Juscelino Kubitschek aprovou na manhã seguinte, a cereja em cima do bolo. O visionário do betão, como já lhe chamaram, não viu o hotel também previsto no projecto inicial passar do papel, e o Iate Club foi sendo desvirtuado por acrescentos posteriores, mas a Casa do Baile, com a sua marquise curvilínea; o Casino, convertido entretanto em museu por o jogo ter sido proibido no Brasil; e a Igreja de São Francisco de Assis, com as suas inusitadas curvas decalcadas das montanhas à volta e os polémicos painéis de azulejos pintados por Cândido Portinari, fizeram da Pampulha, e consequentemente de Belo Horizonte, uma urbe aberta à modernidade. A parceria entre Kubitschek e Niemeyer não se esgotou, todavia, na Pampulha (ver caixa). Enquanto esteve no comando da cidade e do Estado de Minas, o futuro presidente do Brasil deu-lhe uma visibilidade que permitiu ao arquitecto receber outras encomendas no centro da cidade. É o caso do prédio da Praça da Liberdade, uma estrutura modular que ilude quanto ao seu número real de andares. Para estetas como Conceição Piló, a incansável curadora do Palácio do Governador (ver guia) – a verdadeira jóia arquitectónica da praça mais simbólica de Beagá –, pode não passar de um “espigão”, apenas superado na falta de harmonia pela “Rainha da Sucata” (a alcunha jocosa do Museu de Mineralogia, nas imediações), mas o facto é que a Liberdade, quadrada à boa maneira francesa, converteu- -se, com o tempo, numa mescla de estilos e num ponto de encontro, sobretudo aos domingos de manhã, à sombra das suas palmeiras imperiais e ipês amarelos. Claro que a sede do BELO HORIZONTE “COM A OBRA DA PAMPULHA, O VOCABULÁRIO PLÁSTICO DA MINHA ARQUITETURA, NUM JOGO INESPERADO DE RETAS E CURVAS, COMEÇOU A SE DEFINIR”. OSCAR NIEMEYER B Nesta pág., em cima, e na pág. ao lado, à dir.: a Igreja São Francisco deAssis, na Pampulha, causou estranheza e foi mesmo rejeitada pelo bispo da época, D. Cabral, que não gostou de ver um cão rafeiro pintado por Portinari no painel do altar-mor. Em cima, da esq. para a dir.: restaurante Dádiva; clube Mp5;Alessa Gelato & Caffé. Em baixo: lombo de panela no restaurante Xapuri. Dupla de entrada: mezanino do Palácio dasArtes e vista geral daAvenidaAfonso Pena.
  • 3. o Cantina do Lucas (número 233, lj. 18). Na cidade com maior índice de botecos por habitante do Brasil (ver guia), é da praxe passar ao menos por um para saber como é. Munido de tão nobre missão, cheguei mesmo a deslocar-me de propósito ao bairro de Santa Tereza, outrora frequentado por Milton Nascimento e o seu “Clube da Esquina”, onde estão alguns dos mais castiços como o Chef Túlio, o Temático e o Bolão, e concluí o seguinte (que me perdoem os puristas): o boteco é, sobretudo, um ponto de encontro e de reunião entre amigos, pelo que perde a graça quando se está em inferioridade numérica. Em hora de almoço, fui à procura de outras esquinas de Beagá, que encerram, tantas vezes, verdadeiros triângulos da perdição. Bastou-me descer a rua de Santa Catarina, já em direcção ao bairro de Lourdes, para encontrar o que queria no número 1235. A Favorita não é só um espaço bonito, assinado pela arquitecta Freuza Zechmeister (também figurinista do grupo de dança mais famoso da cidade, o Corpo), para ver e ser visto. A sua cozinha de múltiplas influências, com o jovem chef Robson Viana a assumir que faz muita experimentação, é tida como Governo mineiro, com a sua escadaria filigranada em ferro forjado belga, os lustres de cristal alemão e checo ou o mobiliário estilo Luís XV e XVI, merecia melhor companhia, mas, até 2010, os edifícios mais nobres da praça vão deixar de acolher órgãos governamentais e passarão a ter uma vertente mais lúdica e cultural. De todas as avenidas que cortam transversalmente Beagá, a Avenida Afonso Pena é a principal. Em extensão e em importância. Não é mais ladeada pelos ficus aparados de antes, mas árvores não lhe faltam – um dos parques mais bonitos e antigos da cidade, o Municipal, inspirado na Belle Epoque francesa e responsável pelo elevado índice de verde na cidade, dá mesmo para aqui. Quando Oscar Niemeyer projectou o Palácio das Artes estava previsto que a sua entrada se fizesse pelo parque, mas quando foi inaugurado em 1971 o responsável pela obra era já Helio Ferreira Pinto, pelo que hoje a sua fachada (atribuída a Niemeyer, bem como o mezanino) está no número 1537 da Afonso Pena. Com a Fundação Clóvis Salgado (ver guia) aqui instalada, este é um espaço cultural vivo, com óptimos recursos, onde, certa noite, pude comprovar in loco a boa acústica do Grande Teatro. DE BOTECO EM BOTECO Está aberto até ao final da tarde, mas é de manhã, e à hora das refeições – afinal estão aqui representados botecos ilustres na cidade como o Palhares e o Casa Cheia –, que vive um maior frenesim. Entro no Mercado Central, pela Augusto de Lima, ciente de que já não é apenas um mercado, mas também uma atracção turística com direito a livros e a tratados a seu respeito. Diz quem o conhece desde sempre que ficou muito melhor depois de ter sido remodelado e privatizado. Não tenho como comparar, mas não fico imune à sua explosão de cores nem à oferta de óptimos produtos regionais de Minas. É um ponto incontornável de compras. Namesmarua,noEdifícioMaleta,redutocomercialeboémio, figuram outros botecos – bares populares onde se pode petiscar e matar a fome com um PF (prato feito) – bem conhecidos como A B R I L 2 0 0 8 79 BELO HORIZONTE CONSERVADORA E POLITIZADA, A SOCIEDADE DE BEAGÁ MANTÉM O SEU ESPÍRITO CRÍTICO E É, A PAR DE CURITIBA, UMA DAS CIDADES ONDE NOVOS PRODUTOS SÃO TESTADOS ANTES DE SEREM LANÇADOS NO RESTO DO BRASIL NIEMEYER EM 10 PASSOS O visitante mais incauto poderá ter uma bela surpresa ao chegar a Belo Horizonte. Na realidade, atrevo-me mesmo a dizer, até mais do que uma. Concentremo-nos, por agora, na questão arquitectónica. É que a amizade entre o estadista Juscelino Kubitschek e o arquitecto Oscar Niemeyer deu maiores frutos do que apenas o conjunto da Lagoa da Pampulha (ver texto), amplamente citado nos guias da cidade. Muito a propósito, a celebração do centenário de Niemeyer em Dezembro de 2007 serviu de pretexto para que se prestasse maior atenção às dez obras do arquitecto que reinventou a capital mineira. É certo que nem todas gozam hoje de um estado de preservação exemplar, mas o seu potencial é inegável e há já quem tenha percebido que pode ser uma mais-valia no futuro para um segmento de turismo que se interessa e procura este tipo de curiosidades. Assim, e caso queria seguir a incursão mineira de Niemeyer passo a passo, comece logo pela Pampulha, onde, além da Casa do Baile, da Igreja de São Francisco e do Museu de Arte da Pampulha, vai encontrar também a Casa Kubitschek, em breve convertida em Museu JK, o Iate Clube e o edifício central do Zoológico, que esteve para ser um clube de golfe. No centro da cidade, a assinalar o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade; a fachada e o mezanino do Palácio das Artes, na Avenida Afonso Pena; o Edifício JK, na Rua Timbiras; o ex-prédio do Bemge, na Praça Sete; e a Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central), no Bairro Santo Antônio. Em cima: o jovem chef RobsonViana, que faz muita experimentação e recorre a influências várias para criar os seus pratos, é um dos trunfos do restaurante A Favorita, eleito pela revista Veja como o melhor do género em 2007. Outro atractivo da casa é a arquitectura de Freuza Zechmeister.Ainda nesta pág.: esquina da Getúlio Vargas, na Savassi. À esq.: Casa do Baile, onde Juscelino Kubitschek era assíduo
  • 4. melhores DJs de música electrónica. Mas Lourdes divide o protagonismo na cena de Beagá com o seu vizinho do lado, Savassi. Até 2006, toda esta área estava englobada no bairro antigo de Funcionários, agora a norte, mas a prefeitura decidiu dar identidade própria a uma zona que tinha ficado conhecida graças à padaria do imigrante italiano Amilcare Savassi, famosa na década de 1930 entre políticos, a alta sociedade e um bando de boémios que “aprontava” muito e era apelidado de “Turma da Savassi”. O nome ficou, a padaria foi-se e hoje a grande referência do lugar é o centro comercial Pátio Savassi, com boas lojas, casas nocturnas e até uma filial da melhor geladaria da cidade, a Easy Ice. Fica também aqui uma das esquinas mais badaladas para quem gosta de sair à noite, no encontro das ruas Pernambuco e Tomé de Sousa, com especial destaque para a quinta- -feira, altura em que os estudantes tomam de assalto os vários bares e botecos. Não muito longe daqui, no Graças a Deus (Rua Padre Odorico, 68), um bar de três publicitários que não escondem a sua paixão por futebol, a média de idades não varia muito e o engate sobe na mesma proporção com que os copos se esvaziam. Para quem preferir um programa “mais familiar”, Savassi e arredores possuem restaurantes agradáveis – como o D. Lucinha (Rua Padre Odorico, 38, São Pedro) e o D. Derna (Rua Tomé de Sousa, 1343, 2.º) –, pastelarias de renome – a portuguesa Maria Fernanda Afonso faz sucesso no número 949 da Rua Santa Rita Durão – e, sobretudo, várias livrarias que tiveram o bom gosto de se associar a cafés que permanecem abertos à noite, onde apetece estar sem pressas – destaque para o Café com Letras (Rua Antônio de Albuquerque, 781) e o Café da Travessa (Av. Getúlio Vargas, 1405). Dizem os manuais da cidade que quem quiser fugir à “ditadura” das lojas padronizadas dos centros comerciais de Beagá deve ir ao bairro Barro Preto, entre as ruas Augusto deLima,MatoGrossoeAraguari,ondesereúnemváriosretalhistas nacionais, mas é na Fernandes Tourinho, na divisa entre Savassi e São Pedro, que encontro não só livrarias, um restaurante de comida natural (o Mandala, no número 390) e um bar a melhor no seu género em Beagá, e até os pães, deliciosos, vêm da Casa Bonomi (Rua Cláudio Manoel, 460, Funcionários), criada pela ex-bailarina Paula Bonomi. E se de dia, Lourdes, endereço certo de condomínios luxuosos, empresas e comércio de marca, seduz pelos magotes de árvores a permear o asfalto e pela forma como tentou imitar o bairro chique dos Jardins em São Paulo – com direito a antiquários, os melhores pastéis (número 70) e a pastelaria mais bonita (Graciliano, número 40) na rua Marília de Dirceu –, de noite tudo acontece nas esquinas das ruas Curitiba, onde ficam o Dádiva – o maître Maurício prefere o movimento das tardes de sábado, altura em que aquela esquina mais lhe parece o Mónaco! – e o Tizé, e a Bárbara Heliodora, poiso do Maria de Lourdes Botequim. Dita quem vai em modas que se coma aqui e depois se vá tomar a sobremesa à geladaria pós-moderna Alessa Gelato & Caffé, na Rua São Paulo, número 2112. Madrugada alta, é pegar no carro (ou no táxi) e zarpar para a Avenida Raja Gabaglia, mais a sul, reduto de bares e discotecas in como o MP5 (número 4000), um misto de galeria e de pista de dança ao som dos 80 A B R I L 2 0 0 8 BEAGÁ CONTINUA A SENTIR-SE NA SOMBRA DE SÃO PAULO E DO RIO DE JANEIRO, MAS O CERTO É QUE, CADA VEZ MAIS, SE ASSUME COMO UMA CIDADE COSMOPOLITA QUE POUCO OU NADA FICA A DEVER EM MATÉRIA DE OPÇÕES Nesta pág., em cima, na pág. ao lado, à dir.: o Dádiva é, por excelência, um restaurante para ver e ser visto, numa das esquinas mais movimentadas do bairro de Lourdes, com direito a Ferraris e Jaguares estacionados à porta. O espaço moderno foi assinado por Mariana Junqueira Lessa. Da esq. para a dir.: Nelsa Trombino, a “maga” do Xapuri que começou a cozinhar para os amigos no quintal da sua casa; filete de raia, receita d’A Favorita
  • 5. BELO HORIZONTE BEAGÁ POR RONALDO FRAGA Pedimos a Ronaldo Fraga (ver texto), que conquistou as passarelas da moda a partir de Belo Horizonte, para partilhar connosco os seus lugares de eleição na cidade. Restaurantes: Aurora (Rua Expedicionário Mário Alves de Oliveira, 421, São Luís), de cozinha contemporânea, e o Xapuri (Rua Mandacaru, 260, Pampulha), de comida regional. Botequins: Família Paulista (Rua Luther King, 242, Cidade Nova), famoso pelas suas couvinhas recheadas com feijão tropeiro, e o Kobes (Rua Professor Raimundo Nonato, 31, Horto/Santa Tereza), que funciona numa garagem e possui cardápio criativo. N.A.: Fraga costuma ser um dos jurados do Comida di Buteco (ver guia) Antiquários e artistas plásticos: Galeria Selma Albuquerque (Rua Antônio de Albuquerque, 885),Velho Armazém (Rua Itapecerica, 613, Lagoinha), instalado num velho casarão que só por si já é um regalo, ou Leo Santana (atelier em Macacos, tel. 0055 31 9279 1957), escultor responsável pela estátua de Drummond no Rio de Janeiro. Museus: Histórico Abílio Barreto (Av. Prudente de Morais, 202, Cd. Jardim, encerra às segundas), onde elege também o Café de Museu, Inhotim (www.inhotim.org.br, ver texto), em Brumadinho,Artes e Ofícios (Pç. Rui Barbosa, encerra às segundas) e Giramundo (Rua Varginha, 235, Floresta, às terças, quartas e quintas), com cerca de 350 bonecos criados por Álvaro Apocalypse, o mais importante marionetista do Brasil. Livraria: Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 275, Savassi), espaço com café e um bom entendedor em livros. Colado ao Parque Municipal, com entrada pelo principal eixo de circulação da cidade, o Palácio dasArtes é um espaço cutural vivo com exposições, ciclos de cinema, espectáculos de dança e uma vasta oferta de lazer
  • 6. de pão de queijo: esta casa é mais umas das surpresas de Beagá. Aounir-seàsuaamigaFreuzaZechmeister,aarquitectaresponsável pelo projecto, com quem pesquisou durante anos várias lojas por todo o mundo, Zezé conseguiu dar forma ao seu velho sonho de construir um palácio onde as mulheres pudessem sentir-se princesas. Foi assim que, numa linguagem moderna, pegaram em fotos de móveis franceses ou dos pisos em parquet e dos frescos do Palácio da Liberdade e os aplicaram, segundo a velha técnica do trompe-l’oeil, em paredes ou consolas, que trataram depois de misturar com biombos, cadeiras estilo Luís XV forradas a tapeçaria, e tantas outras coisas que valorizam, sem anular, a roupa e acessórios expostos. E nada escapa, dos provadores, com paredes acolchoadas, às casas de banho, com fotos de supermodelos. Ao sair de lá, reparo que o Sion, um bairro de origem judia que cresceu em torno do Colégio Nossa Senhora, mantém os seus casarões da velha elite belo-horizontina, mas está cada vez mais espartilhado por redutos da classe média, como a Anchieta, onde ficam alguns botecos interessantes, e por endereços populares (o Redentor, número 509), como também uma das melhores lojas de roupa vintage da cidade, a Santíssima (número 385, sobreloja), e Ronaldo Fraga (número 81), o criador mineiro de maior projecção dentro e fora de portas. Fraga (ver caixa) é uma figura, afável e sem vedetismos, que começou por ter a sua loja em Pompeia, mas com as crescentes demolições no bairro acabou por se mudar para aqui. Criou uma loja à sua medida, que vai mudando em função das colecções expostas. Com uma linha muito própria e acessível, onde o humor e a tragédia andam a par e passo, este estilista conhece como poucos a cidade onde vive e gosta de desconcertar, tanto que na parede da loja imprimiu: “Em minha calça está grudado um nome que não é meu de baptismo ou de cartões. Um nome… estranho. Eu, etiqueta.” PRINCESAS E BAIRROS DE ELITE Para fazer o contraponto à linguagem mais alternativa de Ronaldo Fraga, decido rumar ao número 111 da RuaTuribate, já no Sion, outro bairro da Zona Sul, onde fica a nova loja de Zezé Duarte. É claro que chamar loja ao espaço de 700 metros quadrados, inaugurado em finais de Novembro de 2007, não só é despropositado, como, viria a constatar mais tarde, não faz de todo jus ao conceito. Confesso que, ao deparar-me à chegada com uma casa de arquitectura moderna, discreta, mas ainda assim de porta fechada e seguranças, temi o pior – ou seja, pensei que uma das mais conhecidas e prestigiadas empresárias de Beagá, no ramo há mais de 15 anos, tinha cedido à tentação de criar aqui uma Daslu em escala menor, que em São Paulo se tornou sinónimo de ostentação e novo-riquismo. Não é o caso. É certo que a loja se destina a uma clientela VIP, disposta a pagar caro – ou não, dependendo do ponto de vista – por peças de criadores nacionais e estrangeiros escolhidas a dedo pela própria Zezé, que, devidamente assessorada pela sua equipa, viaja regularmente pelas capitais da moda em busca de inspiração e de novidades. Mas, não há como negá-lo – por mais que nos queiramos distrair com as empregadas que oferecem a todo o momento bombons, prosecco ou café com miniaturas A B R I L 2 0 0 8 85 BELO HORIZONTE NIEMEYER ASSUME QUE A PAMPULHA FOI UM ENSAIO PARA BRASÍLIA. ALIÁS, BEAGÁ É UMA CIDADE QUE, DESDE MUITO CEDO, SE SOUBE ABRIR A VÁRIAS INFLUÊNCIAS ARQUITECTÓNICAS PONTO DE PARTIDA O propósito desta reportagem é provar que, por si só, Belo Horizonte possui ingredientes suficientes para ser descoberta e devidamente saboreada do “jeitim” que os mineiros gostam: sem pressas. Mas, contrariadas as evidências, é bom não perder de vista que a capital de Minas Gerais será sempre um ponto de partida para explorar outras atracções de maior peso turístico, como é o caso das cidades históricas. Para quem não dispõe de muito tempo, uma boa sugestão de roteiro passa por combinar numa só viagem as três capitais.A saber: antes de Beagá, Mariana (a 116 km de BH e a 15 km de Ouro Preto) foi a primeira capital do Estado, pelo que preserva um bonito centro histórico, seguida de Ouro Preto (a 107 km de BH), quiçá a mais conhecida devido ao seu impressionante, e bem preservado, núcleo barroco com obras relevantes de Aleijadinho e Mestre Athayde. Belo Horizonte apresenta ainda como vantagem acrescida o facto de possuir ao seu redor, a menos de 100 quilómetros, vários pontos com um charme tipicamente provinciano na melhor acepção da palavra.Aliás, um dos programas favoritos de fim-de-semana dos habitantes de Beagá é pegar no carro ou na moto e zarpar rumo aos hotéis-fazenda de Brumadinho, Esmeralda e Florestal, ficando a opção de hospedagem em pousadas por conta de São Sebastião das Águas Claras. Para quem deseja ir e vir no mesmo o dia, Nova Lima, a escassos 30 quilómetros da capital, é uma boa alternativa, com dois óptimos e muito concorridos restaurantes: o La Victoria (R. Hudson, 675, Jd. Canadá) e o diVino (5.ª Avenida, 144, Cond.Vale do Sol). Pág. à esq. e nesta pág., em cima: a Praça da Liberdade, epicentro de Beagá, tem no refinado Palácio do Governador o seu melhor cartão de visita, tanto que o showroom de Zezé Duarte (em cima) se inspirou nos seus interiores para criar uma atmosfera ímpar. No topo, à esq.: Conceição Piló, curadora do Palácio.
  • 7. BEAGÁ TEM HOJE UM TRÂNSITO CAÓTICO, MAS, AINDA ASSIM, CONSEGUE A PROEZA DE POSSUIR MAIS DE DOIS MILHÕES DE ÁRVORES, O DOBRO DO RECOMENDADO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE como o Verdemar (Av. Nossa Senhora do Carmo, 1900), apontado por muitos como tendo o melhor pão de queijo da cidade, ou o Pinguim (Rua Grão Mongol, 157), recomendado por oito em cada dez pessoas, só que, para quem está de fora, não passa de uma grande e, vá lá, bem frequentada cervejaria. Também o bairro de Mangabeiras, delimitado pela Serra do Curral, as avenidas Agulhas Negras e Bandeirantes – não deixe de passar no número 1839 para provar os melhores sumos naturais da cidade, em 60 inusitadas combinações de frutas, hortaliças e sorvetes, na Néctar da Serra – e ainda pelo Parque das Mangabeiras, com paisagismo de Burle Marx, desperta ciúme e curiosidade na vizinhança menos abastada ao seu redor, pelo que, não raras vezes, é costume esticar as suas fronteiras físicas para caber lá dentro. Mas há certas coisas que nem a fazer vista grossa terão lugar neste bairro burguês da zona centro-sul, projectado na década de 1960, aos pés da serra e colado ao segundo maior parque urbano do Brasil, logo a seguir à Floresta daTijuca, no Rio de Janeiro. Aqui imperam as grandes vivendas ajardinadas, muitas delas com traçados ousados saídos dos estiradores de arquitectos famosos – nesse quesito vale a pena espreitar a casa da joalheira Angla Geo, na Avenida José do Patrocínio Pontes, 1354 –, que, na medida do possível, se esforçaram para estar à altura do legado modernista deixado pelo projecto de Niemeyer e Burle Marx no Palácio das Mangabeiras, residência estival dos governadores mineiros, mandado construir por Juscelino Kubitschek na Rua Professor Lair Rennó Remusat. Na sua qualidade de bairro eminentemente residencial, o Alto Mangabeiras, que foi buscar o nome ao infeliz córrego soterrado pelas obras de arruamento, não atrai curiosos aqui apenas para espreitar as casas dos muito ricos; menos ainda pelo seu comércio ou serviços, que são praticamente inexistentes. A maioria das pessoas, tal como eu numa certa manhã, vem mesmo é pela vista sobre o resto da cidade. Um horizonte a que nem mesmo João Paulo II, aquando da sua visita a Beagá em 1980, terá ficado indiferente, pelo que, depois da missa campal realizada no local, a até então Praça Israel Pinheiro passou a chamar-se Praça do Papa. A lembrá-lo, os símbolos cristãos erectos no meio da praça fazem pontaria ao céu, mas a sua cor de fuligem não tem como competir, nesta altura do ano pelo menos, com o lilás supremo das quaresmeiras em flor, decalcadas sobre o fundo verde da serra e do parque. Uma autêntica selva urbana, com o seu quinhão de mata atlântica, bichos, trilhas e diversas infra-estruturas de lazer, que não deixa morrer por completo o espírito de “roça grande”, paredes-meias com o asfalto e o betão. Nem abdica, ao que parece, de certos fenómenos naturais como o da Rua do Amendoim, nas proximidades da Rua Professor Otávio Coelho Magalhães, onde, com um pouco de boa-vontade, se dá pelo carro de motor desligado a subir e não a descer a ladeira – há quem insista em fazer disto um mistério insolúvel, mas a explicação pode ser simples se tivermos em conta a presença de um certo magnetismo no subsolo, rico em minérios. A ARTE DE INHOTIM Não adianta, contudo, pormo-nos com ideias, nem desencadear uma verdadeira caça ao ouro nos quintais daqui. A prova disso está no bairro vizinho da Serra – onde o motivo da romaria é outro e dá pelo nome de Estabelecimento, o boteco do momento na Rua Monte Alegre, com direito a mexido de linguiça e couve às quartas e roda de samba aos sábados –, tido ainda hoje como o ponto de partida da cidade que conhecemos como Belo Horizonte. Conta-se que, no distante ano de 1701, o bandeirante João Leite da Silva Ortiz chegou à Serra do Curral, então ainda conhecida como Serra de Congonhas, em busca do metal precioso, mas, Nesta pág.: o restaurante Xapuri (em cima e em baixo), num dos bairros da Pampulha, é apontado como o melhor da cidade para comer iguarias regionais, sobretudo aos fins-de-semana. Já o Graciliano (ao centro) é uma das melhores pastelarias da cidade, com direito ao financier, famoso bolinho de amêndoa, servido com o café. Pág. ao lado, da esq. para a dir.: arranha-céus daAfonso Pena; Inhotim; café do Palácio dasArtes. Em baixo: parque ambiental do Inhotim e prédio de Niemeyer na Praça da Liberdade, o “Copán de Beagá”.
  • 8. -fazenda – e de se estimar que outros projectos hoteleiros, de maior porte, estejam a caminho –, muitos são os habitantes da capital que não conhecem ainda o centro de arte contemporânea do Inhotim (www.inhotim.org.br), em Brumadinho, a pouco mais de uma hora de carro de Beagá. Caso para dizer que não sabem o que andam a perder. Como tantas vezes acontece, talvez o nome ‘arte’ ou ‘centro cultural’ sirva de pretexto para explicar a relutância de alguns, mas o facto é que se trata de um dos projectos mais inovadores dentro do seu género. Para começar porque ocupa cerca de 40 hectares de uma vasta propriedade de 120 pertencente ao magnata da mineração Bernardo Paz, da Itaminas, que desde 1980 tem vindo a amealhar uma colecção de arte contem- porânea nada desprezível. A dada altura, o acervo atingiu uma tal dimensão que decidiu expor parte dele ao público; primeiro de forma condicionada, depois já a título permanente, a partir de Outubro de 2006, no centro tal como hoje o vemos. Com ligação às mais importantes bienais de arte, o Inhotim expõe o trabalho de vários artistas brasileiros e internacionais, de forma permanente ou itinerante, em nove galerias de arquitectura moderna – duas delas foram inauguradas em Março, com destaque para a que leva a obra da carioca Adriana Varejão – ou a céu aberto no parque ambiental, que deve o seu paisagismo original a Burle Marx. Aliás, é esta combinação feliz e pouco usual – pelo menos com esta dimensão – entre a natureza, com um cuidado primoroso que passa pela preservação de espécies botânicas brasileiras, e arte, que faz de Inhotim um lugar único e que já colocou a comunidade de Brumadinho, até então quase exclusivamente famosa pelo seu forró de sexta-feira no terminal da rodoviária, no mapa internacional. Que ninguém tenha dúvidas, o Inhotim é muito bom em qualquer parte do mundo – para mais, conta também com uma vasta e bem preparada equipa, um excelente restaurante e, diz-se, em breve uma pousada desenhada por Freuza Zechmeister –, mas está a 60 quilómetros da capital mineira. O que só confirma a minha suspeita inicial: esta cidade não pára de alargar o horizonte. O dela e o de todos aqueles que se derem ao trabalho de a enxergar para lá do óbvio e dos cânones useiros de beleza. ■■ Agradecemos a colaboração da e da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais na realização desta reportagem no seu lugar, encontrou uma bela paisagem, de clima ameno e próprio para a agricultura, pelo que criou aqui a primeira fazenda da região e esteve na origem do que viria a ser o próspero povoado de Curral del Rei, a partir do qual nasceria a nova capital mineira em 1897. Mas, por muito que a Serra do Curral seja o símbolo mais amado da cidade, a verdade é que o bairro homónimo se apresenta agora como uma região assimétrica, com lugar para empresas de grande porte, prédios e casas de alto padrão, boas escolas e um dos melhores clubes da cidade, é certo, mas também abriga a maior favela de Beagá, formada por seis comunidades. Talvez por isso, e na busca de uma paisagem mais idílica, muitos belo- -horizontinos estejam, cada vez mais, a optar por viver fora do perímetro urbano, em lugares como Nova Lima, ou até mesmo mais distantes, como Brumadinho, Florestal ou Esmeraldas, todos eles num raio inferior a 100 quilómetros. E quem não o faz não enjeita a proposta como uma das mais tentadoras para uma escapada de fim-de-semana. Ainda assim, e apesar de o lugar já possuir bons hotéis- 88 A B R I L 2 0 0 8 COMO IR Os novos voos directos da TAP Portugal (www.flytap.com) para a capital do Estado de Minas Gerais realizam-se, nos dois sentidos, às segundas, quartas, quintas, sábados e domingos, com partida de Lisboa às 10h00 (o voo tem uma duração aproximada de nove horas).Tarifas a partir de €822 (taxas incluídas) Outra vantagem é a de permitir aos portugueses explorar a região, com especial destaque para cidades históricas como Ouro Preto, a pouco mais de 100 quilómetros de distância. FORMALIDADES Passaporte válido CÂMBIO 1 Real vale cerca de €0,43. Pode levantar dinheiro nos ATM do Bradesco (e pouco mais), mas atenção que só funcionam até às 22h00. A maioria dos cartões de crédito é aceite. TRANSPORTES O trânsito é,hoje,uma das grandes dores de cabeça para quem circula na capital mineira (falta concluir o trecho final da via que vai ligar directamente oAeroporto Internacional de Confins ao centro da cidade).Apesar de não ser propriamente barato (em média,uma viagem custa entre €3 e €4), o táxi continua ser o meio de transporte mais cómodo para quem vem de fora; os autocarros não oferecem segurança e o metro de superfície (www.metrobh.gov.br) tem uma cobertura limitada. Do terminal rodoviário (www.pbh.gov.br/rodoviaria), no centro,saem diariamente autocarros para diversos pontos de Minas Gerais e do Brasil. ONDE FICAR Beagá é uma cidade muito virada para os negócios e isso reflecte-se, até ver, no tipo de acomodações que disponibiliza. Prefira hotéis centrais, nas imediações de bairros nobres como Savassi, Lourdes ou São Pedro. Mercure – Av. do Contorno, 7315, Lourdes, www.accorhotels.com.br Tido como um dos mais modernos e bem equipados. Diárias desde €110 Quality Afonso Pena – Av.Afonso Pena, 3761, Mangabeiras, www.atlanticahotels.com.br Surpreende pela decoração contemporânea, piso só para mulheres e boa vista. Diárias desde €100 Caesar Business –Av. Luís Paulo Franco, 421, Belvedere, www.caesarbusiness.com.br Abriu em finais de 2007, possui spa e fica próximo do centro comercial BH. A desvantagem é que fica longe do centro. Diárias desde €135 Ouro Minas Palace – Rua Cristiano Machado, 4001, Ipiranga, www.ourominas.com.br Continua a ser o único cinco estrelas, mas está a precisar de uma renovação. Compensa o facto de estar afastado do centro com uma boa estrutura de apoio ao hóspede. Diárias desde €185 ONDE COMER Consultar texto. ONDE COMPRAR Consultar texto. COMIDA DI BUTECO Beagá é conhecido em todo o Brasil por possuir o maior índice de botecos ou botequins – no fundo, são bares populares onde se bebe e come –, quiçá para compensar a falta de praia e mar. Seja como for, o assunto é levado (muito) a sério por ali, tanto que, em 2000, se instituiu o concurso gastro- nómico Comida di Buteco (ver lista em www.comida dibuteco.com.br), em que um número cada vez mais repre- sentativo de bares coloca à prova os seus tira-gostos (acepipes). Este ano, o evento vai decorrer de 11 deAbril a 11 de Maio, com a Saideira (eleição do vencedor) a 17 e 18 de Maio, na praça com o mesmo nome. A NÃO PERDER Obra de Niemeyer: ver caixa e texto Inhotim: ver texto Passeios: não é preciso sair da cidade para se embrenhar no mato, basta fazer como tantos locais e seguir as trilhas da Serra do Curral, que delimita os bairros de Mangabeiras e da Serra. ATrilhas de Minas (www.trilhasdeminas.com.br) é uma das empresas que organiza passeios ali. Parques: vale a pena explorar zonas verdes como o bonito Parque Municipal. Palácio das Artes: este pólo cultural daAv.Afonso Pena, que abriga a Fundação Clóvis Salgado (www.palacio dasartes.com.br),possui uma vasta programação de exposi- ções e mostras de cinema, bem como espectáculos de dança e teatro. Possui uma biblioteca e café. Palácio da Liberdade: um dos mais belos edifícios de Beagá, inaugurado em 1897 para acolher os governadores do Estado. Visitas das 8h00 às 14h00. Mercado Central: fica naAv.Augusto de Lima (mercadocentral.com.br) e funciona todos os dias, das 7h00 às 18h00 (13h00 aos domingos). Feira de Arte e Artesanato Afonso Pena: esta feira decorre aos domingos, das 8h00 às 14h00, na principal avenida. Museu Histórico Abílio Barreto: ver caixa Fraga MAIS INFORMAÇÕES Consulte os sites www.belohorizonte.mg.gov.br (oficial), www.belotur.com.br, www.viajeaqui.com.br (“Guia Quatro Rodas”), vejabrasil.abril.com.br/belo- horizonte (suplemento da Veja), www.guiabh.com.br (guia local). GUIA DE VIAGEM ÀS PORTAS DA CAPITAL MINEIRA FICAM OUTRAS ATRACÇÕES, COMO É O CASO DO CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO INHOTIM, NO BRUMADINHO, UM ESPAÇO DE VALOR INTERNACIONAL Não deu imediatamente nas vistas quando abriu, em Outubro de 2006, mas, aos poucos, o Centro deArte Contemporânea do Inhotim, a 1h15 de Beagá, está a receber a atenção merecida, até porque não há muitos espaços iguais no mundo. Em cima, à dir.: misto de galeria e clube nocturno, o MP5 atrai não só os melhores DJ’s de música electrónica como também muita gente bonita