O documento discute a varicela, uma infecção viral aguda e altamente contagiosa caracterizada por um exantema na pele. É geralmente benigna em crianças, mas pode ter complicações graves em adultos e gestantes. A transmissão ocorre por contato com secreções ou lesões de pele de infectados. A vacinação é a principal forma de prevenção.
1. VARICELA
Enfermagem, 8 semestre, noturno.
Disciplina: Cuidado Integral Ao Paciente nas Doenças Infecto-Parasitárias;
Professor: André Santos Freitas;
Alunos: Armando Monteiro, Josefa Felix e Pamella.
2. O QUE É ?
A varicela é uma infecção viral, aguda, altamente contagiosa,
caracterizada por surgimento de exantema.
• Em crianças, geralmente, é uma doença benigna e auto-limitada;
• Em adolescentes e adultos, o quadro clínico é mais grave e sujeita a
complicações, como pneumonia;
• Em gestantes, existe risco de lesão fetal grave.
Etiologia: Vírus Varicela-Zóster (VVZ)
Subfamília: alfa-herpesvirinae.
Família: Herpesviridae.
Incubação: 10 a 21 dias
3. TRANSMISSÃO
• A transmissão ocorre por meio das secreções respiratórias;
• Contato com as lesões da pele;
• Através de objetos contaminados com secreções de vesículas (bolhas)
e mucosas dos pacientes infectados.
4. TRANSMISSÃO
• Os casos domiciliares secundários de varicela podem ter evolução mais
grave do que o caso índice, pela aquisição de maior inóculo do VVZ;
• O período de transmissão ocorre entre 1 a 2 dias antes das lesões de
pele aparecer e só deixa de ser transmitida quando todas as lesões
estiverem na fase de crosta.
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6. Clínica
• Fase prodrômica:
• Crianças menores costumam não apresentar.
• Crianças maiores: febre moderada, mal-estar, adinamia,
anorexia e dor abdominal.
• Fase exantemática:
• Inicio: couro-cabeludo, face e tronco.
• Máculas eritematosas pruriginosas pápulas vesículas
pústulas crostas.
7. EPIDEMIOLOGIA
• No Brasil, a vacina passou a ser disponibilizada em caráter universal para
todos pelo MS dentro do PNI apenas em 2013;
• A incidência no Brasil é estimada em cerca de 3.000.000 ao ano (SINAM)
• Atinge cerca de 60 milhões de pessoas, por ano, no mundo inteiro (SINAM)
• A doença pode ocorrer no ano inteiro mas há um aumento do numero de
casos no final do inverno e inicio da primavera.
8. Incidência de casos de varicela, no município de Uberaba (MG), em
2014. Fonte: SINAN em 25 de agosto de 2015.
10. Prevenção
• Vacina antivaricela (vírus vivo atenuado) – via subcutânea.
• Aos 12 meses: 1ª dose das vacinas tríplice viral (SCR) e varicela em
administrações separadas, ou com a vacina quádrupla viral (SCRV).
• Aos 15 meses: 2ª dose, preferencialmente com a vacina quádrupla
viral (SCRV), com intervalo mínimo de três meses da última dose de
varicela e SCR ou SCRV.
– Dose única: altamente eficaz para prevenção de formas graves da
doença.
– Segunda dose: eficaz contra formas leves em crianças vacinadas com
uma dose.
11. Prevenção
• Particularidades:
– Tetra viral:
• Está disponível para crianças até 4 anos, 11 meses e 29
dias; após essa faixa etária administrar só a tríplice viral.
• Em surto de varicela em ambiente hospitalar ou em
área indígena, utiliza-se a vacina varicela monovalente
(atenuada) a partir dos 9 meses.
• Não administre tal vacina simultaneamente com a
vacina febre amarela (atenuada) e estabeleça o intervalo
mínimo de 30 dias, salvo em situações especiais que
impossibilitem manter o intervalo indicado.
14. MEDIDAS GERAIS
• Analgésicos e antitérmicos (não usa-se salicilatos).
• Anti-histamínicos.
• Soluções antissépticas tópicas.
• Se infecção bacteriana de pele: antibióticos.
– S. pyogenes: penicilina.
– S. aureus: oxacilina ou cefalosporina de 1ª geração.
15. Tratamento Antiviral
Específico:
• Droga de escolha:
– Aciclovir.
• Indicações:
– Pacientes com potencial ou que desenvolveram complicações.
• Via de administração:
– VO (tratamento ambulatorial).
– IV (tratamento hospitalar).
17. Complicações Neurológicas
• Ataxia cerebelar ou cerebelite aguda:
– Alteração da marcha, do equilíbrio, da fala…
• Meningoencefalite:
– Cefaléia, rigidez nucal, alteração do nível de consciência e
convulsões.
• Síndrome de Reye:
– Encefalopatia + hepatite provocadas pela ingestão de
salicilatos em paciente geneticamente predisposto. Ex:
ASPIRINA
Podem acontecer antes, concomitante ou após o exantema!
18. Complicações
Pulmonares
• Pneumonia viral:
– Ocorre 1-6 dias após o início do exantema.
• Pneumonia bacteriana:
– Principal causa de óbito em crianças com
varicela!
– QC: febre persistente após 3-4 dias do início
do exantema com tosse e dispneia.
19. Profilaxia Pós-Exposição
• Vacinação de bloqueio;
• Isolamento
• Imunoglobulina hiperimune;
Imunoglobulina humana antivaricela-zoster(IGHAV):
– Deve ser utilizada em, no máximo, até 96 horas (4 dias) após ter
ocorrido o contato, o mais precocemente possível.
– Dose: Dose única de 125 UI para cada 10 kg de peso (dose
mínima:125 UI, dose máxima: 625 UI).
20. Profilaxia Pós-Exposição
• Isolamento: respiratório e de contato.
– Quarto privativo;
– Máscara N95;
– Higiene das mãos antes e após o contato com paciente e
ambiente.
21. Notificação
• Casos graves;
• Surto;
• Óbito.
Devem ser notificados e registrados através do Sistema Nacional
de Agravos de Notificação (SINAN), por meio da Ficha de
Notificação Individual ou Ficha de Investigação de Surto.
22. RECOMENDAÇÕES
• Vacine seu filho/a contra a varicela no primeiro ano de vida. Embora
geralmente seja uma doença benigna, os sintomas são muito
desagradáveis;
• Procure evitar contato direto com pessoas doentes;
• Não deixe a criança coçar as lesões para evitar infecções por
bactérias. Não é tarefa fácil, porque a coceira é intensa;
• Não arranque as crostas que se formam quando as vesículas
regridem; * Mantenha o paciente em repouso enquanto tiver febre;
• Ofereça-lhe alimentos leves e muito líquido.
24. Referências
Bibliográficas
• Portal da Saúde (SUS), MS.
• Programa Nacional de Imunizações, MS.
• Infecção pelo Vírus Varicela-Zoster: considerações diagnósticas e
terapêuticas, SBP.
• Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e
parasitárias: guia de bolso 8. ed. rev., 2010.
• MELO, Vivianne Vieira; DUARTE, Izabel de Paula; SOARES, Amanda
Queiroz. Guia de Antimicrobianos. Goiânia, UFG, 2012.
• Junior D. C., Burns D. A. R, Lopez F. A., Sociedade Brasileira de
Pediatria. Tratado de Pediatria, 3ª ed – 2015.
• Protocolo de vigilância epidemiológica da varicela. Secretaria de
Saúde do Estado da Bahia, 2015.