2. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Turma: 71A
Alunos:
Angela Diegoli Nº 3
Fabrizio C. Turtelli Nº13
Larissa P. Bueno Nº21
Sathya G. Quatrina Nº31
Tulio B. de Andrade Nº34
CTI – Bauru - SP 2009 2
3. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
“Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...”
Chico Buarque
CTI – Bauru - SP 2009 3
4. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Índice
Conteúdo
Índice 4
Conteúdo............................................................................................................................4
1.0 Agradecimentos...........................................................................................................5
2.0 Observações Iniciais....................................................................................................6
3.0 Introdução ...................................................................................................................7
4.0 Objetivos......................................................................................................................8
4.1 Gerais.......................................................................................................................8
4.2 Específicos...............................................................................................................8
5.0 População e Amostra...................................................................................................9
5.1 População.................................................................................................................9
5.2 Amostra...................................................................................................................9
6.0 Gráficos e Tabelas – Sem Modificações...................................................................10
7.0 Gráficos e Tabelas – Com Modificações...................................................................25
8.0 Os Diferentes Tipos de Modificações Corporais.......................................................47
9.0 História da Tatuagem e do Body Piercing.................................................................49
50
10.0 A Religião................................................................................................................51
52
11.0 Cuidados..................................................................................................................53
12.0 Anexos.....................................................................................................................55
13.0 Bibliografia e Infografia..........................................................................................75
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5. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
1.0 Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a todas aquelas pessoas que contribuíram
direta, ou indiretamente para a realização deste nosso trabalho.
Primeiramente, ao professores que muito nos ajudaram e apoiaram,
tirando nossas dúvidas e nos dando sugestões para que o nosso trabalho
ficasse ainda melhor. Obrigado Silmara, que nos introduziu à estatística.
Obrigado Rodrigo, que nos auxiliou a lidar com as ferramentas necessárias.
Obrigado Maria Regina, a qual nos ajudou na realização dos questionários e
trabalho escrito.
Às nossas famílias, as quais nos apoiaram, e nos ajudaram com a
realização, dando opiniões também.
Agradecemos fervorosamente ao pessoal da TattooAge, sem os quais
não seria possível que este trabalho fosse concluído de tal maneira. Em
especial ao Marcelo, que foi sempre muito atencioso conosco quando fomos
até o estúdio, que se desdobrou para nos ajudar com dicas, curiosidades e nos
mostrou todo o processo de realizar uma tatuagem.
Gostaríamos ainda de agradecer aos nossos colegas de classe que nos
deram suas opiniões sobre o nosso trabalho, o que contribuiu para com o
resultado final.
CTI – Bauru - SP 2009 5
6. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
2.0 Observações Iniciais
ROL → dados organizados de ordem crescente
Mediana (Me) → é o valor que ocupa a posição central do ROL.
Moda (Mo) → é o valor que ocorre com maior freqüência na amostra.
x → média
∑ → Somatória dos elementos
Ν → Total de entrevistados
Xi → ponto médio da classe
Fi → número de respostas
Fri→ freqüência relativa
Fri% → freqüência relativa percentual
FAC → freqüência acumulada
FAC% → freqüência acumulada percentual
c → comprimento da classe
L1 → limite inferior da classe da mediana/moda
∑ fi * → FAC da classe anterior
Fme → fi da classe mediana
∆1 → fi classe modal – fi classe anterior
∆2 → fi classe modal – fi classe posterior
CTI – Bauru - SP 2009 6
7. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
3.0 Introdução
Para este trabalho que realizamos durante todo este ano, escolhemos o
tema Modificações Corporais, por ser extremamente comum em nossa
sociedade, além de ser curioso e interessante, contendo uma abordagem com
diferentes pontos de vista.
Nós mesmos não possuíamos conhecimento de todos os tipos de
modificações corporais existentes, e por alguns destes serem facilmente
encontrados, o que alteraria os resultados finais, escolhemos não considerá-los
no desenvolvimento. Foi o caso da perfuração do lóbulo da orelha
(popularmente chamado de brinco).
Devemos lembrar que modificações corporais como implante de silicone
com o intuito unicamente estético e mudança de sexo, também não foram
considerados.
Depois de escolhido o tema, pesquisamos fatos, textos e curiosidades
sobre o assunto na internet, e nos deparamos com vários textos interessantes
sobre modificações corporais, dos quais escolhemos três, que podem ser
vistos nos anexos do trabalho.
Marcelo, tatuador do estúdio TattooAge, enquanto nos dava dicas para
melhorar o trabalho, pediu para que retirássemos todas as perguntas
relacionadas com preconceito, pois, se entrássemos neste assunto com
pessoas com modificações, poderíamos inibi-las e travar a conversa, não
obtendo algumas histórias e fatos interessantes. Em contrapartida, se
perguntássemos para pessoas sem modificações corporais se estas possuíam
algum tipo de preconceito, poderíamos de certa forma, encorajá-las a ter um
sentimento como este, em especial aquelas que ainda não possuem uma
opinião formada. Porém, embora concordemos com ele, escolhemos manter as
perguntas relacionadas a este tema, por ser um dos nossos objetivos deste
trabalho, como trataremos a seguir.
Devemos citar que escolhemos aplicar dois questionários, um para
pessoas com e outro para as sem modificações.
CTI – Bauru - SP 2009 7
8. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
4.0 Objetivos
4.1 Gerais
Através deste trabalho e das entrevistas obtidas com trezentos
moradores da cidade de Bauru, procuramos saber se ainda há algum
tipo de preconceito para com as pessoas que não possuem
modificações corporais, fato este, que era mais comum em gerações
anteriores à nossa.
4.2 Específicos
Ao serem preenchidos todos os questionários, procuramos saber
quais são as modificações mais encontradas na cidade, qual o grau de
influência da religião na decisão de realizar ou não uma modificação.
Quisemos constatar se há alguma dificuldade em conseguir
empregos quando se tem uma modificação. Nos preocupamos também
em saber se estas mesmas pessoas encontram alguma dificuldade no
dia-a-dia.
Outro ponto que tivemos interesse em analisar, é se o
entrevistado com modificações, tinha conhecimento dos riscos de saúde
que corria, se tomou os devidos cuidados para evitá-los.
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5.0 População e Amostra
5.1 População
Por todos os integrantes do grupo serem de Bauru, entrevistamos
moradores desta cidade.
5.2 Amostra
Para um melhor conhecimento sobre o assunto, decidimos
trabalhar com dois questionários diferentes, ao invés de um, como é
mais comum.
Totalizamos trezentas (300) entrevistas ao final deste trabalho,
sendo elas:
- 150 (Cento e cinquenta) com pessoas que possuem
algum tipo de modificação corpórea.
- 150 (Cento e cinquenta) com pessoas que não possuem
nenhum tipo de modificação.
Dentre estas trezentas (300) pessoas, decidimos entrevistar
jovens e adultos com idades entre 12 e 60 anos, pois se enquadram
melhor nos nossos objetivos.
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10. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
6.0 Gráficos e Tabelas – Sem Modificações
Como foi dito anteriormente, neste trabalho optamos aplicar dois
questionários diferentes. Primeiramente, trataremos dos dados e gráficos dos
questionários de pessoas que não possuem modificações corporais.
Idade dos Entrevistados
Tabela
(xi- (xi-
Idade Quantidade (fi) Porcentagem xi FAC FAC% xi.fi
media)² media)².fi
De 12 a 21 75 50% 16,5 75 50% 1237,5 152,7696 11457,72
De 21 a 30 19 13% 25,5 94 63% 484,5 11,2896 214,5024
De 30 a 39 13 9% 34,5 107 71% 448,5 31,8096 413,5248
De 39 a 48 11 7% 43,5 118 79% 478,5 214,3296 2357,6256
De 48 a 57 32 21% 52,5 150 100% 1680 558,8496 17883,1872
Total 150 100% - 150 100% 4329 969,048 32326,56
Rol
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12. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Gráfico
Média
∑( xi. fi ) 4329
Média = N = 150 = 28,86 ≅ 29 anos
Moda
∆1 75
Moda = L1 + .c = 12 + .9 = 12 + 5,1526 =
∆1 + ∆ 2 75 + 56
= 17,1526 ≅ 17 anos
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13. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Mediana
Classe Mediana = 1ª Classe = “De 12 a 21 Anos”
N
− ∑ fi *
Mediana = L1 +
2 . c = 12 + 75 − 0 .9 = 12 + 9 = 21 Anos
fMe 75
Desvio Padrão (DP)
Σ( xi − Media ) ². fi 32326,56
DP = = = 215,5104
N 150
= 14,68 ≅ 14,7
CTI – Bauru - SP 2009 13
14. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Sexo dos Entrevistados
Tabela
Sexo Quantidade Porcentagem
Masculino 88 59%
Feminino 62 41%
Total 150 100%
Gráfico
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CTI – Bauru - SP 2009 15
16. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Religião dos Entrevistados
Tabela
Religião Quantidade Porcentagem
Católico 98 65%
Protestante 27 18%
Ateu 6 4%
Outros* 19 13%
Total 150 100%
*sem religião/espírita/budista/ortodoxo
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Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 17
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Questão 1:
“A Religião Influencia na Decisão de Não Possuir
Nenhuma Modificação?”
Tabela
A Religião Influencia na decisão de não ter
Quantidade Porcentagem
nenhuma modificação?
Sim 38 25%
Não 112 75%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 18
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Questão 2:
“Tem algum preconceito para com as pessoas que
possuem modificações corporais?”
Tabela
Tem algum preconceito para com as pessoas que
Quantidade Porcentagem
possuem modificações corporais?
Sim 35 23%
Não 115 77%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 19
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Questão 3:
“Contrataria alguém que possuísse modificações ?”
Tabela
Contrataria alguém que possuísse modificações? Quantidade Porcentagem
Sim, dependendo do serviço (e das modificações) 69 46%
Sim, é claro 52 35%
Não, em hipótese alguma 29 19%
Total 150 54%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 20
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Questão 4:
“Tem Vontade de Fazer Alguma Modificação ?”
Tabela
Tem vontade de fazer alguma modificação? Quantidade Porcentagem
Sim 61 41%
Não 89 59%
Total 150 100%
Gráfico
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Sub-Questão (4):
“Se Sim, Qual(ais) ?”
Tabela
Se sim, qual(ais)? Quantidade Porcentagem
Alargador 17 21%
Piercing 20 24%
Tatuagem 39 48%
Outros* 6 7%
Total 82 100%
*Outros: Bifurcação Lingual, Pocket.
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 22
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Questão 5:
“Por que Não Fez Nenhuma Modificação?”
Tabela
Por que não fez nenhuma modificação? Quantidade Porcentagem
Não sinto vontade 51 34%
Meus Pais não permitem 28 19%
Sou Menor de Idade 21 14%
Medo de Infecções 19 13%
Outros* 31 21%
Total 150 100%
*Outros: Religião, Dinheiro, Não gosta, Medo de Criticas, Medo de dor,
Idade, Medo de Arrependimento
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Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 24
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7.0 Gráficos e Tabelas – Com Modificações
Agora, trataremos dos dados e gráficos dos questionários de pessoas
que possuem modificações corporais.
Idade dos Entrevistados
Tabela
Idade Quantidade (fi) Porcentagem xi FAC FAC% xi.fi (xi-media)² (xi-media)².fi
De 12 a 21 75 50% 16,5 75 50% 1237,5 152,7696 11457,72
De 21 a 30 19 13% 25,5 94 63% 484,5 11,2896 214,5024
De 30 a 39 13 9% 34,5 107 71% 448,5 31,8096 413,5248
De 39 a 48 11 7% 43,5 118 79% 478,5 214,3296 2357,6256
De 48 a 57 32 21% 52,5 150 100% 1680 558,8496 17883,1872
Total 150 100% - 150 100% 4329 969,048 32326,56
Rol
8 10 11 11 12 12 12 12 12 12
12 12 12 12 12 13 13 13 13 13
13 13 13 13 13 13 13 13 13 13
13 13 13 14 14 14 14 14 14 14
14 14 14 14 14 14 14 14 15 15
15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
15 15 15 15 15 16 16 16 16 16
16 16 17 17 17 17 17 17 17 17
17 17 17 17 17 17 17 18 18 18
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 19 19 19 19 19 19 19 19 19
19 19 19 19 19 20 20 20 20 21
21 21 21 22 22 22 22 22 23 23
25 27 27 28 28 29 30 30 31 31
32 32 32 34 34 35 36 43 47 55
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 25
26. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
CTI – Bauru - SP 2009 26
27. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Média
Σ( xi. fi ) 3681
Média = = = 24,54 ≅ 24,5 anos
N 150
Moda
∆1 77
Moda = L1 + .c = 12 + .9 = 17,88 ≅ 18 anos
∆1 + ∆ 2 77 + 41
Mediana
N
− Σfi *
Mediana = L1 +
2 .c = 12 + 75 − 0 . 9 = 12 + 8,766 = 20,766
fMe 77
≅ 21 anos
Desvio Padrão (DP)
Σ( xi − Média)². fi 16061,76
DP = = = 107,0784 ≅ 10,35
N 150
CTI – Bauru - SP 2009 27
28. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Sexo dos Entrevistados
Tabela
Sexo Quantidade Porcentagem
Masculino 85 57%
Feminino 65 43%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 28
29. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Religião dos Entrevistados
Tabela
Religião Quantidade Porcentagem
Católico 74 49%
Protestante 31 21%
Ateu 16 11%
Outros* 29 19%
Total 150 100%
*Outros: Budista, Ortodoxo, Espírita
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 29
30. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 1:
“Qual(ais) Modificação(ões) possui ?”
Tabela
Qual(ais) Modificação(ões) possui? Quantidade Porcentagem
Alargador 38 18%
Piercing 99 47%
Tatuagem 72 34%
Total 209 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 30
31. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 2:
“Com Quantos Anos Fez a Primeira Modificação ?”
Tabela
Com quantos Anos Fez a Primeira Modificação? Quantidade Porcentagem
De 8 a 19 75 50%
De 19 a 30 19 13%
De 30 a 41 13 9%
De 41 a 52 11 7%
De 52 a 63 32 21%
Total 150 100%
Gráfico
Média
CTI – Bauru - SP 2009 31
32. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Σ( xi. fi ) 3094
Média = = = 20,6267 ≅ 21 anos
N 150
Moda
∆1 101
Moda = L1 + .c = 8 + .11 = 14,6526 ≅ 14,6 ≅ 15 anos
∆1 + ∆ 2 101 + 66
Mediana
N
− Σfi *
Mediana = L1 +
2 .c = 8 + 75 − 0 .11 ≅ 16,17 ≅ 16 anos
fMe 101
Desvio Padrão (DP)
Σ( xi − Média)². fi 4070,593334
DP = = = 27,137 ≅ 5,2
N 150
CTI – Bauru - SP 2009 32
33. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 3:
“Qual(ais) Modificação(ões) possui ?”
Tabela
Por Qual(ais) Motivo(os) fez a(as)
Quantidade Porcentagem
Modificação(ões)?
Estético 111 69%
Simbólico 49 31%
Total 160 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 33
34. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 4:
“Se Arrepende de Ter Feito Alguma Modificação?”
Tabela
Se Arrepende? Quantidade Porcentagem
Sim 21 14%
Não 129 86%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 34
35. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Sub-Questão (4):
“Se Sim, Por Qual(ais) Motivo(os)?”
Tabela
Se sim, por qual(ais) motivos? Quantidade Porcentagem
Problemas de Saúde 8 27%
Conseguir Empregos 6 20%
Conflitos Familiares 6 20%
Preconceito 4 13%
Outros* 6 20%
Total 30 100%
* Religião; Fez sem pensar; Sentiu muita dor;
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36. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 36
37. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 5:
“Já Sofreu Algum Tipo de Preconceito?”
Tabela
Já sofreu algum tipo de preconceito? Quantidade Porcentagem
Sim 56 37%
Não 94 63%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 37
38. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Sub-Questão (5):
“Se Sim, Por Quem?”
Tabela
Se sim, por quem? Quantidade Porcentagem
Comunidade 23 35%
Familiares 17 26%
Trabalho 15 23%
Amigos 6 9%
Outros* 4 6%
Total 65 100%
*Namorados(as), Escola, pessoas na rua
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 38
39. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 6:
“Teve Apoio na Decisão, de Amigos ou Familiares?”
Tabela
Teve apoio na decisão? Quantidade Porcentagem
Sim 77 51%
Não 73 49%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 39
40. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 7:
“Sua Religião Influenciou de Alguma Maneira Sua
Decisão?”
Tabela
A Religião Influenciou? Quantidade Porcentagem
Sim 23 15%
Não 127 85%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 40
41. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 8:
“Quais Foram as Dificuldades Encontradas?”
Tabela
Quais Foram as Dificuldades Número de
Porcentagem
Encontradas? Pessoas
Encontrar Empregos 39 22%
Preconceito sofrido 41 23%
Relacionamentos 18 10%
Nenhuma 78 44%
Total 176 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 41
42. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 9:
“Tinha Conhecimento dos Riscos?”
Tabela
Tinha Conhecimento dos Número de
Porcentagem
Riscos? Pessoas
Sim 134 89%
Não 16 11%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 42
43. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 10:
“Toma os Devidos Cuidados?”
Tabela
Toma os Devidos Número de
Porcentagem
Cuidados? Pessoas
Sim 120 80%
Não 30 20%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 43
44. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Sub-Questão (10):
“Se sim, Qual(ais)?”
Tabela
Número de
Quais? Porcentagem
Pessoas
Higiene 112 60%
Medicação 66 35%
Outros* 9 5%
Total 187 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 44
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Questão 11:
“Deseja Fazer Mais Alguma Modificação?”
Tabela
Deseja fazer Número de
Porcentagem
algo mais? Pessoas
Sim 81 54%
Não 69 46%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 45
46. Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.
Questão 12:
“Concorda Que é Vicioso?”
Tabela
Concorda que é Número de
Porcentagem
vicioso? Pessoas
Sim 69 46%
Não 81 54%
Total 150 100%
Gráfico
CTI – Bauru - SP 2009 46
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8.0 Os Diferentes Tipos de Modificações Corporais
Embora não tenhamos encontrado muitas pessoas com algumas dessas
modificações, e algumas foram até mesmo ausentes nos dados coletados,
optamos por falar delas para que nosso trabalho ficasse mais completo, com
mais curiosidades.
Bifurcação Lingual
Como o nome já diz, esta modificação, consiste em realizar por meio de
uma intervenção cirúrgica, uma separação da língua do indivíduo em duas
partes diferentes. Com o tempo, algumas pessoas conseguem adquirir a
capacidade de mover as duas partes da língua separadamente.
Body Piercing
Esta, já não causa espanto ou confusão, e nem dificuldade de
entendimento, uma vez que é muito comum em nossa sociedade. Consiste em
realizar um ou mais furos em determinada parte do corpo, e preencher estes
orifícios com jóias, geralmente de aço cirúrgico para evitar infecções.
Pocket
O Pocket pode também ser considerado um tipo de Body Piercing, já
que poderíamos dizer que é o inverso deste. Enquanto no Body Piercing a
argola ou haste do objeto fica para fora da pele, no Pocket, as pontas ficam
para dentro, deixando somente a argola para fora da pele. Uma prática comum
a quem possui Pockets, é fazer geralmente duas fileiras destes, e unir as
argolas por um fio, para formar um ‘trançado’ como se fosse um espartilho.
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Branding
Muito parecida com a tatuagem. Possui a mesma finalidade, porém, o
método de realização é diferente. Tem a finalidade de deixar uma marca
permanente na pele, porém, depois que se decide o desenho que se quer, não
se usa uma máquina com agulha, mas sim um metal quente, que cria uma
cicatriz de queimadura na pele do indivíduo.
Escarificação
Tem também o intuito de deixar uma marca permanente, porém, ao
invés de realizá-la com agulhas ou ferro quente, utiliza-se um bisturi, que deixa
também uma cicatriz na pele.
Tatuagem
Outra modificação muito comum em nossa sociedade é a tatuagem, que
se trata de realizar uma marcação permanente na pele através de uma agulha
que injeta o pigmento de cor desejada.
Implantes e Surface
Os implantes podem ser de dois tipos diferentes: Sub-cutâneos, ou
Transdermais. Este primeiro, consiste em implantar sob a pele, um objeto
(geralmente argolas) de silicone ou plástico geralmente (também pode ser de
metal). O Transdermal, diferencia-se do Sub-Cutâneo por tem somente as
pontas implantadas e a(as) haste(es) ficam para fora da pele. O Surface
também é muito parecido com os implantes. Poderíamos dizer que é o inverso
do Implante Sub-Transdermal, pois ao invés de a(as) haste(es) ficarem para
fora da pele, o que fica para fora são as pontas.
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9.0 História da Tatuagem e do Body Piercing
Trataremos da história somente desses dois tipos de modificações, por
serem eles os mais comuns em nossa sociedade.
Tatuagem
A Tatuagem é uma prática muito antiga do homem, sendo sua data mais
antiga encontrada, a de múmias egípcias de cerca de 2000 (dois mil) anos de
idade, porém, também era comum em nativos da Polinésia, onde simbolizava
datas importantes e rituais de passagem.
A Tatuagem começou a ser vista com outros olhos, que não os de uma
forma de arte, na Idade Média, onde a Igreja proibiu o seu uso, pois
considerava-a uma prática demoníaca a um ato violento ao próprio corpo. O
preconceito contra elas ficaram ainda maior quando a Inglaterra adotou-a como
forma de identificação de criminosos, tatuando-os quando eram presos.
Quem realmente difundiu esta prática pelo mundo, foram os piratas, que
quando em regiões da Polinésia, aprenderam como realizar esta prática,
retratando assim, com frequência, suas aventuras em seus corpos. Também,
popularizaram as Tatuagens em guetos, tabernas, e prostíbulos, que eram os
lugares onde piratas frequentavam. A tatuagem chegou até mesmo a ser usada
como identificação de prostitutas pelos seus respectivos cafetões.
Somente então, depois da metade do século XX, que a tatuagem deixou
de ser vista com tanto preconceito, e passou a ser vista como uma forma de
arte. Embora ainda há hoje um pouco de preconceito, ele está muito menos
intenso do que a 50 anos atrás.
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Body Piercing
O body piercing vem sendo praticado por mais de 5 mil anos e sempre
foi usado como uma expressão pessoal, ritual espiritual, com uma distinção de
realeza, e mais recentemente como moda.
Tudo começou nas primeiras tribos e clãs das mais antigas raças
humanas. Nas tribos da América do Sul, África, Indonésia, nas castas
religiosas da Índia, pelos faraós do Egito e pelos soldados de Roma. Depois se
espalhou pela classe média e aristocracia do séc. XVIII e XIX, mas foi
esquecido no séc. XX.
Em 1970, cresceu novamente nas mãos dos “gurus” da moda de
Londres e artistas underground. E em 1990, finalmente atingiu a atenção de
todo o planeta fechando o elo entre o primitivo e o moderno.
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10.0 A Religião
Por ser um dos nossos objetivos, a religião foi abordada de forma a qual
pudemos comparar e concluir que a influência não é tão grande quanto
imaginávamos. Apesar de a Bíblia conter certas passagens que parecem tratar
deste assunto, tudo depende da interpretação de cada um. Anexaremos agora
parte de um site que trata sobre o assunto:
A lei do Velho Testamento ordenou aos israelitas: “Pelos mortos não
dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o
Senhor” (Levítico 19:28). Portanto, apesar de não estarem os crentes sob a lei
do Velho Testamento nos dias de hoje (Romanos 10:4; Gálatas 3:23-25;
Efésios 2:15), o fato de ter havido um uma ordem contra tatuagens deveria nos
fazer pensar sobre a questão. O Novo Testamento não faz menção sobre os
crentes fazerem ou não tatuagem.
Em relação às tatuagens e piercings, um bom teste é determinar se
podemos ou não, com honestidade e sã consciência, pedir a Deus que
abençoe e use esta atividade particular para Seus bons propósitos. “Portanto,
quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória
de Deus” (I Coríntios 10:31). A Bíblia não se coloca condenando tatuagens ou
piercings, mas também não nos dá razão alguma para crermos que Deus nos
deixaria fazê-los.
Outra questão a considerar é o recato. A Bíblia nos instrui ao recato no
vestir (I Timóteo 2:9). Um aspecto do vestir recatadamente é nos certificarmos
de que cada parte que precisa ser coberta com roupas está adequadamente
vestida. Entretanto, o significado essencial do recato é não chamar atenção
para si mesmo. As pessoas que se vestem com recato o fazem de maneira tal
que jamais chamam atenção para si mesmas. Tatuagens e piercings, com
certeza, são chamativos. Neste sentido, as tatuagens e piercings não são
recatados.
Um princípio importante das escrituras a respeito de casos sobre os quais
a Bíblia não lida especificamente é que, se há dúvidas se isto agrada ou não a
Deus, então é melhor não fazê-lo. “Mas aquele que tem dúvidas, se come está
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condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado”
(Romanos 14:23). Precisamos ter em mente que nossos corpos, assim como
nossas almas, foram redimidos e pertencem a Deus. Apesar de não se aplicar
diretamente a tatuagens e piercings, I Coríntios 6:19-20 nos dá um princípio:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em
vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” Esta grande verdade deve sempre pesar
no que fazemos e até onde podemos ir em relação a nossos corpos. Se nossos
corpos pertencem a Deus, deveremos sempre nos certificar de que temos Sua
clara “permissão” antes de neles deixarmos “marcas” com tatuagens e
piercings.
( http://www.gotquestions.org/Portugues/tatuagens-piercings.html )
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11.0 Cuidados
Cuidados com a Tatuagem
- Lavar bem
- Passar gelo no local da tatuagem
- Passar uma camada bem fina de pomada (“Bepantol”)
-Usar bandagem durante dois dias (para sair e para dormir)
Obs: Depois do tempo de bandagem, continuar usando pomada
durante 15 dias. Após esse período, passar hidratante durante mais 15
dias.
Proibições
- Sol
- Praia / Piscina / Rio
- Carne de Porco
- Peixe
- Chocolate
- Ovo (maionese)
- Frituras
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Cuidados com o Piercing
- Lavar bem
- Passar gelo no local durante a primeira semana
- Limpar com álcool 70 volumes
- Passar pomada bactericida (“Bactroban”)
Proibições
- Praia / Piscina / Rio
- Carne de Porco
- Peixe
- Chocolate
- Ovo (maionese)
- Frituras
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12.0 Anexos
Textos e Resumos
Texto 1 - A galera Ilustrada
Foi-se o tempo em que a tatuagem era símbolo de rebeldia. De tão
comum, virou um acessório do corpo. Depois da fase dos desenhos
tradicionais de marinheiros, do abstracionismo dos símbolos tribais e dos
motivos orientais, com dragões e ideogramas, a moda são os grafismos e a
releitura de motivos clássicos, como corações partidos e personagens de
história em quadrinhos, sobretudo com efeito de 3D. Discretas, as tatuagens
conquistaram a pele de modelos, das patricinhas e dos adolescentes em geral.
É claro que o preconceito ainda existe e que o exagero talvez se torne uma dor
de cabeça na vida adulta. Em carreiras conservadoras, como medicina e
direito, a tatuagem pode ser encarada como desvario ou um perigoso sinal de
desleixo, o que não quer dizer que médicos e advogados não possam ter uma.
Na hora de escolher o lugar, é só dar preferência a locais do corpo fáceis de
esconder com roupa.
A panturrilha, a parte interna do antebraço e o ombro são as regiões
preferidas dos garotos. Já as meninas tatuam mais o tornozelo, a nuca, a
virilha e a base da coluna vertebral. Em alguns lugares, como o Estado de São
Paulo, é proibida a tatuagem em menores de idade. Ignorar a lei tem seus
riscos. Os bons estúdios (locais onde se fazem tatuagens) são limpos e
utilizam material descartável, mas costumam seguir a legislação à risca,
mantendo menores a distância. Como tatuar virou moda, surgiram muitas
arapucas com gente mal preparada trabalhando sem assepsia. Portanto, todo
cuidado é pouco. Fazer tatuagem num estúdio qualquer, nem pensar. Não vale
a pena correr o risco de sair de lá com alguma doença grave, como Aids ou
hepatite B.
Para os arrependidos, a medicina sempre guarda uma segunda chance.
Ou quase. Tirar a tatuagem dá trabalho e custa caro. E o resultado nem
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sempre costuma ser perfeito. O método mais eficaz ainda é o laser. Só que os
feixes agem melhor em cores escuras. A cor mais fácil de retirar é o preto, e a
mais complicadas são as mais claras e parecidas com o tom da pele, como
amarelo, laranja e vermelho. Nesses casos, ainda vale a sentença de que, uma
vez feita à tatuagem, é para sempre.
Cuidados e riscos no uso do piercing: A intensidade da dor depende de
onde se coloca a haste de metal. É mais intensa no nariz e na língua. Mesmo
quando o piercing é aplicado com instrumentos esterilizados, a região da ferida
pode infeccionar. O risco é maior no umbigo e na língua. O atrito da roupa com
o piercing colocado no mamilo pode causar infecção. Locais fáceis de limpar e
expostos a ventilação constante têm risco menor de infecção. Exemplos: a
sobrancelha e a cartilagem da orelha.
(Veja – Edição Especial – Jovens – Julho de 2003)
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Resumo - Texto 1
A tatuagem que já foi um símbolo de rebeldia, hoje é considerada
uma arte no corpo, conquistando a pele de pessoas comuns até os grandes
astros, sem deixar de lado as patricinhas e os adolescentes em geral.
Como tudo o que foge do “natural”, ainda existe o preconceito. Tatuagens e
outros tipos de modificação corporal, em carreiras conservadoras, podem ser
consideradas como um ato de loucura ou sinal de desleixo. Por isso, é
aconselhado que sejam feitas em lugares que possam ser escondidas
facilmente, como por exemplo ombros, e costas, que podem ser facilmente
encobridas com o uso de camisetas.
No estado de São Paulo, como em outros estados, a tatuagem é
proibida por lei para menores de 18 anos. Contrariar essa lei pode ter serias
conseqüências para o tatuador, que pode ter o seu estúdio fechado, além de
poder receber processos jurídicos e multas.
Os estúdios de tatuagem devem ser limpos e assépticos, assim como as
agulhas de tatuagem, ou todo e qualquer material para algum tipo de arte
corpórea, caso contrário, o tatuado pode contrair sérias doenças, tais como
Hepatite B e AIDS.
Para quem se arrepende, ainda resta esperança. Porém, ela custa caro,
dá trabalho e nem sempre é 100% eficaz. A cor mais fácil de ser removida é a
preta, já as claras, como amarelo, laranja e vermelho, são mais complicadas.
Ainda assim, continua valendo a idéia de que uma tatuagem é para sempre.
(Super Interessante - Abril de 2008)
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Texto 2 – Navalha na Carne
Línguas partidas ao meio, testas enfeitadas com chifres, corpos
suspensos por fios de aço enganchados na própria pele. Esses são só alguns
exemplos do que uns definem como movimento, outros como um desvio: body
modification, ou bod-mod para os íntimos. O termo em inglês engloba um
grande número de procedimentos cirúrgicos voluntários que deixam marcas no
corpo – a maior parte delas, irreversíveis e dolorosas.
Os motivos que levam pessoas – grande parte delas com vidas e rotinas
tão comuns quanto a sua – a transformar sua aparência são bastante
diversificados. O que todas têm em comum é a certeza de que são donas de
seus corpos e, por isso mesmo, podem fazer o que quiser com eles. Mas o que
isso nos diz sobre a sociedade em que vivemos? Será que nossos padrões de
beleza estão mudando?
Influências
Se levarmos ao pé da letra, a modificação do corpo humano começou no
dia em que o primeiro homem se depilou ou na noite em que a primeira mulher
passou maquiagem. São ações simples, mas que intervêm no projeto original.
Mas, deixando o pé da letra em paz, nossa história começa com as grandes
navegações, quando os europeus passam a ter contato com tatuagens da
Oceania, escarificações da África, enfeites perfurantes e rituais de suspensão
da Ásia e da América. Essas tradições milenares vieram dar nas praias da
Europa e, até o meio do século 20, eram coisa de marinheiro, prostituta e
outros freqüentadores das zonas portuárias. Nos anos 1960, o clima de "bicho
grilo" e a valorização da cultura oriental teve como reflexo a maior aceitação
das tatuagens. No final dos anos 1970, punks ingleses e gurus californianos
(Fakir Musafar foi e ainda é o maior deles) introduziram as perfurações no
repertório. Nos anos 1980, os yuppies decretaram tudo um nojo e só no início
dos anos 1990 o movimento começou a ganhar corpo novamente.
Mas, a essa altura, algo muito maior do que um renascimento da
tatuagem e dos piercings estava acontecendo. "A body art começou a ser
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empregada por pessoas que não se consideravam parte da turma dos tatuados
e de maneiras que teriam causado consternação mesmo entre os fanáticos por
tatuagem", escreveu a socióloga americana Victoria Pitts, no livro In The Flesh
- The Cultural Politics of Body Modification ("Na carne – As políticas culturais
da
modificação corporal", sem tradução em português). Segundo ela, nessa
época, coincidiram a explosão de estilos e performances, a ascensão de
estúdios especializados e o surgimento de revistas, websites, exposições e
livros celebrando e debatendo essas práticas. Tudo isso, segundo Pitts, acabou
culminando no surgimento de um movimento, a body modification.
Sexo, fé e chips
Dentro do movimento, Pitts destaca três tendências principais: gays e
lésbicas, que usam suas modificações para sublinhar sua opção sexual;
"modernos primitivos", que desejam alcançar transcendência espiritual por
meio de provações físicas; e "ciberpunks", que buscam romper fronteiras
tecnológicas usando o próprio corpo.
A tribo dos "modernos primitivos" se inspira em rituais e costumes de
civilizações arcaicas. Para eles, tatuagens, cicatrizes, perfurações e
suspensões são uma maneira de entrar em contato com o divino. No livro
Pagan Fleshworks – The Alchemy of Body Modification ("Trabalhos pagãos – a
alquimia da modificação corporal", sem tradução em português), a psicóloga
americana Maureen Mercury explica que, para esse grupo, a transformação
estética deve ser acompanhada de transformação psíquica. Mais do que uma
escolha, esses rituais seriam uma necessidade. "A vida em uma sociedade
dessacralizada requer medidas drásticas para restaurar nosso balanço com o
cosmos", escreveu.
Já os ciberpunks batem de frente com esses ideais. Ele formam o grupo
empenhado em realizar os sonhos (e pesadelos) que a ficção científica elabora
desde os anos 1960. Eles implantam chips que conectam o sistema nervoso à
internet, instalam câmeras que filmam o interior do corpo e substituem osso e
carne por metal e plástico. Ou seja, buscam confundir as fronteiras entre
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homem e máquina.
Outra beleza?
Fora desses três grupos, sobra uma motivação bem mais simples para
encarar agulhas, ferros quentes e tesouras: grande parte das pessoas que
integram o movimento da body modification quer se sentir mais bonita. No site
canadense bmezine.com (Body Modification E-zine), modificados de todo o
mundo trocam experiências e imagens. Os participantes contam a história de
cada alteração e os planos para investidas futuras. Há um clima explícito de
exibicionismo.
Línguas bipartidas são sexy, escarificações dão inveja e implantes bem-
feitos despertam admiração. Exatamente da mesma forma que piercings no
umbigo fazem sucesso entre adolescentes, tatuagens em forma de estrela
viraram fetiche na era pós-Gisele Bündchen e peitos de silicone são cada vez
mais comuns entre homens e mulheres. "Os bod-mods não são diferentes de
mulheres exageradamente vaidosas, que procuram cirurgiões famosos. Tem
quem pague uma fortuna para ser atendido pelos modificadores top de linha
quando eles vêm ao Brasil. Nos dois casos, é um sinal de status", diz a artista
plástica Priscilla Davanzo, que faz mestrado sobre o assunto na USP.
Há, no entanto, uma diferença fundamental entre quem encara uma
cirurgia para conseguir o corpo perfeito e os integrantes do movimento bod-
mod. No primeiro grupo, estão pessoas dispostas a se inserir nos padrões
impostos pela sociedade. No segundo, pessoas dispostas a desafiá-los. E é
essa diferença que faz emergir diversas críticas aos adeptos da body
modification.
Para muitos psicólogos, as práticas dolorosas e pouco convencionais
são formas de agressão física, de automutilação, que refletem uma insatisfação
da pessoa com ela mesma. "O que fazemos na superfície quase sempre tem
uma relação profunda com o que está por dentro", disse a psicóloga inglesa
Corinee Sweet ao jornal londrino The Guardian em um artigo sobre modificação
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corporal.
Mas nem todo mundo concorda com essa visão. "Essas críticas refletem
uma noção do corpo como algo fixo e imutável", escreveu Victoria em In The
Flesh. "Como as práticas de modificação vão de encontro às normas de beleza
ocidentais, que idealizam peles macias e imaculadas, elas são vistas como
mutilações." No livro A Lei do Mais Belo, a psiquiatra americana Nancy Etcoff
defende a tese de que o que leva alguém a passar por essas modificações é,
ironicamente, uma alta dose de auto-estima. É como se elas estivessem
dizendo que não precisam se preocupar com o padrão imposto, um aviso de
que são tão seguras quanto à sua aparência que continuam atraentes mesmo
depois de passar pelas transformações. "Tatuagens e escarificações são
dolorosas de ser feitas e carregam riscos de infecção. Como guerreiros que
exibem orgulhosos as cicatrizes das batalhas, os modificados estão mostrando
que enfrentaram e superaram um desafio físico", escreveu.
Cara do futuro
Mas aonde isso tudo vai parar? Será que as body modifications serão
um dia tão normais quanto tatuagens e piercings? É certo que nossa sociedade
tende a se tornar mais liberal com o tempo. Em apenas um século, homens e
mulheres subverteram os padrões de cabelos curtos e compridos, por exemplo.
"A gente é a ponta do iceberg", diz Filipe Julio, do site www.neoarte.net, um
dos principais de bod-mod do Brasil, com meio milhão de visitas desde 2002.
"Somos a primeira geração que viveu isso e nossos filhos já vão crescer com
outra visão."
Mas há quem duvide de que mudanças tão radicais possam ser aceitas
de forma generalizada. Mesmo porque, como ressalta Victoria, "o radicalismo
dos modificadores é moldado pelas forças sociais a que eles buscam se opor".
Assim, é possível que, à medida que se tornem aceitáveis, as transformações
evoluam entre os adeptos do movimento.
De uma forma ou de outra, o que parece irrevogável é a possibilidade de
transformarmos nossos corpos. "Independentemente de estar dentro ou fora
dos padrões, a idéia de modificar está presente na nossa história. E isso se
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acelera no sistema capitalista, em que as coisas perdem a validade com muita
rapidez. É preciso criar novos modelos", diz Priscilla Davanzo. Seja em clínicas
de cirurgia plástica ou em estúdios especializados, a galeria de novas
possibilidades não pára de crescer.
Bifurcação de língua
Procedimento cirúrgico que divide parte da língua em duas metades,
dando a aparência de uma língua de lagarto ou cobra. Com o tempo, é possível
mexer as duas partes individualmente.
Branding
Aplicação de metal aquecido na pele, deixando uma queimadura que
eventualmente se transforma em uma cicatriz
Escarificação
Também conhecida como scarification ou simplesmente scar (cicatriz em
inglês). É a fabricação de cicatrizes, com intenções espirituais (como é comum
em tribos africanas) ou estéticas.
Implante
Um objeto, que pode ser de vários materiais (silicone, plástico, osso,
metal) e formatos, é inserido sob a pele, criando um relevo. Nos
implantestransdermais, a base fica sob a pele e a ponta fica para fora.
Nulificação
Remoção voluntária de partes do corpo, como testículos, dedos, dentes,
mamilos e até mesmo remoção de membros inteiros
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(In The Flesh - The Cultural Politics of Body Modification -
Victoria Pitts, EUA, 2003)
Resumo - Texto 2
Tendo por muitos como automutilação, a body modification, que são
práticas dolorosas e permanentes, estão sento feitas cada vez mais.
O body modification consiste em fazer modificações voluntárias e
permanentes.
Praticantes dessas modificações, geralmente as fazem com o intuito de
mostrar liberdade e atitude quanto aos seus atos.
De certa forma essas modificações começaram com simples ato de
nosso dia-a-dia como o de se depilar ou o de maquiar-se. Contudo a origem da
body modification deve-se ao contato dos europeus com os povos nativos da
África e da Oceania, que faziam escarificações e utilizavam enfeites
perfurantes
Com o passar do tempo, esses atos foram se espalhando por todo o
mundo e tornou-se mais popular no oriente e nos grupos que demonstram
rebeldia como os punks e gurus americanos, porém mais tarde essa arte
também chegou às pessoas que as fazem apenas por questões estéticas,
como entre os jovens e os homossexuais.
Existe muita divergência entre às pessoas que são prós e contra quanto
a tal forma de arte, pessoas que a julgam como uma arte e outras que a
consideram como uma forma de destruição do próprio corpo.
Tipos de body art:
Bifurcação lingual: Processo cirúrgico que divide a língua em duas partes.
Branding: Queimadura feita com um metal aquecido.
Escarificação: Consiste em criar uma cicatriz em seu corpo.
Implante: São implantes subcutâneos, que podem ser metais, plásticos, ou
silicones.
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Nulificação: Remoção voluntária de uma parte do corpo, como testículos,
mamilos, etc.
Texto 3 – Arte a Flor da Pele
O lugar é asséptico, limpíssimo. Paredes brancas, espelhos, aparelhos
de esterilização, luvas descartáveis, gavetas com seringas lacradas e cadeiras
de dentista. Num balcão ficam expostos os tubos de tinta colorida. O ambiente
seria tão silencioso quanto um hospital não fosse o som psicodélico que agita
os corajosos que circulam pela casa em busca de uma das poucas coisas
definitivas na vida: uma tatuagem. No estúdio Led’s Tattoo, do paulista Sérgio
Maciel, 38 anos, cerca de 50 pessoas são tatuadas todos os dias. Com o
verão, que naturalmente coloca barrigas, costas e pernas de fora, esse número
cresce. "Tatuagem hoje é status, como se fosse uma jóia. Significa que você
é moderno. É sinônimo de personalidade", diz Maciel.
A tatuagem existe desde que o mundo é mundo. O Homem de Gelo, um
corpo congelado encontrado na Itália em 1991, que se supõe ter vivido há
cerca de 7.300 anos, tinha vários desenhos sobre a pele. A múmia da princesa
Amunet, de Tebas, exibe desenhos feitos de pontos e linhas que certamente
chamaram a atenção dos egípcios há mais de 4 000 anos. Não se sabe o que
aquela tatuagem significava para os nossos ancestrais. Mas é muito provável
que ela não tenha sido desprovida de sentido. "O corpo foi um dos primeiros
instrumentos manipulados pelo homem para expressar um significado", afirma
a antropóloga Lux Vidal, especialista em pinturas corporais da Universidade de
São Paulo. "Tatuagens, pinturas, mutilações e cortes de cabelo são modos de
transformar o corpo para que ele comunique códigos, relações sociais e
valores."
As motivações que levam uma pessoa a se tatuar são quase infinitas.
Índios de vários países costumam se pintar para, entre outras coisas, assinalar
classificações de status entre os membros da tribo. Como em seu local de
origem, dispensam as roupas com que o homem branco sinaliza seu poder
aquisitivo e valores estéticos, é com tinta e formas impressas no corpo que eles
se diferenciam. Os peles-vermelhas, da América do Norte, cobriam o corpo
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com pinturas em situações de luto ou para ir à guerra. Já na região que hoje
corresponde aos países árabes, as tatuagens eram feitas para "proteger" o
corpo de doenças e trazer prosperidade. Acreditava-se que a impressão
definitiva de desenhos na pele tinha propriedades mágicas. Quando a região foi
dominada pelo Islamismo do profeta Maomé, tatuagens e qualquer alteração
no corpo passaram a ser vistas como pecado.
O primeiro registro literário da tatuagem data de 1769. Trata-se do relato
do navegador inglês James Cook sobre o que viu ao chegar ao Taiti, na
Polinésia: os nativos usavam espinhas de peixe finíssimas, ou ossos de
passarinho, para perfurar a pele e injetar um pigmento feito à base de carvão e
ferrugem. Data daí também a palavra tattoo, versão para o inglês do taitiano
tatu (pronuncia-se tatau), que quer dizer, adivinhe, desenho na pele.
Ao longo da história as tatuagens também têm sido freqüentemente
associadas à punição e a comportamentos marginais. Os bretões, povo
bárbaro que habitava a região da atual Grã-Bretanha, pintavam o rosto com
várias cores para intimidar invasores. No Império Romano, os escravos eram
tatuados. Na França do século XVIII, criminosos ganhavam uma pintura na
pele – às vezes uma marca com ferro quente – registrando o crime que tinham
cometido. Prostitutas, piratas e marinheiros também se tatuam há séculos,
como sinal de valentia e para demarcar seus grupos sociais (na primeira
década deste século, todo navio que partia da Europa levava a bordo um
tatuador). Sereias, caravelas, mulheres, âncoras e sinais patrióticos sempre
foram os desenhos mais escolhidos entre os marinheiros. Era comum também
às prostitutas levarem uma marca de seus cafetões, como um atestado de
propriedade.
Em presídios do mundo inteiro, os próprios detentos se tatuam para
diferenciar a facção à qual pertencem. O desenho do punhal cravado num
coração significa "assassino". É comum também os presos marcarem o
número do crime que cometeram (o número 288, por exemplo, é o artigo
referente ao crime de formação de quadrilha no Código Penal Brasileiro).
Antigamente, era a própria polícia que os tatuava. Na Inglaterra,
cravavam-se as iniciais "BC" – bad character, mau caráter em inglês – na pele
dos condenados. "Ao longo do tempo, a tatuagem acabou virando a marca de
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pessoas marginais, diferentes do resto da sociedade", diz Mirela Berger,
mestre em Antropologia pela Universidade de São Paulo.
Hoje isso mudou. Alguns grupos marginais ainda utilizam a tatuagem
como código, como os mafiosos japoneses da Yakuza, que tatuam grande
parte do corpo como prova de coragem e de fidelidade à gangue. Além da
tatuagem, é muito comum membros do grupo terem falanges decepadas como
punição por traição. Mas a tatuagem, principalmente nas últimas décadas,
deixou de significar desencaixe social. Para muita gente – e gente formadora
de opinião, com alto poder aquisitivo e boa bagagem cultural –, tatuagem pode
ser apenas uma forma de arte e diversão. "Perdi a conta de quantas vezes me
perguntaram se eu vendo drogas. Infelizmente a tatuagem ainda é vista como
sinônimo de irresponsabilidade", diz a analista de sistemas Katia Marcolino, 32
anos, toda tatuada.
Essa réstia de preconceito em relação a quem se tatua pode explicar a
tremenda irritação que análises psicológicas geram na maioria dos tatuados de
hoje. Clubbers, roqueiros, skatistas, surfistas, lutadores de jiu-jitsu, ou
simplesmente aquela gatinha que tatuou uma flor de lótus no tornozelo, todos
eles detestam ser tratados como excêntricos ou anormais. "Não gosto que me
rotulem porque não sou lata de óleo nem vidro de maionese", diz Katia.
De todo modo, certamente uma das razões que conduzem à tatuagem
hoje é o desejo de aparecer em público com um visual inusitado. O motorista
Luis Cláudio Marangoni, 32 anos, tatuado da cabeça raspada aos dedos dos
pés ("Inclusive lá", afirma), com motivos que vão de mulheres nuas a
morcegos, passando por escrita japonesa, adora pôr uma sunga e sair por aí.
Ao seu lado, acredite, qualquer modelo de biquíni passaria despercebida.
"Por meio da tatuagem, as pessoas procuram ser valorizadas e
consideradas bonitas pelo grupo a que pertencem. Trata-se de uma
necessidade de parecer igual e, ao mesmo tempo, diferente em relação aos
outros", diz Sandro Caramaschi, professor do Departamento de Psicologia da
USP. "A necessidade de se destacar dentro de uma sociedade massificada
como a nossa é cada vez maior", diz a antropóloga Mirela. "Todos queremos
chamar a atenção. E cada um chama a atenção da maneira que mais lhe
parece positiva, ainda que isso possa escandalizar quem optou por outros
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padrões de conduta e de afirmação."
Fazer uma marca definitiva no corpo exige coragem para desafiar
normas e encarar preconceitos. Em profissões tradicionais, como advocacia e
medicina, braços cheios de desenhos não são vistos com bons olhos. Nem por
chefes, nem por pares e nem pelos clientes da maioria das empresas. "Para
cargos mais altos, não seleciono pessoas que têm tatuagem. Não soa bem. As
empresas sempre dão preferência aos perfis tradicionais", diz Silvana Case,
vice-presidente da Catho, consultoria especializada em selecionar executivos.
Em muitas empresas, funcionários tatuados precisam usar roupas amplas e
deselegantes para esconder o corpo marcado e preservar o emprego. "No
trabalho preciso usar blusas que cheguem até o cotovelo, cubram o pescoço e
não tenham decotes. Nas pernas sempre meias grossas", afirma Kátia.
Mas é preciso coragem também para encarar a dor de uma série de agulhas
perfurando 3 mm de pele durante horas. O mecânico Flávio Melanas, 28 anos,
levou 15 anos para decidir tatuar um dragão no braço. Sem camisa, no estúdio
de Sérgio, disfarçava o incômodo de ver o sangue escorrendo pelo braço,
evento normalíssimo do pós-tattoo. "O desenho levou quatro horas para ficar
pronto. Arde um pouco. A sensação é a mesma de estar tomando uma série de
beliscões ininterruptamente."
Para o tatuador Francisco Russo não há motivo para drama. "Quando se
percebe que a vida continua depois da tatuagem, o medo passa", afirma
Russo. E quando o garotão percebe que ter tatuado nas costas o rosto do Axl
Rose, líder do Guns n’ Roses, uma banda de rock que fez sucesso no início
dos anos 90, foi uma burrada? Segundo Caramaschi, a vontade de chamar a
atenção é comum na adolescência, mas isso muda. Depois de um certo tempo,
o desenho feito no corpo pode perder o significado: a banda deixa de existir,
troca-se de namorada, pode-se até mudar de time. Com o passar do tempo
também se desenvolvem padrões pessoais, não mais grupais. E, então, pode
bater um arrependimento pesado. "Há uma fila de tatuados arrependidos
esperando pelo tratamento de remoção gratuito", diz Lydia Massako Ferreira,
chefe do Departamento de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina
(EPM), em São Paulo.
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(O Brasil Tatuado e Outros Mundos - Toni Marques, Editora Rocco)
Resumo – Texto 3
“O lugar é asséptico, limpíssimo. Paredes brancas, espelhos, aparelhos
de esterilização, luvas descartáveis, gavetas com seringas lacradas e cadeiras
de dentista. Num balcão ficam expostos os tubos de tinta colorida”, diz Mariana
Mello. Ter uma clínica limpa e asséptica, não é motivo algum para o dono se
vangloriar, ele não faz mais do que o necessário, caso contrário, em qualquer
tatuagem, colocação de um body piercing, ou qualquer tipo de body
modification, por menores que fossem, a pessoa contrairia uma infecção, que
dependendo do tipo, e se o tratamento não fosse feito, ou fosse feito de forma
incorreta, a pessoa poderia até morrer.
Em média cinquenta pessoas são tatuadas por dia em um estúdio
‘normal’. No verão esse número tende a crescer. “Hoje, tatuagem é um
sinônimo de Status, de personalidade.” Diz um tatuador de São Paulo.
A tatuagem sempre esteve presente na história do homem. O homem de
gelo (homem que foi encontrado congelado na Itália, e que supõe-se ter vivido
há cerca de 7300 anos) possuía vários desenhos sob a pele, várias múmias
encontradas no Egito, e até mesmo Aborígenes, utilizavam pintura no corpo,
sendo essas, em grande parte com sentidos espirituais. “O corpo foi a primeira
forma de manifestação da arte encontrada pelo homem.” Diz a antropóloga Lux
Vidal, da Universidade de São Paulo.
Os motivos para as pessoas se tatuarem são quase infinitos, podem
variar desde motivos religiosos ou homenagens, até uma simples manifestação
de arte no corpo.
O primeiro relato sobre tatuagens encontrado, vem de 1769. Para
perfurar a pele e injetar os pigmentos a base de carvão e ferrugem, os nativos
polinésios utilizavam espinhas de peixe finíssimas, ou ossos de passarinhos. A
palavra Tattoo, é a versão inglesa para a palavra Tatu do taitiano, que significa
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‘Desenho na Pele’.
Embora hoje com menos intensidade, as tatuagens ainda sofrem
preconceitos, pois no passado elas eram usadas para diferenciar criminosos,
prostitutas, piratas, etc. Em presídios do mundo inteiro, é comum os detentos
se tatuarem para diferenciar a facção a qual pertencem, ou então, para
mostrar qual crime cometeram, ou ainda é comum tatuarem o número do crime
cometido. Antigamente eram comuns os policiais tatuarem nos presos a sigla
BC (Bad Character em inglês, ou Mau Caráter em Português), para diferenciar
os criminosos do resto da população.
Hoje em dia, apesar de vários grupos utilizarem tatuagens com forma de
fidelidade (como é o caso da Yakuza), a tatuagem deixou de significar esse
‘Desencaixe Social’, e hoje, elas são vistas como uma boa forma de arte
misturada com atitude. Infelizmente, a tatuagem ainda é vista como sinônimo
de ‘gente ruim’, e irresponsabilidade.
“É através da tatuagem que as pessoas buscam ficar mais bonitas e
valorizadas em relação ao grupo que pertencem. Trata-se de uma necessidade
de parecer igual, e ao mesmo tempo diferente!”, diz Sandro C., professor do
departamento de psicologia da USP. “A necessidade de se destacar numa
sociedade massificada como a nossa, é cada vez maior. Todos querem chamar
atenção, e cada um chama do jeito que parece mais positivo.” Diz a
antropóloga Mirela.
Fazer uma marca definitiva no corpo exige muita coragem para desafiar
os preconceitos ainda existentes. Em profissões tradicionais, tatuagens não
são bem vistas. “Para cargos mais altos, não seleciono pessoas que têm
tatuagem, não pega bem.”, diz Silvana, Vice-Presidente de uma empresa.
Para quem quer fazer uma tatuagem, pense bem, pois o maior cuidado
que deve-se ter é pensar se você não se arrependerá no futuro.
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Imagens
Ilustração de Tatuagens.
Tatuagem sendo feita.
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Exemplo de Pockets, formando um Corset Piercing (Piercings em espartilho).
Exemplo de Piercing Exemplo de Surface
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Homem-Lagarto, com implantes Sub-cutâneos,
alargador, tatuagem e Bifurcação de Língua.
Ilustração de Implantes Transdermais (cabeça)
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Exemplo de Branding
Escarificação sendo Feita
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Ficha de Anamrese
Processo obrigatório que antecede a realização da modificação corporal.
O cliente deve preencher a ficha, para uma avaliação completa de sua saúde.
Mais uma medida de segurança que deve ser tomada pela clínica.
Contudo, ainda existem diversas clínicas que se julgam profissionais e
não executam tal procedimento.
Veja a seguir fichas necessárias para fazer uma tatuagem e piercing.
Lembrando que por lei, tatuagem é permitida apenas para maiores de 18 anos.
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13.0 Bibliografia e Infografia
Veja – Edição Especial – Jovens – Julho de 2003
Super Interessante - Abril de 2008
O Brasil Tatuado e Outros Mundos - Toni Marques, Editora Rocco
< http://www.funnyphotos.net.au/piercings/ > Acessado em 06/04/2009,
15:25
< http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1704522-EI1141,00.html >
Acessado em 06/04/2009, 15:27
< http://www.lifeinthefastlane.ca/extreme-body-piercing-branding-
scarification/offbeat-news/comment-page-2 > Acessado em 06/04/2009, 15:32
< http://images.google.com.br/ > Acessado em 06/04/2009, 15:19
< http://www.blogadao.com/body-modification-05-bizarras-modificacoes-
corporais/ > Acessado em 06/04/2009, 16:02
< http://elcabron.sjdr.com.br/curiosidades/top-10-as-modificacoes-corporais-
mais-bizarras-do-mundo/ > Acessado em 06/04/2009, 16:03
< http://ainanas.com/must-see/tatuagem-nos-olhos/ > Acessado em
06/04/2009, 16:08
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