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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
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MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL (OMF) – SISTEMA CARDIOVASCULAR
Arlindo Ugulino Netto
Lívia Tafnes Almeida de Araújo
Raquel Torres Bezerra Dantas
Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah
Tainá Rolim Machado Cornélio
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
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EMBRIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é o primeiro que começa a funcionar
no embrião, surgindo na metade da terceira semana de gestação,
porém começa a funcionar na quarta.
Ele deriva do mesoderma esplâncnico, que é a porção inferior
do mesoderma lateral. Esse mesoderma esplâncnico é o que forma o
primórdio do coração.
DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO E VASOS
A formação do coração se inicia através de um par de cordões endoteliais chamados de cordões
angioblásticos. Esses cordões se canalizam formando tubos endocárdicos do coração, os quais se fundem para formar
o coração tubular. Ele começa a apresentar batimentos por volta do 22º a 23º dia, e o fluxo sanguíneo começa a circular
durante a quarta semana, já podendo ser visualizado na ultrassonografia por Doppler.
DESENVOLVIMENTO DAS VEIAS ASSOCIADAS AO CORAÇÃO
Três pares de veias drenam para o coração
tubular:
 Veias vitelínicas: Transportam sangue pobre
em oxigênio do saco vitelínico para o seio
venoso: Seguem do saco vitelínico para o
embrião. Após passar através do septo
transverso, estas veias entram na extremidade
venosa do coração - o seio venoso. A veia
vitelínica esquerda regressa e a veia vitelínica
direita forma a maior parte do sistema portal
hepático e a parte inferior da veia cava.
 Veias umbilicais: Transportam sangue rico em
oxigênio das vilosidades coriônicas para o seio
venoso. Com o desenvolvimento do fígado, as
veias umbilicais perdem as suas conexões com
o coração e desembocam no fígado. A veia
umbilical direita desaparece durante a sétima
semana, deixando a veia umbilical esquerda
como o único vaso transportador de sangue
oxigenado da placenta para o embrião.
 Veias cardinais comuns: transportam sangue pobre em oxigênio do corpo e desembocam no seio venoso.
Constituem o principal sistema de drenagem venosa do embrião. As veias cardinais anteriores e posteriores
drenam, respectivamente, as regiões cefálica e caudal do embrião, se juntam as veias cardinais comuns, as
quais entram no seio venoso. As veias cardinais posteriores desenvolvem-se como vasos do mesonéfron (rins
intermediários) e desaparecem quase completamente com estes persistindo como a raiz da veia ázigos.
Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas.
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ARCOS AÓRTICOS E OUTROS RAMOS DA AORTA DORSAL
Quando os arcos faríngeos se formam durante a quarta e quinta semanas, eles são supridos por artérias – os
arcos aórticos que se originam do saco aórtico e terminam na aorta dorsal.
São seis pares de arcos faríngeos que derivam as seguintes artérias:
 Derivados das artérias do primeiro par de arcos faríngeos: Porções remanescentes formam as artérias
maxilares, que suprem as orelhas, dentes, músculos dos olhos e face e as artérias carótidas externas.
 Derivados das artérias do segundo par de arcos faríngeos: As porções dorsais dessas artérias persistem e
formam o tronco das artérias estapédicas, pequenos vasos que correm através do anel dos estribos, ossículos
da orelha média.
 Derivados das artérias do terceiro par de arcos faríngeos: As porções proximais dessas artérias formam as
artérias carótidas comuns, que vascularizam estruturas da cabeça. As porções distais formam as artérias
carótidas internas, que nutrem as orelhas, órbitas, cérebro e a hipófise.
 Derivados das artérias do quarto par de arcos faríngeos: A artéria esquerda forma parte do arco da aorta e
a direita torna-se a porção proximal da artéria subclávia direita.
 Derivados das artérias do quinto par de arcos faríngeos: Em 50% dos embriões (essas artérias são vasos
rudimentares), nos demais 50% essas artérias não se desenvolvem.
 Derivados das artérias do sexto par de arcos faríngeos: Artéria esquerda – a parte proximal persiste como a
parte proximal da artéria pulmonar esquerda e a parte distal forma um desvio arterial - o ducto arterial. Artéria
direita - a parte proximal persiste como a parte proximal da artéria pulmonar direita e a parte distal se degenera.
ARTÉRIAS INTERSEGUIMENTARES
São ramificações da aorta que passam entre os somitos, levando sangue a estes e seus derivados. Na região do
pescoço os vasos se unem para formar a artéria vertebral, que migra para a região cefálica. As da região do tórax
persistem como artérias intercostais, localizadas entre as costelas. As da região lombar formam artérias lombares.
ARTÉRIA VITELÍNICA
As artérias vitelínicas passam para o saco vitelino e, mais tarde, para o intestino primitivo, o qual se forma pela
parte do saco vitelino que foi incorporado. Permanecem três artérias derivadas da artéria vitelínica: tronco celíaco (irriga
o intestino anterior), mesentérica superior (irriga o intestino médio) e mesentérica inferior (irriga o intestino posterior).
ARTÉRIA UMBILICAL
A artéria umbilical transporta sangue pobre em oxigênio para a placenta para a reoxigenação. As partes
proximais dessa artéria tornam-se as artérias ilíacas internas e as artérias vesicais superiores. As partes distais obliteram
após o nascimento e se tornam os ligamentos umbilicais mediais.
TÉRMINO DO DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO
Quando ocorre a fusão dos tubos cardíacos, forma-se o miocárdio primitivo que circunda o celoma pericárdio.
O coração, nesse estágio, é composto de um delgado tubo endotelial separado de um espesso tubo muscular por um
tecido conjuntivo gelatinoso (geleia cardíaca). O tubo endotelial torna-se o revestimento endotelial interno do coração
(endocárdio) e o miocárdio primitivo torna-se a parede muscular do coração (miocárdio). O pericárdio é derivado de
células mesodérmicas que se espalham sobre o miocárdio.
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Como informado anteriormente, o coração é um tubo formado pela
fusão de dois tubos endocárdicos. Essa fusão faz surgir as câmaras
cardíacas primitivas, que apresentam zonas de crescimento diferencial:
 Tronco arterioso (origina os grandes vasos-conduz fluxo de saída-
início da aorta e artérias pulmonares);
 Bulbo cardíaco (futuro ventrículo direito);
 Ventrículo primitivo (futuro ventrículo esquerdo);
 Átrio;
 Seio venoso (fluxo de entrada).
Por causa do crescimento mais rápido do bulbo cardíaco e do
ventrículo, o coração se dobra sobre si próprio, formando uma alça
bulboventricular em forma de U. Assim, o átrio e o seio venoso passam a
situar-se dorsalmente ao ventrículo e bulbo.
CIRCULAÇÃO ATRAVÉS DO CORAÇÃO PRIMITIVO
As camadas musculares do átrio e do ventrículo são contínuas e as contrações ocorrem como ondas
peristálticas, que se iniciam no seio venoso. Já ao final da quarta semana, essas contrações passam a ser coordenadas,
com o fluxo unidirecional.
O sangue do seio venoso entra no átrio primitivo, passa pelo canal atrioventricular para o ventrículo primitivo.
Quando o ventrículo se contrai, o sangue é bombeado através do bulbo cardíaco e do tronco arterial para o saco aórtico
de onde é distribuído para os arcos aórticos. O sangue então passa pela aorta dorsal e é distribuído para o embrião,
saco vitelino e placenta.
OBS: O exame cardíaco usando ultrassonografia de alta resolução em tempo real geralmente é realizado entre 18 e 22
semanas de gestação, pois nesse período o coração do bebê já é suficientemente grande e funcional.
SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO PRIMITIVO
A septação do canal atrioventricular, do átrio e dos ventrículos primitivos se inicia em torno da metade da quarta
semana e é completado, basicamente, no final da oitava semana.
SEPTAÇÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR
Ao final da quarta semana, os coxins endocárdicos são formados e, à medida que células mesenquimais vão
invadindo essas estruturas, elas vão se aproximando e dividem o canal atrioventricular em direito e esquerdo. A
separação atrioventricular é parcial.
SEPTAÇÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO
O átrio primitivo começa a se dividir em átrios direito e esquerdo no final da quarta semana pela formação,
modificação e fusão de dois septos: septum primum e septum secundum. O septum primário é uma membrana delgada,
de crescimento caudal, ou seja, na direção dos coxins endocárdicos a partir do teto do átrio primitivo, dividindo
parcialmente o átrio comum em metades direita e esquerda. Um espaço entre o septum primum e os coxins se forma, o
forame primum, permitindo que o sangue oxigenado passe do átrio direito para o esquerdo.
Gradativamente, o forame primum vai se fechando quando o septum primum se funde aos coxins (que já estão
fundidos também) formando o septo atrial primitivo. Porém, devido a apoptose, aparecem na parte central do septum
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primum, perfurações que se unem formando o forame secundum. Esse garante um fluxo contínuo de sangue oxigenado
do átrio direito para o esquerdo. Uma membrana muscular cresce craniocaudalmente da parede ventrocefálico do átrio,
imediatamente a direito do septum primum – o septum secundum.
Essa membrana faz uma separação incompleta dos átrios formando uma escavação oval – o forame oval.
A parte cranial do Septum Primum desaparece gradualmente, e sua parte caudal forma a válvula do Forame Oval.
SEPTAÇÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO
A divisão do ventrículo primitivo em dois ventrículos se deve ao septo interventricular (IV) primitivo. Esse septo
localizado na porção inferior do coração tem a função de separar o ventrículo esquerdo do direito, para que não haja
mistura de sangue venoso com o arterial.
O Septo Interventricular cresce cranialmente em direção ao coxim endocárdico fusionado, no entanto não o
fecha. O forame interventricular localiza-se entre o septo interventricular muscular e o coxim endocárdico. O
Septo Interventricular Secundário (Membranáceo) atua fechando o forame interventricular.
SEPTAÇÃO DO BULBO CARDÍACO E DO TRONCO ARTERIOSO
O bulbo cardíaco forma o ventrículo direito e o tronco arterioso forma a artéria aorta e o tronco pulmonar. A
septação dessas estruturas só é possível pela formação das cristas, que são estruturas arredondadas formadas pela
aglomeração de células mesenquimais, como as dos septos cardíacos. São formadas duas cristas bulbares e duas
cristas do tronco arterioso.
As cristas bulbares são formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o
bulbo cardíaco. São contínuas superiormente com as cristas do tronco arterioso. As cristas do tronco arterioso são
formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o tronco arterial. São contínuas
inferiormente com as cristas bulbares.
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As cristas se unem e formam uma parede espiralada em 180º, sendo chamado de septo aorticopulmonar. O
septo divide o tronco arterial em dois vasos, a Aorta e o Tronco pulmonar.
O Bulbo Cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos, dando origem ao “Cone Arterial” (Infundíbulo),
entrada para o Tronco Pulmonar e ao “Vestíbulo Aórtico”, entrada para a Aorta.
DESENVOLVIMENTO DAS VÁLVULAS CARDÍACAS
Valvas cardíacas são estruturas formadas basicamente por tecido conjuntivo que se encontra na saída de cada
uma das quatro câmaras do coração. Interpõem-se entre átrios e ventrículos bem como nas saídas das artérias aorta e
artéria pulmonar. Elas permitem o fluxo de sangue em um único sentido não permitindo que este retorne. Existem quatro
valvas no coração que são:
 Mitral ou bicúspide – Lembra o formato de uma mitra. Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio esquerdo e o
ventrículo esquerdo.
 Tricúspide - Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio direito e o ventrículo direito.
 Aórtica - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo em direção à aorta.
 Pulmonar - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo direito em direção à artéria pulmonar.
Na diástole o coração está relaxado, abrem-se as cavidades cardíacas, entra o sangue nos átrios e depois nos
ventrículos, mas não reflui o sangue para trás da artéria para o coração porque as valvas pulmonar e aórtica estão
fechadas nesse momento.
Na sístole o coração se contrai e o sangue deve ir dos ventrículos para as artérias, então as valvas pulmonar e
aórtica estão abertas, O sangue não reflui para trás em direção aos átrios porque na sístole ventricular as valvas mitral e
tricúspide se fecham.
ANOMALIAS DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS
Os defeitos congênitos do coração são comuns, com uma frequência de 6 a 8 casos em cada 1.000
nascimentos. Causados por alterações genéticas, cromossômicas e teratógenos (ex: vírus da rubéola). A maioria dos
defeitos cardíacos é bem tolerada durante a vida fetal. Ao nascimento, o impacto desses defeitos torna-se evidente.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Dextrocardia: Se o tubo cardíaco se dobra para a esquerda
em vez de se dobrar para a direita, o coração fica deslocado para
a direita e há uma transposição, na qual o órgão e seus grandes
vasos estarão invertidos da esquerda para a direita. Se não
existem outras anomalias vasculares associadas, esses corações
funcionam normalmente.
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Ectopia do coração: Como o próprio nome sugere, o coração está em um local anormal, de forma parcial ou
completamente exposta na superfície do tórax, podendo até mesmo fazer protrusão através do diafragma, para a
região do abdome. Nesses casos, a morte precoce ocorre em questão de minutos ou horas após o parto, devido às
infecções as quais o indivíduo está sujeito a paradas cardíacas ou a hipoxemia. A causa mais comum é a falta de
desenvolvimento adequado do esterno e da cavidade pericárdica por fusão incompleta das pregas laterais, durante a
formação da parede torácica na quarta semana de desenvolvimento. O procedimento cirúrgico consiste em cobrir o
coração com a pele.
Defeitos do septo atrial e ventricular: são defeitos na formação dos orifícios nas paredes (septos) que
separam o coração em um lado esquerdo e em um lado direito. Em ambos os tipos, o sangue que retorna ao coração
oriundo dos pulmões não segue o circuito completo. Ele é enviado de volta aos pulmões ao invés de ser bombeado
para o resto do organismo. Consequentemente, a quantidade de sangue nos vasos sanguíneos pulmonares aumenta,
acarretando dificuldade respiratória, dificuldade para se alimentar, sudorese. O diagnóstico é feito através do
eletrocardiografia, ultrassonografia, radiografia e cateterismo cardíaco. Os defeitos podem ser reparados
cirurgicamente.
Defeitos do septo atrial: A forma mais comum do DSA é o forame oval patente. Um forame oval patente, em
especial quando associado a outros defeitos, tais como, estenose ou atresia da pulmonar, provoca um desvio de
sangue para o átrio esquerdo causando cianose. Outra manifestação clínica é a insuficiência ventricular direita.
Defeitos do septo ventricular: O defeito do septo ventricular membranoso é o mais comum. É frequente
durante o primeiro ano, 30% a 50% dos DSV muito pequenos fecharem-se espontaneamente. A maioria dos
pacientes com um grande DSV tem um desvio de sangue maciço da esquerda para a direita. Grandes DSV com
excessivo fluxo sanguíneo pulmonar e hipertensão pulmonar, resultam em dispneia e insuficiência cardíaca no início
da infância.
Tetralogia de Fallot: A cianose é um dos sinais clássicos da tetralogia. Essa anomalia ocorre quando a divisão
do tronco arterial é tão desigual que o tronco pulmonar não tem luz no nível da válvula pulmonar. Toda a saída do
ventrículo direito é através da aorta. A corrente sanguínea pulmonar fica dependente, geralmente, de um ducto
arterial patente. O reparo cirúrgico primário é o tratamento de escolha no início da infância. Consiste em quatro
anomalias:
 Estenose pulmonar (obstrução do fluxo do
ventrículo direito) – dificuldade na passagem
de sangue pobre em oxigênio para os
pulmões.
 Defeito do septo ventricular – ocorre quando
existe um orifício entre os dois ventrículos.
 Dextroposição da aorta - desalinhamento
para a direita da aorta ao sair do coração
 Hipertrofia do ventrículo direito – devido ao
excessivo trabalho, o músculo aumenta de
massa, principalmente de espessura.
Estenose e atresia aórtica: Neste caso, as bordas da válvula estão usualmente fusionadas, formando uma
estreita abertura. Pode ser congênita ou pode se desenvolver após o nascimento. A estenose valvular causa um
trabalho extra para o coração, o que resulta em hipertrofia do ventrículo esquerdo e sons cardíacos anormais (sopro
cardíaco). O estreitamento da aorta resulta da persistência do tecido que normalmente degenera quando a válvula se
forma.
Coartação da aorta: Ocorre em cerca de 10% das crianças com
doença congênita do coração. Consiste em um estreitamento da artéria
Aorta, quase sempre imediatamente após a formação do arco aórtico e
da saída da artéria subclávia esquerda. A coartação da aorta reduz o
fluxo sanguíneo para a metade inferior do corpo. Por essa razão, a
pressão arterial e a intensidade dos pulsos é mais baixa que o normal
nos membros inferiores e mais elevada nos membros superiores. É
detectada durante exame físico em função de determinadas alterações
do pulso e da pressão arterial. O diagnóstico é confirmado através de
radiografias, da eletrocardiografia e da ultrassonografia
(ecocardiografia). Geralmente a cirurgia é realizada no início da
infância.
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CIRCULAÇÃO FETAL E NEONATAL
As circulações sanguíneas são bastante diferentes no período fetal e no período neonatal.
CIRCULAÇÃO FETAL
A oxigenação ocorre na placenta. O pulmão não
realiza a função de trocas. O sangue oxigenado e rico em
nutrientes retorna da placenta pela veia umbilical. Ao se
aproximar do fígado, cerca de metade do sangue sob alta
pressão passa diretamente para o ducto venoso. A circulação
do sangue através do DV é regulada por um esfíncter
próximo à veia umbilical. Após um pequeno trajeto na VCI, o
sangue entra no átrio direito do coração. Como a VCI contém
sangue pobremente oxigenado vindo dos membros inferiores,
do abdome e da pelve, o sangue que entra no átrio direito
não é tão bem oxigenado quanto o que vem da veia
umbilical. A maior parte do sangue da VCI é direcionada para
o átrio esquerdo. Aí ele se mistura com uma pequena
quantidade de sangue pobremente oxigenado que está
retornando dos pulmões pelas veias pulmonares. Os pulmões
fetais extraem oxigênio do sangue, o qual passa então do
átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deixa o coração
através da aorta ascendente. As artérias para o coração,
cabeça, pescoço e membros superiores recebem sangue
bem oxigenado. O fígado também recebe da veia umbilical. A
pequena quantidade de sangue bem oxigenado da VCI que
sobra no átrio direito se mistura ao sangue pouco oxigenado
da VCS e passa para o ventrículo direito. Esse sangue deixa
o coração através do tronco pulmonar. Cerca de 10% desse
sangue vai aos pulmões, mas a maior parte dele passa
através do ducto arterial para a aorta descendentes e vai
para o corpo fetal, retornando para a placenta através das
artérias umbilicais.
Somente um pequeno volume de sangue da aorta ascendente entra na aorta descendente. Aproximadamente
65% do sangue na aorta descendente passam para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para reoxigenação.
Os 35% restantes suprem as vísceras e a parte inferior do corpo.
CIRCULAÇÃO NEONATAL
Ao nascimento ocorrem importantes ajustes
circulatórios, quando cessa a circulação do sangue fetal
através da placenta e os pulmões se expandem e começam
a funcionar. Dentre as mudanças está o fechamento do
ducto nervoso, do forame oval e do ducto arterioso. Em
virtude do aumento da circulação sanguínea, a pressão no
átrio esquerdo torna-se mais alta do que no átrio direito.
Todo o sangue do ventrículo direito flui agora para as
artérias pulmonares. O DA se contrai ao nascimento, mas
em um bebê a termo há um pequeno desvio de sangue, via
DA, da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas. As
artérias umbilicais contraem-se ao nascimento impedindo a
perda de sangue do bebê.
O fluxo sanguíneo continua através da veia
umbilical, transferindo o sangue fetal da placenta para o
bebê. O fechamento dos vasos fetais é inicialmente uma
alteração funcional. Mais tarde, o fechamento anatômico
resulta da proliferação de tecidos epitelial e fibroso.
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HISTOLOGIA: APARELHO CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório é constituído por dois componentes distintos: o sistema sanguíneo ou cardiovascular
(cuja função é transportar sangue em ambas as direções entre o coração e os tecidos) e sistema linfático (que tem
como função colher a linfa, o excesso de fluido extracelular dos tecidos e leva-lo de volta para o sistema cardiovascular).
O primeiro, constituído por túbulos que carregam sangue bombeado pelo coração, é um sistema fechado. Já o
segundo se inicia em capilares muito pequenos, absorvendo líquidos e excretas que saem da corrente sanguínea e não
conseguem voltar pela mesma, voltando por meio dos vasos linfáticos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
É um sistema fechado por onde percorre o sangue responsável por nutrir e retirar os metabolismos do corpo.
Esse sistema é dotado de uma bomba muscular que renova a energia mecânica do sangue constantemente, o coração,
responsável por enviar sangue para dois circuitos distintos: o circuito pulmonar (que leva o sangue de e para os
pulmões) e o circuito sistêmico (que distribui o sangue de e para todos os órgãos e tecido do corpo). Devido a ação
desta bomba, os vasos vão se tornar mais espessos e resistentes, diferentemente dos vasos linfáticos.
OBS: A pequena circulação é a pulmonar, aquela que leva sangue venoso do ventrículo direito para realizar a hematose
trazendo sangue arterial para o átrio esquerdo. A grande circulação é a sistêmica, que leva sangue arterial para nutrir
todos os tecidos do corpo (inclusive o pulmonar) saindo do ventrículo esquerdo, retornando ao átrio direito com sangue
venoso.
Os circuitos circulatórios são constituídos por:
 Artérias: uma serie de vasos que retiram sangue do
coração, ramificam-se em vasos de diâmetro cada vez menor, e
suprem de sangue todas as regiões do corpo.
 Capilares: formam leitos capilares, uma rede de vasos de
paredes delgadas através dos quais gases, nutrientes, resíduos
metabólicos, hormônios e substâncias sinalizadoras que são
trocadas entre o sangue e os tecidos do corpo.
 Veias: vasos que drenam os leitos capilares e formam
vasos cada vez maiores trazendo o sangue de volta ao coração.
ESTRUTURA DOS VASOS SANGUÍNEOS
A maioria dos vasos sanguíneos tem várias características estruturalmente semelhantes, apesar de existirem
diferenças peculiares, e estas constituem as bases para a classificação dos vasos em grupos distintos. De um modo
geral, as artérias têm paredes mais espessas e um diâmetro menor do que suas contrapartes venosas.
Suas camadas se dão, de uma forma geral, da seguinte maneira:
 Túnica Íntima: reveste a luz dos vasos. É formada pelo endotélio (TER simples pavimentoso) e camada
subendotelial (TCPD frouxo ou TCPD denso não modelado). Tem a função de facilitar a fluidez adequada do
sangue através dos vasos.
 Lâmina Elástica Interna: separa a túnica íntima da túnica média e é bastante desenvolvida nas artérias
musculares.
 Túnica Média: formada por uma camada de células musculares lisas concêntricas, fibras elásticas e reticulares,
proteoglicanos e glicoproteínas. É mais espessa em artérias e está ausente nos capilares e vênulas pós-
capilares, apresentando pericitos (células com prolongamentos citoplasmáticos com funções de contratilidade).
Possui a função de contração e facilitação da passagem do sangue através dos vasos sendo responsável pela
resistência dos vasos sanguíneos.
 Lâmina Elástica Externa: separa a túnica média da túnica adventícia.
 Túnica Adventícia: formada por TCPD frouxo com fibras elásticas, nervos simpáticos pós-ganglionares
amielínicos, vasa vasorum (pequenos vasos que penetram a camada adventícia para irrigar as túnicas média e
adventícia). Tem a função de proteção doa vasos.
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Arteriosclerose: pouca produção de fibras elásticas na parede dos vasos devido às células envelhecidas,
tornando-as mais enrijecidas.
Aterosclerose: depósito de gordura (ateromas) junto a parede dos vasos, podendo evoluir para AVCs.
ARTÉRIAS
São vasos sanguíneos que recebem sangue do coração. Estão classificadas em três tipos: elásticas
(condutoras), musculares (distribuidoras) e arteríolas, de acordo com seu tamanho relativo em referência as suas túnicas
médias.
• Artérias Elásticas (condutoras): são artérias mais calibrosas, com maior pressão, apresentando grande
quantidade de fibras elásticas intercaladas às fibras musculares na túnica média. Suas células endoteliais
contêm corpúsculos de Weibel-Palade (importante para coagulação). As lâminas elásticas são pouco
desenvolvidas. São exemplos: aorta, tronco pulmonar, artérias ilíacas.
• Artérias Musculares (distribuidoras): dão continuidade às artérias elásticas com pressão interna menor. A
túnica média é um pouco menor comparada com a artéria elástica. As lâminas elásticas são bem desenvolvidas.
Estão representadas, por exemplo, por artérias que partem da aorta.
• Arteríolas (vasoconstricção e vasodilatação): são mais finas, caracterizada pela vasoconstricção e
vasodilatação. Possui a túnica média bem fina.
• Metarteríolas: são arteríolas terminais que impedem a passagem de sangue para os capilares, o levando
diretamente para as vênulas, caso o corpo necessite de sangue em pouco tempo. As células musculares não
são contínuas, circulando o endotélio do capilar. As lâminas elásticas são totalmente desenvolvidas.
ESTRUTURAS SENSORIAIS ESPECIALIZADAS DAS ARTÉRIAS
Receptores localizados nas artérias que indicam as necessidades fisiológicas do sangue, regulando pressão,
equilíbrio hidroeletrolítico, etc. São formados por células sensoriais classificadas como neuroepitélio.
• Seios Carótidos: são barorreceptores que detectam variações de pressão.
• Corpos Carótidos e Corpos Aórticos: quimiorreceptores que detectam gradientes de O2 e CO2, mandando
estímulos para o sistema nervoso que controla a respiração.
CAPILARES
Vasos mais numerosos formados a partir das extremidades terminais das arteríolas. Possuem apenas endotélio na
túnica íntima e ainda lâmina basal. Essas células endoteliais estão unidas por zonas de oclusão. Apresentam pericitos
estimulando a contração. Apresentam funções de favorecer as trocas metabólicas do sangue com os tecidos e são
importantes na fisiopatologia dos processos inflamatórios.
CLASSIFICAÇÃO DOS CAPILARES
• Contínuos ou Somáticos: são destituídos de poros. Irrigam nervos
periféricos, músculo esquelético, pulmão, timo. O transporte de
substâncias é mediado por carregadores.
• Fenestrados ou Visceral: apresentam numerosos poros (presença
diafragma que controla a troca de materiais). Irrigam glândulas endócrinas,
pâncreas, intestino, rins.
• Sinusoides ou descontínuos: são tortuosos com luz ampla,
apresentando grandes fenestras e espaços intercelulares. Irrigam fígado,
baço, linfonodo, medula óssea, córtex renal.
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OBS: Anastomoses arteriovenosas: são regiões em que acontece uma ligação direta da arteríola sem que seja
necessária uma interligação por capilares. Nesses casos, a camada muscular das arteríolas torna-se mais espessas.
VEIAS
São vasos que levam sangue de volta para o coração. Como não somente as veias são muito mais numerosas
do que as artérias, mas em geral, o diâmetro de sua luz também é bem maior (quase 70% do volume total de sangue
fica nestes vasos).
Por não terem altas pressões como ocorre nas artérias, existe um sistema de válvulas nesses vasos que ajudam
no movimento de repouso venoso.
CLASSIFICAÇÃO DAS VEIAS
As veias não possuem as túnicas elásticas, como as existentes nas artérias. A sua camada muscular também
não é tão desenvolvida. Sua principal característica é a túnica adventícia bem evidente.
• Veias de Grande Calibre: a sua túnica íntima assemelha-se às das veias médias (endotélio com lâmina basal e
fibras reticulares), exceto o fato que as grandes veias têm uma camada espessa subendotelial do tecido
conjuntivo contendo fibroblastos e uma rede de fibras elásticas. A adventícia dessas veias apresenta fibras
elásticas, abundantes fibras de colágeno e vasa vasorum.
• Veias de Médio Calibre: sua túnica intima apresenta endotélio com lâmina basal e fibras reticulares. Por vezes,
uma rede elástica circunda o endotélio, mas não formam lâminas como nas artérias. A adventícia é espessa,
apresentando fibras elásticas e feixes de colágeno.
• Veias de Pequeno Calibre: apresenta o endotélio fino, com túnica adventícia bem desenvolvida e rica em
colágeno.
• Vênula: as paredes destas são semelhantes às dos capilares, com endotélio delgado envolvido por fibras
reticulares e pericitos. A túnica média é ausente nas vênulas pós-capilares e presentes nas vênulas musculares.
Defeitos de Válvulas: crianças que tiveram febre reumática podem, mais tarde, apresentar a doença da valva
cardíaca em consequência de cicatrizes das valvas causadas pelo episódio. Nesses casos, acontece uma
incompetência das valvas (principalmente a mitral e a valva aórtica), dificultando seu fechamento ou abertura.
Aneurisma: alterações que podem ocorrer em qualquer vaso do sistema cardiovascular, em que a luz do vaso
aumenta.
Veias varicosas: veias dilatadas de forma anormal devido à perda de tônus muscular, da degeneração da
parede dos vasos e da incompetência das valvas.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
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CORAÇÃO
Bomba muscular formada por quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos), constituídas basicamente por
tecido epitelial, muscular, conjuntivo e um tecido epitelial externo. Essa configuração se continua, concomitantemente,
por todo decorrer dos vasos.
ESQUELETO DO CORAÇÃO
O esqueleto do coração é rico em fibras colágenas, sendo responsável por fornecer sustentação ao órgão, que
possui uma grande atividade motora. É constituído por tecido conjuntivo denso, possuindo três componentes principais:
• Anéis Fibrosos: formados em torno da base da aorta, da artéria pulmonar e dos óstios atrioventriculares.
• Trígono Fibroso: formado primariamente na vizinhança da área da cúspide da valva aórtica, na região do septo
cardíaco.
• Septo Membranoso: constitui a porção superior e membranácea do septo interventricular.
CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO
As três camadas que constituem a parede do coração são endocárdio (reveste internamente os átrios e
ventrículos), miocárdio (camada muscular espessa) e epicárdio (pericárdio visceral), homólogos às túnicas íntima,
média e adventícia, respectivamente dos vasos sanguíneos.
ENDOCÁRDIO
O endocárdio, um epitélio pavimentoso simples, e o tecido conjuntivo subendotelial subjacente revestem a luz do
coração. Seus aspectos principais são:
 É formado por T.E.R. Simples Pavimentoso, tendo como função manter a luz do órgão sem ondulações e
irregularidades.
 Mais profundamente, existe a camada conjuntiva subjacente, a camada subendocárdica, composta por fibras
colágenas, com presença marcante de fibroblastos e macrófagos. É nessa camada em que se encontram as
fibras de Purkinje (células musculares estriadas cardíacas diferenciadas) do sistema de condução elétrica do
coração, disseminando o impulso de contração do coração.
MIOCÁRDIO
Representa a espessa camada média do coração, composta por células de
músculos cardíaco dispostas em espirais complexas em torno dos orifícios das
câmaras.
 Camada mais espessa do coração.
 Presença de fibroblastos e tecido fibroso.
 Fibras musculares estriadas uninucleadas ou binucleadas com presença de
discos intercalares (unem, rigidamente, uma fibra a outra).
EPICÁRDIO
O epicárdio, homólogo da adventícia dos vasos, coincide com o pericárdio visceral que recobre o coração,
aderindo-se, intimamente, a ele.
 Constituída de T.E.R. Pavimentoso simples denominado mesotélio.
 Camada mais externa do coração.
 Local onde há maior depósito de tecido adiposo.
 Presença de fibras colágenas.
OBS: Propagação do impulso nervoso no coração:
SNA  Nó sinusal ou sinoatrial (marca passo natural do coração, coordenado pelo sistema nervoso autônomo
simpático – através da adrenalina é estimulado – e parassimpático – através da acetilcolina é retardado).  Nó átrio
ventricular (localizado na região do septo)  Fibras de Purkinje (subendocárdio).
NÓ SINUSAL / SINOATRIAL / NODO AS
É considerado o marca passo natural do coração, de onde nascem os estímulos, localizado na junção da veia
cava superior com o átrio direito. Estas células musculares podem despolarizar-se espontaneamente 70 vezes por
minuto, criando um impulso que se espalha pelas paredes da câmara atrial, através de vias internodais, até o nó
atrioventricular.
O ritmo é modulado pelo SNA:
 Simpático: através de descargas de adrenalina, estimula o bombeamento sanguíneo, aumentando, dessa
maneira a pressão.
 Parassimpático: através da acetilcolina, retarda o bombeamento sanguíneo, diminuindo a pressão arterial.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
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NÓ ATRIOVENTRICULAR / NODO AV
Localizado na parede do septo, logo acima da valva tricúspide. É responsável pela propagação do impulso dos
átrios para os ventrículos, ocasionando um retardo desse impulso, fazendo com que a contração ventricular n seja igual
com a contração atrial.
FIBRAS DE PURKINJE
Grandes células cardíacas modificadas localizadas na camada subendocárdica formam as fibras de Purkinje,
que transmitem os impulsos para as células musculares cardíacas localizadas no ápice do coração, onde tem inicio a
contração do miocárdio ventricular.
SISTEMA LINFÁTICO
Inicia-se em pequenos capilares linfáticos formados por células epiteliais
em fundos de saco. Esses capilares desaguam seu conteúdo em vasos linfáticos,
que desembocam em ductos linfáticos (ducto torácico – restante do corpo - e o
ducto linfático direito – linfa do quadrante superior direito).
Os linfonodos estão interpostos ao longo do trajeto dos vasos linfáticos e a
linfa precisa passar por eles para ser filtrada e limpa de materiais em partículas.
Linfócitos são adicionados à linfa e ela sai desses linfonodos por meio dos vasos
linfáticos eferentes.
Os vasos linfáticos podem ser classificados como:
• Capilares Linfáticos: vasos de parede delgada constituídas por uma única
camada de células endoteliais e uma lâmina própria incompleta.
• Vasos Linfáticos Pequenos e Médios: possuem valvas com espaçamento
próximo.
• Vasos Linfáticos Grandes: assemelham-se estruturalmente às pequenas
veias, exceto por sua luz ser maior e sua parede ser mais fina. Possuem
uma delgada camada de fibras elásticas abaixo do endotélio e uma fina
camada de células musculares lisas.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
O “ataque cardíaco” é a morte do músculo cardíaco por isquemia. É a forma mais importante de cardiopatia
isquêmica (por obstrução de vasos sanguíneos do próprio coração, causando falta de oxigenação às células do
miocárdio), sendo ela a principal causa de morte nos EUA e países industrializados.
 EUA: 1,5 milhão de pessoas sofrem IAM. Anualmente 1/3 morre.
 Brasil: primeira causa de morte (33%): de cada 10 vítimas, 06 são do sexo masculino.
OBS
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: A incidência em homens é maior pois mulheres possuem uma certa proteção dos estrógenos.
FATORES DE RISCO
 Histórico familiar de doença coronariana
 Idade (a partir dos 60 anos)
 Presença de fatores que predispõem a aterosclerose: Hipertensão; Tabagismo; Diabetes; Hipercolesterolemia.
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 Obesidade
 Estresse
 Sedentarismo
TIPOS DE INFARTO
1. Transmural
 Toda ou quase toda a espessura da parede
ventricular
 Área irrigada por uma única artéria coronária
 Associado a aterosclerose coronariana
 Alteração da placa
 Estenose / Trombose
2. Subendocárdico
 Limitada ao terço interior ou no máximo a metade da
parede ventricular, podendo se estender lateralmente
 Pode ir além da área de uma única artéria coronária
 Formação da placa
 Formação de trombo que lisa antes que a necrose se
estenda
 Redução da PA
BASES DA ISQUEMIA
• Aterosclerose coronariana
• Alteração da morfologia de uma placa ateromatosa
• Exposição ao colágeno subendocárdico
• Ativação plaquetária (adesão, agregação, ativação e liberação de
agentes agregadores)
• Trombose
• Vasoespasmo
• Perda do suprimento sanguíneo  consequências bioquímicas,
morfológicas e funcionais.
RESPOSTA DO MIOCÁRDIO
• Morte celular
• Cessação da glicólise aeróbica  em segundos
• Perda de contratilidade  dentro de 60 segundos após isquemia
• Relaxamento miofibrilar
• Depleção de glicogênio
• Tumefação mitocondrial e celular
• Apenas isquemia intensa (20 a 40 minutos) leva a danos irreversíveis (necrose).
• Reconstituição do tecido por tecido fibroso (fibroblastos), inclusive com angiogênese.
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS
• 0 – ½ h  sem alteração.
• ½ - 4 h  geralmente sem alteração. Ondulação variável das fibras na borda.
• 4 – 12 h  início da necrose por coagulação; edema; hemorragia.
• 12 - 24 h  continuação da necrose por coagulação
 picnose dos núcleos
 miócitos com hipereosinofilia
 necrose marginal com faixas de contração
 início do infiltrado neutrofílico
• 1 - 3 dias  necrose por coagulação
 perda dos núcleos e das estriações
 infiltrado intersticial de neutrófilos
• 3 – 7 dias  início da desintegração das miofibrilas mortas
 morte de neutrófilos
 fase inicial da fagocitose das células mortas pelos macrófagos na borda da área infartada.
• 7 – 10 dias  fase avançada da fagocitose das células mortas
 fase inicial da formação do tecido de granulação fibrovascular nas margens.
• 10 - 14 dias  tecido de granulação
 novos vasos sanguíneos
 deposição de colágeno
• 2 – 8 semanas  aumento da deposição de colágeno
 diminuição da celularidade.
• > 2 meses  cicatriz colagenosa densa.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
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ANATOMIA SISTÊMICA: SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório é constituído por um conjunto fechado de tubos, no interior dos quais circulam livremente
humores. Os Vasos Sanguíneos e Linfáticos representam o sistema de tubos, enquanto que aos humores
correspondem o sangue e a linfa. A circulação do sangue é garantida pela existência de um órgão central, o coração,
que através de sua contração rítmica impulsiona-o através da rede vascular.
IMPORTÂNCIA FUNCIONAL
A função primordial do sistema circulatório é levar oxigênio e nutrientes a todos os tecidos do Corpo Humano.
Entretanto, também acumula outra importante tarefa, remover os resíduos originados pelo metabolismo celular, dos
locais onde foram produzidos, conduzindo-os até os órgãos destinados a sua eliminação do nosso organismo.
As trocas entre o sangue e os tecidos são realizadas por processo de permeabilidade seletiva em nível dos
capilares, vasos de reduzido calibre, paredes muito finas e porosas, especialmente adaptados para esse fim.
A parte fluída do sangue, o plasma, atravessa as paredes dos capilares, em direção aos espaços intercelulares.
Quando o plasma alcança os espaços intercelulares passa a ser denominado de linfa, circulando entre as células,
distribuindo os nutrientes e recolhendo as excretas do metabolismo celular.
Depois de realizar as trocas com o tecido, a Linfa é recolhida pelos capilares e Vasos Sanguíneos, ou pelos
linfáticos, retornando a circulação sanguínea junto com os resíduos produzidos pelas células durante seu metabolismo.
DIVISÃO ANATÔMICA
Sistema sanguíneo Sistema linfático Órgãos hematopoiéticos
 Coração
 Vasos Sanguíneos
 Artérias
 Veias
 Capilares
 Vasos Condutores da Linfa
 Vasos Linfáticos
 Capilares Linfáticos
 Troncos Linfáticos
 Órgãos Linfoides: Linfonodos,
Tonsilas
 Medula Óssea
 Órgãos Linfoides: Timo e Baço
CORAÇÃO
É um órgão muscular oco, subdividido internamente por seu esqueleto fibroso, em 04 câmaras, duas superiores
(Átrios) e outras duas inferiores (Ventrículos). Funciona como uma bomba aspirante e premente.
 Aspirante, porque suga o sangue de 06 Veias encontradas em
sua base (Veia Cava Superior, Veia Cava Inferior, e Veias
Pulmonares) para o interior das câmaras superiores, durante o
relaxamento do Músculo Cardíaco (Diástole).
 Premente, porque empurra o sangue das câmaras inferiores
(Ventrículos) para o interior de Artérias (Aorta e o Tronco
Pulmonar), associadas às referidas câmaras, durante a
contração do Músculo Cardíaco (Sístole), e assim impulsiona o
fluído ao longo da Circulação Sistêmica (Coração-Corpo-
Coração), ou da Circulação Pulmonar (Coração-Pulmão-
Coração).
Está localizado no interior da cavidade torácica, num espaço entre os dois pulmões denominado mediastino.
Apresenta disposição oblíqua de seu longo eixo, com 2/3 do seu volume à esquerda do plano mediano, e o 1/3 restante
situado à direita do referido plano. Encontra-se por cima do m. diafragma, por diante do esôfago, da porção torácica da
a. aorta e da coluna vertebral, por trás das cartilagens costais e do osso esterno.
A manutenção da posição do coração no Tórax é garantida através dos seguintes meios de fixação:
• Continuidade com os Vasos da base:
 Artéria Aorta
 V. Cava Superior
 V. Cava Inferior
 Tronco Pulmonar
 Vv. Pulmonares
• Saco fibro-seroso que envolve e fixa o coração: Pericárdio
Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas.
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
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Relação Coração x Área Cardíaca
A área cardíaca corresponde à área de projeção do coração sobre a parede anterior do
tórax.
 Situa-se entre dois planos, um superior localizado em nível do 2º espaço
intercostal e um inferior no 5º espaço intercostal.
 No 2º espaço intercostal devemos estabelecer dois pontos: um ponto “A”
situado a 2cm da margem esquerda do osso esterno e um ponto “B” localizado
a 2cm do margem direita do mesmo osso.
 No plano inferior também devemos estabelecer duas referências: um ponto “C”
justamente sobre a margem direita do osso esterno e o ponto “D” localizado
aproximadamente a 6 cm do referido osso.
 Após estabelecermos os pontos, iremos ligá-los através de linhas ligeiramente
abauladas de convexidade voltada para fora, resultando na delimitação da área
cardíaca.
O principal constituinte das paredes do coração é o miocárdio, sendo o mesmo revestido por duas outras
túnicas: uma interna o endocárdio e a outra externa o epicárdio.
 O miocárdio é composto pelo tecido muscular estriado cardíaco, que apesar de apresentar estriações
transversais semelhante aos Mm. esqueléticos, seu funcionamento independe da nossa vontade.
 O endocárdio corresponde à túnica íntima do coração, é composta de células endoteliais escamosas e contínua
com o revestimento endotelial dos vasos.
OBS: O pericárdio é uma bolsa fechada, formada por uma membrana fibroserosa que recebe o coração e vasos da
base. Encontra-se no mediastino médio, está fixado anteriormente a parede do esterno pelos ligamentos esterno
pericárdico; unido posteriormente por tecido conjuntivo frouxo as estruturas do mediastino posterior e inferiormente com
o diafragma através do ligamento do pericárdio frênico. Esse saco fechado é formado por duas camadas: A camada
mais externa, pericárdio fibroso, e uma camada interna chamada de pericárdio seroso. O pericárdio seroso é uma
membrana fina e brilhosa que recebe o nome de lâmina parietal do pericárdio seroso. Essa lâmina se reflete ao coração
e nos grandes vasos, passando a ser chamada de Lâmina visceral do pericárdio seroso. Entre essas duas lâminas
existe uma cavidade (espaço virtual) que contém uma fina película de líquido, que permite ao coração se movimentar
sem atrito.
CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÂO
Externamente, o coração apresenta para estudo: 03 faces; 01 margem; Ápice; Base.
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 Margem direita
 Ápice
 Base
 Faces: Esternocostal; Diafragmática; Pulmonar.
o Face esternocostal: na Posição Anatômica
de Estudo, está voltada para o osso
Esterno e para as cartilagens costais.
 Aurícula Direita
 Aurícula Esquerda
 Artéria Aorta
 Tronco Pulmonar
 Sulco Coronário
 Ventrículo Direito
 Sulco Interventricular Anterior
 Ventrículo Esquerdo
o Face diafragmática: em Posição
Anatômica de Estudo, está voltada para
baixo, apoiada sobre o M. Diafragma.
 Átrio Direito
 V. Cava Superior
 V. Cava Inferior
 Átrio Esquerdo
 Vv. Pulmonares
 Sulco Coronário
 Ventrículo Direito
 Sulco Interventricular Posterior
 Ventrículo Esquerdo
o Face pulmonar: face do órgão que em
Posição Anatômica está ajustada na
impressão Cardíaca do Pulmão Esquerdo.
 Aurícula Esquerda
 Sulco Coronário
 Ventrículo Esquerdo
CONFIGURAÇÃO INTERNA DO CORAÇÃO
Internamente o coração é subdividido em 04
câmaras, através de septos de natureza fibrosa, que
fazem parte do esqueleto fibroso do coração.
 Câmaras:
 Átrio Direito
 Ventrículo Direito
 Átrio Esquerdo
 Ventrículo Esquerdo
 Septos e óstios:
 Inter-Atrial
 Atrioventricular
 Inter-Ventricular
 Óstios Atrioventriculares (direito e
esquerdo)
ÁTRIO DIREITO
Câmara cuboide e alongada, encontra-se
dividido em duas partes, uma lisa que corresponde à
direção das veias cavas, o seio da veia cava, e uma
expansão desta, que corresponde a aurícula direita.
Para estudo anatômico, apresenta seis
paredes:
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 Parede anterior: Óstio Atrioventricular Direito
 Parede posterior: Crista Terminal
 Parede superior: Óstio da V. Cava Superior
 Parede inferior: Óstio da V. Cava Inferior
 Parede lateral: Mm. Pectinados
 Parede medial: Fossa Oval e Limbo
CIA = Comunicação Interarterial. Complicação neonatal em que ocorre persistência do forame oval, causando
mistura do sangue arterial com o venoso no recém-nascido. Complicações: Insuficiência Cardíaca; arritmias;
Hipertensão Pulmonar.
ÁTRIO ESQUERDO
Câmara cuboide alargada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde a desembocadura
das 04 Vv. Pulmonares, e sua expansão que corresponde a aurícula direita.
Apresenta, para estudo anatômico, cinco paredes:
 Parede anterior: Óstio Atrioventricular Esquerdo
 Parede posterior: Óstios das Vv. Pulmonares
 Parede lateral: Mm. Pectinados
 Parede medial: Impressão produzida pela Fossa Oval
VENTRÍCULO DIREITO
Suas paredes apresentam-se menos espessas que a do esquerdo (1/3 da espessura). Sua capacidade é de 85
ml. A cavidade do ventrículo direito, apresenta a forma de um triângulo de base superior.
A base deste triângulo está voltada para cima, e nela iremos encontrar dois orifícios: Óstio atrioventricular direito,
permite a comunicação com o átrio direito. Este óstio está provido de um conjunto de três válvulas (anterior, posterior,
septal), que vão constituir a valva Atrioventricular Direita.
As válvulas representam dispositivos orientadores da corrente sanguínea que impedem o refluxo do sangue do
Ventrículo para Átrio. Para exercer esta função, as válvulas associam-se aos músculos papilares (2) através de finos
filamentos, as cordas tendíneas (3).
Medialmente ao Óstio Atrioventricular encontramos o Óstio do Tronco Pulmonar, guarnecido pela Valva do
Tronco Pulmonar.
VENTRÍCULO ESQUERDO
Ocupa uma pequena porção da face esternocostal, entretanto representa a metade da face diafragmática. Este
ventrículo é maior e apresenta paredes mais espessas quando comparado ao direito. A forma do ventrículo esquerdo se
assemelha a do direito.
Na base do triângulo, assim como no direito, nós iremos observar a existência de dois orifícios: Óstio
Atrioventricular esquerdo, guarnecido da Valva Atrioventricular Esquerda.
A Valva Atrioventricular esquerda é constituída por 02 válvulas, e apresenta as mesmas relações que a direita, como
também função semelhante.
Medialmente ao Óstio Atrioventricular Esquerdo encontramos o Óstio da A. Aorta, guarnecido pela Valva da
Aorta.
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Valvas cardíacas
Sístole ventricular Diástole ventricular
Valvas átrio-ventriculares – Fechadas
Valvas da A. Aorta e Tronco Pulmonar – Abertas
Valvas átrio-ventriculares – Abertas
Valvas da A. Aorta e Tronco Pulmonar – Fechadas
SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO
 Nó Sinoatrial – Marca Passo do Coração:
desencadeia Impulsos nervosos responsáveis
pela Frequência dos batimentos Cardíacos.
 Os estímulos do Nó Sinoatrial se espalham
pelos Átrios, e alcançam uma formação
localizada no terço inferior do Septo
Interatrial: o Nó Atrioventricular
 Do Nó Atrioventricular o estímulo atravessa o
Septo Atrioventricular através do Fascículo
Atrioventricular.
 O Fascículo Atrioventricular alcança o Septo
Interventricular pelo Lado Esquerdo, e logo
subdivide-se em Ramos Direito e Esquerdo.
 O Ramo Direito perfura o Septo
Interventricular da Esquerda para a Direita, e
já no Ventrículo Direito se distribui pelo
miocárdio.
 O Ramo Esquerdo se distribui pelo miocárdio
do Ventrículo Esquerdo.
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VASOS DA CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA
CIRCULAÇÃO PULMONAR
Tem a função de conduzir o sangue, pobre em oxigênio, do Ventrículo Direito até os pulmões, onde se verificam
as trocas gasosas entre o sangue e o ar atmosférico, denominada de Hematose.
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
Tem a função de conduzir o sangue oxigenado, vindo dos pulmões, para as células, onde através de difusão, os
nutrientes irão atravessar dos capilares para o espaço intercelular.
RAMOS DA ARTÉRIA AORTA: PARTE ASCENDENTE
A aorta ascendente dá origem as artérias coronárias, cujo território de irrigação se faz no músculo miocárdico.
Elas se enchem no momento da diástole ventricular.
RAMOS DO ARCO DA AORTA
Do arco aórtico, originam-se três ramos colaterais que, da direita para a esquerda, são: tronco bráquio-cefálico
(que origina a carótida direita e a subclávia direita), artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda.
RAMOS DA ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM
RAMOS DA ARTÉRIA SUBCLÁVIA
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RAMOS DA ARTÉRIA AORTA DESCENDENTE PORÇÃO TORÁCICA
RAMOS TERMINAIS DA ARTÉRIA AORTA ABDOMINAL
A artéria aorta abdominal se encerra por volta do corpo de L4, dividindo-se, logo em seguida, nas artérias ilíacas,
direta e esquerda.
RAMOS DA ARTÉRIA ILÍACA COMUM
RAMOS DA ARTÉRIA FEMORAL
VEAIS DA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
Veia cava superior Cabeça; Pescoço; Membro Superior; Paredes do Tórax; Parede Posterior do Abdome
Seio coronário Coração
Veia cava inferior Membros Inferiores; vísceras e paredes pélvicas; vísceras do abdome; e paredes anterior,
superior e inferior do Abdome.
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TRIBUTÁRIAS DA VEIA CAVA SUPERIOR
VEIAS DO MEMBRO SUPERIOR
As veias intermédias do cotovelo e do antebraço são calibrosas e superficiais, sendo frequentemente utilizadas
para injeções endovenosas; em punções para coleta de sangue; transfusões de sangue e plasma; e também
para Cateterismo.
TRIBUTÁRIAS DA VEIA CAVA INFERIOR
TRIBUTÁRIAS DA VEIA FEMORAL
SISTEMA PORTA
A veia porta hepática (às vezes chamada simplesmente de veia porta) é uma veia porta no corpo humano
que drena sangue do sistema digestivo e de suas glândulas associadas. É formada pela união da veia esplênica
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com a veia mesentérica superior e se divide em ramos direito e esquerdo antes de entrar no fígado (note que é um
raro caso em que uma veia se divide, ao invés de confluir). É importante ressaltar que a veia porta do fígado drena
sangue para o fígado, e não do fígado. O sangue que entra no fígado vindo da veia porta deve ser filtrado, para depois
alcançar a veia cava inferior através das veias hepáticas.
As tributárias da veia porta hepática incluem: veia gástrica esquerda e veia gástrica direita, veia esplênica (onde
desemboca a veia mesentérica inferior).
ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO
CORAÇÃO
 Faces: diafragmática , esternocostal, pulmonar
 Base
 Ápice do coração
 Pericárdio seroso:
 Lâmina parietal
 Lâmina visceral
 Face esternocostal:
 Auricula do átrio direita
 Auricula do átrio esquerdo
 Sulco coronário
 Ventrículo direito
 Sulco interventricular posterior
 Ventrículo esquerdo
 Ramo interventricular anterior da a. coronária esquerda
 Face diafragmática:
o Átrio direito
 Veia cava superior
 Veia cava inferior
o Átrio esquerdo
 veias pulmonares direita
 Veias pulmonares esquerda
o Ramo interventricular posterior da A. Coronária direita
o Ventrículo direito
o Sulco interventricular anterior
o Ventrículo esquerdo
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 Configuração interna dos átrios:
 Septo interatrial (parede medial)
 Fossa oval
 M. Pectíneos
 Configuração interna do ventrículo direito
 Valva atrioventricular direito
 Válvula anterior
 Válvula posterior
 Válvula septal
 Cordas tendíneas
 Mm. papilares
 Valva do tronco pulmonar
 Configuração interna do ventrículo esquerdo:
 Valva átrio-ventricular esquerdo
 Válvula anterior
 Válvula posterior
 Cordas tendíneas
 Mm. Papilares
 Valva da a. Aorta
 Trabéculas cárneas
PRINCIPAIS ARTÉRIAS DO CORPO HUMANO
 Tronco pulmonar
 Artéria pulmonar esquerda
 Artéria pulmonar direita
 Parte ascendente da aorta
 Coronária direita
 Coronária esquerda
 Arco aórtico
 Tronco braquiocefálico: cárotida
comum direita e subclávia direita
 A. Cárotida comum esquerda
 A. Subclávia esquerda
 A.vertebral direita e esquerda
 Ramos da artéria carótida
 A. Carótida interna
 A. Carótida externa
 Ramos da A. aorta abdominal
 Tronco celíaco
 A. Mesentérica superior
 A. Mesentérica inferior
 Aa. Renais
 Aa. testiculares
 Ramos terminais da A. aorta
 A. Ilíaca comum direita
 A. Ilíaca interna direita
 A. Ilíaca externa direita
 A. Ilíaca comum esquerda
 A. Ilíaca interna esquerda
 A. Ilíaca externa esquerda
 Artérias do membro superior
 A. Axilar
 A. Braquial
 A. Radial
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 Artérias do membro inferior
 A. Femoral
 A. Poplítea
 A. Dorsal do pé
PRINCIPAIS VEIAS DO ORGANISMO HUMANO
 Veias do pescoço:
 V. Cava superior
 Veia braquiocefálica direita
 Veia braquiocefálica esquerda
 Veia jugular interna
 Veia jugular externa
 Veia subclávia direita e esquerda
 Veias do membro superior:
 V. Cefálica
 V. Basílica
 V. Intermédia média
 Veias do membro inferior:
 V. Safena magna
 V. Safena parva
 V. Femoral
 Sistema porta
 V. Porta
 V. Mesentérica superior
 V. Mesentérica inferior
 V. Esplênica
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ANATOMIA TOPOGRÁFICA: CORAÇÃO E PERICÁRDIO
O coração é o órgão central do aparelho circulatório que trabalha como uma bomba muscular cuja função é
impelir o sangue para todas as partes do corpo.
É composto por 4 câmaras:
 Câmaras direitas (átrio e ventrículo direitos): recebem o sangue venoso e encaminham para os pulmões
 Câmaras esquerdas (átrio e ventrículo esquerdos): recebem o sangue oxigenado dos pulmões e bombeiam-no
para todo o corpo.
OBS: Curiosidades:
 Bate cerca de 100 mil vezes por dia (frequência média normal: 60 a 100 batimentos por minuto);
 Bombeia 74 mil litros de sangue/dia;
 Aos 70 anos já bateu cerca de 2,5 bilhões de vezes;
 Sistema circulatório mede cerca de 111.000 km.
PERICÁRDIO
Saco fibrosseroso de parede dupla que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos, estando situado no
mediastino médio, composto por dois sacos:
 Pericárdio fibroso: saco fibroso externo.
 Pericárdio seroso: saco seroso interno, dividido em duas lâminas (uma parietal e outra visceral).
PERICÁRDIO FIBROSO
 Fixado ao centro tendíneo do diafragma pelo Ligamento pericardiofrênico
 Fixado ao esterno pelos Ligamentos esternopericárdicos
 Posteriormente liga-se às estruturas do mediastino posterior por tecido conjuntivo frouxo
 Revestido internamente pela lâmina parietal do pericárdio seroso
OBS: O pericárdio fibroso não se separa do pericárdio seroso parietal durante a dissecação.
OBS: A cavidade do pericárdio entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso são
contínuas, assim como as pleuras parietais e visceral do pulmão.
PERICÁRDIO SEROSO
Composto por duas laminas:
 Parietal: Serosa brilhante aderida ao pericárdio fibroso.
 Visceral: constitui a Lâmina externa da parede do coração (o epicárdio), reflete-se do coração e grandes vasos
como a lâmina parietal.
OBS: Seio transverso do pericárdio: Passagem transversal no saco pericárdico, com
abertura posterior à margem esquerda do tronco pulmonar, podendo-se introduzir o dedo
posteriormente ao tronco pulmonar e à artéria aorta. Em caso de cirurgias cardíacas, é
possível clampear essas estruturas por este acesso, desviando a circulação por um
sistema extracorpóreo. O seio transverso é limitado:
 À direita, pela VCS;
 Anteriormente pela aorta ascendente e tronco pulmonar;
 Posteriormente pela VCS e porção superior dos átrios;
 Inferiormente pela reflexão do pericárdio seroso, acima da desembocadura das veias pulmonares.
OBS: Seio oblíquo do pericárdio: recesso amplo
situado na base do coração, com abertura inferior à
desembocadura da veia pulmonar inferior esquerda. Ele
se forma na medida em que as veias do coração se
desenvolvem e expandem, formando uma reflexão
pericárdica (o próprio seio oblíquo) que as circunda, um
recesso semelhante a uma bolsa na cavidade pericárdica
posterior à base do coração, formada pelo átrio
esquerdo. É limitado:
Arlindo Ugulino Netto.
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 Lateralmente pela desembocadura das veias pulmonares e veia cava inferior;
 Superiormente pela reflexão do pericárdio seroso;
 Posteriormente pelo pericárdio que cobre a face anterior do esôfago.
IRRIGAÇÃO DO PERICÁRDIO
O suprimento sanguíneo do pericárdio é feito a partir da artéria pericardiofrênica (ramo delgado da A. torácica
interna, proveniente da A. subclávia, que se termina em A. musculofrênica e epigástrica superior). Contribuições
menores são feitas pelas A. musculofrênicas (ramo terminal da artéria torácica interna), Aa. Bronquiais, esofágicas e
frênicas superiores (ramos da aorta porção torácica). A lâmina visceral do pericárdio seroso é suprida pelas artérias
coronárias.
DRENAGEM VENOSA DO PERICÁRDIO
As veias pericardiofrênicas drenam o pericárdio, sendo elas tributárias da veia torácica interna ou da
braquiocefálica. Os outros ramos se dirigem para as tributárias do Sistema Venoso Ázigos.
SUPRIMENTO NERVOSO DO PERICÁRDIO
 Nervos frênicos (C3 e C5): fibras sensitivas.
 Nervos vagos.
 Troncos simpáticos: fibras vasomotoras.
CORAÇÃO
É o órgão mais importante do sistema circulatório. É uma bomba propulsora de sangue divida em câmaras: dois
átrios e dois ventrículos. Ele bombeia o sangue tanto para a pequena circulação (circulação pulmonar) quanto para a
grande circulação (circulação sistêmica).
 Átrio direito: recebe o sangue “venoso” das veias cavas superior e inferior proveniente da grande circulação, e
bombeia para o ventrículo direito, através da valva tricúspide.
 Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para o tronco pulmonar, através da valva
pulmonar para dar início à pequena circulação.
 Átrio esquerdo: recebe o sangue “arterial” das veias pulmonares, e bombeia para o ventrículo esquerdo, através
da valva mitral.
 Ventrículo esquerdo: recebe o sangue do átrio esquerdo e o bombeia para a aorta, através da valva aórtica.
CICLO CARDÍACO
 Diástole: relaxamento ventricular
o Valvas atrioventriculares abertas
o Valvas aórtica e pulmonar fechadas
 Sístole: contração ventricular
o Valvas atrioventriculares fechadas
o Abertura das Valvas aórtica e pulmonar
PAREDE CARDÍACA
 Endocárdio: endotélio vascular
 Miocárdio: camada muscular
 Epicárdio: lâmina visceral do pericárdio seroso
ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÂO
A sustentação histológica do coração se dá por um arcabouço fibroso de colágeno denso, sendo composto por:
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 4 anéis fibrosos para as 4 valvas
 2 trígonos fibrosos D e E formados pela conexão dos anéis e partes membranáceas dos septos.
O esqueleto fibroso do coração tem como função:
 Mantém os orifícios valvares abertos e impede a dilatação excessiva;
 Inserção para as valvas e músculo cardíaco;
 Isolador elétrico para separar os feixes nervosos dos átrios e ventrículos.
APRESENTAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÃO
2/3 de seu volume situa-se à esquerda da linha mediana. O órgão apresenta forma de uma pirâmide de 3 lados,
caída para o lado, com o ápice voltado anteriormente e para esquerda e a base voltada posteriormente.
Para estudo anatômico, apresenta 3 faces: face diafragmática (sulco interventricular posterior); face
esternocostal (sulco interventricular anterior) e face pulmonar.
 Esternocostal: formada pelo VD.
 Diafragmática: VE e VD, apoiada sobre o centro tendíneo do diafragma.
 Pulmonar: VE (ocupa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo).
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BASE DO CORAÇÃO
Voltada para os corpos vertebrais T6 a T9. Estende-se superiormente até o tronco pulmonar e inferiormente até
o sulco atrioventricular ou coronário. É composto pelo AE e AD. Nela, é visível um sulco que divide os átrios dos
ventrículos: o sulco coronário ou átrio ventricular.
ÁPICE DO CORAÇÃO
Situa-se posteriormente ao 5° EICE, sendo composto pela porção ínfero-lateral do VE.
MARGENS DO CORAÇÃO
 Direita: AD, VCS e VCI
 Esquerda: VE e AE
 Superior: Átrios e Aurículas
 Inferior: VD e VE
ATRIO DIREITO DO CORAÇÃO
 Seio venoso: região lisa entre a desembocadura
das cavas.
 Septo interatrial: parede entre os AD e AE
o Fossa oval: resquício embrionário do
forame oval.
o Limbo da fossa oval: saliência que forma a
borda da fossa
 Aurícula direita
 Músculos pectíneos: rugosidades da parede da
aurícula
 Crista terminal (entre a parte rugosa e lisa do
átrio)
 Sulco terminal (crista terminal, externamente)
 Óstio do seio coronário c/ válvula
 Óstio das VCS e VCI (com válvula)
 Óstio da valva atrioventricular
VENTRÍCULO DIREITO DO CORAÇÃO
 Cone arterial ou infundíbulo: saída do
ventrículo para o tronco pulmonar.
 Trabéculas cárneas: rugosidades da
parede do ventrículo
 Trabécula Septomarginal: por ela,
passa um ramo direito do feixe de Hiss
(sistema de condução nervosa do
coração)
 Crista supraventricular: saliência que
delimita superiormente a valva
atrioventricular D, delimitando
inferiormente o infundíbulo.
 Valva tricúspide: Válvula anterior;
Válvula posterior; Válvula septal
 Cordas tendíneas
 Músculos papilares: Anterior (VA e VP),
Posterior (VP e VS) e Septal (VS e VA).
 Septo interventricular (Parte
membranácea e Parte Muscular)
 Valva do tronco pulmonar com válvulas
semilunares (Anterior, Direita e
Esquerda)
 Seios pulmonares
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ÁTRIO ESQUERDO
Forma a maior parte da base do coração, possuindo uma parede lisa. Apenas a sua aurícula (esquerda)
apresenta-se com músculos pectíneos, formando a margem
esquerda.
 Óstio das 4 veias pulmonares
 Septo interatrial
 Óstio da valva atrioventricular esquerda ou mitral
 Válvula da fossa oval
VENTRÍCULO ESQUERDO
Forma o ápice do coração, a face pulmonar, a
margem esquerda e parte da face diafragmática. Seu
miocárdio é 2x mais espesso que no VD (por trabalhar
com pressões bem mais altas), com cavidade cônica
maior que do VD.
 Valva atrioventricular esquerda ou mitral (4ª
cartilagem costal) com válvulas (Anterior e
Posterior)
 Músculos papilares (Anterior e Posterior)
 Cordas tendíneas
 Trabéculas cárneas
 Vestíbulo da aorta
 Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior.
 Seios da aorta: Coronários D e E, e Não coronário
 Porção ascendente da aorta.
 Vestíbulo da aorta
 Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior. Cada válvula
apresenta: Nódulo e Lúnula.
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OBS: Focos de ausculta cardíaca: São regiões no tórax de fácil ausculta das bulhas cardíacas (que nada mais são
que a representação semiológica dos sons de abertura e fechamento das valvas cardíacas). Os cinco focos das valvas
podem ser distinguidos em suas respectivas regiões, descritas na figura abaixo.
SUPRIMENTO ARTERIAL DO CORAÇÃO
O suprimento arterial do coração é feito pelas artérias coronárias (do latim, coroa), direita e esquerda, as quais
são os primeiros ramos da aorta, nos seios coronários na porção proximal da aorta ascendente, situando-se sob o
epicárdio, envoltas em tecido gorduroso.
Em termos de dominância, a artéria que originará a artéria interventricular posterior (que vai seguir pelo sulco
interventricular posterior), determinará uma maior vascularização do coração: geralmente parte da coronária direita; 10%
parte da coronária esquerda; e 15%, codominância.
ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA
Origina-se no seio aórtico direito. Volta-se para a direita no sulco atrioventricular (ou coronário), encoberta pela
aurícula direita, até a margem direita do coração, onde se encurva para a face diafragmática, continuando no sulco
coronário. Durante seu trajeto, vai emitir alguns ramos:
 Ramo do cone arterial: primeiro ramo da ACD. Parte para suprir o infundíbulo.
 Ramo do nó sinoatrial: coberto pela aurícula direita, sobe em direção da veia cava superior.
 Ramos ventriculares anteriores do ventrículo direito
 Ramo Marginal direito: corre na margem direita do coração.
 Ramo interventricular posterior ou descendente posterior: Irriga os ventrículos e septo interventricular.
Anastomosa-se, boca a boca, com ramos da ACE.
 Ramo do nó atrioventricular: pequeno ramo profundo que nasce já na face diafragmática.
A artéria coronária direita é responsável por suprir: Átrio direito, Ventrículo direito (>), Face diafragmática do
ventrículo esquerdo, 1/3 posterior do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (60%) e Nó atrioventricular (80%).
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ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA
Origina-se no seio aórtico E. Volta-se para a esquerda no sulco atrioventricular entre a aurícula esquerda e o
tronco pulmonar com o nome de Tronco da Coronária Esquerda. Na extremidade esquerda do sulco coronário divide-se
em dois ramos:
 Ramo interventricular anterior ou descendente anterior (DA): corre no sulco interventricular anterior em direção
ao ápice e origina:
o Ramos septais para a porção anterior do septo interventricular;
o Ramos diagonais para a parede anterior do ventrículo esquerdo.
 Ramo circunflexo: segue no sulco coronário em torno da margem esquerda até a face posterior. Emite:
o Ramo marginal esquerdo;
o Ramos para a porção diafragmática do VE.
A artéria coronária esquerda é responsável por suprir: Átrio esquerdo, Ventrículo esquerdo (>), Parte da Face
esternocostal do VD, 2/3 anteriores do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (40%) e Feixes do sistema de
condução atrioventricular.
OBS: Cateterismo cardíaco (“CATE”) / Cinecoronariografia / Angiografia Coronária / Estudo Hemodinâmico: é
um exame invasivo para examinar vasos coronarianos. O acesso é feito através de um tubo longo, fino e flexível,
chamado cateter, inserido em vaso sanguíneo periférico do braço, da coxa ou do pescoço. Tem como objetivo
diagnosticar e corrigir problemas em veias e artérias, como obstruções. Suas principais características são:
 Exame de investigação cardíaca:
o Estudo das coronárias
o Ventriculografia (função ventricular)
o Medida das pressões diretamente.
 Realizado pelo cardiologista intervencionista ou hemodinamicista (especialidade da cardiologia);
 Feito por punção ou dissecação de um território arterial: artérias femoral, braquial, radial;
 Injeção de contraste a base de iodo;
 Imagens obtidas por Radioscopia (radiação contínua);
 Incidências geralmente em posição oblíqua.
DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO
A drenagem venosa do coração é feita pelas veias que desembocam no seio coronário venoso.
O seio coronário é a principal veia do coração. É um canal venoso que segue na parte posterior do sulco
coronário. Recebe o sangue das veias do coração e desemboca no átrio direito (ostio do seio coronário).
TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO ESQUERDO
 Veia interventricular anterior (antiga veia cardíaca magna)
 Veia marginal esquerda
 Veias posteriores do ventrículo esquerdo
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TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO DIREITO
 Veia coronária direita (infrequente - 32%)
 Veia marginal direita (cardíaca parva)
 Veia cardíaca parva (continuação da marginal direita no sulco coronário)
 Veias posteriores do ventrículo direito
 Veia interventricular posterior (cardíaca média)
OBS: As veias cardíacas mínimas desembocam em pequenos óstios no átrio direito.
DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO
A drenagem linfática do coração é feita pelos vasos linfáticos no miocárdio, que passam para o plexo linfático
subepicárdico, acompanhando as veias e artérias do coração. Um único vaso linfático, formado a partir da união de
diversos vasos vindos do coração, sobe entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo e termina nos linfonodos
traqueobronquiais inferiores, normalmente do lado direito.
COMPLEXO ESTIMULANTE E SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO
É o complexo que coordena o ciclo cardíaco, de maneira tal que, a sístole e diástole funcionem de maneira
correta e harmonicamente. É Composto por fibras musculares cardíacas altamente especializadas na condução rápida
dos impulsos elétricos.
O nó sinoatrial inicia um impulso que é rapidamente conduzido para as
fibras musculares cardíacas situadas no átrio, levando-as a se contrair. O
impulso desse nó é propagado pelo feixe interatrital para o átrio esquerdo.
O impulso é rapidamente transmitido para o nó atrioventricular por
meio dos feixes internodais (responsável por retardar um pouco a propagação
do estímulo, para dar tempo do átrio se encher, contrair e encher o ventrículo), a
partir do qual, por meio do feixe de atrioventricular (Hiss) propaga o impulso,
uniformemente, para os músculos do ventrículo esquerdo. Esse feixe tem como
ramos terminais:
 Ramo direito
 Ramo esquerdo: Divisão anterossuperior e Divisão póstero-inferior
 Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje)
NÓ SINOATRIAL OU SINUSAL (MARCAPASSO NATURAL)
Localizado no encontro da VCS e AD, próximo à extremidade superior do sulco terminal. Inervado pelo plexo
cardíaco (estímulo simpático aumenta a FC e parassimpático diminui a FC). Tem como propriedades:
 Auto-excitação
 Automaticidade
 Baixa negatividade do potencial de repouso
 Permeabilidade das fibras ao sódio
 Marcapasso com maior frequência
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NÓ ATRIOVENTRICULAR
Localizado na região inferior do septo interatrial, próximo ao óstio do seio coronário. Inervado pelo plexo
cardíaco (estímulo simpático acelera a condução e parassimpático lentifica).
FEIXE ATRIOVENTRICULAR
Transmite o impulso do átrio, a partir do nó atrioventricular, para o ventrículo, atravessando o esqueleto fibroso
do coração. Tem trajeto no septo interventricular. Depois, divide-se em ramos direito e esquerdo na junção da parte
membranácea e muscular.
 Ramo direito
 Ramo esquerdo
o Divisão ântero-superior
o Divisão póstero-inferior
 Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje)
INERVAÇÃO DO CORAÇÃO
A inervação do coração é feita a partir de fibras nervosas autônomas provenientes do plexo cardíaco, oriundo
do nervo vago, formado entre a traqueia, a aorta e tronco pulmonar.
 Inervação simpática: fibras dos gânglios
paravertebrais cervical e torácico superior dos
troncos simpáticos. O suprimento simpático é
proveniente das fibras pré-ganglionares e fibras
pós-ganglionares (as fibras pós-ganglionares
terminam no nó sinoatrial e atrioventricular). O
estímulo simpático do tecido nodal aumenta a
frequência cardíaca e a força de suas contrações.
Esse estímulo também dilata das artérias
coronárias inibindo sua constrição (fornece mais
oxigênio e nutrientes para o miocárdio durante
períodos de atividade aumentada).
 Inervação parassimpática: fibras do nervo vago. O
suprimento parassimpático é proveniente de fibras
pré-ganglionares do nervo vago e fibras
parassimpáticas pós-ganglionares também
terminadas nos nós sinoatrial e atrioventricular e
diretamente nas artérias coronárias. O estímulo
dos nervos parassimpáticos diminui a frequência
cardíaca, reduz a força do batimento cardíaco e
constringe as artérias coronárias, economizando
energia entre períodos de demandas aumentadas.
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BIOFÍSICA: HEMODINÂMICA
A circulação corpórea pode ser considerada como um sistema hidráulico real, ou seja, não-ideal, pois existem
forças dissipadas como o atrito com as paredes dos vasos (endotélio), além do atrito entre as próprias laminas
(camadas) do sangue em movimento.
Logo, o sistema sanguíneo pode se enquadrar em estudos da hidrodinâmica – ramo da física que estuda os
sistemas hidráulicos que apresentam líquido em movimento – a partir do momento que é comparado a um sistema
fechado não-ideal movido pelo trabalho de uma bomba (coração), com fluido (sangue) em circulação.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DE FLUXO
Fluxo, por uma definição hemodinâmica, representa o volume do fluido deslocado (sangue) em função do
tempo.
i. Fluxo = velocidade x Área
Fluxo = (L x T
-1
) x L²
ii. Fluxo = Volume = L
3
Tempo T (expressão dimensional de fluxo)
Sendo:
F  Fluxo [cm³/s; m³/min]
L  Espaço [centímetro; metro]
T  Tempo [segundo; minuto]
A  Área seccional
v  Velocidade
A expressão dimensional de fluxo significa que a grandeza física fluxo é derivada de duas grandezas
fundamentais: espaço (elevado a 3ª potencia) e tempo (elevado a menos 1). Por exemplo, o débito cardíaco (volume de
sangue que o coração bombeia pelo ventrículo esquerdo a cada minuto) é 5 l.min
-1
(cm³=1ml).
Na figura acima, tem-se um sistema condutor ideal, ou seja, sem atrito. Considera-se que o fluxo que passa por
A1 (maior área seccional) deve passar em mesma quantidade por A2 (menor área seccional). Logo, tem-se que quanto
menor a área de escoamento do líquido, maior será a velocidade desse escoamento para que o fluxo permaneça
constante, bem como o contrário é verdadeiro, uma vez que o fluxo que passar por A1 é igual ao fluxo que passa por A2
(F1=F2).
O princípio da continuidade de fluxo certamente pode ser aplicado ao sistema real que é a circulação
sanguínea. Por exemplo, como ocorre no caso de uma estenose, em que a luz do vaso diminui e o fluxo nesse local se
torna mais intenso.
OBS: A verificação da pressão arterial na artéria braquial é proporcionada por uma estenose (compressão) produzida
pelo manguito, aumentando a velocidade do fluxo (pois diminui a área), podendo ser auscultado pelo estetoscópio o
fluxo turbulento (ver velocidade crítica do sangue mais adiante).
OBS²: Se o sistema circulatório fosse considerado ideal, em um caso de estenose nas coronárias por placas
ateromatosas (placas de gordura), o paciente não morreria de infarto do miocárdio, pois o fluxo continuaria constante
com o aumento da velocidade ao passar pela luz reduzida dos vasos, não havendo, então, sofrimento do miocárdio.
Porém, como a circulação é um sistema real, o fluxo perde velocidade e volume ao passar pelas áreas obstruídas dos
vasos.
OBS³: O sibilo é um som de “assobio” auscultado em caso de pacientes com asma. Isso ocorre devido o processo
alérgico que ocorre na asma, em que a parede dos brônquios e a musculatura lisa das vias respiratórias se contraiam e
a velocidade do ar (energia cinética) é dissipada na luz reduzida da via em forma de som, como ocorre no próprio ato de
assobiar: diminui-se a área e aumenta-se a velocidade do ar.
OBS
4
: Embolia, clinicamente, é a presença de um corpo estranho na circulação, podendo ser líquida, gasosa ou sólida
(como um coágulo).
Ex: HENEINE (2000): Calcular a velocidade de fluxo nas secções A1, A2 e A3 sabendo que as áreas seccionais são
respectivamente 10, 20 e 100 cm²:
Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas.
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
F1 = F2
v1 x A1 = v2 x A2
Ou seja: v x A = constante (k)
Logo:
 Se A1/A2=1V2=V1
 Se A1/A2>1V2>V1
 Se A1/A2<1V2<V1
F = L
3
x T
-
1
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Na secção 1:
v1 = F1/A1
v1 = 100 cm3
.min-1
/10cm2
v1 = 10 cm.min-1
Na secção 2:
v2 = F2/A2
v2 = 100 cm3
.min-1
/20cm2
v2 = 5 cm.min-1
Na secção 3:
v3 = F3/A3
v3 = 100 cm3
.min-1
/100cm2
v3 = 1 cm.min-1
FLUXO ESTACIONÁRIO
Fluxo estacionário é definido como um fluxo constante, ou seja, o fluxo que entra numa determinada área
seccional é igual ao que sai (figura acima).
O fluxo sanguíneo deve ser considerado um fluxo aproximadamente estacionário, que se for quebrado, aumenta-
se o risco de causar edemas (pulmonar ou na grande circulação). Como por exemplo, o fluxo de sangue na artéria aorta
(menor e mais rápida passagem de sangue) deve ser igual ao fluxo de sangue que passa no somatório da área da luz de
todos os capilares (área bem maior, mas com velocidade menor), em um valor de 5l/min. Ou seja, o fluxo sanguíneo, por
ser um sistema real, deve se manter aproximadamente constante.
A figura acima representa a área seccional total de diversos territórios da circulação. Perceba que a soma da
área seccional total dos capilares é bem maior do que a área seccional da aorta por serem bem mais numerosos. Nas
grandes artérias, onde a área seccional é menor, a velocidade deve ser maior. Quando o sangue chega aos capilares,
de área total máxima, diminui a sua velocidade. Mesmo assim, o fluxo, em cada uma dessas regiões é de 5l/min.
 Capilares: ↑Área ↓Velocidade
 Aorta: ↑Velocidade ↓Área
Fluxo Aórtico = Fluxo Capilar
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Parâmetro
Circulatório
Tipo de Vaso
Aorta Capilares Cava
Diâmetro 2,0cm 8m 2,4cm
Número 1 2 bilhões 2
Área (.r2) 3,0cm2 2.200cm2 4,5cm2
X X X
Velocidade 28cm/s 0,04cm/s 19cm/s
Fluxo (V x A) 84ml/s 88ml/s 86ml/s
OBS
5
: O fluxo de sangue que entra no pulmão deve ser o mesmo que sai (também fluxo
estacionário) para não gerar edemas.
OBS
6
: Débito sistólico: volume de sangue que o coração bombeia a cada batimento.
OBS
7
: Débito cardíaco: volume de sangue que é bombeado do coração a cada minuto.
OBS
8
: Mecanismo de Frank Starling: em condições normais, o coração bombeará todo
sangue que a ele chegar (figura ao lado esquerdo), sem que haja acúmulo de sangue nos
vasos. Em outras palavras, o débito cardíaco deve ser igual ao retorno venoso (volume de
sangue que volta ao coração através átrio direito). O coração é uma bomba que se adapta ao
volume de sangue que for dado para ser bombeado, mantendo, em parte, o fluxo adequado.
Isso acontece porque há um estiramento maior nas fibras do miocárdio devido ao maior
volume do sangue, representando em uma maior energia potencial armazenada,
proporcionando uma maior força elástica, dando conta a esse excesso de sangue.
Ex: HENEINE (2000): Um paciente tem um desvio de 1% no regime estacionário da circulação pulmonar. Calcular o
volume de sangue acumulado no pulmão durante 10 minutos, sabendo que o débito sistólico e a frequência cardíaca
são respectivamente 81ml/batimento e 90 batimentos/minuto.
O desvio no regime estacionário é de 1%. Portanto, a cada batimento cardíaco, 1% de sangue é retido no
pulmão. Portanto, o volume desviado a cada batimento vale:
1% de 81ml = 0,81ml.bat-1
Volume Acumulado = 0,81ml.bat-1
x 90 bat.min-1
x 10min = 720ml
Obs: Isso mostra a importância do regime estacionário, uma vez que, com um desvio de apenas 1% de sangue,
em 10 minutos, produziu, praticamente, 1 litro de sangue acumulado no pulmão (edema pulmonar).
OBS
9
: Ao doar sangue, o doador deve ingerir líquidos para não haver quebras no regime estacionário.
Edema na grande circulação: se houver quebra no regime estacionário na grande circulação, ocorrerá a
formação de edemas, como no caso da gravidez (inchaço nos membros inferiores) em que há compressão de
vasos durante o crescimento do útero, impedindo, assim, um eficaz retorno venoso; bem como no caso de
grandes hemorragias.
Edema Pulmonar (pequena circulação): Ao aumentar o volume de sangue que entra no pulmão, geralmente
acontece a chamado estase (ou estagnação) fisiológica, o que significa que haverá excesso de sangue
estagnado na luz de vasos pulmonares. Com isso, ocorre aumento da Pressão Hidrostática na luz desse vaso,
acarretando no extravasamento do plasma para o meio intersticial do pulmão, que por sua vez passa para os
alvéolos, fazendo com que o indivíduo se “afogue no seu próprio plasma”, podendo produzir óbito.
Débito Sistólico = Vol. Bombeado
Batimento
Débito Cardíaco = Vol. Bombeado
Minuto
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ENERGIA MECÂNICA DA CIRCULAÇÃO
No escoamento real, a velocidade de fluxo dentro do tubo é variável devido ao atrito entre as lâminas do fluído
viscoso e entre o fluído e as paredes do tubo. A velocidade é máxima no centro e decresce segundo uma parábola até
zero na adjacência do tubo.
Pode-se concluir que o atrito “lentifica” o fluxo, e por ser um sistema real, o sangue deveria parar. Porém, o fluxo
não para porque a energia mecânica do sangue é periodicamente renovada pelo coração. Ou seja, na medida que o
sangue escoa, ele perde energia devido ao atrito, tendo sua energia renovada pelo coração de maneira que esse fluxo
não pare. A energia mecânica é produzida pelo coração exato momento da sístole, em que o coração realiza trabalho*
para esvaziar os ventrículos.
O sangue que escoa nos vasos apresenta praticamente quatro tipos de energia: energia mecânica (Ec + Ep),
energia dissipada e energia gravitacional.
A energia cinética é a energia da velocidade, tendo sempre o mesmo sentido do fluxo. Quanto maior a
velocidade do fluxo, maior será a energia cinética.
A energia potencial é representada pela pressão.
A energia dissipada do atrito tem sempre sentido contrário ao movimento.
TRABALHO E ENERGIA MECÂNICA*
Quando o coração contrai, ele realiza trabalho (F x d), passando energia mecânica para o sangue:
 Matéria (massa)  m
 Espaço  L
 Tempo  T
 Velocidade (v)  LxT
-1
 Aceleração (a)  L x T
-1
= L x T
-2
T
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i. Trabalho = Força x Deslocamento
Trabalho = m . L . T
-2
. L (expressão dimensional do trabalho)
ii. Pressão = Força = m . L . T
-2
Área L
2
(expressão dimensional da pressão)
iii.P x ΔV = m . L
-1
. T
-2
. L
3
= m . L
2
. T
-2
= Trabalho, ou seja, a pressão ventricular sobre o sangue, ao diminuir o
volume da câmara ventricular, gera trabalho.
ENERGIA POTENCIAL
É a energia armazenada pelo sangue, que
mantém o fluxo sanguíneo constante mesmo durante
a diástole do coração, sendo representada pela
pressão que o sangue exerce sobre as paredes dos
vasos.
A figura ao lado mostra a variação de pressão
arterial em diferentes áreas da circulação.
Energia potencial, do ponto de vista físico, é a
energia armazenada por um corpo. Bem como ocorre
com o sangue, que se o coração parasse (como na
diástole), por causa dessa energia potencial
(pressão), a circulação sistêmica ainda tem condições
de continuar até ter sua energia dissipada por
completo ou ser renovada pela contração sistólica.
ENERGIA DISSIPATIVA DE ATRITO
A pressão exercida pelo sangue cai gradativamente à
medida que ele escoa devido à ação do atrito, como mostrada
na figura acima.
A figura ao lado demonstra um seguimento de vaso
que obedece ao regime estacionário em que a pressão está
caindo (P3<P2<P1) porque a energia mecânica do sangue está
sendo consumida, ou dissipada, pelo atrito.
À medida que o sangue encontra resistência, a pressão
exercida sobre o vaso vai decaindo, sendo esse atrito que
consome a energia mecânica.
Se a circulação fosse como um sistema ideal (sem
ação do atrito), bastava que o coração batesse (sístole) apenas
uma vez e o sangue nunca deixaria de circular por entre os
vasos.
O coração renova a energia mecânica de um lado e o
atrito a consome.
ENERGIA CINÉTICA
O seu vetor praticamente não diminui porque o componente que mais diminui é a energia potencial, explicando a
queda de pressão que o sangue exerce nas diferentes regiões do corpo.
EQUAÇÃO DE BERNOUILLI
É a equação que descreve a energia total que um fluido qualquer apresenta quando ele escoa dentro de um
condutor. Ou seja, tomando a hidrodinâmica como base, em um fluído ideal, não viscoso e incompressível, onde se
despreza o atrito entre o fluído e as paredes do condutor, a energia total (ET) do fluído que escoa é dada pela soma da
energia cinética do fluído (K); mais a energia posicional gravitacional (U); mais o trabalho realizado sobre o fluído (W).
ET = K + U + W
‫ﺡ‬ = m x L2
x T-2
P = m x L-1
x T-2
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Como o sistema acima é ideal, a ET na secção P1 (plano mais elevado) é a mesma da secção P2. Admitindo
que o trabalho realizado sobre o fluido é representado pela pressão, tem-se de modo geral:
ET
=
dv
2
+
d.g.h
+
P
V 2
Energia
Total
Pressão
Cinemática
Energia
Posicional
Gravitacional
Pressão
Estática
a) Admitindo-se que o fluído em escoamento é ideal e incompressível, pode-se ignorar a energia dissipada de
atrito entre o fluído e as paredes do condutor. Neste caso, a energia total do fluído na secção A1 (ET1) deve ser
ENERGIA CINÉTICA (K) – PRESSÃO CINEMÁTICA DO FLUIDO
a) A energia cinética (K) do fluído, também chamada de pressão cinemática, que escoa na secção A1 dada por:
Ec = K1 =
m.v2
1 m = massa do fluído
2 v1 = velocidade do fluído na secção A1
b) A energia cinética tomada por unidade de volume V1 que passa na secção é dada por:
K1
=
m.v2
1
=
m.v2
1
x
1

V1 2 2 V1
V1
K1
=
m.v2
1
V1 2V1
c) Sabendo que a densidade (d) é a razão entre massa e volume (d=m/V), a energia cinética por unidade de volume V1 pode ser
reescrita:
K1
=
d.v
2
1
V1 2
ENERGIA POSICIONAL GRAVITACIONAL DO FLUÍDO
a) A energia posicional gravitacional (U) do fluído que escoa na secção A1 é dada por:
Ep= U1 = m.g.h1
m= massa do fluído
g= aceleração da gravidade
h1= altura em relação ao nível de referência
b) A energia posicional (U1) tomada por unidade de volume V1 que passa na secção A1 é dada por:
U1
=
m.g.h1.
V1 V1
c) Sabendo que a razão entre massa e volume representa a densidade (d=m/V), a energia posicional por unidade de volume V1
vale:
U1
= d.g.h1
V1
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igual à energia total do fluído na secção A2 (ET2). Isto é, a energia total do fluído é conservada durante o
escoamento (figura anterior, 20.1). Assim, pode-se dizer que:
ET1 = ET2
K1+U1+W1 = K2+U2+W2
dv
2
1
+ d.g.h1 + P1 =
dv
2
2
+ d.g.h2 + P2
2 2
b) Se o vaso condutor estiver totalmente na horizontal (no mesmo plano), a energia posicional gravitacional
poderá ser desprezada, pois a altura do vaso em relação ao nível de referência não varia (h1=h2). Assim, temos:
dv
2
1
+ d.g.h1 + P1 =
dv
2
2
+ d.g.h2 + P2
2 2
A equação de Bernouilli fica resumida a:
dv
2
1
+ P1 =
dv
2
2
+ P2
2 2
Logo, pode-se admitir que: d . v² + P = constante.
2
Estenose: é uma diminuição na luz do vaso causada por algum corpo (como placas de ateromas) ou por
compressão, podendo causar isquemia e necrose.
Segundo o regime da continuidade, o fluido que escoa dentro de uma situação de estenose tem uma maior
velocidade (se a área diminui a velocidade do fluido deve aumentar, pois v x A = cte). Como a velocidade está
aumentando, consequentemente a energia cinética do fluido também aumenta. Em contrapartida, segundo a
equação de Bernouilli, a pressão deve diminui (d x v²/2 + P = cte). Isso significa que, quando o sangue passa
por dentro de um seguimento estenosado, a pressão deve diminuir (↓A ↓P ↑v).
Aneurisma: é uma dilatação da luz do vaso. Nesse caso, como a área de secção aumenta, a velocidade do
fluxo diminui, mas para mantê-lo constante, a pressão aumenta (↑A ↑P ↓v). Com o aumento da pressão em um
segmento acometido de aneurisma, a tendência desse segmento é aumentar ainda mais podendo romper-se.
EFEITO VENTURI
Considere o sistema ao lado em que escoa um fluído ideal,
incompressível e não viscoso. Note-se que há um estrangulamento da
área seccional A2, portanto A1>A2. Pelo princípio da continuidade, a
velocidade de fluxo v2 deve ser maior que a velocidade v1, uma vez que
o fluxo é constante em todas as secções do condutor.
Considerando o princípio de conservação da energia do
fluído entre as secções A1 e A2 (figura ao lado), pode-se dizer que:
ET1=ET2
dv
2
1
+ P1 =
dv
2
2
+ P2
2 2
Como a velocidade na secção A2 é maior que na secção A1, a equação de Bernoulli prevê que a pressão na
secção A2 deve diminuir, já que ET1=ET2 (conservação da energia total do fluído). Note-se que há tubos verticais ligados
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
43
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às paredes do condutor; e que estes tubos registram a diferença de pressão “a” entre as secções A1 e A2. Esta variação
de pressão do fluído, observada quando a área do condutor varia, é chamada de “Efeito Venturi”, ou seja, no
estrangulamento de um condutor, a velocidade aumenta, porém a pressão diminui.
Em caso de asma alérgica, a musculatura lisa dos brônquios contrai, diminuindo a luz do mesmo. Pelo princípio
da continuidade do fluxo, a pressão nessa região diminui. Em casos severos, a pressão é tão baixa que o
pulmão pode chegar a colabar (atelectasia), ou seja, colapso do pulmão devido a um “vácuo” gerado dentro do
alvéolo.
Outra maneira de prever o Efeito Venturi é a seguinte: considere o sistema da FIGURA 5A, onde existe um
estrangulamento na luz do tubo:
Reescrevendo a equação de Bernoulli, temos:
dv
2
1
+ P1 =
dv
2
2
+ P2
2 2
1
dv
2
1 + P1 =
1
dv
2
2 + P2
2 2
Assim, a diferença de pressão (P1P2) entre as duas áreas seccionais seria:
P1  P2 =
1
dv
2
2 
1
dv
2
1
2 2
P1  P2 =
1
d (v
2
2  v
2
1)
2
Observando a FIGURA 5A, nota-se que A1>A2. Pelo princípio da continuidade de fluxo, sabe-se que v2 > v1.
Portanto, a diferença de velocidade (v
2
2 - v
2
1) deverá ser sempre positiva. Consequentemente, a diferença de pressão
(P1P2) deverá ser positiva também. Para que a diferença de pressão (P1P2) seja positiva, obviamente é necessário que
P1 seja maior que P2 (P1>P2). Portanto, a pressão P2 na área estrangulada diminui em relação à pressão P1 da área
normal.
Considere o sistema da FIGURA 5B, onde A2>A1. Pelo princípio da continuidade, v1 > v2. Portanto, a diferença de
velocidade (v
2
2  v
2
1) deverá ser sempre negativa. Assim, a diferença de pressão (P1P2) também será negativa. Para
que a diferença (P1P2) seja negativa, é necessário que P2 seja maior que P1 (P2>P1). Como resultado, a pressão P2 na
área larga do tubo é maior que a pressão P1 na área normal.
OBS
10
: O Efeito Venturi só é válido para tubos em que a área seccional varia, ou seja, a pressão só varia se a luz do
tubo variar.
OBS
11
: As leis da hidrodinâmica podem ser aplicadas à circulação sempre com alguns limites, como por exemplo,
fisicamente, a pressão nos capilares (maior área total) deveria ser maior que a pressão aórtica (menor área). Isso não
ocorre por causa do atrito, uma vez que o sangue perde energia mecânica até chegar aos capilares. Embora o aumento
da área capilar não eleve a pressão como nas artérias, pelo menos há uma atenuação da queda dessa pressão,
justamente por causa do efeito hidrodinâmico: quando maior a área, maior será a pressão.
OBS
12
: O aumento de pressão não é considerado Efeito Venturi.
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44
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TIPOS DE FLUXO
O escoamento normal da circulação sanguínea
ocorre de forma laminar, ou seja, divido em camadas
que circulam de forma silenciosa. Como na bureta do
exemplo ao lado, onde o corante, quando escoado
lentamente, desce silenciosamente em camadas.
Quando o sangue ultrapassa uma determinada
velocidade crítica, o fluxo sanguíneo passa a ser
turbulento e ruidoso (som chamado sopro), como o que
ocorre na bureta ao lado com um fluxo maior.
Geralmente ocorre em casos de fístulas (como a
atrioventricular), em que a área diminui e a velocidade
aumenta, fazendo com que o fluxo torna-se turbulento.
OBS
13
: O fluxo pode estar normal e apresentar sopro em
casos de exercícios físicos prolongados.
VELOCIDADE CRÍTICA
 Vc  Velocidade crítica de escoamento
 Re  Constante adimensional de Reynolds (Re=2000)
   Viscosidade do fluido (sangue = 2,8 . 10
-3
Pa.s)
 d  Densidade do fluído
 r  Raio do condutor
VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Há duas maneiras de verificação da PA: direta (acoplando-se diretamente a uma
artéria dissecada um manômetro de mercúrio) e indireta (tradicional, através do manguito
e do estetoscópio). Para essa medida, toma-se como referência os sons de Korotkoff e
o relógio (servindo de manômetro de mercúrio).
Inicia-se o procedimento inflando o manguito ao redor do braço com o intuito de
exercer pressão sobre ele, comprimindo a artéria braquial. O resultado é a oclusão da
própria artéria, chegando um ponto que a luz arterial é totalmente fechada, parando o
fluxo. Após isso, abre-se a válvula da pera, fazendo com que a região da artéria que
estava estrangulada permita a passagem de um primeiro jato de sangue, sendo esse fluxo
turbilhonar, ou seja, ruidoso (primeiro som de Korotkoff), produzindo uma pressão
aproximadamente igual à sistólica. Com a continuação da abertura da artéria, a
velocidade vai diminuir, fazendo com que o fluxo volte a ser laminar e silencioso. Nesse
ponto em que os sons desaparecem, marca-se a pressão diastólica.
Em síntese, tem-se:
 Primeiro som (Pmáx): PRESSÃOmanguito ≈ PRESSÃOsistólica
 Segundo som (Pmin): PRESSÃOmanguito ≈ PRESSÃOdiastólica
Ex: HENEINE (2000): Sabendo que a densidade do sangue é de 1,06.103 Kg/m3, calcular a velocidade crítica de
escoamento do sangue que circula na aorta, cujo raio é de 1,25.10
-2
m. ( sangue = 2,8.10
-3
Pa.s):
OBS: 1 Pa = 1 N.m
-
²
1 N.m² = 1 Kg. m.s
-2
.m
-
²
1 Pa = 1 Kg. m
-1
.s
-2
Vc = Re x 
d x r
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  • 1. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 1 www.medresumos.com.br MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL (OMF) – SISTEMA CARDIOVASCULAR Arlindo Ugulino Netto Lívia Tafnes Almeida de Araújo Raquel Torres Bezerra Dantas Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah Tainá Rolim Machado Cornélio
  • 2. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 2 www.medresumos.com.br EMBRIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é o primeiro que começa a funcionar no embrião, surgindo na metade da terceira semana de gestação, porém começa a funcionar na quarta. Ele deriva do mesoderma esplâncnico, que é a porção inferior do mesoderma lateral. Esse mesoderma esplâncnico é o que forma o primórdio do coração. DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO E VASOS A formação do coração se inicia através de um par de cordões endoteliais chamados de cordões angioblásticos. Esses cordões se canalizam formando tubos endocárdicos do coração, os quais se fundem para formar o coração tubular. Ele começa a apresentar batimentos por volta do 22º a 23º dia, e o fluxo sanguíneo começa a circular durante a quarta semana, já podendo ser visualizado na ultrassonografia por Doppler. DESENVOLVIMENTO DAS VEIAS ASSOCIADAS AO CORAÇÃO Três pares de veias drenam para o coração tubular:  Veias vitelínicas: Transportam sangue pobre em oxigênio do saco vitelínico para o seio venoso: Seguem do saco vitelínico para o embrião. Após passar através do septo transverso, estas veias entram na extremidade venosa do coração - o seio venoso. A veia vitelínica esquerda regressa e a veia vitelínica direita forma a maior parte do sistema portal hepático e a parte inferior da veia cava.  Veias umbilicais: Transportam sangue rico em oxigênio das vilosidades coriônicas para o seio venoso. Com o desenvolvimento do fígado, as veias umbilicais perdem as suas conexões com o coração e desembocam no fígado. A veia umbilical direita desaparece durante a sétima semana, deixando a veia umbilical esquerda como o único vaso transportador de sangue oxigenado da placenta para o embrião.  Veias cardinais comuns: transportam sangue pobre em oxigênio do corpo e desembocam no seio venoso. Constituem o principal sistema de drenagem venosa do embrião. As veias cardinais anteriores e posteriores drenam, respectivamente, as regiões cefálica e caudal do embrião, se juntam as veias cardinais comuns, as quais entram no seio venoso. As veias cardinais posteriores desenvolvem-se como vasos do mesonéfron (rins intermediários) e desaparecem quase completamente com estes persistindo como a raiz da veia ázigos. Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
  • 3. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 3 www.medresumos.com.br ARCOS AÓRTICOS E OUTROS RAMOS DA AORTA DORSAL Quando os arcos faríngeos se formam durante a quarta e quinta semanas, eles são supridos por artérias – os arcos aórticos que se originam do saco aórtico e terminam na aorta dorsal. São seis pares de arcos faríngeos que derivam as seguintes artérias:  Derivados das artérias do primeiro par de arcos faríngeos: Porções remanescentes formam as artérias maxilares, que suprem as orelhas, dentes, músculos dos olhos e face e as artérias carótidas externas.  Derivados das artérias do segundo par de arcos faríngeos: As porções dorsais dessas artérias persistem e formam o tronco das artérias estapédicas, pequenos vasos que correm através do anel dos estribos, ossículos da orelha média.  Derivados das artérias do terceiro par de arcos faríngeos: As porções proximais dessas artérias formam as artérias carótidas comuns, que vascularizam estruturas da cabeça. As porções distais formam as artérias carótidas internas, que nutrem as orelhas, órbitas, cérebro e a hipófise.  Derivados das artérias do quarto par de arcos faríngeos: A artéria esquerda forma parte do arco da aorta e a direita torna-se a porção proximal da artéria subclávia direita.  Derivados das artérias do quinto par de arcos faríngeos: Em 50% dos embriões (essas artérias são vasos rudimentares), nos demais 50% essas artérias não se desenvolvem.  Derivados das artérias do sexto par de arcos faríngeos: Artéria esquerda – a parte proximal persiste como a parte proximal da artéria pulmonar esquerda e a parte distal forma um desvio arterial - o ducto arterial. Artéria direita - a parte proximal persiste como a parte proximal da artéria pulmonar direita e a parte distal se degenera. ARTÉRIAS INTERSEGUIMENTARES São ramificações da aorta que passam entre os somitos, levando sangue a estes e seus derivados. Na região do pescoço os vasos se unem para formar a artéria vertebral, que migra para a região cefálica. As da região do tórax persistem como artérias intercostais, localizadas entre as costelas. As da região lombar formam artérias lombares. ARTÉRIA VITELÍNICA As artérias vitelínicas passam para o saco vitelino e, mais tarde, para o intestino primitivo, o qual se forma pela parte do saco vitelino que foi incorporado. Permanecem três artérias derivadas da artéria vitelínica: tronco celíaco (irriga o intestino anterior), mesentérica superior (irriga o intestino médio) e mesentérica inferior (irriga o intestino posterior). ARTÉRIA UMBILICAL A artéria umbilical transporta sangue pobre em oxigênio para a placenta para a reoxigenação. As partes proximais dessa artéria tornam-se as artérias ilíacas internas e as artérias vesicais superiores. As partes distais obliteram após o nascimento e se tornam os ligamentos umbilicais mediais. TÉRMINO DO DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO Quando ocorre a fusão dos tubos cardíacos, forma-se o miocárdio primitivo que circunda o celoma pericárdio. O coração, nesse estágio, é composto de um delgado tubo endotelial separado de um espesso tubo muscular por um tecido conjuntivo gelatinoso (geleia cardíaca). O tubo endotelial torna-se o revestimento endotelial interno do coração (endocárdio) e o miocárdio primitivo torna-se a parede muscular do coração (miocárdio). O pericárdio é derivado de células mesodérmicas que se espalham sobre o miocárdio.
  • 4. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 4 www.medresumos.com.br Como informado anteriormente, o coração é um tubo formado pela fusão de dois tubos endocárdicos. Essa fusão faz surgir as câmaras cardíacas primitivas, que apresentam zonas de crescimento diferencial:  Tronco arterioso (origina os grandes vasos-conduz fluxo de saída- início da aorta e artérias pulmonares);  Bulbo cardíaco (futuro ventrículo direito);  Ventrículo primitivo (futuro ventrículo esquerdo);  Átrio;  Seio venoso (fluxo de entrada). Por causa do crescimento mais rápido do bulbo cardíaco e do ventrículo, o coração se dobra sobre si próprio, formando uma alça bulboventricular em forma de U. Assim, o átrio e o seio venoso passam a situar-se dorsalmente ao ventrículo e bulbo. CIRCULAÇÃO ATRAVÉS DO CORAÇÃO PRIMITIVO As camadas musculares do átrio e do ventrículo são contínuas e as contrações ocorrem como ondas peristálticas, que se iniciam no seio venoso. Já ao final da quarta semana, essas contrações passam a ser coordenadas, com o fluxo unidirecional. O sangue do seio venoso entra no átrio primitivo, passa pelo canal atrioventricular para o ventrículo primitivo. Quando o ventrículo se contrai, o sangue é bombeado através do bulbo cardíaco e do tronco arterial para o saco aórtico de onde é distribuído para os arcos aórticos. O sangue então passa pela aorta dorsal e é distribuído para o embrião, saco vitelino e placenta. OBS: O exame cardíaco usando ultrassonografia de alta resolução em tempo real geralmente é realizado entre 18 e 22 semanas de gestação, pois nesse período o coração do bebê já é suficientemente grande e funcional. SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO PRIMITIVO A septação do canal atrioventricular, do átrio e dos ventrículos primitivos se inicia em torno da metade da quarta semana e é completado, basicamente, no final da oitava semana. SEPTAÇÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR Ao final da quarta semana, os coxins endocárdicos são formados e, à medida que células mesenquimais vão invadindo essas estruturas, elas vão se aproximando e dividem o canal atrioventricular em direito e esquerdo. A separação atrioventricular é parcial. SEPTAÇÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO O átrio primitivo começa a se dividir em átrios direito e esquerdo no final da quarta semana pela formação, modificação e fusão de dois septos: septum primum e septum secundum. O septum primário é uma membrana delgada, de crescimento caudal, ou seja, na direção dos coxins endocárdicos a partir do teto do átrio primitivo, dividindo parcialmente o átrio comum em metades direita e esquerda. Um espaço entre o septum primum e os coxins se forma, o forame primum, permitindo que o sangue oxigenado passe do átrio direito para o esquerdo. Gradativamente, o forame primum vai se fechando quando o septum primum se funde aos coxins (que já estão fundidos também) formando o septo atrial primitivo. Porém, devido a apoptose, aparecem na parte central do septum
  • 5. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 5 www.medresumos.com.br primum, perfurações que se unem formando o forame secundum. Esse garante um fluxo contínuo de sangue oxigenado do átrio direito para o esquerdo. Uma membrana muscular cresce craniocaudalmente da parede ventrocefálico do átrio, imediatamente a direito do septum primum – o septum secundum. Essa membrana faz uma separação incompleta dos átrios formando uma escavação oval – o forame oval. A parte cranial do Septum Primum desaparece gradualmente, e sua parte caudal forma a válvula do Forame Oval. SEPTAÇÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO A divisão do ventrículo primitivo em dois ventrículos se deve ao septo interventricular (IV) primitivo. Esse septo localizado na porção inferior do coração tem a função de separar o ventrículo esquerdo do direito, para que não haja mistura de sangue venoso com o arterial. O Septo Interventricular cresce cranialmente em direção ao coxim endocárdico fusionado, no entanto não o fecha. O forame interventricular localiza-se entre o septo interventricular muscular e o coxim endocárdico. O Septo Interventricular Secundário (Membranáceo) atua fechando o forame interventricular. SEPTAÇÃO DO BULBO CARDÍACO E DO TRONCO ARTERIOSO O bulbo cardíaco forma o ventrículo direito e o tronco arterioso forma a artéria aorta e o tronco pulmonar. A septação dessas estruturas só é possível pela formação das cristas, que são estruturas arredondadas formadas pela aglomeração de células mesenquimais, como as dos septos cardíacos. São formadas duas cristas bulbares e duas cristas do tronco arterioso. As cristas bulbares são formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o bulbo cardíaco. São contínuas superiormente com as cristas do tronco arterioso. As cristas do tronco arterioso são formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o tronco arterial. São contínuas inferiormente com as cristas bulbares.
  • 6. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 6 www.medresumos.com.br As cristas se unem e formam uma parede espiralada em 180º, sendo chamado de septo aorticopulmonar. O septo divide o tronco arterial em dois vasos, a Aorta e o Tronco pulmonar. O Bulbo Cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos, dando origem ao “Cone Arterial” (Infundíbulo), entrada para o Tronco Pulmonar e ao “Vestíbulo Aórtico”, entrada para a Aorta. DESENVOLVIMENTO DAS VÁLVULAS CARDÍACAS Valvas cardíacas são estruturas formadas basicamente por tecido conjuntivo que se encontra na saída de cada uma das quatro câmaras do coração. Interpõem-se entre átrios e ventrículos bem como nas saídas das artérias aorta e artéria pulmonar. Elas permitem o fluxo de sangue em um único sentido não permitindo que este retorne. Existem quatro valvas no coração que são:  Mitral ou bicúspide – Lembra o formato de uma mitra. Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.  Tricúspide - Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio direito e o ventrículo direito.  Aórtica - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo em direção à aorta.  Pulmonar - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo direito em direção à artéria pulmonar. Na diástole o coração está relaxado, abrem-se as cavidades cardíacas, entra o sangue nos átrios e depois nos ventrículos, mas não reflui o sangue para trás da artéria para o coração porque as valvas pulmonar e aórtica estão fechadas nesse momento. Na sístole o coração se contrai e o sangue deve ir dos ventrículos para as artérias, então as valvas pulmonar e aórtica estão abertas, O sangue não reflui para trás em direção aos átrios porque na sístole ventricular as valvas mitral e tricúspide se fecham. ANOMALIAS DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS Os defeitos congênitos do coração são comuns, com uma frequência de 6 a 8 casos em cada 1.000 nascimentos. Causados por alterações genéticas, cromossômicas e teratógenos (ex: vírus da rubéola). A maioria dos defeitos cardíacos é bem tolerada durante a vida fetal. Ao nascimento, o impacto desses defeitos torna-se evidente. CORRELAÇÕES CLÍNICAS Dextrocardia: Se o tubo cardíaco se dobra para a esquerda em vez de se dobrar para a direita, o coração fica deslocado para a direita e há uma transposição, na qual o órgão e seus grandes vasos estarão invertidos da esquerda para a direita. Se não existem outras anomalias vasculares associadas, esses corações funcionam normalmente.
  • 7. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 7 www.medresumos.com.br Ectopia do coração: Como o próprio nome sugere, o coração está em um local anormal, de forma parcial ou completamente exposta na superfície do tórax, podendo até mesmo fazer protrusão através do diafragma, para a região do abdome. Nesses casos, a morte precoce ocorre em questão de minutos ou horas após o parto, devido às infecções as quais o indivíduo está sujeito a paradas cardíacas ou a hipoxemia. A causa mais comum é a falta de desenvolvimento adequado do esterno e da cavidade pericárdica por fusão incompleta das pregas laterais, durante a formação da parede torácica na quarta semana de desenvolvimento. O procedimento cirúrgico consiste em cobrir o coração com a pele. Defeitos do septo atrial e ventricular: são defeitos na formação dos orifícios nas paredes (septos) que separam o coração em um lado esquerdo e em um lado direito. Em ambos os tipos, o sangue que retorna ao coração oriundo dos pulmões não segue o circuito completo. Ele é enviado de volta aos pulmões ao invés de ser bombeado para o resto do organismo. Consequentemente, a quantidade de sangue nos vasos sanguíneos pulmonares aumenta, acarretando dificuldade respiratória, dificuldade para se alimentar, sudorese. O diagnóstico é feito através do eletrocardiografia, ultrassonografia, radiografia e cateterismo cardíaco. Os defeitos podem ser reparados cirurgicamente. Defeitos do septo atrial: A forma mais comum do DSA é o forame oval patente. Um forame oval patente, em especial quando associado a outros defeitos, tais como, estenose ou atresia da pulmonar, provoca um desvio de sangue para o átrio esquerdo causando cianose. Outra manifestação clínica é a insuficiência ventricular direita. Defeitos do septo ventricular: O defeito do septo ventricular membranoso é o mais comum. É frequente durante o primeiro ano, 30% a 50% dos DSV muito pequenos fecharem-se espontaneamente. A maioria dos pacientes com um grande DSV tem um desvio de sangue maciço da esquerda para a direita. Grandes DSV com excessivo fluxo sanguíneo pulmonar e hipertensão pulmonar, resultam em dispneia e insuficiência cardíaca no início da infância. Tetralogia de Fallot: A cianose é um dos sinais clássicos da tetralogia. Essa anomalia ocorre quando a divisão do tronco arterial é tão desigual que o tronco pulmonar não tem luz no nível da válvula pulmonar. Toda a saída do ventrículo direito é através da aorta. A corrente sanguínea pulmonar fica dependente, geralmente, de um ducto arterial patente. O reparo cirúrgico primário é o tratamento de escolha no início da infância. Consiste em quatro anomalias:  Estenose pulmonar (obstrução do fluxo do ventrículo direito) – dificuldade na passagem de sangue pobre em oxigênio para os pulmões.  Defeito do septo ventricular – ocorre quando existe um orifício entre os dois ventrículos.  Dextroposição da aorta - desalinhamento para a direita da aorta ao sair do coração  Hipertrofia do ventrículo direito – devido ao excessivo trabalho, o músculo aumenta de massa, principalmente de espessura. Estenose e atresia aórtica: Neste caso, as bordas da válvula estão usualmente fusionadas, formando uma estreita abertura. Pode ser congênita ou pode se desenvolver após o nascimento. A estenose valvular causa um trabalho extra para o coração, o que resulta em hipertrofia do ventrículo esquerdo e sons cardíacos anormais (sopro cardíaco). O estreitamento da aorta resulta da persistência do tecido que normalmente degenera quando a válvula se forma. Coartação da aorta: Ocorre em cerca de 10% das crianças com doença congênita do coração. Consiste em um estreitamento da artéria Aorta, quase sempre imediatamente após a formação do arco aórtico e da saída da artéria subclávia esquerda. A coartação da aorta reduz o fluxo sanguíneo para a metade inferior do corpo. Por essa razão, a pressão arterial e a intensidade dos pulsos é mais baixa que o normal nos membros inferiores e mais elevada nos membros superiores. É detectada durante exame físico em função de determinadas alterações do pulso e da pressão arterial. O diagnóstico é confirmado através de radiografias, da eletrocardiografia e da ultrassonografia (ecocardiografia). Geralmente a cirurgia é realizada no início da infância.
  • 8. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 8 www.medresumos.com.br CIRCULAÇÃO FETAL E NEONATAL As circulações sanguíneas são bastante diferentes no período fetal e no período neonatal. CIRCULAÇÃO FETAL A oxigenação ocorre na placenta. O pulmão não realiza a função de trocas. O sangue oxigenado e rico em nutrientes retorna da placenta pela veia umbilical. Ao se aproximar do fígado, cerca de metade do sangue sob alta pressão passa diretamente para o ducto venoso. A circulação do sangue através do DV é regulada por um esfíncter próximo à veia umbilical. Após um pequeno trajeto na VCI, o sangue entra no átrio direito do coração. Como a VCI contém sangue pobremente oxigenado vindo dos membros inferiores, do abdome e da pelve, o sangue que entra no átrio direito não é tão bem oxigenado quanto o que vem da veia umbilical. A maior parte do sangue da VCI é direcionada para o átrio esquerdo. Aí ele se mistura com uma pequena quantidade de sangue pobremente oxigenado que está retornando dos pulmões pelas veias pulmonares. Os pulmões fetais extraem oxigênio do sangue, o qual passa então do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deixa o coração através da aorta ascendente. As artérias para o coração, cabeça, pescoço e membros superiores recebem sangue bem oxigenado. O fígado também recebe da veia umbilical. A pequena quantidade de sangue bem oxigenado da VCI que sobra no átrio direito se mistura ao sangue pouco oxigenado da VCS e passa para o ventrículo direito. Esse sangue deixa o coração através do tronco pulmonar. Cerca de 10% desse sangue vai aos pulmões, mas a maior parte dele passa através do ducto arterial para a aorta descendentes e vai para o corpo fetal, retornando para a placenta através das artérias umbilicais. Somente um pequeno volume de sangue da aorta ascendente entra na aorta descendente. Aproximadamente 65% do sangue na aorta descendente passam para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para reoxigenação. Os 35% restantes suprem as vísceras e a parte inferior do corpo. CIRCULAÇÃO NEONATAL Ao nascimento ocorrem importantes ajustes circulatórios, quando cessa a circulação do sangue fetal através da placenta e os pulmões se expandem e começam a funcionar. Dentre as mudanças está o fechamento do ducto nervoso, do forame oval e do ducto arterioso. Em virtude do aumento da circulação sanguínea, a pressão no átrio esquerdo torna-se mais alta do que no átrio direito. Todo o sangue do ventrículo direito flui agora para as artérias pulmonares. O DA se contrai ao nascimento, mas em um bebê a termo há um pequeno desvio de sangue, via DA, da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas. As artérias umbilicais contraem-se ao nascimento impedindo a perda de sangue do bebê. O fluxo sanguíneo continua através da veia umbilical, transferindo o sangue fetal da placenta para o bebê. O fechamento dos vasos fetais é inicialmente uma alteração funcional. Mais tarde, o fechamento anatômico resulta da proliferação de tecidos epitelial e fibroso.
  • 9. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 9 www.medresumos.com.br
  • 10. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 10 www.medresumos.com.br HISTOLOGIA: APARELHO CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é constituído por dois componentes distintos: o sistema sanguíneo ou cardiovascular (cuja função é transportar sangue em ambas as direções entre o coração e os tecidos) e sistema linfático (que tem como função colher a linfa, o excesso de fluido extracelular dos tecidos e leva-lo de volta para o sistema cardiovascular). O primeiro, constituído por túbulos que carregam sangue bombeado pelo coração, é um sistema fechado. Já o segundo se inicia em capilares muito pequenos, absorvendo líquidos e excretas que saem da corrente sanguínea e não conseguem voltar pela mesma, voltando por meio dos vasos linfáticos. SISTEMA CARDIOVASCULAR É um sistema fechado por onde percorre o sangue responsável por nutrir e retirar os metabolismos do corpo. Esse sistema é dotado de uma bomba muscular que renova a energia mecânica do sangue constantemente, o coração, responsável por enviar sangue para dois circuitos distintos: o circuito pulmonar (que leva o sangue de e para os pulmões) e o circuito sistêmico (que distribui o sangue de e para todos os órgãos e tecido do corpo). Devido a ação desta bomba, os vasos vão se tornar mais espessos e resistentes, diferentemente dos vasos linfáticos. OBS: A pequena circulação é a pulmonar, aquela que leva sangue venoso do ventrículo direito para realizar a hematose trazendo sangue arterial para o átrio esquerdo. A grande circulação é a sistêmica, que leva sangue arterial para nutrir todos os tecidos do corpo (inclusive o pulmonar) saindo do ventrículo esquerdo, retornando ao átrio direito com sangue venoso. Os circuitos circulatórios são constituídos por:  Artérias: uma serie de vasos que retiram sangue do coração, ramificam-se em vasos de diâmetro cada vez menor, e suprem de sangue todas as regiões do corpo.  Capilares: formam leitos capilares, uma rede de vasos de paredes delgadas através dos quais gases, nutrientes, resíduos metabólicos, hormônios e substâncias sinalizadoras que são trocadas entre o sangue e os tecidos do corpo.  Veias: vasos que drenam os leitos capilares e formam vasos cada vez maiores trazendo o sangue de volta ao coração. ESTRUTURA DOS VASOS SANGUÍNEOS A maioria dos vasos sanguíneos tem várias características estruturalmente semelhantes, apesar de existirem diferenças peculiares, e estas constituem as bases para a classificação dos vasos em grupos distintos. De um modo geral, as artérias têm paredes mais espessas e um diâmetro menor do que suas contrapartes venosas. Suas camadas se dão, de uma forma geral, da seguinte maneira:  Túnica Íntima: reveste a luz dos vasos. É formada pelo endotélio (TER simples pavimentoso) e camada subendotelial (TCPD frouxo ou TCPD denso não modelado). Tem a função de facilitar a fluidez adequada do sangue através dos vasos.  Lâmina Elástica Interna: separa a túnica íntima da túnica média e é bastante desenvolvida nas artérias musculares.  Túnica Média: formada por uma camada de células musculares lisas concêntricas, fibras elásticas e reticulares, proteoglicanos e glicoproteínas. É mais espessa em artérias e está ausente nos capilares e vênulas pós- capilares, apresentando pericitos (células com prolongamentos citoplasmáticos com funções de contratilidade). Possui a função de contração e facilitação da passagem do sangue através dos vasos sendo responsável pela resistência dos vasos sanguíneos.  Lâmina Elástica Externa: separa a túnica média da túnica adventícia.  Túnica Adventícia: formada por TCPD frouxo com fibras elásticas, nervos simpáticos pós-ganglionares amielínicos, vasa vasorum (pequenos vasos que penetram a camada adventícia para irrigar as túnicas média e adventícia). Tem a função de proteção doa vasos. Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
  • 11. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 11 www.medresumos.com.br Arteriosclerose: pouca produção de fibras elásticas na parede dos vasos devido às células envelhecidas, tornando-as mais enrijecidas. Aterosclerose: depósito de gordura (ateromas) junto a parede dos vasos, podendo evoluir para AVCs. ARTÉRIAS São vasos sanguíneos que recebem sangue do coração. Estão classificadas em três tipos: elásticas (condutoras), musculares (distribuidoras) e arteríolas, de acordo com seu tamanho relativo em referência as suas túnicas médias. • Artérias Elásticas (condutoras): são artérias mais calibrosas, com maior pressão, apresentando grande quantidade de fibras elásticas intercaladas às fibras musculares na túnica média. Suas células endoteliais contêm corpúsculos de Weibel-Palade (importante para coagulação). As lâminas elásticas são pouco desenvolvidas. São exemplos: aorta, tronco pulmonar, artérias ilíacas. • Artérias Musculares (distribuidoras): dão continuidade às artérias elásticas com pressão interna menor. A túnica média é um pouco menor comparada com a artéria elástica. As lâminas elásticas são bem desenvolvidas. Estão representadas, por exemplo, por artérias que partem da aorta. • Arteríolas (vasoconstricção e vasodilatação): são mais finas, caracterizada pela vasoconstricção e vasodilatação. Possui a túnica média bem fina. • Metarteríolas: são arteríolas terminais que impedem a passagem de sangue para os capilares, o levando diretamente para as vênulas, caso o corpo necessite de sangue em pouco tempo. As células musculares não são contínuas, circulando o endotélio do capilar. As lâminas elásticas são totalmente desenvolvidas. ESTRUTURAS SENSORIAIS ESPECIALIZADAS DAS ARTÉRIAS Receptores localizados nas artérias que indicam as necessidades fisiológicas do sangue, regulando pressão, equilíbrio hidroeletrolítico, etc. São formados por células sensoriais classificadas como neuroepitélio. • Seios Carótidos: são barorreceptores que detectam variações de pressão. • Corpos Carótidos e Corpos Aórticos: quimiorreceptores que detectam gradientes de O2 e CO2, mandando estímulos para o sistema nervoso que controla a respiração. CAPILARES Vasos mais numerosos formados a partir das extremidades terminais das arteríolas. Possuem apenas endotélio na túnica íntima e ainda lâmina basal. Essas células endoteliais estão unidas por zonas de oclusão. Apresentam pericitos estimulando a contração. Apresentam funções de favorecer as trocas metabólicas do sangue com os tecidos e são importantes na fisiopatologia dos processos inflamatórios. CLASSIFICAÇÃO DOS CAPILARES • Contínuos ou Somáticos: são destituídos de poros. Irrigam nervos periféricos, músculo esquelético, pulmão, timo. O transporte de substâncias é mediado por carregadores. • Fenestrados ou Visceral: apresentam numerosos poros (presença diafragma que controla a troca de materiais). Irrigam glândulas endócrinas, pâncreas, intestino, rins. • Sinusoides ou descontínuos: são tortuosos com luz ampla, apresentando grandes fenestras e espaços intercelulares. Irrigam fígado, baço, linfonodo, medula óssea, córtex renal.
  • 12. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 12 www.medresumos.com.br OBS: Anastomoses arteriovenosas: são regiões em que acontece uma ligação direta da arteríola sem que seja necessária uma interligação por capilares. Nesses casos, a camada muscular das arteríolas torna-se mais espessas. VEIAS São vasos que levam sangue de volta para o coração. Como não somente as veias são muito mais numerosas do que as artérias, mas em geral, o diâmetro de sua luz também é bem maior (quase 70% do volume total de sangue fica nestes vasos). Por não terem altas pressões como ocorre nas artérias, existe um sistema de válvulas nesses vasos que ajudam no movimento de repouso venoso. CLASSIFICAÇÃO DAS VEIAS As veias não possuem as túnicas elásticas, como as existentes nas artérias. A sua camada muscular também não é tão desenvolvida. Sua principal característica é a túnica adventícia bem evidente. • Veias de Grande Calibre: a sua túnica íntima assemelha-se às das veias médias (endotélio com lâmina basal e fibras reticulares), exceto o fato que as grandes veias têm uma camada espessa subendotelial do tecido conjuntivo contendo fibroblastos e uma rede de fibras elásticas. A adventícia dessas veias apresenta fibras elásticas, abundantes fibras de colágeno e vasa vasorum. • Veias de Médio Calibre: sua túnica intima apresenta endotélio com lâmina basal e fibras reticulares. Por vezes, uma rede elástica circunda o endotélio, mas não formam lâminas como nas artérias. A adventícia é espessa, apresentando fibras elásticas e feixes de colágeno. • Veias de Pequeno Calibre: apresenta o endotélio fino, com túnica adventícia bem desenvolvida e rica em colágeno. • Vênula: as paredes destas são semelhantes às dos capilares, com endotélio delgado envolvido por fibras reticulares e pericitos. A túnica média é ausente nas vênulas pós-capilares e presentes nas vênulas musculares. Defeitos de Válvulas: crianças que tiveram febre reumática podem, mais tarde, apresentar a doença da valva cardíaca em consequência de cicatrizes das valvas causadas pelo episódio. Nesses casos, acontece uma incompetência das valvas (principalmente a mitral e a valva aórtica), dificultando seu fechamento ou abertura. Aneurisma: alterações que podem ocorrer em qualquer vaso do sistema cardiovascular, em que a luz do vaso aumenta. Veias varicosas: veias dilatadas de forma anormal devido à perda de tônus muscular, da degeneração da parede dos vasos e da incompetência das valvas.
  • 13. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 13 www.medresumos.com.br CORAÇÃO Bomba muscular formada por quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos), constituídas basicamente por tecido epitelial, muscular, conjuntivo e um tecido epitelial externo. Essa configuração se continua, concomitantemente, por todo decorrer dos vasos. ESQUELETO DO CORAÇÃO O esqueleto do coração é rico em fibras colágenas, sendo responsável por fornecer sustentação ao órgão, que possui uma grande atividade motora. É constituído por tecido conjuntivo denso, possuindo três componentes principais: • Anéis Fibrosos: formados em torno da base da aorta, da artéria pulmonar e dos óstios atrioventriculares. • Trígono Fibroso: formado primariamente na vizinhança da área da cúspide da valva aórtica, na região do septo cardíaco. • Septo Membranoso: constitui a porção superior e membranácea do septo interventricular. CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO As três camadas que constituem a parede do coração são endocárdio (reveste internamente os átrios e ventrículos), miocárdio (camada muscular espessa) e epicárdio (pericárdio visceral), homólogos às túnicas íntima, média e adventícia, respectivamente dos vasos sanguíneos. ENDOCÁRDIO O endocárdio, um epitélio pavimentoso simples, e o tecido conjuntivo subendotelial subjacente revestem a luz do coração. Seus aspectos principais são:  É formado por T.E.R. Simples Pavimentoso, tendo como função manter a luz do órgão sem ondulações e irregularidades.  Mais profundamente, existe a camada conjuntiva subjacente, a camada subendocárdica, composta por fibras colágenas, com presença marcante de fibroblastos e macrófagos. É nessa camada em que se encontram as fibras de Purkinje (células musculares estriadas cardíacas diferenciadas) do sistema de condução elétrica do coração, disseminando o impulso de contração do coração. MIOCÁRDIO Representa a espessa camada média do coração, composta por células de músculos cardíaco dispostas em espirais complexas em torno dos orifícios das câmaras.  Camada mais espessa do coração.  Presença de fibroblastos e tecido fibroso.  Fibras musculares estriadas uninucleadas ou binucleadas com presença de discos intercalares (unem, rigidamente, uma fibra a outra). EPICÁRDIO O epicárdio, homólogo da adventícia dos vasos, coincide com o pericárdio visceral que recobre o coração, aderindo-se, intimamente, a ele.  Constituída de T.E.R. Pavimentoso simples denominado mesotélio.  Camada mais externa do coração.  Local onde há maior depósito de tecido adiposo.  Presença de fibras colágenas. OBS: Propagação do impulso nervoso no coração: SNA  Nó sinusal ou sinoatrial (marca passo natural do coração, coordenado pelo sistema nervoso autônomo simpático – através da adrenalina é estimulado – e parassimpático – através da acetilcolina é retardado).  Nó átrio ventricular (localizado na região do septo)  Fibras de Purkinje (subendocárdio). NÓ SINUSAL / SINOATRIAL / NODO AS É considerado o marca passo natural do coração, de onde nascem os estímulos, localizado na junção da veia cava superior com o átrio direito. Estas células musculares podem despolarizar-se espontaneamente 70 vezes por minuto, criando um impulso que se espalha pelas paredes da câmara atrial, através de vias internodais, até o nó atrioventricular. O ritmo é modulado pelo SNA:  Simpático: através de descargas de adrenalina, estimula o bombeamento sanguíneo, aumentando, dessa maneira a pressão.  Parassimpático: através da acetilcolina, retarda o bombeamento sanguíneo, diminuindo a pressão arterial.
  • 14. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 14 www.medresumos.com.br NÓ ATRIOVENTRICULAR / NODO AV Localizado na parede do septo, logo acima da valva tricúspide. É responsável pela propagação do impulso dos átrios para os ventrículos, ocasionando um retardo desse impulso, fazendo com que a contração ventricular n seja igual com a contração atrial. FIBRAS DE PURKINJE Grandes células cardíacas modificadas localizadas na camada subendocárdica formam as fibras de Purkinje, que transmitem os impulsos para as células musculares cardíacas localizadas no ápice do coração, onde tem inicio a contração do miocárdio ventricular. SISTEMA LINFÁTICO Inicia-se em pequenos capilares linfáticos formados por células epiteliais em fundos de saco. Esses capilares desaguam seu conteúdo em vasos linfáticos, que desembocam em ductos linfáticos (ducto torácico – restante do corpo - e o ducto linfático direito – linfa do quadrante superior direito). Os linfonodos estão interpostos ao longo do trajeto dos vasos linfáticos e a linfa precisa passar por eles para ser filtrada e limpa de materiais em partículas. Linfócitos são adicionados à linfa e ela sai desses linfonodos por meio dos vasos linfáticos eferentes. Os vasos linfáticos podem ser classificados como: • Capilares Linfáticos: vasos de parede delgada constituídas por uma única camada de células endoteliais e uma lâmina própria incompleta. • Vasos Linfáticos Pequenos e Médios: possuem valvas com espaçamento próximo. • Vasos Linfáticos Grandes: assemelham-se estruturalmente às pequenas veias, exceto por sua luz ser maior e sua parede ser mais fina. Possuem uma delgada camada de fibras elásticas abaixo do endotélio e uma fina camada de células musculares lisas. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O “ataque cardíaco” é a morte do músculo cardíaco por isquemia. É a forma mais importante de cardiopatia isquêmica (por obstrução de vasos sanguíneos do próprio coração, causando falta de oxigenação às células do miocárdio), sendo ela a principal causa de morte nos EUA e países industrializados.  EUA: 1,5 milhão de pessoas sofrem IAM. Anualmente 1/3 morre.  Brasil: primeira causa de morte (33%): de cada 10 vítimas, 06 são do sexo masculino. OBS 12 : A incidência em homens é maior pois mulheres possuem uma certa proteção dos estrógenos. FATORES DE RISCO  Histórico familiar de doença coronariana  Idade (a partir dos 60 anos)  Presença de fatores que predispõem a aterosclerose: Hipertensão; Tabagismo; Diabetes; Hipercolesterolemia.
  • 15. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 15 www.medresumos.com.br  Obesidade  Estresse  Sedentarismo TIPOS DE INFARTO 1. Transmural  Toda ou quase toda a espessura da parede ventricular  Área irrigada por uma única artéria coronária  Associado a aterosclerose coronariana  Alteração da placa  Estenose / Trombose 2. Subendocárdico  Limitada ao terço interior ou no máximo a metade da parede ventricular, podendo se estender lateralmente  Pode ir além da área de uma única artéria coronária  Formação da placa  Formação de trombo que lisa antes que a necrose se estenda  Redução da PA BASES DA ISQUEMIA • Aterosclerose coronariana • Alteração da morfologia de uma placa ateromatosa • Exposição ao colágeno subendocárdico • Ativação plaquetária (adesão, agregação, ativação e liberação de agentes agregadores) • Trombose • Vasoespasmo • Perda do suprimento sanguíneo  consequências bioquímicas, morfológicas e funcionais. RESPOSTA DO MIOCÁRDIO • Morte celular • Cessação da glicólise aeróbica  em segundos • Perda de contratilidade  dentro de 60 segundos após isquemia • Relaxamento miofibrilar • Depleção de glicogênio • Tumefação mitocondrial e celular • Apenas isquemia intensa (20 a 40 minutos) leva a danos irreversíveis (necrose). • Reconstituição do tecido por tecido fibroso (fibroblastos), inclusive com angiogênese. ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS • 0 – ½ h  sem alteração. • ½ - 4 h  geralmente sem alteração. Ondulação variável das fibras na borda. • 4 – 12 h  início da necrose por coagulação; edema; hemorragia. • 12 - 24 h  continuação da necrose por coagulação  picnose dos núcleos  miócitos com hipereosinofilia  necrose marginal com faixas de contração  início do infiltrado neutrofílico • 1 - 3 dias  necrose por coagulação  perda dos núcleos e das estriações  infiltrado intersticial de neutrófilos • 3 – 7 dias  início da desintegração das miofibrilas mortas  morte de neutrófilos  fase inicial da fagocitose das células mortas pelos macrófagos na borda da área infartada. • 7 – 10 dias  fase avançada da fagocitose das células mortas  fase inicial da formação do tecido de granulação fibrovascular nas margens. • 10 - 14 dias  tecido de granulação  novos vasos sanguíneos  deposição de colágeno • 2 – 8 semanas  aumento da deposição de colágeno  diminuição da celularidade. • > 2 meses  cicatriz colagenosa densa.
  • 16. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 16 www.medresumos.com.br ANATOMIA SISTÊMICA: SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é constituído por um conjunto fechado de tubos, no interior dos quais circulam livremente humores. Os Vasos Sanguíneos e Linfáticos representam o sistema de tubos, enquanto que aos humores correspondem o sangue e a linfa. A circulação do sangue é garantida pela existência de um órgão central, o coração, que através de sua contração rítmica impulsiona-o através da rede vascular. IMPORTÂNCIA FUNCIONAL A função primordial do sistema circulatório é levar oxigênio e nutrientes a todos os tecidos do Corpo Humano. Entretanto, também acumula outra importante tarefa, remover os resíduos originados pelo metabolismo celular, dos locais onde foram produzidos, conduzindo-os até os órgãos destinados a sua eliminação do nosso organismo. As trocas entre o sangue e os tecidos são realizadas por processo de permeabilidade seletiva em nível dos capilares, vasos de reduzido calibre, paredes muito finas e porosas, especialmente adaptados para esse fim. A parte fluída do sangue, o plasma, atravessa as paredes dos capilares, em direção aos espaços intercelulares. Quando o plasma alcança os espaços intercelulares passa a ser denominado de linfa, circulando entre as células, distribuindo os nutrientes e recolhendo as excretas do metabolismo celular. Depois de realizar as trocas com o tecido, a Linfa é recolhida pelos capilares e Vasos Sanguíneos, ou pelos linfáticos, retornando a circulação sanguínea junto com os resíduos produzidos pelas células durante seu metabolismo. DIVISÃO ANATÔMICA Sistema sanguíneo Sistema linfático Órgãos hematopoiéticos  Coração  Vasos Sanguíneos  Artérias  Veias  Capilares  Vasos Condutores da Linfa  Vasos Linfáticos  Capilares Linfáticos  Troncos Linfáticos  Órgãos Linfoides: Linfonodos, Tonsilas  Medula Óssea  Órgãos Linfoides: Timo e Baço CORAÇÃO É um órgão muscular oco, subdividido internamente por seu esqueleto fibroso, em 04 câmaras, duas superiores (Átrios) e outras duas inferiores (Ventrículos). Funciona como uma bomba aspirante e premente.  Aspirante, porque suga o sangue de 06 Veias encontradas em sua base (Veia Cava Superior, Veia Cava Inferior, e Veias Pulmonares) para o interior das câmaras superiores, durante o relaxamento do Músculo Cardíaco (Diástole).  Premente, porque empurra o sangue das câmaras inferiores (Ventrículos) para o interior de Artérias (Aorta e o Tronco Pulmonar), associadas às referidas câmaras, durante a contração do Músculo Cardíaco (Sístole), e assim impulsiona o fluído ao longo da Circulação Sistêmica (Coração-Corpo- Coração), ou da Circulação Pulmonar (Coração-Pulmão- Coração). Está localizado no interior da cavidade torácica, num espaço entre os dois pulmões denominado mediastino. Apresenta disposição oblíqua de seu longo eixo, com 2/3 do seu volume à esquerda do plano mediano, e o 1/3 restante situado à direita do referido plano. Encontra-se por cima do m. diafragma, por diante do esôfago, da porção torácica da a. aorta e da coluna vertebral, por trás das cartilagens costais e do osso esterno. A manutenção da posição do coração no Tórax é garantida através dos seguintes meios de fixação: • Continuidade com os Vasos da base:  Artéria Aorta  V. Cava Superior  V. Cava Inferior  Tronco Pulmonar  Vv. Pulmonares • Saco fibro-seroso que envolve e fixa o coração: Pericárdio Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
  • 17. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 17 www.medresumos.com.br Relação Coração x Área Cardíaca A área cardíaca corresponde à área de projeção do coração sobre a parede anterior do tórax.  Situa-se entre dois planos, um superior localizado em nível do 2º espaço intercostal e um inferior no 5º espaço intercostal.  No 2º espaço intercostal devemos estabelecer dois pontos: um ponto “A” situado a 2cm da margem esquerda do osso esterno e um ponto “B” localizado a 2cm do margem direita do mesmo osso.  No plano inferior também devemos estabelecer duas referências: um ponto “C” justamente sobre a margem direita do osso esterno e o ponto “D” localizado aproximadamente a 6 cm do referido osso.  Após estabelecermos os pontos, iremos ligá-los através de linhas ligeiramente abauladas de convexidade voltada para fora, resultando na delimitação da área cardíaca. O principal constituinte das paredes do coração é o miocárdio, sendo o mesmo revestido por duas outras túnicas: uma interna o endocárdio e a outra externa o epicárdio.  O miocárdio é composto pelo tecido muscular estriado cardíaco, que apesar de apresentar estriações transversais semelhante aos Mm. esqueléticos, seu funcionamento independe da nossa vontade.  O endocárdio corresponde à túnica íntima do coração, é composta de células endoteliais escamosas e contínua com o revestimento endotelial dos vasos. OBS: O pericárdio é uma bolsa fechada, formada por uma membrana fibroserosa que recebe o coração e vasos da base. Encontra-se no mediastino médio, está fixado anteriormente a parede do esterno pelos ligamentos esterno pericárdico; unido posteriormente por tecido conjuntivo frouxo as estruturas do mediastino posterior e inferiormente com o diafragma através do ligamento do pericárdio frênico. Esse saco fechado é formado por duas camadas: A camada mais externa, pericárdio fibroso, e uma camada interna chamada de pericárdio seroso. O pericárdio seroso é uma membrana fina e brilhosa que recebe o nome de lâmina parietal do pericárdio seroso. Essa lâmina se reflete ao coração e nos grandes vasos, passando a ser chamada de Lâmina visceral do pericárdio seroso. Entre essas duas lâminas existe uma cavidade (espaço virtual) que contém uma fina película de líquido, que permite ao coração se movimentar sem atrito. CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÂO Externamente, o coração apresenta para estudo: 03 faces; 01 margem; Ápice; Base.
  • 18. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 18 www.medresumos.com.br  Margem direita  Ápice  Base  Faces: Esternocostal; Diafragmática; Pulmonar. o Face esternocostal: na Posição Anatômica de Estudo, está voltada para o osso Esterno e para as cartilagens costais.  Aurícula Direita  Aurícula Esquerda  Artéria Aorta  Tronco Pulmonar  Sulco Coronário  Ventrículo Direito  Sulco Interventricular Anterior  Ventrículo Esquerdo o Face diafragmática: em Posição Anatômica de Estudo, está voltada para baixo, apoiada sobre o M. Diafragma.  Átrio Direito  V. Cava Superior  V. Cava Inferior  Átrio Esquerdo  Vv. Pulmonares  Sulco Coronário  Ventrículo Direito  Sulco Interventricular Posterior  Ventrículo Esquerdo o Face pulmonar: face do órgão que em Posição Anatômica está ajustada na impressão Cardíaca do Pulmão Esquerdo.  Aurícula Esquerda  Sulco Coronário  Ventrículo Esquerdo CONFIGURAÇÃO INTERNA DO CORAÇÃO Internamente o coração é subdividido em 04 câmaras, através de septos de natureza fibrosa, que fazem parte do esqueleto fibroso do coração.  Câmaras:  Átrio Direito  Ventrículo Direito  Átrio Esquerdo  Ventrículo Esquerdo  Septos e óstios:  Inter-Atrial  Atrioventricular  Inter-Ventricular  Óstios Atrioventriculares (direito e esquerdo) ÁTRIO DIREITO Câmara cuboide e alongada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde à direção das veias cavas, o seio da veia cava, e uma expansão desta, que corresponde a aurícula direita. Para estudo anatômico, apresenta seis paredes:
  • 19. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 19 www.medresumos.com.br  Parede anterior: Óstio Atrioventricular Direito  Parede posterior: Crista Terminal  Parede superior: Óstio da V. Cava Superior  Parede inferior: Óstio da V. Cava Inferior  Parede lateral: Mm. Pectinados  Parede medial: Fossa Oval e Limbo CIA = Comunicação Interarterial. Complicação neonatal em que ocorre persistência do forame oval, causando mistura do sangue arterial com o venoso no recém-nascido. Complicações: Insuficiência Cardíaca; arritmias; Hipertensão Pulmonar. ÁTRIO ESQUERDO Câmara cuboide alargada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde a desembocadura das 04 Vv. Pulmonares, e sua expansão que corresponde a aurícula direita. Apresenta, para estudo anatômico, cinco paredes:  Parede anterior: Óstio Atrioventricular Esquerdo  Parede posterior: Óstios das Vv. Pulmonares  Parede lateral: Mm. Pectinados  Parede medial: Impressão produzida pela Fossa Oval VENTRÍCULO DIREITO Suas paredes apresentam-se menos espessas que a do esquerdo (1/3 da espessura). Sua capacidade é de 85 ml. A cavidade do ventrículo direito, apresenta a forma de um triângulo de base superior. A base deste triângulo está voltada para cima, e nela iremos encontrar dois orifícios: Óstio atrioventricular direito, permite a comunicação com o átrio direito. Este óstio está provido de um conjunto de três válvulas (anterior, posterior, septal), que vão constituir a valva Atrioventricular Direita. As válvulas representam dispositivos orientadores da corrente sanguínea que impedem o refluxo do sangue do Ventrículo para Átrio. Para exercer esta função, as válvulas associam-se aos músculos papilares (2) através de finos filamentos, as cordas tendíneas (3). Medialmente ao Óstio Atrioventricular encontramos o Óstio do Tronco Pulmonar, guarnecido pela Valva do Tronco Pulmonar. VENTRÍCULO ESQUERDO Ocupa uma pequena porção da face esternocostal, entretanto representa a metade da face diafragmática. Este ventrículo é maior e apresenta paredes mais espessas quando comparado ao direito. A forma do ventrículo esquerdo se assemelha a do direito. Na base do triângulo, assim como no direito, nós iremos observar a existência de dois orifícios: Óstio Atrioventricular esquerdo, guarnecido da Valva Atrioventricular Esquerda. A Valva Atrioventricular esquerda é constituída por 02 válvulas, e apresenta as mesmas relações que a direita, como também função semelhante. Medialmente ao Óstio Atrioventricular Esquerdo encontramos o Óstio da A. Aorta, guarnecido pela Valva da Aorta.
  • 20. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 20 www.medresumos.com.br Valvas cardíacas Sístole ventricular Diástole ventricular Valvas átrio-ventriculares – Fechadas Valvas da A. Aorta e Tronco Pulmonar – Abertas Valvas átrio-ventriculares – Abertas Valvas da A. Aorta e Tronco Pulmonar – Fechadas SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO  Nó Sinoatrial – Marca Passo do Coração: desencadeia Impulsos nervosos responsáveis pela Frequência dos batimentos Cardíacos.  Os estímulos do Nó Sinoatrial se espalham pelos Átrios, e alcançam uma formação localizada no terço inferior do Septo Interatrial: o Nó Atrioventricular  Do Nó Atrioventricular o estímulo atravessa o Septo Atrioventricular através do Fascículo Atrioventricular.  O Fascículo Atrioventricular alcança o Septo Interventricular pelo Lado Esquerdo, e logo subdivide-se em Ramos Direito e Esquerdo.  O Ramo Direito perfura o Septo Interventricular da Esquerda para a Direita, e já no Ventrículo Direito se distribui pelo miocárdio.  O Ramo Esquerdo se distribui pelo miocárdio do Ventrículo Esquerdo.
  • 21. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 21 www.medresumos.com.br VASOS DA CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA CIRCULAÇÃO PULMONAR Tem a função de conduzir o sangue, pobre em oxigênio, do Ventrículo Direito até os pulmões, onde se verificam as trocas gasosas entre o sangue e o ar atmosférico, denominada de Hematose. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA Tem a função de conduzir o sangue oxigenado, vindo dos pulmões, para as células, onde através de difusão, os nutrientes irão atravessar dos capilares para o espaço intercelular. RAMOS DA ARTÉRIA AORTA: PARTE ASCENDENTE A aorta ascendente dá origem as artérias coronárias, cujo território de irrigação se faz no músculo miocárdico. Elas se enchem no momento da diástole ventricular. RAMOS DO ARCO DA AORTA Do arco aórtico, originam-se três ramos colaterais que, da direita para a esquerda, são: tronco bráquio-cefálico (que origina a carótida direita e a subclávia direita), artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda. RAMOS DA ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM RAMOS DA ARTÉRIA SUBCLÁVIA
  • 22. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 22 www.medresumos.com.br RAMOS DA ARTÉRIA AORTA DESCENDENTE PORÇÃO TORÁCICA RAMOS TERMINAIS DA ARTÉRIA AORTA ABDOMINAL A artéria aorta abdominal se encerra por volta do corpo de L4, dividindo-se, logo em seguida, nas artérias ilíacas, direta e esquerda. RAMOS DA ARTÉRIA ILÍACA COMUM RAMOS DA ARTÉRIA FEMORAL VEAIS DA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA Veia cava superior Cabeça; Pescoço; Membro Superior; Paredes do Tórax; Parede Posterior do Abdome Seio coronário Coração Veia cava inferior Membros Inferiores; vísceras e paredes pélvicas; vísceras do abdome; e paredes anterior, superior e inferior do Abdome.
  • 23. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 23 www.medresumos.com.br TRIBUTÁRIAS DA VEIA CAVA SUPERIOR VEIAS DO MEMBRO SUPERIOR As veias intermédias do cotovelo e do antebraço são calibrosas e superficiais, sendo frequentemente utilizadas para injeções endovenosas; em punções para coleta de sangue; transfusões de sangue e plasma; e também para Cateterismo. TRIBUTÁRIAS DA VEIA CAVA INFERIOR TRIBUTÁRIAS DA VEIA FEMORAL SISTEMA PORTA A veia porta hepática (às vezes chamada simplesmente de veia porta) é uma veia porta no corpo humano que drena sangue do sistema digestivo e de suas glândulas associadas. É formada pela união da veia esplênica
  • 24. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 24 www.medresumos.com.br com a veia mesentérica superior e se divide em ramos direito e esquerdo antes de entrar no fígado (note que é um raro caso em que uma veia se divide, ao invés de confluir). É importante ressaltar que a veia porta do fígado drena sangue para o fígado, e não do fígado. O sangue que entra no fígado vindo da veia porta deve ser filtrado, para depois alcançar a veia cava inferior através das veias hepáticas. As tributárias da veia porta hepática incluem: veia gástrica esquerda e veia gástrica direita, veia esplênica (onde desemboca a veia mesentérica inferior). ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO CORAÇÃO  Faces: diafragmática , esternocostal, pulmonar  Base  Ápice do coração  Pericárdio seroso:  Lâmina parietal  Lâmina visceral  Face esternocostal:  Auricula do átrio direita  Auricula do átrio esquerdo  Sulco coronário  Ventrículo direito  Sulco interventricular posterior  Ventrículo esquerdo  Ramo interventricular anterior da a. coronária esquerda  Face diafragmática: o Átrio direito  Veia cava superior  Veia cava inferior o Átrio esquerdo  veias pulmonares direita  Veias pulmonares esquerda o Ramo interventricular posterior da A. Coronária direita o Ventrículo direito o Sulco interventricular anterior o Ventrículo esquerdo
  • 25. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 25 www.medresumos.com.br  Configuração interna dos átrios:  Septo interatrial (parede medial)  Fossa oval  M. Pectíneos  Configuração interna do ventrículo direito  Valva atrioventricular direito  Válvula anterior  Válvula posterior  Válvula septal  Cordas tendíneas  Mm. papilares  Valva do tronco pulmonar  Configuração interna do ventrículo esquerdo:  Valva átrio-ventricular esquerdo  Válvula anterior  Válvula posterior  Cordas tendíneas  Mm. Papilares  Valva da a. Aorta  Trabéculas cárneas PRINCIPAIS ARTÉRIAS DO CORPO HUMANO  Tronco pulmonar  Artéria pulmonar esquerda  Artéria pulmonar direita  Parte ascendente da aorta  Coronária direita  Coronária esquerda  Arco aórtico  Tronco braquiocefálico: cárotida comum direita e subclávia direita  A. Cárotida comum esquerda  A. Subclávia esquerda  A.vertebral direita e esquerda  Ramos da artéria carótida  A. Carótida interna  A. Carótida externa  Ramos da A. aorta abdominal  Tronco celíaco  A. Mesentérica superior  A. Mesentérica inferior  Aa. Renais  Aa. testiculares  Ramos terminais da A. aorta  A. Ilíaca comum direita  A. Ilíaca interna direita  A. Ilíaca externa direita  A. Ilíaca comum esquerda  A. Ilíaca interna esquerda  A. Ilíaca externa esquerda  Artérias do membro superior  A. Axilar  A. Braquial  A. Radial
  • 26. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 26 www.medresumos.com.br  Artérias do membro inferior  A. Femoral  A. Poplítea  A. Dorsal do pé PRINCIPAIS VEIAS DO ORGANISMO HUMANO  Veias do pescoço:  V. Cava superior  Veia braquiocefálica direita  Veia braquiocefálica esquerda  Veia jugular interna  Veia jugular externa  Veia subclávia direita e esquerda  Veias do membro superior:  V. Cefálica  V. Basílica  V. Intermédia média  Veias do membro inferior:  V. Safena magna  V. Safena parva  V. Femoral  Sistema porta  V. Porta  V. Mesentérica superior  V. Mesentérica inferior  V. Esplênica
  • 27. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 27 www.medresumos.com.br ANATOMIA TOPOGRÁFICA: CORAÇÃO E PERICÁRDIO O coração é o órgão central do aparelho circulatório que trabalha como uma bomba muscular cuja função é impelir o sangue para todas as partes do corpo. É composto por 4 câmaras:  Câmaras direitas (átrio e ventrículo direitos): recebem o sangue venoso e encaminham para os pulmões  Câmaras esquerdas (átrio e ventrículo esquerdos): recebem o sangue oxigenado dos pulmões e bombeiam-no para todo o corpo. OBS: Curiosidades:  Bate cerca de 100 mil vezes por dia (frequência média normal: 60 a 100 batimentos por minuto);  Bombeia 74 mil litros de sangue/dia;  Aos 70 anos já bateu cerca de 2,5 bilhões de vezes;  Sistema circulatório mede cerca de 111.000 km. PERICÁRDIO Saco fibrosseroso de parede dupla que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos, estando situado no mediastino médio, composto por dois sacos:  Pericárdio fibroso: saco fibroso externo.  Pericárdio seroso: saco seroso interno, dividido em duas lâminas (uma parietal e outra visceral). PERICÁRDIO FIBROSO  Fixado ao centro tendíneo do diafragma pelo Ligamento pericardiofrênico  Fixado ao esterno pelos Ligamentos esternopericárdicos  Posteriormente liga-se às estruturas do mediastino posterior por tecido conjuntivo frouxo  Revestido internamente pela lâmina parietal do pericárdio seroso OBS: O pericárdio fibroso não se separa do pericárdio seroso parietal durante a dissecação. OBS: A cavidade do pericárdio entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso são contínuas, assim como as pleuras parietais e visceral do pulmão. PERICÁRDIO SEROSO Composto por duas laminas:  Parietal: Serosa brilhante aderida ao pericárdio fibroso.  Visceral: constitui a Lâmina externa da parede do coração (o epicárdio), reflete-se do coração e grandes vasos como a lâmina parietal. OBS: Seio transverso do pericárdio: Passagem transversal no saco pericárdico, com abertura posterior à margem esquerda do tronco pulmonar, podendo-se introduzir o dedo posteriormente ao tronco pulmonar e à artéria aorta. Em caso de cirurgias cardíacas, é possível clampear essas estruturas por este acesso, desviando a circulação por um sistema extracorpóreo. O seio transverso é limitado:  À direita, pela VCS;  Anteriormente pela aorta ascendente e tronco pulmonar;  Posteriormente pela VCS e porção superior dos átrios;  Inferiormente pela reflexão do pericárdio seroso, acima da desembocadura das veias pulmonares. OBS: Seio oblíquo do pericárdio: recesso amplo situado na base do coração, com abertura inferior à desembocadura da veia pulmonar inferior esquerda. Ele se forma na medida em que as veias do coração se desenvolvem e expandem, formando uma reflexão pericárdica (o próprio seio oblíquo) que as circunda, um recesso semelhante a uma bolsa na cavidade pericárdica posterior à base do coração, formada pelo átrio esquerdo. É limitado: Arlindo Ugulino Netto. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016
  • 28. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 28 www.medresumos.com.br  Lateralmente pela desembocadura das veias pulmonares e veia cava inferior;  Superiormente pela reflexão do pericárdio seroso;  Posteriormente pelo pericárdio que cobre a face anterior do esôfago. IRRIGAÇÃO DO PERICÁRDIO O suprimento sanguíneo do pericárdio é feito a partir da artéria pericardiofrênica (ramo delgado da A. torácica interna, proveniente da A. subclávia, que se termina em A. musculofrênica e epigástrica superior). Contribuições menores são feitas pelas A. musculofrênicas (ramo terminal da artéria torácica interna), Aa. Bronquiais, esofágicas e frênicas superiores (ramos da aorta porção torácica). A lâmina visceral do pericárdio seroso é suprida pelas artérias coronárias. DRENAGEM VENOSA DO PERICÁRDIO As veias pericardiofrênicas drenam o pericárdio, sendo elas tributárias da veia torácica interna ou da braquiocefálica. Os outros ramos se dirigem para as tributárias do Sistema Venoso Ázigos. SUPRIMENTO NERVOSO DO PERICÁRDIO  Nervos frênicos (C3 e C5): fibras sensitivas.  Nervos vagos.  Troncos simpáticos: fibras vasomotoras. CORAÇÃO É o órgão mais importante do sistema circulatório. É uma bomba propulsora de sangue divida em câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Ele bombeia o sangue tanto para a pequena circulação (circulação pulmonar) quanto para a grande circulação (circulação sistêmica).  Átrio direito: recebe o sangue “venoso” das veias cavas superior e inferior proveniente da grande circulação, e bombeia para o ventrículo direito, através da valva tricúspide.  Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para o tronco pulmonar, através da valva pulmonar para dar início à pequena circulação.  Átrio esquerdo: recebe o sangue “arterial” das veias pulmonares, e bombeia para o ventrículo esquerdo, através da valva mitral.  Ventrículo esquerdo: recebe o sangue do átrio esquerdo e o bombeia para a aorta, através da valva aórtica. CICLO CARDÍACO  Diástole: relaxamento ventricular o Valvas atrioventriculares abertas o Valvas aórtica e pulmonar fechadas  Sístole: contração ventricular o Valvas atrioventriculares fechadas o Abertura das Valvas aórtica e pulmonar PAREDE CARDÍACA  Endocárdio: endotélio vascular  Miocárdio: camada muscular  Epicárdio: lâmina visceral do pericárdio seroso ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÂO A sustentação histológica do coração se dá por um arcabouço fibroso de colágeno denso, sendo composto por:
  • 29. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 29 www.medresumos.com.br  4 anéis fibrosos para as 4 valvas  2 trígonos fibrosos D e E formados pela conexão dos anéis e partes membranáceas dos septos. O esqueleto fibroso do coração tem como função:  Mantém os orifícios valvares abertos e impede a dilatação excessiva;  Inserção para as valvas e músculo cardíaco;  Isolador elétrico para separar os feixes nervosos dos átrios e ventrículos. APRESENTAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÃO 2/3 de seu volume situa-se à esquerda da linha mediana. O órgão apresenta forma de uma pirâmide de 3 lados, caída para o lado, com o ápice voltado anteriormente e para esquerda e a base voltada posteriormente. Para estudo anatômico, apresenta 3 faces: face diafragmática (sulco interventricular posterior); face esternocostal (sulco interventricular anterior) e face pulmonar.  Esternocostal: formada pelo VD.  Diafragmática: VE e VD, apoiada sobre o centro tendíneo do diafragma.  Pulmonar: VE (ocupa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo).
  • 30. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 30 www.medresumos.com.br BASE DO CORAÇÃO Voltada para os corpos vertebrais T6 a T9. Estende-se superiormente até o tronco pulmonar e inferiormente até o sulco atrioventricular ou coronário. É composto pelo AE e AD. Nela, é visível um sulco que divide os átrios dos ventrículos: o sulco coronário ou átrio ventricular. ÁPICE DO CORAÇÃO Situa-se posteriormente ao 5° EICE, sendo composto pela porção ínfero-lateral do VE. MARGENS DO CORAÇÃO  Direita: AD, VCS e VCI  Esquerda: VE e AE  Superior: Átrios e Aurículas  Inferior: VD e VE ATRIO DIREITO DO CORAÇÃO  Seio venoso: região lisa entre a desembocadura das cavas.  Septo interatrial: parede entre os AD e AE o Fossa oval: resquício embrionário do forame oval. o Limbo da fossa oval: saliência que forma a borda da fossa  Aurícula direita  Músculos pectíneos: rugosidades da parede da aurícula  Crista terminal (entre a parte rugosa e lisa do átrio)  Sulco terminal (crista terminal, externamente)  Óstio do seio coronário c/ válvula  Óstio das VCS e VCI (com válvula)  Óstio da valva atrioventricular VENTRÍCULO DIREITO DO CORAÇÃO  Cone arterial ou infundíbulo: saída do ventrículo para o tronco pulmonar.  Trabéculas cárneas: rugosidades da parede do ventrículo  Trabécula Septomarginal: por ela, passa um ramo direito do feixe de Hiss (sistema de condução nervosa do coração)  Crista supraventricular: saliência que delimita superiormente a valva atrioventricular D, delimitando inferiormente o infundíbulo.  Valva tricúspide: Válvula anterior; Válvula posterior; Válvula septal  Cordas tendíneas  Músculos papilares: Anterior (VA e VP), Posterior (VP e VS) e Septal (VS e VA).  Septo interventricular (Parte membranácea e Parte Muscular)  Valva do tronco pulmonar com válvulas semilunares (Anterior, Direita e Esquerda)  Seios pulmonares
  • 31. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 31 www.medresumos.com.br ÁTRIO ESQUERDO Forma a maior parte da base do coração, possuindo uma parede lisa. Apenas a sua aurícula (esquerda) apresenta-se com músculos pectíneos, formando a margem esquerda.  Óstio das 4 veias pulmonares  Septo interatrial  Óstio da valva atrioventricular esquerda ou mitral  Válvula da fossa oval VENTRÍCULO ESQUERDO Forma o ápice do coração, a face pulmonar, a margem esquerda e parte da face diafragmática. Seu miocárdio é 2x mais espesso que no VD (por trabalhar com pressões bem mais altas), com cavidade cônica maior que do VD.  Valva atrioventricular esquerda ou mitral (4ª cartilagem costal) com válvulas (Anterior e Posterior)  Músculos papilares (Anterior e Posterior)  Cordas tendíneas  Trabéculas cárneas  Vestíbulo da aorta  Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares: Direita, Esquerda e Posterior.  Seios da aorta: Coronários D e E, e Não coronário  Porção ascendente da aorta.  Vestíbulo da aorta  Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares: Direita, Esquerda e Posterior. Cada válvula apresenta: Nódulo e Lúnula.
  • 32. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 32 www.medresumos.com.br OBS: Focos de ausculta cardíaca: São regiões no tórax de fácil ausculta das bulhas cardíacas (que nada mais são que a representação semiológica dos sons de abertura e fechamento das valvas cardíacas). Os cinco focos das valvas podem ser distinguidos em suas respectivas regiões, descritas na figura abaixo. SUPRIMENTO ARTERIAL DO CORAÇÃO O suprimento arterial do coração é feito pelas artérias coronárias (do latim, coroa), direita e esquerda, as quais são os primeiros ramos da aorta, nos seios coronários na porção proximal da aorta ascendente, situando-se sob o epicárdio, envoltas em tecido gorduroso. Em termos de dominância, a artéria que originará a artéria interventricular posterior (que vai seguir pelo sulco interventricular posterior), determinará uma maior vascularização do coração: geralmente parte da coronária direita; 10% parte da coronária esquerda; e 15%, codominância. ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA Origina-se no seio aórtico direito. Volta-se para a direita no sulco atrioventricular (ou coronário), encoberta pela aurícula direita, até a margem direita do coração, onde se encurva para a face diafragmática, continuando no sulco coronário. Durante seu trajeto, vai emitir alguns ramos:  Ramo do cone arterial: primeiro ramo da ACD. Parte para suprir o infundíbulo.  Ramo do nó sinoatrial: coberto pela aurícula direita, sobe em direção da veia cava superior.  Ramos ventriculares anteriores do ventrículo direito  Ramo Marginal direito: corre na margem direita do coração.  Ramo interventricular posterior ou descendente posterior: Irriga os ventrículos e septo interventricular. Anastomosa-se, boca a boca, com ramos da ACE.  Ramo do nó atrioventricular: pequeno ramo profundo que nasce já na face diafragmática. A artéria coronária direita é responsável por suprir: Átrio direito, Ventrículo direito (>), Face diafragmática do ventrículo esquerdo, 1/3 posterior do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (60%) e Nó atrioventricular (80%).
  • 33. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 33 www.medresumos.com.br ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA Origina-se no seio aórtico E. Volta-se para a esquerda no sulco atrioventricular entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar com o nome de Tronco da Coronária Esquerda. Na extremidade esquerda do sulco coronário divide-se em dois ramos:  Ramo interventricular anterior ou descendente anterior (DA): corre no sulco interventricular anterior em direção ao ápice e origina: o Ramos septais para a porção anterior do septo interventricular; o Ramos diagonais para a parede anterior do ventrículo esquerdo.  Ramo circunflexo: segue no sulco coronário em torno da margem esquerda até a face posterior. Emite: o Ramo marginal esquerdo; o Ramos para a porção diafragmática do VE. A artéria coronária esquerda é responsável por suprir: Átrio esquerdo, Ventrículo esquerdo (>), Parte da Face esternocostal do VD, 2/3 anteriores do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (40%) e Feixes do sistema de condução atrioventricular. OBS: Cateterismo cardíaco (“CATE”) / Cinecoronariografia / Angiografia Coronária / Estudo Hemodinâmico: é um exame invasivo para examinar vasos coronarianos. O acesso é feito através de um tubo longo, fino e flexível, chamado cateter, inserido em vaso sanguíneo periférico do braço, da coxa ou do pescoço. Tem como objetivo diagnosticar e corrigir problemas em veias e artérias, como obstruções. Suas principais características são:  Exame de investigação cardíaca: o Estudo das coronárias o Ventriculografia (função ventricular) o Medida das pressões diretamente.  Realizado pelo cardiologista intervencionista ou hemodinamicista (especialidade da cardiologia);  Feito por punção ou dissecação de um território arterial: artérias femoral, braquial, radial;  Injeção de contraste a base de iodo;  Imagens obtidas por Radioscopia (radiação contínua);  Incidências geralmente em posição oblíqua. DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO A drenagem venosa do coração é feita pelas veias que desembocam no seio coronário venoso. O seio coronário é a principal veia do coração. É um canal venoso que segue na parte posterior do sulco coronário. Recebe o sangue das veias do coração e desemboca no átrio direito (ostio do seio coronário). TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO ESQUERDO  Veia interventricular anterior (antiga veia cardíaca magna)  Veia marginal esquerda  Veias posteriores do ventrículo esquerdo
  • 34. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 34 www.medresumos.com.br TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO DIREITO  Veia coronária direita (infrequente - 32%)  Veia marginal direita (cardíaca parva)  Veia cardíaca parva (continuação da marginal direita no sulco coronário)  Veias posteriores do ventrículo direito  Veia interventricular posterior (cardíaca média) OBS: As veias cardíacas mínimas desembocam em pequenos óstios no átrio direito. DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO A drenagem linfática do coração é feita pelos vasos linfáticos no miocárdio, que passam para o plexo linfático subepicárdico, acompanhando as veias e artérias do coração. Um único vaso linfático, formado a partir da união de diversos vasos vindos do coração, sobe entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo e termina nos linfonodos traqueobronquiais inferiores, normalmente do lado direito. COMPLEXO ESTIMULANTE E SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO É o complexo que coordena o ciclo cardíaco, de maneira tal que, a sístole e diástole funcionem de maneira correta e harmonicamente. É Composto por fibras musculares cardíacas altamente especializadas na condução rápida dos impulsos elétricos. O nó sinoatrial inicia um impulso que é rapidamente conduzido para as fibras musculares cardíacas situadas no átrio, levando-as a se contrair. O impulso desse nó é propagado pelo feixe interatrital para o átrio esquerdo. O impulso é rapidamente transmitido para o nó atrioventricular por meio dos feixes internodais (responsável por retardar um pouco a propagação do estímulo, para dar tempo do átrio se encher, contrair e encher o ventrículo), a partir do qual, por meio do feixe de atrioventricular (Hiss) propaga o impulso, uniformemente, para os músculos do ventrículo esquerdo. Esse feixe tem como ramos terminais:  Ramo direito  Ramo esquerdo: Divisão anterossuperior e Divisão póstero-inferior  Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) NÓ SINOATRIAL OU SINUSAL (MARCAPASSO NATURAL) Localizado no encontro da VCS e AD, próximo à extremidade superior do sulco terminal. Inervado pelo plexo cardíaco (estímulo simpático aumenta a FC e parassimpático diminui a FC). Tem como propriedades:  Auto-excitação  Automaticidade  Baixa negatividade do potencial de repouso  Permeabilidade das fibras ao sódio  Marcapasso com maior frequência
  • 35. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 35 www.medresumos.com.br NÓ ATRIOVENTRICULAR Localizado na região inferior do septo interatrial, próximo ao óstio do seio coronário. Inervado pelo plexo cardíaco (estímulo simpático acelera a condução e parassimpático lentifica). FEIXE ATRIOVENTRICULAR Transmite o impulso do átrio, a partir do nó atrioventricular, para o ventrículo, atravessando o esqueleto fibroso do coração. Tem trajeto no septo interventricular. Depois, divide-se em ramos direito e esquerdo na junção da parte membranácea e muscular.  Ramo direito  Ramo esquerdo o Divisão ântero-superior o Divisão póstero-inferior  Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) INERVAÇÃO DO CORAÇÃO A inervação do coração é feita a partir de fibras nervosas autônomas provenientes do plexo cardíaco, oriundo do nervo vago, formado entre a traqueia, a aorta e tronco pulmonar.  Inervação simpática: fibras dos gânglios paravertebrais cervical e torácico superior dos troncos simpáticos. O suprimento simpático é proveniente das fibras pré-ganglionares e fibras pós-ganglionares (as fibras pós-ganglionares terminam no nó sinoatrial e atrioventricular). O estímulo simpático do tecido nodal aumenta a frequência cardíaca e a força de suas contrações. Esse estímulo também dilata das artérias coronárias inibindo sua constrição (fornece mais oxigênio e nutrientes para o miocárdio durante períodos de atividade aumentada).  Inervação parassimpática: fibras do nervo vago. O suprimento parassimpático é proveniente de fibras pré-ganglionares do nervo vago e fibras parassimpáticas pós-ganglionares também terminadas nos nós sinoatrial e atrioventricular e diretamente nas artérias coronárias. O estímulo dos nervos parassimpáticos diminui a frequência cardíaca, reduz a força do batimento cardíaco e constringe as artérias coronárias, economizando energia entre períodos de demandas aumentadas.
  • 36. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 36 www.medresumos.com.br BIOFÍSICA: HEMODINÂMICA A circulação corpórea pode ser considerada como um sistema hidráulico real, ou seja, não-ideal, pois existem forças dissipadas como o atrito com as paredes dos vasos (endotélio), além do atrito entre as próprias laminas (camadas) do sangue em movimento. Logo, o sistema sanguíneo pode se enquadrar em estudos da hidrodinâmica – ramo da física que estuda os sistemas hidráulicos que apresentam líquido em movimento – a partir do momento que é comparado a um sistema fechado não-ideal movido pelo trabalho de uma bomba (coração), com fluido (sangue) em circulação. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DE FLUXO Fluxo, por uma definição hemodinâmica, representa o volume do fluido deslocado (sangue) em função do tempo. i. Fluxo = velocidade x Área Fluxo = (L x T -1 ) x L² ii. Fluxo = Volume = L 3 Tempo T (expressão dimensional de fluxo) Sendo: F  Fluxo [cm³/s; m³/min] L  Espaço [centímetro; metro] T  Tempo [segundo; minuto] A  Área seccional v  Velocidade A expressão dimensional de fluxo significa que a grandeza física fluxo é derivada de duas grandezas fundamentais: espaço (elevado a 3ª potencia) e tempo (elevado a menos 1). Por exemplo, o débito cardíaco (volume de sangue que o coração bombeia pelo ventrículo esquerdo a cada minuto) é 5 l.min -1 (cm³=1ml). Na figura acima, tem-se um sistema condutor ideal, ou seja, sem atrito. Considera-se que o fluxo que passa por A1 (maior área seccional) deve passar em mesma quantidade por A2 (menor área seccional). Logo, tem-se que quanto menor a área de escoamento do líquido, maior será a velocidade desse escoamento para que o fluxo permaneça constante, bem como o contrário é verdadeiro, uma vez que o fluxo que passar por A1 é igual ao fluxo que passa por A2 (F1=F2). O princípio da continuidade de fluxo certamente pode ser aplicado ao sistema real que é a circulação sanguínea. Por exemplo, como ocorre no caso de uma estenose, em que a luz do vaso diminui e o fluxo nesse local se torna mais intenso. OBS: A verificação da pressão arterial na artéria braquial é proporcionada por uma estenose (compressão) produzida pelo manguito, aumentando a velocidade do fluxo (pois diminui a área), podendo ser auscultado pelo estetoscópio o fluxo turbulento (ver velocidade crítica do sangue mais adiante). OBS²: Se o sistema circulatório fosse considerado ideal, em um caso de estenose nas coronárias por placas ateromatosas (placas de gordura), o paciente não morreria de infarto do miocárdio, pois o fluxo continuaria constante com o aumento da velocidade ao passar pela luz reduzida dos vasos, não havendo, então, sofrimento do miocárdio. Porém, como a circulação é um sistema real, o fluxo perde velocidade e volume ao passar pelas áreas obstruídas dos vasos. OBS³: O sibilo é um som de “assobio” auscultado em caso de pacientes com asma. Isso ocorre devido o processo alérgico que ocorre na asma, em que a parede dos brônquios e a musculatura lisa das vias respiratórias se contraiam e a velocidade do ar (energia cinética) é dissipada na luz reduzida da via em forma de som, como ocorre no próprio ato de assobiar: diminui-se a área e aumenta-se a velocidade do ar. OBS 4 : Embolia, clinicamente, é a presença de um corpo estranho na circulação, podendo ser líquida, gasosa ou sólida (como um coágulo). Ex: HENEINE (2000): Calcular a velocidade de fluxo nas secções A1, A2 e A3 sabendo que as áreas seccionais são respectivamente 10, 20 e 100 cm²: Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL - CARDIOVASCULAR 2016 F1 = F2 v1 x A1 = v2 x A2 Ou seja: v x A = constante (k) Logo:  Se A1/A2=1V2=V1  Se A1/A2>1V2>V1  Se A1/A2<1V2<V1 F = L 3 x T - 1
  • 37. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 37 www.medresumos.com.br Na secção 1: v1 = F1/A1 v1 = 100 cm3 .min-1 /10cm2 v1 = 10 cm.min-1 Na secção 2: v2 = F2/A2 v2 = 100 cm3 .min-1 /20cm2 v2 = 5 cm.min-1 Na secção 3: v3 = F3/A3 v3 = 100 cm3 .min-1 /100cm2 v3 = 1 cm.min-1 FLUXO ESTACIONÁRIO Fluxo estacionário é definido como um fluxo constante, ou seja, o fluxo que entra numa determinada área seccional é igual ao que sai (figura acima). O fluxo sanguíneo deve ser considerado um fluxo aproximadamente estacionário, que se for quebrado, aumenta- se o risco de causar edemas (pulmonar ou na grande circulação). Como por exemplo, o fluxo de sangue na artéria aorta (menor e mais rápida passagem de sangue) deve ser igual ao fluxo de sangue que passa no somatório da área da luz de todos os capilares (área bem maior, mas com velocidade menor), em um valor de 5l/min. Ou seja, o fluxo sanguíneo, por ser um sistema real, deve se manter aproximadamente constante. A figura acima representa a área seccional total de diversos territórios da circulação. Perceba que a soma da área seccional total dos capilares é bem maior do que a área seccional da aorta por serem bem mais numerosos. Nas grandes artérias, onde a área seccional é menor, a velocidade deve ser maior. Quando o sangue chega aos capilares, de área total máxima, diminui a sua velocidade. Mesmo assim, o fluxo, em cada uma dessas regiões é de 5l/min.  Capilares: ↑Área ↓Velocidade  Aorta: ↑Velocidade ↓Área Fluxo Aórtico = Fluxo Capilar
  • 38. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 38 www.medresumos.com.br Parâmetro Circulatório Tipo de Vaso Aorta Capilares Cava Diâmetro 2,0cm 8m 2,4cm Número 1 2 bilhões 2 Área (.r2) 3,0cm2 2.200cm2 4,5cm2 X X X Velocidade 28cm/s 0,04cm/s 19cm/s Fluxo (V x A) 84ml/s 88ml/s 86ml/s OBS 5 : O fluxo de sangue que entra no pulmão deve ser o mesmo que sai (também fluxo estacionário) para não gerar edemas. OBS 6 : Débito sistólico: volume de sangue que o coração bombeia a cada batimento. OBS 7 : Débito cardíaco: volume de sangue que é bombeado do coração a cada minuto. OBS 8 : Mecanismo de Frank Starling: em condições normais, o coração bombeará todo sangue que a ele chegar (figura ao lado esquerdo), sem que haja acúmulo de sangue nos vasos. Em outras palavras, o débito cardíaco deve ser igual ao retorno venoso (volume de sangue que volta ao coração através átrio direito). O coração é uma bomba que se adapta ao volume de sangue que for dado para ser bombeado, mantendo, em parte, o fluxo adequado. Isso acontece porque há um estiramento maior nas fibras do miocárdio devido ao maior volume do sangue, representando em uma maior energia potencial armazenada, proporcionando uma maior força elástica, dando conta a esse excesso de sangue. Ex: HENEINE (2000): Um paciente tem um desvio de 1% no regime estacionário da circulação pulmonar. Calcular o volume de sangue acumulado no pulmão durante 10 minutos, sabendo que o débito sistólico e a frequência cardíaca são respectivamente 81ml/batimento e 90 batimentos/minuto. O desvio no regime estacionário é de 1%. Portanto, a cada batimento cardíaco, 1% de sangue é retido no pulmão. Portanto, o volume desviado a cada batimento vale: 1% de 81ml = 0,81ml.bat-1 Volume Acumulado = 0,81ml.bat-1 x 90 bat.min-1 x 10min = 720ml Obs: Isso mostra a importância do regime estacionário, uma vez que, com um desvio de apenas 1% de sangue, em 10 minutos, produziu, praticamente, 1 litro de sangue acumulado no pulmão (edema pulmonar). OBS 9 : Ao doar sangue, o doador deve ingerir líquidos para não haver quebras no regime estacionário. Edema na grande circulação: se houver quebra no regime estacionário na grande circulação, ocorrerá a formação de edemas, como no caso da gravidez (inchaço nos membros inferiores) em que há compressão de vasos durante o crescimento do útero, impedindo, assim, um eficaz retorno venoso; bem como no caso de grandes hemorragias. Edema Pulmonar (pequena circulação): Ao aumentar o volume de sangue que entra no pulmão, geralmente acontece a chamado estase (ou estagnação) fisiológica, o que significa que haverá excesso de sangue estagnado na luz de vasos pulmonares. Com isso, ocorre aumento da Pressão Hidrostática na luz desse vaso, acarretando no extravasamento do plasma para o meio intersticial do pulmão, que por sua vez passa para os alvéolos, fazendo com que o indivíduo se “afogue no seu próprio plasma”, podendo produzir óbito. Débito Sistólico = Vol. Bombeado Batimento Débito Cardíaco = Vol. Bombeado Minuto
  • 39. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 39 www.medresumos.com.br ENERGIA MECÂNICA DA CIRCULAÇÃO No escoamento real, a velocidade de fluxo dentro do tubo é variável devido ao atrito entre as lâminas do fluído viscoso e entre o fluído e as paredes do tubo. A velocidade é máxima no centro e decresce segundo uma parábola até zero na adjacência do tubo. Pode-se concluir que o atrito “lentifica” o fluxo, e por ser um sistema real, o sangue deveria parar. Porém, o fluxo não para porque a energia mecânica do sangue é periodicamente renovada pelo coração. Ou seja, na medida que o sangue escoa, ele perde energia devido ao atrito, tendo sua energia renovada pelo coração de maneira que esse fluxo não pare. A energia mecânica é produzida pelo coração exato momento da sístole, em que o coração realiza trabalho* para esvaziar os ventrículos. O sangue que escoa nos vasos apresenta praticamente quatro tipos de energia: energia mecânica (Ec + Ep), energia dissipada e energia gravitacional. A energia cinética é a energia da velocidade, tendo sempre o mesmo sentido do fluxo. Quanto maior a velocidade do fluxo, maior será a energia cinética. A energia potencial é representada pela pressão. A energia dissipada do atrito tem sempre sentido contrário ao movimento. TRABALHO E ENERGIA MECÂNICA* Quando o coração contrai, ele realiza trabalho (F x d), passando energia mecânica para o sangue:  Matéria (massa)  m  Espaço  L  Tempo  T  Velocidade (v)  LxT -1  Aceleração (a)  L x T -1 = L x T -2 T
  • 40. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 40 www.medresumos.com.br i. Trabalho = Força x Deslocamento Trabalho = m . L . T -2 . L (expressão dimensional do trabalho) ii. Pressão = Força = m . L . T -2 Área L 2 (expressão dimensional da pressão) iii.P x ΔV = m . L -1 . T -2 . L 3 = m . L 2 . T -2 = Trabalho, ou seja, a pressão ventricular sobre o sangue, ao diminuir o volume da câmara ventricular, gera trabalho. ENERGIA POTENCIAL É a energia armazenada pelo sangue, que mantém o fluxo sanguíneo constante mesmo durante a diástole do coração, sendo representada pela pressão que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos. A figura ao lado mostra a variação de pressão arterial em diferentes áreas da circulação. Energia potencial, do ponto de vista físico, é a energia armazenada por um corpo. Bem como ocorre com o sangue, que se o coração parasse (como na diástole), por causa dessa energia potencial (pressão), a circulação sistêmica ainda tem condições de continuar até ter sua energia dissipada por completo ou ser renovada pela contração sistólica. ENERGIA DISSIPATIVA DE ATRITO A pressão exercida pelo sangue cai gradativamente à medida que ele escoa devido à ação do atrito, como mostrada na figura acima. A figura ao lado demonstra um seguimento de vaso que obedece ao regime estacionário em que a pressão está caindo (P3<P2<P1) porque a energia mecânica do sangue está sendo consumida, ou dissipada, pelo atrito. À medida que o sangue encontra resistência, a pressão exercida sobre o vaso vai decaindo, sendo esse atrito que consome a energia mecânica. Se a circulação fosse como um sistema ideal (sem ação do atrito), bastava que o coração batesse (sístole) apenas uma vez e o sangue nunca deixaria de circular por entre os vasos. O coração renova a energia mecânica de um lado e o atrito a consome. ENERGIA CINÉTICA O seu vetor praticamente não diminui porque o componente que mais diminui é a energia potencial, explicando a queda de pressão que o sangue exerce nas diferentes regiões do corpo. EQUAÇÃO DE BERNOUILLI É a equação que descreve a energia total que um fluido qualquer apresenta quando ele escoa dentro de um condutor. Ou seja, tomando a hidrodinâmica como base, em um fluído ideal, não viscoso e incompressível, onde se despreza o atrito entre o fluído e as paredes do condutor, a energia total (ET) do fluído que escoa é dada pela soma da energia cinética do fluído (K); mais a energia posicional gravitacional (U); mais o trabalho realizado sobre o fluído (W). ET = K + U + W ‫ﺡ‬ = m x L2 x T-2 P = m x L-1 x T-2
  • 41. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 41 www.medresumos.com.br Como o sistema acima é ideal, a ET na secção P1 (plano mais elevado) é a mesma da secção P2. Admitindo que o trabalho realizado sobre o fluido é representado pela pressão, tem-se de modo geral: ET = dv 2 + d.g.h + P V 2 Energia Total Pressão Cinemática Energia Posicional Gravitacional Pressão Estática a) Admitindo-se que o fluído em escoamento é ideal e incompressível, pode-se ignorar a energia dissipada de atrito entre o fluído e as paredes do condutor. Neste caso, a energia total do fluído na secção A1 (ET1) deve ser ENERGIA CINÉTICA (K) – PRESSÃO CINEMÁTICA DO FLUIDO a) A energia cinética (K) do fluído, também chamada de pressão cinemática, que escoa na secção A1 dada por: Ec = K1 = m.v2 1 m = massa do fluído 2 v1 = velocidade do fluído na secção A1 b) A energia cinética tomada por unidade de volume V1 que passa na secção é dada por: K1 = m.v2 1 = m.v2 1 x 1  V1 2 2 V1 V1 K1 = m.v2 1 V1 2V1 c) Sabendo que a densidade (d) é a razão entre massa e volume (d=m/V), a energia cinética por unidade de volume V1 pode ser reescrita: K1 = d.v 2 1 V1 2 ENERGIA POSICIONAL GRAVITACIONAL DO FLUÍDO a) A energia posicional gravitacional (U) do fluído que escoa na secção A1 é dada por: Ep= U1 = m.g.h1 m= massa do fluído g= aceleração da gravidade h1= altura em relação ao nível de referência b) A energia posicional (U1) tomada por unidade de volume V1 que passa na secção A1 é dada por: U1 = m.g.h1. V1 V1 c) Sabendo que a razão entre massa e volume representa a densidade (d=m/V), a energia posicional por unidade de volume V1 vale: U1 = d.g.h1 V1
  • 42. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 42 www.medresumos.com.br igual à energia total do fluído na secção A2 (ET2). Isto é, a energia total do fluído é conservada durante o escoamento (figura anterior, 20.1). Assim, pode-se dizer que: ET1 = ET2 K1+U1+W1 = K2+U2+W2 dv 2 1 + d.g.h1 + P1 = dv 2 2 + d.g.h2 + P2 2 2 b) Se o vaso condutor estiver totalmente na horizontal (no mesmo plano), a energia posicional gravitacional poderá ser desprezada, pois a altura do vaso em relação ao nível de referência não varia (h1=h2). Assim, temos: dv 2 1 + d.g.h1 + P1 = dv 2 2 + d.g.h2 + P2 2 2 A equação de Bernouilli fica resumida a: dv 2 1 + P1 = dv 2 2 + P2 2 2 Logo, pode-se admitir que: d . v² + P = constante. 2 Estenose: é uma diminuição na luz do vaso causada por algum corpo (como placas de ateromas) ou por compressão, podendo causar isquemia e necrose. Segundo o regime da continuidade, o fluido que escoa dentro de uma situação de estenose tem uma maior velocidade (se a área diminui a velocidade do fluido deve aumentar, pois v x A = cte). Como a velocidade está aumentando, consequentemente a energia cinética do fluido também aumenta. Em contrapartida, segundo a equação de Bernouilli, a pressão deve diminui (d x v²/2 + P = cte). Isso significa que, quando o sangue passa por dentro de um seguimento estenosado, a pressão deve diminuir (↓A ↓P ↑v). Aneurisma: é uma dilatação da luz do vaso. Nesse caso, como a área de secção aumenta, a velocidade do fluxo diminui, mas para mantê-lo constante, a pressão aumenta (↑A ↑P ↓v). Com o aumento da pressão em um segmento acometido de aneurisma, a tendência desse segmento é aumentar ainda mais podendo romper-se. EFEITO VENTURI Considere o sistema ao lado em que escoa um fluído ideal, incompressível e não viscoso. Note-se que há um estrangulamento da área seccional A2, portanto A1>A2. Pelo princípio da continuidade, a velocidade de fluxo v2 deve ser maior que a velocidade v1, uma vez que o fluxo é constante em todas as secções do condutor. Considerando o princípio de conservação da energia do fluído entre as secções A1 e A2 (figura ao lado), pode-se dizer que: ET1=ET2 dv 2 1 + P1 = dv 2 2 + P2 2 2 Como a velocidade na secção A2 é maior que na secção A1, a equação de Bernoulli prevê que a pressão na secção A2 deve diminuir, já que ET1=ET2 (conservação da energia total do fluído). Note-se que há tubos verticais ligados
  • 43. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 43 www.medresumos.com.br às paredes do condutor; e que estes tubos registram a diferença de pressão “a” entre as secções A1 e A2. Esta variação de pressão do fluído, observada quando a área do condutor varia, é chamada de “Efeito Venturi”, ou seja, no estrangulamento de um condutor, a velocidade aumenta, porém a pressão diminui. Em caso de asma alérgica, a musculatura lisa dos brônquios contrai, diminuindo a luz do mesmo. Pelo princípio da continuidade do fluxo, a pressão nessa região diminui. Em casos severos, a pressão é tão baixa que o pulmão pode chegar a colabar (atelectasia), ou seja, colapso do pulmão devido a um “vácuo” gerado dentro do alvéolo. Outra maneira de prever o Efeito Venturi é a seguinte: considere o sistema da FIGURA 5A, onde existe um estrangulamento na luz do tubo: Reescrevendo a equação de Bernoulli, temos: dv 2 1 + P1 = dv 2 2 + P2 2 2 1 dv 2 1 + P1 = 1 dv 2 2 + P2 2 2 Assim, a diferença de pressão (P1P2) entre as duas áreas seccionais seria: P1  P2 = 1 dv 2 2  1 dv 2 1 2 2 P1  P2 = 1 d (v 2 2  v 2 1) 2 Observando a FIGURA 5A, nota-se que A1>A2. Pelo princípio da continuidade de fluxo, sabe-se que v2 > v1. Portanto, a diferença de velocidade (v 2 2 - v 2 1) deverá ser sempre positiva. Consequentemente, a diferença de pressão (P1P2) deverá ser positiva também. Para que a diferença de pressão (P1P2) seja positiva, obviamente é necessário que P1 seja maior que P2 (P1>P2). Portanto, a pressão P2 na área estrangulada diminui em relação à pressão P1 da área normal. Considere o sistema da FIGURA 5B, onde A2>A1. Pelo princípio da continuidade, v1 > v2. Portanto, a diferença de velocidade (v 2 2  v 2 1) deverá ser sempre negativa. Assim, a diferença de pressão (P1P2) também será negativa. Para que a diferença (P1P2) seja negativa, é necessário que P2 seja maior que P1 (P2>P1). Como resultado, a pressão P2 na área larga do tubo é maior que a pressão P1 na área normal. OBS 10 : O Efeito Venturi só é válido para tubos em que a área seccional varia, ou seja, a pressão só varia se a luz do tubo variar. OBS 11 : As leis da hidrodinâmica podem ser aplicadas à circulação sempre com alguns limites, como por exemplo, fisicamente, a pressão nos capilares (maior área total) deveria ser maior que a pressão aórtica (menor área). Isso não ocorre por causa do atrito, uma vez que o sangue perde energia mecânica até chegar aos capilares. Embora o aumento da área capilar não eleve a pressão como nas artérias, pelo menos há uma atenuação da queda dessa pressão, justamente por causa do efeito hidrodinâmico: quando maior a área, maior será a pressão. OBS 12 : O aumento de pressão não é considerado Efeito Venturi.
  • 44. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR 44 www.medresumos.com.br TIPOS DE FLUXO O escoamento normal da circulação sanguínea ocorre de forma laminar, ou seja, divido em camadas que circulam de forma silenciosa. Como na bureta do exemplo ao lado, onde o corante, quando escoado lentamente, desce silenciosamente em camadas. Quando o sangue ultrapassa uma determinada velocidade crítica, o fluxo sanguíneo passa a ser turbulento e ruidoso (som chamado sopro), como o que ocorre na bureta ao lado com um fluxo maior. Geralmente ocorre em casos de fístulas (como a atrioventricular), em que a área diminui e a velocidade aumenta, fazendo com que o fluxo torna-se turbulento. OBS 13 : O fluxo pode estar normal e apresentar sopro em casos de exercícios físicos prolongados. VELOCIDADE CRÍTICA  Vc  Velocidade crítica de escoamento  Re  Constante adimensional de Reynolds (Re=2000)    Viscosidade do fluido (sangue = 2,8 . 10 -3 Pa.s)  d  Densidade do fluído  r  Raio do condutor VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Há duas maneiras de verificação da PA: direta (acoplando-se diretamente a uma artéria dissecada um manômetro de mercúrio) e indireta (tradicional, através do manguito e do estetoscópio). Para essa medida, toma-se como referência os sons de Korotkoff e o relógio (servindo de manômetro de mercúrio). Inicia-se o procedimento inflando o manguito ao redor do braço com o intuito de exercer pressão sobre ele, comprimindo a artéria braquial. O resultado é a oclusão da própria artéria, chegando um ponto que a luz arterial é totalmente fechada, parando o fluxo. Após isso, abre-se a válvula da pera, fazendo com que a região da artéria que estava estrangulada permita a passagem de um primeiro jato de sangue, sendo esse fluxo turbilhonar, ou seja, ruidoso (primeiro som de Korotkoff), produzindo uma pressão aproximadamente igual à sistólica. Com a continuação da abertura da artéria, a velocidade vai diminuir, fazendo com que o fluxo volte a ser laminar e silencioso. Nesse ponto em que os sons desaparecem, marca-se a pressão diastólica. Em síntese, tem-se:  Primeiro som (Pmáx): PRESSÃOmanguito ≈ PRESSÃOsistólica  Segundo som (Pmin): PRESSÃOmanguito ≈ PRESSÃOdiastólica Ex: HENEINE (2000): Sabendo que a densidade do sangue é de 1,06.103 Kg/m3, calcular a velocidade crítica de escoamento do sangue que circula na aorta, cujo raio é de 1,25.10 -2 m. ( sangue = 2,8.10 -3 Pa.s): OBS: 1 Pa = 1 N.m - ² 1 N.m² = 1 Kg. m.s -2 .m - ² 1 Pa = 1 Kg. m -1 .s -2 Vc = Re x  d x r