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Texto extraído do livro:Texto extraído do livro:
““Bullying escolar – perguntas e respostas”Bullying escolar – perguntas e respostas”
Autores: Cleo Fante eAutores: Cleo Fante e
José Augusto PedraJosé Augusto Pedra
Ilustrações: Enio Otávio Freire BezerraIlustrações: Enio Otávio Freire Bezerra
Ed. artmed - 2008Ed. artmed - 2008
 Houve um tempo em que o nosso planeta eraHouve um tempo em que o nosso planeta era
habitado somente por animais. Era um tempo dehabitado somente por animais. Era um tempo de
grande harmonia entre as espécies. Querendogrande harmonia entre as espécies. Querendo
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resolveu criar a escola.resolveu criar a escola.
•Todos se empenharam em
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os porcos, os hipopótamos e os jacarés cuidaram daos porcos, os hipopótamos e os jacarés cuidaram da
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Descobriram que, graças à solidariedade e àDescobriram que, graças à solidariedade e à
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todos juntostodos juntos..
 Com o passar do tempo aCom o passar do tempo a
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que ensinavam quanto osque ensinavam quanto os
que aprendiam.que aprendiam.
 Porem, numaPorem, numa
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olhar deolhar de
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até arrepios.até arrepios.
Ninguém sabiaNinguém sabia
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contato mudaram ocontato mudaram o
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eles, que antes eram consideradas normais,eles, que antes eram consideradas normais,
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ridicularizações. Os que apresentavam dificuldadesridicularizações. Os que apresentavam dificuldades
de aprender eram “zoados” e apelidados. Muitosde aprender eram “zoados” e apelidados. Muitos
acabaram desistindo da escola, outros sofriamacabaram desistindo da escola, outros sofriam
calados, temendo represálias.calados, temendo represálias.
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Como tinha habilidade paraComo tinha habilidade para
desenhar, retratava a galinha emdesenhar, retratava a galinha em
situações constrangedoras esituações constrangedoras e
passava para todos os colegas.passava para todos os colegas.
•A maioria dos bichos presenciava o comportamento dos
colegas, mas, por alguma razão nada fazia. Essas mudanças
de comportamento provocaram sérios problemas de
convivência na escola e o interesse pelos estudos ficou
prejudicado.
•Assim, o leão tornou-se o valentão da escola, agindo de
maneira dominadora e procurando impor sua autoridade. O
urso, vendo que a popularidade do leão crescia a cada dia,
passou a usar sua força para intimidar e obter vantagens.
 A hiena, temendo tornar-se a “próxima vítima”, ria daA hiena, temendo tornar-se a “próxima vítima”, ria da
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time de futebol, dizendo que era demasiadamentetime de futebol, dizendo que era demasiadamente
sensível para os esportes.sensível para os esportes.
Situação humilhante enfrentava o coelho. Seus colegas faziam gestos em sua
direção e riam, apontando para o tamanho dos seus pés, dentes, orelhas. Com o
tucano também foi assim, só que este se tornou agressivo, por causa das
piadinhas que faziam com o seu bico, e durante o recreio procurava os galhos
mais altos e afastados para sozinho comer o seu lanche.
Já o urubu andava chateado, porque era sempre constrangido devido à sua
alimentação. O gambá decidiu abandonar a escola porque implicavam com seu
cheiro. A onça, cansada de receber apelidos por causa das suas pintas, resolveu
implicar com o tamanho da boca do jacaré. O jacaré, por sua vez, acabou
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defender, se escondia no buraco, mas, quando saía, levava cada safanão. Adefender, se escondia no buraco, mas, quando saía, levava cada safanão. A
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• Estranho foi o que fez a pacífica ovelha: proibiu a pata de lanchar com
a turma. A pata, não entendendo os motivos, chorava pelos cantos da
escola, acreditando que ninguém gostava dela. Aos poucos, sua auto-
estima foi baixando, até que perdeu a confiança em si mesma, tornando-
se insegura, aflita e temerosa.
Até a pacata zebra mudou
seu comportamento,
depois de muito sofrer
"zoações" por causa das
suas listras, e passou a dar
coices nos colegas.
O elefante, coitado, ia para a escola
de casaco, num calor danado, para
disfarçar sua gordura. Um dia,
cansado das chacotas dos colegas,
decidiu emagrecer, mas acabou
desenvolvendo anorexia (perdeu a
vontade de se alimentar) e teve que
interromper seus estudos para
tratamento.
O canguru não agüentava mais: todo o
dia desaparecia alguma coisa da sua
mochila. O macaco, muito
bisbilhoteiro, sempre levava a culpa,
mesmo sendo inocente. Irritado com
as acusações injustas, começou a
fazer brincadeiras inconvenientes com
o porco por causa dos seus problemas
intestinais.
Fato curioso aconteceu com o rinoceronte: apanhava todos os dias. De tão
amedrontado, quis desistir da escola, mas seus pais não deixaram. Bem que
tentava se defender, mas, sozinho, sentia-se impotente para enfrentar o grupo.
Para ele, pior do que apanhar dos colegas, apesar do seu tamanho, era mentir
para os pais, inventando desculpas para faltar às aulas.
Triste mesmo foi o que aconteceu com a raposa. Antes ela era meiga,
esperta, excelente aluna, mas de tanto sofrer intimidações, foi perdendo a
espontaneidade e a alegria de viver. Dizem que agora é perigosa, entrou
para uma gangue e está envolvida com drogas. Com o cavalo também foi
assim. Querendo dar um basta aos maus-tratos que sofria, veio armado para
a escola, mas acabou sendo expulso. Com a abelha e a formiga não foi
diferente. Após sofrerem muitas ofensas por causa do seu tamanho, elas
formaram um grupo e planejaram estratégias de ataques contra seus colegas
nos banheiros e no pátio de recreio.
Interessante percepção foi a da mamãe coruja. Notando que sua filha
chegava da escola agressiva, com ar de superioridade, querendo intimidar
seus irmãos mais novos, resolveu ficar atenta. Procurou a direção da escola e
contou o que estava acontecendo, querendo saber se lá ela agia assim.
Nessa época, vários pais procuraram a escola para tentar entender os
problemas apresentados por seus filhos. Outros ameaçavam tirar os filhos da
escola. Até os professores não agüentavam mais tanta violência.
Após reunir a equipe de professores e analisar os problemas enfrentados, a
direção da escola percebeu que toda essa mudança de comportamento foi
promovida por aquele bicho estranho, que haviam chamado de Bullying.
Assim, a escola resolveu convocar todos os seus profissionais, os pais e os
alunos para uma grande reflexão. O grupo concluiu que o medo, a
insensibilidade, a dificuldade de compreender e se colocar no lugar do outro e
a intolerância às diferenças individuais de cada um estavam prejudicando o
ensino, a aprendizagem, as relações sociais entre as espécies, e a violência
crescia no ambiente escolar.
O papai búfalo lembrou a todos que, na construção da escola, cada um
contribuiu conforme as suas habilidades e o resultado foi extraordinário.
Todos cooperaram com alegria, e a amizade foi fortalecida entre eles.
O diretor considerou que a maior dificuldade dos alunos não estava na
aprendizagem das disciplinas curriculares, mas sim na convivência, e
disse que, doravante, todos na escola se empenhariam em educar os
alunos para a paz, a fim de que a escola se tornasse um lugar onde
todos pudessem ser incluídos. Por isso, resolveram ensinar sobre a
importante participação das diferentes espécies na história da evolução
e da manutenção do planeta.
 Dessa forma, os alunos aprenderam que as diferençasDessa forma, os alunos aprenderam que as diferenças
sempre existirão, mas são os diferentes que fazem asempre existirão, mas são os diferentes que fazem a
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  • 2.  Houve um tempo em que o nosso planeta eraHouve um tempo em que o nosso planeta era habitado somente por animais. Era um tempo dehabitado somente por animais. Era um tempo de grande harmonia entre as espécies. Querendogrande harmonia entre as espécies. Querendo registrar em livros essa época da história, a bicharadaregistrar em livros essa época da história, a bicharada resolveu criar a escola.resolveu criar a escola. •Todos se empenharam em descobrir como participar da sua construção. Resolveram, então, dividir as tarefas, para que todos colaborassem.
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  • 5.  Como o trabalho exigiaComo o trabalho exigia altura e agilidade, asaltura e agilidade, as girafas e os macacos segirafas e os macacos se propuseram a construir opropuseram a construir o telhado. Os camaleões,telhado. Os camaleões, os pavões e asos pavões e as borboletas cuidaram daborboletas cuidaram da pintura e da decoração.pintura e da decoração.
  • 6.  Depois da escola pronta, fizeram uma grande festa,Depois da escola pronta, fizeram uma grande festa, para comemorar os resultados dos seus esforços.para comemorar os resultados dos seus esforços. Descobriram que, graças à solidariedade e àDescobriram que, graças à solidariedade e à cooperação de todos, poderiam, finalmente, estudarcooperação de todos, poderiam, finalmente, estudar todos juntostodos juntos..
  • 7.  Com o passar do tempo aCom o passar do tempo a bicharada tornou-se esclarecidabicharada tornou-se esclarecida e consciente da sua realidade ee consciente da sua realidade e aprendeu, dentre outrosaprendeu, dentre outros conhecimentos, a importância deconhecimentos, a importância de cada um na sociedade.cada um na sociedade.  Os bichos reuniam-se todaOs bichos reuniam-se toda semana para discutir váriossemana para discutir vários assuntos e encontrarassuntos e encontrar soluções para a melhoria dasoluções para a melhoria da qualidade de vida. As boasqualidade de vida. As boas relações entre as diferentesrelações entre as diferentes espécies favoreciam tanto osespécies favoreciam tanto os que ensinavam quanto osque ensinavam quanto os que aprendiam.que aprendiam.
  • 8.  Porem, numaPorem, numa manhã fria demanhã fria de inverno, surgiuinverno, surgiu na escola umna escola um bicho muitobicho muito estranho. Seuestranho. Seu olhar deolhar de valentão davavalentão dava medo, causavamedo, causava até arrepios.até arrepios. Ninguém sabiaNinguém sabia de onde elede onde ele tinha vindo e atinha vindo e a que espécieque espécie pertencia.pertencia.
  • 9.  Os animais que com ele tiveramOs animais que com ele tiveram contato mudaram ocontato mudaram o comportamento e a maneira decomportamento e a maneira de agir com os colegas. Tornaram-seagir com os colegas. Tornaram-se agressivos, prepotentes eagressivos, prepotentes e perversos. Adotaram formas deperversos. Adotaram formas de “brincar” muito diferentes das“brincar” muito diferentes das conhecidas até então. Suasconhecidas até então. Suas “brincadeiras” geravam“brincadeiras” geravam sofrimento, chateação, vergonha esofrimento, chateação, vergonha e constrangimento aos colegas,constrangimento aos colegas, inibindo o aprendizado e ainibindo o aprendizado e a maneira de ser de cada espécie.maneira de ser de cada espécie. Não se parecia com nenhum habitante do planeta. Por suas características e pelo tipo de influência que provocou em outros bichos chamaram-no de BULLYING.
  • 10.  Suas atitudes tornaram-se hostis com os maisSuas atitudes tornaram-se hostis com os mais fracos e indefesos. As diferenças existentes entrefracos e indefesos. As diferenças existentes entre eles, que antes eram consideradas normais,eles, que antes eram consideradas normais, passaram a ser motivo de chacotas epassaram a ser motivo de chacotas e ridicularizações. Os que apresentavam dificuldadesridicularizações. Os que apresentavam dificuldades de aprender eram “zoados” e apelidados. Muitosde aprender eram “zoados” e apelidados. Muitos acabaram desistindo da escola, outros sofriamacabaram desistindo da escola, outros sofriam calados, temendo represálias.calados, temendo represálias.
  • 11.  A cobra, que até então era amiga eA cobra, que até então era amiga e conselheira, começou a espalharconselheira, começou a espalhar boatos difamando a galinha,boatos difamando a galinha, dizendo que esta era namoradeira.dizendo que esta era namoradeira. Como tinha habilidade paraComo tinha habilidade para desenhar, retratava a galinha emdesenhar, retratava a galinha em situações constrangedoras esituações constrangedoras e passava para todos os colegas.passava para todos os colegas. •A maioria dos bichos presenciava o comportamento dos colegas, mas, por alguma razão nada fazia. Essas mudanças de comportamento provocaram sérios problemas de convivência na escola e o interesse pelos estudos ficou prejudicado. •Assim, o leão tornou-se o valentão da escola, agindo de maneira dominadora e procurando impor sua autoridade. O urso, vendo que a popularidade do leão crescia a cada dia, passou a usar sua força para intimidar e obter vantagens.
  • 12.  A hiena, temendo tornar-se a “próxima vítima”, ria daA hiena, temendo tornar-se a “próxima vítima”, ria da maldade que os colegas faziam. Como estratégia, passou amaldade que os colegas faziam. Como estratégia, passou a criticar a gralha, responsável pelo sinal da troca de aulas,criticar a gralha, responsável pelo sinal da troca de aulas, devido ao seu tom de voz estridente. A gralha, ouvindodevido ao seu tom de voz estridente. A gralha, ouvindo constantemente as risadinhas dos colegas e sentindo-seconstantemente as risadinhas dos colegas e sentindo-se humilhada, foi aos poucos se retraindo, até que desenvolveuhumilhada, foi aos poucos se retraindo, até que desenvolveu uma gagueira e não pode mais tocar o sinal da escola. Auma gagueira e não pode mais tocar o sinal da escola. A anta, cheia de dúvidas, evitava fazer perguntas para aanta, cheia de dúvidas, evitava fazer perguntas para a professora, pois se sentia envergonhada pela “zoação” queprofessora, pois se sentia envergonhada pela “zoação” que recebia, prejudicando sua aprendizagem.recebia, prejudicando sua aprendizagem. •O cachorro, que antes protegia a todos, também mudou seu comportamento e passou a agir com perversidade rosnando e fazendo ameaças. Coagia a girafa, obrigando-a a destruir os ninhos dos passarinhos ao término das aulas. Os passarinhos, indignados, reclamaram na escola, mas a perseguição aumentou ainda mais, deixando-os apavorados.
  • 13.  Com a preguiça algo semelhante aconteceu. Aos poucosCom a preguiça algo semelhante aconteceu. Aos poucos foi excluída do grupo. Tão chateada ficou que perdeu afoi excluída do grupo. Tão chateada ficou que perdeu a motivação para os estudos e suas notas despencaram.motivação para os estudos e suas notas despencaram. Nem o alegre e estudioso pingüim escapou aos maus-Nem o alegre e estudioso pingüim escapou aos maus- tratos. Sofria perseguição porque estava sempretratos. Sofria perseguição porque estava sempre elegante e bem-vestido. Depois de algum tempo tornou-elegante e bem-vestido. Depois de algum tempo tornou- se estressado e mal-humorado.se estressado e mal-humorado.  Revoltante mesmo foi o que fizeram com o camelo e oRevoltante mesmo foi o que fizeram com o camelo e o esquilo. Eles não sabiam mais o que fazer, porque eramesquilo. Eles não sabiam mais o que fazer, porque eram obrigados a entregar seus lanches todos os dias, paraobrigados a entregar seus lanches todos os dias, para não apanhar na saída da escola. Com o veado, osnão apanhar na saída da escola. Com o veado, os valentões da escola pegaram pesado: excluíram-no dovalentões da escola pegaram pesado: excluíram-no do time de futebol, dizendo que era demasiadamentetime de futebol, dizendo que era demasiadamente sensível para os esportes.sensível para os esportes.
  • 14. Situação humilhante enfrentava o coelho. Seus colegas faziam gestos em sua direção e riam, apontando para o tamanho dos seus pés, dentes, orelhas. Com o tucano também foi assim, só que este se tornou agressivo, por causa das piadinhas que faziam com o seu bico, e durante o recreio procurava os galhos mais altos e afastados para sozinho comer o seu lanche. Já o urubu andava chateado, porque era sempre constrangido devido à sua alimentação. O gambá decidiu abandonar a escola porque implicavam com seu cheiro. A onça, cansada de receber apelidos por causa das suas pintas, resolveu implicar com o tamanho da boca do jacaré. O jacaré, por sua vez, acabou descontando no sapo, que adoeceu de tanto medo.
  • 15.  O tatu provocava inúmeras situações embaraçosas e, como não conseguia seO tatu provocava inúmeras situações embaraçosas e, como não conseguia se defender, se escondia no buraco, mas, quando saía, levava cada safanão. Adefender, se escondia no buraco, mas, quando saía, levava cada safanão. A coruja sofreu tanta "zoação" por causa dos seus olhos grandes que já nãocoruja sofreu tanta "zoação" por causa dos seus olhos grandes que já não queria mais sair de casa. Em conversa com sua mãe, ela contou que sentiaqueria mais sair de casa. Em conversa com sua mãe, ela contou que sentia muita raiva dos colegas, que não queria voltar para a escola e que pensavamuita raiva dos colegas, que não queria voltar para a escola e que pensava em se vingar.em se vingar. • Estranho foi o que fez a pacífica ovelha: proibiu a pata de lanchar com a turma. A pata, não entendendo os motivos, chorava pelos cantos da escola, acreditando que ninguém gostava dela. Aos poucos, sua auto- estima foi baixando, até que perdeu a confiança em si mesma, tornando- se insegura, aflita e temerosa. Até a pacata zebra mudou seu comportamento, depois de muito sofrer "zoações" por causa das suas listras, e passou a dar coices nos colegas.
  • 16. O elefante, coitado, ia para a escola de casaco, num calor danado, para disfarçar sua gordura. Um dia, cansado das chacotas dos colegas, decidiu emagrecer, mas acabou desenvolvendo anorexia (perdeu a vontade de se alimentar) e teve que interromper seus estudos para tratamento. O canguru não agüentava mais: todo o dia desaparecia alguma coisa da sua mochila. O macaco, muito bisbilhoteiro, sempre levava a culpa, mesmo sendo inocente. Irritado com as acusações injustas, começou a fazer brincadeiras inconvenientes com o porco por causa dos seus problemas intestinais.
  • 17. Fato curioso aconteceu com o rinoceronte: apanhava todos os dias. De tão amedrontado, quis desistir da escola, mas seus pais não deixaram. Bem que tentava se defender, mas, sozinho, sentia-se impotente para enfrentar o grupo. Para ele, pior do que apanhar dos colegas, apesar do seu tamanho, era mentir para os pais, inventando desculpas para faltar às aulas. Triste mesmo foi o que aconteceu com a raposa. Antes ela era meiga, esperta, excelente aluna, mas de tanto sofrer intimidações, foi perdendo a espontaneidade e a alegria de viver. Dizem que agora é perigosa, entrou para uma gangue e está envolvida com drogas. Com o cavalo também foi assim. Querendo dar um basta aos maus-tratos que sofria, veio armado para a escola, mas acabou sendo expulso. Com a abelha e a formiga não foi diferente. Após sofrerem muitas ofensas por causa do seu tamanho, elas formaram um grupo e planejaram estratégias de ataques contra seus colegas nos banheiros e no pátio de recreio.
  • 18. Interessante percepção foi a da mamãe coruja. Notando que sua filha chegava da escola agressiva, com ar de superioridade, querendo intimidar seus irmãos mais novos, resolveu ficar atenta. Procurou a direção da escola e contou o que estava acontecendo, querendo saber se lá ela agia assim. Nessa época, vários pais procuraram a escola para tentar entender os problemas apresentados por seus filhos. Outros ameaçavam tirar os filhos da escola. Até os professores não agüentavam mais tanta violência. Após reunir a equipe de professores e analisar os problemas enfrentados, a direção da escola percebeu que toda essa mudança de comportamento foi promovida por aquele bicho estranho, que haviam chamado de Bullying. Assim, a escola resolveu convocar todos os seus profissionais, os pais e os alunos para uma grande reflexão. O grupo concluiu que o medo, a insensibilidade, a dificuldade de compreender e se colocar no lugar do outro e a intolerância às diferenças individuais de cada um estavam prejudicando o ensino, a aprendizagem, as relações sociais entre as espécies, e a violência crescia no ambiente escolar.
  • 19. O papai búfalo lembrou a todos que, na construção da escola, cada um contribuiu conforme as suas habilidades e o resultado foi extraordinário. Todos cooperaram com alegria, e a amizade foi fortalecida entre eles. O diretor considerou que a maior dificuldade dos alunos não estava na aprendizagem das disciplinas curriculares, mas sim na convivência, e disse que, doravante, todos na escola se empenhariam em educar os alunos para a paz, a fim de que a escola se tornasse um lugar onde todos pudessem ser incluídos. Por isso, resolveram ensinar sobre a importante participação das diferentes espécies na história da evolução e da manutenção do planeta.
  • 20.  Dessa forma, os alunos aprenderam que as diferençasDessa forma, os alunos aprenderam que as diferenças sempre existirão, mas são os diferentes que fazem asempre existirão, mas são os diferentes que fazem a diferença.diferença.