3. DEFINIÇÃO
“ A SAE é uma ferramenta que favorece a melhora da
prática assistencial com base no conhecimento, no
pensamento e na tomada de decisão clínica com o suporte
de evidências científicas, obtidas a partir da avaliação dos
dados subjetivos e objetivos do indivíduo, da família e da
comunidade.” Bartira de Aguiar Roza
4. SAE: Por que implantá-la?
• A globalização e as políticas públicas de saúde têm gerado a
necessidade de uma reorganização da assistência prestada
aos pacientes;
• Obtenção e análise de indicadores de saúde que permitam:
- a troca de informações;
- a avaliação e o acompanhamento da qualidade dos serviços
prestados à população.
• A constante demanda das instituições de saúde para
maximizar recursos, diminuir custos e aumentar a qualidade
da assistência têm exigido da enfermagem o aprimoramento
de suas atividades.
5. PROCESSO DE ENFERMAGEM
•
Sistematizar a assistência é apropriar-se de um método de trabalho denominado:
Processo de Enfermagem;
•
Método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a
obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável:
-
Método: jeito de desenvolver
Sistemático: segue passos
Humanizados: respeita crenças, satisfação de necessidades
Resultados: estabelecidos pelo conhecimento
Rentável: gera lucro
•
O PE fornece estrutura para a tomada de decisão durante a assistência, tornando-a
mais científica e menos intuitiva;
Uma teoria de enfermagem é implementada na prática por meio desse método
científico.
•
6. PROCESSO DE ENFERMAGEM
Conhecimento sobre teorias de enfermagem, PE,
semiologia, fisiologia, patologia, gerenciamento
oAssistir o paciente/ a família/ a comunidade
oObter indicadores de saúde a partir dos registros em
prontuário
oAvaliar a qualidade da assistência prestada
oMensurar a contribuição para melhora do quadro dos
pacientes
7. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• Florence Nightingale (1820 – 1910) afirmava que a enfermagem requeria
conhecimentos distintos daqueles da medicina;
• Conhecimento de enfermagem direcionado às pessoas, às condições em
que elas viviam e em como o ambiente poderia atuar, positivamente ou
não, sobre a saúde delas;
• Entretanto a enfermagem assumiu uma orientação profissional dirigida
para o imediatismo, baseando-se em ações práticas, de modo intuitivo e
não sistematizado;
• Centralização das ações na doença e não no paciente: estagnação da
profissão.
8. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• Guerras
mundiais,
movimentos
femininos
de
reivindicação,
desenvolvimento das ciências e da educação, modificações socioeconômicas e políticas;
• Questionamento e reflexão acerca da prática de enfermagem: condições
menos servis para a profissão e consciência da necessidade de melhor
preparo das enfermeiras;
• Percebeu-se a necessidade de se desenvolver um corpo específico e
organizado de conhecimentos sobre a profissão, difundindo-se a
preocupação com o significado da enfermagem e com seu papel social.
9. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• 1940: cuidado de enfermagem enfatizado como um processo
interpessoal;
• 1950:
- assistência holística, enfoque do ser humano;
- sugeria-se que os diagnósticos de enfermagem deveriam ser
diferentes dos diagnósticos médicos;
- Intensa busca de identidade profissional.
• 1960: os modelos teóricos foram elaborados para retratar
conceitos, descrever, explicar, prever o fenômeno e
determinar o campo de domínio da profissão.
10. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• Houve uma busca por respostas para questões acerca de:
- Quem era o enfermeiro?
- Quem era a pessoa-alvo do cuidado?
- Quais conceitos deveriam orientar o modelo de assistência de
enfermagem?
- Como poderiam tornar esses conceitos conhecidos para os
profissionais, de modo que pudessem guiar a prática clínica
mantendo a consonância com as políticas das instituições de
saúde?
11. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• 1960, Wanda de Aguiar Horta: elaborou a Teoria das
Necessidades Humanas Básicas (NHB) – uma nova visão da
enfermagem no Brasil;
• Teoria da Motivação Humana de
de Abraham Maslow
12. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• Teoria de João Mohana: necessidades em nível psicobiológico,
psicossocial e psicoespiritual;
Classificação das Necessidades Humanas Básicas por João Mohana
Necessidades Psicobiológicas
Necessidades Psicossociais
Oxigenação
Segurança, amor, liberdade
Hidratação, nutrição, eliminação
Comunicação, criatividade, aprendizagem
Sono e repouso, exercício e atividade física
Sociabilidade, recreação, lazer
Sexualidade, abrigo
Espaço, orientação no tempo e espaço
Mecânica corporal, motilidade, locomoção
Aceitação, autorrealização, autoestima
Cuidado corporal
Participação
Integridade cutaneomucosa e física
Autoimagem
Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina,
eletrolítica, imunológica, crescimento celular e vascular
Atenção
Percepção: olfatória, visual, auditiva, tátil, gustativa,
dolorosa
Ambiente e terapêutica
Necessidades Psicoespirituais
religiosa ou teológica, ética ou de filosofia de vida
13. TEORIAS DE ENFERMAGEM
“ A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde
implementa estados de equilíbrio, previne estados de
desequilíbrio e os reverte em equilíbrio pela assistência ao ser
humano no atendimento de suas necessidades básicas. Procura,
portanto, sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico
no tempo e espaço.” (Wanda Horta)
14. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• 1970: grande impulso da literatura sobre as teorias de
enfermagem;
• 1980/90: teorias passaram a subsidiar a assistência de
enfermagem em instituições de saúde;
• Atualmente as teorias vêm sendo cada vez mais
implementadas na prática aumentando a possibilidade de
melhora na qualidade da assistência.
15. TEORIAS DE ENFERMAGEM
• O uso das teorias de enfermagem:
- Oferece estrutura e organização ao conhecimento de
enfermagem;
- Proporciona um meio sistemático de coletar dados;
- Promove a prática racional e sistemática;
- Torna a prática direcionada por metas e resultados;
- Determina a finalidade da prática de enfermagem;
- Promove um cuidado coordenado e menos fragmentado.
19. ESCOLHA DE UMA TEORIA
• Para escolher uma teoria de enfermagem para fundamentar a sua prática
o enfermeiro precisa:
-
Conhecer a realidade do setor em que trabalha;
O perfil dos enfermeiros que trabalham nessa unidade;
A clientela atendida neste serviço;
-
Exemplo: enfermeiro de Programa da Saúde da Família (PSF), deve utilizar
uma teoria que conceitue
Pessoa: indivíduo, família e ou/comunidade;
Ambiente: comunidade em que essa pessoa vive;
Saúde: diretrizes do PSF;
Enfermeiro: agente de promoção da saúde.
o
o
o
o
20. POR QUE ESCOLHER UMA
TEORIA?
• É um alicerce estrutural para a implantação da SAE;
• Decreto lei 94406/87: definiu a elaboração da prescrição de enfermagem
atividade privativa do enfermeiro e contribuiu para uma maior
incorporação da SAE;
• Resolução 358/2009 do COFEN preconiza que a assistência de
enfermagem deve ser sistematizada implantando-se o Processo de
Enfermagem (PE);
• Caso contrário, a tendência é que o enfermeiro continue respaldando suas
ações no modelo biomédico, o qual direciona as ações para o tratamento
da doença.
21. POR QUE ESCOLHER UMA
TEORIA?
• Foco do médico: “A Sra. Garcia tem dor e edema em todas as
articulações.
Diagnóstico:
antiinflamatórios.”
artrite
reumatóide.
Tratamento:
• Foco da enfermagem: “A Sra. Garcia tem dor e edema em todas as
articulações, o que dificulta a alimentação e o vestir-se. Ela mencionou a
dificuldade de sentir-se valorizada, quando nem mesmo consegue
alimentar-se. Relata estar deprimida pela falta que sente dos dois netos
menores. Necessitamos desenvolver um plano para ajudá-la em sua dor,
auxiliá-la a alimentar-se e a vestir-se, a elaborar seus sentimentos de baixa
auto-estima e para providenciar visita dos netos.”
23. INVESTIGAÇÃO
• Anamnese, exame físico e exames laboratoriais;
• Obtenção de um quadro do estado de saúde do indivíduo, da
família e da comunidade;
• Identificar as necessidades, os problemas, as preocupações e
as reações humanas;
• A precisão, a eficiência, a eficácia e a segurança de todas as
outras etapas do processo de enfermagem, dependem de uma
coleta de dados fidedignos, relevantes e abrangentes;
• Uma investigação imprecisa, vaga ou incompleta, coloca o
paciente em risco para o cuidado ineficaz, ineficiente e
inseguro.
24. INVESTIGAÇÃO
• Coleta de dados: processo permanente
• Você está de plantão na UTI e o técnico de enfermagem a (o)
comunica que o paciente MRR está taquicárdico, FC 120bpm.
Você vai até o leito, avalia o paciente e atribui a alteração à
febre (38°C), diante disso você orienta o técnico a medicar o
paciente conforme a prescrição médica. Uma hora após o
técnico volta a comunicá-la(o) o mesmo problema: paciente
continua taquicárdico.
25. INVESTIGAÇÃO
- Dados diretos: coletados diretamente do paciente
- Dados indiretos: obtidos por outras fontes como família,
prontuário, outros profissionais da equipe multiprofissional,
resultado de exames laboratoriais ...
- Dados objetivos: o que é observável, ex.: PA 160x100mmHg,
alterações isquêmicas no ECG e saturação de oxigênio de 88%
- Dados subjetivos: o que o indivíduo afirma, ex.: falta de ar e
intensa dor no peito
- Um tipo complementa e esclarece o outro, o que é observado
confirma o que o paciente diz.
26. INVESTIGAÇÃO
• Investigação completa: geralmente feita na admissão, abarca
todos os aspectos de uma estrutura investigativa de
enfermagem, como os 11 padrões funcionais (Gordon);
• Investigação focalizada: concentra-se em determinado
assunto ou preocupação, como dor, sono ou padrão
respiratório.
27. INVESTIGAÇÃO
• Validação dos Dados:
- Verificação de que suas informações são verdadeiras e completas;
- Mais de um indício, maior a probabilidade de ser verdadeiro; mais
de uma fonte, maior a probabilidade de veracidade;
- Verifique novamente informações extremamente anormais, o
funcionamento do seu equipamento;
- Procure fatores que possam alterar a precisão;
- Peça a outra pessoa para coletar os mesmos dados;
- Compare dados subjetivos e objetivos;
- Verifique suas inferências com o paciente;
- Compare suas impressões com as de outros membros da equipe.
28. INVESTIGAÇÃO
• Agrupamento do Dados:
- Pode ser feito de diversas maneiras de acordo com sua
finalidade;
- Identificar os diagnósticos de enfermagem: padrões
funcionais de saúde de Gordon;
- Estabelecer prioridades: necessidades humanas de Maslow;
- Identificar os sinais e sintomas de possíveis problemas
clínicos: modelo médico de sistemas orgânicos.
29. INVESTIGAÇÃO
• Padrões Funcionais de Saúde (Gordon)
-
Percepção de saúde – controle de saúde;
Padrões nutricionais e metabólicos;
Eliminação;
Atividade e exercício;
Cognitivo – perceptivo;
Sono – repouso;
Auto percepção – autoconceito;
Papel – relacionamento;
Sexualidade – reprodução;
Enfrentamento – tolerância ao estresse;
Valor – crença.
30. INVESTIGAÇÃO
• Necessidades Humanas (Maslow)
Prioridade 1 - Necessidades fisiológicas (sobrevivência):
alimento, líquidos, oxigênio, eliminação, calor, conforto físico ;
Prioridade 2 – Necessidades de segurança e proteção: coisas
necessárias para segurança física e psicológica ;
Prioridade 3 – Necessidade de amor e pertencimento: família e
pessoas significativas;
Prioridade 4 – Necessidade de autoestima: coisas que façam com
que as pessoas sintam-se bem e confiantes ;
Prioridade 5 – Necessidades de auto atualização: crescer, mudar
e atingir metas.
31. INVESTIGAÇÃO
• Sistemas Orgânicos
-
Perfil do paciente: nome, idade, motivo para a procura de atendimento de
saúde, sinais vitais, diagnósticos conhecidos, alergias ou problemas com a
dieta;
o
o
o
o
o
o
o
Dados suspeitos de anormalidade agrupados nos seguintes sistemas:
Nervoso
Respiratório
Cardiovascular
Geniturinário
Gastrintestinal
Musculoesquelético
Tegumentar
32. INVESTIGAÇÃO
• Identificação de Padrões
- Elencar o que é relevante;
- Direcionar a investigação para procurar os fatores causais.
o O familiar da paciente MLZ, 70 anos, a(o) chama aflita para
explicar que sua mãe está agitada, confusa e inquieta, pensa
que está em casa e quer sair do leito.
33. INVESTIGAÇÃO
• Identificação de Padrões
- Elencar o que é relevante;
- Direcionar a investigação para procurar os fatores causais.
o O familiar da paciente MLZ, 70 anos, a(o) chama aflita para
explicar que sua mãe está agitada, confusa e inquieta, pensa
que está em casa e quer sair do leito.
o Fatores causais: delírio, má perfusão cerebral, demência,
abstinência ...
34. INVESTIGAÇÃO
• Comunicação e Registro de Dados
- Dados significativos ou anormais devem ser registrados e
comunicados;
- Assegurar que outros membros da equipe multiprofissional
tenham conhecimento da situação do paciente;
- Promove continuidade da assistência;
- Respaldo legal.
35. INVESTIGAÇÃO
• O relacionamento enfermeiro-paciente é fundamental
para o bom desfecho do trabalho;
• Conhecimentos de semiologia e semiotécnica;
• O enfermeiro deve lançar mão de seus conhecimentos e
coletar os dados a partir de um referencial teórico;
• O profissional deve se direcionar pelos conceitos da
teoria e realizar a anamnese e o exame físico guiados
pelo modelo conceitual.
37. RESUMO
• A SAE é uma metodologia científica de que o profissional
enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos
técnico-científicos e humanos na assistência aos
pacientes;
• O método científico que deve ser utilizado para a SAE é
denominado Processo de Enfermagem que compreende
etapas como Investigação, Diagnóstico de Enfermagem,
Planejamento, Implementação e Avaliação;
• Uma Teoria de Enfermagem é implementada na prática
por meio desse método científico;
38. RESUMO
• Realizar um diagnóstico prévio das características da
unidade, das demandas de pacientes e profissionais e dos
papéis desempenhados pelo corpo de enfermagem deve
ser a primeira etapa para a escolha da teoria;
• Para que a SAE realmente ocorra, torna-se necessária a
comunhão entre os conceitos do marco teórico e a conduta
dos profissionais de enfermagem;
• A Investigação (anamnese e exame físico) pode ser
realizada em cinco passos: coleta, validação,
agrupamento dos dados, identificação de padrões,
comunicação e registro de dados.