1. Vantagem do blogue na Biblioteca Escolar.
Da leitura dos vários textos que nos foram apresentados fica a ideia de que a criação
de um blogue para passar informação aos alunos, e até mesmo levá-los a ser co-
autores, é relativamente fácil.
Qualquer pessoa pode publicar de forma gratuita informação (centrando-se no seu
conteúdo e não nas ferramentas - interfaces), não só devido à forma intuitiva e fácil
como se faz mas também por permitir aos intervenientes a colocação de comentários
a tudo o que é “postado” e a possibilidade de guardar em arquivo todo o material
editado para mais tarde ser consultado, permitindo assim o enriquecimento do
conhecimento.
Segundo Sónia Cruz esta e outras ferramenta da web2.0 faz são positivas porque:
“…a integração das tecnologias na educação torna-se essencial e urgente para o
desenvolvimento integral da formação de alunos que se exige hoje, preparados
para o mercado de trabalho, em constante mudança e transformação, pelo que
devem mostrar competências que não se limitam a áreas nas quais se
especializaram, mas desenvolver um espírito aberto, flexível e capaz de se adaptar
para evoluir… indica-nos que cada vez mais os alunos estão motivados para as
tecnologias informáticas e menos motivados para os métodos tradicionais de
ensino. “ (Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores, p. 18)
Desta forma a biblioteca escolar só tem a ganhar com a criação de um blogue onde os
alunos sejam elementos activos, conseguindo assim uma maior visibilidade junto dos
mesmos.
No caso da escola onde trabalho a grande maioria dos alunos possuem pagina no
facebook, e noutras redes sociais, onde passam grande parte do seu tempo pelo que,
tal como constatou João Proença (2012) no seu estudo, estes alunos retêm muito
mais facilmente toda a informação que lhes chega por esse meio do que pelo ensino
tradicional.
O mesmo autor refere que: “Se a Biblioteca da Escola for ter até eles através de uma
rede social isso significará uma mudança radical: a Biblioteca passa a ser visível. Não
é o aluno que tem que se dirigir à Biblioteca Escolar mas é a Biblioteca que vem ter
com ele e se torna visível através das propostas que lhe faz” (pag.64).
Luísa Fadista – a Biblioteca Escolar Web 2.0 1
2. Se a biblioteca escolar der espaço para o “Incremento das competências digitais dos
utilizadores da rede. Este é indubitavelmente um facto a ter em conta. Aprende-se a
utilizar a Internet, utilizando-a, aprendendo com os erros e, principalmente aprendendo
com as boas práticas dos outros utilizadores.” (Proença, J. p.64)
Numa época em que toda a informação está à distância de um clique e em que os
alunos são o que se pode considerar da geração GOOGLE 1 “importa que a biblioteca
faça entender aos potenciais utilizadores a mais-valia dos serviços que oferece e os
promova de uma forma credível e consistente”. Ainda segundo Proença “De nada
servem longas publicações ou cartazes feitos de forma mais ou menos amadora; a BE
tem que saber comunicar e de modo especial em rede e saber aproveitar as
potencialidades das redes sociais para fazer marketing.”
Seoane Garcia (2008a), citado por Proença, J. (2012), aponta seis características dos
Blogues que os distinguem das páginas Web tradicionais:
“1. Fácil atualización : sin necesidad de conocimiento de html ni
programación.
2. Cronología en la publicación: los post (artículos) se organizan en
orden cronológico inverso.
3. Interactividad: facilitan que los lectores “reaccionen” a cada
publicación através de los comentarios.
4. Lenguaje coloquial: comunicación directa, cálida y personal.
5. Actúan como herramientas sociales: facilitan conocer personas
que se dedican a temas similares.
6. Publicación en múltiples formatos: las diferentes plataformas de
blogging redistribuyen todo lo publicado en diferentes formatos de manera
automática, html, rss, rdf, atom” (Seoane Garcia, 2008ª, citado por Proença, J.,
2012, p. 68).
Ainda para este autor (Proença, J.) o facto de os blogues poderem ser escritos de
forma colaborativa, comentados e avaliados com facilidade e poderem ser acessíveis
a alunos e professores transforma-os numa ferramenta de trabalho em rede de grande
valor “com inegáveis vantagens na educação face ao perfil desejado do cidadão do
século XXI”.
1
http://www.bad.pt/noticia/2012/08/17/ifla-2012-as-nuvens-e-a-geracao-google/
Luísa Fadista – a Biblioteca Escolar Web 2.0 2
3. Assiste-se cada vez mais à proliferação de inúmeros “Blogues educativos usados
como: espaço de partilha, de reflexão, discussão, de construção coletiva de
conhecimento, de colaboração, portfólio” (Proença, J. 2012, p 69).
Celaya (citado por Proença. J. 2012) realça a importância do uso dos Blogues pelas
bibliotecas na promoção da leitura para crianças, jovens e adultos.
O uso dos Blogues pelas bibliotecas em geral (e nas bibliotecas escolares, mais
concretamente por ser esse o assunto que nos diz respeito), pode ser uma mais-valia
pois permitem o diálogo entre os vários leitores e a criação de comunidades de leitura
onde os vários membros podem comentar o mesmo livro ou assunto e
consequentemente de aprendizagem.
No entanto não se pense que pelo simples facto de uma Biblioteca Escolar possuir e
alimentar um Blogue, seja garantia de que é uma Biblioteca 2.0, “ou seja uma
biblioteca inovadora em termos de relação com o utilizador”.
“O Blogue poderá ser uma página Web bem ao estilo da Web 1.0 numa
linha muito unidirecional, pois este pode ser alimentado por uma só pessoa,
pode não ter interação (com a proteção de comentários), pode publicar só
longos e inúteis textos do ponto de vista do utilizador, pode não ser
atualizado e ainda não ter uma política de ligações estabelecida e feliz...
Para se poder aferir sobre a qualidade de um Blogue de uma Biblioteca
Escolar, os seus propósitos têm que ser bem claros. Temos para nós que
quanto menos generalista for o Blogue mais possibilidade tem de fidelizar
públicos pois é muito diferente um Blogue destinado a um público juvenil de
um Blogue destinado a adultos.
No referente à possibilidade de comentários no Blogue, há PB que
manifestam alguma reserva ao comentário livre no Blogue. É nossa opinião
que, num mundo e “atitude” Web 2.0 o comentário deverá ser possível e
fomentado.” (Proença, J, 2012, p.73)
Para Proença, J. o blogue deve ser sempre aberto a todos os colaboradores, com
possibilidade de o administrador poder fazer uma triagem do que se publica.
Até porque se algum colaborador for menos correto, nos seus “posts” existe sempre a
possibilidade de ser eliminado do blogue!
Luísa Fadista – a Biblioteca Escolar Web 2.0 3
4. Bibliografia:
- Manual de Ferramentasda web 2.0 para Professores (2008); Ministério da Educação /DGIDC;
org. de Carvalho, A. ;versão online, acedida em 22/02/2013, disponibilizado em:
http://www.crie.min-edu.pt/publico/web20/manual_web20-professores.pdf
-Biblioteca Escolar e Web 2.0 – Questões em torno de algumas práticas em implementação e
perceção do impacto no trabalho da Biblioteca (2012); Dissertação apresentada para obtenção
de Grau de Mestre em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares; Proença, J.; versão
online acedida em 22/02/2013, disponibilizado em:
https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/2149/1/Tese%20%20joao%20paulo
%20proen%C3%A7a.pdf
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