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FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU
EM MEIO AMBIENTE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA –
PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL
TELMA DE JESUS RIBEIRO
JOÃO NEIVA – ES
SETEMBRO/2012
2
TELMA DE JESUS RIBEIRO
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA –
PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL
JOÃO NEIVA – ES
SETEMBRO/2012
Trabalho de Fim de Curso
elaborado pela aluna Telma de
Jesus Ribeiro apresentado ao
Colegiado do Curso de Pós
Graduação – Lato Sensu, em Meio
Ambiente da Faculdade Unida de
Vitoria, para obtenção do certificado
de Especialista.
3
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................ 4
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5
2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 7
3 OBJETIVOS .................................................................................................... 8
3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 8
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 8
4 METODOLOGIA.............................................................................................. 9
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 9
6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 12
6.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÀNCIA DA CONSCIÊNCIA DA
SOLIDARIEDADE AMBIENTAL.................................................................... 12
6.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................ 13
6.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL........................... 14
6.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A MUNICIPALIDADE ............................... 19
7 PROPOSTAS DE PROGRAMAS.................................................................. 21
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 31
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 33
ANEXOS .......................................................................................................... 38
4
RESUMO
A relação entre meio ambiente e cidadania tem assumido um papel
sistematizador na busca de atores comprometidos com novas posturas e
práticas sociais visando a aquisição de uma melhor qualidade de vida dos
indivíduos e da coletividade. Nesse sentido, a inserção da Educação Ambiental
na comunidade, representa uma possibilidade de orientar os indivíduos em um
caminho que venha a transformar os paradigmas atualmente vigentes,
podendo influenciar seu cotidiano. A discussão teórica sobre a educação
ambiental e a cidadania parte do pressuposto de que seus objetivos não
podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais,
econômicas e ecológicas de cada lugar. Uma das medidas mais desafiantes
para o enfrentamento do atual sistema é a estruturação de novos padrões de
comportamento, atitudes e valores que venham a acompanhar as mudanças
decorrentes do progresso cultural e político. Portanto, torna-se necessário que
a população faça uso de seus direitos de cidadania e incorpore em seu
cotidiano atitudes que manifestem a consciência ambiental e responsabilidade
coletiva.
Palavras-chave: Educação ambiental, Comunidade, Cidadania, Meio
Ambiente.
5
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes à
temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores
da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no
intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões
ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a
apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental.
As ideias ligadas à temática ambiental não surgiram de um dia para outro, os
últimos 40 anos foram pródigos em encontros, conferências, seminários,
tratados e convenções voltados à temática ambiental. Numerosos fatos de
âmbito internacional foram delineando o que conhecemos hoje por Educação
Ambiental (EA). Ilustrativamente, podemos citar alguns desses acontecimentos:
 Considerado um clássico na história do movimento ambientalista
mundial, o livro “Primavera Silenciosa”, lançado em 1962 pela jornalista
Rachel Carson, alertava para a crescente perda da qualidade de vida
produzida pelo uso indiscriminado e excessivo dos produtos químicos e
os efeitos dessa utilização sobre os recursos ambientais (DIAS, 1992) –
esse livro teve grande repercussão, favorecendo o crescimento dos
movimentos ambientalistas mundiais;
 A Carta de Belgrado (1975) preconizou que as fundações de um
programa mundial de Educação Ambiental fossem lançadas;
 A Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre
Educação Ambiental (1977) atentou para o fato de que, nos últimos
decênios, o homem, utilizando o poder de transformar o meio ambiente,
modificou rapidamente o equilíbrio da natureza. Como resultado, as
espécies ficaram frequentemente expostas a perigos que poderiam ser
irreversíveis (DIAS, 1992);
 No Congresso de Moscou (1987), chegou-se à concordância de que a
EA deveria objetivar modificações comportamentais nos campos
cognitivos e afetivos (DIAS, 1992).
6
Nunca se comprometeu tanto a capacidade de manutenção da vida, o que
indica a necessidade de ações educacionais que contribuam para a construção
de sociedades sustentáveis. Segundo VASCONCELLOS (1997), a presença,
em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre
si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é
condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Dentro desse
contexto, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na
implementação de atividades que propiciem essa reflexão a comunidade, pois
isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, com ações
orientadas em projetos e em processos de participação que levem à
autoconfiança, à atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a
proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992).
Esse processo de sensibilização da comunidade escolar pode fomentar
iniciativas que transcendam o ambiente estudantil, atingindo tanto o bairro no
qual a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais
residam alunos, professores e funcionários, potenciais multiplicadores de
informações e atividades relacionadas à Educação Ambiental. SOUZA (2000)
afirma, inclusive, que o estreitamento das relações entre todos os atores: pais,
professores e alunos é bastante útil na convivência social e nas atitudes
cotidianas.
Os participantes do Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a EA
(MEC/SEMAM, 1991) sugeriram, entre outras propostas, que os trabalhos
relacionados à educação Ambiental na escola devem ter, como objetivos, a
sensibilização e a conscientização; buscar uma mudança comportamental;
formar um cidadão mais atuante; (...) sensibilizar o professor, principal agente
promotor da EA; (...) criar condições para que, no ensino formal, a EA seja um
processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares
globalizantes e da instrumentação dos professores; procurar a integração entre
escola e comunidade, objetivando a proteção ambiental em harmonia com o
desenvolvimento sustentado (DIAS, 1992).
7
No Brasil, a ameaça à biodiversidade está presente em todos os biomas, em
decorrência, principalmente, do desenvolvimento desordenado de atividades
produtivas. A degradação do solo, a poluição atmosférica e a contaminação
dos recursos hídricos são alguns dos efeitos nocivos observados. Na maioria
dos centros urbanos, os resíduos sólidos ainda são depositados em lixões, a
céu aberto.
Associa-se a isso um quadro de exclusão social e elevado nível de pobreza da
população. Muitas pessoas vivem em áreas de risco, como encostas, margens
de rios e periferias industriais. É preciso considerar também que uma
significativa parcela possui uma percepção “naturalizada” do meio ambiente,
excluindo os habitantes e demais objetos sociais.
2 JUSTIFICATIVA
A implementação de um Projeto de Educação Ambiental (PEA), pode ser
compreendida e justificada como o conjunto de ações pedagógicas voltadas
para a população residente na comunidade, visando assegurar práticas
coletivas afinadas com a preservação e proteção do meio ambiente em suas
dimensões naturais e humanas.
O desenvolvimento de um PEA justifica-se como medida integrante das ações
a serem implementadas no sentido de minimizar e compensar os impactos
gerados pelo cotidiano. Notadamente, há pouca consciência dos moradores
sobre os aspectos ambientais inerentes as atividades diárias.
8
Compete aos gestores: diretores, secretários, professores, ONGs, etc. executar
o elenco de ações que busque criar uma perspectiva de estreitamento da
relação cidadão x meio ambiente para uma melhoria no nível de
conscientização e de atuação desses indivíduos em relação ao seu ambiente
de trabalho e sua atividade.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Propor estratégias de abordagens da Educação Ambiental em um
município/distrito a fim de envolver, engajar e conscientizar todos os entes da
sociedade e comunidade: crianças, adultos e idosos em geral na temática
ambiental estimulando a iniciativa, a cooperação e o senso de responsabilidade
na preservação do meio ambiente como um todo.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Identificar possíveis abordagens para a Educação Ambiental Formal e
Informal para a comunidade;
 Propor projetos de integração e abordagem da temática junto à
comunidade;
 Destacar a importância da inserção da Educação Ambiental para a
comunidade;
9
4 METODOLOGIA
O método utilizado para pesquisa e coleta de dados pode ser dividido em:
pesquisa exploratória qualitativa, através do levantamento de informações em
livros, teses e leis na busca do embasamento teórico e também um maior
conhecimento sobre o tema tratado e sobre as práticas mais adequadas para o
município.
Na segunda etapa foi realizada a pesquisa descritiva qualitativa, para esta fase
foi desenvolvido um plano de atividades a ser proposta para implementação em
um município. Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por
permitir que este modelo de programa seja adotado por outros locais.
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo SATO (2004, p.23), uma primeira definição para a Educação
Ambiental foi adotada em 1971 pela Internacional Union for the Conservation of
Nature. A Conferência de Estocolmo ampliou sua definição a outras esferas do
conhecimento, e a Conferência de Tbilisi definiu o conceito de Educação
Ambiental:
“A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e
clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades
e modificando as atitudes e relação ao meio, para entender e apreciar as
inter-relações entre os seres humanos suas culturas e seus meios
biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática
das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da
qualidade de vida.”
10
A qualidade de vida, necessariamente está vinculada à qualidade ambiental (do
meio em que vivemos) (GUIMARÃES, 2005), e sua percepção é influenciada
por fatores culturais, geográficos e históricos, como também pelas condições
anatômicas e fisiológicas da espécie humana (GUIMARÃES, 2005; OLIVEIRA,
1983).
No Brasil, a preocupação com a qualidade ambiental se manifestou em 1981,
com a Lei Federal no. 6.938, que instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente, seguida pela Constituição Federal de 1987, que assegura um
ambiente saudável para todos; e o Tratado de Educação Ambiental, da Rio-92.
Mas é na Lei Federal no. 9.795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental –
PNEA), que ficou declarada a implementação da Educação Ambiental em
todos os níveis e idades (SATO, 2004).
Com base na PNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA,
além de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de
proteção, recuperação e melhoria socioambiental, também visa potencializar a
função da educação para as mudanças culturais e sociais. Considerando
princípios contidos na PNEA e no ProNEA, a Diretoria de Educação Ambiental
do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA) criou o Programa Nacional de
Formação de Educadores (as) Ambientais – Pronea, com a pretensão de
qualificar as políticas públicas federais de educação ambiental, através dos
Coletivos Educadores (Ministério do Meio ambiente, 2005).
O Coletivo Educador é a união de pessoas que trazem o apoio de suas
instituições para um processo de atuação educacional em um território. É visto
como estratégico na implementação de políticas públicas (federais, estaduais,
municipais) e constitui-se em uma proposta recente, que está em processo de
implantação. Neste sentido, a existência de redes em Educação Ambiental
(REBEA, REBECA, CEAs, entre outras) é fundamental nas contribuições à
formação de políticas públicas e a promoção de práticas vinculadas à
educação ambiental.
11
A questão ambiental, por si só, já é tida como complexa. A associação dos
termos em ‘educação ambiental’, considerando que “reconhecemos o papel
central da educação na formação de valores e na ação social” (MEC, 2007), lhe
dá uma dimensão incontestavelmente maior.
Diante de uma sociedade de ideias homogeneizantes, que acredita em práticas
mercadológicas como solução à crise ambiental (SILVA e DUARTE, 1999), o
desafio da educação ambiental está em promover formação, e não
‘adestramento’ (BRÜGGER, 1994), buscando um novo ideário comportamental,
tanto no âmbito individual quanto coletivo, gerando conhecimento local, sem
perder de vista o global (OLIVEIRA, 2000). Para tanto, não existem
metodologias fixas e é vital o respeito pelas diferenças.
A constatação de que um conceito tão primordial como o de meio ambiente não
incorpora a dimensão social à dimensão ecológica, evidencia o trabalhoso e
delicado processo por que passa a Educação Ambiental. Sua efetivação passa
pela conceituação, para daí ser capaz de conscientizar e reverte-se em novas
posturas diante da natureza (BRÜGGER, 1994).
A introdução de um referencial conceitual durante a prática de educação
ambiental é necessária como uma fundamentação, para a inserção do
indivíduo e o reconhecimento do contexto em que ele vive. Segundo Tonso
(2007), é necessário que o participante se reconheça no processo, para que
possa se sentir parte da discussão.
12
6 REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÂNCIA DA
CONSCIÊNCIA DA SOLIDARIEDADE AMBIENTAL
As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o
efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma
articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental direta,
incluindo nesse contexto as ações em educação ambiental. Dessa forma,
assim como as medidas políticas, jurídicas, institucionais e econômicas
voltadas à proteção, recuperação e melhoria sócio ambiental, despontam
também as atividades no âmbito educativo (ProNEA).
Com efeito, diante da constatação da necessidade de edificação dos pilares
das sociedades sustentáveis, os sistemas sociais atualizam-se para incorporar
a dimensão ambiental em suas respectivas especificidades, fornecendo os
meios adequados para efetuar a transição societária em direção à
sustentabilidade. Assim, o sistema jurídico cria um “direito ambiental”, o
sistema científico desenvolve uma “ciência complexa”, o sistema tecnológico
cria uma “tecnologia eco-eficiente”, o sistema econômico potencializa uma
“economia ecológica”, o sistema político oferece uma “política verde”; e o
sistema educativo fornece uma “educação ambiental”. Cabe a cada um dos
sistemas sociais, o desenvolvimento de funções de acordo com suas
atribuições específicas, respondendo às múltiplas dimensões da
sustentabilidade.
E nesse contexto onde os sistemas sociais atuam na promoção da mudança
ambiental, a educação assume posição de destaque para construir os
fundamentos da sociedade sustentável, apresentando uma dupla função a
essa transição societária: propiciar os processos de mudanças culturais em
direção a instauração de uma ética ecológica e de mudanças sociais em
direção ao empoderamento dos indivíduos, grupos e sociedades que se
encontram em condições de vulnerabilidade face aos desafios da
contemporaneidade (ProNEA).
13
Para MELLOWS (1972) deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupação com o meio ambiente, completo e sensível
entendimento das relações do homem com o ambiente a sua volta. Para
MININI (2000), a Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma
compreensão crítica e global do ambiente. Esclarecer valores e desenvolver
atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa dos
recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da
pobreza extrema e do consumismo desenfreado.
DIAS (2000), acredita que Educação Ambiental seja um processo onde as
pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como
o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade. Para
VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da
reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e
do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a
Educação Ambiental ocorra.
Portanto, é no sentido de promover a articulação das ações educativas
voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria sócia ambiental, e
de potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais,
que se insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o
desenvolvimento sustentável.
6.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 27 de abril de
1999, a Lei N.º 9795 “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.” O Projeto de Lei,
proposto pelo deputado federal Fábio Feldmann, reconhece, enfim, a educação
ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo
processo educativo, formal e/ou não formal, como orientam os Artigos 205 e
225 da Constituição Federal.
14
A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de
promoção da educação ambiental em todos os setores da sociedade. Diferente
de outras Leis, não estabelece regras ou sanções, mas estabelece
responsabilidades e obrigações.
Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores da
sociedade, a Política Nacional de Educação Ambiental institucionaliza a
educação ambiental, legaliza seus princípios, a transforma em objeto de
políticas públicas, além de fornecer à sociedade um instrumento de cobrança
para a promoção da educação ambiental.
Finalmente, a Política de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de
trabalhar o tema ambiental de forma transversal, conforme foi proposto pelos
Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais. Durante um ano a Câmara
Técnica de Educação Ambiental do CONAMA, na época, presidida pela
COEA/MEC discutiu propostas para regulamentação da Lei. Em 25 de junho de
2002 foi assinado pelo Presidente da República a Regulamentação da Lei nº
9795 pelo Decreto 4.281.
6.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL
A Educação Ambiental pode ser definida como uma abordagem educacional
que visa uma mudança de paradigmas rumo ao desenvolvimento sustentável
(PHILIPPI JUNIOR; PELICIONI, 2005). Ruscheinsky (2002) salienta a
necessidade de se esclarecer que sustentabilidade não se trata de uma forma
qualquer de exercício ou de ação, mas a prática de uma ação transformadora
intencional, de caráter coletivo, que se articula com a busca de uma sociedade
democrática, socialmente justa e com o desvelamento das relações de
dominação na própria sociedade.
15
Diante do exposto, percebe-se que a Educação Ambiental apresenta um
conceito abrangente e destaca a participação da sociedade na construção de
valores sociais (moral, ética, dignidade, respeito, solidariedade) que sejam
capazes de mudar a relação homem - natureza. Segundo Carvalho (2006), a
disseminação de experiências e conhecimentos, o engajamento das
comunidades em atividades práticas é um meio de construir (e reconstruir) a
cidadania.
O processo educacional pode ser formal, em nível escolar, ou informal, através
de práticas educativas que envolvam a comunidade na defesa do meio
ambiente, conforme preceitua a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. A
educação conduzida desde a infância pode fortalecer o elo entre o ser humano
e o meio ambiente, principalmente através do desenvolvimento de valores e
responsabilidade ambiental (CARVALHO, 2006).
Em se tratando de Educação Ambiental é possível reconhecer dois objetivos
que, de certa forma, se encontram interligados e se complementam. O primeiro
objetivo refere-se à escola como uma unidade impactante, ou seja, uma
instituição inserida dentro de um contexto maior e que, como qualquer outra,
contribui para a manutenção e até crescimento dos problemas ambientais de
uma cidade, seja pelo lixo que gera, pelo esgoto, consumo de energia e água
etc.
Já o segundo refere-se à escola ou à educação fornecida pela escola, como
perpetuadora e multiplicadora de uma cultura que pode ser predatória ao meio
ambiente, seja simplesmente pelo fato de desconsiderar sua existência
(GRUN, 2000) ou por ser baseada em certos pressupostos que hoje parecem
ser antiquados e que a fazem ser considerada tanto parte do problema quanto
da solução (STERLING, 1996).
Reconhecido o cenário, pode-se então pensar em uma estratégia de
implementação da Educação Ambiental utilizando uma visão ampliada
(TRISTÃO, 2005) que aborde os objetivos, mencionados acima, em conjunto.
Desta forma, além de ser agente de mudança, a escola seria também um
objeto de mudança (STERLING, 1996).
16
Os benefícios desta abordagem seriam muitos, dentre eles, o fato de o objetivo
maior da Educação Ambiental ser o desencadeamento de mudança de
comportamento, contribuindo na transição de um modelo individualista para um
sustentável (TRISTÃO, 2005; PESSOA; BRAGA, 2010).
Estes novos comportamentos devem ser desenvolvidos e exercitados no
ambiente imediato dos docentes, no caso, na escola (GOUVÊA, 2006). As
mudanças não mais podem ser em situações simuladas, mas sim reais, em
que as mais diversas variáveis e conflitos que venham a aparecer possam ser
trabalhadas em uma atividade democrática, progressiva e dinâmica,
fundamentada pela práxis, e que resulte na real redução dos impactos
causados pela escola. Nesse formato, a Educação Ambiental seria incorporada
nas políticas e programas da educação formal de maneira planejada e
estratégica, de modo que não fique dependente do compromisso ou
entusiasmo individual (PALMER, 1998).
O segundo benefício está na coerência entre o discurso feito na abordagem
curricular da Educação Ambiental, ou seja, o que ocorre dentro da sala de aula
e aquilo que é experimentado pelos jovens e também pelos professores na
escola (HUCKLE, 1995).
A inserção da Educação Ambiental nos currículos escolares tem sido tema de
debate, no sentido de se decidir se deve ou não ser uma disciplina ou se deve
ser um tema transversal (GAZZINELLI, 2002). Sato (1997) defende que a
Educação Ambiental deve ser abordada como uma dimensão que permeia
todas as atividades escolares, perpassando os mais diversos setores de ação
humana. Outro questionamento, proposto por Gazzinelli (2002), se encontra na
abrangência da localidade em que a Educação Ambiental deve se processar
para atingir o maior número possível de pessoas.
As esferas formais e informais são repetidamente evidenciadas como espaços
específicos de desdobramento das atividades de Educação Ambiental.
17
Enquanto todas as esferas de experiências sociais são importantes é na esfera
formal que a Educação Ambiental pode ter um aceleramento de novas
condutas, se considerarmos que a escola representa historicamente o locus do
saber social e ideologicamente valorizado (ANDRADE JÚNIOR et al., 2004).
Neste sentido, as questões ambientais e ecológicas passam a compor um novo
paradigma para a atuação da escola na sua missão de educar estimulando a
vivência de valores que produzam a equidade social e o equilíbrio ambiental
(MOLES, 1995).
As crianças, adolescentes e jovens passam a maior parte do tempo na escola,
que, portanto, é na atualidade o principal local de aquisição de valores sociais e
atitudes comprometidas com o equilíbrio ambiental (JACOBI, 2003). Dessa
forma, a instituição escolar é mediadora de conhecimento e estímulo para uma
consciência crítica e promotora de ações de cidadania. Por isso, esta deve ser
um espaço onde o corpo discente e docente estejam envolvidos e
comprometidos na construção de um ambiente saudável, harmonioso e
equilibrado (GAZZINELLI, 2002).
Medina (2001) e Pessoa e Braga (2010), entendem a Educação Ambiental
como um processo que cria possibilidades de formação crítica e participativa
relacionadas à correta utilização dos recursos ambientais. Isso, entretanto, não
é apenas retórica, uma vez que, segundo Grun (2000) a Educação Ambiental
tem pela frente um trabalho de desmistificar os extremismos, tanto do
cartesianismo quanto do arcaísmo.
Para tanto, torna-se necessário reverter saberes e práticas buscando
contemplar aspectos que vislumbrem uma sociedade ecologicamente
sustentada. Agrupar as dimensões de uma abordagem que vislumbrem a
sustentabilidade a um trabalho popular com comunidades pressupõe um
processo de identificação e conquista dos atores sociais envolvidos, através da
busca de parcerias e programas que sejam elaborados de acordo com os
interesses e perspectivas da população alvo, no caso, os alunos (JACOBI,
2003).
18
Nesse sentido, Guimarães (1995) argumenta que a Educação Ambiental,
voltada para a participação ativa dos atores sociais, apresenta-se como uma
dimensão do processo educativo, nos quais os envolvidos buscam a
construção de um novo paradigma que contemple as aspirações populares de
melhor qualidade de vida. Segundo Carneiro (2006) tal modelo possibilitaria a
integração entre educação ambiental e educação popular, tendo como
consequência a interação e integração dos aspectos sociais, econômicos,
políticos, ecológicos e culturais para uma vida melhor e mais sadia.
A Educação Ambiental, em sua vertente mais atual, se inscreve nos princípios
da sustentabilidade, da complexidade e da interdisciplinaridade (PELICIONI,
1998). Segundo Leff (2001), o pensamento da complexidade deve estar na
base da ecologia, da tecnologia e da cultura, constituindo uma racionalidade
produtiva. A Educação Ambiental requer, portanto, a construção de novos
objetos interdisciplinares de estudo, através da problematização dos
paradigmas dominantes, da formação dos docentes, da incorporação do saber
ambiental emergente em novos programas curriculares e nos programas com
as comunidades, seja urbana ou rural (MORIN, 1991).
A despeito de qualquer crítica que se possa fazer da supervalorização dada à
Educação Ambiental como um mecanismo poderoso na “mudança de
comportamento” em relação ao meio ambiente, ou atribuindo a ela o papel de
formadora de uma “consciência ambiental”, a Educação Ambiental apresenta-
se com um conteúdo abrangente no âmbito filosófico e político (FARIAS;
CARVALHO, 2007).
Sobre essa questão Leff (1996) argumenta que a Educação Ambiental adquire
um sentido estratégico na condução do processo de transição para uma
sociedade sustentável, uma vez que se trata de um processo histórico que
reclama o compromisso do Estado e da cidadania para elaborar projetos
nacionais, regionais e locais. Dessa forma, a Educação Ambiental deve se
definir por um critério de sustentabilidade, que corresponda ao potencial
ecológico e aos valores culturais de cada região (MIRANDA; SCHALL;
MODENA, 2007).
19
Nesse sentido, as pesquisas quanto às ações educativas, pontuais ou
processuais, formais ou informais, no Brasil, indicam que as tendências de
concepções e práticas são múltiplas e multifacetadas, pois são situadas e
contextualizadas local e globalmente. (JACOBI, 2005) Os resultados desse
pensamento e saberes são indicadores do avanço da consciência ecológica,
“ecopedagógica” e socioambiental das questões relacionadas ao macro e ao
micro do meio ambiente (GUATTARI, 2006).
Para Boff (1999), o fato de a educação ambiental começar pela escola é um
passo muito importante nesse processo de transformação e resgate de valores
como os do cuidado e do zelo com o meio ambiente em seu sentido mais
amplo possível. Segundo Pelicioni (1998) torna-se imprescindível estabelecer
as relações entre a economia, o desenvolvimento social e político e o meio
ambiente. Aqui, a importância da educação leva ao já analisado
desenvolvimento sustentável, o qual tem por base o uso racional dos recursos
naturais, que impulsionam a economia.
6.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A MUNICIPALIDADE
Para Castells & Borja (1996) cada vez mais as cidades vêm assumindo o papel
de atores sociais, uma vez que os cidadãos que nela habitam ocupam um
espaço simbiótico e se organizam sob um poder político como sociedade civil,
que integra seus habitantes culturalmente, possibilitando a formação de uma
identidade coletiva, que dinamiza as relações, convertendo a cidade ainda em
um espaço que responde a objetivos econômicos, políticos e culturais da nossa
época. Nesse ambiente e em função dessas concepções de cidade é que
surge a proposta de Cidades Sustentáveis, visando também enfrentar os
problemas advindos do estilo de vida da população ante aos avanços
tecnológicos, como o sedentarismo, alimentação inadequada, uso de tabaco e
drogas que provocam mudanças significativas no meio ambiente.
20
Dos 5.507 municípios brasileiros, 2.041 não fazem coleta diferenciada dos
resíduos de serviços de saúde; dos 3.466 municípios que coletam os resíduos
sólidos de serviços de saúde, 1.193 não fazem nenhum tipo de tratamento;
2.569 municípios fazem a disposição final dos resíduos de serviços de saúde
no mesmo aterro dos resíduos sólidos urbanos e apenas 539 municípios em
caminham os resíduos sólidos de serviços de saúde para locais de tratamento
ou aterros especiais.
Faz-se necessário despertar uma consciência humana e coletiva quanto à
responsabilidade com a própria vida humana e com o ambiente. Nesse sentido,
Formaggia (1995, p.11) sugere que “os profissionais devam preocupar-se com
os resíduos gerados por suas atividades, objetivando minimizar riscos ao meio
ambiente e à saúde dos trabalhadores”. Nesse sentido, a educação ambiental
é entendida como uma educação comprometida em resgatar o sentido de
totalidade desse ambiente, procurando romper com o modelo de educação
tradicional, em que o mundo e o próprio processo de construção do
conhecimento é percebido de forma parcial,fragmentada, reducionista e
simplificada.
Assim a educação ambiental nos ensina a buscar o sentido da totalidade,
sendo indispensável, para isso, uma visão integral, que nos leve a tomar
consciência de que outras dimensões constituem partes integrantes de nossa
realidade e que cada um estabelece relações com o resto do mundo. Essa
compreensão implica abertura, aceitação, consciência planetária e pressupõe a
existência dos mais diferentes diálogos para que possamos reconhecer que,
como seres vivos, estamos todos interligados. Isso nos ajuda a desenvolver
uma consciência ética, de exercício de cidadania, de responsabilidade social,
de respeito, de valorização nas relações, que traduz um novo modo de pensar,
sentir e agir com o ambiente (MORAES, 2004).
A instância mais próxima do cidadão, mais facilmente controlável e com
melhores condições de lidar com a grande maioria dos problemas do dia a dia
que afligem o cidadão é, sem dúvida, o município, o poder local.
21
O bom funcionamento do poder público também está relacionado com a sua
capacidade de efetuar parcerias com a sociedade civil e o chamado “terceiro
setor” que atualmente são entravadas por todo um entulho burocrático e legal
restritivo que precisa ser reformado, para permitir, ações nas áreas da saúde,
educação, saneamento, gestão ambiental, transportes e vigilância.
No meio de tantas legislações, é comum que existam sobreposições de forma
que uma promoção da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Associação
Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), ressaltou a
importância de se criar uma lei, baseada no artigo 23 da Constituição Federal,
que disponha sobre as competências individuais de cada ente: União, Estados
e Municípios. É preciso clarificar as áreas de atuação, pois há muitas
competências comuns e sobreposições de atributo.
7 PROPOSTAS DE PROGRAMAS
As propostas apresentadas dividem-se em 02 Programas distintos e 09
setores, facilitando a seleção das atividades pretendidas por parte das diversas
instituições. As atividades desenvolvidas em escolas e salas seguem um
protocolo e procedimento experimental que auxilia a confecção e ensino de
novas metodologias e propicia a troca de experiências. A componente
agrícola/rural está bem vincada no atual Plano de Atividades, destacando-se as
atividades relacionadas com as Hortas e Animais (adoção), nas quais os
participantes têm oportunidade de estar em contato com os elementos
agrícolas e perceber os conceitos de agricultura biológica e compostagem
caseira.
Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por permitir que este
modelo de programa seja adotado por diversas municipalidades, propagando a
temática ambiental sem especificar e moldar para um único local.
Na cozinha, para além do já tradicional fabricação de alimentos de
reaproveitamento, tem-se também a noção de economia no preparo de
22
alimentos e técnicas mais saudáveis de preparação destes. Degustação de
chás biológicos e fabrico de medicamentos fitoterápicos, são outra proposta
disponível na oficina de “plantas medicinais”. É um aproveitamento do já
conhecido “saber interiorano” do uso das plantas aplicado a técnicas artesanais
aperfeiçoadas.
Já a temática dos resíduos é sem dúvida muito importante num território com
aglomerados urbanos pelo que o tema não foi descurado, contando com uma
oficina de artesanato utilizando-se produtos inservíveis como: pneus, garrafas
pet, caixas de leite, coco, etc.
As datas comemorativas e períodos de férias e feriados, também devem ser
observados pelas lideranças como propícios para atividades educativas. A
proposta é trabalhar nas áreas publicas com teatros de rua e atividades
recreativas em geral para envolver a população de forma lúdica com a temática
ambiental. Os rios locais e as suas ribeiras afluentes são abordadas com
destaque através do projeto ”Rios e Espaços verdes” pretendendo envolver a
comunidade na recuperação e manutenção da qualidade dos recursos hídricos
com ações de limpeza das margens, isolamento de pontos viciados de lixo e
partes com grande trafego de pessoas, alocação de placas educativas, etc.
Os programas descritos são propostas de projetos que devem ser feitos em
parceria entre os entes sociais: governo, sociedade civil organizada e
entidades particulares (indústria e terceiro setor) a fim de obter melhores
resultados na aplicação dos mesmos e na efetividade dos resultados.
Entende-se que com atitudes somente unilaterais, não é possível envolver a
todos os membros da comunidade e de tal forma os entes sociais.
Os inúmeros grupos e instituições constituintes da chamada sociedade civil
organizada como: Organizações não Governamentais (ONGs), Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), associações, cooperativas,
sindicatos e grupos organizados, são atores com legítimo poder de
reinvidicação e influência nas políticas públicas de educação ambiental em
saneamento. São agentes importantes que podem inovar na relação entre
23
estado e sociedade por meio da ampliação da participação social, uma vez que
podem atuar junto aos órgãos públicos competentes na cobrança dos
investimentos necessários ao caráter social, na luta pela eficiência dos serviços
prestados ou, ainda, na minimização dos possíveis impactos socioambientais
causados.
As características organizativas de tais grupos possibilitam a celebração de
convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos jurídicos de
parceria. Sua atuação na formação continuada de educadores ambientais
populares também pode ser destacada, na medida em que inúmeras
organizações desta natureza já desenvolvem cursos, oficinas e outros
processos de formação para a comunidade.
Propondo parcerias, zelar-se-á pela qualidade dos projetos em termos de
ensino, materiais didáticos, periodicidade e infraestrutura o que acaba por atrair
o publico. Outro fator importante é a incorporação da temática ambiental dentro
da própria gestão municipal que reflete em ações de melhoria da qualidade de
vida para a população: implementação de coleta de lixo, adequação de locais
de disposição desse lixo, saneamento básico, iluminação publica, infraestrutura
e mobilidade urbana (projetos de ciclovia, pavimentação, melhora de calçadas,
etc.), dentre outras.
Já para as entidades particulares, tem-se o retorno na associação da sua
imagem ao beneficio social e ambiental. A instituição ganha uma imagem
positiva frente à comunidade, é o chamado “marketing verde”.
Este setor adere proativamente em ações de responsabilidade socioambiental,
traduzidas no apoio técnico e financeiro que determinadas empresas e
indústrias estabelecem com o poder público e a sociedade civil organizada.
Interagir com a iniciativa privada pode ser uma interessante estratégia para
viabilizar ações e processos de educação ambiental e mobilização social,
ressaltando a necessidade de assegurar-se da idoneidade e ética da empresa
24
em questão, evitando associar-se, mesmo que indiretamente, a processos
degradantes.
Ou seja, as propostas de educação ambiental regional trazem benefícios para
todos os participantes seja ele ente ou comunidade. Fica a critério da
municipalidade definir o meio pelo qual se dará a parceria com os demais
entes (particulares e sociedade civil), a duração da mesma e as formas de
contribuição de cada.
Abaixo segue uma tabela - resumo das atividades propostas que serão
posteriormente melhor esclarecidas.
SETOR DESIGNAÇÃO NIVEL
PROGRAMA
FAMÍLIAS
Rios/Espaços
Verdes
Mutirão de limpeza
de rios e lagos
Comunidade
em geral
Animais
Campanha de
adoção de animais
Comunidade
em geral
Datas
Comemorativas
Caminhadas
ecológicas e
atividades
recreativas ao ar
livre
Comunidade
em geral
Férias
Teatros de rua e
Eco-cinema na
época de férias
Comunidade
em geral
Resíduos
Fabricação de
composteiras
domésticas
FORMAÇÂO/
AÇÔES DE
SENSIBILIZAÇÃO
Plantas medicinais
Oficinas sobre o
uso, cultivo e
fabricação de
medicamentos.
25
Ateliê
entrelaçando
Oficinas de
artesanato com
produtos
inservíveis
Mulheres da
comunidade
Horta orgânica
Oficina de
montagem e
manutenção de
hortas de
orgânicos
Cozinha
reaproveitar
Oficina de
reaproveitamento
de “restos” de
alimentos
Mulheres da
comunidade
Fonte: Jesus, T. (2012).
 Um amigo para a vida – Campanha de adoção de animais
Descrição: Animais recolhidos das ruas que vão para o CCZ de Aracruz ou
mesmo que vivem em abrigos particulares locais, podem ser adotados pela
comunidade em “dias de adoção”. A fim de promover a sua rápida adoção,
dando um lar digno para esses bichinhos e reduzindo o numero de animais
ambulantes e possíveis carreadores de doenças na rua. Com o principal
objetivo de fomentar a adoção de animais, esta campanha propõe parcerias
entre o ente publico e privado para efetivação da campanha. Os participantes
terão oportunidade de visitar os animais alojados e perceber a problemática do
abandono dos destes.
Entes envolvidos: Vigilância ambiental, ONGs e Associação de Moradores.
26
 Plantas Aromáticas e Medicinais – Oficina Fitoterápica
Descrição: As plantas aromáticas são “ervas” que nos servem e nos deliciam
proporcionando-nos harmonia com a natureza. Recentemente verificou-se um
despertar do interesse pelas plantas aromáticas e medicinais, para utilização
na medicina, cosmética e decoração, esta atividade mostrará aos participantes
as principais espécies de plantas aromáticas e medicinais cultivadas na região,
as suas características e fins a que se destinam.
Durante a atividade os participantes estarão em contato com as plantas e
também possível nas dependências da pastoral ecológica e da saúde de João
Neiva para aprender as principais técnicas de reprodução das plantas
aromáticas e medicinais, tendo ainda oportunidade de degustar algumas
espécies.
Entes envolvidos: Secretaria Municipal de Saúde, Pastorais, entidades privadas
como farmácias e faculdades e Associação de Moradores.
 Os resíduos orgânicos e a Compostagem
Descrição: O consumo de produtos alimentos tem aumentado em virtude da
sua qualidade, aumento da renda e dos modos de produção, que visam o
máximo respeito pelo ambiente envolvente e o melhor enquadramento na
paisagem rural. Uma vez que a produção de produtos alimentícios saudáveis
não pode recorrer a produtos químicos de síntese, a melhor forma de fertilizar o
solo é recorrer a um composto de boa qualidade, pelo que o processo da
compostagem será também abordado como parte integrante da produção
biológica. Durante a saída de campo, os participantes terão oportunidade de
colaborar nas atividades diárias aprendendo como confecciona-las, prazos, etc.
27
Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades e
Secretaria de Meio Ambiente.
 Reutilizar é que está a dar – Ateliê Entrelaçando
Descrição: Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras de ordem no que
respeita à produção de resíduos. Aparentemente, podem fazer pouco sentido,
mas devidamente enquadradas em ações do nosso cotidiano, fazem toda a
diferença entre uma família que produz muitos ou poucos resíduos. A atividade
é essencialmente prática e pretende demonstrar as inúmeras possibilidades de
reutilização de materiais para a elaboração de produtos e objetos, como: flores,
máscaras de Carnaval, pipas, cadeira, luminárias, prendedores, entre muitos
outros que com desperdícios e um pouco de imaginação é possível
desenvolver.
Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades e
Secretaria de Meio Ambiente.
 Projeto Rios e Espaços Verdes – Vamos ajudar a cuidar!!
Descrição: O Projeto Rios e Espaços Verdes visa a participação social na
conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos
apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da
Terra e da Diretiva Quadro da Água.
A implementação deste projeto pretende dar resposta à visível problemática da
alteração e deterioração da qualidade dos rios e a falta de um envolvimento
efetivo dos utilizadores e da população em geral. Este “apelo” à participação
dos estabelecimentos de ensino faz cada vez mais sentido devido à situação
de alguns córregos da região.
28
As propostas preveem atividades para limpeza, isolamento de pontos viciados
e educação ambiental quanto ao uso e conservação dessas áreas,
possibilitando a participação da comunidade na manutenção da qualidade
hídrica e paisagística das linhas de água.
Entes envolvidos: Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Limpeza
Urbana/Obras.
 Datas Comemorativas e Férias: Campanhas lúdicas sustentáveis
Eco-Cinema
Descrição: A projeção de filmes sobre a temática ambiental em praças visa
essencialmente despertar a atenção da população mais infanto-juvenil para
a temática ambiental, de uma forma alegre e divertida, motivando-os a agir.
Os organizadores devem consultar os filmes e as datas em que serão
projetados em períodos de férias, feriados e datas comemorativas.
Dia Mundial do Ambiente
Descrição: O Ambiente é e será sempre o principal motivo e razão do
equilíbrio de onde vivemos. É com ele o nosso compromisso, o de alertar as
gerações presentes e futuras para a importância e fragilidade do nosso
meio ambiente, um bem que todos devem ajudar a manter e preservar. A
comemoração do Dia Mundial do Ambiente, assim como do Dia Mundial da
Água propõe envolver a todos nas comemorações. Composto por diversas
atividades lúdicas e pedagógicas sobre a temática ambiental, tais como, as
energias renováveis, reciclagem/reutilização de materiais, agricultura
biológica, entre muitas outras, pretendendo oferecer um dia muito divertido
e despertar consciências para a preservação do ambiente.
29
Dia das Crianças e Aniversário da Cidade
Descrição: A atividade alia a comemoração do Dia das crianças ou outra
data comemorativa com a consciência ecológica, decorrendo nas praças,
parques, ou outra área publica de lazer e oferecendo um conjunto de
atividades diversificadas e muito aliciantes para crianças e adultos. Desde
ateliers de pintura, doação de mudas, circuitos de transportes alternativos,
jogos tradicionais, atividades desportivas, entre muitas outras diversões.
As atividades foram idealizadas para proporcionar às famílias um fim de
semana de diversão, aprendizagem ambiental e promoção da interação
familiar.
Caminhadas Ecológicas
Caminhada ecológica não é apenas andar no meio do mato. Trata-se de um
esporte não competitivo, onde cada participante deve colaborar com o
companheiro de aventura. A caminhada é a forma mais básica de aventura.
As caminhadas são organizadas por trilhas conhecidas pela zona rural
local, podendo até mesmo ser pequenas, mas de forma organizada e por
áreas de beleza cênica com a elaboração de crachás e camisas, se
possível, e ao final, organizar uma confraternização musical ao final.
Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades, ONGs e
Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Cultura.
30
 Cultivar o próprio alimento – Horta orgânica
Descrição: Com o objetivo de introduzir uma cultura de sustentabilidade,
economia e gestão de espaços cultiváveis em centros urbanos, são executadas
através de oficinas educativas a correta maneira de preparo, manutenção e
manejo de uma horta orgânica com materiais que antes iriam para o lixo.
Os materiais que podem ser reaproveitados podendo citar os pneus, tubos de
PVC, caixotes, garrafas, latas, etc. A questão é trabalhar também uma cultura
de plantio e cuidado dos próprios alimentos sem a utilização de agentes
químicos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. As oficinas destinam-se
ao público em geral que manifeste interesse no tema tendo como foco principal
a metodologia dos 5'RS através da educação ambiental.
Além da demonstração prática (preparação do material, quantificação dos
insumos necessários, orientação sobre as culturas mais propícias ao plantio
alternativo, etc.) esta atividade deve ser acompanhada pela distribuição de uma
cartilha de orientação.
Entes envolvidos: Entidades publicas e particulares como escolas faculdades,
ONGs e Secretaria de Meio Ambiente.
 Cozinha Reaproveitar
Descrição: A alimentação equilibrada ocupa um lugar importante na aquisição
de hábitos de vida sãos e é um dos principais fatores para a manutenção da
saúde. Numerosas investigações demonstram que a saúde e a longevidade
estão diretamente ligadas ao estado nutricional e hábitos alimentares. Ao
associarmos esta temática tão importante e com tão elevada prevalência na
saúde, pretendemos sensibilizar a população para a adoção de um estilo de
31
vida mais saudável e utilizando melhor os alimentos. Nesta atividade, os
participantes terão a possibilidade de perceber a importância dos diversos
nutrientes que são extraídos dos alimentos e absorvidos pelo organismo e que
seriam jogados fora em cascas, polpas, bagaços, talos, etc. Aprendem
receitas, confeccionar os alimentos e apreciar um lanche equilibrado,
preparado pelos próprios participantes sob orientação da nutricionista e
cozinheiras.
Entes envolvidos: Entidades públicas como o SESI e faculdades, Secretaria da
Saúde e Secretaria de Meio Ambiente.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problemática ambiental tem se apresentado, na maioria das vezes, apenas
como um conceito amplo e generalizado, como se fosse algo externo a todos e,
nesse sentido, não são suficientemente focadas no contexto da Educação
Ambiental. Fato este que gera um grande entrave ao desenvolvimento do tema,
pois a realidade local também é produto do processo civilizatório de extrema
importância e também envolve as interações locais entre a sociedade e a
natureza. Portanto é necessário observar que o problema ambiental não é algo
distante.
O trabalho apresentado sugeriu muito mais o debate sobre a relação
educação/ambiente/população do que esgotar o assunto, por natureza vasto. A
educação e a problemática ambiental são antes de tudo, questões políticas que
envolvem atores, interesses e concepções de modos diferentes, e que podem
assumir direções mais conservadoras ou emancipatórias.
32
Segundo Abílio et al (2010, p. 172-173), “a incorporação da questão ambiental
no cotidiano das pessoas pode propiciar uma nova percepção das relações
entre o ser humano, a sociedade e a natureza e promover uma reavaliação de
valores e atitudes na convivência coletiva e individual, assim como reforçar a
necessidade de ser e agir como cidadão na busca de soluções para problemas
ambientais locais e nacionais que prejudiquem a qualidade de vida".
Diante dessa perspectiva, a abordagem da temática ambiental é algo de
fundamental importância, na medida em que está diretamente relacionada à
qualidade de vida e, sobretudo, à perspectiva de futuro. Além disso, a inserção
dessa temática no âmbito educacional possibilita a ampliação da visão de
mundo, a conscientização, a reflexão socioambiental e o desenvolvimento da
consciência ecológico-preventiva. Aspectos estes que traçam caminhos para a
transformação social.
Com isso, as propostas se voltam para a promoção do engajamento do sujeito
com a realidade circundante, objetivando que ele a compreenda, a fim de
modificá-la. Em outras palavras, as propostas passam a ter como propósito
desenvolver nesse sujeito o sentimento de comprometimento com as práticas
sociais e, sobretudo, com a transformação social.
Dessa forma, é preciso lembrar que as abordagens devem conduzir a práticas
que incentivem o debate, a construção do conhecimento e a reflexão sobre as
questões ambientais, possibilitando um desenvolvimento claro dos conceitos
de conscientização e da cidadania.
33
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38
ANEXOS
39
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO SOCIOAMBIENTAL (Pode ser utilizado para
diagnóstico local).
A) DADOS DA POPULAÇÃO.
1.Qual a renda média da família?
( ) até um salário mínimo
( ) até três salários mínimos
( ) acima de quatro salários mínimos
2. Quantas pessoas moram em média na casa?
( ) até três
( ) ate quatro
( ) cinco ou mais
3. Qual e a escolaridade do pai?
( ) ensino fundamental incompleto
( ) ensino fundamental completo
( ) ensino médio completo
( ) ensino superior
4. Qual e a escolaridade da mãe?
( ) ensino fundamental incompleto
( ) ensino fundamental completo
( ) ensino médio completo
( ) ensino superior
5. Qual o lazer da família?
( ) televisão
( ) cinema
( ) passear
( ) festa
( ) leitura
( ) outros
B) DADOS SOBRE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
6. Qual o meio de comunicação com que mais se informam sobre as
noticias da atualidade?
( ) radio
( ) televisão
( ) jornal escrito
( ) Internet
( ) revista
( ) na igreja
40
7. Qual o programa de TV favorito assistido pela família? Até duas
opções.
8. Qual o programa de rádio predileto da família. Até duas opções.
C) DADOS GERAIS SOBRE O BAIRRO
11. Quais são os principais problemas do bairro?
( ) transporte
( ) comércio
( ) violência e roubo
( ) sujeira e saúde
( ) esgoto
( ) asfalto
( ) falta área de lazer
( ) água limpa
( ) falta de escola
11. Qual o principal problema ambiental do bairro?
12. Como fazer para melhorar o problema ambiental do seu bairro
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Artigo educação ambiental(1)

  • 1. FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU EM MEIO AMBIENTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA – PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL TELMA DE JESUS RIBEIRO JOÃO NEIVA – ES SETEMBRO/2012
  • 2. 2 TELMA DE JESUS RIBEIRO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA – PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL JOÃO NEIVA – ES SETEMBRO/2012 Trabalho de Fim de Curso elaborado pela aluna Telma de Jesus Ribeiro apresentado ao Colegiado do Curso de Pós Graduação – Lato Sensu, em Meio Ambiente da Faculdade Unida de Vitoria, para obtenção do certificado de Especialista.
  • 3. 3 SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................ 4 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5 2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 7 3 OBJETIVOS .................................................................................................... 8 3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 8 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 8 4 METODOLOGIA.............................................................................................. 9 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 9 6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 12 6.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÀNCIA DA CONSCIÊNCIA DA SOLIDARIEDADE AMBIENTAL.................................................................... 12 6.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................ 13 6.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL........................... 14 6.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A MUNICIPALIDADE ............................... 19 7 PROPOSTAS DE PROGRAMAS.................................................................. 21 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 31 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 33 ANEXOS .......................................................................................................... 38
  • 4. 4 RESUMO A relação entre meio ambiente e cidadania tem assumido um papel sistematizador na busca de atores comprometidos com novas posturas e práticas sociais visando a aquisição de uma melhor qualidade de vida dos indivíduos e da coletividade. Nesse sentido, a inserção da Educação Ambiental na comunidade, representa uma possibilidade de orientar os indivíduos em um caminho que venha a transformar os paradigmas atualmente vigentes, podendo influenciar seu cotidiano. A discussão teórica sobre a educação ambiental e a cidadania parte do pressuposto de que seus objetivos não podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais, econômicas e ecológicas de cada lugar. Uma das medidas mais desafiantes para o enfrentamento do atual sistema é a estruturação de novos padrões de comportamento, atitudes e valores que venham a acompanhar as mudanças decorrentes do progresso cultural e político. Portanto, torna-se necessário que a população faça uso de seus direitos de cidadania e incorpore em seu cotidiano atitudes que manifestem a consciência ambiental e responsabilidade coletiva. Palavras-chave: Educação ambiental, Comunidade, Cidadania, Meio Ambiente.
  • 5. 5 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes à temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental. As ideias ligadas à temática ambiental não surgiram de um dia para outro, os últimos 40 anos foram pródigos em encontros, conferências, seminários, tratados e convenções voltados à temática ambiental. Numerosos fatos de âmbito internacional foram delineando o que conhecemos hoje por Educação Ambiental (EA). Ilustrativamente, podemos citar alguns desses acontecimentos:  Considerado um clássico na história do movimento ambientalista mundial, o livro “Primavera Silenciosa”, lançado em 1962 pela jornalista Rachel Carson, alertava para a crescente perda da qualidade de vida produzida pelo uso indiscriminado e excessivo dos produtos químicos e os efeitos dessa utilização sobre os recursos ambientais (DIAS, 1992) – esse livro teve grande repercussão, favorecendo o crescimento dos movimentos ambientalistas mundiais;  A Carta de Belgrado (1975) preconizou que as fundações de um programa mundial de Educação Ambiental fossem lançadas;  A Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (1977) atentou para o fato de que, nos últimos decênios, o homem, utilizando o poder de transformar o meio ambiente, modificou rapidamente o equilíbrio da natureza. Como resultado, as espécies ficaram frequentemente expostas a perigos que poderiam ser irreversíveis (DIAS, 1992);  No Congresso de Moscou (1987), chegou-se à concordância de que a EA deveria objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos (DIAS, 1992).
  • 6. 6 Nunca se comprometeu tanto a capacidade de manutenção da vida, o que indica a necessidade de ações educacionais que contribuam para a construção de sociedades sustentáveis. Segundo VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Dentro desse contexto, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de atividades que propiciem essa reflexão a comunidade, pois isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, à atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992). Esse processo de sensibilização da comunidade escolar pode fomentar iniciativas que transcendam o ambiente estudantil, atingindo tanto o bairro no qual a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam alunos, professores e funcionários, potenciais multiplicadores de informações e atividades relacionadas à Educação Ambiental. SOUZA (2000) afirma, inclusive, que o estreitamento das relações entre todos os atores: pais, professores e alunos é bastante útil na convivência social e nas atitudes cotidianas. Os participantes do Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a EA (MEC/SEMAM, 1991) sugeriram, entre outras propostas, que os trabalhos relacionados à educação Ambiental na escola devem ter, como objetivos, a sensibilização e a conscientização; buscar uma mudança comportamental; formar um cidadão mais atuante; (...) sensibilizar o professor, principal agente promotor da EA; (...) criar condições para que, no ensino formal, a EA seja um processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares globalizantes e da instrumentação dos professores; procurar a integração entre escola e comunidade, objetivando a proteção ambiental em harmonia com o desenvolvimento sustentado (DIAS, 1992).
  • 7. 7 No Brasil, a ameaça à biodiversidade está presente em todos os biomas, em decorrência, principalmente, do desenvolvimento desordenado de atividades produtivas. A degradação do solo, a poluição atmosférica e a contaminação dos recursos hídricos são alguns dos efeitos nocivos observados. Na maioria dos centros urbanos, os resíduos sólidos ainda são depositados em lixões, a céu aberto. Associa-se a isso um quadro de exclusão social e elevado nível de pobreza da população. Muitas pessoas vivem em áreas de risco, como encostas, margens de rios e periferias industriais. É preciso considerar também que uma significativa parcela possui uma percepção “naturalizada” do meio ambiente, excluindo os habitantes e demais objetos sociais. 2 JUSTIFICATIVA A implementação de um Projeto de Educação Ambiental (PEA), pode ser compreendida e justificada como o conjunto de ações pedagógicas voltadas para a população residente na comunidade, visando assegurar práticas coletivas afinadas com a preservação e proteção do meio ambiente em suas dimensões naturais e humanas. O desenvolvimento de um PEA justifica-se como medida integrante das ações a serem implementadas no sentido de minimizar e compensar os impactos gerados pelo cotidiano. Notadamente, há pouca consciência dos moradores sobre os aspectos ambientais inerentes as atividades diárias.
  • 8. 8 Compete aos gestores: diretores, secretários, professores, ONGs, etc. executar o elenco de ações que busque criar uma perspectiva de estreitamento da relação cidadão x meio ambiente para uma melhoria no nível de conscientização e de atuação desses indivíduos em relação ao seu ambiente de trabalho e sua atividade. 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Propor estratégias de abordagens da Educação Ambiental em um município/distrito a fim de envolver, engajar e conscientizar todos os entes da sociedade e comunidade: crianças, adultos e idosos em geral na temática ambiental estimulando a iniciativa, a cooperação e o senso de responsabilidade na preservação do meio ambiente como um todo. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Identificar possíveis abordagens para a Educação Ambiental Formal e Informal para a comunidade;  Propor projetos de integração e abordagem da temática junto à comunidade;  Destacar a importância da inserção da Educação Ambiental para a comunidade;
  • 9. 9 4 METODOLOGIA O método utilizado para pesquisa e coleta de dados pode ser dividido em: pesquisa exploratória qualitativa, através do levantamento de informações em livros, teses e leis na busca do embasamento teórico e também um maior conhecimento sobre o tema tratado e sobre as práticas mais adequadas para o município. Na segunda etapa foi realizada a pesquisa descritiva qualitativa, para esta fase foi desenvolvido um plano de atividades a ser proposta para implementação em um município. Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por permitir que este modelo de programa seja adotado por outros locais. 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo SATO (2004, p.23), uma primeira definição para a Educação Ambiental foi adotada em 1971 pela Internacional Union for the Conservation of Nature. A Conferência de Estocolmo ampliou sua definição a outras esferas do conhecimento, e a Conferência de Tbilisi definiu o conceito de Educação Ambiental: “A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes e relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos suas culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida.”
  • 10. 10 A qualidade de vida, necessariamente está vinculada à qualidade ambiental (do meio em que vivemos) (GUIMARÃES, 2005), e sua percepção é influenciada por fatores culturais, geográficos e históricos, como também pelas condições anatômicas e fisiológicas da espécie humana (GUIMARÃES, 2005; OLIVEIRA, 1983). No Brasil, a preocupação com a qualidade ambiental se manifestou em 1981, com a Lei Federal no. 6.938, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, seguida pela Constituição Federal de 1987, que assegura um ambiente saudável para todos; e o Tratado de Educação Ambiental, da Rio-92. Mas é na Lei Federal no. 9.795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA), que ficou declarada a implementação da Educação Ambiental em todos os níveis e idades (SATO, 2004). Com base na PNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA, além de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, também visa potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais. Considerando princípios contidos na PNEA e no ProNEA, a Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA) criou o Programa Nacional de Formação de Educadores (as) Ambientais – Pronea, com a pretensão de qualificar as políticas públicas federais de educação ambiental, através dos Coletivos Educadores (Ministério do Meio ambiente, 2005). O Coletivo Educador é a união de pessoas que trazem o apoio de suas instituições para um processo de atuação educacional em um território. É visto como estratégico na implementação de políticas públicas (federais, estaduais, municipais) e constitui-se em uma proposta recente, que está em processo de implantação. Neste sentido, a existência de redes em Educação Ambiental (REBEA, REBECA, CEAs, entre outras) é fundamental nas contribuições à formação de políticas públicas e a promoção de práticas vinculadas à educação ambiental.
  • 11. 11 A questão ambiental, por si só, já é tida como complexa. A associação dos termos em ‘educação ambiental’, considerando que “reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação social” (MEC, 2007), lhe dá uma dimensão incontestavelmente maior. Diante de uma sociedade de ideias homogeneizantes, que acredita em práticas mercadológicas como solução à crise ambiental (SILVA e DUARTE, 1999), o desafio da educação ambiental está em promover formação, e não ‘adestramento’ (BRÜGGER, 1994), buscando um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo, gerando conhecimento local, sem perder de vista o global (OLIVEIRA, 2000). Para tanto, não existem metodologias fixas e é vital o respeito pelas diferenças. A constatação de que um conceito tão primordial como o de meio ambiente não incorpora a dimensão social à dimensão ecológica, evidencia o trabalhoso e delicado processo por que passa a Educação Ambiental. Sua efetivação passa pela conceituação, para daí ser capaz de conscientizar e reverte-se em novas posturas diante da natureza (BRÜGGER, 1994). A introdução de um referencial conceitual durante a prática de educação ambiental é necessária como uma fundamentação, para a inserção do indivíduo e o reconhecimento do contexto em que ele vive. Segundo Tonso (2007), é necessário que o participante se reconheça no processo, para que possa se sentir parte da discussão.
  • 12. 12 6 REFERENCIAL TEÓRICO 6.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA DA SOLIDARIEDADE AMBIENTAL As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental direta, incluindo nesse contexto as ações em educação ambiental. Dessa forma, assim como as medidas políticas, jurídicas, institucionais e econômicas voltadas à proteção, recuperação e melhoria sócio ambiental, despontam também as atividades no âmbito educativo (ProNEA). Com efeito, diante da constatação da necessidade de edificação dos pilares das sociedades sustentáveis, os sistemas sociais atualizam-se para incorporar a dimensão ambiental em suas respectivas especificidades, fornecendo os meios adequados para efetuar a transição societária em direção à sustentabilidade. Assim, o sistema jurídico cria um “direito ambiental”, o sistema científico desenvolve uma “ciência complexa”, o sistema tecnológico cria uma “tecnologia eco-eficiente”, o sistema econômico potencializa uma “economia ecológica”, o sistema político oferece uma “política verde”; e o sistema educativo fornece uma “educação ambiental”. Cabe a cada um dos sistemas sociais, o desenvolvimento de funções de acordo com suas atribuições específicas, respondendo às múltiplas dimensões da sustentabilidade. E nesse contexto onde os sistemas sociais atuam na promoção da mudança ambiental, a educação assume posição de destaque para construir os fundamentos da sociedade sustentável, apresentando uma dupla função a essa transição societária: propiciar os processos de mudanças culturais em direção a instauração de uma ética ecológica e de mudanças sociais em direção ao empoderamento dos indivíduos, grupos e sociedades que se encontram em condições de vulnerabilidade face aos desafios da contemporaneidade (ProNEA).
  • 13. 13 Para MELLOWS (1972) deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o meio ambiente, completo e sensível entendimento das relações do homem com o ambiente a sua volta. Para MININI (2000), a Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente. Esclarecer valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. DIAS (2000), acredita que Educação Ambiental seja um processo onde as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade. Para VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Portanto, é no sentido de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria sócia ambiental, e de potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais, que se insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o desenvolvimento sustentável. 6.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 27 de abril de 1999, a Lei N.º 9795 “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.” O Projeto de Lei, proposto pelo deputado federal Fábio Feldmann, reconhece, enfim, a educação ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo processo educativo, formal e/ou não formal, como orientam os Artigos 205 e 225 da Constituição Federal.
  • 14. 14 A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de promoção da educação ambiental em todos os setores da sociedade. Diferente de outras Leis, não estabelece regras ou sanções, mas estabelece responsabilidades e obrigações. Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores da sociedade, a Política Nacional de Educação Ambiental institucionaliza a educação ambiental, legaliza seus princípios, a transforma em objeto de políticas públicas, além de fornecer à sociedade um instrumento de cobrança para a promoção da educação ambiental. Finalmente, a Política de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de trabalhar o tema ambiental de forma transversal, conforme foi proposto pelos Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais. Durante um ano a Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA, na época, presidida pela COEA/MEC discutiu propostas para regulamentação da Lei. Em 25 de junho de 2002 foi assinado pelo Presidente da República a Regulamentação da Lei nº 9795 pelo Decreto 4.281. 6.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL A Educação Ambiental pode ser definida como uma abordagem educacional que visa uma mudança de paradigmas rumo ao desenvolvimento sustentável (PHILIPPI JUNIOR; PELICIONI, 2005). Ruscheinsky (2002) salienta a necessidade de se esclarecer que sustentabilidade não se trata de uma forma qualquer de exercício ou de ação, mas a prática de uma ação transformadora intencional, de caráter coletivo, que se articula com a busca de uma sociedade democrática, socialmente justa e com o desvelamento das relações de dominação na própria sociedade.
  • 15. 15 Diante do exposto, percebe-se que a Educação Ambiental apresenta um conceito abrangente e destaca a participação da sociedade na construção de valores sociais (moral, ética, dignidade, respeito, solidariedade) que sejam capazes de mudar a relação homem - natureza. Segundo Carvalho (2006), a disseminação de experiências e conhecimentos, o engajamento das comunidades em atividades práticas é um meio de construir (e reconstruir) a cidadania. O processo educacional pode ser formal, em nível escolar, ou informal, através de práticas educativas que envolvam a comunidade na defesa do meio ambiente, conforme preceitua a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. A educação conduzida desde a infância pode fortalecer o elo entre o ser humano e o meio ambiente, principalmente através do desenvolvimento de valores e responsabilidade ambiental (CARVALHO, 2006). Em se tratando de Educação Ambiental é possível reconhecer dois objetivos que, de certa forma, se encontram interligados e se complementam. O primeiro objetivo refere-se à escola como uma unidade impactante, ou seja, uma instituição inserida dentro de um contexto maior e que, como qualquer outra, contribui para a manutenção e até crescimento dos problemas ambientais de uma cidade, seja pelo lixo que gera, pelo esgoto, consumo de energia e água etc. Já o segundo refere-se à escola ou à educação fornecida pela escola, como perpetuadora e multiplicadora de uma cultura que pode ser predatória ao meio ambiente, seja simplesmente pelo fato de desconsiderar sua existência (GRUN, 2000) ou por ser baseada em certos pressupostos que hoje parecem ser antiquados e que a fazem ser considerada tanto parte do problema quanto da solução (STERLING, 1996). Reconhecido o cenário, pode-se então pensar em uma estratégia de implementação da Educação Ambiental utilizando uma visão ampliada (TRISTÃO, 2005) que aborde os objetivos, mencionados acima, em conjunto. Desta forma, além de ser agente de mudança, a escola seria também um objeto de mudança (STERLING, 1996).
  • 16. 16 Os benefícios desta abordagem seriam muitos, dentre eles, o fato de o objetivo maior da Educação Ambiental ser o desencadeamento de mudança de comportamento, contribuindo na transição de um modelo individualista para um sustentável (TRISTÃO, 2005; PESSOA; BRAGA, 2010). Estes novos comportamentos devem ser desenvolvidos e exercitados no ambiente imediato dos docentes, no caso, na escola (GOUVÊA, 2006). As mudanças não mais podem ser em situações simuladas, mas sim reais, em que as mais diversas variáveis e conflitos que venham a aparecer possam ser trabalhadas em uma atividade democrática, progressiva e dinâmica, fundamentada pela práxis, e que resulte na real redução dos impactos causados pela escola. Nesse formato, a Educação Ambiental seria incorporada nas políticas e programas da educação formal de maneira planejada e estratégica, de modo que não fique dependente do compromisso ou entusiasmo individual (PALMER, 1998). O segundo benefício está na coerência entre o discurso feito na abordagem curricular da Educação Ambiental, ou seja, o que ocorre dentro da sala de aula e aquilo que é experimentado pelos jovens e também pelos professores na escola (HUCKLE, 1995). A inserção da Educação Ambiental nos currículos escolares tem sido tema de debate, no sentido de se decidir se deve ou não ser uma disciplina ou se deve ser um tema transversal (GAZZINELLI, 2002). Sato (1997) defende que a Educação Ambiental deve ser abordada como uma dimensão que permeia todas as atividades escolares, perpassando os mais diversos setores de ação humana. Outro questionamento, proposto por Gazzinelli (2002), se encontra na abrangência da localidade em que a Educação Ambiental deve se processar para atingir o maior número possível de pessoas. As esferas formais e informais são repetidamente evidenciadas como espaços específicos de desdobramento das atividades de Educação Ambiental.
  • 17. 17 Enquanto todas as esferas de experiências sociais são importantes é na esfera formal que a Educação Ambiental pode ter um aceleramento de novas condutas, se considerarmos que a escola representa historicamente o locus do saber social e ideologicamente valorizado (ANDRADE JÚNIOR et al., 2004). Neste sentido, as questões ambientais e ecológicas passam a compor um novo paradigma para a atuação da escola na sua missão de educar estimulando a vivência de valores que produzam a equidade social e o equilíbrio ambiental (MOLES, 1995). As crianças, adolescentes e jovens passam a maior parte do tempo na escola, que, portanto, é na atualidade o principal local de aquisição de valores sociais e atitudes comprometidas com o equilíbrio ambiental (JACOBI, 2003). Dessa forma, a instituição escolar é mediadora de conhecimento e estímulo para uma consciência crítica e promotora de ações de cidadania. Por isso, esta deve ser um espaço onde o corpo discente e docente estejam envolvidos e comprometidos na construção de um ambiente saudável, harmonioso e equilibrado (GAZZINELLI, 2002). Medina (2001) e Pessoa e Braga (2010), entendem a Educação Ambiental como um processo que cria possibilidades de formação crítica e participativa relacionadas à correta utilização dos recursos ambientais. Isso, entretanto, não é apenas retórica, uma vez que, segundo Grun (2000) a Educação Ambiental tem pela frente um trabalho de desmistificar os extremismos, tanto do cartesianismo quanto do arcaísmo. Para tanto, torna-se necessário reverter saberes e práticas buscando contemplar aspectos que vislumbrem uma sociedade ecologicamente sustentada. Agrupar as dimensões de uma abordagem que vislumbrem a sustentabilidade a um trabalho popular com comunidades pressupõe um processo de identificação e conquista dos atores sociais envolvidos, através da busca de parcerias e programas que sejam elaborados de acordo com os interesses e perspectivas da população alvo, no caso, os alunos (JACOBI, 2003).
  • 18. 18 Nesse sentido, Guimarães (1995) argumenta que a Educação Ambiental, voltada para a participação ativa dos atores sociais, apresenta-se como uma dimensão do processo educativo, nos quais os envolvidos buscam a construção de um novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida. Segundo Carneiro (2006) tal modelo possibilitaria a integração entre educação ambiental e educação popular, tendo como consequência a interação e integração dos aspectos sociais, econômicos, políticos, ecológicos e culturais para uma vida melhor e mais sadia. A Educação Ambiental, em sua vertente mais atual, se inscreve nos princípios da sustentabilidade, da complexidade e da interdisciplinaridade (PELICIONI, 1998). Segundo Leff (2001), o pensamento da complexidade deve estar na base da ecologia, da tecnologia e da cultura, constituindo uma racionalidade produtiva. A Educação Ambiental requer, portanto, a construção de novos objetos interdisciplinares de estudo, através da problematização dos paradigmas dominantes, da formação dos docentes, da incorporação do saber ambiental emergente em novos programas curriculares e nos programas com as comunidades, seja urbana ou rural (MORIN, 1991). A despeito de qualquer crítica que se possa fazer da supervalorização dada à Educação Ambiental como um mecanismo poderoso na “mudança de comportamento” em relação ao meio ambiente, ou atribuindo a ela o papel de formadora de uma “consciência ambiental”, a Educação Ambiental apresenta- se com um conteúdo abrangente no âmbito filosófico e político (FARIAS; CARVALHO, 2007). Sobre essa questão Leff (1996) argumenta que a Educação Ambiental adquire um sentido estratégico na condução do processo de transição para uma sociedade sustentável, uma vez que se trata de um processo histórico que reclama o compromisso do Estado e da cidadania para elaborar projetos nacionais, regionais e locais. Dessa forma, a Educação Ambiental deve se definir por um critério de sustentabilidade, que corresponda ao potencial ecológico e aos valores culturais de cada região (MIRANDA; SCHALL; MODENA, 2007).
  • 19. 19 Nesse sentido, as pesquisas quanto às ações educativas, pontuais ou processuais, formais ou informais, no Brasil, indicam que as tendências de concepções e práticas são múltiplas e multifacetadas, pois são situadas e contextualizadas local e globalmente. (JACOBI, 2005) Os resultados desse pensamento e saberes são indicadores do avanço da consciência ecológica, “ecopedagógica” e socioambiental das questões relacionadas ao macro e ao micro do meio ambiente (GUATTARI, 2006). Para Boff (1999), o fato de a educação ambiental começar pela escola é um passo muito importante nesse processo de transformação e resgate de valores como os do cuidado e do zelo com o meio ambiente em seu sentido mais amplo possível. Segundo Pelicioni (1998) torna-se imprescindível estabelecer as relações entre a economia, o desenvolvimento social e político e o meio ambiente. Aqui, a importância da educação leva ao já analisado desenvolvimento sustentável, o qual tem por base o uso racional dos recursos naturais, que impulsionam a economia. 6.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A MUNICIPALIDADE Para Castells & Borja (1996) cada vez mais as cidades vêm assumindo o papel de atores sociais, uma vez que os cidadãos que nela habitam ocupam um espaço simbiótico e se organizam sob um poder político como sociedade civil, que integra seus habitantes culturalmente, possibilitando a formação de uma identidade coletiva, que dinamiza as relações, convertendo a cidade ainda em um espaço que responde a objetivos econômicos, políticos e culturais da nossa época. Nesse ambiente e em função dessas concepções de cidade é que surge a proposta de Cidades Sustentáveis, visando também enfrentar os problemas advindos do estilo de vida da população ante aos avanços tecnológicos, como o sedentarismo, alimentação inadequada, uso de tabaco e drogas que provocam mudanças significativas no meio ambiente.
  • 20. 20 Dos 5.507 municípios brasileiros, 2.041 não fazem coleta diferenciada dos resíduos de serviços de saúde; dos 3.466 municípios que coletam os resíduos sólidos de serviços de saúde, 1.193 não fazem nenhum tipo de tratamento; 2.569 municípios fazem a disposição final dos resíduos de serviços de saúde no mesmo aterro dos resíduos sólidos urbanos e apenas 539 municípios em caminham os resíduos sólidos de serviços de saúde para locais de tratamento ou aterros especiais. Faz-se necessário despertar uma consciência humana e coletiva quanto à responsabilidade com a própria vida humana e com o ambiente. Nesse sentido, Formaggia (1995, p.11) sugere que “os profissionais devam preocupar-se com os resíduos gerados por suas atividades, objetivando minimizar riscos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores”. Nesse sentido, a educação ambiental é entendida como uma educação comprometida em resgatar o sentido de totalidade desse ambiente, procurando romper com o modelo de educação tradicional, em que o mundo e o próprio processo de construção do conhecimento é percebido de forma parcial,fragmentada, reducionista e simplificada. Assim a educação ambiental nos ensina a buscar o sentido da totalidade, sendo indispensável, para isso, uma visão integral, que nos leve a tomar consciência de que outras dimensões constituem partes integrantes de nossa realidade e que cada um estabelece relações com o resto do mundo. Essa compreensão implica abertura, aceitação, consciência planetária e pressupõe a existência dos mais diferentes diálogos para que possamos reconhecer que, como seres vivos, estamos todos interligados. Isso nos ajuda a desenvolver uma consciência ética, de exercício de cidadania, de responsabilidade social, de respeito, de valorização nas relações, que traduz um novo modo de pensar, sentir e agir com o ambiente (MORAES, 2004). A instância mais próxima do cidadão, mais facilmente controlável e com melhores condições de lidar com a grande maioria dos problemas do dia a dia que afligem o cidadão é, sem dúvida, o município, o poder local.
  • 21. 21 O bom funcionamento do poder público também está relacionado com a sua capacidade de efetuar parcerias com a sociedade civil e o chamado “terceiro setor” que atualmente são entravadas por todo um entulho burocrático e legal restritivo que precisa ser reformado, para permitir, ações nas áreas da saúde, educação, saneamento, gestão ambiental, transportes e vigilância. No meio de tantas legislações, é comum que existam sobreposições de forma que uma promoção da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), ressaltou a importância de se criar uma lei, baseada no artigo 23 da Constituição Federal, que disponha sobre as competências individuais de cada ente: União, Estados e Municípios. É preciso clarificar as áreas de atuação, pois há muitas competências comuns e sobreposições de atributo. 7 PROPOSTAS DE PROGRAMAS As propostas apresentadas dividem-se em 02 Programas distintos e 09 setores, facilitando a seleção das atividades pretendidas por parte das diversas instituições. As atividades desenvolvidas em escolas e salas seguem um protocolo e procedimento experimental que auxilia a confecção e ensino de novas metodologias e propicia a troca de experiências. A componente agrícola/rural está bem vincada no atual Plano de Atividades, destacando-se as atividades relacionadas com as Hortas e Animais (adoção), nas quais os participantes têm oportunidade de estar em contato com os elementos agrícolas e perceber os conceitos de agricultura biológica e compostagem caseira. Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por permitir que este modelo de programa seja adotado por diversas municipalidades, propagando a temática ambiental sem especificar e moldar para um único local. Na cozinha, para além do já tradicional fabricação de alimentos de reaproveitamento, tem-se também a noção de economia no preparo de
  • 22. 22 alimentos e técnicas mais saudáveis de preparação destes. Degustação de chás biológicos e fabrico de medicamentos fitoterápicos, são outra proposta disponível na oficina de “plantas medicinais”. É um aproveitamento do já conhecido “saber interiorano” do uso das plantas aplicado a técnicas artesanais aperfeiçoadas. Já a temática dos resíduos é sem dúvida muito importante num território com aglomerados urbanos pelo que o tema não foi descurado, contando com uma oficina de artesanato utilizando-se produtos inservíveis como: pneus, garrafas pet, caixas de leite, coco, etc. As datas comemorativas e períodos de férias e feriados, também devem ser observados pelas lideranças como propícios para atividades educativas. A proposta é trabalhar nas áreas publicas com teatros de rua e atividades recreativas em geral para envolver a população de forma lúdica com a temática ambiental. Os rios locais e as suas ribeiras afluentes são abordadas com destaque através do projeto ”Rios e Espaços verdes” pretendendo envolver a comunidade na recuperação e manutenção da qualidade dos recursos hídricos com ações de limpeza das margens, isolamento de pontos viciados de lixo e partes com grande trafego de pessoas, alocação de placas educativas, etc. Os programas descritos são propostas de projetos que devem ser feitos em parceria entre os entes sociais: governo, sociedade civil organizada e entidades particulares (indústria e terceiro setor) a fim de obter melhores resultados na aplicação dos mesmos e na efetividade dos resultados. Entende-se que com atitudes somente unilaterais, não é possível envolver a todos os membros da comunidade e de tal forma os entes sociais. Os inúmeros grupos e instituições constituintes da chamada sociedade civil organizada como: Organizações não Governamentais (ONGs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), associações, cooperativas, sindicatos e grupos organizados, são atores com legítimo poder de reinvidicação e influência nas políticas públicas de educação ambiental em saneamento. São agentes importantes que podem inovar na relação entre
  • 23. 23 estado e sociedade por meio da ampliação da participação social, uma vez que podem atuar junto aos órgãos públicos competentes na cobrança dos investimentos necessários ao caráter social, na luta pela eficiência dos serviços prestados ou, ainda, na minimização dos possíveis impactos socioambientais causados. As características organizativas de tais grupos possibilitam a celebração de convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos jurídicos de parceria. Sua atuação na formação continuada de educadores ambientais populares também pode ser destacada, na medida em que inúmeras organizações desta natureza já desenvolvem cursos, oficinas e outros processos de formação para a comunidade. Propondo parcerias, zelar-se-á pela qualidade dos projetos em termos de ensino, materiais didáticos, periodicidade e infraestrutura o que acaba por atrair o publico. Outro fator importante é a incorporação da temática ambiental dentro da própria gestão municipal que reflete em ações de melhoria da qualidade de vida para a população: implementação de coleta de lixo, adequação de locais de disposição desse lixo, saneamento básico, iluminação publica, infraestrutura e mobilidade urbana (projetos de ciclovia, pavimentação, melhora de calçadas, etc.), dentre outras. Já para as entidades particulares, tem-se o retorno na associação da sua imagem ao beneficio social e ambiental. A instituição ganha uma imagem positiva frente à comunidade, é o chamado “marketing verde”. Este setor adere proativamente em ações de responsabilidade socioambiental, traduzidas no apoio técnico e financeiro que determinadas empresas e indústrias estabelecem com o poder público e a sociedade civil organizada. Interagir com a iniciativa privada pode ser uma interessante estratégia para viabilizar ações e processos de educação ambiental e mobilização social, ressaltando a necessidade de assegurar-se da idoneidade e ética da empresa
  • 24. 24 em questão, evitando associar-se, mesmo que indiretamente, a processos degradantes. Ou seja, as propostas de educação ambiental regional trazem benefícios para todos os participantes seja ele ente ou comunidade. Fica a critério da municipalidade definir o meio pelo qual se dará a parceria com os demais entes (particulares e sociedade civil), a duração da mesma e as formas de contribuição de cada. Abaixo segue uma tabela - resumo das atividades propostas que serão posteriormente melhor esclarecidas. SETOR DESIGNAÇÃO NIVEL PROGRAMA FAMÍLIAS Rios/Espaços Verdes Mutirão de limpeza de rios e lagos Comunidade em geral Animais Campanha de adoção de animais Comunidade em geral Datas Comemorativas Caminhadas ecológicas e atividades recreativas ao ar livre Comunidade em geral Férias Teatros de rua e Eco-cinema na época de férias Comunidade em geral Resíduos Fabricação de composteiras domésticas FORMAÇÂO/ AÇÔES DE SENSIBILIZAÇÃO Plantas medicinais Oficinas sobre o uso, cultivo e fabricação de medicamentos.
  • 25. 25 Ateliê entrelaçando Oficinas de artesanato com produtos inservíveis Mulheres da comunidade Horta orgânica Oficina de montagem e manutenção de hortas de orgânicos Cozinha reaproveitar Oficina de reaproveitamento de “restos” de alimentos Mulheres da comunidade Fonte: Jesus, T. (2012).  Um amigo para a vida – Campanha de adoção de animais Descrição: Animais recolhidos das ruas que vão para o CCZ de Aracruz ou mesmo que vivem em abrigos particulares locais, podem ser adotados pela comunidade em “dias de adoção”. A fim de promover a sua rápida adoção, dando um lar digno para esses bichinhos e reduzindo o numero de animais ambulantes e possíveis carreadores de doenças na rua. Com o principal objetivo de fomentar a adoção de animais, esta campanha propõe parcerias entre o ente publico e privado para efetivação da campanha. Os participantes terão oportunidade de visitar os animais alojados e perceber a problemática do abandono dos destes. Entes envolvidos: Vigilância ambiental, ONGs e Associação de Moradores.
  • 26. 26  Plantas Aromáticas e Medicinais – Oficina Fitoterápica Descrição: As plantas aromáticas são “ervas” que nos servem e nos deliciam proporcionando-nos harmonia com a natureza. Recentemente verificou-se um despertar do interesse pelas plantas aromáticas e medicinais, para utilização na medicina, cosmética e decoração, esta atividade mostrará aos participantes as principais espécies de plantas aromáticas e medicinais cultivadas na região, as suas características e fins a que se destinam. Durante a atividade os participantes estarão em contato com as plantas e também possível nas dependências da pastoral ecológica e da saúde de João Neiva para aprender as principais técnicas de reprodução das plantas aromáticas e medicinais, tendo ainda oportunidade de degustar algumas espécies. Entes envolvidos: Secretaria Municipal de Saúde, Pastorais, entidades privadas como farmácias e faculdades e Associação de Moradores.  Os resíduos orgânicos e a Compostagem Descrição: O consumo de produtos alimentos tem aumentado em virtude da sua qualidade, aumento da renda e dos modos de produção, que visam o máximo respeito pelo ambiente envolvente e o melhor enquadramento na paisagem rural. Uma vez que a produção de produtos alimentícios saudáveis não pode recorrer a produtos químicos de síntese, a melhor forma de fertilizar o solo é recorrer a um composto de boa qualidade, pelo que o processo da compostagem será também abordado como parte integrante da produção biológica. Durante a saída de campo, os participantes terão oportunidade de colaborar nas atividades diárias aprendendo como confecciona-las, prazos, etc.
  • 27. 27 Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades e Secretaria de Meio Ambiente.  Reutilizar é que está a dar – Ateliê Entrelaçando Descrição: Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras de ordem no que respeita à produção de resíduos. Aparentemente, podem fazer pouco sentido, mas devidamente enquadradas em ações do nosso cotidiano, fazem toda a diferença entre uma família que produz muitos ou poucos resíduos. A atividade é essencialmente prática e pretende demonstrar as inúmeras possibilidades de reutilização de materiais para a elaboração de produtos e objetos, como: flores, máscaras de Carnaval, pipas, cadeira, luminárias, prendedores, entre muitos outros que com desperdícios e um pouco de imaginação é possível desenvolver. Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades e Secretaria de Meio Ambiente.  Projeto Rios e Espaços Verdes – Vamos ajudar a cuidar!! Descrição: O Projeto Rios e Espaços Verdes visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água. A implementação deste projeto pretende dar resposta à visível problemática da alteração e deterioração da qualidade dos rios e a falta de um envolvimento efetivo dos utilizadores e da população em geral. Este “apelo” à participação dos estabelecimentos de ensino faz cada vez mais sentido devido à situação de alguns córregos da região.
  • 28. 28 As propostas preveem atividades para limpeza, isolamento de pontos viciados e educação ambiental quanto ao uso e conservação dessas áreas, possibilitando a participação da comunidade na manutenção da qualidade hídrica e paisagística das linhas de água. Entes envolvidos: Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Limpeza Urbana/Obras.  Datas Comemorativas e Férias: Campanhas lúdicas sustentáveis Eco-Cinema Descrição: A projeção de filmes sobre a temática ambiental em praças visa essencialmente despertar a atenção da população mais infanto-juvenil para a temática ambiental, de uma forma alegre e divertida, motivando-os a agir. Os organizadores devem consultar os filmes e as datas em que serão projetados em períodos de férias, feriados e datas comemorativas. Dia Mundial do Ambiente Descrição: O Ambiente é e será sempre o principal motivo e razão do equilíbrio de onde vivemos. É com ele o nosso compromisso, o de alertar as gerações presentes e futuras para a importância e fragilidade do nosso meio ambiente, um bem que todos devem ajudar a manter e preservar. A comemoração do Dia Mundial do Ambiente, assim como do Dia Mundial da Água propõe envolver a todos nas comemorações. Composto por diversas atividades lúdicas e pedagógicas sobre a temática ambiental, tais como, as energias renováveis, reciclagem/reutilização de materiais, agricultura biológica, entre muitas outras, pretendendo oferecer um dia muito divertido e despertar consciências para a preservação do ambiente.
  • 29. 29 Dia das Crianças e Aniversário da Cidade Descrição: A atividade alia a comemoração do Dia das crianças ou outra data comemorativa com a consciência ecológica, decorrendo nas praças, parques, ou outra área publica de lazer e oferecendo um conjunto de atividades diversificadas e muito aliciantes para crianças e adultos. Desde ateliers de pintura, doação de mudas, circuitos de transportes alternativos, jogos tradicionais, atividades desportivas, entre muitas outras diversões. As atividades foram idealizadas para proporcionar às famílias um fim de semana de diversão, aprendizagem ambiental e promoção da interação familiar. Caminhadas Ecológicas Caminhada ecológica não é apenas andar no meio do mato. Trata-se de um esporte não competitivo, onde cada participante deve colaborar com o companheiro de aventura. A caminhada é a forma mais básica de aventura. As caminhadas são organizadas por trilhas conhecidas pela zona rural local, podendo até mesmo ser pequenas, mas de forma organizada e por áreas de beleza cênica com a elaboração de crachás e camisas, se possível, e ao final, organizar uma confraternização musical ao final. Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades, ONGs e Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Cultura.
  • 30. 30  Cultivar o próprio alimento – Horta orgânica Descrição: Com o objetivo de introduzir uma cultura de sustentabilidade, economia e gestão de espaços cultiváveis em centros urbanos, são executadas através de oficinas educativas a correta maneira de preparo, manutenção e manejo de uma horta orgânica com materiais que antes iriam para o lixo. Os materiais que podem ser reaproveitados podendo citar os pneus, tubos de PVC, caixotes, garrafas, latas, etc. A questão é trabalhar também uma cultura de plantio e cuidado dos próprios alimentos sem a utilização de agentes químicos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. As oficinas destinam-se ao público em geral que manifeste interesse no tema tendo como foco principal a metodologia dos 5'RS através da educação ambiental. Além da demonstração prática (preparação do material, quantificação dos insumos necessários, orientação sobre as culturas mais propícias ao plantio alternativo, etc.) esta atividade deve ser acompanhada pela distribuição de uma cartilha de orientação. Entes envolvidos: Entidades publicas e particulares como escolas faculdades, ONGs e Secretaria de Meio Ambiente.  Cozinha Reaproveitar Descrição: A alimentação equilibrada ocupa um lugar importante na aquisição de hábitos de vida sãos e é um dos principais fatores para a manutenção da saúde. Numerosas investigações demonstram que a saúde e a longevidade estão diretamente ligadas ao estado nutricional e hábitos alimentares. Ao associarmos esta temática tão importante e com tão elevada prevalência na saúde, pretendemos sensibilizar a população para a adoção de um estilo de
  • 31. 31 vida mais saudável e utilizando melhor os alimentos. Nesta atividade, os participantes terão a possibilidade de perceber a importância dos diversos nutrientes que são extraídos dos alimentos e absorvidos pelo organismo e que seriam jogados fora em cascas, polpas, bagaços, talos, etc. Aprendem receitas, confeccionar os alimentos e apreciar um lanche equilibrado, preparado pelos próprios participantes sob orientação da nutricionista e cozinheiras. Entes envolvidos: Entidades públicas como o SESI e faculdades, Secretaria da Saúde e Secretaria de Meio Ambiente. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A problemática ambiental tem se apresentado, na maioria das vezes, apenas como um conceito amplo e generalizado, como se fosse algo externo a todos e, nesse sentido, não são suficientemente focadas no contexto da Educação Ambiental. Fato este que gera um grande entrave ao desenvolvimento do tema, pois a realidade local também é produto do processo civilizatório de extrema importância e também envolve as interações locais entre a sociedade e a natureza. Portanto é necessário observar que o problema ambiental não é algo distante. O trabalho apresentado sugeriu muito mais o debate sobre a relação educação/ambiente/população do que esgotar o assunto, por natureza vasto. A educação e a problemática ambiental são antes de tudo, questões políticas que envolvem atores, interesses e concepções de modos diferentes, e que podem assumir direções mais conservadoras ou emancipatórias.
  • 32. 32 Segundo Abílio et al (2010, p. 172-173), “a incorporação da questão ambiental no cotidiano das pessoas pode propiciar uma nova percepção das relações entre o ser humano, a sociedade e a natureza e promover uma reavaliação de valores e atitudes na convivência coletiva e individual, assim como reforçar a necessidade de ser e agir como cidadão na busca de soluções para problemas ambientais locais e nacionais que prejudiquem a qualidade de vida". Diante dessa perspectiva, a abordagem da temática ambiental é algo de fundamental importância, na medida em que está diretamente relacionada à qualidade de vida e, sobretudo, à perspectiva de futuro. Além disso, a inserção dessa temática no âmbito educacional possibilita a ampliação da visão de mundo, a conscientização, a reflexão socioambiental e o desenvolvimento da consciência ecológico-preventiva. Aspectos estes que traçam caminhos para a transformação social. Com isso, as propostas se voltam para a promoção do engajamento do sujeito com a realidade circundante, objetivando que ele a compreenda, a fim de modificá-la. Em outras palavras, as propostas passam a ter como propósito desenvolver nesse sujeito o sentimento de comprometimento com as práticas sociais e, sobretudo, com a transformação social. Dessa forma, é preciso lembrar que as abordagens devem conduzir a práticas que incentivem o debate, a construção do conhecimento e a reflexão sobre as questões ambientais, possibilitando um desenvolvimento claro dos conceitos de conscientização e da cidadania.
  • 33. 33 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABÍLIO, Francisco José Pegado; FLORENTINO, Hugo da Silva; RUFFO, Thiago Leite de Melo. Educação Ambiental no Bioma Caatinga: formação continuada de professores de escolas públicas de São João do Cariri, Paraíba. Revista Pesquisa em Educação Ambiental, São Carlos, vol. 5, n. 1, pp. 171-193, 2010. ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2000. BRÜGGER, P. Educação ou Adestramento Ambiental? Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1994. COIMBRA, A. S.; FERNANDES, A. A. Movimentos Sociais e a Educação Ambiental. Revista eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. Volume 15, julho a dezembro de 2005. CURRIE, K. L. Meio ambiente, interdisplinaridade na prática. Campinas, Papirus, 1998. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992. DUARTE, R.G.; SILVA, L.T. Geografia e Educação Ambiental – discussões necessárias para suas práticas. GeoUERJ, Rio de Janeiro,n.6, 1996. EVASO, A. S.; BITTENCOURT JUNIOR, C.; VITIELLO, M. A.; NOGUEIRA, S. M.; RIBEIRO, W.C. Desenvolvimento sustentável: mito ou realidade? Terra Livre, São Paulo: AGB/São Paulo, n. 11-12, p. 91-101, 1996. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? 10. ed. São Paulo, Paz e Terra, 1992. GUERRA, R. T. GUSMÃO, C. R. C. A implantação da Educação Ambiental numa escola pública de Ensino Fundamental: teoria versus prática. João Pessoa, Anais do Encontro Paraibano de Educação Ambiental 2000 – Novos Tempos. 08-10 nov 2000. GUIMARÃES, S.T.L. Nas trilhas da qualidade: algumas idéias, visões e conceitos sobre qualidade ambiental e de vida. Geosul, v.20, n.40, 2005. MUSA, C. I. Meio ambiente e religião: uma leitura a partir das denominações religiosas cristãs da sub-bacia do Ribeirão Araranguá. 2005, p. 150. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental), Universidade Regional de Blumenau, Blumenau. OLIVEIRA, E. M. Educação Ambiental uma possível abordagem. 2. ed.. Brasília: Ed. IBAMA, 2000.
  • 34. 34 OLIVEIRA, L. de A percepção da qualidade ambiental. In: A ação do homem e a qualidade ambiental. Rio Claro: Associação dos Geógrafos/Câmara Municipal, 1983. Mimeo. RELPH, E. As bases fenomenológicas da Geografia. Geografia, 4(7): 1-25, abril 1979. Risco Anunciado: Enxurradas fazem vítimas. A Voz da Razão. Blumenau, 01/01/07 à 20/01/07. Nº 398, p.7. RODRÍGUEZ, J. M. M. la Geografia Física ante la Educacion Ambiental: Desafios y Perspectivas. In: Anais do VII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. Curitiba: SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos, RiMa, 2004. SILVA, L. T.; DUARTE, R. G. Geografia e Educação Ambiental: discussões necessárias para suas práticas. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n.6, p. 57-68, 1999. SOUZA, A. K. A relação escola-comunidade e a conservação ambiental. Monografia. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, 2000. TRAJBER, R. Educomunicação para Coletivos Educadores. In: Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA / Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. - 3. Ed- Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005. VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. G. (org). Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997. ANDRADE JÚNIOR, Hermes de; et al. Representação Social da Educação Ambiental e da Educação em Saúde em Universitários. Psicol. Reflex. Crit., v.17, n.1, pp. 43-50, 2004. BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 200 p. CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. Fundamentos epistemo-metodológicos da educação ambiental. Educar, Curitiba: UFPR, n. 27, p. 17-35, 2006. CARVALHO, Isabel Cristina M. As transformações na esfera pública e a ação ecológica: educação e política em tempos de crise da modernidade. Rev. Bras. Educ., v. 11, n. 32, pp.308-315, 2006. FARIAS, Carmen Roselaine de Oliveira; CARVALHO, Washington Luiz Pacheco de. O direito ambiental na sala de aula: significados de uma prática educativa no ensino médio. Ciênc. Educ., v. 13, n. 2, pp. 157-174, 2007.
  • 35. 35 FRACALANZA, Hilário. As pesquisas sobre educação ambiental no Brasil e as escolas: alguns comentários preliminares. In: TAGLIEBER, J.E.; GUERRA, A.F.S. (org). Pesquisa em Educação Ambiental: pensamentos e reflexões de pesquisadores em Educação Ambiental. Pelotas: Editora Universitária/ UFPel, 2004. pp. 55-77. FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1982. 149 p. GAZZINELLI, Maria Flávia. Representações do professor e implementação de currículos de Educação ambiental. Cad. Pesqui., n. 115, pp.173-194, 2002. GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1998. 319 p. GOUVÊA, Giana Raquel Rosa. Rumos da formação de professores para a Educação Ambiental. Educar, Curitiba: UFPR, n. 27, pp. 163-179, 2006. GRUN, Mauro. O conceito de holismo em ética ambiental e em educação ambiental. In: SATO, Michele.; CARVALHO, Isabel Cristina Moura (org). Educação ambiental - pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005. pp.45- 50. GUATTARI, Félix. As três ecologias. 17 ed. Campinas: Papirus, 2006. 56 p. GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995. 120 p. HUCKLE, John. Towards a whole school policy on environmental education. In: HUCKLE, John (org). Reaching out: education for sustainability. London: Earthscan Publications, 1995. pp.1-11. JACOBI, Pedro. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educ. Pesqui., v. 31, n. 2, pp. 233- 250, 2005. LEFF. Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. 344 p. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico social dos conteúdos. São Paulo : Loyola, 1985. LUCATTO, Luis Gustavo; TALAMONI, Jandira Liria Biscalquini. A construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental no ensino médio: a microbacia
  • 36. 36 hidrográfica do Ribeirão dos Peixes como tema gerador. Ciênc. Educ., v. 13, n. 3, pp. 389-398, 2007. MARANDOLA, Áurea; MARANDOLA JR., Eduardo. O papel dos conhecimentos geográficos na Educação Infantil. In: FUSCALDO, W.C.; MARANDOLA JR., E. Quem tem medo do interior? – urbano-rural: que espaço é esse? Londrina: Ed. UEL, 2001. pp.31-34. MARQUETI, Elza H. Re(pensar) a educação sob o prisma dos valores humanos do sentimento, da ética e da moral. Ciênc. Geo., v.5, n.13, pp.55-62, 1999. MEDINA, Naná Mininni. A formação dos professores em educação ambiental. In: VIANNA, Lucila Pinsardi. Panorama da educação ambiental no ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001. pp.17-24. MIRANDA, Érica; SCHALL, Virgínia; MODENA, Celina. Representações sociais sobre educação ambiental em grupos da terceira idade. Ciênc. Educ., v. 13, n. 1, pp. 15-28, 2007. MOLES, Abraham A. As ciências do Impreciso. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1995. 236 p. MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento complexo. Paris: ESF, 1991. 184 p. OLIVEIRA, Lívia de. A formação do professor de geografia. Ciênc. Geo., v.8, n.22, pp.43-45, 2002. PALMER, Joy A. Environmental Education in the 21th Century: Theory, Practice, Progress and Promise. London: Routledge, 1998. 284 p. PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade. Saúde Soc., v.7, n.2, pp.19-31, 1998. PESSOA, Gustavo Pereira; BRAGA, Rosalina Batista. Educação ambiental escolar e qualidade de vida: desafios e possibilidades. Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient., v. 24, 2010. pp.142-155. PHILIPPI JR., Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental e sustentabilidade. Baueri: Manole, 2005. 890 p. PORTELA, Sérvio Túlio; BRAGA, Francisco de Assis; AMENO, Helena Alvim. Educação ambiental: entre a intenção e a ação. Rev. Eletrôn. Mestr. Educ. Ambient., v. 24, 2010. pp. 331-340.
  • 37. 37 ROCHA, Ronaldo Gazal. Ecoideologias associadas aos movimentos ambientais: contribuições para o campo da educação ambiental. Educar, n. 27, pp. 55-73, 2006. RUSCHEINSKY, Aloísio. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002. 184 p. SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda., 1998. 274 p. SILVA, Lúcia Maria Alves; GOMES, Edvânia Torres Aguiar; SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Diferentes olhares sobre a natureza – representação social como instrumento para educação ambiental. Estud. Psicol., v.10, n.1, pp.41-51, 2005. STERLING, Stephen. Education in Change. In: HUCKLE, John.; STERLING, Stephen. (org). Education for sustainability. London: Earthscan Publications Ltda, 1996. p. 18-39. TRISTÃO. Martha. Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensado e o vivido. Educ. Pesqui., v. 31, n. 2, pp. 251-264, 2005.
  • 39. 39 ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO SOCIOAMBIENTAL (Pode ser utilizado para diagnóstico local). A) DADOS DA POPULAÇÃO. 1.Qual a renda média da família? ( ) até um salário mínimo ( ) até três salários mínimos ( ) acima de quatro salários mínimos 2. Quantas pessoas moram em média na casa? ( ) até três ( ) ate quatro ( ) cinco ou mais 3. Qual e a escolaridade do pai? ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior 4. Qual e a escolaridade da mãe? ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior 5. Qual o lazer da família? ( ) televisão ( ) cinema ( ) passear ( ) festa ( ) leitura ( ) outros B) DADOS SOBRE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO 6. Qual o meio de comunicação com que mais se informam sobre as noticias da atualidade? ( ) radio ( ) televisão ( ) jornal escrito ( ) Internet ( ) revista ( ) na igreja
  • 40. 40 7. Qual o programa de TV favorito assistido pela família? Até duas opções. 8. Qual o programa de rádio predileto da família. Até duas opções. C) DADOS GERAIS SOBRE O BAIRRO 11. Quais são os principais problemas do bairro? ( ) transporte ( ) comércio ( ) violência e roubo ( ) sujeira e saúde ( ) esgoto ( ) asfalto ( ) falta área de lazer ( ) água limpa ( ) falta de escola 11. Qual o principal problema ambiental do bairro? 12. Como fazer para melhorar o problema ambiental do seu bairro _____________________________________________________________________________