GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
Profª Márcia Lídia | Gramática | Aulas 21 e 22 | 1º Ano
1. 1.º Ano - 2015 Aulas 21 e 22
Gramática
Apostila caderno 2015
2. Funções da linguagem
1. É certo que, antes de tudo, a linguagem serve à comunicação. O
processo de comunicação se constitui de vários fatores. As mensagens,
normalmente, pretendem destacar um desses fatores, originando as
diferentes funções da linguagem.
Podemos usar a linguagem para
•expressar emoção;
•influenciar o pensamento e a vontade das pessoas;
•comentar outras formas de linguagem ou usos e operações da própria
linguagem;
•testar se a mensagem está de fato chegando aos ouvidos ou aos olhos do
interlocutor;
•proporcionar lazer;
•informar.
3. Funções da linguagem
Todas essas funções foram analisadas pelo linguista Roman
Jakobson, que as associou a cada um dos polos do esquema
da comunicação e lhes deu um nome técnico:
•Função referencial (ou informativa) foco: o assunto;
•Função conativa (ou apelativa) foco: o destinatário;
•Função emotivativa (ou expressiva) foco: o emissor;
•Função metalinguística foco: o código linguístico;
•Função fática foco: o canal de comunicação;
•Função poética foco: a mensagem.
4. Funções da linguagem
2. A linguagem serve para informar. Por meio de uma
reportagem, por exemplo, os indivíduos são informados sobre
os acontecimentos do mundo, alargando sua percepção e
adquirindo novos conhecimentos. Para a coletividade, a
linguagem torna possível a transmissão, o aperfeiçoamento e o
acúmulo dos conhecimentos através das gerações.
Função referencial (ou informativa/ utilitária) foco: o assunto
Usada para transmitir, de forma objetiva, dados, notícias,
conhecimentos; predomina nos textos informativos (jornais,
revistas de informação, textos técnicos, contratos, mapas etc.)
5. Funções da linguagem
3. A linguagem serve para que se possa influenciar e ser
influenciado. Às vezes, a intenção da comunicação é
influenciar o comportamento do público, associando certos
comportamentos a valores sociais desejáveis ou indesejáveis.
Isso é bastante perceptível na publicidade, por exemplo.
Função conativa (ou apelativa) foco: o destinatário
Usada para influenciar, envolver e convencer o interlocutor;
predomina nos anúncios publicitários, nas placas de
advertências, horóscopos, por exemplo.
6. Funções da linguagem
4. A linguagem serve para expressar a subjetividade.
Quando alguém desabafa com um amigo, expondo sua raiva
diante de uma injustiça ou seu arrependimento por causa de
uma atitude inconveniente, está usando palavras para
exteriorizar seu universo interior, delineando uma certa imagem
de si para os que o rodeiam.
Função emotiva (ou expressiva) foco: o emissor;
Diz-se que a linguagem está sendo usada em função emotiva
quando, por meio dela, o enunciador pretende manifestar
sentimentos, emoções (de raiva, de alegria, de aflição, de
indignação, de angústia ...).
7. Funções da linguagem
5. A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem.
Toda vez que alguém tenta explicar melhor algo que disse
antes, sempre que se tenta desfazer um mal-entendido
provocado pelo uso das palavras, a linguagem está sendo
usada para enfocar a si mesma.
Função metalinguísticafoco: o código linguístico
Caracteriza-se pelo fato de se utilizar uma linguagempara
comentar, explicar ou descrever fatos ou características de
outra linguagem ou dela própria.
8. Funções da linguagem
5. A linguagem serve para criar e manter laços sociais. A
simples intenção de manifestar a disposição de dialogar dá
origem a muitas mensagens. Os cumprimentos cotidianos, por
exemplo, servem para manifestar o apreço pelo outro,
fortalecendo a ideia de que pertencemos a uma comunidade.
Função fáticafoco: o canal
A função fática ocorre quando utilizamos a linguagem para
manter contato com o destinatário, mantendo-nos assim
conectados durante a comunicação
9. Funções da linguagem
7. A linguagem como fonte de prazer. Os jogos de sentido,
de sonoridade e de ritmo produzidos com as palavras, seja por
diversão, seja para encantar o receptor, são exemplos de que a
linguagem pode ser fonte de prazer estético. Nesse caso,
importa mais o modo de dizer do que aquilo que se diz. Ou, em
outros termos, o modo de arquitetar o texto é usado para
enriquecer seu plano de conteúdo.
Função poéticafoco: a mensagem;
Presente nas poesias, nos slogans publicitários, nas
cantigas, ditados…
10. Funções da linguagem
Função referencial (ou informativa)
• As palavras são usadas em seu sentido próprio, ou seja,
no sentido denotativo;
• Evitam-se opiniões do enunciador, isto é, daquele que
fala ou escreve.
• As propriedades mais valorizadas nesse uso são a
clareza, a precisão e a neutralidade.
• Há a predominância do discurso na terceira pessoa
com prioridade para a ordem direta, ou seja, sujeito +
predicado + complemento.
12. Funções da linguagem
Função CONATIVA ou APELATIVA
Essa função caracteriza-se pela presença
•das formas tu, você, vocês;
•dos vocativos;
•de formas verbais no imperativo.
14. Funções da linguagem
Função EMOTIVA ou EXPRESSIVA
“Através dessa função, o emissor imprime no texto as
marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações,
opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor.”
15. Funções da linguagem
Função EMOTIVA ou EXPRESSIVA
Essa função caracteriza-se pela presença
•de verbos e pronomes na 1.ª pessoa (eu, me, ando,
vivo);
•das interjeições ( Oh! Nossa! - responsáveis por revelar o
estado emocional do emissor) ;
•de expressões exclamativas (É um absurdo!);
•de sinais de pontuação como reticências e ponto de
exclamação.
16. Funções da linguagem
Função EMOTIVA
ou
EXPRESSIVA Paty,
Arrependi de ter ido na festa!
Credo! Que chatice, hein? Que som mais sem
graça! A galera então…
Na próxima, tô fora!
Beijão,
Rô
Almir Sater e Renato Teixeira
17. Funções da linguagem
Função METALINGUÍSTICA
Essa função caracteriza-se pela pelo fato de se utilizar
uma linguagem para comentar, explicar ou descrever fatos ou
características de outra linguagem ou dela própria.
19. Funções da linguagem
Função FÁTICA
“A palavra fático significa “ruído, rumor”. Foi utilizada
inicialmente para designar certas formas usadas para chamar
a atenção (ruídos como “psiu”, “ahn”, “ei”). Essa função
ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de
comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua
eficiência.
20. Funções da linguagem
Função fática
Quando usamos a linguagem para estabelecer contato
com o interlocutor ou para não perder o contato já
estabelecido, dizemos que está em uso a função fática.
Caracteriza-se pelo uso de palavras e expressões como
•Alô! Oi! Certo? Fui! Tchau!
•Tudo bem? Tá ligado?
22. Funções da linguagem
Função POÉTICA
Ocorre quando o modo como se elabora o texto é tão
importante quanto a informação que ele traz.
Compare:
1. "Deve ser legal ser negão no Senegal”
Mamma África", Chico César.
2.É possível que seja agradável ser negro no Senegal.
As duas frases têm praticamente o mesmo sentido, mas há
uma diferença básica: na frase 1, mais do que o sentido,
chamam atenção os recursos de ritmo e a combinação
de sons feita pelo compositor.
23. Funções da linguagem
Função POÉTICA
“Na função poética, a mensagem é elaborada de forma inovadora e
imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de
imagem ou de ideias. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer
estético e surpresa.”
24. Funções da linguagem
Função POÉTICA
Na frase 2, apreende-se o sentido e praticamente não se dá
atenção ao modo como as palavras foram escolhidas e
combinadas.
Na frase 1, qualquer mudança é inaceitável, mesmo que não
afete o sentido. Não tem o mesmo efeito dizer, por exemplo:
No Senegal, ser negão deve ser legal. O sentido se manteve,
mas o modo de dizer se alterou, e o texto não tem o mesmo
efeito.
25. Funções da linguagem
Função poética
Na frase 2, desde que se mantenha o sentido, aceitam-se
alterações. É quase indiferente dizer: No Senegal, é possível
que seja agradável ser negão ou Talvez seja vantajoso ser
negão no Senegal.
No primeiro caso, a linguagem está sendo usada em função
poética; no segundo, em função referencial (ou informativa ou
utilitária).
26. Funções da linguagem
Função POÉTICA
• Recurso sonoro
E o ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
Esse é um verso famoso do soneto de Olavo Bilac intitulado
"Vila Rica", antigo nome da cidade de Ouro Preto. Fala do fim
de tarde, simulando o toque dos sinos, enquanto se reza o
ângelus, tipo de prece das seis horas da tarde.
As consoantes momentâneas (p, d, b) sugerem as badaladas;
as vogais nasais (an, an, on) e as consoantes mais demoradas
(g, s, l) lembram o reboar do som ao longo da tarde.
27. Funções da linguagem
Função POÉTICA
• Recurso gráfico
Tocadas, nossas chagas
dóem, dóem, dóem
e não há sino que suporte
mortes tão constantes
Alcides Villaça
O acento agudo colocado sobre a vogal tônica (dóem),
embora não prevista pelas regras do acordo ortográfico
vigente, está cumprindo uma função importante: marcar a
intensidade maior com que a dor se repete, como se fosse uma
pulsação semelhante à de uma chaga latejante. Lembra ainda
o som torturante de um sino que bate incessantemente.
28. Funções da linguagem
Função POÉTICA
• Recurso do duplo sentido
Orion
A primeira namorada, tão alta
que o beijo não a alcançava,
o pescoço não a alcançava,
nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
Luzia na janela do sobradão.
Andrade, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1992. p. 581.
29. Funções da linguagem
Função POÉTICA
Na poesia "Orion" (uma constelação muito distante e bela), o
poeta coloca a namorada num plano tão elevado, que não há
meio de atingi–Ia. Há quilômetros de silêncio entre ele e ela.
Sobra o consolo da contemplação da amada na janela da
mansão em que ela mora.
A palavra Luzia pode ser interpretada como uma forma do
verbo luzir (= "brilhar") ou como o nome da namorada. A fusão
dos dois conceitos sugere a sensação de esplendor que a
visão da namorada provocava no poeta e a distância inatingível
que os separava.