1. O documento apresenta uma pesquisa sobre governança corporativa de empresas listadas na bolsa brasileira. 2. Foram analisadas 30 empresas com maior valorização de ações nos últimos 10 anos nos segmentos Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1. 3. Os resultados mostraram que as empresas dos segmentos com melhores práticas de governança tiveram valorização muito superior à média do mercado.
1. Tema: Governança Corporativa
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Contábeis e Atuariais
TEORIA DE
FINANÇAS
Prof. Dr. Rubens Famá
Política de
dividendos
Leandro Faccini
ESTRUTURA CONCEITUAL DE
GOVERNANÇA CORPORATIVA:
TEORIA E USO COMO
FERRAMENTA DE GESTÃO
TEORIA DE FINANÇAS
Prof. Dr. Rubens Famá
Mestrando: Leandro Esperanca Faccini
São Paulo, 27 de Novembro de 2013.
2. Tema: Governança Corporativa
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SUMÁRIO
1. Objetivo e Metodologia;
2. Linha do tempo;
3. Fundamentação teórica;
4. O ambiente regulatório;
5. Teoria de agência e governança corporativa;
6. Lei Anticorrupção;
7. Coleta e análise de dados;
8. Análise dos resultados;
9. Conclusão;
10. Referências bibliográficas.
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1. Objetivo e Metodologia
Objetivo:
O objetivo dessa pesquisa é fazer um diagnóstico, tirar um raio x dos
procedimentos e métodos relacionados com boas práticas de governança
corporativa adotados pelas empresas listadas na Bolsa de Valores de São
Paulo que obtiveram as maiores valorizações em valor de ações nos
últimos dez anos.
Metodologia:
A pesquisa evidencia características de cunho descritivo, com abordagem
quantitativa para os dados coletados nas séries históricas com os valores
das ações avaliadas no período (31/10/2003 até 31/10/2013).
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2. Linha do tempo
Ao avaliar a linha do tempo com os acontecimentos que levaram o
mercado a desenvolver práticas de governança corporativa, pode-se
verificar que sempre após as principais crises econômicas houve uma
resposta dos órgãos reguladores, com emissão de novas normas e
regulamentações. Isso é notório após os escândalos do início dos anos
2000, quando senadores Republicanos e Democratas se reuniram para o
desenvolvimento e aprovação da Lei Sarbanes-Oxley em 2002.
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3. Fundamentação teórica
Segundo BRIGHAM e EHRHARDT (2012), a governança corporativa é o
conjunto de leis, regras e procedimentos que regem as operações de uma
empresa e as decisões tomadas por seis administradores. Os autores
explicam que a maioria das disposições de governança corporativa assume
duas formas:
i) punições; e
ii) incentivos.
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3. Fundamentação teórica
A punição vem geralmente em forma de demissão em decorrência dos
administradores não terem maximizado o valor dos recursos confiados a
eles.
Por outro lado, em forma de reconhecimento dos esforços dos
administradores, as empresas pagam além do salário, participação nos
lucros e resultados alcançados é o que os autores chamam de
“incentivos”.
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4. Ambiente regulatório
No Brasil o ambiente regulatório aplicável a governança corporativa é
desenvolvido, principalmente pela CVM, que procura adaptar os melhores
conceitos internacionais sobre o tema às características próprias da
realidade brasileira, basicamente a predominância de companhias com
controle definido.
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4. Ambiente regulatório
A BM&Fbovespa é a responsável em fiscalizar se as empresas listadas
cumprem as diretrizes legais e para isso, criou cinco segmentos de
listagem, com diferentes exigências relacionadas o nível de governança
corporativa, são eles:
• Novo mercado;
• Nível 2;
• Nível 1;
• Bovespa mais; e
• Tradicional.
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5. Teoria de agência e governança corporativa
O problema de agência ocorre, principalmente, quando os gestores
tomam decisões com o intuito de maximizar sua utilidade pessoal e não a
riqueza de todos os acionistas, motivo pelo qual foram contratados.
A importância da governança corporativa no ambiente empresarial se dá,
principalmente, pela complexidade dos negócios e a sofisticação dos
instrumentos financeiros, que contribuem para camuflar operações
antiéticas que visam a maximização do lucro a qualquer custo, resultando,
na maioria das vezes fraudes que ocasionam crises financeiras.
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6. Lei Anticorrupção
Vista como uma aliada às boas práticas de governança corporativa, a Lei
12.846 de 1º de agosto de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, tem
como alvo a corrupção no ambiente empresarial e corrobora com o
crescente movimento pela criação e aplicação de mecanismos de controle
e transparência com objetivo de inibir ações que ameaçam a integridade
financeira empresarial, política e social.
Ela muda a lógica da punição restrita ao alvo da corrupção: “o corrupto”. A
partir dessa legislação, também é punido o responsável por corromper: “o
corruptor”.
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7. Coleta e análise de dados
O estudo avaliou 206 ações de 185 empresas listadas nos três segmentos
de governança corporativa da BM&Fbovespa (Novo Mercado, Nível 2 e
Nível 1). Foram selecionadas as 30 empresas que tiveram maior
valorização no preço da ação nos últimos 10 anos.
Os valores das ações foram ajustados pelos dividendos recebidos ao longo
do período, ou seja, o retorno apresentado é o real desconsiderando o
que já recebidos pelos acionistas.
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7. Coleta e análise de dados
Novo Mercado
Empresa Cógido Classe 31/10/2003 31/10/2013 Retorno
Raia Drogasil S.A. RADL3 ON 0,25 16,38 6452%
Iochpe Maxion S.A. MYPK3 ON 0,50 27,39 5378%
CCR S.A. CCRO3 ON 0,45 18,63 4040%
Cia Hering HGTX3 ON 1,00 32,55 3155%
Lojas Renner S.A. LREN3 ON 2,28 67,5 2864%
BRF S.A. BRFS3 ON 2,15 52,6 2352%
Portobello S.A. PTBL3 ON 0,23 4,97 2061%
Ultrapar Participações S.A. UGPA3 ON 5,35 59,7 1016%
Tractebel Energia S.A. TBLE3 ON 3,65 38,1 944%
Localiza Rent a Car S.A. RENT3 ON 3,65 36,5 900%
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7. Coleta e análise de dados
Nível 2
Empresa Cógido Classe 31/10/2003 31/10/2013 Retorno
Marcopolo S.A. POMO3 ON 0,48 5,60 1059%
Marcopolo S.A. POMO4 PN 0,53 5,78 989%
Saraiva S.A. SLED4 PN 8,18 28,59 249%
Forjas Taurus S.A. FJTA3 ON 0,90 2,94 227%
Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. TAEE11 UNIT 7,00 21,75 211%
Contax Participações S.A. CTAX4 PN 1,36 3,54 160%
Forjas Taurus S.A. FJTA4 PN 0,88 2,16 144%
Multiplan - Empreendimentos Imobiliários S.A. MULT3 ON 25,00 52,59 110%
Contax Participações S.A. CTAX3 ON 1,72 3,61 110%
Sul America S.A. SULA11 UNIT 8,53 16,40 92%
Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. CTAX3 ON 10,80 17,80 65%
Abril Educação S.A. ABRE11 UNIT 20,00 31,90 60%
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7. Coleta e análise de dados
Nível 1
Empresa Cógido Classe 31/10/2003 31/10/2013 Retorno
Alpargatas S.A. ALPA4 PN 0,46 15,50 3262%
Randon S.A. Implementos e Participações RAPT4 PN 0,81 12,70 1474%
Randon S.A. Implementos e Participações RAPT3 ON 0,83 9,37 1025%
klabin S.A. KLBN4 PN 1,06 11,90 1023%
Eucatex S.A. Indústria e Comércio EUCA4 PN 0,70 6,74 863%
Banco Bradesco S.A. BBDC3 ON 3,96 35,91 806%
Itaú S.A. ITSA4 PN 1,13 9,65 757%
Metalurgica Gerdau S.A. GOAU4 PN 2,75 22,90 733%
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. USIM3 ON 1,41 11,43 710%
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. USIM5 PNA 1,53 11,88 677%
Banco Bradesco S.A. BBDC4 PN 4,28 32,28 654%
Bradespar S.A. BRAP4 PN 3,63 26,66 635%
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8. Análise dos resultados
Enquanto o principal índice da BM&FBovespa avançou 230% no período
do estudo, a média das ações do segmento Novo Mercado avançou
2.916%, do Nível 2 290% e do Nível 1 1.052%.
Isso significa que, se um investidor tivesse aplicado R$ 1 mil em cada
empresa no dia 31/10/2003, totalizando R$ 30 mil e esperado até
31/10/2013 para vender as ações, resgataria nessa data R$ 451.055. Se
tivesse aplicado os mesmos R$ 1 mil no Ibovespa teria obtido de ganhos
brutos de R$ 38.874 e no CDI R$ 35.673.
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9. Conclusão
A pesquisa procurou demonstrar os resultados obtidos por empresas que
possuem boas práticas de governança corporativa e, que após anos de
operação, mantém a credibilidade junto a seus clientes e investidores.
Não se pode afirmar com os dados levantados nessa pesquisa que a
valorização das ações estudadas teve total relacionamento com as boas
práticas de governança corporativa adotadas por seus administradores,
porém não se alcançaria resultados expressivos como os resultados
apresentados por essas empresas se não fossem íntegras em seus
negócios.
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10. Referências bibliográficas
BRIGHAM, Eugene F.; EHRHARDT, Michel C. Administração Financeira – Teoria e
Prática. São Paulo: Cengage Learning: 2012
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C.; ALLEN, Franklin. Princípios de Finanças
Corporativas. Tradução: Celso Roberto Paschoa; Revisão: João Carlos Douat. Porto
Alegre: AMGH: 2013
http://www.cvm.gov.br
http://www.bmfbovespa.com.br
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Obrigado.
Leandro Esperança Faccini
leandrofaccini@cetip.com.br