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jornalismo
(experimental) hacker
Leonardo Foletto
(especialização em jornalismo digital,
PUCRS, 2016)
http://leofoletto.info
Hacker, aficcionados, computador, contracultura, ética hacker, transparência,
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colaboração, remuneração, novos produtos, jornalismo.
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MANCINI, Pablo. Hackear el periodismo - manual de laboratorio. Buenos Aires; La crujía, 2011.
FOLETTO, Leonardo. “Hackear” o jornalismo: pistas para entender modos de organização jornalística do século XXI.
Revistas Leituras do Jornalismo (UNESP). Bauru, v.1, nº2, p.67-84 jul/dez. 2014. Disponível em:
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Jornalismo (experimental) hacker

  • 1. jornalismo (experimental) hacker Leonardo Foletto (especialização em jornalismo digital, PUCRS, 2016) http://leofoletto.info
  • 2. Hacker, aficcionados, computador, contracultura, ética hacker, transparência, sem hierarquia, descentralização, software livre, copyleft. código aberto, colaboração, remuneração, novos produtos, jornalismo.
  • 3. hacker? Década de 1950, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), depois na Califórnia (Vale do Silício), 1970/1980 Grande habilidade técnica em informática, aprendiam fazendo, autodidatas, excelentes programadores e desenvolvedores de sistemas, mas péssimos alunos To hack: fissurar, cortar, modificar, decifrar;
  • 4. algumas definições “Aficcionados por computador guiados por paixão e curiosidade para aprender sistemas técnicos, frequentemente comprometidos com a liberdade de informação e a transparência” (Gabriela Coleman, “Coding Freedom”, 2013) uma das 4 camadas da cultura da Internet: cientistas (pesquisadores, universidades), a comunitária virtual (nós), a empresarial (telecomunicações, empresas .com) hackers - “fuçadores”, programadores, underground. (Manuel Castells, “A sociedade em rede”, 2003)
  • 6. ética hacker x ética protestante “A ética hacker e o espírito da era da informação” (Pekka Himanen, 2001): paixão, liberdade, solidariedade, compartilhamento, trabalho colaborativo e diletantismo “A ética protestante e o espírito do capitalismo” (Max Weber, 1904): dinheiro, trabalho, otimização, estabilidade, determinação e contabilização dos resultados; “time is money”.
  • 8. transparência para os fortes, privacidade para os fracos
  • 9.
  • 10. um hacker deve ser valorizado pelo seus hacks, não pelo seus títulos
  • 11.
  • 13. colaboração (mais do que competir) “façocracia”: valorizar quem faz
  • 14. Desconfiar da autoridade, promover a descentralização
  • 15.
  • 16. software livre? movimento criado em 1983 por Richard Stallman. 4 liberdades: executar o software para qualquer propósito; estudar o software (acesso ao código-fonte) redistribuir cópias, grátis ou não; modificar o programa e distribuir estas modificações; "Think free as in free speech, not free beer" (Richard Stallman);
  • 17.
  • 18. copyleft todo programa licenciado como software livre (aquele que está permitida a cópia, a modificação e a distribuição sem permissão) teria que permanecer sendo livre nas distribuições (modificadas ou não) do mesmo https://www.youtube.com/watch?v=Ry5bVQ3y2FU
  • 19. creative commons Conheça o Creative Commons: https://www.youtube.com/watch?v=izSOrOmxRgE
  • 20. e o jornalismo, que tem que ver com isso? hackear o jornalismo? MANCINI, Pablo. Hackear el periodismo - manual de laboratorio. Buenos Aires; La crujía, 2011. FOLETTO, Leonardo. “Hackear” o jornalismo: pistas para entender modos de organização jornalística do século XXI. Revistas Leituras do Jornalismo (UNESP). Bauru, v.1, nº2, p.67-84 jul/dez. 2014. Disponível em:
  • 21. aproximações núcleos de jornalismo de dados (Estadão, Folha de S. Paulo, Guardian, NYTimes, Clarín...) HacksHackers (http://hackshackers.com/ Transparência Hacker - https://groups.google.com/forum/#! forum/thackday Escola de dados - http://escoladedados.org/ Hackdays, hackathons Labhackers: http://www.labhacker.org.br/, http://labhackercd. net/
  • 22.
  • 23. qual o código do jornalismo? espaços profissionais estão se abrindo (e outros tradicionais demitindo); público está mais ativo - prosumer todos consomem, todos produzem; quem é o jornalista? o que é jornalismo?
  • 24. alguns alertas deixar o serviço de informar a somente espaços privados/fechados é dar um poder (imenso) a estes lugares/empresas, poder que pode voltar-se contra o “bem-comum” (procumun). podem os interesses comerciais estarem acima do interesse público?
  • 25. Olhando para o passado Edward Ross: “diagnóstico precoce da imprensa capitalista”, década de 1910. Especificidade do “negócio” do jornalismo dentro de uma sociedade capitalista. Já na primeira década do século XX, o modelo de informação dava sinais de desgaste ao ter como principal preocupação “proporcionar publicidade e deixar na sombra a comunicação de notícias e opiniões” (ROSS, 2008, p.90). ROSS, Edward. A supressão das notícias importantes. (p.87-102). In: BERGER, Christa. MAROCCO, Beatriz (orgs.). A era Glacial do Jornalismo: teorias sociais da imprensa. Vol.2. Porto Alegre, Sulina; 2008.
  • 26. jornalismo (de código) aberto? expor publicamente, e em formatos acessíveis/manipuláveis, os dados apurados pelos jornalistas para que sejam verificados/reutilizados: _ Arquitetura da Gentrificação (http://reporterbrasil.org. br/gentrificacao/); _ Making of: Joe Sacco, “A manifesto, anyone?: “Journalism” (2011): http://bit.ly/1WGwLBK
  • 27. jornalismo acessível? Transparência é a nova objetividade? mostrar o “bruto”, explicar o contexto, revelar o percurso. informações públicas devem ser publicizadas em formatos acessíveis: dados abertos!
  • 28. Usuário participa/colabora cooperativas de jornalistas - Más Publico (http://www. lamarea.com/quienes_somos/) sócios-usuários - El Diario (http://eldiario.es), La Diaria (http://ladiaria.com.uy/), Voices of San Diego (https://www. voiceofsandiego.org/. conselho de leitores/consultivo - Agencia Pública (http: //catarse.me/pt/reportagempublica) “Os usuários-produtores não aceitam mais o consumo passivo de conteúdos e querem participar mais ativamente do processo de produção (ou circulação e correção) da informação” (MANCINI, 2012).
  • 29. mas...como bancar? como oferecer nosso trabalho “de bandeja” a outros e sermos remunerados pra isso?
  • 30. colaboração: $ não é tudo reputação, comunidade: ganhos indiretos. custo para cooperar: quanto menor melhor: mais fácil motivar milhões de pessoas a fazer algo que elas podem fazer em 5 minutos do que motivar poucas pessoas a fazerem algo que elas podem levar meses ou anos; (Yochai Benkler, The Penguin and the Leviathan, 2011)
  • 31. SL como exemplo: em vez de um “copyright” barrar o acesso/modificação/compartilhamento, licenças copyleft (ou Creative Commons) para potencializar a liberdade; controle ao usuário, manutenção do bem- comum; autonomia como modelo, colaboração em vez de competição; ganhos de: assistência técnica (serviços), modificação/customização, doações, governo;
  • 32. como aplicar no jornalismo? criar uma comunidade: estabelecer laços, mostrar a importância do trabalho realizado; “venda” de processo e não de produto: uma forma de fazer jornalismo e não o “jornal” em si; assinaturas, crowdfunding, doações, editais, publicidade (também!); podemos construir novos produtos com fábricas velhas? não existe fórmula; invente a sua!
  • 33. será que esta “crise” não vai provocar a era de ouro do jornalismo? mais livre, colaborativo, transparente, desconfiando da autoridade, editável - mais hacker? https://ijnet.org/pt-br/blog/inovadores-de-midia-testam-prototipos-com-fundos-knight http://www.outraspalavras.net/outrosquinhentos/