2. <sumário>
Narrar. Sentido. Verossimilhança. Empatia.
similaridade. emoções. formas de leitura.
transportar. paisagem informacional. cognição.
Imersão. Especificidades do meio.
Criatividade.
3. <Narrar?>
Narrar é uma experiência enraizada na existência
humana. É através de narrativas que damos
significados e sentidos a nossa vida.
Estamos sempre contando estórias sobre nós
mesmos, organizando eventos em ordem (ou não)
para contar aos outros.
4. <Narrativa verossímil>
1) Um final a explicar, um significado a alcançar
2) Seleção e exclusão de eventos para chegar ao
final; escolha
3) Dispor os eventos em uma sequência, linear
ou não
4) Personagens criam uma identidade, coerência
5) Demarcação do início e do fim
[MOTTA, Luis Gonzaga. Por que estudar narrativas?, 2012, p.26]
5. <Mas como?>
O que nos faz escolher qual narrativa/história
queremos acompanhar?
E no ambiente digital?
6. <EMPATIA1>
“Capacidade de mapear o terreno emocional e
mental de outras pessoas com base em suas
palavras e linguagem corporal”.
Narrativas criam empatia: quanto mais
informações nós compartilhamos, mais fácil
nós estabelecermos uma empatia com os outros.
fonte: http://www.cjr.org/analysis/journalism_and_the_power_of_emotions.php
7. <EMPATIA2>
No jornalismo não poderia ser diferente.
Humanizar o relato.
Será que a mudança da leitura pro impresso para o
digital tem afetado nossa habilidade de
empatia com os personagens que são tratados nas
reportagens jornalísticas?
8. <EMPATIA3>
Sim: a leitura em âmbito digital está mudando a
nossa capacidade de estabelecer empatia.
Por que? O TEMPO é fundamental para empatia. E
hoje dedicamos menos tempo a uma leitura mais
focada e densa que desenvolve a abstração, o
pensamento criativo - e a empatia.
9. <SIMILARIDADE>
Nós tendemos a preferir pessoas (e narrativas)
que são similares a nós porque as
“entendemos”, e nosso cérebro dá preferência
a estas informações.
Temos dificuldade de se pôr no lugar do outro.
Precisamos de ajuda. E o jornalismo sabe disso.
11. <COGNIÇÃO>
Leitura multiabas afeta a forma como lembramos de
algo de forma neural e comportamental.
A troca de abas e sites requer um “ajuste de
percepção” que exige mais da nossa cognição.
Quanto mais distração temos, menos lembramos
das coisas.
fonte: http://www.cjr.org/analysis/journalism_and_the_power_of_emotions.php
12. <Você lembra?>
Da última história, notícia, informação que
você leu/viu/ouviu antes de vir pra aula?
Ela foi lida numa revista, jornal, rede social,
sítio web, vista na TV, smartphone, tablet, no
computador, ouvida no rádio ?
13. <Efeito GOOGLE>
“Não preciso saber; basta buscar na internet”.
Saber como achar aquilo que você procura é mais
importante que saber “aquilo”?
“Terceirizar” a memória para nossos dispositivos
buscar/fazer/pensar enquanto nós fazemos outras
(quais?) coisas.
15. <Perguntas>
Será que as múltiplas telas estão nos
fazendo diminuir a capacidade de nos transportar
para dentro de outras histórias?
Estamos menos seletivos com nossa atenção,
entrando, mas não se fixando, em muito mais
histórias?
16. <Mudança de paisagem>
Leitura baseada no impresso: mapa impresso de
uma cidade interminável.
“Leitura” baseada na hipermídia: MAPA 3D.
Cima, baixo, direita, esquerda E para diversos
outros lados. Obstáculos (físicos!), mas “túneis”
(links) que funcionam como atalhos, motores de
busca que te “teletransportam” para quase
qualquer lugar
17.
18. <Paisagens distintas>
Mais do que ver/ler/ouvir, experenciar
DRAMÁTICO x PÓS-DRAMÁTICO
Troca da percepção linear-sucessiva por uma
simultânea e multifocal: imagens em movimento
Sonetos de Shakespeare por Bob Wilson:
https://www.youtube.com/watch?v=ntDCz3MJ_g8
Pina Bausch:
https://www.youtube.com/watch?v=LwBekvDDtgg
19. <Mudança de paisagem>
Nessa paisagem informacional 3D - que incluem
ações de clicar/digitar/rolar o mouse, leitura
fragmentada, mundo mais vasto que o mundo
impresso, mais imagens circulando- como
construir narrativas jornalísticas?
21. <1. IMERSÃO>
Qualquer narrativa, em qualquer meio, pode ser
experimentada como uma realidade virtual
porque nossos cérebros estão programados para
apagar o mundo à nossa volta.
A sensação de estarmos envolvidos por uma
realidade diferente que se apodera de nossa
atenção e de nossos sentidos.
[MURRAY, Janet. Hamlet no Holodeck.O futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo;
Itaú Cultural/Unesp, 2003]
22.
23. <2. ESPECIFIDADES DO(S) MEIO(S)>
Fazer as coisas que o ambiente digital torna
possível
Mas quais são as características básicas
do mundo digital (computadores + internet)?
[MURRAY, Janet. Hamlet no Holodeck.O futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo;
Itaú Cultural/Unesp, 2003]
24. <ESPECIFIDADES DO(S) MEIO(S)>
Procedimentais: comportamentos gerados a
partir de regras (matemáticas).
Participativos: podemos induzir ações.
Espaciais: podemos nos mover no ambiente.
Enciclopédicos: memória infinita,
onisciência. Mas também distração!
25.
26.
27. <3. CRIATIVIDADE>
Um causo: o lead. pirâmide invertida: do mais
para o menos importante.
Origem: Guerra da Secessão (1862 a 1865), EUA.
“Reza a lenda” que a ideia foi de um telegrafista
durante essa guerra para fins de organização,
assim todos os repórteres conseguiam enviar a
essência de suas matérias sobre a guerra.
O que, quem, quando, onde, como e por que.
28. <CRIATIVIDADE no texto>
Novo Jornalismo (1960-): Introduz mudanças:
técnicas de literatura no jornalismo.
1)Construção cena a cena
Exemplo: “Enxadrista de Cristo”, Paula Sperb,
Revista Piauí: http://piaui.folha.uol.com.br/materia/enxadrista-de-cristo/
[WOLFE, Tom. Radical Chique e o novo jornalismo, 2005]
29. <CRIATIVIDADE no texto>
2) Diálogo. Envolve o leitor e estabelece de
forma rápida o personagem na nossa mente.
Exemplo: “A última foto”, Zero Hora:
http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/zh_santamaria_1ano/aultimafoto.html
“Colinas como elefantes brancos”, Ernest
Hemmingway: http://bit.ly/2oKmSYE
30. <CRIATIVIDADE no texto>
3) Uso da primeira pessoa (e trocar
pontos de vista). Entrar na cabeça do
personagem.
Exemplo: “Ministério da Cultura”, Bruno Torturra,
Revista Trip: http://revistatrip.uol.com.br/trip/ministerio-da-cultura
Willian Faulkner, “Enquanto agonizo”, “O som e a
fúria”.
31. <CRIATIVIDADE no texto>
4) Status de vida. Descrição detalhada (e
criativa) dos objetos, ambientes. Considere
personagens não-humanos.
Exemplos:”Frank Sinatra has a cold”:
http://www.esquire.com/news-politics/a638/frank-sinatra-has-a-cold-gay-talese/,
http://bit.ly/2niFSxw
Vitor Ramil - “Pé de Espora”, Delibáb (2010)
https://www.youtube.com/watch?v=Cn4N_XRDJQY
https://www.cifraclub.com.br/vitor-ramil/1791112/letra/