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Música Medieval no Feminino



  As Trobairitz – Condessa de Diá
    Música sacra – Hildegard Von
               Bingen
Contexto histórico
• Está a decorrer a Segunda Cruzada;
• Luis VII é o rei de França, casado com Leonor
  da Aquitânia;
• No século XII A Provença é um condado
  autónomo, fora do controlo do rei francês;
• Faz parte do território em que dominava a
  Langue D’Oc, sendo o provençal um dialecto
  do mesmo.
Os Trovadores – Inserção na estrutura social
Norte da França – Terra da Langue               Sul de França – Terra do Langue d’Oc
d’Oui/Oïl
                                                Sistema feudal menos enraizado:
Sistema feudal perfeitamente                    • Criação de alguns feudos, e
organizado:                                     desenvolvimento de pequenas “Cortes”
• Consolidação da estrutura social              = centros administrativos e artísticos
hierarquizada entre suseranoservo.            • Estilo de vida mais individualizado
• Centralização da vida dentro e                • Manutenção da influência romana
próximo do feudo senhorial.
                                                            Existência de numerosas
            Prática inexistência de            terras livres, fora de integração feudal.
terras livres, devido à integração feudal                   Sucessão por morte origina
            Direito de primogenitura           a divisão equitativa do terreno pelos
aquando da sucessão por morte.                  sucessores.


                 Papel mais preponderante e activo da mulher

                 Tempos de paz = Prosperidade
Características dos Trovadores
Construção poética estilística:

              Escola Simples                         Escola Hermética / Realista
 Versificação simples e ausência de                   - Escola do Trobar clus -
construções estilísticas rebuscadas.     Versificação complicada, com recurso a
 Poesia acessível  a mensagem poética expressões raras e de significado intrincado.
é clara e compreensível.                 Excesso de conceitos, agudeza de pensamentos
 Florescimento do amor cortês          e utilização de linguagem enigmática

Exemplos: Jaufre Rudel; Bernard de     Exemplos: Peire d’Alvernha; Marcabru
Ventadorn; Condessa de Diá
                                                     -Escola do Trobar ric –
                                        Predominância de valores sensoriais e de
                                       imagens.
                                        Poesia extremamente
                                       ornamentada, preocupando-se mais com a
                                       composição e sugestibilidade dos sons dos
                                       vocábulos do que com a mensagem.

                                       Exemplos: Raimbaut d’Aurenga; Arnaut Daniel
Poesia de “La Fin d’Amours” ou Poesia do Amor Cortês

   Características:

             Assente na perfeição moral e social do Homem.
             Valorização de Lealdade                                  Honra
                                                     Generosidade
                                   Humildade
                                                 Coragem
                                                                 Honestidade
                              Sabedoria
Poesia/Música Trovadoresca:
Utilização da Langue d’Oc como língua de comunicação e de escrita.
Elogio Impossível (exaltação da dama) com submissão humilde, paciente e absoluta.
 Construção silábica das melodias das frases.
 Adopção pontual de figuras melismáticas.
 Melodia normalmente dentro do intervalo de 6ª, muito raramente ultrapassando uma 8ª.
Tipos de modos utilizados: Dórico (Ré), Hipodórico (Lá), Mixolídio (Sol) Hipomixolídio (Ré)
Incerteza quanto ao ritmo das canções
Formas poéticas:
 Cansos


 Sirventes: carácter satírico, de ataque político ou repreensão moralizadora.


 Tenso: debate entre dois contendores acerca de uma questão amorosa.


 Pastorella: envolvendo duas classes sociais, o nobre cavaleiro solicita os amores de uma
pastora.


 Alba: mostra o descontentamento dos amantes que passam junto a noite e devem
separar-se ao amanhecer.


 Planh: lamentação fúnebre pela morte de damas nobres
Trobairitz
• Ao contrário dos              • A sua criação
trovadores, as trobairitz têm     musical é amadora;
todas origem nobre;             • Utilizavam a mesma
• Têm educação – sabem            forma e estilo que os
ler, escrever e têm               trovadores;
conhecimentos musicais;
                                • Compunham em
• Políticas favoráveis à sua
                                  resposta às canções
posição social;
                                  dos trovadores, das
• Educadas para seguir as
                                  quais eram objecto.
normas da Corte e do Amor
Cortês.
Exploravam o campo amoroso, as
• Compunham          suas relações com os trovadores e
  por iniciativa     outros nobres;
                       Contemplavam a sua própria situação
  própria.             na sociedade como mulheres;

                       Abordavam temas políticos e
                       religiosos.


•Apesar de usar as
mesmas formas              Escrita mais pessoal
                           e intimista;
musicais, os seus
                            Questiona os
poemas era muito
                            estereótipos do Amor
diversos dos                Cortês;
escritos pelos              Ponto de vista
trovadores.                 feminino autêntico.
CONDESSA BEATRIZ DE DIÁ
Nasceu c.1140 – Morreu c. 1180
Localização: Provença, condado da Occitânia

Casada com Guillem I de Poitou (Poitiers)
Relação de “fin d’amours” com o trovador
Rimbaut de Orange (1146 – 1173)

Produção musical trovadoresca:

    Inserção na Escola Simples

   - 3 cansos (apenas texto)
   - 1 canso (texto e notação musical) – “A chantar m’er de so qu'eu no volria”
Características da Poesia da Condessa de Diá
 Equiparação ao papel do trovador enquanto sujeito activo da relação de amor cortês.
         “Qu’el s’en tengra per erubut / Sol qu’a lui fezes cosseillier…”
         (E que ele se considerasse feliz / Par apenas eu lhe servir de almofada
         “Ieu l’autrei mon cor e m’amor / Mon sen, mon huoills e ma vida. »
                                                              “Estat ai greu cossirier”
          Qu’ieu n’ai chausit un pro e gen, / Per cui pret meillur’e genssa, / Larc et adreig e
conoissen / On es sens e conoissenssa
         (Que eu escolhi um valioso e cortês / Cujo valor melhora e aumenta / Generoso, recto
e prudente / Que tem juízo e sensatez)
                                                              “Ab joi et ab joven m’apais”

 Utilização de linguagem mais ousada = Assunção de uma relação além do platónico
          “Ben volria mon cavallier / Tener un ser en mos bratz nut…
                                                           “Estat ai greu cossirier”

 Descrição de sentimentos pessoais intensos
         “Ab joi et ab joven m’apais” (De alegria e juventude me sacio)
                                                           “Ab joi et ab joven m’apais”
         “Cora.us tenrai en mon poder?/ (…) E qu’ie.us des un bais amoros
         (Quando vos tenderei em meu poder? / (…) e poderia dar-vos um beijo apaixonado
                                                                      « Estat ai greu cossirier »
 Despreocupação face a más-línguas corteses
          “Ni a nengun penssamen, / Car sai que son a mo dan / Fals lauzengier e truhán
/ E lor mals diz non m’esglaia:
          (Nem me causa nenhuma preocupação / Saber que me querem mal / Os falsos
e os invejosos / E as suas palavras cruéis não me atemorizam”
                                                   “Fin ioi me don’ alegranssa”

 Recriminação por parte do sujeito poético da perda do amado
          “Estat ai en greu cossirier / Per un cavallier qu’ai agut (...) / Car ieu non li donei
m’amor...” (Tenho estado muito angustiada / Por um cavaleiro que foi meu (...) / Porque
não lhe dei o meu amor)
                                                     “Estat ai greu cossirier”

  Características de escrita próprias e divergentes dos Trovadores:
            - Escrita na 1ª pessoa

             - Utilização do Vocativo

            - Construção poética mais intimista -/- os Trovadores utilizavam uma
  escrita mais generalista na transmissão do amor cortês.
A CHANTAR M’ER DE CO QU’EU NO VOLRIA            Sentimentos
                                                                      pessoais do SP
                        A CHANTAR M'ER DE CO QU'EU NO VOLRIA,
                          TANT ME RANCUR DE LUI CUI SUI AMIA
Reunião das
                       CAR EU L'AM MAIS QUE NULHA REN QUE SIA:
qualidades do
                          VAS LUI NO-M VAL MERCES NI CORTEZIA            Declaração de
“Fin Amours”
                        NI MA BELTATZ NI MOS PRETZ NI MOS SENS:          Amor
= Equiparação             QU'ATRESSI-M SUI ENGANAD' E TRAHIA
ao trovador              COM DEGR' ESSER, S'EU FOS DESAVINENS.
masculino
                      D'AISSÒ-M CONÒRT, CAR ANC NON FI FALHENSA,
                         AMICS, VAS VOS PER NULHA CAPTENENSA;         Superação
Reconhecimento         ANS VOS AM MAIS NON FETZ SEGUÌS VALENSA,       dos amores
 das suas próprias    E PLATZ MI MOUT QUE EU D'AMAR VOS VENSA;        dos mitos
virtudes, em             LO MEUS AMICS, CAR ÈTZ LO PLUS VALENS;       históricos
comparação com as       MI FAITZ ORGÒLH EN DITZ ET EN PARVENSA
que faltam ao Amigo      E SI ÈTZ FRANCS VAS TOTAS AUTRAS GENS.

                                                                     Principal razão
                    MERAVELH ME COM VÒSTRE CÒRS S'ORGÒLHA,
                   AMICS, VAS ME, PER QU'AI RAZON QUE-M DÒLHA;
                                                                     da tristeza do SP
                  NON ES GES DREITZ QU'AUTR'AMORS VOS MI TÒLHA,
                      PER NULHA REN QUE-US DIGA NI ACÒLHA.
                     E MEMBRE VOS QUALS FO-L COMENSAMENS
                    DE NÒSTR'AMOR! JA DÒMNEDEUS NON VÒLHA,
                                                                   Exclamação a Deus
                        QU'EN MA COLPA SIA-L DEPARTIMENS.
Qualidades do
                     PROEZA GRANS, QU'EL VÒSTRE CÒRS S'AIZINA
Amigo – tanto
valoriza como          E LO RICS PRÈTZ QU'AVÈTZ M'EN ATAÏMA;
mostra o receio        QU'UNA NON SAI, LONHDANA NI VEZINA,
de o perder por          SI VÒL AMAR, VAS VOS NO SI' ACLINA;
                                                                    Evidência de uma
causa delas          MAS VOS, AMICS, ÈTZ BEN TANT CONOISSENS        relação mais
                      QUE BEN DEVÈTZ CONÒISSER LA PLUS FINA:        intensa entre SP e
 Qualidade do           E MEMBRE VOS DE NÒSTRE COVINENS.            o Amado
 Amigo - lógica
 reivindicativa
                      VALER MI DEU MOS PRÈTZ E MOS PARATGES              Pontos de apoio
                      E MA BEUTATZ, E PLUS MOS FINS CORATGES;            moral na
                    PER QU'EU VOS MAN, LAI ON ES VÒSTR'ESTATGES,         reconstrução
                       ESTA CHANSON, QUE ME SIA MESSATGES,               pessoal do SP

 Pedido de            E VÒLH SABER, LO MEUS BÈLS AMICS GENS,
 explicações       PER QUE VOS M'ÈTZ TANT FÈRS NI TANT SALVATGES;
                       NO SAI SI S'ES ORGÒLHS O MALS TALENTS.

                                                                         Reivindicação
                      MAS AITAN PLUS VÒLH LI DIGAS, MESSATGES            do
                  QU'EN TRÒP D'ORGÒLH AN GRAN DAN MAINTAS GENS.          sentimento
                                                                         perdido
A chantar m’er de co qu’eu no volria
Estrutura métrica:
          I) aaaabab, II) ccccbcb, III) ffffbfb, IV) ggggbgb, V) hhhhbhb; Tornada) hb

Estrutura melódica: ABABCDB
      A Chantar m’er de so qu’ieu nos volria

                                A                       B     Modo de Composição: Dórico

                                                              Dominante: Lá
                            A                           B
                                                              Nota(s) no final de cada
                                                              período: Ré, Ré, Mi, Mi
                           C                            D
                                                              Nota mais grave: Dó central
                                                              Nota mais aguda: Dó
                                                        B
                                                              Intervalo característico: Ré-Lá
Hildegard Von Bingen
• Nasceu a 1098 - morreu a 1179;
• Monja beneditina, foi Abadessa do Convento
  de Disibodenberg;
• Aos 43 anos de vida viu as suas visões
  reconhecidas como verdadeiras e escreveu-as
  na sua primeira obra Scivias;
• Cerca do ano de 1147 funda um novo
  convento em Rupertsberg;
• Para além de visionária, tem conhecimentos na
  área da medicina, da natureza e música.
• Tem      presença    política,  tendo    trocado
  correspondência com proeminentes figuras
  políticas da época;
• As suas visões tiveram um papel muito
  importante na sua vida - influenciam as suas
  decisões, a sua maneira de ver o mundo e até a
  sua saúde;
• A música é o outro foco da sua vida, visto que
  Hildegard acredita que esta é expressão da fé e
  do Divino – Palavra de Deus = Canção de Deus.
A Música de Hildegard
• Música sempre melódica e monódica;
• Utiliza um registo mais vasto do que o habitual no
  canto gregoriano – duas ou até três oitavas;
• Utiliza os modos com muita liberdade – utiliza
  principalmente o modo frígio;
• Utiliza intervalos maiores do que o comum no
  canto gregoriano;
• Uma marca distintiva das suas composições é o
  salto de quinta ascendente;
• Constrói a melodia muitas vezes através de
  graus disjuntos;
• Utiliza várias vezes melismas, principalmente
  em palavras de importância no texto;
• Utiliza na mesma peça vários motivos
  melódicos distintos e um fragmento melódico
  (tema) recorrente;
• Os seus textos são sempre em latim. Os versos
  são brancos e a métrica é desigual;
• É provável que tenha utilizado
  acompanhamento de instrumentos.
• Compõe para vozes femininas, no
  contexto de um mosteiro apenas para
  mulheres;
• Explora temas poucos usuais na música
  sacra:
   –Temas femininos;
   –O corpo feminino;
   –Louva a mulher tanto como virgem
    como mulher fértil;
   –A relação do corpo com a alma.
• Toda a sua música tem intuito pedagógico e
  moral.

            “Na música, a criação devolve ao seu
    criador o júbilo e a sua exaltação e dá graças pela
    sua própria existência.”
                              Hildegard von Bingen




• Para Hildegard, a música une o corpo à alma, o
terreno ao divino.
Ordo Virtutum            Symphonia armonie celestium
                           revelationum
(A Ordem das Virtudes)     (Sinfonia da Harmonia das Revelações
                           Celestes)


• Peça dramatizada;           • Colecção de peças litúrgicas;
• Trata a queda de uma        • Para uso nas orações diárias
alma e a sua procura por      e celebrações religiosas;
absolvição;                   •Temáticas principais:
• Personagens:                    • Encarnação de Cristo;
    •Alma;                        • A relação entre a
                                  humanidade e a natureza;
    •Virtudes;                    • Admiração das mulheres
    •Diabo.                       santas.
Ordo Virtutum
• Obra                    • Ilustração musical do conteúdo
  moralizante, onde se    textual:
  desenrola a batalha           • Tessitura instável da Alma;
  entre as virtudes e o         • Passagem de registo agudo
  Diabo pela Alma;              indicam sentimentos nobres;
• Apresentação das              • Registo grave retracta
  virtudes com solos            desespero ou aflição;
  alternados com                • Passagens melismáticas na
  passagens de coro –           descrição das Virtudes –
  Humildade indicada            ilustração do seu carácter
  como a Rainha das             transcendente;
  Virtudes;                     • Grande variedade de melodias
                                e registos entre as
• Papel do demónio é            Virtudes, caracterizando cada
  falado e não cantado.         uma delas.

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  • 1. Música Medieval no Feminino As Trobairitz – Condessa de Diá Música sacra – Hildegard Von Bingen
  • 2. Contexto histórico • Está a decorrer a Segunda Cruzada; • Luis VII é o rei de França, casado com Leonor da Aquitânia; • No século XII A Provença é um condado autónomo, fora do controlo do rei francês; • Faz parte do território em que dominava a Langue D’Oc, sendo o provençal um dialecto do mesmo.
  • 3.
  • 4. Os Trovadores – Inserção na estrutura social Norte da França – Terra da Langue Sul de França – Terra do Langue d’Oc d’Oui/Oïl Sistema feudal menos enraizado: Sistema feudal perfeitamente • Criação de alguns feudos, e organizado: desenvolvimento de pequenas “Cortes” • Consolidação da estrutura social = centros administrativos e artísticos hierarquizada entre suseranoservo. • Estilo de vida mais individualizado • Centralização da vida dentro e • Manutenção da influência romana próximo do feudo senhorial.  Existência de numerosas  Prática inexistência de terras livres, fora de integração feudal. terras livres, devido à integração feudal  Sucessão por morte origina  Direito de primogenitura a divisão equitativa do terreno pelos aquando da sucessão por morte. sucessores. Papel mais preponderante e activo da mulher Tempos de paz = Prosperidade
  • 5. Características dos Trovadores Construção poética estilística: Escola Simples Escola Hermética / Realista  Versificação simples e ausência de - Escola do Trobar clus - construções estilísticas rebuscadas.  Versificação complicada, com recurso a  Poesia acessível  a mensagem poética expressões raras e de significado intrincado. é clara e compreensível.  Excesso de conceitos, agudeza de pensamentos  Florescimento do amor cortês e utilização de linguagem enigmática Exemplos: Jaufre Rudel; Bernard de Exemplos: Peire d’Alvernha; Marcabru Ventadorn; Condessa de Diá -Escola do Trobar ric –  Predominância de valores sensoriais e de imagens.  Poesia extremamente ornamentada, preocupando-se mais com a composição e sugestibilidade dos sons dos vocábulos do que com a mensagem. Exemplos: Raimbaut d’Aurenga; Arnaut Daniel
  • 6. Poesia de “La Fin d’Amours” ou Poesia do Amor Cortês Características: Assente na perfeição moral e social do Homem. Valorização de Lealdade Honra Generosidade Humildade Coragem Honestidade Sabedoria Poesia/Música Trovadoresca: Utilização da Langue d’Oc como língua de comunicação e de escrita. Elogio Impossível (exaltação da dama) com submissão humilde, paciente e absoluta.  Construção silábica das melodias das frases.  Adopção pontual de figuras melismáticas.  Melodia normalmente dentro do intervalo de 6ª, muito raramente ultrapassando uma 8ª. Tipos de modos utilizados: Dórico (Ré), Hipodórico (Lá), Mixolídio (Sol) Hipomixolídio (Ré) Incerteza quanto ao ritmo das canções
  • 7. Formas poéticas:  Cansos  Sirventes: carácter satírico, de ataque político ou repreensão moralizadora.  Tenso: debate entre dois contendores acerca de uma questão amorosa.  Pastorella: envolvendo duas classes sociais, o nobre cavaleiro solicita os amores de uma pastora.  Alba: mostra o descontentamento dos amantes que passam junto a noite e devem separar-se ao amanhecer.  Planh: lamentação fúnebre pela morte de damas nobres
  • 8. Trobairitz • Ao contrário dos • A sua criação trovadores, as trobairitz têm musical é amadora; todas origem nobre; • Utilizavam a mesma • Têm educação – sabem forma e estilo que os ler, escrever e têm trovadores; conhecimentos musicais; • Compunham em • Políticas favoráveis à sua resposta às canções posição social; dos trovadores, das • Educadas para seguir as quais eram objecto. normas da Corte e do Amor Cortês.
  • 9. Exploravam o campo amoroso, as • Compunham suas relações com os trovadores e por iniciativa outros nobres; Contemplavam a sua própria situação própria. na sociedade como mulheres; Abordavam temas políticos e religiosos. •Apesar de usar as mesmas formas Escrita mais pessoal e intimista; musicais, os seus Questiona os poemas era muito estereótipos do Amor diversos dos Cortês; escritos pelos Ponto de vista trovadores. feminino autêntico.
  • 10. CONDESSA BEATRIZ DE DIÁ Nasceu c.1140 – Morreu c. 1180 Localização: Provença, condado da Occitânia Casada com Guillem I de Poitou (Poitiers) Relação de “fin d’amours” com o trovador Rimbaut de Orange (1146 – 1173) Produção musical trovadoresca: Inserção na Escola Simples - 3 cansos (apenas texto) - 1 canso (texto e notação musical) – “A chantar m’er de so qu'eu no volria”
  • 11. Características da Poesia da Condessa de Diá  Equiparação ao papel do trovador enquanto sujeito activo da relação de amor cortês. “Qu’el s’en tengra per erubut / Sol qu’a lui fezes cosseillier…” (E que ele se considerasse feliz / Par apenas eu lhe servir de almofada “Ieu l’autrei mon cor e m’amor / Mon sen, mon huoills e ma vida. » “Estat ai greu cossirier” Qu’ieu n’ai chausit un pro e gen, / Per cui pret meillur’e genssa, / Larc et adreig e conoissen / On es sens e conoissenssa (Que eu escolhi um valioso e cortês / Cujo valor melhora e aumenta / Generoso, recto e prudente / Que tem juízo e sensatez) “Ab joi et ab joven m’apais”  Utilização de linguagem mais ousada = Assunção de uma relação além do platónico “Ben volria mon cavallier / Tener un ser en mos bratz nut… “Estat ai greu cossirier”  Descrição de sentimentos pessoais intensos “Ab joi et ab joven m’apais” (De alegria e juventude me sacio) “Ab joi et ab joven m’apais” “Cora.us tenrai en mon poder?/ (…) E qu’ie.us des un bais amoros (Quando vos tenderei em meu poder? / (…) e poderia dar-vos um beijo apaixonado « Estat ai greu cossirier »
  • 12.  Despreocupação face a más-línguas corteses “Ni a nengun penssamen, / Car sai que son a mo dan / Fals lauzengier e truhán / E lor mals diz non m’esglaia: (Nem me causa nenhuma preocupação / Saber que me querem mal / Os falsos e os invejosos / E as suas palavras cruéis não me atemorizam” “Fin ioi me don’ alegranssa”  Recriminação por parte do sujeito poético da perda do amado “Estat ai en greu cossirier / Per un cavallier qu’ai agut (...) / Car ieu non li donei m’amor...” (Tenho estado muito angustiada / Por um cavaleiro que foi meu (...) / Porque não lhe dei o meu amor) “Estat ai greu cossirier” Características de escrita próprias e divergentes dos Trovadores: - Escrita na 1ª pessoa - Utilização do Vocativo - Construção poética mais intimista -/- os Trovadores utilizavam uma escrita mais generalista na transmissão do amor cortês.
  • 13. A CHANTAR M’ER DE CO QU’EU NO VOLRIA Sentimentos pessoais do SP A CHANTAR M'ER DE CO QU'EU NO VOLRIA, TANT ME RANCUR DE LUI CUI SUI AMIA Reunião das CAR EU L'AM MAIS QUE NULHA REN QUE SIA: qualidades do VAS LUI NO-M VAL MERCES NI CORTEZIA Declaração de “Fin Amours” NI MA BELTATZ NI MOS PRETZ NI MOS SENS: Amor = Equiparação QU'ATRESSI-M SUI ENGANAD' E TRAHIA ao trovador COM DEGR' ESSER, S'EU FOS DESAVINENS. masculino D'AISSÒ-M CONÒRT, CAR ANC NON FI FALHENSA, AMICS, VAS VOS PER NULHA CAPTENENSA; Superação Reconhecimento ANS VOS AM MAIS NON FETZ SEGUÌS VALENSA, dos amores das suas próprias E PLATZ MI MOUT QUE EU D'AMAR VOS VENSA; dos mitos virtudes, em LO MEUS AMICS, CAR ÈTZ LO PLUS VALENS; históricos comparação com as MI FAITZ ORGÒLH EN DITZ ET EN PARVENSA que faltam ao Amigo E SI ÈTZ FRANCS VAS TOTAS AUTRAS GENS. Principal razão MERAVELH ME COM VÒSTRE CÒRS S'ORGÒLHA, AMICS, VAS ME, PER QU'AI RAZON QUE-M DÒLHA; da tristeza do SP NON ES GES DREITZ QU'AUTR'AMORS VOS MI TÒLHA, PER NULHA REN QUE-US DIGA NI ACÒLHA. E MEMBRE VOS QUALS FO-L COMENSAMENS DE NÒSTR'AMOR! JA DÒMNEDEUS NON VÒLHA, Exclamação a Deus QU'EN MA COLPA SIA-L DEPARTIMENS.
  • 14. Qualidades do PROEZA GRANS, QU'EL VÒSTRE CÒRS S'AIZINA Amigo – tanto valoriza como E LO RICS PRÈTZ QU'AVÈTZ M'EN ATAÏMA; mostra o receio QU'UNA NON SAI, LONHDANA NI VEZINA, de o perder por SI VÒL AMAR, VAS VOS NO SI' ACLINA; Evidência de uma causa delas MAS VOS, AMICS, ÈTZ BEN TANT CONOISSENS relação mais QUE BEN DEVÈTZ CONÒISSER LA PLUS FINA: intensa entre SP e Qualidade do E MEMBRE VOS DE NÒSTRE COVINENS. o Amado Amigo - lógica reivindicativa VALER MI DEU MOS PRÈTZ E MOS PARATGES Pontos de apoio E MA BEUTATZ, E PLUS MOS FINS CORATGES; moral na PER QU'EU VOS MAN, LAI ON ES VÒSTR'ESTATGES, reconstrução ESTA CHANSON, QUE ME SIA MESSATGES, pessoal do SP Pedido de E VÒLH SABER, LO MEUS BÈLS AMICS GENS, explicações PER QUE VOS M'ÈTZ TANT FÈRS NI TANT SALVATGES; NO SAI SI S'ES ORGÒLHS O MALS TALENTS. Reivindicação MAS AITAN PLUS VÒLH LI DIGAS, MESSATGES do QU'EN TRÒP D'ORGÒLH AN GRAN DAN MAINTAS GENS. sentimento perdido
  • 15. A chantar m’er de co qu’eu no volria Estrutura métrica: I) aaaabab, II) ccccbcb, III) ffffbfb, IV) ggggbgb, V) hhhhbhb; Tornada) hb Estrutura melódica: ABABCDB A Chantar m’er de so qu’ieu nos volria A B Modo de Composição: Dórico Dominante: Lá A B Nota(s) no final de cada período: Ré, Ré, Mi, Mi C D Nota mais grave: Dó central Nota mais aguda: Dó B Intervalo característico: Ré-Lá
  • 16. Hildegard Von Bingen • Nasceu a 1098 - morreu a 1179; • Monja beneditina, foi Abadessa do Convento de Disibodenberg; • Aos 43 anos de vida viu as suas visões reconhecidas como verdadeiras e escreveu-as na sua primeira obra Scivias; • Cerca do ano de 1147 funda um novo convento em Rupertsberg;
  • 17. • Para além de visionária, tem conhecimentos na área da medicina, da natureza e música. • Tem presença política, tendo trocado correspondência com proeminentes figuras políticas da época; • As suas visões tiveram um papel muito importante na sua vida - influenciam as suas decisões, a sua maneira de ver o mundo e até a sua saúde; • A música é o outro foco da sua vida, visto que Hildegard acredita que esta é expressão da fé e do Divino – Palavra de Deus = Canção de Deus.
  • 18. A Música de Hildegard • Música sempre melódica e monódica; • Utiliza um registo mais vasto do que o habitual no canto gregoriano – duas ou até três oitavas; • Utiliza os modos com muita liberdade – utiliza principalmente o modo frígio; • Utiliza intervalos maiores do que o comum no canto gregoriano; • Uma marca distintiva das suas composições é o salto de quinta ascendente;
  • 19. • Constrói a melodia muitas vezes através de graus disjuntos; • Utiliza várias vezes melismas, principalmente em palavras de importância no texto; • Utiliza na mesma peça vários motivos melódicos distintos e um fragmento melódico (tema) recorrente; • Os seus textos são sempre em latim. Os versos são brancos e a métrica é desigual; • É provável que tenha utilizado acompanhamento de instrumentos.
  • 20. • Compõe para vozes femininas, no contexto de um mosteiro apenas para mulheres; • Explora temas poucos usuais na música sacra: –Temas femininos; –O corpo feminino; –Louva a mulher tanto como virgem como mulher fértil; –A relação do corpo com a alma.
  • 21. • Toda a sua música tem intuito pedagógico e moral. “Na música, a criação devolve ao seu criador o júbilo e a sua exaltação e dá graças pela sua própria existência.” Hildegard von Bingen • Para Hildegard, a música une o corpo à alma, o terreno ao divino.
  • 22. Ordo Virtutum Symphonia armonie celestium revelationum (A Ordem das Virtudes) (Sinfonia da Harmonia das Revelações Celestes) • Peça dramatizada; • Colecção de peças litúrgicas; • Trata a queda de uma • Para uso nas orações diárias alma e a sua procura por e celebrações religiosas; absolvição; •Temáticas principais: • Personagens: • Encarnação de Cristo; •Alma; • A relação entre a humanidade e a natureza; •Virtudes; • Admiração das mulheres •Diabo. santas.
  • 23. Ordo Virtutum • Obra • Ilustração musical do conteúdo moralizante, onde se textual: desenrola a batalha • Tessitura instável da Alma; entre as virtudes e o • Passagem de registo agudo Diabo pela Alma; indicam sentimentos nobres; • Apresentação das • Registo grave retracta virtudes com solos desespero ou aflição; alternados com • Passagens melismáticas na passagens de coro – descrição das Virtudes – Humildade indicada ilustração do seu carácter como a Rainha das transcendente; Virtudes; • Grande variedade de melodias e registos entre as • Papel do demónio é Virtudes, caracterizando cada falado e não cantado. uma delas.