SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  26
Sepse
Acadêmica: Kátia Salazar
Conceitos
             Colonização X Infecção


Colonização:presença de microrganismos em tecidos
normalmente estéreis sem       que haja resposta
inflamatória do hospedeiro.


Infecção: resposta inflamatória do hospedeiro à
presença de microorganismos ou à invasão de tecidos
normalmente estéreis.
Conceitos
                 Bacteremia X Septicemia


Bacteremia: presença de bactérias viáveis no sangue,
confirmada por hemocultura. Pode ser transitória.


Septicemia: presença de microrganismos ou suas
toxinas no sangue.



OBS: Alguns autores como GA Pereira Júnior et al, 1998, defende   o
abandono do uso do termo septicemia.
SIRS
    (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica)

           Duas ou mais das seguintes condições:


1. Febre (temperatura >38°C) ou Hipotermia (<36°C);
2. Taquipnéia (>20 incursões/min) ou PaCO2 <32 mmHg ou
necessidade de ventilação mecânica
3. Taquicardia (Fc >90 batimentos/min);
4. Leucocitose (>12.000/ L), Leucopenia (<4.000/ L), ou >10%
bastões.
SIRS
    (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica)

        Agressões que podem desencadear SIRS:

• Queimaduras extensas;
• Pancreatite aguda;
• Trauma com esmagamento de membro;
• Infecções;
• Pós- operatório (principalmente de cirurgia cardíaca).
SEPSE
É uma SIRS com processo infeccioso confirmado ou
suspeito de qualquer sítio não sendo necessária
hemocultura positiva para confirmá-la.
                               ou seja:

                   Duas ou mais das seguintes condições:
 1. Febre (temperatura >38°C) ou Hipotermia (<36°C);
 2. Taquipnéia (>20 incursões/min) ou PaCO 2 <32 mmHg ou necessidade de
 ventilação mecânica;
 3. Taquicardia (Fc >90 batimentos/min);
 4. Leucocitose (>12.000/ L), Leucopenia (<4.000/ L), ou >10% bastões.

              + um foco infeccioso confirmado ou suspeito.
Sepse Grave ou Síndrome Séptica

         Sepse com um ou mais sinais de disfunção orgânica:

1. Cardiovascular: PA sistólica < 90 mmHg ou PAM < 70 mmHg ou queda de
   40mmHg da PAS basal, que responde à administração de líquidos
   intravenosos;
2. Pulmonar: Hipoxemia (pO2 <72 ou PaO2/FiO2 < 250) ;
3. Renal: Oligúria (<30 ml/h ou < 0,5 ml/Kg/h) com adequada reposição de
   líquidos;
4. Acidose metabólica inexplicada: Acidose láctica (pH <7,3        ou      aumento
   de1,5x do valor normal );
5. Hematológica: Plaquetas < 80.000 µL ou queda de 50% no valor habitual ;
6. Neurológica: Alterações do status mental (delirium, confusão mental).
Choque Séptico

Sepse com PA sistólica < 90 mmHg ou diminuição em
  mais de 40mmHg da PA sistólica por pelo menos 1
  hora, a despeito de adequada reposição hídrica


                          OU


Quando há necessidade de drogas vasopressoras para
  manter a PA sistólica > 90mmHg ou PAM > 70 mmHg.
Choque Séptico Refratário

Choque séptico que dura mais de 1 hora e não
 responde à administração de líquidos ou
 vasopressores.
Síndrome da Disfunção de Múltiplos Órgãos
                 (SDMO)

Disfunção de mais de um órgão necessitando de
  intervenção para manter a homeostase.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/4716/4285
Epidemiologia da Sepse

• A sepse é a causa mais comum de admissão em unidades
de terapia intensiva (UTI) não coronarianas;
• Afeta até 25% dos pacientes em UTI;
• Mortalidade pode chegar a 40-50% (desde a década de
70);
•16,7 bilhões de dólares/ano – EUA;
• No Brasil, estudos epidemiológicos sobre sepse são
escassos.
Etiologia da Sepse

• Bactérias Gram-negativas (40%): E. coli, Klebsiella sp,
  Pseudomonas sp, Enterobacter sp, Proteus sp, Serratia sp,
  Neisseria meningitidis.
• Bactérias Gram-positivas (30%): S. aureus, S. coagulase
  negativo, Enterococcus, S. pneumoniae
• Leptospira
• Mycubacterium tuberculosis
• Outros - fungos(5-20%): Candida albicans, Candida sp,
  Malária por Plasmodium falciparum.
Fisiopatologia da Sepse
•Mecanismo básico consiste na invasão por microrganismos que
geram uma reação sistêmica cuja intensidade varia de acordo com
o componente genético do organismo infectado.

•A sepse é uma disfunção da expressão gênica, com up regulation
dos genes pró-inflamatórios. Como resultado têm-se a ativação de
células imunes, a liberação de substâncias como mediadores
inflamatórios e anti-inflamatórios, fatores de aderência (selectinas
e integrinas), radicais livres de oxigênio (ROS), óxido nítrico (NO) e
as alterações da hemostasia (ativação da coagulação e fibrinólise).
Há ainda a ativação do eixo neuroendócrino, que libera hormônios
e aminas vasoativas.
Mecanismos fisiopatológicos da sepse.
LBP: LPS binding protein; LPS: lipopolysaccharide; TLR4: toll-like receptor 4; MyD88: myeloid differentiation
protein 88; IRAK: IL-1 receptor-associated kinase; TRAF6: TNFreceptor association factor; Tollip: toll-interacting
protein; TIR: toll/IL-1 receptor homology domain; TIRAP/Mal: TIRdomain-containing adapter protein; MSR:
macrophage scavenger receptor; NFkB: NFkappabeta; PAI-1: plasminogen activator inhibitor-1.
Principais etapas da patogênese da sepse, levando ao choque séptico e à síndrome da
disfunção do múltiplos órgãos.
Patogenia do Choque Séptico
    Fase hiperdinâmica
     • Depressão miocárdica
     • Hipovolemia
     • Comprometimento da oferta de O2
     • Taquicardia


                          Óxido nítrico
                          ß-endorfinas
                           Bradicininas
                              PAF
Fase hipodinâmica         Prostaciclinas

• Redução da resistência vascular periférica
• Débito cardíaco é aumentado ou normal
• Consumo de O2 independe da demanda
∀ ↑ Saturação central venosa de O2
• Lactato normal ou aumentado
Sinais e Sintomas da Sepse

• Primários

• Febre ou hipotermia;
• Calafrios / tremores;
• Taquipnéia - hiperventilação - alcalose respiratória.
• Alteração mental : desorientação, confusão, letargia, obnubilação e
  agitação.
• Acrocianose, necrose isquêmica;
• Lesões cutâneas (petéquias, equimoses, necrose de extremidades);
• Manifestações do trato gastrintestinal (sobretudo diarréia);
Sinais e Sintomas em Evolução para
        Disfunção múltipla de órgãos
•   Hipotensão;
•   Hemorragias;
•   Leucopenia;
•   Plaquetopenia;


• Disfunção de órgãos:
       - Pulmões: cianose, acidose
       - Rim: oligo-anúria, acidose;
       - Fígado: icterícia;
       - Coração: congestão;
Diagnóstico
• Hemograma : Leucocitose com desvio à esquerda
                Trombocitopenia
                Leucopenia
                Granulações tóxicas nos neutrófilos
• Hiperbilirrubinemia
• Proteinúria
• ↑ uréia e creatinina
• ↑ transaminases
• Alcalose respiratória – acidose metabólica
• Hiperglicemia
Diagnóstico Etiológico

   •   Hemoculturas com TSA;
   •   Uroculturas;
   •   Cultura de líquor ou outro material suspeito;
   •   Exames de imagem.

O isolamento e identificação do agente etiológico da sepse não é
uma condição indispensável para o diagnóstico, porém, é de
suma importância para adequação da antibioticoterapia.
Tratamento
• Ressusitação volêmica precoce e agressiva, drogas vasoativas
  e Monitorização Hemodinâmica:

      - Hidratação EV; drogas vasoativas (Dopamina, Dobutamina,
      Noradrenalina) para manter a PAM>65mmHg a fim de manter a
      perfusão cerebral;

      - Ressusitação volêmica: cristalóide ou colóide objetivando manter
      PVC entre 8 e 12 mmHg;

      - Manter hematócrito > 30% e hemoglobina >7mg/dL por meio
       de transfusões;

     - Débito urinário deve ser mantido > 0,5 ml/Kg/h;

     - Saturação venosa central acima de 70%
Tratamento
• Ventilação mecânica
       - Manter a saturação arterial de O2 acima de
       95%, usando a menor fração inspirada de O2
       possível, à custa de PEEP ideal);
• Terapia antimicrobiana:
        - Deve ser iniciada o mais      precocemente
        possível (antes da 1ª hora ) devido a maior
possibilidade de remoção do foco       infeccioso e
mudança do prognóstico.
Tratamento
• Terapia anti-inflamatória:
       - Corticóides (em doses imunomoduladoras);
       - Proteína C ativadas
• Controle glicêmico:
       - Manter níveis glicêmicos abaixo de 150 mg/dL.
Referências
•   GOLDMAN, L; AUSIELLO, D. Cecil: Tratado de Medicina Interna,
    23a Ed 2009.

•   BRAUNWALD, E; KASPER, DL.; FAUCI, AS; HAUSER, SL; et al.
    Harrison Medicina Interna. 2 Volumes - 17ª Ed. Mcgraw-hill
    Interamericana, 2008.

• MANDELL - Principles and practice of infectious diseases. 6th ed. 2005

•   HENKIN CS et al. Sepse: uma visão atual. Scientia Medica, Porto
    Alegre, v. 19, n. 3, p. 135-145, jul./set. 2009

• PEREIRA JUNIOR GA et al. Fisiopatologia da sepse e suas implicações
  terapêuticas. Medicina, Ribeirão
• Preto, 31: 349-362, jul./set. 1998.

Contenu connexe

Tendances

Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-InvasivaMonitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-Invasivaresenfe2013
 
Sepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoSepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoguest169f8ea
 
Choque
ChoqueChoque
Choquedapab
 
Edema Agudo de Pulmão
Edema Agudo de PulmãoEdema Agudo de Pulmão
Edema Agudo de Pulmãoresenfe2013
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoresenfe2013
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) cuidadoaoadulto
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 
Edema Agudo de Pulmão - EAP
 Edema Agudo de Pulmão - EAP Edema Agudo de Pulmão - EAP
Edema Agudo de Pulmão - EAPMarcos Figueiredo
 
Estudo de caso SAE
Estudo de caso SAEEstudo de caso SAE
Estudo de caso SAELuana Santos
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)Will Nunes
 
Infarto agudo do miocárdio (IAM)
Infarto agudo do miocárdio   (IAM)Infarto agudo do miocárdio   (IAM)
Infarto agudo do miocárdio (IAM)Shirley Rodrigues
 
Critérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva
Critérios de admissão em Unidade de Terapia IntensivaCritérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva
Critérios de admissão em Unidade de Terapia IntensivaAroldo Gavioli
 
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúdeGerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúdejanuarioneto
 
Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017pauloalambert
 
Arritimias cardíacas
Arritimias cardíacasArritimias cardíacas
Arritimias cardíacasdapab
 

Tendances (20)

Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-InvasivaMonitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
 
Sepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoSepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque séptico
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Edema Agudo de Pulmão
Edema Agudo de PulmãoEdema Agudo de Pulmão
Edema Agudo de Pulmão
 
Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
 
Balanco hidrico
Balanco hidricoBalanco hidrico
Balanco hidrico
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Edema Agudo de Pulmão - EAP
 Edema Agudo de Pulmão - EAP Edema Agudo de Pulmão - EAP
Edema Agudo de Pulmão - EAP
 
Estudo de caso SAE
Estudo de caso SAEEstudo de caso SAE
Estudo de caso SAE
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 1)
 
Infarto agudo do miocárdio (IAM)
Infarto agudo do miocárdio   (IAM)Infarto agudo do miocárdio   (IAM)
Infarto agudo do miocárdio (IAM)
 
Critérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva
Critérios de admissão em Unidade de Terapia IntensivaCritérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva
Critérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúdeGerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde
Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde
 
Hemodiálise
HemodiáliseHemodiálise
Hemodiálise
 
Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017
 
Insuficiência Renal
Insuficiência Renal Insuficiência Renal
Insuficiência Renal
 
Arritimias cardíacas
Arritimias cardíacasArritimias cardíacas
Arritimias cardíacas
 

En vedette (10)

Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãOSepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
 
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGNATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
 
Síndrome da angústia respiratória aguda (sara) reriew
Síndrome da angústia respiratória aguda (sara)   reriewSíndrome da angústia respiratória aguda (sara)   reriew
Síndrome da angústia respiratória aguda (sara) reriew
 
Sara
SaraSara
Sara
 
Sara
SaraSara
Sara
 
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
Síndrome do Desconforto Respiratório AgudoSíndrome do Desconforto Respiratório Agudo
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
 
Síndrome da angústia respiratória
Síndrome da angústia respiratóriaSíndrome da angústia respiratória
Síndrome da angústia respiratória
 
Síndrome do desconforto respiratorio
Síndrome do desconforto respiratorioSíndrome do desconforto respiratorio
Síndrome do desconforto respiratorio
 
SDRA
SDRA SDRA
SDRA
 

Similaire à Colonização X Infecção na Sepse - Menos de

8. Sepse - Cardec.ppt
8. Sepse - Cardec.ppt8. Sepse - Cardec.ppt
8. Sepse - Cardec.pptMEDUFPI90
 
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01Atila Haber
 
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseWebinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseProqualis
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoErick Bragato
 
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptxQuestionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptxssuserf1aeac2
 
Choque Séptico em Pediatria.pptx
Choque Séptico em Pediatria.pptxChoque Séptico em Pediatria.pptx
Choque Séptico em Pediatria.pptxAguiarneto3
 
Em Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IIEm Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IImarioaugusto
 
Transplante Cardíaco
Transplante CardíacoTransplante Cardíaco
Transplante Cardíacoresenfe2013
 
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011Steban Freire
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxTarcisioRonacher
 
Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)
 Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)  Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)
Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO) Hospital de Câncer de Barretos
 
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptSeminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptAineSophie
 

Similaire à Colonização X Infecção na Sepse - Menos de (20)

8. Sepse - Cardec.ppt
8. Sepse - Cardec.ppt8. Sepse - Cardec.ppt
8. Sepse - Cardec.ppt
 
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01
Sepseechoquespticoempediatria112013 131107115246-phpapp01
 
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseWebinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
 
Pneumonias
PneumoniasPneumonias
Pneumonias
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
 
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptxQuestionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
 
Choque Séptico em Pediatria.pptx
Choque Séptico em Pediatria.pptxChoque Séptico em Pediatria.pptx
Choque Séptico em Pediatria.pptx
 
Trombose de seio
Trombose de seioTrombose de seio
Trombose de seio
 
Sessão de artigo
Sessão de artigoSessão de artigo
Sessão de artigo
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Pancreatite
PancreatitePancreatite
Pancreatite
 
Em Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IIEm Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue II
 
Em Tempos De Dengue
Em Tempos De DengueEm Tempos De Dengue
Em Tempos De Dengue
 
Transplante Cardíaco
Transplante CardíacoTransplante Cardíaco
Transplante Cardíaco
 
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
 
Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)
 Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)  Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)
Aula 3: Dra. Neysimélia Villela (Coord. do Serv. de TMO)
 
Lacm Bia e Maurício
Lacm Bia e MaurícioLacm Bia e Maurício
Lacm Bia e Maurício
 
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptSeminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
 
SIRS na CEC
SIRS na CECSIRS na CEC
SIRS na CEC
 

Plus de Liga Acadêmica de Trauma e Emergência do Espírito Santo (11)

Apresentação eclampsia
Apresentação eclampsiaApresentação eclampsia
Apresentação eclampsia
 
Envenenamento e Intoxicações
Envenenamento e IntoxicaçõesEnvenenamento e Intoxicações
Envenenamento e Intoxicações
 
Biomecânica do Trauma
Biomecânica do TraumaBiomecânica do Trauma
Biomecânica do Trauma
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Trauma Raquimedular
Trauma RaquimedularTrauma Raquimedular
Trauma Raquimedular
 
Tratamento da crise asmática no pronto socorro
Tratamento da crise asmática no pronto socorroTratamento da crise asmática no pronto socorro
Tratamento da crise asmática no pronto socorro
 
Crise Asmática
Crise AsmáticaCrise Asmática
Crise Asmática
 
Crise hipertensiva
Crise hipertensivaCrise hipertensiva
Crise hipertensiva
 
Feridas Traumáticas e Queimaduras
Feridas Traumáticas e QueimadurasFeridas Traumáticas e Queimaduras
Feridas Traumáticas e Queimaduras
 
Trauma Torácico Fechado
Trauma Torácico FechadoTrauma Torácico Fechado
Trauma Torácico Fechado
 
Urgências Neurológicas
Urgências NeurológicasUrgências Neurológicas
Urgências Neurológicas
 

Dernier

aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Dernier (11)

aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Colonização X Infecção na Sepse - Menos de

  • 1.
  • 3. Conceitos Colonização X Infecção Colonização:presença de microrganismos em tecidos normalmente estéreis sem que haja resposta inflamatória do hospedeiro. Infecção: resposta inflamatória do hospedeiro à presença de microorganismos ou à invasão de tecidos normalmente estéreis.
  • 4. Conceitos Bacteremia X Septicemia Bacteremia: presença de bactérias viáveis no sangue, confirmada por hemocultura. Pode ser transitória. Septicemia: presença de microrganismos ou suas toxinas no sangue. OBS: Alguns autores como GA Pereira Júnior et al, 1998, defende o abandono do uso do termo septicemia.
  • 5. SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) Duas ou mais das seguintes condições: 1. Febre (temperatura >38°C) ou Hipotermia (<36°C); 2. Taquipnéia (>20 incursões/min) ou PaCO2 <32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica 3. Taquicardia (Fc >90 batimentos/min); 4. Leucocitose (>12.000/ L), Leucopenia (<4.000/ L), ou >10% bastões.
  • 6. SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) Agressões que podem desencadear SIRS: • Queimaduras extensas; • Pancreatite aguda; • Trauma com esmagamento de membro; • Infecções; • Pós- operatório (principalmente de cirurgia cardíaca).
  • 7. SEPSE É uma SIRS com processo infeccioso confirmado ou suspeito de qualquer sítio não sendo necessária hemocultura positiva para confirmá-la. ou seja: Duas ou mais das seguintes condições: 1. Febre (temperatura >38°C) ou Hipotermia (<36°C); 2. Taquipnéia (>20 incursões/min) ou PaCO 2 <32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica; 3. Taquicardia (Fc >90 batimentos/min); 4. Leucocitose (>12.000/ L), Leucopenia (<4.000/ L), ou >10% bastões. + um foco infeccioso confirmado ou suspeito.
  • 8. Sepse Grave ou Síndrome Séptica Sepse com um ou mais sinais de disfunção orgânica: 1. Cardiovascular: PA sistólica < 90 mmHg ou PAM < 70 mmHg ou queda de 40mmHg da PAS basal, que responde à administração de líquidos intravenosos; 2. Pulmonar: Hipoxemia (pO2 <72 ou PaO2/FiO2 < 250) ; 3. Renal: Oligúria (<30 ml/h ou < 0,5 ml/Kg/h) com adequada reposição de líquidos; 4. Acidose metabólica inexplicada: Acidose láctica (pH <7,3 ou aumento de1,5x do valor normal ); 5. Hematológica: Plaquetas < 80.000 µL ou queda de 50% no valor habitual ; 6. Neurológica: Alterações do status mental (delirium, confusão mental).
  • 9. Choque Séptico Sepse com PA sistólica < 90 mmHg ou diminuição em mais de 40mmHg da PA sistólica por pelo menos 1 hora, a despeito de adequada reposição hídrica OU Quando há necessidade de drogas vasopressoras para manter a PA sistólica > 90mmHg ou PAM > 70 mmHg.
  • 10. Choque Séptico Refratário Choque séptico que dura mais de 1 hora e não responde à administração de líquidos ou vasopressores.
  • 11. Síndrome da Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO) Disfunção de mais de um órgão necessitando de intervenção para manter a homeostase.
  • 13. Epidemiologia da Sepse • A sepse é a causa mais comum de admissão em unidades de terapia intensiva (UTI) não coronarianas; • Afeta até 25% dos pacientes em UTI; • Mortalidade pode chegar a 40-50% (desde a década de 70); •16,7 bilhões de dólares/ano – EUA; • No Brasil, estudos epidemiológicos sobre sepse são escassos.
  • 14. Etiologia da Sepse • Bactérias Gram-negativas (40%): E. coli, Klebsiella sp, Pseudomonas sp, Enterobacter sp, Proteus sp, Serratia sp, Neisseria meningitidis. • Bactérias Gram-positivas (30%): S. aureus, S. coagulase negativo, Enterococcus, S. pneumoniae • Leptospira • Mycubacterium tuberculosis • Outros - fungos(5-20%): Candida albicans, Candida sp, Malária por Plasmodium falciparum.
  • 15. Fisiopatologia da Sepse •Mecanismo básico consiste na invasão por microrganismos que geram uma reação sistêmica cuja intensidade varia de acordo com o componente genético do organismo infectado. •A sepse é uma disfunção da expressão gênica, com up regulation dos genes pró-inflamatórios. Como resultado têm-se a ativação de células imunes, a liberação de substâncias como mediadores inflamatórios e anti-inflamatórios, fatores de aderência (selectinas e integrinas), radicais livres de oxigênio (ROS), óxido nítrico (NO) e as alterações da hemostasia (ativação da coagulação e fibrinólise). Há ainda a ativação do eixo neuroendócrino, que libera hormônios e aminas vasoativas.
  • 16. Mecanismos fisiopatológicos da sepse. LBP: LPS binding protein; LPS: lipopolysaccharide; TLR4: toll-like receptor 4; MyD88: myeloid differentiation protein 88; IRAK: IL-1 receptor-associated kinase; TRAF6: TNFreceptor association factor; Tollip: toll-interacting protein; TIR: toll/IL-1 receptor homology domain; TIRAP/Mal: TIRdomain-containing adapter protein; MSR: macrophage scavenger receptor; NFkB: NFkappabeta; PAI-1: plasminogen activator inhibitor-1.
  • 17. Principais etapas da patogênese da sepse, levando ao choque séptico e à síndrome da disfunção do múltiplos órgãos.
  • 18. Patogenia do Choque Séptico Fase hiperdinâmica • Depressão miocárdica • Hipovolemia • Comprometimento da oferta de O2 • Taquicardia Óxido nítrico ß-endorfinas Bradicininas PAF Fase hipodinâmica Prostaciclinas • Redução da resistência vascular periférica • Débito cardíaco é aumentado ou normal • Consumo de O2 independe da demanda ∀ ↑ Saturação central venosa de O2 • Lactato normal ou aumentado
  • 19. Sinais e Sintomas da Sepse • Primários • Febre ou hipotermia; • Calafrios / tremores; • Taquipnéia - hiperventilação - alcalose respiratória. • Alteração mental : desorientação, confusão, letargia, obnubilação e agitação. • Acrocianose, necrose isquêmica; • Lesões cutâneas (petéquias, equimoses, necrose de extremidades); • Manifestações do trato gastrintestinal (sobretudo diarréia);
  • 20. Sinais e Sintomas em Evolução para Disfunção múltipla de órgãos • Hipotensão; • Hemorragias; • Leucopenia; • Plaquetopenia; • Disfunção de órgãos: - Pulmões: cianose, acidose - Rim: oligo-anúria, acidose; - Fígado: icterícia; - Coração: congestão;
  • 21. Diagnóstico • Hemograma : Leucocitose com desvio à esquerda Trombocitopenia Leucopenia Granulações tóxicas nos neutrófilos • Hiperbilirrubinemia • Proteinúria • ↑ uréia e creatinina • ↑ transaminases • Alcalose respiratória – acidose metabólica • Hiperglicemia
  • 22. Diagnóstico Etiológico • Hemoculturas com TSA; • Uroculturas; • Cultura de líquor ou outro material suspeito; • Exames de imagem. O isolamento e identificação do agente etiológico da sepse não é uma condição indispensável para o diagnóstico, porém, é de suma importância para adequação da antibioticoterapia.
  • 23. Tratamento • Ressusitação volêmica precoce e agressiva, drogas vasoativas e Monitorização Hemodinâmica: - Hidratação EV; drogas vasoativas (Dopamina, Dobutamina, Noradrenalina) para manter a PAM>65mmHg a fim de manter a perfusão cerebral; - Ressusitação volêmica: cristalóide ou colóide objetivando manter PVC entre 8 e 12 mmHg; - Manter hematócrito > 30% e hemoglobina >7mg/dL por meio de transfusões; - Débito urinário deve ser mantido > 0,5 ml/Kg/h; - Saturação venosa central acima de 70%
  • 24. Tratamento • Ventilação mecânica - Manter a saturação arterial de O2 acima de 95%, usando a menor fração inspirada de O2 possível, à custa de PEEP ideal); • Terapia antimicrobiana: - Deve ser iniciada o mais precocemente possível (antes da 1ª hora ) devido a maior possibilidade de remoção do foco infeccioso e mudança do prognóstico.
  • 25. Tratamento • Terapia anti-inflamatória: - Corticóides (em doses imunomoduladoras); - Proteína C ativadas • Controle glicêmico: - Manter níveis glicêmicos abaixo de 150 mg/dL.
  • 26. Referências • GOLDMAN, L; AUSIELLO, D. Cecil: Tratado de Medicina Interna, 23a Ed 2009. • BRAUNWALD, E; KASPER, DL.; FAUCI, AS; HAUSER, SL; et al. Harrison Medicina Interna. 2 Volumes - 17ª Ed. Mcgraw-hill Interamericana, 2008. • MANDELL - Principles and practice of infectious diseases. 6th ed. 2005 • HENKIN CS et al. Sepse: uma visão atual. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 19, n. 3, p. 135-145, jul./set. 2009 • PEREIRA JUNIOR GA et al. Fisiopatologia da sepse e suas implicações terapêuticas. Medicina, Ribeirão • Preto, 31: 349-362, jul./set. 1998.

Notes de l'éditeur

  1. A principal causa de disfunção de órgãos é o distúrbio cardiovascular e depois renal, pulmonar, SNC e CIVD.
  2. A principal causa de disfunção de órgãos é o distúrbio cardiovascular e depois renal, pulmonar, SNC e CIVD.
  3. Gram -:pode se comportar com uma leucoponeia muito grave. Gram + : se comporta mais com leucocitose. A alcalose respiratória vem para compensar a acidose metabólica pelo lactato.
  4. Não tem foco: TC nele! Em 30 % dos casos o foco infeccioso não é definido.