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TROPiCALiSMO
O movimento que, nos anos 60, virou a tradição da
música popular brasileira pelo avesso, ganhou o apelido de
“tropicalismo”. O nome Tropicália, de que o derivaram, me
soa não apenas mais bonito: ele me é preferível por não se
confundir com o “luso‑tropicalismo” de Gilberto Freyre
(algo muito mais respeitável) ou com o mero estudo das
doenças tropicais, além de estar livre desse sufixo ismo, o
qual, justamente por ser redutor, facilita a divulgação
com status de movimento do ideário e do repertório criados.

Caetano Veloso
O Qu e foi o Tr op ic a lism o?
Foi um movimento surgido em 1967 que revolucionou
o modo de fazer a música popular brasileira, e que
também atingiu outras esferas culturais.
M as,

com o?
Sob a inspiração da esfera pop local e
da estrangeira, principalmente do poprock e do concretismo. Com as mais

diversas tendências, como a cultura
popular brasileira e inovações
extremas na estética.
Com qu e ca ra cterística s?
Mistura de vários estilos: rock, bossa
nova, baião, samba, bolero...
Letras com tom poético, que abordavam
temas cotidianos e camuflavam críticas
sociais (mas sem oposição política
explícita). Uso constante de guitarras
elétricas. Mistura de tradições da cultura
nacional
e
inovações
estéticas
internacionais, como a pop art.
Luta contra barreiras comportamentais,
defendendo, por exemplo, o sexo livre.
Com q ue m?
Caetano Veloso,
Torquato Neto,
Gilberto Gil,
Os Mutantes,
Tom Zé,
Rogério Duprat,
Gal Costa ,
Nara Leão,
Hélio Oiticica,
Glauber Rocha e
José Celso Martinez
Corrêa.
m

Co o

f oi v isto?

Os críticos do Tropicalismo o consideravam uma
corrente cultural sem nenhum engajamento
político, o qual era quase um requisito obrigatório.
Ond e f icou suas inf luências?
Em outras formas de arte que
aproveitaram a “carnavalização”
tropicalista, como o cinema (Terra
em Transe, de Glauber Rocha) e o
teatro (a montagem de José Celso
Martinez Correa para O Rei da Vela).
Em bandas que também mesclaram
tradições nacionais e inovações
estrangeiras, como Secos Molhados
e Chico Science e Nação Zumbi.
Em álbuns de fãs no exterior, como
David Byrne, Devendra Banhart,
Beck e até Kurt Cobain.
Curiosid ad es

Quando foram convidados para debater o
Tropicalismo na Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo, da USP, a FAU, Gilberto
Gil, Caetano Veloso e Torquato Neto
chegaram ao auditório da faculdade, a
plateia, enraivecida além de vaiar e
estourar bombinhas atiraram bananas
sobre eles. Mesmo debaixo da chuva de
insultos, Décio Pignatari – o poeta do
concretismo convidado - não se intimidou,
levantou e sozinho vaiou aquela plateia
enfurecida.
A badalada boate Sucata, no Rio de
Janeiro, decidiu apostar na ousadia dos
tropicalistas e, em outubro de 1968, deu
início a uma temporada de duas semanas
de shows memoráveis. (...) Alguns
reagiam escandalizados, atiravam ovos,
tomates ou cubos de gelo sobre o palco;
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  • 2. O movimento que, nos anos 60, virou a tradição da música popular brasileira pelo avesso, ganhou o apelido de “tropicalismo”. O nome Tropicália, de que o derivaram, me soa não apenas mais bonito: ele me é preferível por não se confundir com o “luso‑tropicalismo” de Gilberto Freyre (algo muito mais respeitável) ou com o mero estudo das doenças tropicais, além de estar livre desse sufixo ismo, o qual, justamente por ser redutor, facilita a divulgação com status de movimento do ideário e do repertório criados. Caetano Veloso
  • 3. O Qu e foi o Tr op ic a lism o? Foi um movimento surgido em 1967 que revolucionou o modo de fazer a música popular brasileira, e que também atingiu outras esferas culturais.
  • 4. M as, com o? Sob a inspiração da esfera pop local e da estrangeira, principalmente do poprock e do concretismo. Com as mais diversas tendências, como a cultura popular brasileira e inovações extremas na estética.
  • 5. Com qu e ca ra cterística s? Mistura de vários estilos: rock, bossa nova, baião, samba, bolero... Letras com tom poético, que abordavam temas cotidianos e camuflavam críticas sociais (mas sem oposição política explícita). Uso constante de guitarras elétricas. Mistura de tradições da cultura nacional e inovações estéticas internacionais, como a pop art. Luta contra barreiras comportamentais, defendendo, por exemplo, o sexo livre.
  • 6. Com q ue m? Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, Rogério Duprat, Gal Costa , Nara Leão, Hélio Oiticica, Glauber Rocha e José Celso Martinez Corrêa.
  • 7. m Co o f oi v isto? Os críticos do Tropicalismo o consideravam uma corrente cultural sem nenhum engajamento político, o qual era quase um requisito obrigatório.
  • 8. Ond e f icou suas inf luências? Em outras formas de arte que aproveitaram a “carnavalização” tropicalista, como o cinema (Terra em Transe, de Glauber Rocha) e o teatro (a montagem de José Celso Martinez Correa para O Rei da Vela). Em bandas que também mesclaram tradições nacionais e inovações estrangeiras, como Secos Molhados e Chico Science e Nação Zumbi. Em álbuns de fãs no exterior, como David Byrne, Devendra Banhart, Beck e até Kurt Cobain.
  • 9. Curiosid ad es Quando foram convidados para debater o Tropicalismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da USP, a FAU, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Torquato Neto chegaram ao auditório da faculdade, a plateia, enraivecida além de vaiar e estourar bombinhas atiraram bananas sobre eles. Mesmo debaixo da chuva de insultos, Décio Pignatari – o poeta do concretismo convidado - não se intimidou, levantou e sozinho vaiou aquela plateia enfurecida.
  • 10. A badalada boate Sucata, no Rio de Janeiro, decidiu apostar na ousadia dos tropicalistas e, em outubro de 1968, deu início a uma temporada de duas semanas de shows memoráveis. (...) Alguns reagiam escandalizados, atiravam ovos, tomates ou cubos de gelo sobre o palco; outros, excitados ou assustados; Havia, ainda, os que entravam no clima e arriscavam subir ao palco para cantar e dançar.