O Tropicalismo foi um movimento cultural surgido em 1967 no Brasil que revolucionou a música popular brasileira misturando diversos estilos musicais e abordando temas sociais de forma poética. Liderado por Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros artistas, o movimento mesclava tradições culturais brasileiras com influências internacionais de forma ousada e provocativa, questionando padrões comportamentais da época.
2. O movimento que, nos anos 60, virou a tradição da
música popular brasileira pelo avesso, ganhou o apelido de
“tropicalismo”. O nome Tropicália, de que o derivaram, me
soa não apenas mais bonito: ele me é preferível por não se
confundir com o “luso‑tropicalismo” de Gilberto Freyre
(algo muito mais respeitável) ou com o mero estudo das
doenças tropicais, além de estar livre desse sufixo ismo, o
qual, justamente por ser redutor, facilita a divulgação
com status de movimento do ideário e do repertório criados.
Caetano Veloso
3. O Qu e foi o Tr op ic a lism o?
Foi um movimento surgido em 1967 que revolucionou
o modo de fazer a música popular brasileira, e que
também atingiu outras esferas culturais.
4. M as,
com o?
Sob a inspiração da esfera pop local e
da estrangeira, principalmente do poprock e do concretismo. Com as mais
diversas tendências, como a cultura
popular brasileira e inovações
extremas na estética.
5. Com qu e ca ra cterística s?
Mistura de vários estilos: rock, bossa
nova, baião, samba, bolero...
Letras com tom poético, que abordavam
temas cotidianos e camuflavam críticas
sociais (mas sem oposição política
explícita). Uso constante de guitarras
elétricas. Mistura de tradições da cultura
nacional
e
inovações
estéticas
internacionais, como a pop art.
Luta contra barreiras comportamentais,
defendendo, por exemplo, o sexo livre.
6. Com q ue m?
Caetano Veloso,
Torquato Neto,
Gilberto Gil,
Os Mutantes,
Tom Zé,
Rogério Duprat,
Gal Costa ,
Nara Leão,
Hélio Oiticica,
Glauber Rocha e
José Celso Martinez
Corrêa.
7. m
Co o
f oi v isto?
Os críticos do Tropicalismo o consideravam uma
corrente cultural sem nenhum engajamento
político, o qual era quase um requisito obrigatório.
8. Ond e f icou suas inf luências?
Em outras formas de arte que
aproveitaram a “carnavalização”
tropicalista, como o cinema (Terra
em Transe, de Glauber Rocha) e o
teatro (a montagem de José Celso
Martinez Correa para O Rei da Vela).
Em bandas que também mesclaram
tradições nacionais e inovações
estrangeiras, como Secos Molhados
e Chico Science e Nação Zumbi.
Em álbuns de fãs no exterior, como
David Byrne, Devendra Banhart,
Beck e até Kurt Cobain.
9. Curiosid ad es
Quando foram convidados para debater o
Tropicalismo na Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo, da USP, a FAU, Gilberto
Gil, Caetano Veloso e Torquato Neto
chegaram ao auditório da faculdade, a
plateia, enraivecida além de vaiar e
estourar bombinhas atiraram bananas
sobre eles. Mesmo debaixo da chuva de
insultos, Décio Pignatari – o poeta do
concretismo convidado - não se intimidou,
levantou e sozinho vaiou aquela plateia
enfurecida.
10. A badalada boate Sucata, no Rio de
Janeiro, decidiu apostar na ousadia dos
tropicalistas e, em outubro de 1968, deu
início a uma temporada de duas semanas
de shows memoráveis. (...) Alguns
reagiam escandalizados, atiravam ovos,
tomates ou cubos de gelo sobre o palco;
outros, excitados ou assustados; Havia,
ainda, os que entravam no clima e
arriscavam subir ao palco para cantar e
dançar.