1. ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
MEMÓRIA
PSICOLOGIA –
Módulo III
Profª. Lúcia
Novo de
Carvalho
Ano letivo 2014/15
2. A MEMÓRIA
Se perdêssemos a memória, deixaríamos de ser quem somos,
porque o que fomos e o que seremos depende, em grande parte,
da nossa memória.
É a nossa memória que retém conhecimentos, informações,
ideias, acontecimentos, encontros e este património torna-se
único, assegurando-nos a nossa identidade pessoal. É ela que nos
permite representar o mundo.
É a memória que nos assegura que retemos o que já aprendemos
e que continuaremos a aprender novos conhecimentos, conceitos,
experiências e sentimentos. Reconhece-se que não há cognição,
não há conhecimento sem memória.
É a memória que nos permite, sempre que precisamos, atualizar
informação necessária para dar resposta aos desafios do meio.
3.
4. A MEMÓRIA -
Definição
MEMÓRIA: conjunto de processos e estruturas que
codificam, armazenam e recuperam informações; é o
processo dinâmico que consiste na codificação,
armazenamento e recuperação dos conteúdos
mnésicos ou de informação.
A MEMÓRIA implica tratamento de informação. A
esse respeito distinguem-se três tipos de operações:
a codificação, o armazenamento e a recuperação.
5. ESTÁDIOS PARA A FORMAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA
MEMÓRIA
1º - CODIFICAÇÃO :É a primeira fase do
processo de formação de novas memórias.
Toda a informação implica a codificação dos
dados informativos, isto é, a sua
transformação de modo a poder ser
armazenada na memória. Se por vezes essa
codificação é automática, outras vezes temos
de lhe dar uma forma que permita
memorizá-la e recordá-la.
Os dados são traduzidos num código que
pode ser: acústico (memória ecóica/
sequência de sons), visual (memória icónica /
imagem) ou semântico (significado).
6. 2º – ARMAZENAMENTO: é o processo mediante o qual
mantemos na memória a informação que foi adquirida.
A informação é conservada por períodos mais ou menos
longos de tempo, para poder ser utilizada quando
necessário. Cada informação (engrama) produz
modificações nas redes neuronais que permitem que se
recorde o que se memoriza.
Não existe um local específico no nosso cérebro onde se
guarde um acontecimento / informação. As nossas
memórias estão registadas em várias áreas cerebrais,
registadas com diferentes códigos, contribuindo cada um
deles para formas uma recordação.
7. 3 – RECUPERAÇÃO: nesta etapa procura-se recuperar a
informação que necessitamos. Esta recuperação pode
muitas vezes implicar a atualização da informação
armazenada, para a utilizar na experiência presente.
Reatualizar significa pois localizar a informação
armazenada e fazê-la aceder à consciência.
8. TIPOS DE MEMÓRIA
3 TIPOS DE MEMÓRIA:
SENSORIAL, A CURTO PRAZO e A LONGO PRAZO
1- MEMÓRIA SENSORIAL
Relaciona-se com nossos sentidos;
Armazenagem temporária – dura poucos segundos;
Guarda as nossas estimulações imediatas e, ainda que a
sensação seja efémera, ela pode ser forte o suficiente para reter
a atenção e romper as barreiras de curto prazo ( Ex: Cheiros,
sabores, cores, formato, … )
9. TIPOS DE MEMÓRIA
2- MEMÓRIA A CURTO PRAZO
Retém a informação durante um período limitado de tempo,
podendo ser esquecida ou passar a memória de longo prazo.
Apresenta duas componentes:
Memória imediata: É um armazém com capacidade limitada (7
itens ou peças de informação) que consegue manter a
informação durante 20 a 30 segundos.
Memória de trabalho: a informação mantém-se enquanto for
útil.
NOTA: qualquer informação que tenha estado na memória a
curto prazo e se tenha perdido, estará perdida para sempre.
10. TIPOS DE MEMÓRIA
3- MEMÓRIA A LONGO PRAZO
Permite conservar dados, informações, durante dias,
meses, anos, ou mesmo toda uma vida. Contém dados
que têm a sua origem na memória a curto prazo.
Existem dois tipos de memória a longo prazo:
Memória não declarativa: memória automática que
permite realizar tarefas básicas, associadas a
comportamentos motores (Por exemplo: andar de
bicicleta).
Memória declarativa: também designada por
memória explícita, está associada a factos,
informações gerais e episódios ou acontecimentos
pessoais. Nela distinguem-se a memória episódica e a
memória semântica.
11. TIPOS DE MEMÓRIA
3- MEMÓRIA A LONGO PRAZO – (cont.)
MEMÓRIA DECLARATIVA
memória episódica e a memória semântica
Envolve recordações, como
rostos de familiares,
amigos e ídolos; as nossas
músicas preferidas, factos
e experiências pessoais.
Daí parecer
“autobiográfica”, pois
reporta-se a lembranças da
vida pessoal.
Refere-se ao conhecimento geral sobre o
mundo, como por exemplo as leis da
física, os factos históricos, fórmulas
matemáticas, conhecimentos já
adquiridos de línguas estrangeiras, …
Neste tipo de memória não há localização
no tempo, não estando ligada a nenhum
conhecimento ou ação específica e sem
referência a qualquer facto passado.
12. Entrada
Sensorial
Ensaio /
Atualização
Atenção
Armazenamento
Recuperação
MEMÓRIA
SENSORIAL
MEMÓRIA A CURTO
PRAZO
MEMÓRIA A LONGO
PRAZO
13. O ESQUECIMENTO
É a incapacidade, provisória ou definitiva, em
recordar, recuperar dados, informações,
experiências que foram memorizadas.
O esquecimento é essencial à memória, uma vez
que tem uma função seletiva e adaptativa
14. FACTORES QUE INFLUENCIAM O ESQUECIMENTO
1. ESQUECIMENTO REGRESSIVO,
2. ESQUECIMENTO MOTIVADO E
3. PROCESSO DE INTERFERÊNCIAS
1. Esquecimento regressivo: ocorre quando surgem
dificuldades em reter novos materiais e em
recordar factos e nomes aprendidos recentemente.
É especialmente sentido em pessoas de certa idade
e pode estar associado ao envelhecimento dos
tecidos cerebrais.
15. FACTORES QUE INFLUENCIAM O ESQUECIMENTO
2. Esquecimento motivado: recordações penosas e
traumatizantes tendem a ser esquecidas para evitar a
angústia e ansiedade, permitindo assim a manutenção
do equilíbrio psicológico ( em Freud, fala-se de
recalcamento).
16. FACTORES QUE INFLUENCIAM O ESQUECIMENTO
3. Influência dos processos de interferência: as novas
memórias interferem com a recuperação de memórias
mais antigas.
- inibição proativa: influência negativa que a
aprendizagem anterior tem sobre a recordação de uma
nova informação ( nº de telefone antigo interfere na
memorização de um novo nº).
- inibição retroativa: efeito negativo que a
informação nova tem sobre a anterior ( nº de telefone
novo interfere na recuperação do nº antigo).