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AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR,
A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL.
A Marcha da Família
com Deus pela Liberdade
Honras fúnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935
Gen Ex FERNANDO AZEVEDO E SILVA
Ministro de Estado da Defesa
ILQUES BARBOSA JUNIOR
Almirante de Esquadra
Comandante da Marinha
Gen Ex EDSON LEAL PUJOL
Comandante do Exército
Ten Brig Ar ANTONIO C. M. BERMUDEZ
Comandante da Aeronáutica
Brasília, DF, 31 de março de 2019
Marcha da Família com Deus, pela Liberdade. Mais de 500 mil paulistanos
vão às ruas para pedir a intervenção das Forças Armadas em defesa da
Constituição e dos princípios democráticos.
Publicado na Folha de S.Paulo,
sexta-feira, 20 de março de 1964
As Forças Armadas participam
da história da nossa gente, sem-
pre alinhadas com as suas legítimas
aspirações. O 31 de Março de 1964
foiumepisódiosimbólicodessaiden-
tificação, dando ensejo ao cumpri-
mento da Constituição Federal de
1946, quando o Congresso Nacio-
nal, em 2 de abril, declarou a vacân-
cia do cargo de Presidente da Re-
pública e realizou, no dia 11, a elei-
ção indireta do Presidente Castello
Branco, que tomou posse no dia 15.
Enxergar o Brasil daquela épo-
ca em perspectiva histórica nos ofe-
rece a oportunidade de constatar a
verdade e, principalmente, de exer-
citar o maior ativo humano - a capa-
cidade de aprender.
Desde o início da formação da
nacionalidade, ainda no período co-
lonial, passando pelos processos de
Presidente Castello Branco
independência, de afirmação da so-
berania e de consolidação territorial,
até a adoção do modelo republica-
no, o País vivenciou, com maior ou
menor nível de conflitos, evolução
civilizatória que o trouxe até o alvo-
recer do Século XX.
O início do século passado re-
presentou para a sociedade brasi-
leira o despertar para os fenôme-
nos da industrialização, da urbani-
zação e da modernização, que havi-
am produzido desequilíbrios de po-
der, notadamente no continente eu-
ropeu.
Como resultado do impacto
político, econômico e social, a
humanidade se viu envolvida
na Primeira Guerra Mun-
dial e assistiu ao avanço
de ideologias totalitárias,
em ambos os extremos
do espectro ideológico.
Como faces de uma mes-
ma moeda, tanto o co-
munismo quanto o na-
zifascismo passaram a
constituir as principais
ameaças à liberdade e à
democracia.
Contra esses radicalis-
mos, o povo brasileiro teve
que defender a democracia
com seus cidadãos fardados.
Em 1935, foram desarticulados os
amotinados da Intentona Comunis-
ta. Na Segunda Guerra Mundial, fo-
ram derrotadas as forças do Eixo,
com a participação da Marinha do
Brasil, no patrulhamento do Atlânti-
co Sul e Caribe; do Exército Brasi-
leiro, com a Força Expedicionária
Brasileira, nos campos de batalha
da Itália; e da Força Aérea Brasi-
leira, nos céus europeus.
A geração que empreendeu
essa defesa dos ideais de liberdade,
com o sacrifício de muitos brasilei-
ros, voltaria a ser testada no pós-
guerra.Apolarizaçãoprovocada pe-
la Guerra Fria, entre as democra-
cias e o bloco comunista, afetou to-
das as regiões do globo, provocando
conflitos de natureza revolucioná-
ria no continente americano, a par-
tir da década de 1950.
O 31 de março de 1964 estava
inserido no ambiente da Guerra Fria,
que se refletia pelo mundo e pene-
trava no País. As famílias no
Brasil estavam alarmadas e co-
locaram-se em marcha. Dian-
te de um cenário de graves
convulsões, foi interrompida
a escalada em direção ao to-
talitarismo. As Forças Ar-
madas, atendendo ao cla-
mor da ampla maioria da
população e da imprensa
brasileira, assumiram o
papel de estabilização da-
quele processo.
Em 1979, um pacto de pa-
cificação foi configurado na Lei
da Anistia e viabilizou a transi-
ção para uma democracia que
se estabeleceu definitiva e
enriquecida com os apren-
dizados daqueles tempos
difíceis. As lições aprendidas com a
História foram transformadas em
ensinamentos para as novas gera-
ções. Como todo processo históri-
co, o período que se seguiu experi-
mentou avanços.
As Forças Armadas, como ins-
tituições brasileiras, acompanharam
essas mudanças. Em estrita obser-
vância ao regramento democrático,
vêm mantendo o foco na sua missão
constitucional e subordinadas ao po-
der constitucional, com o propósito
de manter a paz e a estabilidade,
para que as pessoas possam cons-
truir suas vidas.
Cinquenta e cinco anos passa-
dos, a Marinha, o Exército e a Ae-
ronáutica reconhecem o papel de-
sempenhado por aqueles que, ao se
depararem com os desafios própri-
os da época, agiram conforme os
anseios da Nação Brasileira. Mais
que isso, reafirmam o compromisso
com a liberdade e a democracia, pe-
las quais têm lutado ao longo da
História.
atinge a massa crítica. A partir daí, a
situação política se torna instável e a
qualquer momento pode dar início ao
que, em Física Nuclear se denomina
reação em cadeia, ou em Meteorologia,
descarga elétrica. Em Física, a reação
em cadeia se dá pela interação entre os
átomos. Na revolução, é a interação
entre indivíduos nas redes sociais.
Se existir doutrina, organização e
estratégia, a revolução pode ser diri-
gida de modo construtivo. Se não, acon-
tece de qualquer jeito, às vezes como
catástrofe.
Pois bem: a revolução de 2018
aconteceu de qualquer jeito, porque
não havia doutrina, nem organização,
nem estratégia (refiro-me a estratégia
revolucionária, não a marketing eleito-
ral). Mas não foi catastrófica porque se
canalizou pelas vias da constituição,
pois o eleitorado de Bolsonaro é ordei-
ro por natureza.
Ao votar nele, o povo disse um
sonoro NÃO à degeneração geral do
País. E Bolsonaro recebeu um mandato
em branco, sem definição da sua mis-
são nem instruções
sobre como vaicumpri-
la. Para mais dificultar
as coisas, ele e sua
equipe juraram cum-
prir a constituição de
1988. Essa é a contra-
dição fundamental do
novo governo. Se fi-
zermos uma lista de
tudo o que os eleitores
rejeitam, veremos que
pode ser sintetizada
num só tópico: rejeita
o espírito e os princí-
pios da constituição de
1988, a qual é o sus-
tentáculo do atual sis-
tema político. E agora?
Ainda é cedo pa-
ra fazer extrapolações
sobre o futuro do no-
vo governo. Mas já dá
para entender pelo me-
nos o jogo de forças.
Dum lado, temos
a decadente oligarquia
política, que ainda do-
mina boa parte do po-
der. Como perdedora, odeia o novo go-
verno e está disposta a derrubá-lo na
primeira oportunidade.
Do lado oposto, temos a massa de
eleitores de Bolsonaro, que continua a
cobrar as ações esperadas do novo go-
verno, as quais praticamente resultari-
am na supressão dessa mesma oligar-
quia política. É bom ter em mente que
esses eleitores são a maioria do povo, e
são a sua melhor parte, porque – repetin-
do – são os que trabalham, estudam e
sustentam o Brasil. Não se confundem
com a ralé mercenária arregimentada pe-
los “movimentos sociais” ou pelas máfias
sindicais. É justo, portanto, chamar essa
maioria simplesmente de povo, na
conotação do artigo 1º, parágrafo único,
da constituição em vigor:
Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes
* A. C. Portinari
Greggio
* Economista
"Hércules estrangula Anteu -
estátua italiana da Renascença,
autor desconhecido. Para entender
o significado, o leitor deve ler o
último parágrafo deste artigo."
As eleições de 2018
foram muito além
do usual rodízio de no-
mes e cargos. A vitória
de Bolsonaro foi uma revolução, mas
parece que quase ninguém entendeu a
mensagem dos eleitores. Vejamos os fa-
tos. Quem ganhou a eleição presiden-
cial? Foi Jair Bolsonaro, pessoa física.
Ganhou e, com seu prestígio individual,
arrastou ao poder novos governadores
e grande número de parlamentares.
Ganhou e conseguiu mudar o jogo de
forças do sistema político. Sua vitória
foi tão mais impressionante porque, sem
partido, sem financiadores, sem equi-
pe, contra todo o aparato do poder –
políticos, mídia, universidades, inte-
lectualha, artistas, ongues, sindicatos,
professores, institutos de pesquisas, nar-
cotraficantes, direituzumanos, grupos
terroristas, agentes estrangeiros e trai-
dores infiltrados por toda a parte – contra
tudo isso, ele venceu as eleições, e só
não obteve maioria mais absoluta devi-
do às caixas pretas eletrônicas.
Bolsonaro não é o agente causa-
dor dessa revolução. Revoluções não
acontecem pela ação de um indivíduo,
nem sequer por causa de uma ideia. Co-
mo acontecem, então? De modo pareci-
do com os mecanismos econômicos do
mercado. Exemplo: a gilete. A lâmina de
barbear foi inventada por King C. Gil-
lette em 1901. Nesse ano, vendeu cerca
de 200 lâminas. Dez anos depois, a em-
presa tinha fábricas no Canadá e na
Europa e vendia mais de 50 milhões de
lâminas por ano. Qual a razão do suces-
so? A ideia? Ideias não são suficientes.
Em 1901 foram registradas cerca de 30
mil patentes nos Estados Unidos. A
maioria nunca saiu do papel. O elemen-
to principal do sucesso foi a existência
de um público consumidor de milhões
de pessoas cansadas de usar navalhas
ou de ir ao barbeiro. King Gillette não
criou esse público. Ele já existia. Gillette
percebeu a necessidade e criou a solu-
ção. Sem o público, nada teria aconteci-
do.
Assim aconteceu com Bolsonaro.
Desde 1990 ele, por convicção, mar-
chou contra a maré esquerdista que de-
vastava o Brasil. Defendia o Exército e
o regime militar, sem vacilar nem mesmo
em casos extremos como o DOI-CODI e
seu comandante, o Cel Ustra. Assim
militou 27 anos. Certamente não espe-
rava chegar a Presidente. Contentava-
se com o baixo clero do Congresso. O
público da sua revolução ainda não
existia.
Mas o caos aumentava. Crime, cor-
rupção, espertezas, ignorância, sujeira,
cidades pichadas, ruas imundas, povo
mal-ajambrado, vulgaridade, deprava-
ção. A “cultura” – livros, teatro, cine-
ma, jornais, tevê – invertia os valores e
glorificava o crime, o vício, a prostitui-
ção, a sujeira, a ignorância. Pederastas
e anormais eram exemplos de conduta.
Criminosos dominavam as ruas, prote-
gidos pelo Estado. O rebotalho da soci-
edade era recrutado para invadir pro-
priedades, depredar prédios públicos e
ocupar vias públicas.
JAIR ENTRE MOURÃO E CARLOS. QUEM VAI GANHAR?
Governo Bolsonaro é uma revolução inacabada, sem saída e sem volta.
Foi nesse cenário que um difuso
sentimento de revolta cresceu nas men-
tes e nos corações da população pro-
dutiva e ordeira de todo o Brasil. A
oligarquia – políticos, intelectualha e a
mídia a eles associada – convicta de
que controlava a opinião pública, des-
considerava essa revolta. Na sua arro-
gância, não imaginava que o povo ti-
vesse capacidade para se auto organi-
zar. Para essa elite corrupta, “povo” era
a massa amorfa que ela manipulava nos
“movimentos sociais” ou comprava
com bolsa-família. Se prestasse aten-
ção nas manifestações da Direita nas
ruas, teria percebido que não era esse
mesmo “povo”. Era a melhor parte da
nossa população – os que estudam, tra-
balham e sustentam o País. Essa é a clas-
se produtora, que sempre soube se auto
organizar. Afinal, vivemos numa eco-
nomia de mercado, um sistema maravi-
lhosamente coordenado e sincroniza-
do, espontaneamente criado pelos pro-
dutores. A oligarquia parasitária é que
se ilude com a crença de que nada pode
existir sem a intervenção do Estado.
Foi esse senti-
mento de revolta que
criou o público dese-
joso de uma revolu-
ção.
Mas revoluções
construtivas só po-
dem acontecer se,
além do povo, conta-
rem com teoria revo-
lucionária, organi-
zação e estratégia.
Prestem atenção na
ordem desses três fa-
tores. A primeira e
mais importante é a
teoria, a doutrina re-
volucionária. Sem
ela, não há como ter
organização; e sem
organização, nenhu-
ma estratégia é pos-
sível.
Isso não signi-
fica que, sem esses
três elementos, a re-
volução não possa
acontecer. Ao con-
trário: acontece de
qualquer jeito. É fenômeno espontâ-
neo, surgido da vontade popular, que
não se confunde com vontades indivi-
duais. E a vontade popular deriva de
fatores psicossociais – ou seja, de clima
de profunda insatisfação, suficiente
para mobilizar a opinião pública. Peço a
atenção do leitor para esses fatos. Re-
voluções são fenômenos tão objetivos
quanto tempestades, terremotos, eclip-
ses. Nenhum partido político pode criá-
las do nada. Os que tentaram, erraram e
pagaram caro.
As revoluções obedecem a certas
leis. Tal como as tempestades ou explo-
sões atômicas, podem ser previstas.
Elas se formam gradativamente. A insa-
tisfação se dissemina pela população e
aos poucos se acumula. Mais e mais
pessoas se juntam à coorte dos revolta-
dos, até o ponto em que seu número
eleitos ou diretamente, nos termos des-
ta Constituição.
Certo, a constituição limita o exer-
cício direto da vontade popular. Mas o
princípio da soberania popular é a base
das constituições ditas democráticas.
A vontade popular não pode, portanto,
ser ignorada impunemente, especial-
mente quando se trata de revoluções
em andamento, como é o caso do Brasil.
Neste ponto, podemos descrever
o novo governo brasileiro em termos de
Realpolitik. Bolsonaro se encontra na
infeliz posição de marisco na briga en-
tre o rochedo e o mar bravo. Em não
havendo doutrina revolucionária, seu
governo povoado de militares é uma
tecnocracia competente, mas sem élan
revolucionário. Cordiais, conciliadores,
desfazem a imagem do militar truculento
e golpista inventada pelas esquerdas.
E, é claro, a oligarquia derrotada perde
o medo e começa a ensaiar o mesmo jo-
go de sempre, adaptado às novas con-
dições. Do outro lado, nas ruas, o povo
que o elegeu espera impaciente.
Carlos Bolsonaro, do outro lado,
é a voz da maioria, cada vez menos si-
lenciosa, que elegeu seu pai. Jair, no
meio, tem a contragosto sido obrigado
a bancar o conciliador e a engolir sapos
– exatamente como os políticos que derro-
tou. Nas mais recentes aparições, nota-se
que está pouco à vontade, e sem aquele
falar enérgico, direto, que fez dele um
ídolo popular.
O novo governo atravessa uma
crise de identidade, a mãe de todas as
crises, como diriam os árabes. Assumiu
o poder, mas ainda não decidiu o que é.
De facto, é um governo revolucionário.
De jure, é mais um governo gerado sob
a constituição de 1988.
Será possível governar sob essa
constituição e ao mesmo tempo atender
à vontade do povo que os elegeu?
Não sei responder. Mas uma coi-
sa é certa: é uma revolução. Se a vonta-
de do povo se frustrar, não imaginem que
este se recolherá e se conformará. O pro-
cesso vai prosseguir aos trancos e bar-
rancos. Os próximos anos serão tumultu-
ados. Resta saber se o novo governo vai
canalizar e conduzir o processo, ou vai
ser soterrado pela ruptura da barragem,
como aconteceu em Brumadinho.
Para arrematar. As multidões cha-
mavam Bolsonaro de “mito”. Se fosse o
caso de levar a sério, qual seria o mito
adequado? Na antiga Grécia havia um sob
medida: o mito do gigante Anteu, filho da
deusaGea,ouTerra.Anteuerainvencível
porque jamais se cansava. Sua mãe lhe
transmitia inesgotável energia pelos pés.
Um dia, Hércules o desafiou. A luta se
prolongou por dias. Hércules começou a
fraquejar. Seria derrotado, se não tivesse
uma ideia: ergueu Anteu no ar, sem permi-
tir que seus pés tocassem o solo. Anteu
perdeu as forças e Hércules o estrangu-
lou. Essa fábula ensina uma lição que
Bolsonaro deveria considerar. Tal como
Anteu, ele tira sua força diretamente do
povo. Se não encontra apoio no sistema
político, deveria considerar as suas ba-
ses, e jamais permitir que o separem
delas.
8Nº 263 - Abril/2019 2
AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR,
A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL.
BELO HORIZONTE, 30 DE ABRIL DE 2019 - ANO XXIV - Nº 263
Site: www.jornalinconfidencia.com.br
E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br
PÁGINA 9
PÁGINA 36 PÁGINA 23
O QUE HÁ DE
ERRADO COM O
ENEM?
O PAPEL DAS
MULHERES
EM 1964 PÁGINA 5
25 ANOS DO LANÇAMENTO
DO JORNAL INCONFIDÊNCIA
Nº 01/ 94 Belo Horizonte, MG Março/ 94
PASSAGEM DE COMANDO
DA 4ª REGIÃO MILITAR
Na manhã de 10 de abril, o General de Divisão Altair José Polsin, ao
assumir o Comando da 4ª RM recebeu os cumprimentos do General de
Exército Walter Sérgio Braga Netto, Comandante Militar do Leste
- Companheiros, também estamos
presentes!
- O Grupo Inconfidência!
- Os figos estão maduros!
A situação já é insuportável.
Até quando, senhores, até quando
devemos tolerar-vos?
O que fizeste com o nosso País?
Um país extenso de 5 milhões de
Km², rico em recursos naturais de toda
ordem; rico em sua gente simples mas
trabalhadora; gente sofrida e pacien-
te, iludida e chacinada por vossas pro-
messas não cumpridas. O tema é Orwel-
liano pois os porcos estão ricos e gor-
dos e são “mais iguais que os seus
iguais”. Senhores, traístes vossas pro-
messas, traístes o vosso povo e traís-
tes nossa Pátria.
Porque fizestes isso?
Não vos preocupastes com a nossa
segurança - as Forças Armadas estão
sucateadas e ameaçadas em sua ope-
racionalidade e em sua estabilidade
familiar, não vos preocupastes com a
nossa justiça; ela é pesada e lenta, não
vos preocupastes com a nossa honra e
o nosso orgulho no concerto das Na-
ções - somos tomados por bárbaros;
não vos preocupastes com nossos va-
lores fundamentais - educação, alimen-
tação e saúde, há muito desemprego,
muita fome e falência da assistência
sanitária e de saúde e o Estado econo-
micamente desorganizado está falido;
não vos preocupastes com a integri-
dade do Território Nacional - já se en-
saiam os separatismos; enfim, para
que vos pagamos? Porque pedistes o
nosso voto?
Os novos Centuriões já nos ob-
servam - pois nosso organismo está
doente e enfraquecido. Montam-se ba-
sesmilitaresestrangeiras na nossa fron-
teira. Os jornais já anunciam perigos
1º MANIFESTO DO GRUPO INCONFIDÊNCIA
QUOUSQUE TANDEM...? ATÉ QUANDO...?
de Golpes. O que tendes feito? Por que
deixastes chegar a esta situação? O
que tendes feito?
Estais ricos com as burras cheias.
Cuidais mais do vosso lucro de vos-
so ganho que do País e do Povo a quem
tudo deveis.
Porque nos traístes, senhores?
Profanastes o templo negociando
de maneira espúria a Nação e a Pátria.
Destruístes a Ordem Moral e a Or-
dem Ética.
Por que fizestes isso, senhores?
Pedistes o nosso voto e falastes abu-
sivamente em desenvolvimento e con-
fiamos em vós. Não tivemos um retor-
no digno.
Não cumpristes o que prometestes.
As nossas esperanças esvaíram-se.
A Ordem Social está ameaçada -
destruístes a Classe Média.
Não foi para isto que vos conce-
demos a nossa confiança. Fomos ven-
didos por vossos interesses.
Ou será que sois mesmo incompe-
tentes para o trato da Coisa Pública?
E logo mais voltareis a pedir mais
uma vez o nosso voto e a nossa con-
fiança.
Vemos enojados o vosso rosto co-
rado e bem nutrido, as vossas mãos bem
tratadas e o cinismo do vosso riso fa-
risaico.
Vejam senhores, a corrupção, o rou-
bo, a sonegação dos compromissos com
o Estado e outros escândalos, arreben-
taram os esgotos. Tudo cheira mal.
Ah! Senhores, já não tendes o direi-
to de pedir.
Tudo é lamentável!
Companheiros! Estamos presentes!
Os figos estão maduros!
GRUPO INCONFIDÊNCIA
60 patriotas civis e militares.
SUPREMO TRIBUNAL
O amigo do amigo de meu pai
FEDERAL
CARTA ABERTA
AO GOVERNADOR
ZEMA
55º ANIVERSÁRIO DA
CONTRARREVOLUÇÃO
DE 31 DE MARÇO
DE 1964
São Paulo Rio de JaneiroPÁGINA 14
8Nº 263 - Abril/2019 4
* Maria Lucia
Victor Barbosa
*Professora, escritora, socióloga, autora entre outros livros de "O Voto da Pobreza e a Pobreza do
Voto – a Ética da Malandragem", Editora Zahar e "América Latina – Em busca do Paraíso Perdido",
Editora Saraiva. - mlucia@sercomtel.com.br - www.maluvibar.blogspot.com.br
MARCO ANTÔNIO FELÍCIO
General de Brigada - PhD em Ciência Política e Estratégia
marco.felicio@yahoo.com
OTempo21/04
O TIRO SAIU PELA CULATRA!
“Contribuir para a defesa da Democracia e da liberdade, traduzindo um País com
projeção de poder e soberano, deve ser o nosso NORTE!”
Em 1830, Simón
Bolívar, não o
inventado por Hugo
Chávez, mas o verda-
deiro, chegou a certas
conclusões entre elas as seguintes:
1. América Latina é para nós in-
governável.
2. A única coisa a fazer na América
Latina é emigrar.
3. Se acontecesse que uma parte
do mundo voltasse ao caos primitivo,
isso seria a última metamorfose da Amé-
rica Latina.
Olhando nossa situação a impres-
são é a de que o Brasil vai se inserindo no
pensamento de Bolívar. Vejamos porquê:
Nas eleições passadas quase 58
milhõesdebrasileirosescolheramumpre-
sidente como se fosse uma esperança em
dias melhores, quando estaríamos livres
dos males causados pelos governos pe-
tistas, especialmente, a corrupção, a re-
cessão, a violência, a impunidade.
Os que votaram em Bolsonaro
foram chamados de extrema direita, fas-
cistas, nazistas, conservadores. Natu-
ralmente, tais “xingamentos” não pas-
savam de um falso palavreado para aba-
ter o adversário.
Antes da posse Bolsonaro come-
çou a ser cobrado de modo nunca antes
havido com relação a outros presiden-
tes. Havia uma obsessão com relação a
reforma da Previdência prometida por
Lula, Dilma, Fernando Henrique e nun-
ca realizada.
É O BRASIL INGOVERNÁVEL?
Logo que foi empossado o gover-
no, através do ministro da Economia Pau-
lo Guedes, apresentou ao Congresso um
projeto de reforma da Previdência. Quan-
to ao notável juiz e agora ministro da
Justiça, Sérgio Moro, ofereceu aos brasi-
leiros um excelente projeto anticrime.
Infelizmente, no Congresso duas
frentes capitaneadas
pelo presidente da Câ-
maratêmfreadoosim-
portantes projetos.
São elas a frente de
derrotados dos parti-
dos de esquerda e a
frente dos inconfor-
mados com a perda do
“toma lá dá cá. Afinal,
o Congresso sempre
foi um balcão de ne-
gócios, tendo chegan-
do ao auge quando o então presidente,
Lula da Silva, comprou deputados confi-
gurando-se assim o escândalo do men-
salão arquitetado pelo então poderoso
José Dirceu.
Levando-se em consideração as ex-
ceções que sempre existem, os parlamen-
tares tradicionalmente se dedicam a pro-
jetos pessoais ou medíocres e não aos
que beneficiam o Brasil. E ao perceber
que a tradição deixou de existir deram o
troco no Executivo. Vejamos dois exem-
plos da revanche conforme mostrado pelo
O Estado de S. Paulo (30/03/2019);
“Orçamento impositivo – Propos-
ta aprovada na Câmara engessa parte
maior do Orçamento e torna obrigatório
o pagamento de despesas atualmente
passíveis de adiamento.
“Medidas provisórias – Pela pro-
posta. medidas perdem a validade mais
rápidoeoprazoparaa Câmara e o Senado
votarem separadamente é maior – hoje
há um prezo único de 120 dias”.
Lembro ainda, que
recentemente sete minis-
tros do presidente foram
convidados pelo Congres-
so para apresentar seus
planos. O que se viu foi um
espetáculo de linchamen-
to verbal calcado no mes-
mo ódio existente nos lin-
chamentos físicos. Inclu-
sive, não faltou a habitual
falta de compostura da se-
nadora Kátia Abreu.
O Legislativo compõe com o Judi-
ciário e o Executivo a tríade fundamental
da democracia e, em sã consciência nin-
guém está querendo o desaparecimento
dos Poderes. O clamor popular quando se
volta contra o Congresso quer apenas
que os parlamentares legislem para Bem
Comum, fim último da política; assumam
um comportamento de acordo com a res-
ponsabilidade de terem sido escolhidos
como tomadores de decisões e deem o
exemplo de competência e honestidade.
Lamentavelmente, o Congresso está bem
longe disso e no momento se compraz em
conduz o país para a ingovernabilidade.
O STF também concentra a descren-
ça e a revolta popular com relação às
atitudesecomportamentos,principalmen-
te de certos componentes da mais alta
corte da Justiça. Como disse um dos mi-
nistros do Supremo, Luís Roberto Barro-
so: “O STF pode perder sua legitimidade
e provocar uma crise institucional se não
corresponder aos anseios da sociedade”.
Claramente isso já está acontecendo
Quanto a imprensa deve ser livre,
como é usual nas democracias, para ex-
por opiniões contrárias ou favoráveis
relativas a sociedade, a política e a eco-
nomia. Entretanto, o que se nota é uma
oposição sem tréguas ao presidente da
República. Possivelmente, se ele espir-
rar será duramente criticado.
Lula se queixava diuturnamente e
sem razão da mídia e tudo bem. Bolsonaro
está sendo desconstruído. Paira no ar a
palavra impeachment. Correm boatos que
em abril o STF livrará Lula da cadeia.
Ligando uma coisa com outra a perspec-
tiva não é nada boa.
Por tudo isso a ingovernabilidade
avança e diante de tal situação muitos
brasileiros já emigraram. A continuar des-
se jeito, se uma parte do mundo voltar ao
caos primitivo, isso será a última meta-
morfose do Brasil. Os venezuelanos que
o digam. (Escrito em 28/03)
Infelizmente, no Congresso duas frentes capitaneadas pelo presidente da Câmara têm freado os importantes projetos.
São elas a frente de derrotados dos partidos de esquerda e a frente dos inconformados com a perda do "toma lá dá cá”.
Por longo tempo, com investigações,
denúncias, julgamentos e conde-
nações, inerentes ao que se chamou de
“mensalão” e “petrolão”, tivemos situ-
ações prenhes de corrupção e de des-
vio de dinheiro público. Tais situações
envolveram, principalmente, políticos
e empresários, manchando os poderes
da República. Surgiram, então, mossas
na imagem do STF, tendo em vista a con-
duta de alguns dos seus ministros, em
oposição aos demais e ao sentimento
de grande parcela da população no to-
cante às suas decisões.
As sessões do plenário, transmi-
tidas ao vivo pela televisão, muito con-
tribuíram para tais mossas, principal-
mente, quando das agressões mútuas,
de cunho moral, entre os ministros en-
volvidos, com pesadas ofensas de ca-
ráter. Mossas, também, quando um Juiz,
que deveria se colocar como impedido,
em face de seu relacionamento e/ou
vínculo anterior com o réu, tornava-se
partícipe ativo do julgamento e mostra-
va-se benevolente para com tal réu.
Tais ocorrências, sem dúvida, que-
bram a ética e a liturgia inerentes à função
e à conduta dos respectivos ministros,
quebras inaceitáveis para aquela que se
diz a Suprema Corte do País, abrindo o
caminho para críticas pesadas e variadas,
oriundas de versados em Direito e, tam-
bém, do cidadão comum, com sentimen-
tos e níveis de educação e de
cultura diferenciados.
Críticas que lhes per-
mite a Democracia existente
e a Lei que assegura a liber-
dade de expressão. Para os
excessos, há leis específicas.
Nesse aspecto, tor-
nou-se emblemático o atri-
bulado impedimento de Dil-
ma. No Congresso, a respec-
tiva sentença proferida pelo
então presidente do STF, foi
motivo de contestação por
parte de juristas e de decep-
ção de grande parcela da po-
pulação, esta abalada pela
grave crise moral, ética e
cívica imperante. Insegura
quanto aos destinos do País,
ladeira abaixo.
De forma clara, viu-se
favorecimento,decunhoide-
ológico, à petista Dilma, manipulando-se
a Lei, evitando-se que Dilma perdesse
seus direitos políticos. Os demais minis-
tros do STF, calados, consentiram o mal
feito. A indagação e crítica geral à época,
era: Onde está a segurança jurídica, tão
esperada e necessária, provida pelo STF?
Com o advento da legal, necessária
e audaciosa operação “Lava Jato”, con-
trariando interesses espúrios, privilegi-
ando a Lei e tornando-se protagonista
das ações, despertaram, seus integran-
tes, forte apoio da população. Enfrenta-
ram todos os obstáculos criados, não só
daqueles que estavam na mira da opera-
ção, mas, também, de muitos que deveri-
am com eles cerrar fileiras. Estes, embora
o sucesso alcançado pela “Lava Jato”,
tentaram, e ainda o fazem, cerceá-los de
diversas formas. Incluso taxando-os de
inexperientes radicais no uso da Lei e de
outras coisa mais. Entre os acusadores
estão ministros do STF, na contramão do
que pensam os brasileiros do bem, os de-
negrindo em sessões plenárias e, por ve-
zes, liberando os que foram presos pelos
“inexperientes radicais”.
Embora, não seja advogado, baseio-
me,também,noqueescrevemefalamcon-
ceituados juristas. Assim, sei que cabe,
constitucionalmente, ao STF, como guar-
dião da Lei, processar e julgar e que, para
isso, tem que ouvir o Ministério Público,
órgão defensor da ordem jurídica. Sei,
também, que existe uma hierarquia das
leis. Jamais, um regimento poderá propor
algo que contrarie a lei.
Como diz a Imprensa, creio que a
preocupação maior, do Ministro Toffoli
e seus inquéritos, é por estar citado na
“Lava Jato” e ver seu nome nos jornais.
Preocupação menor com as justas críti-
cas, ao STF, oriundas da população,
pois, com a abertura de inquérito, ile-
galmente, ameaça o cidadão e amordaça
a Imprensa. Tais críticas, sem dúvida,
atingem a imagem do STF.
Como não criticá-lo, principalmen-
te, agora, após censurar à Imprensa e
constranger cidadãos de bem, como o
general Paulo Chagas, com imensa fo-
lha de serviços prestados à Nação, tra-
tado como se bandido fosse, ao sofrer
buscas e apreensões, pela Polícia, em
seu lar?
O tiro saiu pela culatra!
Lula se queixava
diuturnamente e sem razão
da mídia e tudo bem.
Bolsonaro está sendo
desconstruído. Paira no ar a
palavra impeachment.
Correm boatos que em abril
o STF livrará Lula da
cadeia. Ligando uma coisa
com outra a perspectiva
não é nada boa.
4
Nº 263 - Abril/2019 5
*Aileda
de Mattos Oliveira
*Professora Universitária, ESG/2010, Doutora em Língua Portuguesa, ADESG 2008,
Acadêmica Fundadora da Academia Brasiliera de Defesa e Membro do CEBRES e
Acadêmica AHIMTB - ailedamo@gmail.com
*Aristóteles
Drummond
* Jornalista - Vice- Presidente da ACM/RJ
aristotelesdrummond@mls.com.br
www.aristotelesdrummond.com.br
Quando, nos textos, falo em “ali-
cerces da educação”, não estou
fazendo retórica para tornar o artigo
mais estético; falo em “alicerces” no
sentido literal, fundamentos que sus-
tentam o planejamento educacional:
objetivos, filosofia de trabalho, currí-
culos dos diversos níveis de aprendiza-
do rigorosamente observados, tempo,
horário, recursos didático-pedagógi-
cos, livros didáticos, qualificação de
professores e, por fim, alunos. Esses
elos não podem ficar soltos, mas, sim,
comporem uma formação em cadeia
que chegue ao polo oposto, ao alvo da
Educação, ao final da linha, ao ALU-
NO, de maneira eficaz.
Não há outro jeito, senão reerguer
novamente as bases que o PT destruiu,
intencionalmente, para que crianças e
adolescentes se tornassem produtos
primários de uma estupenda manipu-
lação ideológica. Não há como remen-
dar a Educação no estado em que se
encontra. Temos que refazê-la.
Os que estão do lado de fora do
magistério só veem as consequências
desse estrago, nas cenas de alunos agre-
dindo professores, de erotismo em
salas de aula, e acreditam que, sim-
plesmente, poderão reverter a situa-
ção caótica, a partir da reintegração des-
ses alunos ao meio social. Mas como
fazer isso, se é pela Educação que se
consegue esse milagre? Permanece-
mos, então, num círculo vicioso.
Essa experiência somente é posi-
tiva, quando as escolas passam a ser
MAS, QUEM SE IMPORTA?
Aos Professores preocupados com a leitura, em benefício do próprio desenvolvimento cognitivo para melhor serem
transmissores de conhecimentos aos seus alunos, cumprimento-os. Aos Professores, que além do apreço aos livros
mantêm o comportamento adequado a um docente, tanto na linguagem quanto na postura, continuem firmes, pois
a Educação brasileira precisa de pessoas comprometidas como vocês para tirá-la do vazio programático em que se
encontra. Portanto, este texto não lhes é dirigido, mas somente àqueles que fizeram da Educação uma instituição sem
prioridade, tanto que qualquer um pode ser ministro da pasta. É lamentável que não se encontre um sério especialista da área.
Omovimento de 64
tem sido debati-
do pela sociedade bra-
sileira, agora com mais liberdade e me-
nos patrulhamento. Tanto que o docu-
mentário do Brasil Paralelo “1964 O
Brasil entre Armas e livros” contou com
centenas de milhares de assistentes,
nos cinemas e no seu site, logo nos pri-
meiros dias.
Muita coisa foi revelada, lembra-
da e registrada com fontes e materiais
sólidos. Os contrários, até aqui, têm se
limitado a registrar a ação da repressão,
que respondia ao terrorismo com vigor.
Claro que não SE costuma lembrar que
o Brasil era a 46ª economia mundial e
21 anos depois era a 8ª.
Vivi intensamente aqueles anos,
jovem jornalista em O Jornal, que era o
órgão líder dos Diários Associados, de
Assis Chateaubriand. Fundei e dirigi o
movimento da juventude que atuou no
Rio, Minas e São Paulo, o Grupo de
Ação Patriótica, cujo papel está regis-
trado em muitos livros sobre o polêmi-
co movimento. Nos 50 anos de 64, pu-
O PAPEL DAS MULHERES EM 1964
bliquei, pela Resistên-
cia Cultural, o livro Um
Caldeirão Chamado
1964.
Tenho notado, no
entanto, uma certa la-
cuna no importante, e
diria até decisivo, papel
da mulher brasileira na
mobilização das forças
vivas da sociedade no
sentido de pressionar os
militares para a inevitá-
vel intervenção, dada a
gravidade e os riscos
que o país corria naqueles dias.
Foram as mulheres que se orga-
nizaram, a começar pelo Rio, com a
Campanha da Mulher Pela Democracia
(CAMDE), liderada por uma dona de
casa de classe média, Amélia Molina
Bastos, que, depois de o movimento
sair vitorioso, retornou a sua vida fa-
miliar. Tinha ao seu lado outras bravas
senhoras, como D. Eudoxia Ribeiro
Dantas. Em São Paulo, a decisiva Mar-
cha da Família com Deus Pela Liberda-
de, que reuniu quase dois milhões de
brasileiros nas ruas, foi comandada pes-
soalmente pela sra. Leonor Mendes de
Barros, mulher do governador, por três
vezes, Adhemar de Barros, e um dos ar-
tífices do movimento. E teve a seu lado
mulheres admiráveis, como Maria Pa-
checo e Chaves, Maria Mesquita Mota
e Silva e a vereadora Dulce Sales, entre
outras.
A representação política das mu-
lheres era expressiva e majoritariamen-
te favorável ao movimento, como os
casos das cariocas Sandra Cavalcanti
e Ligia Lessa Bastos. Em fevereiro,
as mulheres mineiras já haviam pro-
movido uma manifestação em Belo Ho-
rizonte, que redundou no impedimen-
to de um comício do então deputado
Leonel Brizola.
A cortina de silêncio que procura
deixar o movimento somente alvo de
críticas, e todas na mesma direção, im-
pede que se recorde que foi no período
que o Brasil teve uma primeira mulher
no Senado, Eunice Michiles (ARENA-
Amazonas), e a primeira ministra de Es-
tado, Ester de Figueiredo Ferraz, da
Educação, com o presidente João Fi-
gueiredo.
Por último – mas não menos im-
portante, sem dúvida –, a eleição do pre-
sidente Bolsonaro teve acolhida no elei-
torado feminino, sensibilizado por sua
defesa da família e dos princípios cris-
tãos. Não há como se negar fatos!
Que notas são estas? Que notas são estas?
1969 2018
A ministra Esther de Figueiredo Ferraz em audiência
com o presidente João Figueiredo.
militarizadas, entregues à direção da
Polícia Militar, por já terem os seus in-
tegrantes, por formação, um planeja-
mento disciplinar tanto comportamental
quanto curricular, aos quais diretor,
professores e alunos devem-se enqua-
drar.
Temos que entender, reitero, que
o planejamento educacional tem como
OBJETO o ALUNO, meta a ser atingi-
da, para que, a partir dos conhecimen-
tos recebidos, torne-se SUJEITO na
sociedade, um SER pensante, respon-
sável, com personalidade, cônscio de
seus deveres para ocupar o seu espaço
no mercado de trabalho, com consci-
ência do que sabe fazer e consciência
de fazer bem o que sabe fazer.
Por essa razão, não deve a políti-
ca partidária introduzir-se no âmbito da
Educação e transformar diretores, pro-
fessores e alunos em instrumentos de
satisfação pessoal e das ambições de
poder do mandatário do momento, que
faz refletir na Educação a inutilidade
dos livros e a satisfação em viver na
ignorância (Lula); que faz a Educação
espelhar-se no seu raciocínio alógico,
como reprodução de um pensamento
irracional (Dilma).
Não se constrói uma casa pela
cumeeira, mas pela sapata. Assim é a
Educação. Portanto, não podemos, sim-
plificar a situação e enchermos as salas
de aparelhos de ar condicionado e de
computadores, construir novas esco-
las e recheá-las de quadras de esportes,
para atrair o aluno ao lazer e não aos
estudos, se não, simultaneamente, ar-
regaçarmos as mangas para um sério
trabalho de base. Se quisermos alunos
atentos, qualifiquemos os professores;
hoje, copiadores dos textos do Google,
esquecendo-se dos direitos autorais a
que têm direito, aqueles que elabora-
ram os trabalhos copiados; hoje, co-
metendo os mesmos erros gramaticais
praticados pelos alunos, oralmente e na
escrita; hoje, sentados em cima da me-
sa, achando que, fazendo o que eles fa-
zem, conquistam as suas graças.
Qualquer que seja o ministro do
momento, não pense que somente cur-
sos técnicos estão em consonância com
as necessidades atuais. Um grande téc-
nico que não sabe redigir um manual de
um aparelho, como costuma acontecer;
que não sabe transmitir o que diz ter
aprendido, não resolverá a questão do
desenvolvimento de que tanto precisa o
país. Há que ter, paralelamente, disci-
plinas humanísticas; há que ter o ensi-
no da língua e de interpretação, por-
que o ser humano não pode continuar
um mero autômato na atual visão de
‘modernidade’. O pragmatismo que vi-
sa somente ao lucro material substi-
tuiu nessa nossa ‘civilização’ o conhe-
cimento, que constrói para a vida do
espírito o acervo cultural que abrirá
as portas do mundo.
Mas, quem se importa com isso?
Tenho notado, no entanto, uma certa lacuna no importante, e diria até decisivo, papel da mulher brasileira na
mobilização das forças vivas da sociedade no sentido de pressionar os militares para a inevitável intervenção,
dada a gravidade e os riscos que o país corria naqueles dias.
5
8Nº 263 - Abril/2019 6
“Conspira contra sua própria grandeza, o povo que não cultiva seus feitos heróicos”
FEB - FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
*Marcos Moretzsohn
Renault Coelho
* Presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira –
Regional BH - Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - Sócio Correspondente
do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil - Pesquisador Associado ao CEPHiMEx
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O SERVIÇO POSTAL DA FEB
OServiço Postal a FEB foi criado em 26 de abril de
1944, três meses antes do embarque da tropa
para o T.O. da Itália, através do Decreto-Lei nº 6.438.
Foi regulamentado pela Portaria nº 6.413, do mesmo
mês e ano.
Seguiu o padrão norte-americano e aproveitou
a expertise de mais de cem anos de bons serviços do
Departamento de Correios e Telégrafos – DCT.
Tinha o objetivo de manter a comunicação entre os
integrantes da Força Expedicionária Brasileira, já front
da Itália, e a mãe Pátria, mantendo alto o moral da tropa
através do envio e recebimento de cartas, cartões pos-
tais, pacotes de encomendas, jornais e telegramas.
A sua estrutura física era assim formada:
Correio Coletor Sul => Sediado no Rio de
Janeiro, DF, era encarregado da censura e tráfego de
correspondências dos estados do centro e do sul do
Brasil.
Correio Coletor Norte => Sediado em Na-
tal, RGN, era encarregado da censura e tráfego de corres-
pondências dos estados do norte e nordeste do Brasil.
Correio Regulador => Inicialmente
sediado na cidade de Nápoles e posteriormente trans-
ferido para Livorno, era encarregado da censura e da
distribuição das correspondências para os soldados
brasileiros em solo italiano.
Estação Postal da 1ª DIE => Responsável
pelo recebimento, conferência, protocolo, separação e
distribuição junto ao QG da Divisão.
Estação Postal de Staffoli =>
Responsável pelo recebimento, conferên-
cia, protocolo, separação e distribuição
junto ao Depósito de Pessoal e órgãos não
divisionários da FEB.
As cartas demoravam de 8 a 15 dias,
em média, desde a sua postagem até o
destino final. Muitas vezes esse tempo era
excedido em decorrência da ação dos cen-
sores e da perda de tempo na separação das
cartas que, desobedeciam às instruções
previamente dadas no sentido de se padro-
nizar o preenchimento dos envelopes. O
aproveitamento do navio que transportou
o 5º e último Escalão da FEB para levar os
malotes postais, também causou atrasos
na recepção das correspondências.
As encomendas pessoais (agasa-
lhos, utensílios, alimentos e lembranças
em geral) eram acondicionadas em caixas de madeiras
de dimensões pré-estabelecidas. O tempo médio para
entrega dos volumes podia variar entre 15 dias, até 3
meses. 38 mil exemplares do jornal “O Globo Expedi-
cionário” e mais de 22 mil do “Boletim da LBA” foram
transportados como “encomendas”.
O serviço de transmissão de mensagens tele-
gráficas (via rádio) só teve início a partir de setembro
de 1944. Foi operado pela RCA Communication Inc.,
e mais tarde também pela Cableand Wireless Limited.
Os textos dessas mensagens eram
construídos com no máximo 3 fra-
ses fixas e previamente autoriza-
das, como as vemos a seguir:
(46) Todos bem em casa., (61)
Mais do que nunca estás agora em
meu pensamento. e, (135) Muito
feliz em saber de ti meu amor. Os
soldados brasileiros tinham ao
todo 142 mensagens prontas e aprovadas para serem
utilizadas em seus telegramas.
O envio de cartas e encomendas era completa-
mente gratuito. Foi estipulado um valor simbólico
apenas para a cobrança das mensagens telegráficas.
No intuito de impedir a difusão de notícias que
pudessem prejudicar o estado moral da tropa, as opera-
ções de guerra e a segurança nacional, todas as corres-
pondências (exceto as oficiais e as enviadas por gene-
rais) passavam por uma rígida equipe de censores civis
e militares que eliminavam informações sobre operações
militares, movimentação de tropas do país ou de aliados,
aeronáutica, navios e informações de navegação, con-
dições meteorológicas, fortificações e defesa da cos-
ta e dados sobre a produção industrial do país.
Desde a sua criação, até o retorno do último esca-
lão da FEB, o Serviço Postal contabilizou os seguintes
resultados:
Cartas recebidas da Itália: 1.372.910
Cartas enviadas para a Itália: 1.135.197
Tráfego total de cartas: 2.508.087, per-
fazendo uma média de 7.600 unidades por
dia e 100,32 por expedicionário.
Telegramas recebidos/expedidos pelo
Correio Regulador (Itália): 196.338
Número de encomendas recebidas na
Itália: 57.392
Número de encomendas enviadas para
o Brasil: 29.414
Número de encomendas enviadas pela
LBA: 18.045
Os expressivos números acima evi-
denciam o excelente trabalho realizado pelo
Serviço Postal da FEB, mantendo os nos-
sos soldados e suas respectivas famílias in-
formadas de notícias que abrandavam a du-
reza da guerra e diminuíam a distância entre
entes queridos.
Nº 263 - Abril/2019 7
P T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I S
QUE PARTIDO É ESSE?
PT - O PARTIDO MAIS CORRUPTO E MENTIROSO DA HISTÓRIA UNIVERSAL
7
JPC Notícias
CONTRA ESSES FATOS NÃO
EXISTEM ARGUMENTOS
A BOA E A MÁ NOTÍCIA
ENTENDA DE UMA VEZ
POR TODAS PORQUE A
REDE GLOBO QUER
DERRUBAR O GOVERNO
JAIR BOLSONARO:
DOSCINCOSÓRESTAUMA:AGRANDEMENTIROSA
Eu fui a primeira mulher a governar o Bra-
sil. MENTIRA: foi a Princesa Isabel, quan-
do D. Pedro II se ausentou, na ida para a Eu-
ropa.
Eu ordenei a compra da refinaria de Pa-
sadena por mais de U$ 1 bilhão. e desconhecia
que um ano antes ela tinha custado U$ 400
milhões. MENTIRA. E essa super- avaliação
foi para aonde?
Eu disse que a situação econômica do Bra-
sil estava muito boa. MENTIRA. A verdade
é que houve omissão, através das pedaladas
fiscais.
Eu nunca recebi caixa 2 para as minhas
campanhas à presidência da República. MEN-
TIRA. O super-ministro Antônio Palocci,
coordenador da sua campanha eleitoral, afir-
mou que ela recebeu milhões de reais das
empreiteirasenvolvidascomamegacorrupção
apurada na Operação Lava-Jato.
ESQUECERAM DE MIM NÚMERO DOIS - O FILME
Não se trata do filme que foi um sucesso nas bilheterias, mas de dois figuraços que ainda
devem muito à Justiça brasileira, e já deveriam estar presos:
1 - A ex- presidente Dilma Rousseff que na época do Governo Lula , autorizou a compra
superfaturada por U$360.000.000 (trezentos e sessenta milhões de dólares) da Refinaria de
Pasadena, conhecida como a "Ferruginha". Um ano antes, ela tinha sido adquirida por
U$42.500.000 (quarenta e dois milhões e quinhentos mil dólares) pela belga Astra Oil.
Isso sem falar nos U$150.000.000 (cento e cinquenta milhões de dólares) que o empresário
Joesley Batista, do frigorífico J&B , depositou no exterior, para comprar apoio de aliados e
financiar a campanha dela para a presidência da República, em 2010, segundo a delação premiada
do ex-super ministro Antônio Palocci (coordenador da sua campanha).
2 - O ex- senador Lindberg Farias que rapinou os cofres públicos do município de Nova
Iguaçu, quando era prefeito.
Esses corruptos acima destruíram o Estado do Rio de Janeiro, que tem o recorde nacional
de prisão de ex-governadores (Cabral, Pezão, Garotinho, Rosinha e Moreira Franco).
Porque deve 2,4
bilhões ao INSS e
nestegoverno,terá
que pagar;
Porque deve 2,1 bilhões para a
Receita Federal e neste governo,
terá que pagar;
Porque deve 760 milhões de ICMS
e neste governo, terá que pagar!
Você consegue compreender o
desespero dos Diretores, “jornalis-
tas”, “apresentadores” e “artistas”
da Rede Globo ao atacar Jair
Bolsonaro constantemente?
Na década de 60 durante o regime militar
eu lutei para implantar de novo a democracia.
MENTIRA. Ela pegou em armas para que o
Brasil se tornasse uma ditadura sindicalista e
comunista, nos moldes de Cuba, da antiga
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS) e da China.
Eu fui muito honesta durante a minha
gestão na presidência da República? MENTI-
RA. Na realidade ela deixou o PT e seus aliados
cometerem a maior corrupção do mundo.
Eu sofri impeachment injustamente. MEN-
TIRA. Além disso o ministro do STF rasgou
a Constituição Federal, impedindo a cassação
de seus direitos políticos, por improbidade ad-
ministrativa e corrupção.
Eu estou percorrendo o mundo inteiro di-
zendo que eu sofri um golpe de estado? MEN-
TIRA. Tenha dignidade e fale a verdade sobre
o que realmente aconteceu!
SE A LAVA JATO
PRENDER A DILMA,
PODE PEDIR MÚSICA PARA
O MINISTRO DA JUSTIÇA
SERGIO MORO
Pode e deve ser “fake news”,
mas não deixa de ser verda-
de. Além de ser o presidente
mais corruPTo da história
universal, também é o maior
mentiroso e traidor da Pátria
amada Brasil !!!
8Nº 263 - Abril/2019 8
* Luiz Felipe
Schittini
* TEN CEL PMERJ
Instrutor de Deontologia, Chefia Militar, Gestão do EM e Trabalho de Comando das Academia de Polícia
Militar D.João VI e Escola Superior da PMERJ no período de 2000 à 2012. E-mail: fschittini@gmail.com
No dia 7 de abril de 2011
um ex-aluno adentrou
na Escola Municipal Tas-
so da Silveira, no bairro de
Realengo, situado na zona oeste da cida-
de do Rio de Janeiro, armado com 2 revól-
veres e matou 12 alunos e feriu 13. Passa-
dos quase 8 anos a tragédia novamente se
repete no dia 13 de março de 2019, na
Escola Estadual Prof. Raul Brasil, na cida-
de de Suzano- SP, onde 2 alunos invadem
a escola, matando 8 discentes, 1 profes-
sora e 1 inspetora. No dia seguinte, um
adolescente esfaqueou outro no CIEP Sér-
gio Carvalho, no bairro de Campo Grande,
na cidade do Rio de Janeiro. Em 15 de
março de 2019 há duas notícias falsas: um
atentado no CIEP Asp. Francisco Mega,
em Magalhães Bastos - RJ e outro no
Centro Universitário de Barra-Mansa-RJ.
Vários especialistas na área edu-
cacional foram ouvidos e elencaram as
causas da exacerbação da violência nas
escolas brasileiras:
1º ) A desestruturação das famílias.
2° ) As faltas de diálogo, atenção
e amor dos pais ou responsáveis pelas
crianças e adolescentes.
3° ) A ausência de limites que de-
vem ser dados aos jovens.
4° ) O desconhecimento total do
significado das palavras respeito ao se-
melhante, cordialidade, amizade, com-
preensão e empatia( colocar-se no lu-
gar do outro. E se fosse comigo, como
procederia diante da situação?).
5º) Excesso do uso da internet por
parte de menores que encontram eco no
narcisismo, ódio, intolerância , fabrica-
ção de artefatos explosivos, compras de
armas e drogas. Estudos recentes corro-
boram que são mais acessadas assuntos
relacionados à mutilações, confecção de
A ESCOLA É O REFLEXO DA SOCIEDADE
Conversem muito com os seus filhos e os orientem, senão outros o farão de uma maneira maléfica
Surpreendeu-me a leitura de ótimo livro, “CRIME.GOV”
escrito por dois delegados da Polícia Federal, Jorge Pon-
tes e Márcio Anselmo, muito bem prefaciado pelo ministro
Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Aqui estou neste artigo para apenas dizer que o reputo
como leitura obrigatória para os que se interessam pelos ru-
mos da justiça, das investigações processuais e consequên-
cias penais do crime institucionalizado, aquele patrocinado
por políticas e políticos infames. Crimes que sempre exis-
tiram depredaram a Petrobras e ampliaram-se criminosa-
mente pelo conluio entre e com as maiores empresas nacio-
nais, privadas e estatais, prestadoras de serviços e de obras
públicas.
Como bem disse o ministro Barroso no Prefácio, o li-
vro serve como didático curso intensivo sobre o funciona-
mento da criminalidade política no Brasil. Mostra como o
dinheiro público alimenta a estrutura de corrupção, enri-
quecendo criminosos, aumentando lucros das empresas e fi-
nanciando campanhas eleitorais.
A leitura torna claro estar na base de crimes comuns
e institucionalizados a existência de pérfido vetor prepon-
derante - a perpetuação no poder legislativo, fazendo as leis,
os que delas se beneficiam para a prática de crimes.
Grandes os obstáculos encontra a Polícia Federal no combate aos cri-
mes. Um deles foi a nomeação de Fernando Segovia para diretor da própria
Polícia Federal por Temer, presidente da República, envolvido em vários in-
quéritos, particularmente o dos portos. Evidente busca de proteção funcio-
nal, que não tardou na tentativa de desfigurar-se a captura da conhecida mala
* Rodolpho
Heggendorn
Donner
CRIME INSTITUCIONALIZADO
Crimes que sempre existiram depredaram a Petrobras e ampliaram-se criminosamente pelo conluio entre
e com as maiores empresas nacionais, privadas e estatais, prestadoras de serviços e de obras públicas.
explosivos, suicídios, jogos de desafios à
vida, perigosos e terrorismo.
6º) Acessos indiscriminados a jo-
gos de videogames cada vez mais violen-
tos, em que matar alguém, ganha bônus.
7º ) Um individualismo cada vez
mais crescente na sociedade. Poucos que-
rem compartilhar os acontecimentos bons
e ruins. A infeliz frase: " É preciso levar
vantagem em tudo " numa sociedade do-
ente sob o ponto de vista moral predomi-
na. Pouquíssimas pessoas apresentam o
espírito altruísta e o egoísmo predomina.
8º ) Excessos de bullying nas salas
de aulas, no recreio e fora delas. As víti-
mas são submetidas à uma carga de cha-
cotas,injúrias,calúniasedifamações,qua-
se que diuturnamente. E a maior parte
ocorre nas redes sociais.
Vivemos numa sociedade em que as
crianças logo ao nascerem recebem dos
pais IPhone, laptop, tablet que se tornam
verdadeiras babás eletrônicas. O diálogo
saudável entre pais e filhos está pouco a
pouco se esvaindo. Na hora do recreio
não há mais brincadeiras de pular corda,
amarelinha, queimada e esconde- escon-
de como outrora. As crianças e adoles-
centes ficam isolados, centrados, fixado
nos celulares, alheias à realidade, perdi-
das e quando não, reunidas em grupinhos
,parabulircomumavítimapre-escolhida,
já dentro das salas de aulas.
E ao chegarem no período da matu-
ridade ficam sem conteúdo, se informan-
do superficialmente por WhatsApp, Fa-
cebook e Memes. Apresentam dificulda-
des em compartilhar experiências, pen-
samentos e opiniões, não estando mais
acostumados às atividades de grupos
como ouvir e dar opiniões.
Chega-se à conclusão de que a fal-
ta de autoridade e de educação são os
grandes geradores da violência. O bra-
sileiro tem muito medo de exercer a au-
toridade e para organizar uma sociedade
tem que haver a mesma. No nosso país ela
é confundida como autoritarismo. O
Brasil está bastante desorganizado por
causa desse receio por parte dos gover-
nantes, pais, professores e da própria
polícia. As crianças são criadas como
pudessem fazer tudo e hoje é difícil ver
um pai ou uma mãe dando limites, ensi-
nando os filhos a respeitarem o próxi-
mo, inclusive os seus professores. Há
casos de docentes sofrerem agressões
psicológicas e físicas por parte de alu-
nos. Sei de um caso em que o professor
apreendeu um celular de um discente
que estava atrapalhando a aula e de-
pois respondeu por um inquérito poli-
cial referente à constrangimento de me-
nor. Essa falta de limites está criando
gerações que acham que podem tudo,
praticantes de vandalismos e sem ne-
nhum senso de cidadania.
Pitágoras afirmou há mais de 2.000
anos: "Eduquem as crianças e não será
necessário punir os homens". Sábias
também foram as palavras do monge
beneditino Dom Lourenço de Almeida
Prado, OSB- RJ, numa reunião com pais
de alunos no Colégio São Bento, na
década de 70: " É preciso ter a coragem
de não ir na onda (da moda, do consu-
mismo desenfreado, dos maus exem-
plos de falsos ídolos, das extravagânci-
as, de modelos preconizados pela mídia
televisiva). Conversem muito com os
seus filhos e os orientem, senão outros o
farão de uma maneira maléfica'.
O maior desafio do Presidente Bol-
sonaro será de reorganizar a sociedade
brasileira, semi- destruída por gover-
nantes sem caráter, princípios morais e
corruptos. Só será conseguido pela Edu-
cação baseada em princípios morais,
éticos e religiosos.
contendo a propina de 500 mil destinada a Temer, transportada pelo depu-
tado Loures, hoje preso.
Prejudiciais à ação da justiça são os vazamentos. Um bom exemplo bem
detalhado foi o planejamento e consequente pedido de
prisão de Fernando Sarney, sua mulher, Teresa Murad, e
outros investigados, com pedidos de busca e apreensão.
Encastelados na casa do pai, não foi difícil obter um ha-
beas corpus, com óbvia ajuda do ex-presidente.
Interessantes também as análises de aparentemen-
te inocentes declarações, como a do então ministro Car-
los Marum, dizendo estar o país fazendo opção pelo com-
bate à corrupção em lugar de combater bandidos. Nada
menos do que tentativa de afastar a Polícia Federal do en-
calço de políticos suspeitos de corrupção.
Muito importante saber que para o Estado de direi-
to o perigo não está no ato criminoso em si, mas na pos-
sibilidade que o crime institucional tem ao seu alcance,
diante do poderio financeiro que influencia a vida co-
mum, a justiça e a administração pública em geral. Daí
a importância do relato oferecido pelos autores.
Em tempo: Livro emprestado. Não conheço pes-
soalmente os autores e nem tenho qualquer relação de
amizade ou interesse comercial com eles e a editora. Sei
apenas que hoje pertencem à equipe de trabalho do ministro SÉRGIO MORO.
Minha certeza é a de que conhecer os fatos narrados no livro sobre os crimes
institucionais é de interesse dos que se preocupam pelos rumos do nosso país.
É o caso do que se publica no jornal Inconfidência.
8
* Coronel - Psicólogo
Nº 263 - Abril/2019 9
*Rayanne Gabrielle
da Silva
* Especialista em História Militar, licenciada
em História, graduanda em Administração e
professora da rede estadual de ensino do
Rio Grande do Norte.
Nos últimos dias, o Governo Federal
anunciou a criação de uma comissão
verificadora do tom usado pelo Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM) para
elaborar as questões a serem respondi-
das por milhões de estudantes nas pro-
vas de novembro. O motivo? Minimizar,
senão extinguir, a influência da ideologia
esquerdizante presente no certame.
Tal verificação por parte do atual
governo não deveria surpreender, pois se
trata do cumprimento de uma das várias
promessas de campanha feitas pelo pre-
sidente Bolsonaro em prol do rechaço do
domínio da esquerda no âmbito educacio-
nal. Como também se era de esperar, as rea-
ções foram das mais controversas, com as
críticas nada construtivas por parte da opo-
sição ao acusar o Planalto de censura.
Porém, o que há de errado com o
ENEM? Pior: o governo age corretamente
ao dar uma “espiadinha” na prova antes
de ela ser impressa e distribuída para re-
solução?
Em primeiro lugar, não há nada de
errado com a prova, mas sim de equivoca-
O QUE HÁ DE ERRADO COM O ENEM?
Um alerta: é preciso minimizar o esquerdismo da prova sem ampliar o direitismo.
Ou a atual gestão se tornará aquilo, sob outra roupagem, que tanto condenou.
Se há uma citação
sobre Karl Marx, por
que não falar de
Raymond Aron,
sociólogo francês
crítico ao
comunismo?
A finalidade des-
tas breves consi-
derações é a de acres-
centar alguns insu-
mos acerca da não caracterização do Mo-
vimento Cívico-Militar, deflagrado em Mi-
nas Gerais, em 1964, como golpe ou pos-
terior ditadura (‘militar’ ou ‘civil-militar’,
que levou o País aos ‘anos de chumbo’),
sendo certo que o assunto é polêmico.
O nosso presidente Jair Bolsonaro
vem, a esse respeito, assinalando, de há
muito, notáveis aspectos, máxime os ati-
nentes ao campo político-ideológico.
Dentre outros, destaco quatro deles: 1) o
Congresso, na madrugada de 2 de abril
de 1964, em sessão secreta, depôs o se-
nhor João Goulart, da presidência do Bra-
sil, eis que o presidente do Congresso Na-
cional, senador Auro de Moura Andra-
de, em face da ausência do presidente,
proclamou a vacância do cargo. O presi-
dente da Câmara dos Deputados, depu-
tado Ranieri Mazzili, ’ipso facto’, segun-
do preceitos constitucionais, assumiu
a curul presidencial. Diga-se que o Con-
gresso, por meio de decreto, anulou, em
2013, “de modo infantil”, como decla-
rou o então deputado Bolsonaro, a dita
sessão (presidida por Renan Calheiros!!!),
em um canhestro e ideológico revisionis-
mo histórico. Ora: a História não pode ser
modificada/manipulada ao sabor dos tem-
pos e ao capricho de alguns (à ocasião, dis-
se Bolsonaro: “Lenin apagava fotos. O
Congresso hoje em dia apaga fatos”...);
2) em 11 de abril, também como previa a
Constituição de 1946, o Parlamento ele-
geu o marechal Castello Branco, inclusi-
ve com os votos de Juscelino Kubits-
chek e Ulisses Guimarães; 3) Castello
Branco tomou posse em 15 de abril - e
não em 31 de março, como muitos pensam
- recebendo a presidência, do deputado
Ranieri Mazzili (governou de 2 a 15 de
abril), tudo, repita-se, segundo regras cons-
titucionais vigentes; 4) outrossim, o
presidente assinala que ‘toda a Impren-
sa queria que João Goulart saísse, exce-
to o “Última Hora”. De fato, basta que
compulsemos os jornalões da grande
imprensa de então e as mais famosas
revistas - ‘O Cruzeiro’, ‘Manchete’ e ‘Fa-
tos e Fotos’ -, para evidenciarmos o re-
púdio da Nação ao governicho de Gou-
lart. Idem, quanto à Igreja Católica (a
CNBB, a ‘Ação Católica’, etc); entida-
des como a OAB e outras; as classes pro-
dutoras/empresariais; a maioria dos par-
A CONTRARREVOLUÇÃO DE 1964: GOLPE? DITADURA?
* Manoel Soriano Neto
do. Por ser um exame que preza pela multi-
disciplinaridade entre as áreas de co-
nhecimento e pela pluralidade de ideias,
o ENEM deveria abarcar uma gama equi-
librada de autores contrários à esquerda,
apresentando aos candidatos a variedade
de opiniões e ideias inerentes ao proces-
so de aprendizagem. Se há uma citação
sobre Karl Marx, por que
não falar de Raymond Aron,
sociólogo francês crítico ao
comunismo?
Em segundo, não vejo
problema em o chefe do Exe-
cutivo Federal ter acesso à
prova, apesar de essa pos-
tura levar à visão de censu-
ra. Contudo, eliminar ques-
tões acusadas de serem de esquerda não
resolverá o impasse, cuja resolução tor-
na-se bem simples pelo o que já foi ex-
posto. A prova precisa ser equilibrada,
assim como precisa ser debatido, nas sa-
las de aula de todo o país, visões distin-
tas de pensamento, algo que, infelizmen-
te, não ocorre.
Por fim, a própria esquerda, inde-
pendentemente de partido, se contradiz
ao perceber os ventos da mudança so-
bre o exame. Ao falar sobre diversidade
de ideias, discorda, até mesmo ignora,
direitistas e centristas, como se em nada
eles contribuíssem para o conhecimento.
A intolerância começa nas universida-
des, mais precisamente
nos cursos de Ciências Hu-
manas, cuja força ideoló-
gica das massas e lutas
sociais é significativa.
Na esteira da polê-
mica, a antiga presidente
do INEP, Maria Inês Fini,
respondeu ao presidente
recém-eleito, em novembro
de 2018, que o “Governo não manda no
ENEM”, dando plena autonomia à prova.
Soa estranho, pois a seleção nada mais é
do que uma política de Estado para fins de
ingresso de milhões de estudantes nos
cursos de níveis técnico e superior em to-
do o país. Assim, estaria errado o presi-
dente acompanhar o processo?
Não custa nada fa-
zer alguns poucas e sin-
gelas sugestões: diver-
sificar as leituras feitas sobre óticas di-
vergentes nas universidades, formando
profissionais com bom senso e crítica coe-
rente; dialogar de forma consciente com
estudantes nas salas de aula dos níveis
público e privado, sem formar membros
de comitês político-ideológicos; criticar,
de maneira construtiva, as diversas opi-
niões, condenando àquelas que machu-
cam os direitos humanos mais profun-
dos; aprender e ensinar o respeito e a to-
lerância a todos.
Infelizmente, são medidas de len-
ta aplicação e conscientização. No en-
tanto, vai um alerta: é preciso minimizar
o esquerdismo da prova sem ampliar o
direitismo. Ou a atual gestão se tornará
aquilo, sob outra roupagem, que tanto
condenou.
* Coronel, Historiador Militar e Advogado
msorianoneto@hotmail.com
O ALMIRANTE Cândido Aragão volta
ao Comando-Geral do Corpo de
Fuzileiros Navais, carregado em triunfo
nos ombros dos marujos amotinados
lamentares, além da esmagadora maio-
ria das Forças Armadas. Aduziria mais
que os governadores de quase todos os
estados apoiaram, irrestritamente, a Con-
trarrevolução (à exceção dos de Pernam-
buco, Miguel Arraes, e de Sergipe, Seixas
Dória, ambos depostos ao se deflagrar
a Revolução; acrescente-se que o gover-
nador do estado do Rio de Janeiro, Bad-
ger da Silveira, sofreu ‘impeachment’ da
Câmara Legislativa Estadual, no mês de
maio). Urge que mencionemos os no-
mes dos governadores dos principais
estados brasileiros que aderiram, com
as suas Polícias Militares, incondicional-
mente, à Contrarrevolução: Magalhães
Pinto (MG); Adhemar de Barros (SP); Car-
los Lacerda (Guanabara); Nei Braga (PR);
Celso Ramos (SC); Ildo Meneghetti
(RS), Mauro Borges (GO) e Virgílio Tá-
vora (CE). É de perguntar-se, então:
será que “50% da população apoiavam
Jango” (sabendo-se
que foi essa mesma
população que elegeu
os citados governado-
res, prefeitos e congres-
sistas?; e enfrentou as
constantes greves po-
líticas, a hiperinflação
e o desabastecimento?;
que assistiu à quebra
da disciplina e da hie-
rarquia nas FFAA, es-
timulada - pasme-se -
por seu Comandante
Supremo?; e, indigna-
da, saiu às ruas, espon-
taneamente, nas histó-
ricas e grandiosas ‘Mar-
chas da Família com
Deus e pela Liberda-
de’?), como assevera, com base em ‘pes-
quisa do IBOPE em oito capitais brasi-
leiras’, entre 9 e 26 de março de 1964, o
jornal Folha de São Paulo, de 29 de março
do presente ano??
Destarte, a Nova Ordem implanta-
da - autoritária, como não poderia dei-
xar de ser -, não foi um golpe de Estado
e sim uma inexorável e premente exigên-
cia do povo brasileiro, de quem, conso-
ante mandamento constitucional, todo
o poder deve emanar. Cumpriu-se à ris-
ca preceitos da Lei Magna, diferentemen-
te de ditaduras, como a do ‘Estado No-
vo’ varguista, v.g.; e mais: o regime só
se protraiu no tempo, por 21 anos, em
vista de ações terroristas e da luta ar-
mada (guerrilhas) desencadeadas por
esquerdopatas, a começar com o atenta-
do no Aeroporto dos Guararapes (PE),
no ano de 1966. Daí inferir-se, não apenas
pelo que foi antes expendido, ser INEVI-
TÁVEL a ocorrência do memorável 31 de
Março de 1964 (um contragolpe preven-
tivo!) a fim de se pôr cobro a uma caóti-
ca comoção social que levaria o País à
guerra civil...
Isto posto, apresentarei uma tese/
teoria que aprendi quando estudava
Direito. Dizem (a ser conferido) que ela
foi trazida ao Brasil pelo jurista de tomo,
o português Marcello Caetano. Ele foi
deposto da presidência de Portugal, por
ocasião da ‘Revolução dos Cravos’, em
1974, veio para o Brasil, tendo sido con-
tratado como professor pelas Faculda-
des Estácio de Sá (RJ).
Ao proferir uma palestra sobre o
31 de Março, no Batalhão da Guarda Pre-
sidencial – Batalhão
Duque de Caxias (Bra-
sília-DF), fiz uma su-
cinta explanação so-
bre o assunto e o va-
loroso coronel Kepler
Bastos, comandante
da Unidade, entusi-
asmou-se pelo tema
e me incentivou a es-
crever sobre o mesmo,
como farei a seguir.
O único Orga-
nismo Internacional
que trata da análise
dos governos em to-
do o mundo, se de ‘es-
trutura democrática’
ou ‘de estrutura to-
talitária’ - para usar-
mos as expressões por ele utilizadas - é
o Tribunal (ou Corte) Internacional de
Justiça da ONU (o ‘Pretório Egrégio’ des-
ta Organização, que não deve ser con-
fundido com o Tribunal Penal Interna-
cional) sediado em Haia, na Holanda,
também conhecido como ‘Tribunal ou
Corte de Haia’. Esta Corte preconiza co-
mo sendo ‘de estrutura democrática’,
aqueles países que obedecem a seis fun-
damentos básicos: três deles são os pi-
lares da democracia grega e os demais,
típicos das modernas democracias. Dos
gregos, são considerados os princípios
1) da ‘isonomia legal’ (“todos são iguais
perante a lei”); 2) da ‘isotimia’ (princí-
pio da representatividade: “todos têm
o direito de exercer funções públicas e
administrativas e de constituir um seu
representante ou paráclito”, como um ad-
vogado, um prefeito, um deputado, etc) e
3) da ‘isagoria’ ou ‘isegoria’ (em alusão
às ‘ágoras’, locais em que os gregos dis-
cutiam os seus problemas, coletivamen-
te, por meio da dita ‘democracia direta’,
vale dizer, “a liberdade de reunião e de
expressão, desde que não atentatórias às
leis estabelecidas”, etc., etc. Frise-se que
este direito é negado aos democratas,
pelos profitentes da ideologia marxis-
ta-leninista). Da democracia moderna
exsurgem três outras condicionantes:
1) ‘a existência de eleições’ (independen-
temente se diretas ou indiretas); 2) o ‘plu-
ralismo partidário’ (em oposição ao par-
tido único dos regimes totalitários) e 3)
a ‘rotatividade no poder’. Pois bem: o Bra-
sil, ao tempo dos governos militares, cum-
priu tais resoluções, tanto que o mencio-
nado Tribunal, à época, NÃO nos clas-
sificou como país ‘de estrutura totali-
tária’. Inegavelmente, como não pode-
ria ser de outra forma, por causa da mui
conturbada atmosfera político-social vi-
venciada, como afirmamos no início des-
ta matéria, esses governos foram auto-
ritários, de força, às vezes de exceção,
porém jamais se constituíram em uma
ditadura, como as de Cuba, Coreia do
Norte, Venezuela e outras. Os parâme-
tros técnico-jurídicos quanto a isso,
existem, pois, e sempre têm que existir,
como linhas atrás expusemos (que in-
cluem, sim, as liberdades de expressão
e de imprensa), para que não prevaleça
o subjetivismo amador, irresponsável e
inconsequente, como sói acontecer entre
nós, desafortunadamente.
O presidente americano Jimmy
Carter foi um ferrenho detrator da tese em
comento (quando veio ao Brasil da ‘dita-
dura Geisel’, recusou as galas devidas e
embarcou sozinho no automóvel do Car-
deal Evaristo Arns...). Mas, com o passar
do tempo, na presidência de Reagan, foi
mudada radicalmente aquela política e os
EUA passaram a conviver, harmonica-
mente, com países de regime autoritário.
Em conclusão e por derradeiro,
em que pese a minha pequenez jurídica,
se me perguntarem se houve golpe
em1964 e se os governos militares fo-
ram ditatoriais, ouso responder, convic-
tamente, com um rotundo NÃO!!
9
8Nº 263 - Abril/2019 10
Cel Osmar José
de Barros Ribeiro
* Coronel, Historiador Militar e Advogado msorianoneto@hotmail.com
(continua)
* Manoel Soriano Neto
“Árdua é a missão de desenvolver e defender a
Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos
antepassados em conquistá-la e mantê-la.”
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)
AMAZÔNIA – O GRANDE DESAFIO(XIX)
Aos 86 anos de idade posso declarar,
em alto e bom som, que não devo
favor a político algum. Tudo o que sou
(ou penso ser) devo ao Exército Brasilei-
ro que, desde 1950, me recebeu em seus
quadros. Nunca pedi favores e sempre
me foi cobrado estudo, responsabilida-
de, cumprimento dos deveres comuns a
todos os que se orgulham da farda.
Da mesma forma que todos os que
tiveram e tem a honra de vestir o unifor-
me militar, busquei cumprir todas as
missões recebidas da melhor forma. E
a recompensa sempre foi e sempre será
a satisfação do dever cumprido. Isso
está muito acima e além da remunera-
ção que nos cabe e da compreensão de
muitos brasileiros, políticos ou não.
Desde o final dos governos milita-
Prosseguiremos na análise do me-
gaprojeto‘Corredor Triplo A’, tam-
bém chamado de ‘ecológico’, ‘ambien-
tal’, ‘biológico mesoamericano’, ‘AAA’
ou ‘Corredor de la Anaconda’ (pois o
seu formato geográfico se assemelha
ao da enorme cobra – vide ilustração).
Em face de este projeto ser atentatório
à Soberania Nacional, como denunciou
o presidente Bolsonaro, ainda quando
candidato à presidência da República,
o Brasil desistiu de sediar, no presente
ano, a Conferência Climática das Na-
ções Unidas (COP-25, ou seja, ‘Confe-
rência das Partes - 25’), eis que o as-
sunto lá seria discutido.
O ideólogo deste nefasto empre-
endimento, que visa à internaciona-
lização e ao permanente monitoramen-
to alienígena da Pan-Amazônia, foi o
antropólogo nova-iorquino, naturali-
zado colombiano, Martin Von Hilde-
brand, tido como ‘especialista em di-
versidade biocultural’. Ele também foi
o criador, em 1990, da ONG ‘Funda-
ción Gaia Amazônia’ (FGA), sediada
na Colômbia, e se mancomunou, em
seus propósitos, com o ex-presiden-
te colombiano Juan Manuel Santos.
Na gigantesca área projetada - 200 mi-
lhões de hectares – vivem 30 milhões
de pessoas e 385 povos indígenas de
oito países sul-americanos! Diga-se
que a citada (FGA) é a filial colombia-
na da ONG britânica ‘Gaia Interna-
tional’ (ligada à realeza britânica) a
qual concebeu o ‘‘Triplo A’. Esta Orga-
nização sobrevive com doações gover-
namentais e de fundações privadas e
auxílio de alguns países. No Brasil,
fazem parte da FGA, o ‘Instituto Socio-
ambiental’ (ISA) e o ‘Instituto do Ho-
mem e do Meio Ambiente’ (Imazon),
ambos adeptos da divisão suprana-
cional da Amazônia, por meio da ação
de ongueiros nacionais e estrangei-
ros (muitos, sabidamente espiões e
predadores). Por isso, eles devem ser
observados, constantemente, ‘com lu-
pa', até por que servem aos deletérios
desígnios de cobiça, da parte de na-
ções hegemônicas, no constante uso
do ‘soft power’ – o ‘poder suave’...
Para finalizar, anote-se que o
escopo maior do Corredor em comen-
to, seria, basicamente, o de conectar
os ecossistemas e biomas andino, ama-
zônico e atlântico, abrangendo gran-
de parte de nossa Amazônia, especial-
mente todo o estado de Roraima, com
suas riquezas minerais e reservas in-
dígenas (Ianomami e Raposa Serra do
Sol, de suas ‘orelhas’). Aduza-se que
esta pobre Unidade da Federação pos-
sui cerca de 90% de seu território pra-
ticamente ‘engessado’ por uma car-
comida política ambientalista/indige-
nista, altamente prejudicial ao desen-
volvimento, restando pouca terra a
ser disponibilizada, quadro dramáti-
co que precisa ser revertido com ur-
gência!
Como arremate, assinale-se que
certa e recerta foi a decisão brasileira
em não aceitar e condenar a concre-
tização do famigerado megaprojeto
“Corredor Triplo A”! A luta continua!
Este jornal, com muita ufania,
está publicando em sua capa, a Or-
dem do Dia do Ministério da Defesa,
co-assinada pelos comandantes das
três Forças! Rendamos graças a Deus!
Ela é Histórica, após quase vinte (!)
anos de omissão - ‘silêncio obsequio-
so’ - quanto ao Movimento Cívico-
Militar de 31 de Março de 1964, quan-
do o sobredito ministério era ocupa-
do por notórias personalidades, pro-
positadamente escolhidas, em face de
seu cariz esquerdista. Incontáveis
massas críticas de militares, mormen-
te os jovens anualmente incorpora-
dos, em especial nos estabelecimen-
tos de ensino, ficaram sem saber a
posição oficial das FFAA acerca da
memorável Contrarrevolução Demo-
crática. Que isso, em anos vindou-
ros, jamais se repita! Idem, em rela-
ção à covarde e traiçoeira Intentona Co-
munista de 1935...
PROJETO TRIPLO A
SOBRE MILITARES
res, durante os quais nenhuma benesse
nos foi concedida, os militares foram
jogados na vala comum e tratados como
um traste que deveria ser colocado no
escaninho dos desimportantes, parti-
cularmente quando dos malfadados
anos petistas. Estes, na verdade, sem-
pre tentaram reduzir a importância e a
necessidade das Forças Armadas. No
entanto, sempre que precisaram, eles
as usaram.
Hoje, quando se procura corrigir
erros antigos, os políticos se insurgem.
Talvez fosse bom lembrar-lhes e aos
demais setores da sociedade que se vol-
tam contra os militares que, como bem
afirmou o ex-presidente norte-ameri-
cano Barack Obama, sem elas não exis-
tiria democracia.
Muitos analistas e comentaristas
se insurgem contra a utilização
da expressão "velha política" dado o seu
indisfarçável sentido pejorativo. Argu-
mentam que a política pode ser velha e,
ainda assim, voltada para a realização
do Bem Comum. Não deixam de ter ra-
zão, muito embora a expressão venha a
significar, hoje em dia, a crítica aos mé-
todos e processos de governo que, de
há muito tempo, vem re-
gendo os destinos do
Brasil e travando o nos-
so desenvolvimento.
Para Maquiavel,
política vem a ser a arte
de conquistar, manter
e exercer o poder, o go-
verno. E tal "arte" tem
a ver com a forma pela
qual o governo se propõe a enfrentar
toda sorte de problemas, tanto com re-
lação aos do próprio Estado quanto em
relação aos demais países. Política po-
de, ainda, ser a orientação ou o compor-
tamento governamental quanto a maté-
rias de interesse público os mais diver-
sos tais como saúde, educação, segu-
rança, finanças, etc., traçando normas
voltadas para os interesses da socieda-
de como um todo.
Sendo a política "a arte de conquis-
tar, manter e exercer o poder, o governo"
é mister, neste artigo, prestar homena-
gem a José Bonifácio de Andrada e Silva,
cognominado Patriarca da Independên-
ciaporseupapeldecisivonaIndependên-
cia do Brasil. Dele, no prefácio do livro
"O homem que inventou o Brasil – Um
retrato de José Bonifácio de Andrada e
Silva"(CapaxDei,GeraldoLuisLino,Rio
de Janeiro, 2019), diz Aldo Rebelo, ele
próprio um político e jornalista, já testado
no exercício de elevadas funções nos
Poderes Legislativo e Executivo:
Só um espírito superior arrostaria
com ambição tão grandiosa: conservar
a unidade territorial de um continente, a
América Portuguesa, em uma época de
fragmentações territoriais nos proces-
sos de descolonização; e ao mesmo tem-
A RÉGUA DO PATRIOTISMO
NA POLÍTICA
Sendo a política "a arte de conquistar, manter e
exercer o poder, o governo" é mister, neste artigo,
prestar homenagem a José Bonifácio de Andrada e
Silva, cognominado Patriarca da Independência por
seu papel decisivo na Independência do Brasil.
po instalar uma monarquia constitucio-
nal, quando o mundo festejava o ideal
republicano referenciado na mais pro-
missora das repúblicas, os Estados Uni-
dos da América. A genialidade de Boni-
fácio se afirmou na negação da cópia
dos modelos da época e na busca de um
caminho próprio, que preenchesse as
condições e as necessidades do Brasil de
seu tempo. O pensamento do Patriarca
guarda grande atua-
lidade, quando hoje,
no Brasil, direita e es-
querda nada mais fa-
zem que tentar repro-
duzir, em diferentes
planos, padrões ide-
ológicos e culturais
importados da gran-
de nação do Norte. ...
Geraldo Luis Lino presta um re-
levante serviço, ao exaltar no perfil
biográfico de José Bonifácio a sua qua-
lidade maior de patriota extremoso e
dedicado. Talvez, seja exatamente este,
o patriotismo, o sentimento mais ne-
cessário e, quem sabe, o único com ca-
pacidade de reduzir o coeficiente de
atrito entre classes, corporações e gru-
pos sociais que se agitam em busca de
objetivos próprios, desprezando os in-
teresses comuns.
Os políticos do grupo conhecido
como "Centrão" e que se aprimoram na
arte de chantagear o Poder Executivo na
busca de posições que possam ser usa-
das como moeda de troca deveriam, em
lugar do "toma lá, dá cá" da velha política
e espelhando-se no exemplo do Patriarca,
buscar a unidade do Estado, o bem-estar
e a prosperidade de todos os cidadãos, a
defesa dos direitos e o pleno exercício do
dever por todos e cada um dos brasileiros.
Ao político, independente de par-
tidos e de orientações ideológicas, cabe
pautar suas ações pelo exercício da éti-
ca da responsabilidade, sempre consi-
derando as consequências das medi-
das que esposa.
E tais medidas podem e devem ser
medidas pela régua do patriotismo.
Os políticos do grupo
conhecido como
"Centrão" se aprimoram
na arte de chantagear o
Poder Executivo na busca
de posições que possam
ser usadas como moeda
de troca.
Nº 263 - Abril/2019 11
* Ipojuca
Pontes
* Ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista
do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores
brasileiros de todos os tempos.
Bernard Shaw, dramaturgo irlandês e
amigo pessoal de Joseph Stalin, o
“Pai do Povo”, se esmerava em afirmar
que o jornalismo é “a segunda profis-
são mais antiga do mundo”, de certo mo-
do antecipando Ingmar Bergman, o ci-
neasta sueco que disse estar a ativida-
de cinematográfica (por vezes, uma for-
ma de jornalismo) inserida “no ramo da
prostituição”.
Não há dúvida: até hoje prevalece
em boa parte da mídia brasileira o exercí-
cio prático, teórico e contínuo da inex-
pugnável imprensa marrom (“imprimeur
marrom”, como são classificados os jor-
nais do gênero na França). Façamos um
breve relato de fatos em torno do assunto.
Vejam só: já no final dos anos 20, Mário
Rodrigues, pai de Nelson Rodrigues e
dono do jornal “A Crítica”, foi enquadra-
do como um iniciado na prática desse tipo
de jornalismo, depois de explorar nas pri-
meiras páginas do jornal, escandalosa-
mente, o rumoroso caso de adultério do
casal Sylvia Serafim - João Thibau. À
época, julgando-se ultrajada pela explo-
ração sensacionalista, a mulher armou-se
de um revólver e dirigiu-se à redação de
“A Crítica” para matar o seu proprietário.
Não o encontrando, matou com tiro cer-
teiro o filho de Mário, o ilustrador Roberto
Rodrigues, que tinha desenhado para o
jornal, em traços toscos, cena íntima da
mulher atracada ao seu (dela, lá) dentista.
Já Carlos Lacerda, fundador da
“Tribuna da Imprensa”, passou a cha-
mar Amaral Neto de “Amoral Nato”,
depois que o antigo companheiro de re-
dação fundou a revista “Maquis” (1957-
1962) para cortejar a imprensa marrom
com reportagens escandalosas sobre o
sórdido mundo político da época.
No universo do “beautiful people”
e do showbiz dos anos 50, por sua vez,
imperava a revista “Escândalo”, explo-
rando a vida íntima de personagens co-
mo Ilka Soares, Cauby Peixoto, Angela
Maria, Nelson Gonçalves, Tenente Ban-
deira, o deputado Barreto Pinto, Leo-
poldo Heitor, entre outros, todos trata-
dos pela revista na base do porrete, da
calúnia e da maledicência.
Há algum tempo, cerca de duas dé-
IMPRENSA MARROM, JORNALISMO VERMELHO
O jornalismo vermelho é mil vezes pior do que a prática da imprensa marrom. Do ponto de vista clínico, ele é tão degenerescente
quanto o estrôncio e mais daninho do que a dengue, a febre amarela, a zika, a chikungunya e a psicopatia, juntas.
cadas atrás, tivemos o escabroso caso da
Escola Base de São Paulo, em que a Rede
Globo foi condenada a pagar R$ 1,35
milhão por danos morais sofridos por
Icushiro Shimara, sua esposa Maria Apa-
recida e o motorista Maurício Monteiro,
tratados pela emissora como pedófilos
(tudo, sem provas ou qualquer tipo de
defesa). No noticiário, chegou-se a afir-
mar que os donos da Escola Base, além de
drogar as crianças e fotografá-las nuas,
usaram o interior de uma kombi à guisa
de motel destinado a orgias.
A Justiça, no entan-
to, considerou os indíci-
os apresentados pela
Rede Globo como falsos e
infundados. Os acusados
foram inocentados pela
unanimidade dos juízes
da 7ª Câmara de Direito
Privado de SP. Mas, a es-
sa altura, suas vidas já es-
tavam arruinadas e a Es-
cola Base destruída.
(Tratando do fenô-
meno“imprensamarrom”,
o grande cronista – nos dois sentidos da
palavra – Antonio Maria garantia que o
jornalismo pode ser uma profissão ren-
dosa, não só pelo que se publica, mas,
em especial, pelo que NÃO se publica –
e citava exemplos).
De fato, a “imprensa marrom” é
uma aberração moral, uma espécie de
câncer que deveria ser denunciada a
qualquer tempo e hora, para o bem da
existência humana na face de terra.
Mas... e quanto ao “jornalismo verme-
lho” atuando ferozmente no Brasil?
O jornalismo vermelho é mil vezes
pior do que a prática da imprensa mar-
rom. Do ponto de vista clínico, ele é tão
degenerescente quanto o estrôncio e
mais daninho do que a dengue, a febre
amarela, a zika, a chikungunya e a psico-
patia, juntas.
Como analisei em meia dúzia de
artigos, ele se manifesta como uma vi-
rose ideológica que, em vez de febre,
vômito ou diarréia, transmite mentiras,
invencionices sem o menor cabimento,
interpretações deformadas e juízos de
valor totalmente infundados ou tenden-
ciosos. Seus ativistas, agentes de uma
guerra patrocinada pelo comunismo in-
ternacional, são militantes renitentes
no ofício doentio de desinformar e con-
trainformar, aberrações catalogadas pe-
la antiga KGB soviética como armas fun-
damentais para manutenção da sabota-
gem revolucionária.
No Brasil, cujo Presidente, eleito
pelo voto de cerca de 60 milhões de leito-
res, já se declarou contra a vigência dos
socialismos de FHC, Lula e Dilma, a cava-
ção do jornalismo verme-
lho é ostensiva. Querem
uma evidência? Semana
passada, na Globo “Fake”
News, a desinformante
Eliane Cantanhêde “chu-
tou” a demissão do minis-
tro da Educação, Vélez
Rodrigues, na base do
mais cínico terror midiáti-
co, sem que tal coisa ti-
vesse ocorrido até então.
Outra evidência? O
fofoqueiroAncelmoGois,
autoproclamado “protegido” da KGB e
integrante da fanatizada tropa de choque
de“OGlobo”,diariamenteprocuradetratar
Bolsonaro e seus filhos. No domingo,
criticou o Presidente por
querer “desconstruir”
muita coisa no País.
Gois, que tem no “metade” mafio-
so Luiz Carlos Barreto um padrão de
decência, na certa ignora que o “descons-
trucionismo” é uma sandice cultivada
no seio do esquerdismo acadêmico para
tentar desestruturar, via Derrida, os va-
lores da cultura ocidental. Gois é a Juju
da fofocagem global.
Quanto a “desconstruir” os rastros
do comunismo corrupto e ateu venerados
pelos esquerdistas – bem, esta é uma
obrigação de todo cidadão que preze a
democracia e tenha condições de fazê-lo.
A propósito, só para continuar na
área da fofocagem global, Roberto Irineu
Marinho, presidente do Conselho Admi-
nistrativo de Grupo Globo, passou a usar
barba no melhor estilo Fidel Castro. Tudo,
no momento em que se fala muito na
debandada de assinantes do jornal e na
crise de faturamento da Rede Globo,
que já não recebe verbas públicas com
a mesma facilidade do passado. (Embo-
ra, segundo o jornalista Paulo Henrique
Amorim, os Marinho controlem empre-
sas as mais variadas e tenham cerca de
dois bilhões de dólares aplicados no
mercado financeiro).
PS1 – Na internet, mãe e pai da democracia digital, circula a seguinte
historieta, elucidativa: Trump, o Papa e Bolsonaro estavam num barco no meio
do lago. De repente, uma rajada de vento impulsiona o chapelete do Papa para
fora do barco e cai na água.
- Vai você, Trump! – ouve-se uma voz.
- Como?! Eu tenho câimbras!
- Tá bem, eu vou – diz Bolsonaro.
E, em seguida, anda sobre as águas, apanha o chapelete, volta ao barco e
o entrega ao Papa.
Manchete de um jornal vermelho tupiniquim, no outro dia:
BOLSONARO NÃO SABE NADAR!
PS2 – O meio artístico sempre surpreende. Um leitor me segura pelo braço
e pergunta se são verdadeiras as duras declarações de Nana Caymmi sobre as
relações orais, íntimas, de Caetano, Gil e Chico com o presidiário Lula.
Manerei. E fiz ver ao leitor que a cantora, filha do gigante Dorival, talvez
tenha usado uma figura de linguagem, no sentido em que o “baba-ovo”, por
exemplo, não passa de um bajulador contumaz.
ARMAS EM FUNERAL
GENERAL DE DIVISÃO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO
24 de dezembro de 1924 31 de março de 2019
Faleceu aos 94 anos em Fortaleza, mesma cidade onde
nasceu e viveu a maior parte de sua vida. Foi velado
com todas as honras, no comando da 10ª Região Militar,
onde foi comandante. Um verdadeiro exemplo de militar
a ser seguido, tendo se dedicado inteiramente, duran-
te toda a sua vida ao Exército Brasileiro. Aos 12 anos in-
gressou no Colégio Militar de Fortaleza (1936/39) e a
seguir na Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza.
Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras, tendo
sido declarado Aspirante a Oficial em dezembro de 1946,
na Arma de Infantaria. Possuía todos os cursos regula-
res do Exército (AMAN, EsAO, ECEME) e ainda o Curso
de Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal
(CEP) realizado em 1968 e da EsNI – Escola Nacional de
Informações (1973). Foi promovido aos postos de major,
tenente-coronel e coronel por merecimento, alcançou o
generalato como general de Brigada a 25 de março de
1978 e general de Divisão em 31 de março de 1984, sendo
transferido para a Reserva após mais de 44 anos de ser-
viço, em 04 de janeiro de 1988.
Em 1964, como major era comandante da Polícia
Militar do Piauí (1963/1967), tendo também comandado
o CPOR de Fortaleza, as Brigadas Mista de Corumbá e
Escola (Vila Militar), a 10ª e 12ª Regiões Militares, as Di-
retorias de Transporte e de Inativos e Pensionistas, as
Polícias Militares de São Paulo e do Piauí e ainda foi ins-
trutor em diversas organizações militares.
Também atuou com grande sucesso no meio civil
tendo presidido o Lar Torres de Melo, abrigo para ido-
sos criado pela sua família em Fortaleza, teve destacada
atuação como Grão Mestre da Maçonaria e empresário
vencedor. Participou e dirigiu o importante e patriótico
Grupo Guararapes, onde constantemente defendia os
maiores interesses da Pátria Brasileira. Foi Provedor da
Santa Casa de Fortaleza.
Participou da constituição de quartéis e moradias
para oficiais e praças, visando seu bem estar e propor-
cionando-lhes as melhores condições para o desempe-
nho de suas funções.
Recebeu, merecidamente, as principais condeco-
rações do Exército, das Polícias Militares e de diversas
outras instituições.
Deixa 6 filhos: Edite, Candida, Batista, Fernando,
Sandra e Lúcio, do 1º casamento com a Sra Maria do
Socorro, 13 netos e 7 bisnetos e viúva, a esposa de seu
2º casamento, Sra Maria Helena Aguiar Torres de Melo.
Abençoado e iluminado seja!
Que Deus o tenha!
A “imprensa marrom”
é uma aberração moral,
uma espécie de câncer
que deveria ser
denunciada a qualquer
tempo e hora.
* * *
Mas... e quanto ao
“jornalismo vermelho”
atuando ferozmente
no Brasil?
8Nº 263 - Abril/2019 12
* Luís Mauro
Ferreira Gomes
O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa,
Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro Efetivo do
Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
Cel José Batista
Pinheiro
Já escrevemos mais de 23 (vinte e três)
apreciações sobre o Fundo de Saúde
do Exército – FUSEX e vamos continuar
escrevendo. Até agora não obtivemos o
necessário interesse das autoridades e,
até, de muitos companheiros de classe
sobre alguns aspectos fundamentais do
funcionamento do mesmo, que poderia se
transformarnumexemplarmodelo de ges-
tão e atendimento médico-hospitalar da
classe militar. O plano pioneiro foi criado
em 1978 na plenitude dos governos mili-
tares para reforçar o orçamento dos hos-
pitais militares no atendimento ao pesso-
al da reserva, reformados e pensionistas.
Foi baixada uma portaria do Ministro do
Exército criando o fundo e estipulando
um desconto obrigatório em folha de pa-
gamento (ativa, reserva e pensionistas)
proporcional aos postos e graduações do
pessoal. O dinheiro arrecadado foi incor-
porado ao título não orçamentário, então
existente, denominado “Fundo do Exérci-
FUSEX – OS RECURSOS ESTÃO À DERIVA
to” regido pelo próprio Exército. Depois,
o plano foi aplicado às outras Forças Ar-
madas (MB e FAB).
Com a mudança da ordem adminis-
trativa no Brasil, a extinção do Ministério
doExércitotransformadoemComandodo
Exércitoeareformafinanceiranogoverno
FHC, a arrecadação descontada do bolso
do militar (dinheiro particular) foi dire-
cionada ao Tesouro Nacional transfor-
mando-se em “recurso orçamentário pú-
blico”. Atualmente, os recursos do FU-
SEX pertencem aos cofres da União
administrados pelas atuais autoridades
fazendárias, com o Brasil em ritmo de
falência financeira. O funcionamento
do FUSEX nas OMS é regido pelas IG
30-32 e outras portarias emanadas pela
atual DGP (DCIPAS).
Apenas vamos repetir, o FUSEX
está à deriva: não tem sede própria, não
tem endereço, não tem patrimônio ma-
terial, não tem direção, não tem estatu-
to e os recursos arrecadados não ren-
dem nenhum centavo no mercado fi-
nanceiro, fica tudo para o governo. Por-
tanto, o patrimônio financeiro (nosso
dinheiro descontado em folha) fica per-
tencendo à União. As autoridades da
Fazenda é quem manobram o nosso des-
conto e fazem o repasse às OMS a seu
critério. Há uma omissão geral, nenhum
órgão dos Comados
Militares ou do Minis-
tério da Fazenda pres-
tam qualquer informa-
ção sobre o emprego
desse dinheiro descon-
tado do nosso bolso, o que seria lícito e
obrigatório.
Fazemos um apelo ao Exmo. Sr. Ge-
neral de Exército Fernando Azevedo e
Silva, Ministro da Defesa, pois não es-
tamos mais com um ministro civil do Par-
tido dos Trabalhadores que ignorava de
propósito as necessidades das nossas
Forças Armadas, em nomear uma comis-
são para revisar o processo de emprego
dos recursos do FUSEX que nunca sofre-
ram um estudo de atualização nos últimos
41 anos de sua existência. É lamentável o
nosso atraso em relação aos bem sucedi-
dos planos de saúde civis, criados muitos
anos depois do nosso.
(Rio de Janeiro, 13.03.2019)
Pergunta ao ministro da Defesa:
“ PARAONDE VAI O NOSSO DINHEIRO RECOLHIDO
PELO FUSEX? Quando será regulamentado?
Não estamos mais em governos petistas!”.
Há 55 anos, as Forças Armadas brasi-
leiras, em cumprimento a seu de-
ver constitucional, atenderam ao cha-
mado da nossa sociedade, e, usando os
meios de que dispunham, garantiram o
sucesso do movimento cívico que inter-
rompeu o golpe de Estado em progresso,
praticado pelo, então, presidente da Re-
pública, o senhor João Belchior Mar-
ques Goulart, vulgo Jango, para implan-
tar, aqui, uma ditadura “sindicalista”.
Mais uma vez, fomos salvos por
nossos militares de vivermos uma trági-
ca experiência comunista, que nos cus-
taria, pelo menos, centenas de milha-
res, provavelmente, milhões de vidas
inocentes, como aconteceu na Rússia e
nos países por ela dominados sob a ban-
deira da União das Repúblicas Socialis-
tas Soviéticas, em Cuba e em todos as
nações que sucumbiram a regimes ins-
pirados nessa ideologia nefasta.
Depois de muitos anos em que os
governos petistas proibiram que fosse
comemorado esse movimento relevan-
te de nossa História, conhecido como
“Revolução de 31 de Março”, temos,
pela primeira vez, um Presidente não
contaminado ideologicamente, nem
acovardado diante do patrulhamento das
barulhentas forças de esquerda, mas que,
ao contrário, determinou ao Ministro
da Defesa que as Forças Armadas fa-
çam as "comemorações devidas" à re-
ferida Revolução de 31 de Março.
A militância de esquerda infiltrada,
profundamente, na estrutura do Estado,
pequena, mas muito atuante e sem limites,
também sem nenhum compromisso com a
verdade, desesperou-se ao ver desmoro-
nar-se o castelo de cartas que construiu
ao longo das últimas três décadas e pen-
sava ser uma fortaleza inexpugnável na
defesa da ditadura comunista, que, mais
uma vez, tentara implantar.
Como sempre, erraram. Preocupa-
ram-setantoemdesmoralizareneutralizar
as Forças Armadas, que consideravam
ser as únicas Instituições capazes de im-
pedir a marcha para o “socialismo”, que
não viram o surgimento de uma nova ge-
ração de brasileiros, entre dezessete e
quarenta anos, estudantes, empresários
e profissionais liberais, muito bem prepa-
rados, politicamente conservadores e eco-
nomicamente liberais, que rejeitaram to-
COMEMOREMOS, SIM, A REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO!
das as ideias esquerdistas, até então
disseminadas, e foram às ruas, levando
ao impeachment a presidente Dilma
Rousseff, ao fim da dinastia petista e,
finalmente, à eleição do Presidente Jair
Messias Bolsonaro.
Militantes políticos, perplexos, de
vários matizes de esquerda, que não acre-
ditavam no que viam, nem entendiam o
que estava acontecendo, perceberam que
as tão temidas Forças Armadas voltaram
à cena, não por meio de uma intervenção
militar, mas trazidas por um governo elei-
to, que confiava nelas e delas precisava.
Do desespero, partiram para uma
reação furiosa nos meios de comunica-
ção controlados por eles, contra o novo
Governo e contra todas as medidas que
pretendia adotar.
Diante da ordem para comemorar
o dia 31 de março, tentaram convencer
os brasileiros, com argumentos sim-
plistas, que omitiam todas as circuns-
tâncias envolvidas, de que, realmente,
houvera um golpe de Estado em 1964, o
que é negado por Bolsonaro e por todas
as pessoas que viveram naquela época
e não eram comunistas, terroristas, sub-
versivas, nem corruptas.
Ainda hoje, alegam que estamos
querendo “reviver o passado”, os “anos
de chumbo”, que somos “viúvos da dita-
dura”, regime que não existiu.
Conseguiram, também, que a Ad-
vocacia Geral da União, em um grave
desserviço à Nação Brasileira, entrasse
com um pedido de liminar para que fosse
proibida aquela justa comemoração.
A Juíza da 6.ª Vara da Justiça Fe-
deral em Brasília, Dr.ª Ivani Silva da
Luz, atendeu ao pedido de liminar apre-
sentado, usando, em sua sentença, to-
dos os clássicos chavões adotadas pela
militância de esquerda, quando se refe-
re ao que chamam de golpe de 1964,
deixando-nos a convicção de que é mui-
to mais uma militante política do que a
Juíza que deveria ser.
Aliminarfoicassada,eanormalida-
de, restabelecida.
Consta, ain-
da, que o Ministé-
rio Público Fede-
ral extrapolou sua
competência, para
recomendar que as
Forças Armadas
não cumprissem a
ordem presidencial
recebida. Essa re-
comendação, sim,
é absolutamente
inconstitucional e
tão absurda, que
nãopoderia sercon-
siderada coisa sé-
ria. Como incitação
à insubordinação,
deveria ser tratada
comocrime.
Alguns políticos, que dizem apoi-
ar Bolsonaro, também se manifestaram
contra as comemorações do dia 31 de
Março. Disseram que era preciso deixar
de “olhar para o retrovisor”. Ainda que
sejam “velhas raposas”, não passam de
pessoas oportunistas, mas muito ingê-
nuas, elas, sim, “olhando para o retro-
visor, pois, ainda acham que ser contra
os Militares e a Revolução de 1964 lhes
dá dividendos políticos. Os brasileiros
não estão, nem um pouco mais, preocupa-
dos com isso. Já perceberam que as ideias
de PT, PSDB e outros partidos de es-
querda menos expressivos são o verda-
deiro perigo que nos ameaça.
O Presidente Bolsonaro não deve
dar maior atenção ao que dizem esses
falsos aliados, nem ao
que vociferam os pe-
tistas, os peessedebis-
tas e seus cúmplices de
sempre ou eventuais.
NestafasedenossaHis-
tória, eles, simplesmente, falam somente
para si mesmos e para seus militantes e
seguidores tradicionais. A grande mai-
oria deles é contra tudo aquilo em que
acreditamos e jamais mudarão de posi-
ção, mas não representam nenhum pe-
rigo para nós, porquanto, embora radi-
cais, são poucos, e as políticas que pro-
põem são as mesmas que os brasileiros
rejeitaram, quando elegeram o Presi-
dente Bolsonaro. Não há ideias novas
nem inovadoras.
Fazer pequenas concessões a es-
ses agitadores, que só querem tumultu-
ar, somente serve para fortalecê-los e
nenhum benefício nos traz.
Do que, verdadeiramente, ameaça
o novo Governo, voltaremos a tratar na
quarta e última parte da série de artigos
intitulada “Caminho Acidentado, mas
certo e único”.
Em sendo assim, também nós, co-
mo muitos outros brasileiros patriotas,
podemos dizer, como o fez Roberto Ma-
rinho na abertura de seu memorável edi-
torial de 7 de outubro de 1984:
“Participamos da Revolução de
1964, identificados com os anseios na-
cionais de preservação das Instituições
democráticas, ameaçadas pela radicali-
zação ideológica, greves, desordem soci-
al e corrupção generalizada”.
Vergonhosamente, seus herdei-
ros viriam a vender a honra de quem
tudo lhes deu, em troca das migalhas
milionárias oferecidas pelos governos
da dita nova república, que quase des-
truíram o Brasil, mas, felizmente, fene-
ceram, esperamos que para sempre, sem
deixar saudade.
Como já dissemos em um artigo,
“até hoje, comem, bebem, vestem e mo-
ram, muito bem, do legado do patriarca
que agora renegam”.
Comemoremos, sim, ostensiva-
mente e sem eufemismos, a Revolução
de 31 de Março de 1964!
O nosso articulista Cel.-Av. Luís Mauro Ferreira Gomes e seu colega
de turma Brig. João Carlos Fernandes Cardoso cumprimentam o novo
Comandante da Aeronáutica, Ten.-Brig. do Ar Antonio Carlos
Moretti Bermudez, e sua esposa, durante a cerimônia de posse, na
Base Aérea de Brasília".
Inconfidência n°263
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  • 1. AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR, A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade Honras fúnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935 Gen Ex FERNANDO AZEVEDO E SILVA Ministro de Estado da Defesa ILQUES BARBOSA JUNIOR Almirante de Esquadra Comandante da Marinha Gen Ex EDSON LEAL PUJOL Comandante do Exército Ten Brig Ar ANTONIO C. M. BERMUDEZ Comandante da Aeronáutica Brasília, DF, 31 de março de 2019 Marcha da Família com Deus, pela Liberdade. Mais de 500 mil paulistanos vão às ruas para pedir a intervenção das Forças Armadas em defesa da Constituição e dos princípios democráticos. Publicado na Folha de S.Paulo, sexta-feira, 20 de março de 1964 As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sem- pre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foiumepisódiosimbólicodessaiden- tificação, dando ensejo ao cumpri- mento da Constituição Federal de 1946, quando o Congresso Nacio- nal, em 2 de abril, declarou a vacân- cia do cargo de Presidente da Re- pública e realizou, no dia 11, a elei- ção indireta do Presidente Castello Branco, que tomou posse no dia 15. Enxergar o Brasil daquela épo- ca em perspectiva histórica nos ofe- rece a oportunidade de constatar a verdade e, principalmente, de exer- citar o maior ativo humano - a capa- cidade de aprender. Desde o início da formação da nacionalidade, ainda no período co- lonial, passando pelos processos de Presidente Castello Branco independência, de afirmação da so- berania e de consolidação territorial, até a adoção do modelo republica- no, o País vivenciou, com maior ou menor nível de conflitos, evolução civilizatória que o trouxe até o alvo- recer do Século XX. O início do século passado re- presentou para a sociedade brasi- leira o despertar para os fenôme- nos da industrialização, da urbani- zação e da modernização, que havi- am produzido desequilíbrios de po- der, notadamente no continente eu- ropeu. Como resultado do impacto político, econômico e social, a humanidade se viu envolvida na Primeira Guerra Mun- dial e assistiu ao avanço de ideologias totalitárias, em ambos os extremos do espectro ideológico. Como faces de uma mes- ma moeda, tanto o co- munismo quanto o na- zifascismo passaram a constituir as principais ameaças à liberdade e à democracia. Contra esses radicalis- mos, o povo brasileiro teve que defender a democracia com seus cidadãos fardados. Em 1935, foram desarticulados os amotinados da Intentona Comunis- ta. Na Segunda Guerra Mundial, fo- ram derrotadas as forças do Eixo, com a participação da Marinha do Brasil, no patrulhamento do Atlânti- co Sul e Caribe; do Exército Brasi- leiro, com a Força Expedicionária Brasileira, nos campos de batalha da Itália; e da Força Aérea Brasi- leira, nos céus europeus. A geração que empreendeu essa defesa dos ideais de liberdade, com o sacrifício de muitos brasilei- ros, voltaria a ser testada no pós- guerra.Apolarizaçãoprovocada pe- la Guerra Fria, entre as democra- cias e o bloco comunista, afetou to- das as regiões do globo, provocando conflitos de natureza revolucioná- ria no continente americano, a par- tir da década de 1950. O 31 de março de 1964 estava inserido no ambiente da Guerra Fria, que se refletia pelo mundo e pene- trava no País. As famílias no Brasil estavam alarmadas e co- locaram-se em marcha. Dian- te de um cenário de graves convulsões, foi interrompida a escalada em direção ao to- talitarismo. As Forças Ar- madas, atendendo ao cla- mor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização da- quele processo. Em 1979, um pacto de pa- cificação foi configurado na Lei da Anistia e viabilizou a transi- ção para uma democracia que se estabeleceu definitiva e enriquecida com os apren- dizados daqueles tempos difíceis. As lições aprendidas com a História foram transformadas em ensinamentos para as novas gera- ções. Como todo processo históri- co, o período que se seguiu experi- mentou avanços. As Forças Armadas, como ins- tituições brasileiras, acompanharam essas mudanças. Em estrita obser- vância ao regramento democrático, vêm mantendo o foco na sua missão constitucional e subordinadas ao po- der constitucional, com o propósito de manter a paz e a estabilidade, para que as pessoas possam cons- truir suas vidas. Cinquenta e cinco anos passa- dos, a Marinha, o Exército e a Ae- ronáutica reconhecem o papel de- sempenhado por aqueles que, ao se depararem com os desafios própri- os da época, agiram conforme os anseios da Nação Brasileira. Mais que isso, reafirmam o compromisso com a liberdade e a democracia, pe- las quais têm lutado ao longo da História.
  • 2. atinge a massa crítica. A partir daí, a situação política se torna instável e a qualquer momento pode dar início ao que, em Física Nuclear se denomina reação em cadeia, ou em Meteorologia, descarga elétrica. Em Física, a reação em cadeia se dá pela interação entre os átomos. Na revolução, é a interação entre indivíduos nas redes sociais. Se existir doutrina, organização e estratégia, a revolução pode ser diri- gida de modo construtivo. Se não, acon- tece de qualquer jeito, às vezes como catástrofe. Pois bem: a revolução de 2018 aconteceu de qualquer jeito, porque não havia doutrina, nem organização, nem estratégia (refiro-me a estratégia revolucionária, não a marketing eleito- ral). Mas não foi catastrófica porque se canalizou pelas vias da constituição, pois o eleitorado de Bolsonaro é ordei- ro por natureza. Ao votar nele, o povo disse um sonoro NÃO à degeneração geral do País. E Bolsonaro recebeu um mandato em branco, sem definição da sua mis- são nem instruções sobre como vaicumpri- la. Para mais dificultar as coisas, ele e sua equipe juraram cum- prir a constituição de 1988. Essa é a contra- dição fundamental do novo governo. Se fi- zermos uma lista de tudo o que os eleitores rejeitam, veremos que pode ser sintetizada num só tópico: rejeita o espírito e os princí- pios da constituição de 1988, a qual é o sus- tentáculo do atual sis- tema político. E agora? Ainda é cedo pa- ra fazer extrapolações sobre o futuro do no- vo governo. Mas já dá para entender pelo me- nos o jogo de forças. Dum lado, temos a decadente oligarquia política, que ainda do- mina boa parte do po- der. Como perdedora, odeia o novo go- verno e está disposta a derrubá-lo na primeira oportunidade. Do lado oposto, temos a massa de eleitores de Bolsonaro, que continua a cobrar as ações esperadas do novo go- verno, as quais praticamente resultari- am na supressão dessa mesma oligar- quia política. É bom ter em mente que esses eleitores são a maioria do povo, e são a sua melhor parte, porque – repetin- do – são os que trabalham, estudam e sustentam o Brasil. Não se confundem com a ralé mercenária arregimentada pe- los “movimentos sociais” ou pelas máfias sindicais. É justo, portanto, chamar essa maioria simplesmente de povo, na conotação do artigo 1º, parágrafo único, da constituição em vigor: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes * A. C. Portinari Greggio * Economista "Hércules estrangula Anteu - estátua italiana da Renascença, autor desconhecido. Para entender o significado, o leitor deve ler o último parágrafo deste artigo." As eleições de 2018 foram muito além do usual rodízio de no- mes e cargos. A vitória de Bolsonaro foi uma revolução, mas parece que quase ninguém entendeu a mensagem dos eleitores. Vejamos os fa- tos. Quem ganhou a eleição presiden- cial? Foi Jair Bolsonaro, pessoa física. Ganhou e, com seu prestígio individual, arrastou ao poder novos governadores e grande número de parlamentares. Ganhou e conseguiu mudar o jogo de forças do sistema político. Sua vitória foi tão mais impressionante porque, sem partido, sem financiadores, sem equi- pe, contra todo o aparato do poder – políticos, mídia, universidades, inte- lectualha, artistas, ongues, sindicatos, professores, institutos de pesquisas, nar- cotraficantes, direituzumanos, grupos terroristas, agentes estrangeiros e trai- dores infiltrados por toda a parte – contra tudo isso, ele venceu as eleições, e só não obteve maioria mais absoluta devi- do às caixas pretas eletrônicas. Bolsonaro não é o agente causa- dor dessa revolução. Revoluções não acontecem pela ação de um indivíduo, nem sequer por causa de uma ideia. Co- mo acontecem, então? De modo pareci- do com os mecanismos econômicos do mercado. Exemplo: a gilete. A lâmina de barbear foi inventada por King C. Gil- lette em 1901. Nesse ano, vendeu cerca de 200 lâminas. Dez anos depois, a em- presa tinha fábricas no Canadá e na Europa e vendia mais de 50 milhões de lâminas por ano. Qual a razão do suces- so? A ideia? Ideias não são suficientes. Em 1901 foram registradas cerca de 30 mil patentes nos Estados Unidos. A maioria nunca saiu do papel. O elemen- to principal do sucesso foi a existência de um público consumidor de milhões de pessoas cansadas de usar navalhas ou de ir ao barbeiro. King Gillette não criou esse público. Ele já existia. Gillette percebeu a necessidade e criou a solu- ção. Sem o público, nada teria aconteci- do. Assim aconteceu com Bolsonaro. Desde 1990 ele, por convicção, mar- chou contra a maré esquerdista que de- vastava o Brasil. Defendia o Exército e o regime militar, sem vacilar nem mesmo em casos extremos como o DOI-CODI e seu comandante, o Cel Ustra. Assim militou 27 anos. Certamente não espe- rava chegar a Presidente. Contentava- se com o baixo clero do Congresso. O público da sua revolução ainda não existia. Mas o caos aumentava. Crime, cor- rupção, espertezas, ignorância, sujeira, cidades pichadas, ruas imundas, povo mal-ajambrado, vulgaridade, deprava- ção. A “cultura” – livros, teatro, cine- ma, jornais, tevê – invertia os valores e glorificava o crime, o vício, a prostitui- ção, a sujeira, a ignorância. Pederastas e anormais eram exemplos de conduta. Criminosos dominavam as ruas, prote- gidos pelo Estado. O rebotalho da soci- edade era recrutado para invadir pro- priedades, depredar prédios públicos e ocupar vias públicas. JAIR ENTRE MOURÃO E CARLOS. QUEM VAI GANHAR? Governo Bolsonaro é uma revolução inacabada, sem saída e sem volta. Foi nesse cenário que um difuso sentimento de revolta cresceu nas men- tes e nos corações da população pro- dutiva e ordeira de todo o Brasil. A oligarquia – políticos, intelectualha e a mídia a eles associada – convicta de que controlava a opinião pública, des- considerava essa revolta. Na sua arro- gância, não imaginava que o povo ti- vesse capacidade para se auto organi- zar. Para essa elite corrupta, “povo” era a massa amorfa que ela manipulava nos “movimentos sociais” ou comprava com bolsa-família. Se prestasse aten- ção nas manifestações da Direita nas ruas, teria percebido que não era esse mesmo “povo”. Era a melhor parte da nossa população – os que estudam, tra- balham e sustentam o País. Essa é a clas- se produtora, que sempre soube se auto organizar. Afinal, vivemos numa eco- nomia de mercado, um sistema maravi- lhosamente coordenado e sincroniza- do, espontaneamente criado pelos pro- dutores. A oligarquia parasitária é que se ilude com a crença de que nada pode existir sem a intervenção do Estado. Foi esse senti- mento de revolta que criou o público dese- joso de uma revolu- ção. Mas revoluções construtivas só po- dem acontecer se, além do povo, conta- rem com teoria revo- lucionária, organi- zação e estratégia. Prestem atenção na ordem desses três fa- tores. A primeira e mais importante é a teoria, a doutrina re- volucionária. Sem ela, não há como ter organização; e sem organização, nenhu- ma estratégia é pos- sível. Isso não signi- fica que, sem esses três elementos, a re- volução não possa acontecer. Ao con- trário: acontece de qualquer jeito. É fenômeno espontâ- neo, surgido da vontade popular, que não se confunde com vontades indivi- duais. E a vontade popular deriva de fatores psicossociais – ou seja, de clima de profunda insatisfação, suficiente para mobilizar a opinião pública. Peço a atenção do leitor para esses fatos. Re- voluções são fenômenos tão objetivos quanto tempestades, terremotos, eclip- ses. Nenhum partido político pode criá- las do nada. Os que tentaram, erraram e pagaram caro. As revoluções obedecem a certas leis. Tal como as tempestades ou explo- sões atômicas, podem ser previstas. Elas se formam gradativamente. A insa- tisfação se dissemina pela população e aos poucos se acumula. Mais e mais pessoas se juntam à coorte dos revolta- dos, até o ponto em que seu número eleitos ou diretamente, nos termos des- ta Constituição. Certo, a constituição limita o exer- cício direto da vontade popular. Mas o princípio da soberania popular é a base das constituições ditas democráticas. A vontade popular não pode, portanto, ser ignorada impunemente, especial- mente quando se trata de revoluções em andamento, como é o caso do Brasil. Neste ponto, podemos descrever o novo governo brasileiro em termos de Realpolitik. Bolsonaro se encontra na infeliz posição de marisco na briga en- tre o rochedo e o mar bravo. Em não havendo doutrina revolucionária, seu governo povoado de militares é uma tecnocracia competente, mas sem élan revolucionário. Cordiais, conciliadores, desfazem a imagem do militar truculento e golpista inventada pelas esquerdas. E, é claro, a oligarquia derrotada perde o medo e começa a ensaiar o mesmo jo- go de sempre, adaptado às novas con- dições. Do outro lado, nas ruas, o povo que o elegeu espera impaciente. Carlos Bolsonaro, do outro lado, é a voz da maioria, cada vez menos si- lenciosa, que elegeu seu pai. Jair, no meio, tem a contragosto sido obrigado a bancar o conciliador e a engolir sapos – exatamente como os políticos que derro- tou. Nas mais recentes aparições, nota-se que está pouco à vontade, e sem aquele falar enérgico, direto, que fez dele um ídolo popular. O novo governo atravessa uma crise de identidade, a mãe de todas as crises, como diriam os árabes. Assumiu o poder, mas ainda não decidiu o que é. De facto, é um governo revolucionário. De jure, é mais um governo gerado sob a constituição de 1988. Será possível governar sob essa constituição e ao mesmo tempo atender à vontade do povo que os elegeu? Não sei responder. Mas uma coi- sa é certa: é uma revolução. Se a vonta- de do povo se frustrar, não imaginem que este se recolherá e se conformará. O pro- cesso vai prosseguir aos trancos e bar- rancos. Os próximos anos serão tumultu- ados. Resta saber se o novo governo vai canalizar e conduzir o processo, ou vai ser soterrado pela ruptura da barragem, como aconteceu em Brumadinho. Para arrematar. As multidões cha- mavam Bolsonaro de “mito”. Se fosse o caso de levar a sério, qual seria o mito adequado? Na antiga Grécia havia um sob medida: o mito do gigante Anteu, filho da deusaGea,ouTerra.Anteuerainvencível porque jamais se cansava. Sua mãe lhe transmitia inesgotável energia pelos pés. Um dia, Hércules o desafiou. A luta se prolongou por dias. Hércules começou a fraquejar. Seria derrotado, se não tivesse uma ideia: ergueu Anteu no ar, sem permi- tir que seus pés tocassem o solo. Anteu perdeu as forças e Hércules o estrangu- lou. Essa fábula ensina uma lição que Bolsonaro deveria considerar. Tal como Anteu, ele tira sua força diretamente do povo. Se não encontra apoio no sistema político, deveria considerar as suas ba- ses, e jamais permitir que o separem delas. 8Nº 263 - Abril/2019 2
  • 3. AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR, A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL. BELO HORIZONTE, 30 DE ABRIL DE 2019 - ANO XXIV - Nº 263 Site: www.jornalinconfidencia.com.br E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br PÁGINA 9 PÁGINA 36 PÁGINA 23 O QUE HÁ DE ERRADO COM O ENEM? O PAPEL DAS MULHERES EM 1964 PÁGINA 5 25 ANOS DO LANÇAMENTO DO JORNAL INCONFIDÊNCIA Nº 01/ 94 Belo Horizonte, MG Março/ 94 PASSAGEM DE COMANDO DA 4ª REGIÃO MILITAR Na manhã de 10 de abril, o General de Divisão Altair José Polsin, ao assumir o Comando da 4ª RM recebeu os cumprimentos do General de Exército Walter Sérgio Braga Netto, Comandante Militar do Leste - Companheiros, também estamos presentes! - O Grupo Inconfidência! - Os figos estão maduros! A situação já é insuportável. Até quando, senhores, até quando devemos tolerar-vos? O que fizeste com o nosso País? Um país extenso de 5 milhões de Km², rico em recursos naturais de toda ordem; rico em sua gente simples mas trabalhadora; gente sofrida e pacien- te, iludida e chacinada por vossas pro- messas não cumpridas. O tema é Orwel- liano pois os porcos estão ricos e gor- dos e são “mais iguais que os seus iguais”. Senhores, traístes vossas pro- messas, traístes o vosso povo e traís- tes nossa Pátria. Porque fizestes isso? Não vos preocupastes com a nossa segurança - as Forças Armadas estão sucateadas e ameaçadas em sua ope- racionalidade e em sua estabilidade familiar, não vos preocupastes com a nossa justiça; ela é pesada e lenta, não vos preocupastes com a nossa honra e o nosso orgulho no concerto das Na- ções - somos tomados por bárbaros; não vos preocupastes com nossos va- lores fundamentais - educação, alimen- tação e saúde, há muito desemprego, muita fome e falência da assistência sanitária e de saúde e o Estado econo- micamente desorganizado está falido; não vos preocupastes com a integri- dade do Território Nacional - já se en- saiam os separatismos; enfim, para que vos pagamos? Porque pedistes o nosso voto? Os novos Centuriões já nos ob- servam - pois nosso organismo está doente e enfraquecido. Montam-se ba- sesmilitaresestrangeiras na nossa fron- teira. Os jornais já anunciam perigos 1º MANIFESTO DO GRUPO INCONFIDÊNCIA QUOUSQUE TANDEM...? ATÉ QUANDO...? de Golpes. O que tendes feito? Por que deixastes chegar a esta situação? O que tendes feito? Estais ricos com as burras cheias. Cuidais mais do vosso lucro de vos- so ganho que do País e do Povo a quem tudo deveis. Porque nos traístes, senhores? Profanastes o templo negociando de maneira espúria a Nação e a Pátria. Destruístes a Ordem Moral e a Or- dem Ética. Por que fizestes isso, senhores? Pedistes o nosso voto e falastes abu- sivamente em desenvolvimento e con- fiamos em vós. Não tivemos um retor- no digno. Não cumpristes o que prometestes. As nossas esperanças esvaíram-se. A Ordem Social está ameaçada - destruístes a Classe Média. Não foi para isto que vos conce- demos a nossa confiança. Fomos ven- didos por vossos interesses. Ou será que sois mesmo incompe- tentes para o trato da Coisa Pública? E logo mais voltareis a pedir mais uma vez o nosso voto e a nossa con- fiança. Vemos enojados o vosso rosto co- rado e bem nutrido, as vossas mãos bem tratadas e o cinismo do vosso riso fa- risaico. Vejam senhores, a corrupção, o rou- bo, a sonegação dos compromissos com o Estado e outros escândalos, arreben- taram os esgotos. Tudo cheira mal. Ah! Senhores, já não tendes o direi- to de pedir. Tudo é lamentável! Companheiros! Estamos presentes! Os figos estão maduros! GRUPO INCONFIDÊNCIA 60 patriotas civis e militares. SUPREMO TRIBUNAL O amigo do amigo de meu pai FEDERAL CARTA ABERTA AO GOVERNADOR ZEMA 55º ANIVERSÁRIO DA CONTRARREVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964 São Paulo Rio de JaneiroPÁGINA 14
  • 4. 8Nº 263 - Abril/2019 4 * Maria Lucia Victor Barbosa *Professora, escritora, socióloga, autora entre outros livros de "O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem", Editora Zahar e "América Latina – Em busca do Paraíso Perdido", Editora Saraiva. - mlucia@sercomtel.com.br - www.maluvibar.blogspot.com.br MARCO ANTÔNIO FELÍCIO General de Brigada - PhD em Ciência Política e Estratégia marco.felicio@yahoo.com OTempo21/04 O TIRO SAIU PELA CULATRA! “Contribuir para a defesa da Democracia e da liberdade, traduzindo um País com projeção de poder e soberano, deve ser o nosso NORTE!” Em 1830, Simón Bolívar, não o inventado por Hugo Chávez, mas o verda- deiro, chegou a certas conclusões entre elas as seguintes: 1. América Latina é para nós in- governável. 2. A única coisa a fazer na América Latina é emigrar. 3. Se acontecesse que uma parte do mundo voltasse ao caos primitivo, isso seria a última metamorfose da Amé- rica Latina. Olhando nossa situação a impres- são é a de que o Brasil vai se inserindo no pensamento de Bolívar. Vejamos porquê: Nas eleições passadas quase 58 milhõesdebrasileirosescolheramumpre- sidente como se fosse uma esperança em dias melhores, quando estaríamos livres dos males causados pelos governos pe- tistas, especialmente, a corrupção, a re- cessão, a violência, a impunidade. Os que votaram em Bolsonaro foram chamados de extrema direita, fas- cistas, nazistas, conservadores. Natu- ralmente, tais “xingamentos” não pas- savam de um falso palavreado para aba- ter o adversário. Antes da posse Bolsonaro come- çou a ser cobrado de modo nunca antes havido com relação a outros presiden- tes. Havia uma obsessão com relação a reforma da Previdência prometida por Lula, Dilma, Fernando Henrique e nun- ca realizada. É O BRASIL INGOVERNÁVEL? Logo que foi empossado o gover- no, através do ministro da Economia Pau- lo Guedes, apresentou ao Congresso um projeto de reforma da Previdência. Quan- to ao notável juiz e agora ministro da Justiça, Sérgio Moro, ofereceu aos brasi- leiros um excelente projeto anticrime. Infelizmente, no Congresso duas frentes capitaneadas pelo presidente da Câ- maratêmfreadoosim- portantes projetos. São elas a frente de derrotados dos parti- dos de esquerda e a frente dos inconfor- mados com a perda do “toma lá dá cá. Afinal, o Congresso sempre foi um balcão de ne- gócios, tendo chegan- do ao auge quando o então presidente, Lula da Silva, comprou deputados confi- gurando-se assim o escândalo do men- salão arquitetado pelo então poderoso José Dirceu. Levando-se em consideração as ex- ceções que sempre existem, os parlamen- tares tradicionalmente se dedicam a pro- jetos pessoais ou medíocres e não aos que beneficiam o Brasil. E ao perceber que a tradição deixou de existir deram o troco no Executivo. Vejamos dois exem- plos da revanche conforme mostrado pelo O Estado de S. Paulo (30/03/2019); “Orçamento impositivo – Propos- ta aprovada na Câmara engessa parte maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas atualmente passíveis de adiamento. “Medidas provisórias – Pela pro- posta. medidas perdem a validade mais rápidoeoprazoparaa Câmara e o Senado votarem separadamente é maior – hoje há um prezo único de 120 dias”. Lembro ainda, que recentemente sete minis- tros do presidente foram convidados pelo Congres- so para apresentar seus planos. O que se viu foi um espetáculo de linchamen- to verbal calcado no mes- mo ódio existente nos lin- chamentos físicos. Inclu- sive, não faltou a habitual falta de compostura da se- nadora Kátia Abreu. O Legislativo compõe com o Judi- ciário e o Executivo a tríade fundamental da democracia e, em sã consciência nin- guém está querendo o desaparecimento dos Poderes. O clamor popular quando se volta contra o Congresso quer apenas que os parlamentares legislem para Bem Comum, fim último da política; assumam um comportamento de acordo com a res- ponsabilidade de terem sido escolhidos como tomadores de decisões e deem o exemplo de competência e honestidade. Lamentavelmente, o Congresso está bem longe disso e no momento se compraz em conduz o país para a ingovernabilidade. O STF também concentra a descren- ça e a revolta popular com relação às atitudesecomportamentos,principalmen- te de certos componentes da mais alta corte da Justiça. Como disse um dos mi- nistros do Supremo, Luís Roberto Barro- so: “O STF pode perder sua legitimidade e provocar uma crise institucional se não corresponder aos anseios da sociedade”. Claramente isso já está acontecendo Quanto a imprensa deve ser livre, como é usual nas democracias, para ex- por opiniões contrárias ou favoráveis relativas a sociedade, a política e a eco- nomia. Entretanto, o que se nota é uma oposição sem tréguas ao presidente da República. Possivelmente, se ele espir- rar será duramente criticado. Lula se queixava diuturnamente e sem razão da mídia e tudo bem. Bolsonaro está sendo desconstruído. Paira no ar a palavra impeachment. Correm boatos que em abril o STF livrará Lula da cadeia. Ligando uma coisa com outra a perspec- tiva não é nada boa. Por tudo isso a ingovernabilidade avança e diante de tal situação muitos brasileiros já emigraram. A continuar des- se jeito, se uma parte do mundo voltar ao caos primitivo, isso será a última meta- morfose do Brasil. Os venezuelanos que o digam. (Escrito em 28/03) Infelizmente, no Congresso duas frentes capitaneadas pelo presidente da Câmara têm freado os importantes projetos. São elas a frente de derrotados dos partidos de esquerda e a frente dos inconformados com a perda do "toma lá dá cá”. Por longo tempo, com investigações, denúncias, julgamentos e conde- nações, inerentes ao que se chamou de “mensalão” e “petrolão”, tivemos situ- ações prenhes de corrupção e de des- vio de dinheiro público. Tais situações envolveram, principalmente, políticos e empresários, manchando os poderes da República. Surgiram, então, mossas na imagem do STF, tendo em vista a con- duta de alguns dos seus ministros, em oposição aos demais e ao sentimento de grande parcela da população no to- cante às suas decisões. As sessões do plenário, transmi- tidas ao vivo pela televisão, muito con- tribuíram para tais mossas, principal- mente, quando das agressões mútuas, de cunho moral, entre os ministros en- volvidos, com pesadas ofensas de ca- ráter. Mossas, também, quando um Juiz, que deveria se colocar como impedido, em face de seu relacionamento e/ou vínculo anterior com o réu, tornava-se partícipe ativo do julgamento e mostra- va-se benevolente para com tal réu. Tais ocorrências, sem dúvida, que- bram a ética e a liturgia inerentes à função e à conduta dos respectivos ministros, quebras inaceitáveis para aquela que se diz a Suprema Corte do País, abrindo o caminho para críticas pesadas e variadas, oriundas de versados em Direito e, tam- bém, do cidadão comum, com sentimen- tos e níveis de educação e de cultura diferenciados. Críticas que lhes per- mite a Democracia existente e a Lei que assegura a liber- dade de expressão. Para os excessos, há leis específicas. Nesse aspecto, tor- nou-se emblemático o atri- bulado impedimento de Dil- ma. No Congresso, a respec- tiva sentença proferida pelo então presidente do STF, foi motivo de contestação por parte de juristas e de decep- ção de grande parcela da po- pulação, esta abalada pela grave crise moral, ética e cívica imperante. Insegura quanto aos destinos do País, ladeira abaixo. De forma clara, viu-se favorecimento,decunhoide- ológico, à petista Dilma, manipulando-se a Lei, evitando-se que Dilma perdesse seus direitos políticos. Os demais minis- tros do STF, calados, consentiram o mal feito. A indagação e crítica geral à época, era: Onde está a segurança jurídica, tão esperada e necessária, provida pelo STF? Com o advento da legal, necessária e audaciosa operação “Lava Jato”, con- trariando interesses espúrios, privilegi- ando a Lei e tornando-se protagonista das ações, despertaram, seus integran- tes, forte apoio da população. Enfrenta- ram todos os obstáculos criados, não só daqueles que estavam na mira da opera- ção, mas, também, de muitos que deveri- am com eles cerrar fileiras. Estes, embora o sucesso alcançado pela “Lava Jato”, tentaram, e ainda o fazem, cerceá-los de diversas formas. Incluso taxando-os de inexperientes radicais no uso da Lei e de outras coisa mais. Entre os acusadores estão ministros do STF, na contramão do que pensam os brasileiros do bem, os de- negrindo em sessões plenárias e, por ve- zes, liberando os que foram presos pelos “inexperientes radicais”. Embora, não seja advogado, baseio- me,também,noqueescrevemefalamcon- ceituados juristas. Assim, sei que cabe, constitucionalmente, ao STF, como guar- dião da Lei, processar e julgar e que, para isso, tem que ouvir o Ministério Público, órgão defensor da ordem jurídica. Sei, também, que existe uma hierarquia das leis. Jamais, um regimento poderá propor algo que contrarie a lei. Como diz a Imprensa, creio que a preocupação maior, do Ministro Toffoli e seus inquéritos, é por estar citado na “Lava Jato” e ver seu nome nos jornais. Preocupação menor com as justas críti- cas, ao STF, oriundas da população, pois, com a abertura de inquérito, ile- galmente, ameaça o cidadão e amordaça a Imprensa. Tais críticas, sem dúvida, atingem a imagem do STF. Como não criticá-lo, principalmen- te, agora, após censurar à Imprensa e constranger cidadãos de bem, como o general Paulo Chagas, com imensa fo- lha de serviços prestados à Nação, tra- tado como se bandido fosse, ao sofrer buscas e apreensões, pela Polícia, em seu lar? O tiro saiu pela culatra! Lula se queixava diuturnamente e sem razão da mídia e tudo bem. Bolsonaro está sendo desconstruído. Paira no ar a palavra impeachment. Correm boatos que em abril o STF livrará Lula da cadeia. Ligando uma coisa com outra a perspectiva não é nada boa. 4
  • 5. Nº 263 - Abril/2019 5 *Aileda de Mattos Oliveira *Professora Universitária, ESG/2010, Doutora em Língua Portuguesa, ADESG 2008, Acadêmica Fundadora da Academia Brasiliera de Defesa e Membro do CEBRES e Acadêmica AHIMTB - ailedamo@gmail.com *Aristóteles Drummond * Jornalista - Vice- Presidente da ACM/RJ aristotelesdrummond@mls.com.br www.aristotelesdrummond.com.br Quando, nos textos, falo em “ali- cerces da educação”, não estou fazendo retórica para tornar o artigo mais estético; falo em “alicerces” no sentido literal, fundamentos que sus- tentam o planejamento educacional: objetivos, filosofia de trabalho, currí- culos dos diversos níveis de aprendiza- do rigorosamente observados, tempo, horário, recursos didático-pedagógi- cos, livros didáticos, qualificação de professores e, por fim, alunos. Esses elos não podem ficar soltos, mas, sim, comporem uma formação em cadeia que chegue ao polo oposto, ao alvo da Educação, ao final da linha, ao ALU- NO, de maneira eficaz. Não há outro jeito, senão reerguer novamente as bases que o PT destruiu, intencionalmente, para que crianças e adolescentes se tornassem produtos primários de uma estupenda manipu- lação ideológica. Não há como remen- dar a Educação no estado em que se encontra. Temos que refazê-la. Os que estão do lado de fora do magistério só veem as consequências desse estrago, nas cenas de alunos agre- dindo professores, de erotismo em salas de aula, e acreditam que, sim- plesmente, poderão reverter a situa- ção caótica, a partir da reintegração des- ses alunos ao meio social. Mas como fazer isso, se é pela Educação que se consegue esse milagre? Permanece- mos, então, num círculo vicioso. Essa experiência somente é posi- tiva, quando as escolas passam a ser MAS, QUEM SE IMPORTA? Aos Professores preocupados com a leitura, em benefício do próprio desenvolvimento cognitivo para melhor serem transmissores de conhecimentos aos seus alunos, cumprimento-os. Aos Professores, que além do apreço aos livros mantêm o comportamento adequado a um docente, tanto na linguagem quanto na postura, continuem firmes, pois a Educação brasileira precisa de pessoas comprometidas como vocês para tirá-la do vazio programático em que se encontra. Portanto, este texto não lhes é dirigido, mas somente àqueles que fizeram da Educação uma instituição sem prioridade, tanto que qualquer um pode ser ministro da pasta. É lamentável que não se encontre um sério especialista da área. Omovimento de 64 tem sido debati- do pela sociedade bra- sileira, agora com mais liberdade e me- nos patrulhamento. Tanto que o docu- mentário do Brasil Paralelo “1964 O Brasil entre Armas e livros” contou com centenas de milhares de assistentes, nos cinemas e no seu site, logo nos pri- meiros dias. Muita coisa foi revelada, lembra- da e registrada com fontes e materiais sólidos. Os contrários, até aqui, têm se limitado a registrar a ação da repressão, que respondia ao terrorismo com vigor. Claro que não SE costuma lembrar que o Brasil era a 46ª economia mundial e 21 anos depois era a 8ª. Vivi intensamente aqueles anos, jovem jornalista em O Jornal, que era o órgão líder dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Fundei e dirigi o movimento da juventude que atuou no Rio, Minas e São Paulo, o Grupo de Ação Patriótica, cujo papel está regis- trado em muitos livros sobre o polêmi- co movimento. Nos 50 anos de 64, pu- O PAPEL DAS MULHERES EM 1964 bliquei, pela Resistên- cia Cultural, o livro Um Caldeirão Chamado 1964. Tenho notado, no entanto, uma certa la- cuna no importante, e diria até decisivo, papel da mulher brasileira na mobilização das forças vivas da sociedade no sentido de pressionar os militares para a inevitá- vel intervenção, dada a gravidade e os riscos que o país corria naqueles dias. Foram as mulheres que se orga- nizaram, a começar pelo Rio, com a Campanha da Mulher Pela Democracia (CAMDE), liderada por uma dona de casa de classe média, Amélia Molina Bastos, que, depois de o movimento sair vitorioso, retornou a sua vida fa- miliar. Tinha ao seu lado outras bravas senhoras, como D. Eudoxia Ribeiro Dantas. Em São Paulo, a decisiva Mar- cha da Família com Deus Pela Liberda- de, que reuniu quase dois milhões de brasileiros nas ruas, foi comandada pes- soalmente pela sra. Leonor Mendes de Barros, mulher do governador, por três vezes, Adhemar de Barros, e um dos ar- tífices do movimento. E teve a seu lado mulheres admiráveis, como Maria Pa- checo e Chaves, Maria Mesquita Mota e Silva e a vereadora Dulce Sales, entre outras. A representação política das mu- lheres era expressiva e majoritariamen- te favorável ao movimento, como os casos das cariocas Sandra Cavalcanti e Ligia Lessa Bastos. Em fevereiro, as mulheres mineiras já haviam pro- movido uma manifestação em Belo Ho- rizonte, que redundou no impedimen- to de um comício do então deputado Leonel Brizola. A cortina de silêncio que procura deixar o movimento somente alvo de críticas, e todas na mesma direção, im- pede que se recorde que foi no período que o Brasil teve uma primeira mulher no Senado, Eunice Michiles (ARENA- Amazonas), e a primeira ministra de Es- tado, Ester de Figueiredo Ferraz, da Educação, com o presidente João Fi- gueiredo. Por último – mas não menos im- portante, sem dúvida –, a eleição do pre- sidente Bolsonaro teve acolhida no elei- torado feminino, sensibilizado por sua defesa da família e dos princípios cris- tãos. Não há como se negar fatos! Que notas são estas? Que notas são estas? 1969 2018 A ministra Esther de Figueiredo Ferraz em audiência com o presidente João Figueiredo. militarizadas, entregues à direção da Polícia Militar, por já terem os seus in- tegrantes, por formação, um planeja- mento disciplinar tanto comportamental quanto curricular, aos quais diretor, professores e alunos devem-se enqua- drar. Temos que entender, reitero, que o planejamento educacional tem como OBJETO o ALUNO, meta a ser atingi- da, para que, a partir dos conhecimen- tos recebidos, torne-se SUJEITO na sociedade, um SER pensante, respon- sável, com personalidade, cônscio de seus deveres para ocupar o seu espaço no mercado de trabalho, com consci- ência do que sabe fazer e consciência de fazer bem o que sabe fazer. Por essa razão, não deve a políti- ca partidária introduzir-se no âmbito da Educação e transformar diretores, pro- fessores e alunos em instrumentos de satisfação pessoal e das ambições de poder do mandatário do momento, que faz refletir na Educação a inutilidade dos livros e a satisfação em viver na ignorância (Lula); que faz a Educação espelhar-se no seu raciocínio alógico, como reprodução de um pensamento irracional (Dilma). Não se constrói uma casa pela cumeeira, mas pela sapata. Assim é a Educação. Portanto, não podemos, sim- plificar a situação e enchermos as salas de aparelhos de ar condicionado e de computadores, construir novas esco- las e recheá-las de quadras de esportes, para atrair o aluno ao lazer e não aos estudos, se não, simultaneamente, ar- regaçarmos as mangas para um sério trabalho de base. Se quisermos alunos atentos, qualifiquemos os professores; hoje, copiadores dos textos do Google, esquecendo-se dos direitos autorais a que têm direito, aqueles que elabora- ram os trabalhos copiados; hoje, co- metendo os mesmos erros gramaticais praticados pelos alunos, oralmente e na escrita; hoje, sentados em cima da me- sa, achando que, fazendo o que eles fa- zem, conquistam as suas graças. Qualquer que seja o ministro do momento, não pense que somente cur- sos técnicos estão em consonância com as necessidades atuais. Um grande téc- nico que não sabe redigir um manual de um aparelho, como costuma acontecer; que não sabe transmitir o que diz ter aprendido, não resolverá a questão do desenvolvimento de que tanto precisa o país. Há que ter, paralelamente, disci- plinas humanísticas; há que ter o ensi- no da língua e de interpretação, por- que o ser humano não pode continuar um mero autômato na atual visão de ‘modernidade’. O pragmatismo que vi- sa somente ao lucro material substi- tuiu nessa nossa ‘civilização’ o conhe- cimento, que constrói para a vida do espírito o acervo cultural que abrirá as portas do mundo. Mas, quem se importa com isso? Tenho notado, no entanto, uma certa lacuna no importante, e diria até decisivo, papel da mulher brasileira na mobilização das forças vivas da sociedade no sentido de pressionar os militares para a inevitável intervenção, dada a gravidade e os riscos que o país corria naqueles dias. 5
  • 6. 8Nº 263 - Abril/2019 6 “Conspira contra sua própria grandeza, o povo que não cultiva seus feitos heróicos” FEB - FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA *Marcos Moretzsohn Renault Coelho * Presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional BH - Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - Sócio Correspondente do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil - Pesquisador Associado ao CEPHiMEx 6 Visite o Museu da FEB Aberto ao público de 2ª a 6ª feira de 09:30 às 16:30 h. Sábado / Domingo de 09:30 às 13:00 h. Belo Horizonte - Rua Tupis, 723 - Centro Agendamos visitas e palestras somente no Museu. Tel. (31) 3224-9891 Juiz de Fora - Rua Howian, 40 - Centro São João Del Rei - Área do Círculo Militar - Centro PRESTIGIE NOSSOS VETERANOS COM A SUA VISITA www.anvfeb.com.br O SERVIÇO POSTAL DA FEB OServiço Postal a FEB foi criado em 26 de abril de 1944, três meses antes do embarque da tropa para o T.O. da Itália, através do Decreto-Lei nº 6.438. Foi regulamentado pela Portaria nº 6.413, do mesmo mês e ano. Seguiu o padrão norte-americano e aproveitou a expertise de mais de cem anos de bons serviços do Departamento de Correios e Telégrafos – DCT. Tinha o objetivo de manter a comunicação entre os integrantes da Força Expedicionária Brasileira, já front da Itália, e a mãe Pátria, mantendo alto o moral da tropa através do envio e recebimento de cartas, cartões pos- tais, pacotes de encomendas, jornais e telegramas. A sua estrutura física era assim formada: Correio Coletor Sul => Sediado no Rio de Janeiro, DF, era encarregado da censura e tráfego de correspondências dos estados do centro e do sul do Brasil. Correio Coletor Norte => Sediado em Na- tal, RGN, era encarregado da censura e tráfego de corres- pondências dos estados do norte e nordeste do Brasil. Correio Regulador => Inicialmente sediado na cidade de Nápoles e posteriormente trans- ferido para Livorno, era encarregado da censura e da distribuição das correspondências para os soldados brasileiros em solo italiano. Estação Postal da 1ª DIE => Responsável pelo recebimento, conferência, protocolo, separação e distribuição junto ao QG da Divisão. Estação Postal de Staffoli => Responsável pelo recebimento, conferên- cia, protocolo, separação e distribuição junto ao Depósito de Pessoal e órgãos não divisionários da FEB. As cartas demoravam de 8 a 15 dias, em média, desde a sua postagem até o destino final. Muitas vezes esse tempo era excedido em decorrência da ação dos cen- sores e da perda de tempo na separação das cartas que, desobedeciam às instruções previamente dadas no sentido de se padro- nizar o preenchimento dos envelopes. O aproveitamento do navio que transportou o 5º e último Escalão da FEB para levar os malotes postais, também causou atrasos na recepção das correspondências. As encomendas pessoais (agasa- lhos, utensílios, alimentos e lembranças em geral) eram acondicionadas em caixas de madeiras de dimensões pré-estabelecidas. O tempo médio para entrega dos volumes podia variar entre 15 dias, até 3 meses. 38 mil exemplares do jornal “O Globo Expedi- cionário” e mais de 22 mil do “Boletim da LBA” foram transportados como “encomendas”. O serviço de transmissão de mensagens tele- gráficas (via rádio) só teve início a partir de setembro de 1944. Foi operado pela RCA Communication Inc., e mais tarde também pela Cableand Wireless Limited. Os textos dessas mensagens eram construídos com no máximo 3 fra- ses fixas e previamente autoriza- das, como as vemos a seguir: (46) Todos bem em casa., (61) Mais do que nunca estás agora em meu pensamento. e, (135) Muito feliz em saber de ti meu amor. Os soldados brasileiros tinham ao todo 142 mensagens prontas e aprovadas para serem utilizadas em seus telegramas. O envio de cartas e encomendas era completa- mente gratuito. Foi estipulado um valor simbólico apenas para a cobrança das mensagens telegráficas. No intuito de impedir a difusão de notícias que pudessem prejudicar o estado moral da tropa, as opera- ções de guerra e a segurança nacional, todas as corres- pondências (exceto as oficiais e as enviadas por gene- rais) passavam por uma rígida equipe de censores civis e militares que eliminavam informações sobre operações militares, movimentação de tropas do país ou de aliados, aeronáutica, navios e informações de navegação, con- dições meteorológicas, fortificações e defesa da cos- ta e dados sobre a produção industrial do país. Desde a sua criação, até o retorno do último esca- lão da FEB, o Serviço Postal contabilizou os seguintes resultados: Cartas recebidas da Itália: 1.372.910 Cartas enviadas para a Itália: 1.135.197 Tráfego total de cartas: 2.508.087, per- fazendo uma média de 7.600 unidades por dia e 100,32 por expedicionário. Telegramas recebidos/expedidos pelo Correio Regulador (Itália): 196.338 Número de encomendas recebidas na Itália: 57.392 Número de encomendas enviadas para o Brasil: 29.414 Número de encomendas enviadas pela LBA: 18.045 Os expressivos números acima evi- denciam o excelente trabalho realizado pelo Serviço Postal da FEB, mantendo os nos- sos soldados e suas respectivas famílias in- formadas de notícias que abrandavam a du- reza da guerra e diminuíam a distância entre entes queridos.
  • 7. Nº 263 - Abril/2019 7 P T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I S QUE PARTIDO É ESSE? PT - O PARTIDO MAIS CORRUPTO E MENTIROSO DA HISTÓRIA UNIVERSAL 7 JPC Notícias CONTRA ESSES FATOS NÃO EXISTEM ARGUMENTOS A BOA E A MÁ NOTÍCIA ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS PORQUE A REDE GLOBO QUER DERRUBAR O GOVERNO JAIR BOLSONARO: DOSCINCOSÓRESTAUMA:AGRANDEMENTIROSA Eu fui a primeira mulher a governar o Bra- sil. MENTIRA: foi a Princesa Isabel, quan- do D. Pedro II se ausentou, na ida para a Eu- ropa. Eu ordenei a compra da refinaria de Pa- sadena por mais de U$ 1 bilhão. e desconhecia que um ano antes ela tinha custado U$ 400 milhões. MENTIRA. E essa super- avaliação foi para aonde? Eu disse que a situação econômica do Bra- sil estava muito boa. MENTIRA. A verdade é que houve omissão, através das pedaladas fiscais. Eu nunca recebi caixa 2 para as minhas campanhas à presidência da República. MEN- TIRA. O super-ministro Antônio Palocci, coordenador da sua campanha eleitoral, afir- mou que ela recebeu milhões de reais das empreiteirasenvolvidascomamegacorrupção apurada na Operação Lava-Jato. ESQUECERAM DE MIM NÚMERO DOIS - O FILME Não se trata do filme que foi um sucesso nas bilheterias, mas de dois figuraços que ainda devem muito à Justiça brasileira, e já deveriam estar presos: 1 - A ex- presidente Dilma Rousseff que na época do Governo Lula , autorizou a compra superfaturada por U$360.000.000 (trezentos e sessenta milhões de dólares) da Refinaria de Pasadena, conhecida como a "Ferruginha". Um ano antes, ela tinha sido adquirida por U$42.500.000 (quarenta e dois milhões e quinhentos mil dólares) pela belga Astra Oil. Isso sem falar nos U$150.000.000 (cento e cinquenta milhões de dólares) que o empresário Joesley Batista, do frigorífico J&B , depositou no exterior, para comprar apoio de aliados e financiar a campanha dela para a presidência da República, em 2010, segundo a delação premiada do ex-super ministro Antônio Palocci (coordenador da sua campanha). 2 - O ex- senador Lindberg Farias que rapinou os cofres públicos do município de Nova Iguaçu, quando era prefeito. Esses corruptos acima destruíram o Estado do Rio de Janeiro, que tem o recorde nacional de prisão de ex-governadores (Cabral, Pezão, Garotinho, Rosinha e Moreira Franco). Porque deve 2,4 bilhões ao INSS e nestegoverno,terá que pagar; Porque deve 2,1 bilhões para a Receita Federal e neste governo, terá que pagar; Porque deve 760 milhões de ICMS e neste governo, terá que pagar! Você consegue compreender o desespero dos Diretores, “jornalis- tas”, “apresentadores” e “artistas” da Rede Globo ao atacar Jair Bolsonaro constantemente? Na década de 60 durante o regime militar eu lutei para implantar de novo a democracia. MENTIRA. Ela pegou em armas para que o Brasil se tornasse uma ditadura sindicalista e comunista, nos moldes de Cuba, da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e da China. Eu fui muito honesta durante a minha gestão na presidência da República? MENTI- RA. Na realidade ela deixou o PT e seus aliados cometerem a maior corrupção do mundo. Eu sofri impeachment injustamente. MEN- TIRA. Além disso o ministro do STF rasgou a Constituição Federal, impedindo a cassação de seus direitos políticos, por improbidade ad- ministrativa e corrupção. Eu estou percorrendo o mundo inteiro di- zendo que eu sofri um golpe de estado? MEN- TIRA. Tenha dignidade e fale a verdade sobre o que realmente aconteceu! SE A LAVA JATO PRENDER A DILMA, PODE PEDIR MÚSICA PARA O MINISTRO DA JUSTIÇA SERGIO MORO Pode e deve ser “fake news”, mas não deixa de ser verda- de. Além de ser o presidente mais corruPTo da história universal, também é o maior mentiroso e traidor da Pátria amada Brasil !!!
  • 8. 8Nº 263 - Abril/2019 8 * Luiz Felipe Schittini * TEN CEL PMERJ Instrutor de Deontologia, Chefia Militar, Gestão do EM e Trabalho de Comando das Academia de Polícia Militar D.João VI e Escola Superior da PMERJ no período de 2000 à 2012. E-mail: fschittini@gmail.com No dia 7 de abril de 2011 um ex-aluno adentrou na Escola Municipal Tas- so da Silveira, no bairro de Realengo, situado na zona oeste da cida- de do Rio de Janeiro, armado com 2 revól- veres e matou 12 alunos e feriu 13. Passa- dos quase 8 anos a tragédia novamente se repete no dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Prof. Raul Brasil, na cida- de de Suzano- SP, onde 2 alunos invadem a escola, matando 8 discentes, 1 profes- sora e 1 inspetora. No dia seguinte, um adolescente esfaqueou outro no CIEP Sér- gio Carvalho, no bairro de Campo Grande, na cidade do Rio de Janeiro. Em 15 de março de 2019 há duas notícias falsas: um atentado no CIEP Asp. Francisco Mega, em Magalhães Bastos - RJ e outro no Centro Universitário de Barra-Mansa-RJ. Vários especialistas na área edu- cacional foram ouvidos e elencaram as causas da exacerbação da violência nas escolas brasileiras: 1º ) A desestruturação das famílias. 2° ) As faltas de diálogo, atenção e amor dos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes. 3° ) A ausência de limites que de- vem ser dados aos jovens. 4° ) O desconhecimento total do significado das palavras respeito ao se- melhante, cordialidade, amizade, com- preensão e empatia( colocar-se no lu- gar do outro. E se fosse comigo, como procederia diante da situação?). 5º) Excesso do uso da internet por parte de menores que encontram eco no narcisismo, ódio, intolerância , fabrica- ção de artefatos explosivos, compras de armas e drogas. Estudos recentes corro- boram que são mais acessadas assuntos relacionados à mutilações, confecção de A ESCOLA É O REFLEXO DA SOCIEDADE Conversem muito com os seus filhos e os orientem, senão outros o farão de uma maneira maléfica Surpreendeu-me a leitura de ótimo livro, “CRIME.GOV” escrito por dois delegados da Polícia Federal, Jorge Pon- tes e Márcio Anselmo, muito bem prefaciado pelo ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Aqui estou neste artigo para apenas dizer que o reputo como leitura obrigatória para os que se interessam pelos ru- mos da justiça, das investigações processuais e consequên- cias penais do crime institucionalizado, aquele patrocinado por políticas e políticos infames. Crimes que sempre exis- tiram depredaram a Petrobras e ampliaram-se criminosa- mente pelo conluio entre e com as maiores empresas nacio- nais, privadas e estatais, prestadoras de serviços e de obras públicas. Como bem disse o ministro Barroso no Prefácio, o li- vro serve como didático curso intensivo sobre o funciona- mento da criminalidade política no Brasil. Mostra como o dinheiro público alimenta a estrutura de corrupção, enri- quecendo criminosos, aumentando lucros das empresas e fi- nanciando campanhas eleitorais. A leitura torna claro estar na base de crimes comuns e institucionalizados a existência de pérfido vetor prepon- derante - a perpetuação no poder legislativo, fazendo as leis, os que delas se beneficiam para a prática de crimes. Grandes os obstáculos encontra a Polícia Federal no combate aos cri- mes. Um deles foi a nomeação de Fernando Segovia para diretor da própria Polícia Federal por Temer, presidente da República, envolvido em vários in- quéritos, particularmente o dos portos. Evidente busca de proteção funcio- nal, que não tardou na tentativa de desfigurar-se a captura da conhecida mala * Rodolpho Heggendorn Donner CRIME INSTITUCIONALIZADO Crimes que sempre existiram depredaram a Petrobras e ampliaram-se criminosamente pelo conluio entre e com as maiores empresas nacionais, privadas e estatais, prestadoras de serviços e de obras públicas. explosivos, suicídios, jogos de desafios à vida, perigosos e terrorismo. 6º) Acessos indiscriminados a jo- gos de videogames cada vez mais violen- tos, em que matar alguém, ganha bônus. 7º ) Um individualismo cada vez mais crescente na sociedade. Poucos que- rem compartilhar os acontecimentos bons e ruins. A infeliz frase: " É preciso levar vantagem em tudo " numa sociedade do- ente sob o ponto de vista moral predomi- na. Pouquíssimas pessoas apresentam o espírito altruísta e o egoísmo predomina. 8º ) Excessos de bullying nas salas de aulas, no recreio e fora delas. As víti- mas são submetidas à uma carga de cha- cotas,injúrias,calúniasedifamações,qua- se que diuturnamente. E a maior parte ocorre nas redes sociais. Vivemos numa sociedade em que as crianças logo ao nascerem recebem dos pais IPhone, laptop, tablet que se tornam verdadeiras babás eletrônicas. O diálogo saudável entre pais e filhos está pouco a pouco se esvaindo. Na hora do recreio não há mais brincadeiras de pular corda, amarelinha, queimada e esconde- escon- de como outrora. As crianças e adoles- centes ficam isolados, centrados, fixado nos celulares, alheias à realidade, perdi- das e quando não, reunidas em grupinhos ,parabulircomumavítimapre-escolhida, já dentro das salas de aulas. E ao chegarem no período da matu- ridade ficam sem conteúdo, se informan- do superficialmente por WhatsApp, Fa- cebook e Memes. Apresentam dificulda- des em compartilhar experiências, pen- samentos e opiniões, não estando mais acostumados às atividades de grupos como ouvir e dar opiniões. Chega-se à conclusão de que a fal- ta de autoridade e de educação são os grandes geradores da violência. O bra- sileiro tem muito medo de exercer a au- toridade e para organizar uma sociedade tem que haver a mesma. No nosso país ela é confundida como autoritarismo. O Brasil está bastante desorganizado por causa desse receio por parte dos gover- nantes, pais, professores e da própria polícia. As crianças são criadas como pudessem fazer tudo e hoje é difícil ver um pai ou uma mãe dando limites, ensi- nando os filhos a respeitarem o próxi- mo, inclusive os seus professores. Há casos de docentes sofrerem agressões psicológicas e físicas por parte de alu- nos. Sei de um caso em que o professor apreendeu um celular de um discente que estava atrapalhando a aula e de- pois respondeu por um inquérito poli- cial referente à constrangimento de me- nor. Essa falta de limites está criando gerações que acham que podem tudo, praticantes de vandalismos e sem ne- nhum senso de cidadania. Pitágoras afirmou há mais de 2.000 anos: "Eduquem as crianças e não será necessário punir os homens". Sábias também foram as palavras do monge beneditino Dom Lourenço de Almeida Prado, OSB- RJ, numa reunião com pais de alunos no Colégio São Bento, na década de 70: " É preciso ter a coragem de não ir na onda (da moda, do consu- mismo desenfreado, dos maus exem- plos de falsos ídolos, das extravagânci- as, de modelos preconizados pela mídia televisiva). Conversem muito com os seus filhos e os orientem, senão outros o farão de uma maneira maléfica'. O maior desafio do Presidente Bol- sonaro será de reorganizar a sociedade brasileira, semi- destruída por gover- nantes sem caráter, princípios morais e corruptos. Só será conseguido pela Edu- cação baseada em princípios morais, éticos e religiosos. contendo a propina de 500 mil destinada a Temer, transportada pelo depu- tado Loures, hoje preso. Prejudiciais à ação da justiça são os vazamentos. Um bom exemplo bem detalhado foi o planejamento e consequente pedido de prisão de Fernando Sarney, sua mulher, Teresa Murad, e outros investigados, com pedidos de busca e apreensão. Encastelados na casa do pai, não foi difícil obter um ha- beas corpus, com óbvia ajuda do ex-presidente. Interessantes também as análises de aparentemen- te inocentes declarações, como a do então ministro Car- los Marum, dizendo estar o país fazendo opção pelo com- bate à corrupção em lugar de combater bandidos. Nada menos do que tentativa de afastar a Polícia Federal do en- calço de políticos suspeitos de corrupção. Muito importante saber que para o Estado de direi- to o perigo não está no ato criminoso em si, mas na pos- sibilidade que o crime institucional tem ao seu alcance, diante do poderio financeiro que influencia a vida co- mum, a justiça e a administração pública em geral. Daí a importância do relato oferecido pelos autores. Em tempo: Livro emprestado. Não conheço pes- soalmente os autores e nem tenho qualquer relação de amizade ou interesse comercial com eles e a editora. Sei apenas que hoje pertencem à equipe de trabalho do ministro SÉRGIO MORO. Minha certeza é a de que conhecer os fatos narrados no livro sobre os crimes institucionais é de interesse dos que se preocupam pelos rumos do nosso país. É o caso do que se publica no jornal Inconfidência. 8 * Coronel - Psicólogo
  • 9. Nº 263 - Abril/2019 9 *Rayanne Gabrielle da Silva * Especialista em História Militar, licenciada em História, graduanda em Administração e professora da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte. Nos últimos dias, o Governo Federal anunciou a criação de uma comissão verificadora do tom usado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para elaborar as questões a serem respondi- das por milhões de estudantes nas pro- vas de novembro. O motivo? Minimizar, senão extinguir, a influência da ideologia esquerdizante presente no certame. Tal verificação por parte do atual governo não deveria surpreender, pois se trata do cumprimento de uma das várias promessas de campanha feitas pelo pre- sidente Bolsonaro em prol do rechaço do domínio da esquerda no âmbito educacio- nal. Como também se era de esperar, as rea- ções foram das mais controversas, com as críticas nada construtivas por parte da opo- sição ao acusar o Planalto de censura. Porém, o que há de errado com o ENEM? Pior: o governo age corretamente ao dar uma “espiadinha” na prova antes de ela ser impressa e distribuída para re- solução? Em primeiro lugar, não há nada de errado com a prova, mas sim de equivoca- O QUE HÁ DE ERRADO COM O ENEM? Um alerta: é preciso minimizar o esquerdismo da prova sem ampliar o direitismo. Ou a atual gestão se tornará aquilo, sob outra roupagem, que tanto condenou. Se há uma citação sobre Karl Marx, por que não falar de Raymond Aron, sociólogo francês crítico ao comunismo? A finalidade des- tas breves consi- derações é a de acres- centar alguns insu- mos acerca da não caracterização do Mo- vimento Cívico-Militar, deflagrado em Mi- nas Gerais, em 1964, como golpe ou pos- terior ditadura (‘militar’ ou ‘civil-militar’, que levou o País aos ‘anos de chumbo’), sendo certo que o assunto é polêmico. O nosso presidente Jair Bolsonaro vem, a esse respeito, assinalando, de há muito, notáveis aspectos, máxime os ati- nentes ao campo político-ideológico. Dentre outros, destaco quatro deles: 1) o Congresso, na madrugada de 2 de abril de 1964, em sessão secreta, depôs o se- nhor João Goulart, da presidência do Bra- sil, eis que o presidente do Congresso Na- cional, senador Auro de Moura Andra- de, em face da ausência do presidente, proclamou a vacância do cargo. O presi- dente da Câmara dos Deputados, depu- tado Ranieri Mazzili, ’ipso facto’, segun- do preceitos constitucionais, assumiu a curul presidencial. Diga-se que o Con- gresso, por meio de decreto, anulou, em 2013, “de modo infantil”, como decla- rou o então deputado Bolsonaro, a dita sessão (presidida por Renan Calheiros!!!), em um canhestro e ideológico revisionis- mo histórico. Ora: a História não pode ser modificada/manipulada ao sabor dos tem- pos e ao capricho de alguns (à ocasião, dis- se Bolsonaro: “Lenin apagava fotos. O Congresso hoje em dia apaga fatos”...); 2) em 11 de abril, também como previa a Constituição de 1946, o Parlamento ele- geu o marechal Castello Branco, inclusi- ve com os votos de Juscelino Kubits- chek e Ulisses Guimarães; 3) Castello Branco tomou posse em 15 de abril - e não em 31 de março, como muitos pensam - recebendo a presidência, do deputado Ranieri Mazzili (governou de 2 a 15 de abril), tudo, repita-se, segundo regras cons- titucionais vigentes; 4) outrossim, o presidente assinala que ‘toda a Impren- sa queria que João Goulart saísse, exce- to o “Última Hora”. De fato, basta que compulsemos os jornalões da grande imprensa de então e as mais famosas revistas - ‘O Cruzeiro’, ‘Manchete’ e ‘Fa- tos e Fotos’ -, para evidenciarmos o re- púdio da Nação ao governicho de Gou- lart. Idem, quanto à Igreja Católica (a CNBB, a ‘Ação Católica’, etc); entida- des como a OAB e outras; as classes pro- dutoras/empresariais; a maioria dos par- A CONTRARREVOLUÇÃO DE 1964: GOLPE? DITADURA? * Manoel Soriano Neto do. Por ser um exame que preza pela multi- disciplinaridade entre as áreas de co- nhecimento e pela pluralidade de ideias, o ENEM deveria abarcar uma gama equi- librada de autores contrários à esquerda, apresentando aos candidatos a variedade de opiniões e ideias inerentes ao proces- so de aprendizagem. Se há uma citação sobre Karl Marx, por que não falar de Raymond Aron, sociólogo francês crítico ao comunismo? Em segundo, não vejo problema em o chefe do Exe- cutivo Federal ter acesso à prova, apesar de essa pos- tura levar à visão de censu- ra. Contudo, eliminar ques- tões acusadas de serem de esquerda não resolverá o impasse, cuja resolução tor- na-se bem simples pelo o que já foi ex- posto. A prova precisa ser equilibrada, assim como precisa ser debatido, nas sa- las de aula de todo o país, visões distin- tas de pensamento, algo que, infelizmen- te, não ocorre. Por fim, a própria esquerda, inde- pendentemente de partido, se contradiz ao perceber os ventos da mudança so- bre o exame. Ao falar sobre diversidade de ideias, discorda, até mesmo ignora, direitistas e centristas, como se em nada eles contribuíssem para o conhecimento. A intolerância começa nas universida- des, mais precisamente nos cursos de Ciências Hu- manas, cuja força ideoló- gica das massas e lutas sociais é significativa. Na esteira da polê- mica, a antiga presidente do INEP, Maria Inês Fini, respondeu ao presidente recém-eleito, em novembro de 2018, que o “Governo não manda no ENEM”, dando plena autonomia à prova. Soa estranho, pois a seleção nada mais é do que uma política de Estado para fins de ingresso de milhões de estudantes nos cursos de níveis técnico e superior em to- do o país. Assim, estaria errado o presi- dente acompanhar o processo? Não custa nada fa- zer alguns poucas e sin- gelas sugestões: diver- sificar as leituras feitas sobre óticas di- vergentes nas universidades, formando profissionais com bom senso e crítica coe- rente; dialogar de forma consciente com estudantes nas salas de aula dos níveis público e privado, sem formar membros de comitês político-ideológicos; criticar, de maneira construtiva, as diversas opi- niões, condenando àquelas que machu- cam os direitos humanos mais profun- dos; aprender e ensinar o respeito e a to- lerância a todos. Infelizmente, são medidas de len- ta aplicação e conscientização. No en- tanto, vai um alerta: é preciso minimizar o esquerdismo da prova sem ampliar o direitismo. Ou a atual gestão se tornará aquilo, sob outra roupagem, que tanto condenou. * Coronel, Historiador Militar e Advogado msorianoneto@hotmail.com O ALMIRANTE Cândido Aragão volta ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, carregado em triunfo nos ombros dos marujos amotinados lamentares, além da esmagadora maio- ria das Forças Armadas. Aduziria mais que os governadores de quase todos os estados apoiaram, irrestritamente, a Con- trarrevolução (à exceção dos de Pernam- buco, Miguel Arraes, e de Sergipe, Seixas Dória, ambos depostos ao se deflagrar a Revolução; acrescente-se que o gover- nador do estado do Rio de Janeiro, Bad- ger da Silveira, sofreu ‘impeachment’ da Câmara Legislativa Estadual, no mês de maio). Urge que mencionemos os no- mes dos governadores dos principais estados brasileiros que aderiram, com as suas Polícias Militares, incondicional- mente, à Contrarrevolução: Magalhães Pinto (MG); Adhemar de Barros (SP); Car- los Lacerda (Guanabara); Nei Braga (PR); Celso Ramos (SC); Ildo Meneghetti (RS), Mauro Borges (GO) e Virgílio Tá- vora (CE). É de perguntar-se, então: será que “50% da população apoiavam Jango” (sabendo-se que foi essa mesma população que elegeu os citados governado- res, prefeitos e congres- sistas?; e enfrentou as constantes greves po- líticas, a hiperinflação e o desabastecimento?; que assistiu à quebra da disciplina e da hie- rarquia nas FFAA, es- timulada - pasme-se - por seu Comandante Supremo?; e, indigna- da, saiu às ruas, espon- taneamente, nas histó- ricas e grandiosas ‘Mar- chas da Família com Deus e pela Liberda- de’?), como assevera, com base em ‘pes- quisa do IBOPE em oito capitais brasi- leiras’, entre 9 e 26 de março de 1964, o jornal Folha de São Paulo, de 29 de março do presente ano?? Destarte, a Nova Ordem implanta- da - autoritária, como não poderia dei- xar de ser -, não foi um golpe de Estado e sim uma inexorável e premente exigên- cia do povo brasileiro, de quem, conso- ante mandamento constitucional, todo o poder deve emanar. Cumpriu-se à ris- ca preceitos da Lei Magna, diferentemen- te de ditaduras, como a do ‘Estado No- vo’ varguista, v.g.; e mais: o regime só se protraiu no tempo, por 21 anos, em vista de ações terroristas e da luta ar- mada (guerrilhas) desencadeadas por esquerdopatas, a começar com o atenta- do no Aeroporto dos Guararapes (PE), no ano de 1966. Daí inferir-se, não apenas pelo que foi antes expendido, ser INEVI- TÁVEL a ocorrência do memorável 31 de Março de 1964 (um contragolpe preven- tivo!) a fim de se pôr cobro a uma caóti- ca comoção social que levaria o País à guerra civil... Isto posto, apresentarei uma tese/ teoria que aprendi quando estudava Direito. Dizem (a ser conferido) que ela foi trazida ao Brasil pelo jurista de tomo, o português Marcello Caetano. Ele foi deposto da presidência de Portugal, por ocasião da ‘Revolução dos Cravos’, em 1974, veio para o Brasil, tendo sido con- tratado como professor pelas Faculda- des Estácio de Sá (RJ). Ao proferir uma palestra sobre o 31 de Março, no Batalhão da Guarda Pre- sidencial – Batalhão Duque de Caxias (Bra- sília-DF), fiz uma su- cinta explanação so- bre o assunto e o va- loroso coronel Kepler Bastos, comandante da Unidade, entusi- asmou-se pelo tema e me incentivou a es- crever sobre o mesmo, como farei a seguir. O único Orga- nismo Internacional que trata da análise dos governos em to- do o mundo, se de ‘es- trutura democrática’ ou ‘de estrutura to- talitária’ - para usar- mos as expressões por ele utilizadas - é o Tribunal (ou Corte) Internacional de Justiça da ONU (o ‘Pretório Egrégio’ des- ta Organização, que não deve ser con- fundido com o Tribunal Penal Interna- cional) sediado em Haia, na Holanda, também conhecido como ‘Tribunal ou Corte de Haia’. Esta Corte preconiza co- mo sendo ‘de estrutura democrática’, aqueles países que obedecem a seis fun- damentos básicos: três deles são os pi- lares da democracia grega e os demais, típicos das modernas democracias. Dos gregos, são considerados os princípios 1) da ‘isonomia legal’ (“todos são iguais perante a lei”); 2) da ‘isotimia’ (princí- pio da representatividade: “todos têm o direito de exercer funções públicas e administrativas e de constituir um seu representante ou paráclito”, como um ad- vogado, um prefeito, um deputado, etc) e 3) da ‘isagoria’ ou ‘isegoria’ (em alusão às ‘ágoras’, locais em que os gregos dis- cutiam os seus problemas, coletivamen- te, por meio da dita ‘democracia direta’, vale dizer, “a liberdade de reunião e de expressão, desde que não atentatórias às leis estabelecidas”, etc., etc. Frise-se que este direito é negado aos democratas, pelos profitentes da ideologia marxis- ta-leninista). Da democracia moderna exsurgem três outras condicionantes: 1) ‘a existência de eleições’ (independen- temente se diretas ou indiretas); 2) o ‘plu- ralismo partidário’ (em oposição ao par- tido único dos regimes totalitários) e 3) a ‘rotatividade no poder’. Pois bem: o Bra- sil, ao tempo dos governos militares, cum- priu tais resoluções, tanto que o mencio- nado Tribunal, à época, NÃO nos clas- sificou como país ‘de estrutura totali- tária’. Inegavelmente, como não pode- ria ser de outra forma, por causa da mui conturbada atmosfera político-social vi- venciada, como afirmamos no início des- ta matéria, esses governos foram auto- ritários, de força, às vezes de exceção, porém jamais se constituíram em uma ditadura, como as de Cuba, Coreia do Norte, Venezuela e outras. Os parâme- tros técnico-jurídicos quanto a isso, existem, pois, e sempre têm que existir, como linhas atrás expusemos (que in- cluem, sim, as liberdades de expressão e de imprensa), para que não prevaleça o subjetivismo amador, irresponsável e inconsequente, como sói acontecer entre nós, desafortunadamente. O presidente americano Jimmy Carter foi um ferrenho detrator da tese em comento (quando veio ao Brasil da ‘dita- dura Geisel’, recusou as galas devidas e embarcou sozinho no automóvel do Car- deal Evaristo Arns...). Mas, com o passar do tempo, na presidência de Reagan, foi mudada radicalmente aquela política e os EUA passaram a conviver, harmonica- mente, com países de regime autoritário. Em conclusão e por derradeiro, em que pese a minha pequenez jurídica, se me perguntarem se houve golpe em1964 e se os governos militares fo- ram ditatoriais, ouso responder, convic- tamente, com um rotundo NÃO!! 9
  • 10. 8Nº 263 - Abril/2019 10 Cel Osmar José de Barros Ribeiro * Coronel, Historiador Militar e Advogado msorianoneto@hotmail.com (continua) * Manoel Soriano Neto “Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.” General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970) AMAZÔNIA – O GRANDE DESAFIO(XIX) Aos 86 anos de idade posso declarar, em alto e bom som, que não devo favor a político algum. Tudo o que sou (ou penso ser) devo ao Exército Brasilei- ro que, desde 1950, me recebeu em seus quadros. Nunca pedi favores e sempre me foi cobrado estudo, responsabilida- de, cumprimento dos deveres comuns a todos os que se orgulham da farda. Da mesma forma que todos os que tiveram e tem a honra de vestir o unifor- me militar, busquei cumprir todas as missões recebidas da melhor forma. E a recompensa sempre foi e sempre será a satisfação do dever cumprido. Isso está muito acima e além da remunera- ção que nos cabe e da compreensão de muitos brasileiros, políticos ou não. Desde o final dos governos milita- Prosseguiremos na análise do me- gaprojeto‘Corredor Triplo A’, tam- bém chamado de ‘ecológico’, ‘ambien- tal’, ‘biológico mesoamericano’, ‘AAA’ ou ‘Corredor de la Anaconda’ (pois o seu formato geográfico se assemelha ao da enorme cobra – vide ilustração). Em face de este projeto ser atentatório à Soberania Nacional, como denunciou o presidente Bolsonaro, ainda quando candidato à presidência da República, o Brasil desistiu de sediar, no presente ano, a Conferência Climática das Na- ções Unidas (COP-25, ou seja, ‘Confe- rência das Partes - 25’), eis que o as- sunto lá seria discutido. O ideólogo deste nefasto empre- endimento, que visa à internaciona- lização e ao permanente monitoramen- to alienígena da Pan-Amazônia, foi o antropólogo nova-iorquino, naturali- zado colombiano, Martin Von Hilde- brand, tido como ‘especialista em di- versidade biocultural’. Ele também foi o criador, em 1990, da ONG ‘Funda- ción Gaia Amazônia’ (FGA), sediada na Colômbia, e se mancomunou, em seus propósitos, com o ex-presiden- te colombiano Juan Manuel Santos. Na gigantesca área projetada - 200 mi- lhões de hectares – vivem 30 milhões de pessoas e 385 povos indígenas de oito países sul-americanos! Diga-se que a citada (FGA) é a filial colombia- na da ONG britânica ‘Gaia Interna- tional’ (ligada à realeza britânica) a qual concebeu o ‘‘Triplo A’. Esta Orga- nização sobrevive com doações gover- namentais e de fundações privadas e auxílio de alguns países. No Brasil, fazem parte da FGA, o ‘Instituto Socio- ambiental’ (ISA) e o ‘Instituto do Ho- mem e do Meio Ambiente’ (Imazon), ambos adeptos da divisão suprana- cional da Amazônia, por meio da ação de ongueiros nacionais e estrangei- ros (muitos, sabidamente espiões e predadores). Por isso, eles devem ser observados, constantemente, ‘com lu- pa', até por que servem aos deletérios desígnios de cobiça, da parte de na- ções hegemônicas, no constante uso do ‘soft power’ – o ‘poder suave’... Para finalizar, anote-se que o escopo maior do Corredor em comen- to, seria, basicamente, o de conectar os ecossistemas e biomas andino, ama- zônico e atlântico, abrangendo gran- de parte de nossa Amazônia, especial- mente todo o estado de Roraima, com suas riquezas minerais e reservas in- dígenas (Ianomami e Raposa Serra do Sol, de suas ‘orelhas’). Aduza-se que esta pobre Unidade da Federação pos- sui cerca de 90% de seu território pra- ticamente ‘engessado’ por uma car- comida política ambientalista/indige- nista, altamente prejudicial ao desen- volvimento, restando pouca terra a ser disponibilizada, quadro dramáti- co que precisa ser revertido com ur- gência! Como arremate, assinale-se que certa e recerta foi a decisão brasileira em não aceitar e condenar a concre- tização do famigerado megaprojeto “Corredor Triplo A”! A luta continua! Este jornal, com muita ufania, está publicando em sua capa, a Or- dem do Dia do Ministério da Defesa, co-assinada pelos comandantes das três Forças! Rendamos graças a Deus! Ela é Histórica, após quase vinte (!) anos de omissão - ‘silêncio obsequio- so’ - quanto ao Movimento Cívico- Militar de 31 de Março de 1964, quan- do o sobredito ministério era ocupa- do por notórias personalidades, pro- positadamente escolhidas, em face de seu cariz esquerdista. Incontáveis massas críticas de militares, mormen- te os jovens anualmente incorpora- dos, em especial nos estabelecimen- tos de ensino, ficaram sem saber a posição oficial das FFAA acerca da memorável Contrarrevolução Demo- crática. Que isso, em anos vindou- ros, jamais se repita! Idem, em rela- ção à covarde e traiçoeira Intentona Co- munista de 1935... PROJETO TRIPLO A SOBRE MILITARES res, durante os quais nenhuma benesse nos foi concedida, os militares foram jogados na vala comum e tratados como um traste que deveria ser colocado no escaninho dos desimportantes, parti- cularmente quando dos malfadados anos petistas. Estes, na verdade, sem- pre tentaram reduzir a importância e a necessidade das Forças Armadas. No entanto, sempre que precisaram, eles as usaram. Hoje, quando se procura corrigir erros antigos, os políticos se insurgem. Talvez fosse bom lembrar-lhes e aos demais setores da sociedade que se vol- tam contra os militares que, como bem afirmou o ex-presidente norte-ameri- cano Barack Obama, sem elas não exis- tiria democracia. Muitos analistas e comentaristas se insurgem contra a utilização da expressão "velha política" dado o seu indisfarçável sentido pejorativo. Argu- mentam que a política pode ser velha e, ainda assim, voltada para a realização do Bem Comum. Não deixam de ter ra- zão, muito embora a expressão venha a significar, hoje em dia, a crítica aos mé- todos e processos de governo que, de há muito tempo, vem re- gendo os destinos do Brasil e travando o nos- so desenvolvimento. Para Maquiavel, política vem a ser a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o go- verno. E tal "arte" tem a ver com a forma pela qual o governo se propõe a enfrentar toda sorte de problemas, tanto com re- lação aos do próprio Estado quanto em relação aos demais países. Política po- de, ainda, ser a orientação ou o compor- tamento governamental quanto a maté- rias de interesse público os mais diver- sos tais como saúde, educação, segu- rança, finanças, etc., traçando normas voltadas para os interesses da socieda- de como um todo. Sendo a política "a arte de conquis- tar, manter e exercer o poder, o governo" é mister, neste artigo, prestar homena- gem a José Bonifácio de Andrada e Silva, cognominado Patriarca da Independên- ciaporseupapeldecisivonaIndependên- cia do Brasil. Dele, no prefácio do livro "O homem que inventou o Brasil – Um retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva"(CapaxDei,GeraldoLuisLino,Rio de Janeiro, 2019), diz Aldo Rebelo, ele próprio um político e jornalista, já testado no exercício de elevadas funções nos Poderes Legislativo e Executivo: Só um espírito superior arrostaria com ambição tão grandiosa: conservar a unidade territorial de um continente, a América Portuguesa, em uma época de fragmentações territoriais nos proces- sos de descolonização; e ao mesmo tem- A RÉGUA DO PATRIOTISMO NA POLÍTICA Sendo a política "a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo" é mister, neste artigo, prestar homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva, cognominado Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. po instalar uma monarquia constitucio- nal, quando o mundo festejava o ideal republicano referenciado na mais pro- missora das repúblicas, os Estados Uni- dos da América. A genialidade de Boni- fácio se afirmou na negação da cópia dos modelos da época e na busca de um caminho próprio, que preenchesse as condições e as necessidades do Brasil de seu tempo. O pensamento do Patriarca guarda grande atua- lidade, quando hoje, no Brasil, direita e es- querda nada mais fa- zem que tentar repro- duzir, em diferentes planos, padrões ide- ológicos e culturais importados da gran- de nação do Norte. ... Geraldo Luis Lino presta um re- levante serviço, ao exaltar no perfil biográfico de José Bonifácio a sua qua- lidade maior de patriota extremoso e dedicado. Talvez, seja exatamente este, o patriotismo, o sentimento mais ne- cessário e, quem sabe, o único com ca- pacidade de reduzir o coeficiente de atrito entre classes, corporações e gru- pos sociais que se agitam em busca de objetivos próprios, desprezando os in- teresses comuns. Os políticos do grupo conhecido como "Centrão" e que se aprimoram na arte de chantagear o Poder Executivo na busca de posições que possam ser usa- das como moeda de troca deveriam, em lugar do "toma lá, dá cá" da velha política e espelhando-se no exemplo do Patriarca, buscar a unidade do Estado, o bem-estar e a prosperidade de todos os cidadãos, a defesa dos direitos e o pleno exercício do dever por todos e cada um dos brasileiros. Ao político, independente de par- tidos e de orientações ideológicas, cabe pautar suas ações pelo exercício da éti- ca da responsabilidade, sempre consi- derando as consequências das medi- das que esposa. E tais medidas podem e devem ser medidas pela régua do patriotismo. Os políticos do grupo conhecido como "Centrão" se aprimoram na arte de chantagear o Poder Executivo na busca de posições que possam ser usadas como moeda de troca.
  • 11. Nº 263 - Abril/2019 11 * Ipojuca Pontes * Ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos. Bernard Shaw, dramaturgo irlandês e amigo pessoal de Joseph Stalin, o “Pai do Povo”, se esmerava em afirmar que o jornalismo é “a segunda profis- são mais antiga do mundo”, de certo mo- do antecipando Ingmar Bergman, o ci- neasta sueco que disse estar a ativida- de cinematográfica (por vezes, uma for- ma de jornalismo) inserida “no ramo da prostituição”. Não há dúvida: até hoje prevalece em boa parte da mídia brasileira o exercí- cio prático, teórico e contínuo da inex- pugnável imprensa marrom (“imprimeur marrom”, como são classificados os jor- nais do gênero na França). Façamos um breve relato de fatos em torno do assunto. Vejam só: já no final dos anos 20, Mário Rodrigues, pai de Nelson Rodrigues e dono do jornal “A Crítica”, foi enquadra- do como um iniciado na prática desse tipo de jornalismo, depois de explorar nas pri- meiras páginas do jornal, escandalosa- mente, o rumoroso caso de adultério do casal Sylvia Serafim - João Thibau. À época, julgando-se ultrajada pela explo- ração sensacionalista, a mulher armou-se de um revólver e dirigiu-se à redação de “A Crítica” para matar o seu proprietário. Não o encontrando, matou com tiro cer- teiro o filho de Mário, o ilustrador Roberto Rodrigues, que tinha desenhado para o jornal, em traços toscos, cena íntima da mulher atracada ao seu (dela, lá) dentista. Já Carlos Lacerda, fundador da “Tribuna da Imprensa”, passou a cha- mar Amaral Neto de “Amoral Nato”, depois que o antigo companheiro de re- dação fundou a revista “Maquis” (1957- 1962) para cortejar a imprensa marrom com reportagens escandalosas sobre o sórdido mundo político da época. No universo do “beautiful people” e do showbiz dos anos 50, por sua vez, imperava a revista “Escândalo”, explo- rando a vida íntima de personagens co- mo Ilka Soares, Cauby Peixoto, Angela Maria, Nelson Gonçalves, Tenente Ban- deira, o deputado Barreto Pinto, Leo- poldo Heitor, entre outros, todos trata- dos pela revista na base do porrete, da calúnia e da maledicência. Há algum tempo, cerca de duas dé- IMPRENSA MARROM, JORNALISMO VERMELHO O jornalismo vermelho é mil vezes pior do que a prática da imprensa marrom. Do ponto de vista clínico, ele é tão degenerescente quanto o estrôncio e mais daninho do que a dengue, a febre amarela, a zika, a chikungunya e a psicopatia, juntas. cadas atrás, tivemos o escabroso caso da Escola Base de São Paulo, em que a Rede Globo foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão por danos morais sofridos por Icushiro Shimara, sua esposa Maria Apa- recida e o motorista Maurício Monteiro, tratados pela emissora como pedófilos (tudo, sem provas ou qualquer tipo de defesa). No noticiário, chegou-se a afir- mar que os donos da Escola Base, além de drogar as crianças e fotografá-las nuas, usaram o interior de uma kombi à guisa de motel destinado a orgias. A Justiça, no entan- to, considerou os indíci- os apresentados pela Rede Globo como falsos e infundados. Os acusados foram inocentados pela unanimidade dos juízes da 7ª Câmara de Direito Privado de SP. Mas, a es- sa altura, suas vidas já es- tavam arruinadas e a Es- cola Base destruída. (Tratando do fenô- meno“imprensamarrom”, o grande cronista – nos dois sentidos da palavra – Antonio Maria garantia que o jornalismo pode ser uma profissão ren- dosa, não só pelo que se publica, mas, em especial, pelo que NÃO se publica – e citava exemplos). De fato, a “imprensa marrom” é uma aberração moral, uma espécie de câncer que deveria ser denunciada a qualquer tempo e hora, para o bem da existência humana na face de terra. Mas... e quanto ao “jornalismo verme- lho” atuando ferozmente no Brasil? O jornalismo vermelho é mil vezes pior do que a prática da imprensa mar- rom. Do ponto de vista clínico, ele é tão degenerescente quanto o estrôncio e mais daninho do que a dengue, a febre amarela, a zika, a chikungunya e a psico- patia, juntas. Como analisei em meia dúzia de artigos, ele se manifesta como uma vi- rose ideológica que, em vez de febre, vômito ou diarréia, transmite mentiras, invencionices sem o menor cabimento, interpretações deformadas e juízos de valor totalmente infundados ou tenden- ciosos. Seus ativistas, agentes de uma guerra patrocinada pelo comunismo in- ternacional, são militantes renitentes no ofício doentio de desinformar e con- trainformar, aberrações catalogadas pe- la antiga KGB soviética como armas fun- damentais para manutenção da sabota- gem revolucionária. No Brasil, cujo Presidente, eleito pelo voto de cerca de 60 milhões de leito- res, já se declarou contra a vigência dos socialismos de FHC, Lula e Dilma, a cava- ção do jornalismo verme- lho é ostensiva. Querem uma evidência? Semana passada, na Globo “Fake” News, a desinformante Eliane Cantanhêde “chu- tou” a demissão do minis- tro da Educação, Vélez Rodrigues, na base do mais cínico terror midiáti- co, sem que tal coisa ti- vesse ocorrido até então. Outra evidência? O fofoqueiroAncelmoGois, autoproclamado “protegido” da KGB e integrante da fanatizada tropa de choque de“OGlobo”,diariamenteprocuradetratar Bolsonaro e seus filhos. No domingo, criticou o Presidente por querer “desconstruir” muita coisa no País. Gois, que tem no “metade” mafio- so Luiz Carlos Barreto um padrão de decência, na certa ignora que o “descons- trucionismo” é uma sandice cultivada no seio do esquerdismo acadêmico para tentar desestruturar, via Derrida, os va- lores da cultura ocidental. Gois é a Juju da fofocagem global. Quanto a “desconstruir” os rastros do comunismo corrupto e ateu venerados pelos esquerdistas – bem, esta é uma obrigação de todo cidadão que preze a democracia e tenha condições de fazê-lo. A propósito, só para continuar na área da fofocagem global, Roberto Irineu Marinho, presidente do Conselho Admi- nistrativo de Grupo Globo, passou a usar barba no melhor estilo Fidel Castro. Tudo, no momento em que se fala muito na debandada de assinantes do jornal e na crise de faturamento da Rede Globo, que já não recebe verbas públicas com a mesma facilidade do passado. (Embo- ra, segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim, os Marinho controlem empre- sas as mais variadas e tenham cerca de dois bilhões de dólares aplicados no mercado financeiro). PS1 – Na internet, mãe e pai da democracia digital, circula a seguinte historieta, elucidativa: Trump, o Papa e Bolsonaro estavam num barco no meio do lago. De repente, uma rajada de vento impulsiona o chapelete do Papa para fora do barco e cai na água. - Vai você, Trump! – ouve-se uma voz. - Como?! Eu tenho câimbras! - Tá bem, eu vou – diz Bolsonaro. E, em seguida, anda sobre as águas, apanha o chapelete, volta ao barco e o entrega ao Papa. Manchete de um jornal vermelho tupiniquim, no outro dia: BOLSONARO NÃO SABE NADAR! PS2 – O meio artístico sempre surpreende. Um leitor me segura pelo braço e pergunta se são verdadeiras as duras declarações de Nana Caymmi sobre as relações orais, íntimas, de Caetano, Gil e Chico com o presidiário Lula. Manerei. E fiz ver ao leitor que a cantora, filha do gigante Dorival, talvez tenha usado uma figura de linguagem, no sentido em que o “baba-ovo”, por exemplo, não passa de um bajulador contumaz. ARMAS EM FUNERAL GENERAL DE DIVISÃO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO 24 de dezembro de 1924 31 de março de 2019 Faleceu aos 94 anos em Fortaleza, mesma cidade onde nasceu e viveu a maior parte de sua vida. Foi velado com todas as honras, no comando da 10ª Região Militar, onde foi comandante. Um verdadeiro exemplo de militar a ser seguido, tendo se dedicado inteiramente, duran- te toda a sua vida ao Exército Brasileiro. Aos 12 anos in- gressou no Colégio Militar de Fortaleza (1936/39) e a seguir na Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza. Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras, tendo sido declarado Aspirante a Oficial em dezembro de 1946, na Arma de Infantaria. Possuía todos os cursos regula- res do Exército (AMAN, EsAO, ECEME) e ainda o Curso de Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal (CEP) realizado em 1968 e da EsNI – Escola Nacional de Informações (1973). Foi promovido aos postos de major, tenente-coronel e coronel por merecimento, alcançou o generalato como general de Brigada a 25 de março de 1978 e general de Divisão em 31 de março de 1984, sendo transferido para a Reserva após mais de 44 anos de ser- viço, em 04 de janeiro de 1988. Em 1964, como major era comandante da Polícia Militar do Piauí (1963/1967), tendo também comandado o CPOR de Fortaleza, as Brigadas Mista de Corumbá e Escola (Vila Militar), a 10ª e 12ª Regiões Militares, as Di- retorias de Transporte e de Inativos e Pensionistas, as Polícias Militares de São Paulo e do Piauí e ainda foi ins- trutor em diversas organizações militares. Também atuou com grande sucesso no meio civil tendo presidido o Lar Torres de Melo, abrigo para ido- sos criado pela sua família em Fortaleza, teve destacada atuação como Grão Mestre da Maçonaria e empresário vencedor. Participou e dirigiu o importante e patriótico Grupo Guararapes, onde constantemente defendia os maiores interesses da Pátria Brasileira. Foi Provedor da Santa Casa de Fortaleza. Participou da constituição de quartéis e moradias para oficiais e praças, visando seu bem estar e propor- cionando-lhes as melhores condições para o desempe- nho de suas funções. Recebeu, merecidamente, as principais condeco- rações do Exército, das Polícias Militares e de diversas outras instituições. Deixa 6 filhos: Edite, Candida, Batista, Fernando, Sandra e Lúcio, do 1º casamento com a Sra Maria do Socorro, 13 netos e 7 bisnetos e viúva, a esposa de seu 2º casamento, Sra Maria Helena Aguiar Torres de Melo. Abençoado e iluminado seja! Que Deus o tenha! A “imprensa marrom” é uma aberração moral, uma espécie de câncer que deveria ser denunciada a qualquer tempo e hora. * * * Mas... e quanto ao “jornalismo vermelho” atuando ferozmente no Brasil?
  • 12. 8Nº 263 - Abril/2019 12 * Luís Mauro Ferreira Gomes O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa, Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro Efetivo do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Cel José Batista Pinheiro Já escrevemos mais de 23 (vinte e três) apreciações sobre o Fundo de Saúde do Exército – FUSEX e vamos continuar escrevendo. Até agora não obtivemos o necessário interesse das autoridades e, até, de muitos companheiros de classe sobre alguns aspectos fundamentais do funcionamento do mesmo, que poderia se transformarnumexemplarmodelo de ges- tão e atendimento médico-hospitalar da classe militar. O plano pioneiro foi criado em 1978 na plenitude dos governos mili- tares para reforçar o orçamento dos hos- pitais militares no atendimento ao pesso- al da reserva, reformados e pensionistas. Foi baixada uma portaria do Ministro do Exército criando o fundo e estipulando um desconto obrigatório em folha de pa- gamento (ativa, reserva e pensionistas) proporcional aos postos e graduações do pessoal. O dinheiro arrecadado foi incor- porado ao título não orçamentário, então existente, denominado “Fundo do Exérci- FUSEX – OS RECURSOS ESTÃO À DERIVA to” regido pelo próprio Exército. Depois, o plano foi aplicado às outras Forças Ar- madas (MB e FAB). Com a mudança da ordem adminis- trativa no Brasil, a extinção do Ministério doExércitotransformadoemComandodo Exércitoeareformafinanceiranogoverno FHC, a arrecadação descontada do bolso do militar (dinheiro particular) foi dire- cionada ao Tesouro Nacional transfor- mando-se em “recurso orçamentário pú- blico”. Atualmente, os recursos do FU- SEX pertencem aos cofres da União administrados pelas atuais autoridades fazendárias, com o Brasil em ritmo de falência financeira. O funcionamento do FUSEX nas OMS é regido pelas IG 30-32 e outras portarias emanadas pela atual DGP (DCIPAS). Apenas vamos repetir, o FUSEX está à deriva: não tem sede própria, não tem endereço, não tem patrimônio ma- terial, não tem direção, não tem estatu- to e os recursos arrecadados não ren- dem nenhum centavo no mercado fi- nanceiro, fica tudo para o governo. Por- tanto, o patrimônio financeiro (nosso dinheiro descontado em folha) fica per- tencendo à União. As autoridades da Fazenda é quem manobram o nosso des- conto e fazem o repasse às OMS a seu critério. Há uma omissão geral, nenhum órgão dos Comados Militares ou do Minis- tério da Fazenda pres- tam qualquer informa- ção sobre o emprego desse dinheiro descon- tado do nosso bolso, o que seria lícito e obrigatório. Fazemos um apelo ao Exmo. Sr. Ge- neral de Exército Fernando Azevedo e Silva, Ministro da Defesa, pois não es- tamos mais com um ministro civil do Par- tido dos Trabalhadores que ignorava de propósito as necessidades das nossas Forças Armadas, em nomear uma comis- são para revisar o processo de emprego dos recursos do FUSEX que nunca sofre- ram um estudo de atualização nos últimos 41 anos de sua existência. É lamentável o nosso atraso em relação aos bem sucedi- dos planos de saúde civis, criados muitos anos depois do nosso. (Rio de Janeiro, 13.03.2019) Pergunta ao ministro da Defesa: “ PARAONDE VAI O NOSSO DINHEIRO RECOLHIDO PELO FUSEX? Quando será regulamentado? Não estamos mais em governos petistas!”. Há 55 anos, as Forças Armadas brasi- leiras, em cumprimento a seu de- ver constitucional, atenderam ao cha- mado da nossa sociedade, e, usando os meios de que dispunham, garantiram o sucesso do movimento cívico que inter- rompeu o golpe de Estado em progresso, praticado pelo, então, presidente da Re- pública, o senhor João Belchior Mar- ques Goulart, vulgo Jango, para implan- tar, aqui, uma ditadura “sindicalista”. Mais uma vez, fomos salvos por nossos militares de vivermos uma trági- ca experiência comunista, que nos cus- taria, pelo menos, centenas de milha- res, provavelmente, milhões de vidas inocentes, como aconteceu na Rússia e nos países por ela dominados sob a ban- deira da União das Repúblicas Socialis- tas Soviéticas, em Cuba e em todos as nações que sucumbiram a regimes ins- pirados nessa ideologia nefasta. Depois de muitos anos em que os governos petistas proibiram que fosse comemorado esse movimento relevan- te de nossa História, conhecido como “Revolução de 31 de Março”, temos, pela primeira vez, um Presidente não contaminado ideologicamente, nem acovardado diante do patrulhamento das barulhentas forças de esquerda, mas que, ao contrário, determinou ao Ministro da Defesa que as Forças Armadas fa- çam as "comemorações devidas" à re- ferida Revolução de 31 de Março. A militância de esquerda infiltrada, profundamente, na estrutura do Estado, pequena, mas muito atuante e sem limites, também sem nenhum compromisso com a verdade, desesperou-se ao ver desmoro- nar-se o castelo de cartas que construiu ao longo das últimas três décadas e pen- sava ser uma fortaleza inexpugnável na defesa da ditadura comunista, que, mais uma vez, tentara implantar. Como sempre, erraram. Preocupa- ram-setantoemdesmoralizareneutralizar as Forças Armadas, que consideravam ser as únicas Instituições capazes de im- pedir a marcha para o “socialismo”, que não viram o surgimento de uma nova ge- ração de brasileiros, entre dezessete e quarenta anos, estudantes, empresários e profissionais liberais, muito bem prepa- rados, politicamente conservadores e eco- nomicamente liberais, que rejeitaram to- COMEMOREMOS, SIM, A REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO! das as ideias esquerdistas, até então disseminadas, e foram às ruas, levando ao impeachment a presidente Dilma Rousseff, ao fim da dinastia petista e, finalmente, à eleição do Presidente Jair Messias Bolsonaro. Militantes políticos, perplexos, de vários matizes de esquerda, que não acre- ditavam no que viam, nem entendiam o que estava acontecendo, perceberam que as tão temidas Forças Armadas voltaram à cena, não por meio de uma intervenção militar, mas trazidas por um governo elei- to, que confiava nelas e delas precisava. Do desespero, partiram para uma reação furiosa nos meios de comunica- ção controlados por eles, contra o novo Governo e contra todas as medidas que pretendia adotar. Diante da ordem para comemorar o dia 31 de março, tentaram convencer os brasileiros, com argumentos sim- plistas, que omitiam todas as circuns- tâncias envolvidas, de que, realmente, houvera um golpe de Estado em 1964, o que é negado por Bolsonaro e por todas as pessoas que viveram naquela época e não eram comunistas, terroristas, sub- versivas, nem corruptas. Ainda hoje, alegam que estamos querendo “reviver o passado”, os “anos de chumbo”, que somos “viúvos da dita- dura”, regime que não existiu. Conseguiram, também, que a Ad- vocacia Geral da União, em um grave desserviço à Nação Brasileira, entrasse com um pedido de liminar para que fosse proibida aquela justa comemoração. A Juíza da 6.ª Vara da Justiça Fe- deral em Brasília, Dr.ª Ivani Silva da Luz, atendeu ao pedido de liminar apre- sentado, usando, em sua sentença, to- dos os clássicos chavões adotadas pela militância de esquerda, quando se refe- re ao que chamam de golpe de 1964, deixando-nos a convicção de que é mui- to mais uma militante política do que a Juíza que deveria ser. Aliminarfoicassada,eanormalida- de, restabelecida. Consta, ain- da, que o Ministé- rio Público Fede- ral extrapolou sua competência, para recomendar que as Forças Armadas não cumprissem a ordem presidencial recebida. Essa re- comendação, sim, é absolutamente inconstitucional e tão absurda, que nãopoderia sercon- siderada coisa sé- ria. Como incitação à insubordinação, deveria ser tratada comocrime. Alguns políticos, que dizem apoi- ar Bolsonaro, também se manifestaram contra as comemorações do dia 31 de Março. Disseram que era preciso deixar de “olhar para o retrovisor”. Ainda que sejam “velhas raposas”, não passam de pessoas oportunistas, mas muito ingê- nuas, elas, sim, “olhando para o retro- visor, pois, ainda acham que ser contra os Militares e a Revolução de 1964 lhes dá dividendos políticos. Os brasileiros não estão, nem um pouco mais, preocupa- dos com isso. Já perceberam que as ideias de PT, PSDB e outros partidos de es- querda menos expressivos são o verda- deiro perigo que nos ameaça. O Presidente Bolsonaro não deve dar maior atenção ao que dizem esses falsos aliados, nem ao que vociferam os pe- tistas, os peessedebis- tas e seus cúmplices de sempre ou eventuais. NestafasedenossaHis- tória, eles, simplesmente, falam somente para si mesmos e para seus militantes e seguidores tradicionais. A grande mai- oria deles é contra tudo aquilo em que acreditamos e jamais mudarão de posi- ção, mas não representam nenhum pe- rigo para nós, porquanto, embora radi- cais, são poucos, e as políticas que pro- põem são as mesmas que os brasileiros rejeitaram, quando elegeram o Presi- dente Bolsonaro. Não há ideias novas nem inovadoras. Fazer pequenas concessões a es- ses agitadores, que só querem tumultu- ar, somente serve para fortalecê-los e nenhum benefício nos traz. Do que, verdadeiramente, ameaça o novo Governo, voltaremos a tratar na quarta e última parte da série de artigos intitulada “Caminho Acidentado, mas certo e único”. Em sendo assim, também nós, co- mo muitos outros brasileiros patriotas, podemos dizer, como o fez Roberto Ma- rinho na abertura de seu memorável edi- torial de 7 de outubro de 1984: “Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios na- cionais de preservação das Instituições democráticas, ameaçadas pela radicali- zação ideológica, greves, desordem soci- al e corrupção generalizada”. Vergonhosamente, seus herdei- ros viriam a vender a honra de quem tudo lhes deu, em troca das migalhas milionárias oferecidas pelos governos da dita nova república, que quase des- truíram o Brasil, mas, felizmente, fene- ceram, esperamos que para sempre, sem deixar saudade. Como já dissemos em um artigo, “até hoje, comem, bebem, vestem e mo- ram, muito bem, do legado do patriarca que agora renegam”. Comemoremos, sim, ostensiva- mente e sem eufemismos, a Revolução de 31 de Março de 1964! O nosso articulista Cel.-Av. Luís Mauro Ferreira Gomes e seu colega de turma Brig. João Carlos Fernandes Cardoso cumprimentam o novo Comandante da Aeronáutica, Ten.-Brig. do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, e sua esposa, durante a cerimônia de posse, na Base Aérea de Brasília".