1. ELSA SOLANGE Z. MANHIQUE
LUÍS JOAQUIM CARLOS
MEQUE FERNANDO MEQUE
SHELSIA VICTOR SANDRAMO
3º EARN
ENERGIA E AMBIENTE
Tema:
LEVANTAMENTO DA MATRIZ ENERGÉTICA DO BAIRRO 7 DE ABRIL -
CHIMOIO
Docente:
dr Fabião Simão
FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS
CHIMOIO, MAIO DE 2016
2. Índice
Conteúdo Páginas
Resumo.......................................................................................................................................... 1
1. Introdução ............................................................................................................................. 2
1.1. Justificativa e relevância ............................................................................................... 2
2. Objectivo Geral ..................................................................................................................... 2
2.1. Objectivos específicos................................................................................................... 3
3. Revisão bibliográfica............................................................................................................. 3
Matriz Energética...................................................................................................................... 3
3.1. Energia solar.................................................................................................................. 4
3.2. Energia eólica................................................................................................................ 4
3.3. Energia de biomassa...................................................................................................... 4
3.4. Energia hidroelétrica ..................................................................................................... 4
4. Metodologia .......................................................................................................................... 5
4.1. Análise e discussão dos resultados................................................................................ 6
5. Conclusão.............................................................................................................................. 8
5.1. Recomendações............................................................................................................. 8
Bibliografia ................................................................................................................................... 9
3. LUIS JOAQUIM CARLOS 1
Resumo
A caracterização da matriz energética é uma actividade muito importante e que fornece
informações relevantes para o planeamento da produção, consumo, distribuição e
estabelecimento de tarifas para as fontes energética. Nos dias de hoje é cada vez mais
necessário a adopção de fontes de energias mais limpas; isto pode ser conseguido por
meio da identificação das fontes disponíveis na região, avaliação das condições de sua
exploração e uma “evangelização” para que as pessoas se “convertam” das fontes mais
danosas para as menos danosas ao meio ambiente.
Palavras-chave: matriz energética, energia e consumo médio.
4. LUIS JOAQUIM CARLOS 2
1. Introdução
O presente trabalho realizado no âmbito da cadeira de Energia e Ambiente aborda como
tema a matriz energética. O mesmo foi realizado no bairro 7 de Abril na cidade de
Chimoio.
Nos dias de surge a necessidade de mapear e descrever as fontes energéticas disponíveis
no nosso território. No intento de adquirir dados respectivos às fontes e quantidades de
energia consumida no bairro 7 de Abril, recorremos a entrevista a vários domicílios
situados no referido bairro.
De acordo com os dados adquiridos na pesquisa, iremos fazer uma descrição das fontes
existentes de energia e seu estado de exploração/utilização a fim de alcançarmos os
objectivos específicos do trabalho.
1.1. Justificativa e relevância
Onde falta energia, desenvolve-se a pobreza e instala-se um ciclo vicioso “pobreza –
energia”, pois há oportunidades que só podem ser aproveitadas com a energia.
O acesso a energia é uma condição imprescindível na luta contra a pobreza, pois a energia
é um meio que intervém em todos os sectores-chave do desenvolvimento, quer se trate de
água, da saúde, da refrigeração de alimentos, da iluminação, do transporte, agricultura e
meios de comunicação.
O crescimento demográfico e a expansão de novas áreas envolvem a diversificação das
fontes de energia consumida pelas populações nos seus diversos processos produtivos.
Ao caracterizar a matriz energética pode-se obter bases sólidas para o bom planeamento
do sector energético. Estes dados poderão ser usados para a regulamentação de
actividades como produção, transporte, inovação, manejo e venda fontes ou produtos
energéticos a nível do município de Chimoio.
2. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo fazer a recolha de informações relativas a matriz
energética utilizada no bairro 7 de Abril na cidade de Chimoio.
5. LUIS JOAQUIM CARLOS 3
2.1. Objectivos específicos
Caracterizar a matriz energética do bairro 7 de Abril;
Estudar a relação entre fontes de energia consumida e renda familiar (classe
social);
Estudar a relação entre o número de agregados e o consumo de energia;
Avaliar a eficiência na exploração das fontes, bem como a possibilidade de
redução do consumo por meio da adopção de fontes mais eficientes e acessíveis
em cada ponto.
3. Revisão bibliográfica
Matriz Energética
Conforme o Wikipédia, A matriz energética é uma representação quantitativa de todos
os recursos energéticos disponíveis oferecidos por um país ou por uma região para serem
utilizados nos diversos processos produtivos.
Conforme Arthur et all (2011), As estatísticas nacionais indicam que as principais fontes
de energia doméstica em Moçambique são a lenha, carvão vegetal, querosene, LPG (Gás
de Petróleo Liquefeito) e electricidade. Seguem-se abaixo as principais fontes que fazem
parte da matriz e sua capacidade explorável.
Fonte: dados fornecidos pela FUNAE (adaptado pelo autor).
20
599
1146
5645
128
7537
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
Geotérmica Solar Eólica Hídrica Biomassa Total
POTÊNCIAINSTALADAEMMEGAWATTS
(MW)
FONTES DE ENERGIA
Matriz Energética de Moçambique
6. LUIS JOAQUIM CARLOS 4
3.1. Energia solar
Conforme Gidião (2012), energia solar é a energia proveniente do sol, que pode ser
captada pelos painéis solares (energia fotovoltaica), bem como com uso de colectores
solares (energia térmica).
Arthur et all (2011) afirma que a radiação solar é distribuída uniformemente no país e
estimada em cerca de 1,49 milhões de GWh por ano, ou seja, cerca de 23,4 vezes o actual
consumo doméstico de energia.
3.2. Energia eólica
Para Gidião (2012), a energia eólica é a energia obtida a partir da colisão das massas de
ar em movimento e as pás de um catavento ou aerogerador. O mecanismo de geração
dessa energia é através da conversão da energia cinética do vento em energia mecânica
de rotação nas pás do aerogerador.
3.3. Energia de biomassa
A biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica que possa ser
transformado em energia mecânica, térmica ou elétrica. Sua origem pode ser florestal
(madeira, principalmente), agrícola (soja, cana-de-açúcar, mamona, dentre outros) e
rejeitos urbanos e industriais (sólidos ou líquidos, como o lixo).
Gidião (2012) afirma que Moçambique possui 65.3 milhões de floresta e a produção anual
de carvão vegetal é cerca de 22 milhões de toneladas.
3.4. Energia hidroelétrica
Conforme Gidião (2012), é a energia obtida a partir da energia potencial das correntes
das águas retidas nas represas ou barragens, que se fazem cair sobre pás de uma turbina
hidráulica ou moinho de água.
Conforme Gidião (2012) e FUNAE, a capacidade estimada (o potencial hidráulico) de
Moçambique é cerca de 5. 645 MW (Mega Watts). Deste potencial apenas 2.075 MW são
produzidos pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa no distrito de Songo e o restante é
7. LUIS JOAQUIM CARLOS 5
produzido noutros projectos localizados nos rios Revue, Búzi, Púngué, Luenha, Revuboe,
Licungo, Lúrio, Lugenda, Messalo, Lucheringo, entre outros.
4. Metodologia
O presente trabalho foi realizado na cidade de Chimoio, no bairro 7 de Abril próximo ao
centro de saúde de 7 de Abril.
Chimoio é a capital da província moçambicana de Manica. Tem o estatuto de cidade e
administrativamente é um município com um governo local eleito. De acordo com o
censo de 2007 a cidade de Chimoio tem uma população de 237.497 habitantes, numa área
de 174 km².
Para dar suporte ao desenvolvimento do trabalho foi importante uma revisão bibliográfica
sobre a matriz energética e a utilização de energia nos domicílios/residências.
Para a recolha de informações fomos portadores da credencial da instituição e recorremos
a entrevista fechada que obedeceu a estrutura patente no formulário check list (ver nos
anexos). A entrevista foi feita aos donos/donas das casas que foram escolhidas
aleatoriamente de acordo com a disponibilidade das pessoas em fornecer as informações
necessárias.
Da população em estudo foi extraída uma amostra de 30 casas escolhidas aleatoriamente.
Os dados adquiridos foram analisados estatisticamente para responder aos objectivos
específicos do trabalho. Recorremos ao pacote estatístico Excel 2013 da Microsoft para
analisar os dados.
A conversão dos valores monetários obtidos para energia em KWh foi feita com base na
seguinte fórmula: =
, ∗
, /
. Onde 0.8946 corresponde ao
valor depois de cobrado o IVA, 22 Mt corresponde aos valores de taxa de lixo e de rádio
difusão, 3.85714 corresponde ao custo de cada KWh de energia.
Para a conversão da quantidade de gás para energia em KWh foi usado o coeficiente de
50,36KJ/g. Para a conversão do carvão/lenha para energia em KWh foi usado o
coeficiente de 9KJ/g. As conversões foram feitas de modo a uniformizar as unidades para
uma análise mais correcta dos dados.
8. LUIS JOAQUIM CARLOS 6
4.1. Análise e discussão dos resultados
Em termos de quantidade, a matriz energética do bairro 7 de Abril é caracterizada por
13% de electricidade, 85% de biomassa (adoptando poder calorifico igual a 9KJ/g), 1%
de gás e 1% de outras fontes. Durante a nossa amostragem identificamos duas casas que
não estavam electrificadas com a rede da EDM.
Fonte: adaptado pelo autor.
As casas onde foram colhidas as informações, os seus proprietários na sua maioria
possuíam electrodomésticos tais como geleiras, congeladores, televisor, rádio, fogão
eléctrico, computadores, ferro de engomar, chaleira eléctrica. O consumo médio mensal
das fontes correspondem a 3 sacos de carvão (375KWh), 60.68 KWh de energia eléctrica,
apenas 1 casa utiliza garrafa de gás (11kg) que corresponde 158,88KWh. A média do
número de agregado é de 8 pessoas por família.
Analisando estatisticamente, verificou-se uma corelação positiva com coeficiente
0,569843, indicando a dependência entre o número de agregado familiar e o consumo da
biomassa; já entre o número de agregado familiar e o consumo da energia eléctrica foi
verificado em coeficiente de 0,256207, indicado não haver dependência entre eles. As
análises mostraram não haver interdependência entre o consumo de biomassa e o
consumo de energia eléctrica (coeficiente 0,283291).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Biomassa (KWh) Electricidade (KWh) Gás (KWh)
Representação do consumo médio mensal das
fontes energeticas do bairro 7 de Abril
9. LUIS JOAQUIM CARLOS 7
Fonte: adaptado pelo autor.
O histograma acima, representa melhor a situação anteriormente descrita, onde uma
grande disparidade entre o número de agregado familiar e o consumo da energia eléctrica.
O pico do consumo da energia eléctrica foi verificado numa residência onde o número de
agregado era de 6 pessoas, clarificando portanto, que o maior consumo da energia
eléctrica depende da classe social da família.
0
50
100
150
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Relação entre o número de agregado
e o consumo de energia eléctrica em
KWh.
Electricidade (KWh) Agregado
10. LUIS JOAQUIM CARLOS 8
5. Conclusão
Em jeito de conclusão, temos a apresentar que a matriz energética do Bairro 7 de Abril é
constituída por 85% de biomassa (carvão e lenha), 13% de energia eléctrica, 1% de gás
natural e 1% de outras fontes tais como: petróleo, velas, pilhas e secas. a distribuição
dessas fontes e feita de forma desigual fato que foi observado na recolha e analise dos
dados.
Durante o estudo, constatamos que a diversificação das fontes de energia, bem como a
maior demanda é registada em casas cujas famílias pertencem a classe média. Também
verificamos que há uma proporcionalidade directa entre o efectivo do agregado familiar
e o consumo da energia de biomassa em família de baixa renda.
A fonte energética mais consumida no bairro 7 de Abril é a biomassa. O valor do consumo
médio da biomassa é cerca de 6 vezes a soma das outras fontes. Esses números mostram
que não há uma boa eficiência na exploração da biomassa por parte da população em
estudo.
5.1. Recomendações
A matriz energética moçambicana é muito rica a implementação de mega projectos seria
uma grande aposta para o aumento significativo e para o aproveitamento da matriz
energética moçambicana, visto que é de grande vantagem ao pais a implementação de
painéis solares pela FUNAE e a criação de barragem de hidroeléctricas.
O maior consumo de electricidade foi de 178.64KWh, correspondendo ao valor de
1100,00Mt. Este valor é muito próximo dos 158,88KWh correspondente uma garrafa de
gás que custa apenas 640,00Mt. Com isso é mais recomendável o consumo de gás natural
como fonte de energia relativamente à outras fontes.
A utilização de fogões com melhorados e a construção de fornos de produção de carvão
vegetal com maior eficiência são medidas que podem ser implementadas para maximizar
o rendimento da lenha/carvão utilizada no uso doméstico pelas famílias. Desta maneira
seriam reduzidos os índices de desflorestamento para fins de produção de carvão.
A redução da tarifa de energia eléctrica poderia aumentar a utilização desta fonte e a
redução busca no consumo de biomassa, cujo uso é mais penoso ao meio ambiente. Por
meio desta pedimos a consideração de quem é de direito.
11. LUIS JOAQUIM CARLOS 9
Bibliografia
I. Anônimo. Atlas de energia elétrica do brasil [Capitulo 5]. 3ª Edição. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par2_cap5.pdf > Consultado a 01/03/2016.
II. _____________. Boletim Informativo. 11º Edição. FUNAE. 2015.
III. _____________. Potencial Renovável de Moçambique: Atlas das Energias Renováveis de
Moçambique. Disponível em: < http://www.atlasrenovaveis.co.mz/pt-pt/node/43 >. Consultado a
05/03/2016.
IV. E. M. Gidião. Formas de Energias Renováveis em Moçambique e suas Potencialidades. UEM.
Maputo, 2012. Disponível em: < https://energypedia.info/images/7/7a/PT-
Formas_de_Energias_Renovaveis_em_Mocambique_e_suas_Potencialidades-
Emercio_Ezequiel_Gidao.pdf >. Consultado a 01/03/2016.
V. FUNAE (Fundo Nacional de Energia). Atlas das Energias Renováveis de Moçambique.
Disponível em: <
http://www.funae.co.mz/index.php?option=com_content&view=article&id=508%3Aatlas-das-
energias-renovaveis-de-mocambique&catid=43%3Anoticias&Itemid=41 >. Consultado a
05/03/2016.
VI. Wikipédia. Matriz Energética. Disponível em :
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Matriz_energ%C3%A9tica >. Consultado a 05/03/2016.