1. PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DO MAABE
Um modelo de avaliação deve contribuir para a qualidade, a coerência e estabelece frequentemente uma relação bipolarizada entre a missão e a função
da instituição. A variabilidade estimula a diferenciação/a competitividade, o que remete para uma discriminação positiva ao nível dos investimentos.
Qualquer análise da realidade, implica uma tomada de decisão. Deve estar ajustada à realidade, respeitar a diversidade, incrementar a qualidade, a
eficácia e a eficiência aliada ao cumprimento dos objectivos e uma cultura avaliativa ao nível interno e externo.
A espiral da avaliação de qualidade (Ortega Castro, 2008) parte da realidade de onde extrai informações estatísticas, dados e indicadores que revelam
objectivamente a realidade sobre nós próprios a nível interno. Aliando às observações, opiniões e valorações externas e internas. As evidências
recolhidas, permitem delinear mais objectivamente um plano de melhoria. Continuamente, redireccionado pelos outcomes resultantes da avaliação do
plano implementado. Entendendo a avaliação como um processo, “reflexo de um compromisso da escola, na sua globalidade, já que um melhor
desempenho da biblioteca irá beneficiar o trabalho de todos, docentes e alunos” (Mod AABE, 2009). Delineando as acções futuras numa perspectiva
holística do funcionamento da BE. Tendo como vectores a autonomia, que conduz à maior variabilidade que implicará um incremento da qualidade,
baseada no princípio da auto-regulação. Porque a sociedade e os governos exigem perceber o impacto do investimento que é feito ao nível das BE´s.
Deve fazer-se súmula do relatório para dar a conhecer os resultados obtidos possibilitando a sua integração noutros documentos da escola.
-Pelo enunciado o primeiro passo será dar conhecimento à direcção do agrupamento, acordando um modo consensual de implementar as várias etapas
do processo de aplicação do MAABE. Depois de rotinizada a implementação do MAABE, anualmente, entrará no PAA, no início de cada ano. Obter o
apoio dos elementos da direcção para divulgar em reunião alargada de docentes a intenção de avaliar a BE. Referindo que os resultados serão
incorporados na prática tentando ajustar melhor a resposta/acção da BE.
-Partilhar claramente as ideias-chave implícitas no MAABE, tentar obter abertura e colaboração da parte dos colegas. (A criação de um grupo
responsável ao nível da escola para partilha de tarefas não me parece exequível, porque todos os professores têm já uma enorme sobrecarga de
trabalho. Um outro aspecto a ter em conta é a possibilidade de múltiplos viés se forem muitos aplicadores e sem tempo para aprofundarem
suficientemente o conhecimento acerca do MAABE.). Definir as formas de colaboração de cada interveniente.
Pedir aos professores para que colaborem preenchendo os questionários e grelhas a eles destinados com rigor.
Pedir à equipa da BE a sua colaboração, no sentido lato e específico, em todo o processo de implementação (preparação da recolha de dados,
tratamento estatístico, análise de conteúdo e também na reflexão aquando da interpretação dos resultados, …);
PLANO DE AVALIAÇÃO:
- Diagnóstico - A aplicação do MAABE pretende criar padrões de funcionamento que sejam reveladores da qualidade do trabalho substantivo que a
BE desenvolve. No entanto, ao analisar os questionários temos uma visão global do que é possível fazer e qual a abertura que seria espectável.
2. Domínio C. Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à comunidade.
C.1. Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
indicadores Factores críticos de sucesso Recolhas de intervenientesAcções para melhoria (a Acções para melhoria a
dados continuar) implementar
C.1.1 Perceber se: *Horário da BE. *Eq da BE. *Alargar o horário de * levar as acções a outras
Apoio à *A BE apoia as actividades livres de Questionário a abertura da BE fazendo-o escolas do 1º ciclo do
aquisição e leitura, pesquisa, estudo e execução de alunos (QA3). *Utilizadores coincidir com a agrupamento, redistribuindo
desenvolvi trabalhos escolares, realizadas pelos Observação de da BE em permanência de alunos o tempo investido
mento de alunos fora do horário lectivo e dos utilização da tempo extra- na escola. actualmente na escola com
métodos de contextos formais de aprendizagem. BE (O5). lectivo e por *Distribuir o horário da BE mais antiga, logo com
trabalho e * Os alunos praticam técnicas de *registos de livre iniciativa equipa da BE de modo a mais recursos;
de estudo estudo variadas: exploram utilização das assegurar o mais possível
autónomos informação de diferentes tipos de diferentes a presença permanente de
[indicador documentos, tomam notas, opções um elemento da equipa
de elaboram fichas de leitura ou disponibilizadas na BE.
processo] resumos, identificam palavras-chave, pela BE, em *Melhorar a oferta de
sublinham, executam esquemas, actividades espaços, tempos e
produzem e editam trabalhos escritos livres, em oportunidades para o
recorrendo sempre que necessário ao tempo extra- desenvolvimento de
uso do computador e da Internet. lectivo. actividades de leitura,
* Os alunos desenvolvem hábitos de *Registos de investigação e estudo
trabalho e aprendem a organizar a sua opinião. com alunos ou grupos.
própria aprendizagem, revelando uma *Observação *Reforçar a articulação
progressiva autonomia na execução participante. com as áreas de estudo
das tarefas [escolares]. acompanhado/apoio ao
Estudo.
C.1.2- *Os alunos encontram na BE um *Horário da BE. *equipa da * Aumentar a
Dinamizaçã conjunto de propostas de actividades *Questionário a BE. participação da BE na
o de visando a utilização criativa dos seus alunos(QA3). * Utentes dinamização de
actividades tempos livres, que lhes permitem *Observação de alunos. actividades culturais.
livres, de desenvolver a sensibilidade estética e utilização da *elementos da * Rentabilizar as
carácter o gosto e interesse pela artes, ciências BE O5); comunidade iniciativas programadas,
3. lúdico e e humanidades. *grelhas de educativa. partilhando-as com
cultural na *Os alunos usufruem de um programa observação. outras escolas e BE.
escola/agru de animação cultural, regular e *grelhas de * Melhorar os
pamento. consistente, traduzido num conjunto registo da mecanismos de
[indicador de iniciativas, de que são exemplo: adesão dos promoção e marketing da
de impacto] exposições, espectáculos, palestras, alunos às BE, valorizando e
debates, sessões de poesia, teatro, actividades. divulgação na
concursos, jogos, celebração de *registo de comunidade educativa e
efemérides, ciclos de música e de opiniões; local o seu programa de
cinema, outros. *Plano de animação cultural.
activid. da BE. *Solicitar o
*Registos da envolvimento e
preparação, colaboração dos pais/EE
desenvolviment e da comunidade ed. na
o e avaliação organização/financiament
das actividades. o de eventos.
C.1.3 *Os alunos beneficiam de acesso livre *Horário da BE. *Horário da *Organizar uma escala
Apoio à e permanente à BE. * Observação BE. entre o pessoal [da BE] e
utilização *Os alunos adquirem hábitos de da utilização * Observação outros recursos humanos
autónoma e utilização livre da BE, cultivando um das BE da utilização eventualmente
voluntária clima de liberdade, respeito e (O5). das BE (O5). disponíveis, para
da BE descontracção. * Estatísticas de * Estatísticas flexibilizar o horário de
como *Os alunos dispõem de condições utilização das de utilização funcionamento da BE,
espaço de favoráveis à utilização individual e em BE em das BE em assegurando a abertura
lazer e livre pequenos grupos. situação de situação de em horário extra-lectivo.
fruição dos *Os alunos desfrutam de [acesso a] utilização livre. utilização *Melhorar a [zona da]
recursos. uma boa colecção na área da literatura * Resultados da livre. leitura informal.
[indicador infantil/juvenil, dos jogos educativos, avaliação das * Resultados * Incentivar o
de da música e dos filmes de ficção colecções da avaliação empréstimo domiciliário,
processo] documentais das colecções nomeadamente nos
documentais. períodos de férias [e aos
pais e EE].
* Solicitar à BM [e a
outras BE´s] o
4. empréstimo de
documentos para leitura
[recreativa e outras] de
modo a reforçar os
fundos documentais.
C.1.4 *Os alunos propõem e organizam *Registos de *Valorizar mais e
Disponibili autonomamente projectos e actividades/proj divulgar melhor o
zação de actividades. ectos trabalho organizado e
espaços, * Os alunos são apoiados na criação promovidos realizado autonomamente
tempos e de núcleos/clubes onde podem pelos alunos. pelos alunos.
recursos promover a sua livre expressão * Plano de * Auxiliar na orientação
para a [rádio], fotografia, jornal, outros). actividades da do trabalho dos
iniciativa e *A formação de monitores [entre os BE. núcleos/clubes.
intervenção alunos] é incentivada, bem como o * Questionário * Produzir materiais
livre dos apoio dos alunos mais velhos aos mais aos alunos específicos de apoio […].
alunos. [ind jovens e a entreajuda entre todos. (QA3).
de
processo]
C.1.5.Apoi * A BE planeia com os responsáveis, a *Plano de * equipa da *Prever a possibilidade *Prever a possibilidade de a
o às realização de AEC, sempre que estas actividades da BE. da BE estruturar alguma BE estruturar alguma oferta
actividades têm lugar no espaço da BE ou têm BE. * utilizadores oferta própria ou prestar própria ou prestar alguma
de por base a utilização dos seus * Horário da da BE. alguma colaboração em colaboração em domínios da
enriquecim recursos. BE. * professores domínios da sua acção, a sua acção, a docentes
ento * A BE participa activamente nas * Registos de das AEC. docentes ou entidades ou entidades envolvidos na
curricular AEC, organizadas pela escola ou reuniões/contact envolvidos na organização de AEC.
(AEC), outras entidades, assegurando as os. organização de AEC. *Programar com os docentes
conciliando actividades de que são responsáveis ou * Estatísticas de [com pouco êxito]. a utilização da BE no âmbito
-as com a apoiando os outros docentes na sua utilização da * Organizar acções das AEC.
utilização concretização. BE pelas AEC. informais de formação * Organizar acções informais
livre d BE. * A ocupação e utilização dos recursos sobre a BE junto dos de formação sobre a BE
[indicador da BE são rentabilizadas em horário docentes. junto dos docentes.
de impacto] extra-lectivo, quer em actividades * Melhorar a difusão dos * Melhorar a difusão dos
livres, quer em AEC. recursos existentes na recursos existentes na BE.
BE.[Convite p em visita
5. guiada descobrirem o
acervo da BE]
Legenda: texto acrescentado.
Calendarização:
*1º período:
- análise documental;
- aferição à população dos questionários propostos pelo MAABE;
- estruturação dos instrumentos de recolha de informação adicionais;
- dar conhecimento à direcção do agrupamento e definir o processo (esquema);
- relatórios;
- registo da avaliação das actividades (chamadas de atenção e tomadas de decisão), nas reuniões de conselho de ano;
- actas;
*2º e 3º períodos:
- recolha de dados;
-registo da observação participante;
-dados estatísticos;
- relatórios de avaliação das actividades;
- avaliação da colecção/sua utilização (campo 9 – história, geografia, biografias, fundo local…)
-
*3º período:
- aplicação dos questionários aos alunos(QA3).
- Jun/Julho - análise estatística e de conteúdo das respostas obtidas e dos registos da observação participante, dos relatórios, …
- interpretação e síntese dos resultados;
- elaboração de relatório global com as acções necessárias para a melhoria;
- comunicação dos resultados acompanhado de um plano de melhoria;
- integrar essas informações na elaboração do pré-projecto e na previsão das actividades a implementar para o PAA, sequenciando-as.
A situação A (pág. 58) poderia ser o meu caso, uma vez que sou PB de uma BE e presto serviços a mais duas escolas do 1º ciclo e pré-escolar. Mas, a
nova designação de coordenadora é de outra colega. No entanto, sou eu que faço o trabalho, no 1º ciclo e, já no ano passado apliquei o MAABE no
domínio B, por sugestão da colega que coordena as BE´s do agrupamento actualmente.
6. O domínio C, foi o escolhido por ser um domínio forte.
Este domínio escapa ao trabalho estruturado pelo professor e mexe muito mais com a motivação individual dos alunos. Assumida de modo autónomo,
penso eu que mais duradouro, por revelar a sua adesão espontânea. Os elevados números da adesão e visita por livre iniciativa à BE serão o reflexo
desse impulso interior – realmente sentido pelos alunos.
A BE está a aberta das 8.30h às 18h (e às terças-feiras está aberta até às 19.30h para favorecer o empréstimo à comunidade alargada e aos pais).
Está aberta todos os intervalos para que os alunos possam aceder livremente ao seu acervo. Fruindo e explorando todas as suas potencialidades. É
prática corrente há cerca de dez anos.
O agrupamento, foi considerado o 1ª no ranking concelhio dos desempenhos escolares. Dá algum prazer pensar que talvez a BE tenha contribuído para
esse facto. Uma vez que uma escola satélite, sem as referidas actividades tem desempenhos dos alunos muito abaixo dos exibidos pelos alunos da
escola com BE, logo, com um ambiente culturalmente muito enriquecido acessível.
Os pontos fracos são:
- a desigual motivação dos alunos para a acção consciente, responsável e autónoma e para a exploração dos recursos da BE;
- a desigualdade espelhada nos desempenhos académicos (exibidos nas avaliações diagnóstico do inicio do ano) e nível de
desenvolvimento dos alunos nas diferentes escolas. Leva a questionar se será possível desenvolver as competências transversais básicas dos
alunos preparando-os para melhores desempenhos académicos globais.
- o apoio aos professores das AEC é reduzido. Passa sobretudo pela cedência do espaço, procura de livros (empréstimo) e materiais. Ao
nível da planificação do trabalho ainda se assumem muito exteriores à BE e ciosos da sua autonomia.
AMOSTRA
A amostra será de cerca de 10% dos alunos das diferentes escolas onde a BE implementa o seu trabalho (mesmo à distância – itinerância). Tendo o
cuidado de abranger as diferentes etnias, sexos, NEE, NSE, NSC, anos de escolaridade;
Não está previsto um questionário aos professores, uma vez, que este domínio se dirige aos alunos, em especial e ao seus desempenhos autónomos.
Há contudo uma grelha de registo de observação que também poderá ser preenchida pelos professores.
O questionário do domínio B/C.2.- (QEE1) destinado aos pais e encarregados de educação poderá ser passado aos EE que se disponibilizem e cujos
educandos tenham estado de algum modo envolvidos em actividades deste âmbito.
EVIDÊNCIAS (p.62)
- os processos – qual o trabalho realizado e como;
- os resultados e impactos –como é que os serviços estão a corresponder às necessidades dos utilizadores; como é que a acção da BE
concorre para os objectivos curriculares; como é que a acção da BE influência as actividades docentes;
7. Podem ser realizadas observações, questionários, listas de verificação, registos de projectos/actividades, comentários, … . Todos serão usados e
cruzadas as suas informações centrando-se no desenvolvimento do trabalho articulado entre a BE e a escola e nos contributos da BE para o sucesso dos
alunos.
As informações devem ser cruzadas/confrontadas com os descritores de desempenho e os “factores críticos de sucesso”, porque a partir daí podem ser
aferidos se os processos e acções esperados foram ou não alcançados. O “retrato” da BE ajuda a compreender o que afecta a acção e identificar as
implicações para o futuro.(p.64).
RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO
Deve conter uma enumeração dos pontos fortes e das áreas que precisam de ser melhoradas. Deve ter uma organização sistematizada da informação
recolhida e da sua análise devem sobressair as acções para a melhoria.
Devem ser comunicadas as conclusões aos órgãos da direcção do agrupamento (administração e gestão), aos docentes (departamentos) e á equipa.
Poderá revelar-se positivo divulgar junto de outras entidades.
“O resumo dos resultados da auto-avaliação deve ser integrado no relatório de auto-avaliação do agrupamento e referenciado da entrevista com a
Inspecção-Geral de Educação” (MAABE,p. 73).
CONCLUSÃO
O processo de avaliação em espiral repete-se atingindo sucessiva e progressivamente patamares mais elaborados, com melhores desempenhos e
resposta mais adequada aos nossos “utentes”, estimulando-os para se superarem a si próprios.
Trabalho realizado por
Mª Etelvina Lamas