Revista digital alinhavando pensamentos, estudos e evocações dos “ditos do Senhor” e das personagens que participam da Sua mensagem, em despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho.
1. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
de
Luzum olhar na história
rastros 2018
nº 12
JUNHO
Despretensioso convite para o
retorno às coisas simples, belas
e profundas do Evangelho.
vem!
3. 4 5RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
hHoje ainda vemos conturbações aqui e ali,
sofrimento fazendo morada, aflições tomando
posse nos corações, como se, sob esse aspecto,
o tempo não houvesse passado, e, em face disso,
imaginemos as mesmas paisagens que acolheram
Jesus às margens do Mar da Galileia, podendo
nos ver reunidos com a grande multidão, ouvindo
a voz suave do Meigo Rabi, recitando cântico
de luz: “Tenho-vos dito isto, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende
bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16: 33)
Como outrora, Ele repete hoje o celeste
convite: “Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:
28)
O sofrimento, desde os primórdios, é velho
conhecido da Humanidade.
Para resolvê-lo, desde muito tem se buscado
medidas diversas. Há a busca do lenitivo e do
bálsamo nas coisas da Terra e nas do Céu.
Não se despreza o que o mundo pode
oferecer de bom e útil, porém há quem lance
mão do que o mundo conhece como distrações,
anestesiamento e fuga, como o caso dos
alcoólicos e outras drogas alucinógenas. Podemos
dizer que esse é o lado perdedor. No
entanto, há os que optam pelo lado
vencedor dAquele que venceu o mundo:
equilíbrio, moderação, harmonia,
fraternidade, solidariedade, tolerância,
conhecimentos edificantes, práticas
construtivas, fé renovadora, valores
indestrutíveis, ações dignificantes.
Jesus, conhecedor dos problemas
humanos e respeitador da liberdade
de escolha de cada um, afirmava, com
clareza, sem nada impor a ninguém: Eu
sou o pão da vida; aquele que vem a
mim não terá fome, e quem crê em mim
nunca terá sede. (João 6: 35)
E completava, distendo mãos que não
só convidavam: Vem!, mas também que
se apresentavam para apoiar, orientar,
socorrer, proteger: Todo o que o Pai me
dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora. (João 6:
37)
Ontem e hoje, Ele continua ao nosso
lado e assim vai permanecer. É dEle a
promessa: E eu estarei sempre com vocês,
até o fim dos tempos”. (Mateus 28:20)
Mesmo os que ontem optaram
equivocadamente por rumos cujo
destino é de sofrimento agravado, hoje
podem mudar a trajetória rumo à Luz,
pois o consolo e a esperança sempre
se externaram de Seus ensinos: “E se
alguém ouvir as minhas palavras, e não
crer, eu não o julgo; porque eu vim, não
para julgar o mundo, mas para salvar o
mundo.” (João 12: 47)
E os que estamos no turbilhão das
aflições, lembremo-nos do suave convite:
Vem!
“Bem-aventurados os que choram,
porque eles serão consolados.” (Mateus 5: 4)
“Não me escolhestes vós a mim, mas
eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para
que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto
em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo
conceda.” (João 15: 16)
E peçamos com unção e devoção o
Seu divino auxílio.
Porque qualquer que pede recebe; e
quem busca acha; e a quem bate abrir-
se-lhe-á. (Lucas 11: 10)
Ouvimos o convite, e Ele nos deu o
roteiro: “Eu sou o caminho, e a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai, senão
por mim.” (João 14: 6)
“As minhas ovelhas ouvem a minha
voz, e eu conheço-as, e elas me
seguem.” (João 10: 27)
Jesus é guia e modelo.
Prosseguir na caminhada, com
determinação, incansavelmente e com
destemor, pelo caminho dos vitoriosos.
“Mas aquele que perseverar até ao
fim será salvo.” (Mateus 24 : 13)
“Segue-me você.” (João 21: 22)
Mar da Galileia
5. 8 9RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
a
“E quem o ouve, diga:
- Vem. E quem tem sede,
venha.” Apocalipse, 22: 27)
A Terra é a grande escola das almas
em que se educam alunos de todas as
idades.
Se atingiste o nível das grandes
experiências, não te inquiete a
incessante extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos
semelhantes de entendimento
imperfeito.
Vem!
(Fonte Viva. Emmanuel, Cap. 152. Francisco
Cândido Xavier
Muitos deles não saíram ainda do
jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a
verdade pela mentira e o amor pela
indiferença.
A inexperiência e a ignorância dos
corações que se iniciam na luta fazem,
frequentemente, grande algazarra
em torno do espírito que procura a si
mesmo.
Por isso, padecerás muitas vezes
aflição e desânimo.
Não te perturbes, porém.
Se as ilusões e os brinquedos da
maioria não mais te satisfazem, é que
a madureza te inclina a horizontes mais
vastos.
Recorda que somente Jesus é
bastante sábio e bastante forte para
acalmar-te.
Ouve-lhe o apelo divino, formulado
nas derradeiras palavras do seu
Testamento de Amor: - “Vem!”
Ninguém te pode impedir o acesso à
fonte da luz infinita.
O Mestre é o Eterno Amigo que nos
rompe as algemas e nos abre portas
renovadoras...
Entretanto, é preciso saibas querer.
O Senhor jamais nos fará violência.
Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob
os fardos do mundo?
Vem!
Jesus reserva-te os braços abertos.
Vem e atende-o ainda hoje. É
verdade que sempre alcançaste ensejos
de serviço, que o Mestre sempre foi
abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se
modificam com as horas e de que nem todos os dias são iguais.
E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom
é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma
para Elias, não sabendo o que dizia.
E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles
na nuvem, temeram.
E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.
E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias
não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
7. 12 13RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
o
“Vinde a mim...” (Mateus,
11:28)
O crente escuta o apelo do Mestre,
anotando abençoadas consolações. O
doutrinador repete-o para comunicar
vibrações de conforto espiritual aos
ouvintes.
Todos ouvem as palavras do Cristo,
as quais insistem para que a mente
inquieta e o coração atormentado lhe
procurem o regaço refrigerante...
Contudo, se é fácil ouvir e repetir o
“vinde a mim” do Senhor, quão difícil é ir
para Ele!
Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo, entretanto, os laços da conveniência imediatista são demasiado
fortes; além, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia, o cárcere do desânimo
isola o espírito, através de grades resistentes; acolá, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase
impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais, aparentemente
inadiáveis.
Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braços amoráveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e
à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal...
Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a
companhia. Em suma, é muito doce escutar o “vinde a mim...”
Entretanto, para falar com verdade, já consegues ir?
Consegues ir?
(Fonte Viva. Emmanuel, Cap. 5. Francisco
Cândido Xavier
8. 14 15RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
Lágrimas
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mateus, 11: 28)
Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta
alegria e fortaleza de ânimo.
Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam
argumentos contra a lágrima e abominam as
expressões de sofrimento.
O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse
razões para chorar.
Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da
confiança e do otimismo, chamava ao seu coração
todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o
peso de desenganos terrestres.
Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à
consolação.
Muita gente acredita na lágrima sintoma de
fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no
Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação;
Paulo mergulhou-se em pranto às portas de
Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos
de martírio... mas, nenhum deles derramou lágrimas
sem esperança.
Prantearam e seguiram o caminho do Senhor,
sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção,
padeceram e morreram leais na confiança suprema.
O cansaço experimentado por amor ao Cristo
converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu
olhar magnânimo transformam-se em laços divinos
de salvação.
Caracterizam-se as lágrimas através de origens
específicas. Quando nascem da dor sincera e
construtiva, são filtros de redenção e vida; no
entanto, se procedem do desespero, são venenos
mortais.
(Camiho, verdade e vida. Emmanuel, Cap. 172.
Francisco Cândido Xavier
9. 17
Busque-O, você também, em
cada dia da sua vida, com
alegria interior, instalando em
si mesmo os prenúncios da
paz que o vacinarão contra os
maus tempos da alma, dando-
lhe resistência para enfrentar
com bom ânimo, todo e
qualquer testemunho pelo
qual tenha que passar.
o
suaveconvite
10. 18 19RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
Por mais que a alma humana
busque proteção e apoio nos
dias de árduas lutas e de graves
testemunhos, em coisas e pessoas,
terá que encontrar frustrações e
desalento em razão da ordem mesma
da vida.
Se a pessoa se apoia em algo
material para tentar superar a fase
complexa, logo se desiludirá.
As viagens de espairecimento
e de lazer trarão cansaço e
aborrecimento.
As compras, por mais caras e
variadas, acabarão por impor enfado
e fadiga.
Os cardápios primorosos em
mesas engalanadas, com o tempo,
trarão enjoo e inapetência.
Os jogos de azar, que
aparentemente distraem, tornam-
se ladeiras escorregadias do vício e
estuário de vacuidades.
As taças de licores, repetidas
vezes, farão com que se acumulem
sombras nas estradas de torturante
embriaguez.
Caso alguém se apoie em outro
alguém, na tentativa de impor-se
ao período áspero, muito cedo se
desgostará, caindo em desconforto.
Umas pessoas toleram outras,
enquanto essas outras não se tornam
pesos que acarretam desgastes
emocionais e complicações.
Um indivíduo suporta os
problemas de outro até os limites da
própria resistência.
Alguém acompanhará alguém nas
vias escarpadas enquanto não surge
a bifurcação que impõe a cada um
seus próprios passos e escolhas.
O mergulho na sexualidade, como
quem deseja chafurdar-se em ondas
de esquecimento das deficiências
próprias, transforma-se numa
danação a mais, pelo vazio que se
impõe o desditoso, o qual acaba
por afogar-se no agastamento e
perturbação.
“Vinde a mim...” propõe o Celeste
Amigo.
No entanto, a proposta do
Mestre é de auxílio e clareza, uma
vez que Ele não promete retirar o
problema da vida de ninguém. Não
se compromete a evitar que cada um
resgate o que deve perante as leis da
consciência. Ele acena, isso sim, com
o alívio, com a ajuda, com o socorro
na quadra mais complexa.
“Vinde a mim... que eu vos
aliviarei”.
O apoio do Cristo é, assim, de
importância capital para cada um
e para todos nós. Se, por um lado,
Ele não retira o fardo da quota
das nossas responsabilidades, por
outro, jamais nos deixa à míngua da
Sua luminosa presença, o que será
sempre garantia de fortalecimento
para o enfrentamento da asperidade.
A ajuda de Jesus é essencial para
a conquista da nossa harmonia
gradativa, nos quadros das lutas
humanas, porque, à medida que nos
vai auxiliando, vai-nos informando
a respeito dos motivos da nossa
dificuldade, da perturbação que nos
atinge.
Com Jesus Cristo fica mais fácil
entender que ninguém se acha
no mundo como se estivesse
numa estação de entretenimento
permanente. A Terra se mostra
também como uma escola bendita
que nos vai permitindo verificar
que o destino de todas as coisas
é passar, e que cada companheiro
ou companheira ao nosso lado tem
a sua própria cruz a conduzir, não
lhe sendo possível dar atenção
continuada ao nosso madeiro.
O Cristo é, assim, para todos
nós, a fonte do ansiado alívio de
todos os tormentos e de todas as
lutas e dores, impulsionando-nos
para que aprendamos a solucionar
intrincados enigmas por meio da
nossa comunhão com os Seus
ensinos, não apenas nas quadras de
aperto e infelicidade, mas, também,
quando tudo nos sorri, quando o Sol
brilha sobre as nossas estradas, pois
esse é o melhor tempo de fixarmos
o aprendizado para os tempos de
invernia.
Busque-O, você também, em
cada dia da sua vida, com alegria
interior, instalando em si mesmo os
prenúncios da paz que o vacinarão
contra os maus tempos da alma,
dando-lhe resistência para enfrentar
com bom ânimo, todo e qualquer
testemunho pelo qual tenha que
passar.
pO suave convite
(Quem é o Cristo?. Francisco de Paula Vitor, Cap.
3. Raul Teixeira)
11. 21
Do mesmo modo que a
simples semente tem um
propósito na vida, bem como
também cada elemento
da natureza, cabe-nos o
empenho em descobrir o
nosso sentido existencial,
aquele que está reservado
para nós.
a
sinfonia
vidada
12. 22 23RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
A semente traz em si mesma os
códigos vitais e quando é colocada
para germinação sob a compressão
do solo e auxílio da umidade, passa a
se desenvolver, seguindo seu modelo
organizador biológico.
Essa circunstância peculiar lhe
permite reavivar os fatores adormecidos
e passa então por vigorosas
transformações celulares.
Intumesce-se, e, dirigida pela
fatalidade biológica, desata a vida
sob nova forma, seguindo o projeto
existencial que lhe é próprio, inscrito nos
códigos da vida.
Converte-se em vegetal, dando seu
contributo ao meio ambiente, para se
repetir, sem cessar, em futuras sínteses,
expandindo-se a partir de novas
sementes que seu esforço biológico
permitiu gerar.
Ela segue em seu ciclo delineado e
recebe o contributo de outros fatores
do seu entorno, como o do solo fértil,
do sol e da água. Expressa sua forma
e conteúdo renovados, com vigor e
utilidade, e se mantem presente e ativa,
sem desperdiçar um segundo que seja
do tempo que dispõe.
Mesmo enquanto na escuridão do
solo, usa de suas forças para crescer e
sair na direção do Sol, momento esse
que, como todas as outras formas de
vida, encanta-se com o fototropismo,
fenômeno que uma vez percebido, não
se aparta jamais.
Na dinâmica da vida, a minúscula
semente mantém-se dentro do sentido
que a existência lhe confere, levando
cada célula a preencher a formatação
pré-estabelecida do seu projeto
vivencial, que é seu modelo organizador
biológico próprio.
Dentro de certo tempo transforma-se
em frondosa árvore, floresce e frutesce
e disponibiliza seus melhores recursos,
como forma silenciosa de manifestação
de sua gratidão às leis que regem a
vida.
As flores não tentam desabrochar,
elas desabrocham; os pássaros não
tentam voar, eles voam.
A existência humana tem como
objetivo essencial o desenvolvimento
dos valores que se encontram
adormecidos no cerne, no âmago do ser.
Seu corpo obedece aos códigos que
lhe veem impressos no espiral biológico,
segundo seu prévio modelo organizador.
Mas o ser-pensante que habita o ser-
biológico, nem sempre segue o sentido
que a razão existencial indica, até
porque, em muitos casos, nem busca
saber que sentido é esse, sem se dar
conta que a tarefa inadiável consiste
em buscar o sentido da vida e aplicá-lo
de maneira consciente, de forma que
as lutas contribuam eficazmente para a
autorrealização.
Em decorrência do alheamento,
insatisfações, vazios existenciais,
desânimo, povoam essas mentes e
dirigem seus comportamentos.
Fugaz é o tempo quando não utilizado
de maneira lúcida em torno dos valores
transcendentais, aqueles adormecidos
no âmago de cada um.
Para que o indivíduo descubra o
significado existencial que lhe diz
respeito, é indispensável que se
permita a reflexão, o hábito saudável
da concentração e de pensamentos
edificantes, criando condições
propiciatórias à viagem interior, onde
se encontram registrados os prejuízos e
as conquistas morais da longa viagem
evolutiva.
Enquanto alguém se compraz com
o já conseguido, cessa de evoluir
e de aprimorar-se, contentando-
se com o pouco adquirido que o
leva inevitavelmente ao tédio, ao
desconhecimento ou à perda do sentido
existencial.
Sem sonhos, sem rumos; sem rumos,
sem estímulos para a ação renovadora
e progressista. Vida que cada um é,
acaba anulada, evitando o desatar da
renovação, para seu próprio benefício.
Permanece postulando teses
repetitivas somente, sem o confronto
devido das antíteses, para então poder
apresentar as necessárias e decorrentes
sínteses.
Alimenta-se, emocionalmente, do
que consegue identificar que já é, sem
enriquecer o tempero do tempo mental
de que dispõe, para formular o que
gostaria de ser, idealizando conquistas,
ensaiando o êxito.
Vive alimentando o conflito criado
pela falta de expectativa que não
preenche o vazio que se lhe apresenta
nas energias dispersas, onde nem corpo
nem espírito, alcançam a harmonia que
poderia ser vivenciada com um mínimo
de percepção.
A Neurolinguística demonstra que as
fixações mentais contribuem para as
realizações humanas, e a Neurociência
confirma o poder da força mental na
atividade humana.
O pensamento é força viva e atuante.
Conforme o seu direcionamento,
manifesta-se, no mundo das formas,
a sua realização. A sua educação
para a renovação e o aprimoramento,
é relevante, porque se torna fator
essencial para o enfrentamento dos
desafios e encontro das soluções
necessárias à vida saudável.
Não desejamos com isso afirmar
que, com o simples fato de elaborar-
se uma ideia, necessariamente,
acontecerá como se quer ou como se
planeja. No entanto, a onda mental
emitida se transforma em fator criador
de ambiência que propiciará, que
irá contribuir para tornar viável o
desejo, que deve ser acompanhado do
empenho, do esforço para torná-lo real,
construtivo e edificante.
Reconhecendo a sabedoria milenar
disponibilizada para a Humanidade
pelo Mestre dos mestres, que, em
outras palavras, ensinou há mais de
dois mil anos que o mundo da paz é
semelhante a um homem que saiu a
semear, que experimentou a rudeza
da terra, vencendo-a pelo trabalho,
(Texto reproduzido com a devida
autorização: http://projeto-inove.com.br/
inove/2017/10/14/a-sinfonia-da-vida/
a
13. 24 25RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
superou o calor e a falta de água, e colocou as
suas sementes no colo amigo do solo, cuidando
através de irrigação, e resguardando-a de
pragas e mau tempo, quando então ressurgiu
em débil plântula de esperança, até que se
transformou em vida exuberante a ornar-se de
flores e frutos, oferecendo sombra e apoio.
Assim sucede com todo aquele que espera
a colheita de felicidade, sendo convidado a
plantar antes e atender a sua seara.
Modificando comportamento atual, aquele
que deseja mudança psicológica para melhor,
deve direcionar a força mental para a sua
realização, a fim de que lhe surjam fatores
especiais que o auxiliem na modificação das
paisagens íntimas e das ocorrências externas,
sabendo que todos devemos envidar os
melhores esforços para alcançar os patamares
mais elevados da vida tanto biológica quanto
psicológica e mental.
Os desafios existenciais fazem parte da vida,
sem os quais o ser seria destruído pela paralisia
da vontade, dos membros, das aspirações, que
se transformariam em doentia aceitação dos
níveis inferiores do estágio da evolução a que
estamos sujeitos.
Para se identificar que há luz acima e saber
de onde ela está vindo, é preciso que olhemos
para o alto.
Não basta só saber, é preciso fazer.
A atitude do enfrentamento dos estados
emocionais perturbadores é necessário, a fim de
que se consiga, de modo definitivo, o equilíbrio
íntimo.
Comecemos pelo mais simples, vamos
despertar em nós a vontade de mudanças
comportamentais, cientes de que ao mudar os
pensamentos estaremos mudando nossas vidas.
A lição é de Buda, o Iluminado: Somos o que
pensamos. Tudo o que somos surge com nossos
pensamentos. Com nossos pensamentos,
fazemos o nosso mundo.
Como que numa confidência com seus
leitores, William Shakespeare, o grande escritor,
comentou:
Aprendi... que vai demorar muito para me
transformar na pessoa que quero ser, e devo
ter paciência.
Mas aprendi, também, que posso ir além dos
limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar
meus pensamentos ou ser controlado por eles;
que os heróis são pessoas que fazem o que
acham que devem fazer naquele momento,
independentemente do medo que sentem.
Do mesmo modo que a simples semente tem
um propósito na vida, bem como também cada
elemento da natureza, cabe-nos o empenho em
descobrir o nosso sentido existencial, aquele
que está reservado para nós.
Quando olhamos para o mundo à nossa
volta, descobrimos que não estamos jogados
no caos e na aleatoriedade, mas somos parte
de uma grande ordem, uma grande sinfonia da
vida.
Na verdade, nós pertencemos ao universo,
e essa experiência de pertencer pode tornar a
nossa vida profundamente significativa, para
nós próprios e para os demais à nossa volta.
Lembremo-nos de Voltaire: Turva-me o
universo e não posso imaginar que exista este
relógio e não haja um relojoeiro.
Disse-nos Johann Goethe: A mais nobre
alegria dos homens que pensam é haverem
explorado o concebível e reverenciarem em paz
o incognoscível.
Não devemos nos abster e nem fugir do
exame da espiritualidade. É a vida em sua
maior transcendência.
No livro: A Visão Sistêmica da Vida, de Fritjof
Capra e Pier Luigi Luisi (Fritjof Capra é físico
teórico e escritor que desenvolve trabalho na
promoção da educação ecológica. Pier Luigi
Luisi é professor de Bioquímica na Universidade
de Roma), lemos:
A espiritualidade é uma experiência humana
muito mais ampla e mais básica do que a
14. 26 27RASTROS DE LUZ | A LEI DA CRUZ
de
Luzum olhar na história
rastros
PRÓXIMO FASCÍCULO:
A parábola do semeador
Revista eletrônica de circulação dirigida e gratuíta
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Contato: redator@resenhaespiritaonline.com.br
Curitiba - PR
CRÉDITOS DESTE FASCÍCULO:
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Jesus Christ of Latter-day Saints
Livros: A Bíblia de Jerusalém, além dos
livros citados no corpo do fascículo.
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obra estão reservados, única e exclusivamente, para Maurício Silva. Proibida a sua reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem expressa autorização, nos termos da Lei 9.610/98.
religião. Ela tem duas dimensões: uma
vai para dentro, ou “para cima”, por
assim dizer, e a outra vai para fora,
abraçando o mundo e os seres humanos
nossos companheiros. Qualquer
uma dessas duas manifestações
da espiritualidade pode ou não ser
acompanhada pela religião. Assim,
quando dizemos que cientistas como
Einstein ou Bohr eram almas espirituais,
queremos dizer que eles eram animados
por um vigoroso anseio para se
aproximar, ou talvez até mesmo para se
identificar, com os mistérios do cosmos.
Por outro lado, quando vemos
pessoas como Gandhi ou Martin Luther
King como seres espirituais, queremos
dizer que eles estavam expressando por
meio de suas vidas os ideais superiores
de uma humanidade melhor. Nesses
casos, há uma união das dimensões
interiores e exteriores da espiritualidade
e podemos falar a respeito de uma
“espiritualidade leiga”, uma maneira
de ser espiritual sem a necessidade de
estar associado com uma religião em
particular.
Vamos refletir mais detidamente
sobre tudo isso?
Há uma religiosidade da consciência?