Este documento analisa como as histórias em quadrinhos constroem um sentido de realidade, tendo como foco a série Alias. Ele discute como as representações nas histórias em quadrinhos refletem a realidade e como o gênero super-herói lida com isso, especialmente na série Alias. O documento também descreve a metodologia de análise discursiva que será usada para estudar a construção de sentido de realidade nas histórias.
Quadrinhos e realidade: A Construção de um sentido de real na série Alias
1. QUADRINHOS E REALIDADE:
A CONSTRUÇÃO DE UM SENTIDO DE REAL
NA SÉRIE ALIAS
MARCELO SOARES DE LIMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PPGC – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
COMUNICAÇÃO
2. Objetivos
• Geral:
• Analisar como as histórias em quadrinhos constroem um sentido de real dentro do
gênero super-herói, tendo em perspectiva a série Alias.
• Específicos:
• Verificar quais estratégias discursivas verbais e não verbais as histórias em quadrinhos
tecem na busca de uma aproximação com o real;
• Identificar quais sentidos de realidade são empregados nas histórias;
• Compreender como o dialogo com a realidade modifica o status quo do conceito de
super-herói.
3. • Representação da Realidade
– Charaudeau (2006, p. 47) aponta que as mídias não
trabalham com a realidade, nem muito menos são
espelhos dela. O que elas fazem é desenvolver
representações construídas a partir de suas
necessidades, transformando essa representação no que
seria o próprio real.
4. • Mídia Analisada: Histórias em Quadrinhos
– Nelas podemos encontrar representações que são também
formas de determinada sociedade entender o mundo, ou
ainda, de satisfazer as suas necessidades.
– Vieira (2008, p. 212) aponta que “as histórias em
quadrinhos além de participarem do imaginário do seu
público, constituem um importante meio de representação
da cultura popular e contemporânea”.
5. • Histórias em Quadrinhos
– Mesmo nos gêneros mais fantasiosos, os quadrinhos conservam
uma função de não só entreter, mas também levar as vontades de
seu público a suas histórias.
– Silva (2002, p. 37-38): “no consumo se estabelece o vinculo
imaginário entre o desejo do individuo e a promessa de
satisfação. A fantasia presente nos produtos culturais articula
esses dois mundos estabelecendo uma realidade imaginária”, isto
é, “nos quadrinhos, as fantasias funcionariam como um tipo de
mecanismo de defesa que protege o ego dos conflitos com a
realidade” (id, ibidem).
6. • Gênero Super-heróis
– Um gênero dos quadrinhos que usa dessa vontade
de escapismos do seu leitor é o dos super-heróis,
seres de poderes divinos que lutam contra desafios
além da alçada humana e se tornam mais que
personagens, símbolos.
7. • Gênero Super-heróis
• Vieira (2008, p. 208) ressalta que:
– Estes personagens e suas narrativas, que há setenta anos participam da
cultura jovem, serviram como registro da história ocidental, das
representações e referências simbólicas de um público cada vez maior
e mais diversificado. As representações são a forma como uma
sociedade reconhece e expressa sua realidade. Isto nos possibilita
recorrer a obras de ficção, como é o caso dos quadrinhos, para
compreender o mundo externo a eles. Pois, por mais fantástica que
pareça sua realidade, ela guarda fortes semelhanças com a visão de
mundo de seus autores e do público para quem escrevem.
8. Metodologia
• Corpus:
– Serie Alias, 28 edições, Marvel
Comics, 2001 a 2004.
– Delimitação:
• Codinome Investigações, cinco
primeiras edições, e Rebecca,
Por Favor, Volte Pra Casa, 11ª
à 14ª edição.
9. Metodologia
• Analise de discursos tanto
verbais (balões, legendas, etc)
quanto não-verbais (desenhos,
gráficos, etc).
• Estudo das mídias com base em
Patrick Charaudeau e Roger
Silverstone, analise do discurso
midiático no viés de uma
representação da realidade.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BANDEIRA, Daslei Emerson Ribeiro. O Escudo Manchado: Um herói em tempo de guerra. João
Pessoa: Marca de Fantasia, 2007.
• CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2010.
• ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 2004.
• GUIMARÃES, Edgard. Linguagem e metalinguagem na história em quadrinhos. XXV
Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Salvador/BA, 04 e 05. Setembro de 2002. Acessado
em 25 de Outubro de 2011:
http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/bitstream/1904/19045/1/2002_NP16GUIMARAES.pdf
• MOYA, Álvaro de. Shazam! São Paulo: Editora perspectiva, 1970
• PENA, Felipe. A vida é um show: Celebridades e heróis no espetáculo da mídia. Rio de Janeiro:
2002. Acessado em 01 de Outubro de 2011:
• http://bocc.ubi.pt/pag/pena-felipe-vida-show.pdf
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• PINTO, Milton José. Comunicação e discurso: introdução a análise de discursos. São
Paulo: Hacker Editores, 1999
• SANTAELLA, Lúcia. Comunicação e pesquisa: projetos para mestrado e doutorado. São
Paulo: Hacker, 2002.
• SILVA, Nadilson Manoel da. Fantasias e cotidiano nas histórias em quadrinhos.
Annablume, 2002
• SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a Mídia? São Paulo: Loyola, 2002.
• VIEIRA, Marcos. Corpo, identidade e poder nos quadrinhos de super-heróis: um estudo
de representações. Rio de Janeiro: 2008. Contemporânea, Vol. 6, nº 03. Acessado em 25 de
Setembro de 2011:
• www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_11ex/14_MarcosVIEIRA_IISeminarioPPGCOM.pdf