1. ~ Apresentação
O
meu intento não é ensinar aqui o método que cada
qual deve seguir para bem conduzir a sua razão, mas
somente mostrar de que maneira procurei conduzir a
minha.
(Descartes)
O objetivo deste manual é discutir os fundamentos teó-
ricos e metodológicos da pesquisa na atualidade, bem
como a elaboração, desenvolvimento e apresentação de
um projeto de pesquisa.
Ao elaborar este manual, buscamos atender a uma ne-
cessidade dos alunos pesquisadores na elaboração e
formatação de um projeto de pesquisa, e discutir os fun-
damentos básicos de um processo de produção de co-
nhecimento.
Nesse sentido, as orientações e reflexões teóricas pro-
postas neste manual não se encontram apenas no con-
teúdo impresso em suas páginas; mas também na sua
forma de apresentação. Para isso, b!}scamos não nos
atermos muito ao conteúdo técnico-formal da elabo-
ração de projetos científicos, mas enf6C~rinos o pro-
cesso de interação sujeito-objeto na produção de co-
nhecimentos.
Com este manual, esperamos contribuir para o processo
da pesquisa e da produção do conhecimento como um
princípio educativo que fundamente qualquer ativida-
de de estudo.
As Autoras
2. 4 Fazer pesquisa é um probloma? Lusia Ribeiro Pereira e Marfha Lourenço Vieira 5
• 1. Para entender o que é pesquisa 1.1. Para começo de conversa:
A
o QU.
SA.BliR
ADI ..•. TA
N
áSCRE:VER
s práticas humanas, em suas mais diversificadas for-
QUE AL,,"UÉM FUMA
CAcI4IM80 SE NES-
mas de interação com o mundo, sempre se deram a
TE ""'(S QUASE
NINGOUÉM FUMA partir da necessidade de resolver algum problema, ou
CAC,",IMI!O?
de desvelar um enigma que se postava como um desa-
fio. Na busca de respostas possíveis e sempre provisóri-
as a esse enigma, o homem construiu, reconstruiu, ela-
borou saberes, aprendeu e desaprendeu diversos modos
de elaborações teóricas, ora mais pontuados pela sua sub-
Toda a Mafalda/Quino.
1993. jetividade imediata, ora mais pontuados pela sua objeti-
vidade racional e instrumental. Ou, dizendo de uma ou-
tra forma: da elaboração da explicação mítica da reali-
dade à dialética do esclarecimento na modernidade, o
homem, sujeito produtor de conhecimento, percorreu um
longo caminho, construiu uma longa história.
Um caminho feito de movimentos curvos e retilíneos,
de avanços e retrocessos, de aspirais ascendentes e des-
cendentes, em que a dúvida sempre foi a mola propul-
sora da busca de entendimento do mistério homem-
mundo-homem. Essa busca constante de explicações para
os enigmas que se apresentam é o que se pode chamar
de construção de conhecimento.
Normalmente, quando se discute a forma como se
constrói o conhecimento, as pessoas imaginam que ele
Normalmente, está ancorado em algum lugar fora da relação do sujeito
quando se
com o seu mundo. Pensa-se, por exemplo, que o conhe-
discute a forma
como se cimento se restringe ao acúmulo de teorias previamen-
constrói o te estabelecidas, ao deslocamento dessas teorias do seu
conhecimento, contexto de produção e à instituição das mesmas como
as pessoas verdades absolutas. Assim, elas passam a constituir a
imaginam que
ele está única matriz explicativa para problemas/ enigmas que
ancorado em circundam o homem e a sua existência.
algum lugar
fora da relação
Essa forma de perceber o conhecimento gera um
do sujeito com o comportamento muito comum, que é a utilização de
seu mundo clichês, slogans, chavões e frases feitas para explicar, de
3. 6 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marfha Lourenço Vieira 7-
ELFO
maneira bastante simplista, qualquer situação que se
apresente. Observa-se, por exemplo, uma redução da SEÇÃO FIXA
complexidade social quando a mesma é explicada sim-
plesmente por dicotomias como: "classe dominante/
classe dominada"; "cidadão crítico/alienado"; "traba-
~~O
lho/ exploração"; "luta de classe/poder dominante" e , O
muitas outras formas maniqueístas de se pensar a reali-
dade, como se essa pudesse ser classificada, rotulada,
polarizada, bi-partida, linearizada, sem que se faça uma
contextualização dos fatores que a integram e a
condicionam.
Um outro exemplo dessa forma dicotômica de con-
ceber o conhecimento pode ser observado em situações
normalmente vivenciadas na escola, como ilustram as
histórias a seguir:
"ftM 05 vt:l? .•
IN~()JAYÕE>, BRAço )1k'1;ITV!
POLI r-JÓMI OS, 8RAÇO ~l.ERiXJ!
)..IA n<1Z!E5 ,9ERNA lnR€O17' '':;
~)
1a~
4. 8 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marlha Lourenço Vieira 9
oS S'€Nr-toP-éS ~Ri;o P1S~IBu{:DOS
é}Ã TVk?NAS De 'p.!' A • z· ! O PARÂME T120
"ft" CORf'éS'?ON~ trO N:! i)S CÃD'Â UM 61.E-
VADO A '11"" E Dlvl1J1Do PoR 'e" ! A CADA
MOVI ME NiO !nó: Pt~Wç.o fAAfoR Qc.E
W 9RAUS ~RA' ~CONT7U10 ~ íb NíO !
5. 10 Fazer pesquIsa e um problema?
. . Lusia Ribeiro Pereire
. e Marlha Lourenço Vieira '11
POIS e, -
COLcC;:;A.
/ O f'RoPsS'ü-OR
'"'o NAS
- I ttÂ,Q l?1I'Jtt8 K) ,
POVE.. NA{)' QAN i>E: G.LoRIA/ ••
1CM '1ja.J$ 1-10MEf'ITDS
Zá/Laerte, nQ 5, 1996
6. 12 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira . 13
Sabemos, no No texto "A prova", observamos o professor como 1.2. A realidade como ponto de partida para
entanto, que detentor único do conhecimento e, conseqüentemente, a a construção do conhecimento
para conhecer, é
necessário que o
relação de poder que ele exerce sobre aquele que "não
sujeito se conhece". O mesmo acontece na segunda história, na qual
coloque frente à o detentor do saber inibe as manifestações de produção
realidade e a ela de conhecimento fora dos ditames e dogmatizações que
faça perguntas
envolvem as situações de aprendizagem na escola. Por
outro lado, é preciso pensar que essas situações e concep-
ções não se restringem aos muros da escola, mas, ao con-
trário, ultrapassam o cotidiano ali vivenciado e se disse-
minam nas relações sociais mais amplas ..
Sabemos, no entanto, que, para conhecer; é necessá-
rio que o sujeito se coloque frente à realidade e a ela faça
perguntas. As respostas a essas perguntas é o que pode
ser chamado de conhecimento. Esse conhecimento deve
ser entendido como relativo porque é o produto dessas
perguntas e não é, portanto, absoluto e nem neutro, pois
sofre interferência dos sujeitos, que fazem as perguntas,
com objetivos específicos e a partir de tempos e lugares
também específicos.
Jornal o Globo/Fred
Wagner. 27/04/97
A história em quadrinhos que introduz esta seção ilus-
tra como a realidade é vista e compreendida diferen-
temente pelos diversos sujeitos. É, pois, a realidade o
ponto focal do processo de construção do conhecimen-
Numa via de to. Assim, é preciso compreender o que é a realidade en-
mão dupla,
realidade e quanto objeto de estudo, pois ela não é algo que se cons-
sujeitos se trói fora da relação com o sujeito. Ao contrário, é na
constroem interação com o sujeito que ela é significada. Por isso,
mutuamente na cada sujeito a representa de forma diferenciada, pois as
e pela relação
interações não se repetem, dependem da temporalidade
que se
estabelece entre sócio-histórica em que o sujeito se insere. Numa via de
eles. mão dupla, realidade e sujeitos se constróem mutua-
7. 14 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 15
mente na e pela relação que se estabelece entre eles. A A história que este passarinho mais gostava era O Pati-
JI
interrogação sobre a realidade é sempre feita a partir de nho Feio". Quando a mãe dele contava essa história eleficava
um ponto de vista, social e historicamente determinado. todo feliz. Não porque ele fosse feio. Mas era muito pequeni-
ninho, coitado. E ele sonhava que um dia ia crescer e ficar
Nesse sentido, podemos dizer que o conhecimento forte. Do mesmo jeito que o patinho feio fica grande e bonito
é social e historicamente construído. Ele é uma forma
naquela história.
de compreender e significar o mundo e a vida. É o que
pode ser lido na história da ciência, seja no campo das Um dia, os irmãos do passarinho estavam jogando futebol
ciências da natureza, seja no campo das ciências soci- dentro do ninho. E o passarinho estava no gol. Um dos irmãos
ais. Seja passando por Aristóteles, Newton ou Einstein, dele chutou com força a joaninha que eles usavam de bola. O
seja passando por Descartes, Marx, Weber ou Freud. O passarinho deu um pulão para tentar pegar a joaninha. E caiu
ponto comum entre eles é a interrogação incessante na do ninho! E caiu lá no chão, porque ele e os irmãos dele ainda
busca de compreensão da realidade, tanto natural não sabiam voar.
quanto social. O passarinho ficou um tempão lá no chão. Pensando que a
vida dele tinha acabado. Mas aí ele lembrou que os passarinhos
1 troca de ponto Tem-se, portanto, como ponto de partida, na produ-
voam. E tentou imitar a mãe dele batendo as asinhas. Bateu,
de vista altera a ção do conhecimento, um ponto de vista sobre o qual se
bateu, bateu. Mas tudo o que aconteceu é que eleficou cansa-
versão e o exerce uma ação reflexiva, utilizando-se de informações
sentido da do. E não conseguiu voar.
teóricas já produzidas, mas sempre desdogmatizando-
histôria,
as, para se permitir construir outros conhecimentos ne- Aí apareceu um gato. Lambendo os beiços de vontade de
relatiuizando a
verdade e o cessários à compreensão da realidade. comer um passarinho. Veio vindo para perto do passarinho.
onhecimento, Mais perto. E mais perto. E quando estava pertíssimo, o gato
Como exemplo desse processo de dogmatização/ deu um pulo. Foi aí que o passarinho descobriu que os passari-
desdogmatização, a história abaixo, cuja versão original nhos, além de voar, podem dar aqueles pulinhos com as pati-
é geralmente tomada como única e oficial, mostra que a nhas juntas. E pulou pra cá, pulou pra lá. Cada vez que o pas-
troca de ponto de vista altera a versão e o sentido da sarinho dava um pulinho, o gato dava um pulão. Mas não con-
história, relativizando a verdade e o conhecimento. seguiu pegar o passarinho, que de pulinho em pulinho chegou
até o tronco de uma árvore. E se escondeu num buraquinho
deste tronco. Um buraquinho tão pequenininho que só cabia o
AO ROÃ MEIJA OU O PASSARINHO passarinho lá dentro. E tão pequeno era este buraquinho que o
gato não conseguiu enfiar nem a ponta de uma de suas patas lá
Era uma vez um passarinho. Um passarinho, bem passa- dentro. E percebendo que não ia conseguir agarrar o passari-
rinho mesmo, porque ele era bem pequenininho. Os irmãos nho, o gato disse assim:
dele eram bem maiores que ele. E quando a mãe trazia II - Sabe que eu estou com vontade de comer um ratinho?
minhoquinhas e outros petiscos para os filhotinhos, o passari-
E foi embora.
nho quase sempre acabava com o bico vazio. E, em vez de ir
crescendo, como os irmãos, elefoi ficando do mesmo tamanho, Aí o passarinho saiu do buraco. E resolveu caçar uma
mas cada vez mais magrinho. Às vezes a mãe até esquecia que minhoquinha para comer. Mas logo descobriu que só os passa-
ele existia. Porque ela nem uia o passarinho no meio dos ir- rinhos adultos conseguem caçar minhocas. Porque as minho-
mãos dele. cas são espertinhas.
j
8. Fazer pesquisa é um problema?
16 Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 17
o passarinho já estava pensando em fingir que era um coisas para se comer. Mas o passarinho nem pensou em voar
esquilo e comer uma avelã que estava ali perto. Mas então acon- para perto desta casa. Porque ele não estava mais com fome.
teceu uma coisa extraordinária! Porque ele estava com a barriga cheia de pedacinhos de pão. E
Um menino e uma menina vieram pelo caminho da flo- porque na frente daquela casa tinha uma velha descabelada e
resta de mãos dadas. Este menino e esta menina eram muito com cara de má.
parecidos. Tão parecidos, que o passarinho pensou assim: "Eles O passarinho voou e voou e conseguiu voltar para o ni-
devem ser irmãos!" nho dele. A mãe e os irmãos se admiraram dele estar vivo. E
grande. E forte. E voando!
O mais interessante é que o menino estava com um peda-
ço de pão na mão. E o passarinho ficou de boca aberta quando O passarinho se sentiu como o patinho feio, quando ele
viu o que o menino estava fazendo, e exclamou: descobre que se transformou num lindo cisne. E ensinou os
irmãos dele a voar. E mostrou para eles e para a mãe onde
- Mas que coisa! Ele está tirando pedacinhos de pão e
tinha pedacinhos de pão. Porque antes do passarinho come-
jogando no chão! Que sorte a minha!
ç~r a seguir as crianças, abocanhando, mastigando e engo-
O passarinho não perdeu tempo e já foi comendo um pe- lindo, o menino e a menina já tinham deixado outros pedaci-
dacinho de pão. E outro. E outro. O passarinho seguiu a meni- nhos pelo caminho.
na e o menino, aos pulinhos. E assim que o menino jogava um
pedacinho de pão, o passarinho abocanhava. Mastigava. En- o conhecimento E afamília dele comeu bastante. E todos abraçaram e bei-
sobre um jaram o passarinho. E ele voou bastante. E cresceu bastante. E
golia. E ia dando seus pulinhos. E abocanhando. E mastigan- determinado viveu bastante feliz para sempre. Fim.
do. E engolindo. objeto pode ter
diversas Que história é essa?
Muito caminho depois, o pão acabou. Mas o passarinho versões,
não ficou triste, porque já tinha abocanhado, mastigado e en- dependendo de
SOUZA, Flávio de. Que história é essa? São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1995.
golido muitos e muitos pedacinhos. quem o conhece,
quando o
Foi bem quando o pão acabou que as crianças olharam conhece, e para Como observamos, a troca do ponto de vista gerou
para trás. E descobriram que os pedacinhos de pão tinham que busca uma outra versão da história. Da mesma forma, o co-
sumido. conhecê-lo.
nhecimento sobre um determinado objeto pode ter di-
- Foi aquele passarinho! - Disse a menina. versas versões, dependendo de quem o conhece, quan-
do o conhece, e para que busca conhecê-lo,
- Ele vai ver só um coisa! - Disse o menino. E foi logo
pegando uma pedra para atirar no passarinho. Estar atento às perguntas, aos pontos de vista é, por-
Foi aí que o passarinho descobriu que voar era muito fácil tant?, promover a construção do conhecimento compro-
metido com os problemas sociais, culturais, econômicos
para quem tem duas asas. Ele ficou com tanto medo de levar i e políticos do contexto vivido, traduzindo-o em produ-
uma pedrada, e se mexeu tanto que, quando percebeu, já esta-
t~s,e processos úteis para a sociedade em geral. Isso sig-
va voando.
nifica romper com a representação segundo a qual o lu-
A floresta era muito bonita vista lá de cima. O passarinho gar de produção, circulação e utilização de conhecimen-
viu muitos tipos de árvore. Rios, cachoeiras. E uma casa mui- to é, essencialmente, a comunidade acadêmica.
to esquisita, mas muito bonita, com as paredes marrons e mui-
tos enfeites coloridos. Parecia au: que aquela casa era feita de
1
9. Fazer pesquisa é um problema?
Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 19
18
1.3. Fazer pesquisa é produzir conhecimento • 2. Como se faz uma pesquisa
á uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em Da construção do projeto
H seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se
chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra expe-
à elaboração do relatório final
riência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento
imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos
saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa ex-
periência tem, creio eu, u1f!:nome ilustre e fora de moda, que
ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de
SE iUDO ESTIVER
sua etimologia: sapiêntia: nenhum poder, um pouco de saber, ERRADO ...?
um pouco de sabedoria e o máximo de sabor possível. "
Roland Barthes
a
/I ( ••• ) A pesquisa é a atividade básica da Ciência na sua
formulação de indagação e construção da realidade. É a pesquisa que
11mproblema é alimenta a construção do conhecimento e o atualiza
mais essencial
frente à realidade do mundo. Sendo assim, o ato de
que sua
solução" pesquisar é direcionado pela aquisição de um conheci-
mento que possibilita a solução e a explicação de fenô-
menos e problemas práticos da realidade cotidiana
vivenciada pelo homem.
O problema é, portanto, a base, o início da investi-
gação: uma dúvida, uma questão, uma pergunta, que Toda a Mata/da/Quino.
1993.
demanda a criação de novos referenciais. Como afirma
Einstein: /I aformulação de um problema é mais essencial
( •• .)
que sua solução". Isto porque a ciência não tem por finali-
dade descrever a realidade, mas lançar perguntas para
resignificá-Ia. Para se elaborar um projeto de pesquisa, deve-se estar
atento aos passos metodológicos que orientam a sua
construção. Esses passos deverão direcionar a elabora-
ção do projeto, seu desenvolvimento e a apresentação
do relatório final.
Biblioteca Prof'. Alalde U~boa de,O;I~elr;)
"'nCI!léiadp de Educacao da Ut tv .. '
10. Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marlha Lourenço Vieira 21
20
o projeto se destina a abordar um determinado o melhor de Hagar, o 2.1. O que pode ser um problema:
No projeto de horrível/Dik Browne,
pesquisa, problema, caminhando da sua definição para as metas 1996. aprendendo a olhar
explicitam-se os gerais e específicas que irão nortear a investigação, além
motivos de
ordem teórico- de indicar os procedimentos metodológicos para a con-
prática que secução de tais metas. No projeto de pesquisa,
justificam a sua explicitam-se os motivos de ordem teórico-prática que
$-
realização, bem justificam a sua realização, bem como a utilização de
como a
uma dada metodologia de investigação. Nos próximos cs: "'-
utilização de
uma dada
metodologia de
investigação.
itens, discutiremos os elementos constituintes de um
projeto de pesquisa e os mecanismos envolvidos em sua
construção.
1 ~
.J~ *
~
1hL ., ...
~-:-'~-" . ~.
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você
DESCOB,?JU?
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~ . ,
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OAMJ!IIM
OUD,.q
Tí1RDE?
11. 22 Fazer pesquisa é um problema?
Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 23
A o propormos este subtítulo, estamos elegendo o olhar
como uma categoria metodológica da pesquisa. En-
tendemos que olhar significa captar a realidade por in-
2.2. Como problematizar: de que lugar eu
pergunto, de que lugar eu busco as
respostas?
teiro. Olhar para tudo. Olhar para entender. Olhar para
perguntar. Olhar para se ver. Olhar para se conhecer.
Olhar para romper com a unilateralidade com que mui-
tas vezes se trabalha com o conhecimento. Olhar as coi-
sas significa olhar para tudo e em tudo perceber, captar
as várias dimensões, os vários significados. É, também,
permitir olhares diferentes, pontos de vista desiguais,
deixar afIorar o múltiplo do qual é feita a realidade. Olhar
para a realidade significa, pois, problematizá-la.
Olhar as coisas
significa olhar
para tudo e em
tudo perceber,
captar as várias
dimensões, os
vários
significados.
o melhor de Hagar o
horríve//Dik Browne.
1996.
O problema parte sempre do interesse do sujeito, ou
seja, daquilo que o incomoda e, conseqüentemente,
provoca uma pergunta. Por exemplo: por quê os alunos
não aprendem? Por quê existe violência no mundo atu-
al? A juventude atual é alienada? A mulher de hoje é mais
emancipada? Are1i~·ão é ~fatorde alienacãoZ Por que
/ . í3tbll(;Jt Ptof'. laIO_E( Lisboa ae U'lwe" ~
, . .v . .
a area social nao ~a"'6fl tfd~ 'El1DC~cK8"Ha~G
12. 24 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 25
No entanto, não basta só o interesse para se ter um 2.3. Problema e hipótese são a mesma
problema. As perguntas anteriores apontam para cam- o melhor de Hagar, o coisa?
horrível/Dik Browne,
pos de observação que precisam ser fatorados em te- ~996.
mas específicos, que, por sua vez, poderão se transfor-
ece
I
TéM QUA-
mar num objeto específico de estudo. reoPATAS é:
UMCORNQ.
Tomemos como exemplo uma das perguntas feitas:
por quê os alunos não aprendem? Fatorar esta pergunta
até chegar ao problema implica em:
a) estabelecer o campo de manifestação desse fenô-
meno: o fracasso escolar
b) escolher uma das manifestações desse fenômeno:
o fracasso escolar na leitura e na escrita, na 1a série do
ensino fundamental, em escolas da rede pública;
c) escolher as possíveis variáveis para explicar a COMO -~
SER'< QUE se CHAMA
A ?ARTE DE BAI)(O DESSE;? BlotO~~
P osto o que é um problema, passemos
então a discutir o que é uma hipótese e
de que forma ela se relaciona com o pro-
manifestação desse fenômeno: a condição sócio-econô- eARRIGA ou SOL~
Um problema,
para tornar-se
mica das famílias das crianças que fracassam; nível de ° (7(1
blema.
escolaridade dos pais das crianças que fracassam; o pou- A formulação de uma hipótese está
um objeto de
estudo, deve co acesso a materiais. escritos das crianças que fracas- intimamente relacionada com a base te-
constituir-se, sam; a infreqüência das crianças na escola; etc.. órica, o ponto de vista adotado pelo pes-
então, de uma Dessa forma, a pergunta inicial se transformaria na quisador. A hipótese é, na verdade, uma
*,[ pergunta básica,
fatorada em seguinte proposição de estudo: resposta provisória à pergunta propos-
questões ~ ta no problema. É através dela que o
menores que pesquisador estabelece um diálogo en-
tentam explicar Análise dos fatores que interferem e/ou causam tre o seu olhar e a realidade a ser
o fenômeno a o fracasso escolar na leitura e na escrita
partir de 'um
Toda a Mafalda/Quino. investigada.
de crianças de 'l" série do ensino fundamental ~993.
campo Tomemos o exemplo dado no item anterior e veja-
específico de
em escolas públicas.
mos que hipóteses poderíamos formular.
observação.
Um problema, para tornar-se um objeto de estudo,
deve constituir-se, então, de uma pergunta básica, fato- Análise dos fatores que interferem e/ou causam
rada em questões menores que tentam explicar o fenô- o fracasso escolar na leitura e na escrita de
meno a partir de um campo específico de observação crianças de r série do ensino fundamental em
que delimita algumas variáveis a serem consideradas. escolas públicas.
"Um problema decorre, portanto, de um aprofundamento do
tema. Ele é sempre individualizado e especifico ... deve ser for- Uma possível "resposta provisória" (hipótese)
mulado como pergunta ... deve ser claro e preciso ... deve ser para esse problema poderia ser: essas crianças fracas-
limitado a uma dimensão variável." (MINAYO, 1998) sam porque o método de aprendizagem da leitura e da escri-
13. Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira 27
26
A diferença ta utilizado pelo professor não considera a realidade e os 2.4. O que me levou a perguntar e a escolher
entre hipótese e conhecimentos prévios produzidos por essas crianças. esse problema?
problema é que
Outra hipótese poderia ser: o fracasso dessas crian-
o problema é
uma pergunta e
a hipótese é
ças ocorre por um distanciamento entre as expectâtivas des-
ses alunos para com a escola e os objetivos propostos pela
T omemos, novamente, o problema pro-
posto no item 2.2. e vejamos qual se-
ria a sua relevância científica e social.
uma resposta
provisória para mesma.
essa pergunta. Outras hipóteses ainda poderiam ser formuladas Análise dos fatores que
para esse problema, pois elas se originam dos conheci- interferem elou causam o
mentos prévios (leituras, observações, outras pesquisas, fracasso escolar na leitura e na
teorias, etc.) do pesquisador em relação à temática a ser escrita de crianças de r série do
pesquisada. Portanto, a diferença entre hipótese e pro- ensino fundamental em
blema é que o problema é uma pergunta e a hipótese é escolas públicas.
uma resposta provisória para essa pergunta.
Toda a Mafa/da/Quina,
1993.
Qual a razão científica e social de se pesquisar o fra-
casso escolar? Em que o estudo desse problema poderia
contribuir, efetivamente, para alterar o entendimento da
temática e ampliar o campo de conhecimento em que
ela se insere? Que tipo de interferência pode advir desse
estudo?
Justificar uma .Poderíamos justificar o problema a ser investigado
pesquisa
a partir da compreensão. do campo educacional que o
significa,
portanto, envolve, da relação escola-sociedade, dos métodos e prin-
enquadrar o cípios pedagógicos, dos processos cognitivos que cons-
problema num tituem os sujeitos envolvidos, bem como da compreen-
campo de são dos conceitos de leitura e de escrita.
discussões
teórico- Justificar uma pesquisa significa, portanto, enqua-
metodológicas drar o problema num campo de discussões teórico-
que dê
sustentação ao
metodológicas que dê sustentação ao estudo proposto.
estudo Além disso, é indicar as contribuições teóricas que tal
proposto. estudo pode trazer para área a ser pesquisada.
14. 28 Fazer pesquisa é um problema?
Lusia Ribeiro Pereira e Marfha Lourenço Vieira
29
2.5. Para quê pesquisar tal problema? No entanto, apenas o objetivo geral não garante a
o Qurã ADIANTA
explicitação das metas necessárias ao desenvolvimento
••••aeR ESCREVER
QUI' Al,"UÉM FUMA
da pesquisa. Por isso, é preciso fatorar o objetivo geral em
CAcl-tIM80 SE NES-
TE ""fS QUASE
objetivos específicos. Vejamos, por exemplo, alguns ob-
NINIiUÉM FUMA.
C,",CHIM80? jetivos específicos para o problema aqui exemplificado:
• Identificar o índice de fracasso dos alunos da Ia
série de escolas públicas do ensino fundamental
na leitura e na escrita.
Toda a Mafa/da/Quino,
1993.
R etomando o problema que tem sido focalizado como
exemplo ao longo da discussão apresentada nesse ma-
nual, vejamos, agora, como propor objetivos que
• Caracterizar os problemas e dificuldades de
aprendizagem desses alunos na leitura e na es-
crita.
direcionem a sua investigação. São os objetivos • Caracterizar os materiais didáticos utilizados no
específicos que,
na verdade,
ensino da leitura e da escrita.
Análise dos fatores que interferem e/ou garantirão a
causam o fracasso escolar na leitura e na escrita • Caracterizar a realidade sócio-cultural desses alu-
consecução do
de crianças de r série do ensino fundamental nos e de suas famílias.
objetivo geral.
em escolas públicas. • Caracterizar as práticas de leitura e de escrita
desses alunos fora do espaço escolar.
Como pode ser Fatorar este problema em objetivos ou metas
observado, o operacionalizáveis implica em estabelecer, primeiramen- São os objetivos específicos que, na verdade, garan-
objetivo geral
te, o que se deseja alcançar com a pesquisa em termos tirão a consecução do objetivo geral e é na busca da
nada mais é que
o problema mais amplos, ou seja: qual será o objetivo ou meta geral operacionalização desses objetivos que surge a
apresentado em de investigação. metodologia da investigação.
forma. de ação.
No caso do problema aqui enfocado, poderíamos
propor como objetivo geral:
Analisar os fatores que interferem e/ou
causam o fracasso escolar na leitura e na escrita
de crianças de r série do ensino fundamental
em escolas públicas.
Como pode ser observado, o objetivo geral nada mais
é que o problema apresentado em forma de ação. Ou
seja, o substantivo (análise) é transformado em um ver-
bo no infinitivo (analisar).
15. 30 Fazer pesquisa é um problema? Lusie Ribeiro Pereira e Marfha Lourenço Vieira 31
Zá/Laerte, nO 16, 19961
2.6. Como pesquisar tal problema?
E xistem várias formas de se investigar um problema.
A escolha da forma mais adequada será determinada
pela própria natureza do problema. Por exemplo, a
metodologia mais adequada à investigação do proble-
ma que tem sido exemplificado aqui seria a pesquisa de
base empírica, uma vez que se trata de analisar um caso
específico.
A pesquisa
empíricaou A pesquisa empírica ou pesquisa de campo ca-
pesquisa de racteriza-se basicamente pelo contato com os da-
campo se dos no próprio lugar onde eles se manifestam.
caracteriza
basicamente Nesse tipo de pesquisa, podemos contar com al-
pelo contato gunq procedimentos do tipo: observação, entrevis-
com os dados no ta, análise de materiais, testes, questionários, defi-
prôprio lugar nição da amostragem, etc.
onde eles se
manifestam.
Outro tipo de metodologia-é a pesquisa de base teó-
rica, que se caracteriza pela análise de uma bibliografia
específica sobre a temática a ser pesquisada.
A pesquisa teórica tem, normalmente, como ob-
jeto de estudo, um corpus de dados constituídos
de estudos já realizados ou de documentos rela-
cionados à temática. Nessa pesquisa, os procedi-
A pesquisa
mentos definem-se essencialmente pela leitura,
teórica tem,
normalmente, categorização e interpretação dos dados eviden-
como objeto de ciados nesse corpus. Como exemplo desse tipo de
estudo um pesquisa, temos o Estado da Arte, que tem como
corpus de dados característica principal a organização e cataloga-
constituídos de
estudos já ção de um corpus de estudos já realizados e pu-
realizados ou de blicados sobre uma dada temática: sua amplitu-
documentos de, tendências teóricas, vertentes metodológicas,
relacionados à com o objetivo de descrever o processo de evolu-
temática.
ção da ciência num determinado momento. Sua
contribuição principal é possibilitar a integração
de diferentes áreas do conhecimento, permitindo
a identificação de duplicações, contradições e a
16. 1('
Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marlha Lourenço Vieira 33
32
li Para a seleção dos dados que integram esse corpus e
II determinação de lacunas ou vieses, dado que o que farão parte da análise, poderíamos elencar como pro-
corpus é resultante de diferentes linhas de pes- cedimentos:
quisa.
• Observação do desempenho dos alunos nas ta-
É importante ressaltar que a pesquisa empírica não refas de leitura e de escrita desenvolvidas em sala
A metodologia de aula e registro dessas observações.
vai, pois, dispensa o levantamento de um referencial bibliográfi-
orientar a co. Ao contrário, ela inicia-se com um mapeamento dos • Seleção dos alunos que farão parte do corpus.
escolha do estudos já realizados, necessário à exploração do tema. • Entrevistas com os alunos selecionados.
campo ou
espaço da A metodologia vai, pois, orientar a escolha do cam- • Observação das intervenções da professora nas
pesquisa, a po ou espaço da pesquisa, a seleção da amostra, os ins- atividades desenvolvidas pelos alunos com difi-
seleção da trumentos e procedimentos de análise dos dados. culdades na leitura e escrita e registro dessas ob-
amostra, os
servações.
instrumentos e Vejamos, então, o caso específico da organizaçã~
procedimentos metodológica da investigação do problema aqUi • Entrevistas com as professoras responsáveis pelo
de análise dos processo.
dados. exemplificado.
• Entrevistas com os pais ou responsáveis pelos
alunos da amostra.
Análise dos fatores que interferem elou
• Leitura e caracterização do material didático-pe-
causam o fracasso escolar na leitura e na escrita
dagógico utilizado no ensino da leitura e da es-
de crianças de Ia série do ensino fundamental
crita.
em escolas públicas.
Para a organização e análise dos dados seleciona-
Dado que será uma pesquisa de base empírica, um dos, teríamos como procedimentos:
estudo de caso sobre o fracasso escolar na leitura e na
Levantamento
escrita, o seu corpus de análise poderia ser: bibibliográfico • Categorização e análise dos dados registrados
está implícito nas obsevações.
• Alunos da primeira série de uma dada escola em todo o
processo da • Transcrição, categorização e análise das entrevis-
pública que apresentam dificuldades de apren- pesquisa: desde tas realizadas,
dizagem na leitura e na escrita. a elaboração do • Categorização e análise dos dados obtidos na lei-
projeto até o
• Professores responsáveis pelo processo de ensi- relatório final. tura dos materiais didático-pedagógicos.
no-aprendizagem desses alunos. • Cruzamento desses dados à luz de um referencial
• Pais ou responsáveis pelos alunos envolvidos no teórico.
processo.
• Material didático-pedagógico utilizado por es- É importante lembrar que o levantamento
ses professores no ensino da leitura e da escrita. bibibliográfico está implícito em todo o processo da pes-
quisa: desde a elaboração do projeto até o relatório final.
17. Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e .Martha Lourenço Vieira 35
34
É importante Nesse sentido, ele se inclui em cada uma das etapas de
lembrar que o investigação, estando presente em todos os procedimen-
cronograma é tos: da seleção da amostra à análise dos dados.
uma previsão do
Levantamento
tempo a ser Definidos os procedimentos metodológicos, é neces- bibliográfico
X X X X X X X X
gasto com a sário estabelecer um tempo para a sua realização. Isto é o
pesquisa,
podendo, no
que normalmente chamamos de cronograma da pesquisa.
entanto,ser Desse modo, cada um dos procedimentos definidos Seleção do corpus X X
modificado
deve seguir um tempo previsto para a sua realização.
conforme o
andamento da Muitos desses procedimentos podem ser realizados si-
investigação. multaneamente. Vejamos, nas páginas seguintes, um observações X X X X X
cronograma possível para os procedimentos aqui esta-
belecidos.
É importante lembrar que o cronograma é uma pre- Entrevistas X X
visão do tempo a ser gasto com a pesquisa, podendo, no
entanto, ser modificado conforme o andamento da in-
vestigação. Transcrição das
X X
entrevistas
Análise das
observações e das X X X
:. entrevistas
l
t
i Leitura e análise do
, X
material didático- X X X
~ pedagógico
g
Cruzamento de dados X X
Elaboração do X
X X
relatório final
. Prof' Alalde Ltsooa oe OlIVeIra
j<,. ,-o
8lbl~~~dade de Educacão da UFMG
18. 36 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marlha Lourenço Vieira
37
2.7. Como apresentarei os resultados da É importante
Além desses aspectos formais, é importante lembrar
pesquisa? lembrar que a
produção de que a produção de todo e qualquer texto deve conside-
todo e qualquer r~r a definição de um leitor-modelo a quem o texto será
texto deve dIrecl~nado, a. e~colha de uma ling'!1agem adequada a
considerar a
esse leitor, o objetivo do texto a ser produzido, bem como
definição de um
leitor-modelo a
a forma de circulação desse texto,
quem o texto
CURIOSOS! ~u~REM SA9Eft o que. eu ESTOU Ot'Z.ENOO. será
Nao Ef~ ~STÃo MOFt.RENPO PE: CUR10$tPAt>E. ,..~O é, direcionado.
SE'US xeRETAs1 ES'T•••• VEI'IOO? H~O Sou
O A ••••••CA
Toda a Mafalda/Quino,
1993.
O S resultados finais da pesquisa podem ser apre-
sentados sob a forma de: um artigo para revista
especializada, um relatório, uma monografia, uma dis-:
sertação ou uma tese. Todos esses formatos seguem nor-
mas e padrões estabelecidos pela ABNT, cujo endereço
eletrônico é: http://www.editoras.com/ufmg. Sempre
que necessário, essas normas devem ser consultadas.
Qualquer que seja a forma escolhida de apresenta-
ção dos resultados finais, essa deve conter sempre: a)
uma introdução, na qual se familiariza o leitor com obje- .
to, os objetivos e a metodologia da pesquisa; b) um de-
senvolvimento, que se constitui de itens ou capítulos que
descrevem detalhadamente os resultados obtidos na in-
vestigação; c) uma conclusão, que contém a análise dos
resultados obtidos, podendo apontar para a necessida-
de de outras investigações.
19. 38 Fazer pesquisa é um problema? Lusia Ribeiro Pereira e Marfha Lourenço Vieira 39
• Bibliografia
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e ~
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