01 módulo armazenamento_de_grãos

19/06/2014
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Módulo: Armazenamento
de Grãos
Programa Jovem Aprendiz
Instrutor: Eng. Agr. Marcio Claro de Oliveira
Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural
CETEP
Bacia do Rio Grande
6/19/2014Eng. Agr. Marcio Claro de Oliveira
Armazenamento de Grãos
Introdução
• O aumento da demanda por alimentos, em função do
crescimento populacional, exige o desenvolvimento e
o aperfeiçoamento de novas técnicas de manejo de
grãos durante o armazenamento.
• Em países como França, Argentina e Estados Unidos, a
capacidade de armazenagem nas fazendas varia de
30 a 60% das suas safras.
• No Brasil, estima-se que esta capacidade corresponda
de 3,5% a 5% da produção total de grãos.
• Contribuem para este baixo índice o fator econômico,
a pouca difusão das tecnologias e a falta de
planejamento global da estrutura armazenadora.

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Introdução
• O armazenamento na fazenda constitui prática de
suma importância tanto para o complemento da
estrutura armazenadora quanto para minimizar as
perdas quantitativas e qualitativas a que estão sujeitos
os produtos colhidos;
• Sabe-se que no Brasil, dependendo da região, as
perdas podem atingir 30% ou mais e são ocasionadas
pelo ataque de pragas, devido a inadequação de
instalações e à falta de conhecimentos técnicos
adequado.
Introdução
• Grande parte dos grãos retidos nas fazendas tem a
finalidade, quase exclusiva, de subsistência, sendo
comumente armazenada em paióis ou depósitos
precários, sujeita a todos os tipos de deterioração.
• Os esforços concentrados no aumento da produção
de grãos podem não dar resultados, se não houver
uma melhoria nas condições de ARMAZENAMENTO e
controle de pragas desses produtos.
• Uma unidade armazenadora, técnica e
convenientemente localizada, constitui uma das
soluções para tornar o sistema produtivo mais
econômico.
Introdução
• Além de propiciar a comercialização
da produção em períodos adequados
à maximização de preços, evitando as
pressões naturais do MERCADO na
época da colheita;
• A retenção de produtos na
propriedade, quando bem conduzida
apresenta inúmeras vantagens.

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Introdução
• VANTAGENS:
• Negociar sua produção em momentos mais
apropriados;
• Reduzir despesas com fretes;
• Eliminar as despesas de pré limpeza, limpeza,
secagem e armazenamento;
• Reduzir carga transportada;
• Aproveitar os sub produtos;
• Reduzir as dificuldades da negociação da safra;
Introdução
• DESVANTAGENS:
• Investir fora da atividade principal da
propriedade;
• Agregar nova atividade operacional à
propriedade.
Introdução
• Distribuição percentual das unidades armazenadoras no Brasil.

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Introdução
• Distribuição percentual com relação ao tipo de armazenagem
Agricultura e Armazenagem
• Produzir até 2050, de forma sustentável e
ordenada:
• + de 1 bilhão de toneladas de grãos e;
• + de 200 milhões de toneladas de carne;
• Para alimentar a população estimada de 9
milhões de pessoas (dados da FAO, ONU).
• O cereal (milho, arroz, trigo, etc.) é a principal
fonte de alimentação humana e animal.
• PORTANTO:
• PRODUÇÃO > ARMAZENAGEM > CONSUMO
• São as prioridades para a segurança alimentar
das nações.

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• O Brasil, aparece como protagonista na
produção de alimentos (Grãos e Carne),
atendendo a demanda interna e externa.
• Sua característica como produtor evoluiu:
POPULAÇÃO RURAL URBANA PRODUÇÃO
ANOS 50/60 55% 45% 9,50 M/Ton
ANOS 2010/ 2012 15% 85% 165 M/Ton
• Emprego de novas tecnologias na produção,
dependência externa ao processo produtivo
(insumos e serviços), avanço das pesquisas, as
propriedades rurais geram excedentes de
consumo, conquistam novos mercados,
internacionalizando a produção;
• A Agricultura deixa de ser uma economia de
subsistência e passa a ser uma economia
comercial.
• O Brasil segue numa crescente de produção,
porem a capacidade estática de
armazenamento está em déficit em relação ao
recomendado pela FAO (1,2 do total da
produção).
• Segundo as informações oficiais, o Brasil tem
142 milhões de toneladas de capacidade
estática para uma produção de 165 milhões
de toneladas (0.86).
• ≠ de 0,34% da capacidade de
armazenamento.

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Fonte: CONAB
Evolução da produção brasileira X capacidade de armazenamento.
Conceitos importantes
• ARMAZENAGEM: Atividades destinadas à
guarda e à conservação, em condições
inalteradas de qualidade e quantidade, de
produtos agrícolas, basicamente grãos.
• SECAGEM: Remover o excesso de umidade até
o limite conveniente, “não alterando as
propriedades físicas, químicas e biológicas”
dos grãos.
• Umidade de armazenamento máxima = 14%.
• Características dos grãos:
- Baixa condutividade térmica;
- Capacidade de adsorção e dissorção de água;
- Natureza porosa.
OBS. Os cereais se mantêm em boas condições
de qualidade quando se encontram
armazenados a temperaturas “inferiores” a 18°C
e umidade inferior a 14%.

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• Tipos de armazenamento:
a) De sementes comerciais (menos rigorosos,
período máximo 6 meses);
b) De estoques reguladores (Para eventuais
necessidades, onde necessita de maiores
demandas de produtos);
c) De sementes básicas;
d) Em bancos de germoplasma (maior período
possível).
• Fatores que influenciam sobre a conservação
de sementes e/ou grãos:
a) Vigor das plantas ascendentes (quanto maior,
melhor o vigor da semente);
b) Condições climáticas durante a maturação
(baixa umidade);
c) Ataque de pragas e doenças (ex. Percevejo
em soja);
d) Grau de injúrias mecânicas (maior injúrias,
menor tempo de armazenamento);
e) Secagem.
Etapas de produção e pré processamento
CULTIVO
COLHEITA
TRANSPORTE
PRÉ
PROCESSAMENTO
GRÃOS SECOS
GRÃOS
ÚMIDOS
RECEPÇÃO
RECEPÇÃO
PRÉ LIMPEZA
EXPEDIÇÃO
(Comercialização e
ou/ consumo)
PRÉ LIMPEZA
(Silo pulmão)
SECAGEM
LIMPEZA
ARMAZENAGEM
GRANEL
ESPIGAS
(Milho)
Etapas recomendadas
Variações possíveis
Fonte: EMBRAPA

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O Armazém
O Armazém
• O armazém tem duas características dentro do
processo:
– Comercialização: Auxilio no escoamento para
enfrentar a sazonalidade da produção; auxilio
nos estoques reguladores das políticas
Governamentais, alivio da logística;
– Tecnológica: Conservação do produto,
mantendo a integridade qualitativa e
quantitativa da produção.
O Armazém
• O crescimento da produção gera agravantes ao
setor armazenador:
– Descompasso entre oferta e demanda de grãos;
– Estrangulamento do inadequado sistema de
escoamento das safras;
– Crescimento da produção de produtos
diferenciados (segregação);
– Rapidez na colheita das propriedades para os
armazéns;
– Matriz centrada em caminhões para o escoamento
da safra.

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O Armazém
• As características da armazenagem se diferem
pela região produtora e pelo produto
armazenado.
• Nas regiões pioneiras na produção e
investimento (RS, SC, PR, MS, MT e BA) além do
déficit de capacidade, enfrentam problemas
com a obsolência do parque armazenador –
ineficiência técnica pela baixa capacidade de
operacionalização.
O Armazém
Caracterização de
unidades armazenadoras

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Caracterização de unidades armazenadoras
• A definição das características das unidade de
armazenamento principalmente nas
propriedades rurais devem ser relacionadas de
acordo com:
• Área plantada;
• Produtividade;
• Tipos de produtos;
• Tempo de armazenagem;
• Nível tecnológico da propriedade;
• Condições de transporte ao longo do ano.
• Esses fatores, além de úteis para a definição
das características da unidade de
armazenamento, têm importância sobre o
treinamento que o agricultor e seus
funcionários devem receber;
• A unidade armazenadora deverá apresentar
condições básicas para a manutenção das
qualidades desejáveis ao produto e ser
economicamente viável;
• Unidades para armazenagem à Granel:
a) SILOS: São células individuais, construídas de
chapas metálicas, de concreto ou alvenaria.
• Geralmente possuem forma cilíndrica,
podendo ou não ser equipado com sistema de
aeração;
• Quando os Silos são agrupados em uma
unidade de recebimento e processamento,
são denominados de “baterias”.
• São classificados em horizontais e verticais.

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a) SILOS:
b) Armazéns Graneleiros: São unidades
armazenadoras horizontais, de grande
capacidade, que apresentam predominância
do comprimento sobre a largura;
• Por suas características e simplicidade de
construção, representa menor investimento
que o Silo, para a mesma capacidade de
estocagem.
b) Armazéns Graneleiros:

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• Unidades de armazenagem para sacaria:
a) Galpões ou depósitos: São unidades
adaptadas de construções projetadas para
outras finalidades;
• Não apresentam características técnicas
necessárias à armazenagem segura e são
utilizadas , em caráter de emergência, por
períodos curtos.
• Chamado de “Paiol” quando construído de
madeira.
a) Galpões ou depósitos: Paiol
a) Galpões ou depósitos:

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b) Armazéns convencionais: São de fundo plano,
de compartimento único, onde os produtos são
armazenados em blocos individualizados,
segundo a sua origem e suas características;
• São construídos em alvenaria, estruturas
metálicas ou mistas;
• Apresentam características para boa
armazenagem como: Ventilação, iluminação,
cobertura e impermeabilização do piso.
b) Armazéns convencionais:
• VANTAGENS:
• Oferece condições para manipular
quantidades e tipos de produtos
simultaneamente;
• Permite individualizar produtos dentro de um
mesmo lote;
• Em caso de deterioração localizada, existe a
possibilidade de removê-la, sem “mexer” em
todo o lote;
• Menor gasto inicial com a instalação.

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• DESVANTAGENS:
• Elevado custo da sacaria, que,
inevitavelmente, é substituída, por não ser um
material permanente;
• Elevado custo de movimentação, por
demandar muita mão de obra;
• Necessita de muito espaço por tonelada
estocada.
• Características importantes:
• Instalação de portas, em número e locais
corretos;
• Pé direito de 6 metros;
• Paredes lisas e fechamento lateral das paredes
para evitar roedores e pássaros;
• Aberturas laterais de ventilação, protegidas por
telas, e lanternins para boa circulação natural
de ar;
• Telhas transparentes, para iluminação natural.
• PISO do armazém:
a) PISO de madeira: É um revestimento de boas
características no que se refere ao isolamento
de calor, podendo evitar grandes oscilações
de temperatura dentro dos armazéns.
• DESVANTAGENS:
- Elevado custo, em relação ao concreto;
- Não é impermeável;
- Tem durabilidade reduzida.

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• PISO do armazém:
b) PISO de cimento: Atualmente é o piso mais
utilizado.
• Apresenta sobre o piso de madeira, a
vantagem de ser mais barato e ter maior
durabilidade. Não é isolante térmico e nem
impermeável.
• A impermeabilização deve ser feita com
técnicas e produtos específicos.
• Características do AMBIENTE do armazém:
a) Umidade relativa do ar e % de H2O das
sementes;
b) Temperatura do ar (Quanto menor a
temperatura do ambiente melhor o
armazenamento);
c) Ação de fungos e insetos;
d) Embalagens - Tipos: 1) Porosos (papel ou
pano); 2) Semi-permeáveis (Pano ou papel mais
algum tipo de material); 3) Impermeáveis (Latas,
embalagens plásticas).
Fatores que afetam a qualidade de armazenagem
a) Genético;
b) Qualidade inicial;
c) Teor de umidade (Teor ↑ perde a qualidade, teor de
armazenamento = 14%);
d) Danos mecânicos (quanto mais danos, mais
perdas);
e) Danos térmicos;
f) Condições de armazenamentos (quanto pior o
armazenamento, mais rápido perde a qualidade);
g) Fungos, insetos e roedores (fungos e insetos
dependem da temperatura e umidade).

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Etapas de produção e pré processamento
CULTIVO
COLHEITA
TRANSPORTE
PRÉ
PROCESSAMENTO
GRÃOS SECOS
GRÃOS
ÚMIDOS
RECEPÇÃO
RECEPÇÃO
PRÉ LIMPEZA
EXPEDIÇÃO
(Comercialização e
ou/ consumo)
PRÉ LIMPEZA
(Silo pulmão)
SECAGEM
LIMPEZA
ARMAZENAGEM
GRANEL
ESPIGAS
(Milho)
Etapas recomendadas
Variações possíveis
Características dos grãos para armazenagem
• Os grãos, apesar das características de
resistência e rusticidade próprias de cada
espécie, estão sujeitos aos ataques de insetos,
ácaros, microrganismos, roedores, pássaros e
outros animais;
• E às danificações mecânicas, às alterações
bioquímicas e às químicas não enzimáticas,
desde antes do armazenamento.
• Nos grãos destinados ao armazenamento,
devem ser considerados fatores como:
integridade biológica, integridade física,
estado sanitário, grau de pureza e umidade;
• As operações de pré-armazenamento incluem
colheita, transporte, recepção, pré-limpeza,
secagem, limpeza e/ou seleção e expurgo
preliminar;
• Nem sempre é necessária a realização de
todas as operações.

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• A qualidade dos grãos durante o
armazenamento deve ser preservada ao
máximo, em vista da ocorrência de alterações
químicas, bioquímicas, físicas, microbiológicas
e da ação de seres não microbianos a que
estão sujeitos.
• A velocidade e a intensidade desses processos
dependem da qualidade intrínseca dos grãos,
do sistema de armazenagem utilizado e dos
fatores ambientais durante a estocagem.
Tipos de danos
1. Quantitativos:
• Perda de peso: Devido ao consumo dos produtos
pelas pragas.
• Sitophilus oryzae (Col., Curculionidae): perda de
peso de até 15%
• Sitotroga cerealella (Lep., Gelechiidae): de 18-48%
de perda
Tipos de danos
2. Qualitativos:
• Perda do poder germinativo: Devido à
destruição do embrião das sementes;
• Depreciação do grão para consumo: Devido à
presença de restos da praga misturados ao
produto;
• Perda do valor nutricional: Devido ao consumo
de partes proteicas dos grãos pelas pragas;
• Perda do valor comercial: Produtos danificados
são depreciados pelo mercado.

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• A boa conservação de grãos começa na
lavoura.
• O ataque de pragas e de microrganismos,
antes da colheita, pode reduzir a conservação
durante o armazenamento, mesmo que a
limpeza e a secagem sejam bem feitas.
• À medida que passa o tempo após a
maturação, diminui a resistência dos grãos ao
ataque das pragas e dos microrganismos.
• A colheita deve ser:
• Ser realizada no momento próprio;
• E de forma adequada;
• Pois o retardamento e as danificações
mecânicas podem determinar que sejam
colhidos grãos com qualidade já
comprometida ou com pré-disposição para
grandes perdas durante o armazenamento.
MUITO OBRIGADO!!!
Marcio Claro de Oliveira,
Eng. Agr. CREA/BA60323
Pós graduando em Saúde e
Segurança do Trabalho
marcio_claro@agronomo.eng.br
marcio_claro@hotmail.com
(77) 9800-8883 / 8126-6198

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