3. Definição de gêneros
literários
Para facilitar o agrupamento dos textos literários,
seu estudo e sua classificação, organizou-se,
desde a Antiguidade Clássica, na Grécia, todo o
repertório de produção literária em três grandes
grupos (lírico, narrativo e dramático), a que
chamaremos de gêneros literários.
Os textos são agrupados de acordo com o estilo
de escrita e a estrutura textual.
4. Não é tão simples classificar os textos dentro
desses três gêneros, uma vez que a
aproximação dos textos no que diz respeito à
forma e conteúdo é prática comum.
5. Gênero Lírico
É fortemente marcado pela expressão de
sentimentos, emoções e percepções,
sensações e recordações;
O homem expressava seu universo íntimo
por meio de poemas, acompanhados por
instrumentos musicais, dentre os quais, a
lira. Daí o nome do gênero, lírico;
Desvinculou-se a poesia da música a partir
do século XV, mantendo estrutura e
melodia;
6. É bastante divulgado entre os jovens,
principalmente na forma de música
pop;
Mesmo rodeado de muitos exemplos
de expressões líricas, não significa
que tenha qualidade literária;
Eu lírico = eu poético # autor;
A forma mais comum de expressão de
gênero lírico é o poema.
7. Recursos formais do poema -
Verso
Conjunto de sílabas que compõem uma
unidade rítmica e melódica, uma linha,
geralmente do poema.
Sendo assim, podemos dizer que o fragmento
abaixo tem 4 versos:
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-se escravizado.
MORAES, Vinícius de. Livro de Sonetos. (fragmento)
8. 2. Estrofe
Conjunto de versos. A composição das
estrofes pode variar: um verso, dois versos
(dístico), três (terceto), quatro (quarteto),
etc.
9. 3. Métrica
Medida do verso. Escansão: contagem das
sílabas poéticas (diferentes de sílaba
gramatical) – juntam-se as vogais átonas
numa única sílaba e se conta até a sílaba
tônica da última palavra.
Quanto ao número de sílabas, o verso pode
ser: monossílabo, dissílabo, trissílabo,
polissílabo.
Nomes especiais: redondilha menor (5
sílabas métricas), redondilha maior (7);
decassílabos (10) e alexandrinos (12).
10. Exemplo de métrica:
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |
Tu|do| de a|mor| que e|xis|te em| mim| foi|
da|do.
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |10|
Tu|do |que |fa|la em |mim |de a|mor| foi |di|to.
Obs.: Contamos apenas até a sílaba tônica
da última palavra.
11. 4. Rima
Recurso de musicalidade, empregado nos versos;
Pode ocorrer no final ou no interior dos versos;
Classificamos as rimas com as letras iniciais do
alfabeto.
A
Tudo de amor que existe em mim foi B
dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
B
Do nada em mim o amor fez o infinito
A
Que por muito tornou-se escravizado.
MORAES, Vinícius de. Livro de Sonetos. (fragmento)
12. Classificação das rimas
Cruzadas ou alternadas – abab
Emparelhadas – aabb
Interpoladas ou opostas – abba
Misturadas – ababcb
Rima perdida ou órfã – outras letras
do alfabeto.
13. 5. Ritmo
Efeito de musicalidade que pode ser
produzido pela alternância de sílabas
poéticas átonas e tônicas (métrica);
pela repetição de sons (consonantais
ou vocálicos) ou de palavras;
alternância de termos e palavras nos
versos e nas estrofes.
14. Formas poéticas tradicionais
fixas
a) Soneto: poema composto por quatro estrofes:
dois quartetos e dois tercetos.
b) Elegia: poema que trata de temas tristes, de
sofrimento, de morte.
c) Écloga: poema de tema pastoril, bucólico, que
fala sobre a vida campestre;
d) Idílio: poema bucólico, mas que contém
diálogos;
e) Ode: poema de exaltação;
f) Canção: poema escrito para ser cantado e
acompanhado por instrumentos musicais;
g) Hino: poema que glorifica a pátria. É também
cantado.
15. Gênero narrativo
Objetivo principal: contar uma história.
Teve sua origem nas epopeias gregas;
O gênero épico, como assim era chamado,
esteve presente até os séculos XV e XVI,
período de grandes descobertas marítimas;
São histórias narradas em versos, nas quais
os heróis (quase deuses), que têm muitas
qualidades morais, representavam o valor e
o ideal de um povo
16. Elementos característicos do
gênero narrativo
De modo geral, não se manifesta por
meio de versos, mas sim pela prosa,
atualmente.
17. 1. Narrador
É a voz que conta a história, já que o
ambiente literário é ficcional.
Pode ser onisciente – sabe tudo o
que acontece;
Observador – não conhece todos os
fatos que se propõe a contar.
18. 2. Foco Narrativo
O autor escolhe de qual ponto de
vista, de qual ângulo de visão o
narrador vai contar a história;
O ponto de vista pode ser:
de primeira pessoa (eu) – o narrador é
sempre um personagem da história,
muitas vezes, é a personagem
principal;
de terceira (ele) – ponto de vista mais
distante em relação aos fatos; é o
narrador onisciente.
19. 3. Personagens
São os seres que desenvolvem os
fatos da história.
Podem ser:
Planos: simples, descritas
essencialmente por suas
características físicas, são previsíveis
e não tendem a ter mudanças
drásticas em sua conduta ao longo da
história.
20. Personagens redondas
Complexas, imprevisíveis, com atitudes
bem próximas às de pessoas reais.
Não há apresentação formal por parte
do narrador; a personagem vai
desvendando-se por si mesma ao
longo da narrativa.
21. 4. Enredo
É a própria trama da narrativa, ou seja, o
desenrolar dos acontecimentos. Como o próprio
nome indica, enredar significa “tecer, entrelaçar
os fatos”.
O enredo divide-se em quatro partes:
1- Apresentação: é a parte do texto em que são
apresentados alguns personagens e expostas
algumas circunstâncias da história, como o
momento e o lugar em que a ação se
desenvolverá.
Cria-se um cenário e uma marcação de tempo
para os personagens iniciarem suas ações. Nem
todo texto narrativo tem essa primeira parte; há
casos em que já de início se mostra a ação em
desenvolvimento.
22. 2 – Complicação: é a parte do
enredo em que as ações e os conflitos
são desenvolvidos, conduzindo o
enredo ao clímax.
3 – Clímax: é o ponto em que a ação
atinge seu momento crítico, momento
de maior tensão, tornando o desfecho
inevitável.
4 – Desfecho: é a solução do conflito
produzido pelas ações dos
personagens.
23. 5. Tempo
Refere-se ao momento em que a ação
acontece – é o quando.
Pode ser: Cronológico (marcado pelo
relógio) ou psicológico (tempo interno
da personagem, que, geralmente, não
coincide com o tempo interno, porque
revela sensações, reflexões,
pensamentos, etc.)
24. 5. Tempo
O tempo pode seguir um fluxo linear e
apresentar-se em uma sequência de
fatos, ou romper com isso. Nesse
caso pode ocorrer uma retomada de
tempo, por meio de flashback ou
ainda seguir o fluxo mental,
psicológico, da personagem.
25. 6. Espaço
Refere-se ao lugar, cenário, ambiente
em que os fatos ocorrem – é o onde.
Pode ser externo ou interno,
dependendo do narrador, do tempo e
das personagens.
26. 7. Discurso
É a expressão do pensamento das
personagens, das ideias que elas
apresentam em relação aos fatos
narrados.
Isso se materializa pelo registro de
suas falas e seus pensamentos.
27. 7. Discurso
Discurso direto – personagens falam
diretamente ao leitor.
Discurso indireto – o narrador conta
o que a personagem falou, já que
narra fatos transcorridos, usa-se a 3ª
pessoa.
Discurso indireto livre – o narrador
mescla a sua fala com a das
personagens, sem marcações que as
distingam.
28. Manifestações mais comuns do
gênero literário narrativo
Romance
Novela
Conto
Crônica
Memória / diário
Apólogo
Fábula
Parábola