Portugal enfrenta quatro principais problemas sociodemográficos: (1) taxas de natalidade em declínio que ameaçam o crescimento populacional, (2) envelhecimento da população devido ao aumento da esperança de vida, (3) baixos níveis educacionais com altas taxas de abandono escolar, (4) aumento do trabalho precário e desemprego, especialmente entre os jovens.
Os principais problemas sociodemográficos da população portuguesa
1. Os principais problemas sociodemográficos
A população portuguesa debate-se com vários problemas sociodemográficos que se fazem
sentir aos mais diversos níveis. Entre os quais, merecem destaque:
O declínio da fecundidade;
O envelhecimento;
O baixo nível educacional;
Situação perante o emprego.
O declínio da fecundidade
A demografia do nosso país caracteriza-se por baixas taxas de mortalidade e natalidade. Esta
última está directamente relacionada com o declínio da fecundidade, cujo índice sintético de
fecundidade reduziu. A baixa taxa de fecundidade é um grave problema que tem marcado a
evolução da população portuguesa, pois poderá levar à estagnação do dinamismo
demográfico, ou mesmo, ao crescimento negativo. A consequência imediata é que Portugal
não consegue assegurar a renovação de gerações, uma vez que está abaixo do limite mínimo
de 2,1 filhos por mulher, cerca de metade do que seria necessário para que se dê a
substituição das gerações.
A redução crescente dos nascimentos equivale à redução da proporção de jovens. Esta
situação irá, decerto, agravar os problemas do sistema de segurança social, já que aumenta o
número de pensionistas e o número de activos diminui. Estes terão de contribuir com uma
parcela maior dos seus rendimentos para garantir o funcionamento do sistema. Assim,
Portugal apresenta um índice de fecundidade de 1,5.
Para mudar este comportamento, teriam que ser implementadas poderosas políticas
natalistas, de forma a alterara a mentalidade dos jovens casais e tornar compensatório o
aumento de filhos. É necessário tomar medidas de carácter económico, nomeadamente:
aumentos substanciais dos abonos de família, educação e saúde completamente gratuitos,
facilidades de acesso ao crédito e subsídios para a compra de habitação para famílias
numerosas. Porém, Portugal pouco ou nada tem levado a cabo para incentivar a natalidade.
Políticas natalistas
Medidas implementadas por um país para incentivar a natalidade, a título de exemplo, a
gratuitidade dos serviços de educação e saúde.
O envelhecimento
Outra marcante realidade da população portuguesa é o seu progressivo envelhecimento, fruto
do aumento da esperança média de vida e da redução da mortalidade, verificado nas últimas
décadas.
Este problema gera diversas consequências, entre as quais: a diminuição da população activa,
principalmente nos meios rurais, a desaceleração do ritmo de inovação e do espírito
empreendedor, o que leva à diminuição da produção, por decréscimo de propensão para o
consumo. Pode acrescentar ainda um conservadorismo político, em consequência de o país ser
“dominado” por uma população demasiado madura.
Sendo mais alarmante, os encargos com os idosos aumentam consideravelmente,
nomeadamente as reformas, pensões, assistência médica e lares de terceira idade.
Consequentemente, o aumento de número de idosos aumenta os encargos para a população
2. activa que desconta para a Segurança Social e será cada vez mais difícil aos governos
aumentarem as reformas e as pensões.
Uma das formas de valorizar os idosos passa por inclui-los no seio da comunidade, tentando
aproveitar o “saber” que eles compartam, que, infelizmente, na actualidade, tem tendência a
desaparecer. Face a este problema, Portugal tem como necessidade aumentar a taxa de
actividade das mulheres e de aumentar a idade da reforma, de maneira a que os trabalhadores
de idade superior possam participar no mercado de trabalho por mais tempo.
Baixo nível educacional
A educação é um dos aspectos fundamentais para o desenvolvimento de um país, sendo, por
isso, o nível de instrução determinante.
No caso português, debatemo-nos com um baixo nível educacional, possuindo uma
significativa taxa de abandono escolar e, consequentemente, uma fraca qualificação
profissional. Contudo, revelou-se uma evolução positiva neste tópico na última década,
aumentando o número de indivíduos mais instruídos, justificado pela renovação geracional.
Este facto resulta, também, do aumento dos sujeitos com cursos médios e superiores, devido à
contribuição feminina.
Relativamente à taxa de abandono escolar, apesar da sua quebra, permanece como
alarmante. Por outro lado, a taxa de saída antecipada, portanto, a saída precoce da escola,
registou um decréscimo acentuado nos últimos anos.Em última análise, Portugal regista uma
diminuição significativa da taxa de analfabetismo, todavia, é ainda elevada no Alentejo e no
interior da região Centro.
Situação perante o emprego
O emprego e a sua estabilidade são aspectos determinantes para a qualidade de vida e o
desenvolvimento pessoal de qualquer cidadão.
Contudo, tem aumentado o trabalho precário, portanto, temporário, afectando, sobretudo, os
jovens, as mulheres e os idosos. As empresas apostam nas contratações a prazo. O
desemprego e o subemprego são uma realidade vincada entre a população portuguesa,
acompanhando a deterioração da situação social, aumentando, escandalosamente, o trabalho
infantil. Atingindo uma dimensão preocupante, a sinistralidade aumenta no nosso país. Os
acidentes laborais matam centenas de portugueses, por ano.
O desemprego representa uma riqueza perdida, tendo elevados custos: origina conflitos
sociais, afecta psicologicamente os indivíduos, provoca a descida de nível de vida e, por último,
causa instabilidade ao nível das relações familiares.
Em suma, Portugal atinge um universo de desempregados que rondará o meio milhão de
pessoas.
Subemprego
Emprego sem as características que tem o pleno emprego, quer em termos de salário, horário
de trabalho, quer de segurança social. Costuma estar associado a economias subdesenvolvidas.