2. INDICE
-AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRA……….……..………… 9
CAP I
1
* - Informação como instrumento de gestão …………………………..10
1.1
* - Conceito de nformação…………………………………………… .10
1.2
* - Requisitos da informação geral…………………………………… 10
1.3
* - Informação e gestão………………………………………….…….10
1.4
* - Evolução da informação contabilística………………………….…10
1.5
* - Contabilidade – missão e objectivos…………………………….…10
1.6
* - Sistema de informação contabilística……………………………. ..11
1.7
* - Quadros de informação contabilística……………………….……..11
1.8
* - Objectivo da elaboração das demonstrações financeiras…………..11
1.9
* - Utilizadores da informação contabilística…………………….……11
1.10 * - O Estado como utilizador da informação financeira……………….12
1.11 * - Fluxos da empresa …………………………………………………12
1.11.1*
- Tipos de fluxos……………………………………………………..13
1.12 * - Sistema de Normalização Contabilística (SNC)……………………14
1.12.1* - O que é o SNC?..................................................................................14
1.12.2 * - SNC – Aplicabilidade ( Decreto Lei nº 158/2009 de 13/7/2009)…..14
1.13
* - Norma Contabilistica e de Relato Financeiro Pequenas entidades....14
1.13.1 * - Limites para uma empresa ser considerada Pequena Entidade…......15
1.14 * - Instrumentos do Sistema de Normalização Contabilística SNC)…..15
1.14.1*
- O que se entende no SNC por demonstrações financeiras? ……… 16
1.14.2*
- Reclassificação das Contas POC/SNC ………………..…………..17
1.15
- Demonstrações Financeiras - SNC……………………………….. 19
1.15.1
- Balanço ………………………………………………………….... 19
1.15.2
- Demonstração de Resultados ……………………………………... 26
1.15.2.1 - Rendimentos Gastos e Resultados ………………………………... 26
1.15.3
- Demonstração alterações Capital Próprio …………….….…….…. 29
2
A. Financeira – 2010
3. 1.15.4
-Demonstração dos Fluxos de Caixa ………………………………….31
1.15.4.1 - Fluxos de caixa ………………………………………………………31
1.15.4.2 - Demonstração de fluxos de caixa.……….……………………………31
1.16
- Orçamento de tesouraria ……………………………………………..33
1.16.1
- Orçamento de Tesouraria – Elaboração ……………………………..33
1.16.2
- Controlo do orçamento de tesouraria ……………………….………35
1.16.3
- Tesouraria Deficitária vs Tesouraria Excedentária: …….….………..37
1.16.3.1 - Déficit de Tesouraria ……………………………………….…….….37
1.16.3.2 - Superavit de Tesouraria …………………………….…………..……37
1.17
- Regra do Equilíbrio Financeiro Mínimo ………………………….…37
1.18
- A importancia do fluxo de caixa (liquidez financeira) ……….……..38
1.19
- O Serviço de Tesouraria ……………………………………………. 38
1.20
- Análise em função do tempo ………………………………………..39
1.20.1
- Análise estática ……………………………….……………………..39
1.20.2
- Análise dinâmica ………………………………………….………....39
CAP II - RÁCIOS………………………………………………………..…....40
2
- Rácios …………………………………………………………..……41
2.1
- Designação …………………………………………………….…….41
2.2
- Racios técnicos …………………………………………….……..….41
2.3
- Rácios económicos ………………………………………….……....43
2.4
- Rácios financeiros ………………………………………………..…43
2.5
- Limitaçoes dos rácios ……………………………………………..…43
CAP III - ANÁLISE ECONÓMICA……………………………………….....44
3.1
- Rácios ………………………………………………………….……45
3.2
- Autofinanciamento - vantagens e inconvenientes ……………..……49
3.2.1
- Autofinanciamento, liquidez e disponibilidade ………………..……50
3
A. Financeira – 2010
4. CAP IV -ANÁLISE FINANCEIRA…………………………………….…….. 51
4.1
- Introduçao ……………………………………………………..…….52
4.2
- Tecnicas de analise ………………………………………….………52
4.2.1
- Introduçao …………………………………………………..……….52
4.2.2
- Descriçao das varias tecnicas de analise ………………………...….54
4.2.2.1
- Em valores absolutos ………………………………………..…..…..54
4.2.2.2.
- Em percentagens ………………………………………………..…..55
4.2.2.3
- Em gráficos …………………………………………………………56
4.3.
- Os rácios na analise financeira ……………………………….…….57
CAP 5
- ANALISE DE INVESTIMENTOS............................................... 61
5.1
- Noção de Investimento.......................................................................62
5.1.1
- Diversificar para melhorar resultados ............................................... 64
5.1.2
- Mecanismo da alavanca .................................................................... 64
5.2
- Investir no Mercados de Valores mobiliarios( ou de Capitais )….... 66.
5.2 a)
- Introdução.......................................................................................... 66
5.2 b)
- Características das Bolsas .................................................................66
5.2 c)
- Porque investir no Mercado de Valores Mobiliários......................... 67
5.2 d)
- Como tomar uma decisão de investimento em valores mobiliários.. 68
5.2 e)
- Principais tipos de Valores Mobiliários ............................................ 69
5.2 e1)
- Acções................................................................................................ 69
5.2 e2)
- Obrigações......................................................................................... 71
5.2 e3)
- Obrigações hipotecárias.................................................................... 74
5.2 e4)
- Titulos de participação.......................................................................78
5.2 e5)
- Warrants.............................................................................................78
5.2.1
- Fundos de Investimento.....................................................................84
5.2.1.a)
- Introdução..........................................................................................84
5.2.1.b) - Evolução dos fundos de investimento em Portugal...........................84
5.2.1.c)
- Estrutura dos fundos de investimento................................................85
4
A. Financeira – 2010
5. 5.2.1.d) - Classificação dos Fundos de Investimento............................................ 86
5.2.1.d1) - Quanto ao espaço de actuação............................................................... 86
5.2.1.d2) - Quanto à forma de remuneração do participante................................... 86
5.2.1.d3) - Quanto Às entidades de supervisão........................................................87
5.2.1.d4) - Quanto a natureza dos activos................................................................87
5.2.1.1
- Fundo de Investimento Mobiliário (FIM )........................................... 88
5.2.1.1.a) - Fundos de Acções.................................................................................. 88
5.2.1.1.b) - Fundos deObrigações............................................................................ 88
5.2.1.1.c) - Fundos Mistos....................................................................................... 89
5.2.1.1.d) - Fundos de Tesouraria............................................................................ 89
5.2.1.1.e) - Fundos de Fundos................................................................................. 89
5.2.1.1.f) - Fundos do Mercado Monetáro….......................................................... 90
5.2.1.1.g) - Fundos de Poupança-Reforma/Educação e de Acções…..................... 90
5.2.1.1.h) - Fundos Garantidos................................................................................ 91
5.2.1.1.i) - Fundos de Índices................................................................................. 91
5.2.1.2
- Fundo de Investimento imobiliário ( FII )........................................... 92
5.2.1.2.a) - Noção de Fundo de Investimento Imobiliário...................................... 92
5.2.1.2.b) - Vantagens............................................................................................. 92
5.2.1.2.c) - Os Fundos de Investimento Imobiliário em Portugal........................... 92
5.2.1.2.d) - Vantagens fiscais.................................................................................. 94
5.2.1.2.e) - Constituição do activo dos FII..............................................................95
5.2.1.2.f)- Administração dos FII........................................................................... 96
5.2.1.2.g)- Natureza dos participantes dos FII........................................................ 97
5.2.1.2.h)- Gestão dos FII....................................................................................... 97
5.2.1.2. i) - Tipos de Fundos de Investimento Imobiliário quanto capital............. 97
5.2.1.2.j) - Estrutura dos Fundos de Investimento................................................. 98
5.2.1.2.k) - Actividades realizadas pelos Fundos Investimento Imobiliário…….. 99
5.2.1.2.l) - Avaliação dos FII.................................................................................99
5
A. Financeira – 2010
6. 5.2.1.2.m)- Critérios de análise..............................................................................100
5.2.1.2.n) - Composição da carteira dos FII...........................................................100
5.2.1.2.o) - Calculo da rentabilidade de um Fundo................................................100
5.2.1.2.p) - Análise de competitividade..................................................................101
5.3
- Investir no sector produtivo ............................................................... 105
5.4
- Investir em bens de reserva de valor .................................................. 105
5.5
- Investir em imóveis ............................................................................ 105
5.6
- Classificação dos Investimentos por objectivos…............................. 105
5.6.1
- Investimento de substituição.............................................................. 106
5.6.2
- Investimento de expansão.................................................................. 106
5.6.3
- Investimento de inovação ou modernização...................................... 106
5.6.4
- Investimentos estratégicos................................................................. 106
5.7
- Classificação devido á interdependência dos projectos..................... 107
5.8
- Principais etapas de um projecto de investimento..............................107
5.8.1
- Identificação...................................................................................... 107
5.8.2
- Preparação..........................................................................................108
5.8.3
- Análise............................................................................................... 108
5.8.3.1
- Análise financeira...............................................................................109
5.8.3.2
- Análise económica..............................................................................109
5.8.3.3.
- Decisão...............................................................................................109
5.8.3.4
- Execução.............................................................................................109
5.9
- Elementos a considerar no estudo de um projecto de investimento....110
5.9.1
- Estudo de mercado..............................................................................110
5.9.2
- Métodos de previsão...........................................................................110
5.9.3
- Estudo técnico do investimento..........................................................112
5.10
- Valor residual do investimento...........................................................117
5.11
- Taxas equivalentes. Fórmula e calculo...............................................117
5.12
- Capitalização......................................................................................118
6
A. Financeira – 2010
7. 5.12.1
- Taxa de Capitalização....................................................................... 118
5.12.2
- Capitalização - Fórmula.................................................................... 118
5.13
- Noção de actualização....................................................................... 118
5.13.1
- Fórmula............................................................................................. 118
5.13.2
- Calculo da taxa a utilizar.................................................................. 119
5.14
- Cash-Flow......................................................................................... 120
5.14.1
- Os meios libertos ou cash-flow de investimento.............................. 121
5.15
- Critérios da análise de investimentos............................................... 122
5.15.1
- Valor Actual Liquido........................................................................ 123
5.15.2
- Taxa interna de rendibilidade............................................................126
5.15.3
- Período de reembolso....................................................................... 128
5.15.4
- Índice de rendibilidade......................................................................128
5.16
- Fontes de financiamento ...................................................................130
5.16.1
- Internas ..............................................................................................130
5.16.2
- Externas ............................................................................................130
5.16.2.1 – Empréstimos Bancários e Obrigacionistas……….….……..………..131
5.16.2.2. - Linha de crédito, factoring e leasing…………...………..………….132
5.16.2.3 - Business angels ……………………………....………………..…..133
5.16.2.4 - Capital de risco………………………….……….……….…..…….134
5.16.2.5 - Franchising …………………………….………..……..……….….134
5.16.2.6 - Management Buy Out………..………….……..……………..……135
5.16.2.7 - Management Buy In……………….……………………………….135
5.16.2.8 - Oferta Pública de Aquisição………...………..……………………135
5.16.2.9 - Garantia Mútua……..……………………..……...….….…………135
5.16.2.10 - Titularização de Créditos (Securitization)…..….…….…....………136
7
A. Financeira – 2010
8. CAP 6
-CONTROLO FINANCEIRO DE EMPREITADAS..........................137
.
6.1
- Noção de empreitada…...........................................................................138
6.2
- O Auto de Medição ................................................................................138
6.3
- O Pagamento ..........................................................................................138
6.4
- Factura comercial ...................................................................................138
6.5
- Factura proforma ....................................................................................138
6.6
- Factura provisória ................................................................................. 139
6.7
- Tipos de factura da empreitada ............................................................. 139
6.8
- Quando facturar ..................................................................................... 139
6.9
- Saldos das contas clientes- medidas a tomar ….................................... 139
6.10
- Garantias ............................................................................................... 141
6.11
- O controlo de garantias bancárias ......................................................... 141
6.12
- Como montar o controlo ....................................................................... 141
Cap 7
- PAPERS................................................................................................ 142
- O I.V.A. e as notas de crédito ............................................................................... 143
- As obras em curso no final do ano - situação ........................................................ 145
- Juros de mora - Cálculo ......................................................................................... 147
8
A. Financeira – 2010
10. 1 - Informação como instrumento de gestão
1.1 - Conceito de informação
Facto – algo que acontece no mundo real e que pode ser observado;
Dado – facto obtido mediante investigação empírica ou verificação;
Conhecimento – facto ou dado recolhido de qualquer modo, armazenado e
sistematizado para futura referência e utilização;
Informação – respeita a dados ou conhecimentos avaliados para um fim específico.
1.2 - Requisitos da informação geral
Oportunidade – estar disponível no momento em que é necessária;
Economicidade – estar subordinada ao princípio ou lógica do custo-benefício;
Credibilidade – permite aos seus utilizadores retirar conclusões idóneas.
1.3 - Informação e gestão:
Desafios aos gestores:
- Entender a informação como fonte de conhecimento dos negócios, metodologias,
processos de gestão, e relação entre recursos e produção;
- Desenvolvimento de sistemas de gestão para um melhor desempenho;
- Aumento da qualificação e competência dos seus recursos humanos;
- Criação de uma atitude pró-activa para a inovação com todos os “stakeholders”
(pessoal, clientes, fornecedores...).
1.4 - Evolução da informação contabilística:
- Rudimentar: nos primórdios;
- Organizada segundo o método contabilístico: século passado;
- Normalizada: final do século passado;
- Normalizada e harmonizada: tendências no início do século XXI.
1.5 - Contabilidade – missão e objectivos:
- “A contabilidade é uma actividade de serviços.A sua função é proporcionar
informação financeira sobre as entidades económicas com o fim de permitir a
tomada de decisões face a diferentes alternativas”
- Subsistema de informação financeira que a partir dos factos patrimoniais os regista
em suportes próprios por forma a dar a conhecer aos múltiplos utilizadores, a
situação económica, financeira e monetária da organização.
10
A. Financeira – 2010
11. 1.6 - Sistema de informação contabilística
NTABILIDADE
1.7 - Quadros de informação contabilística:
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
- Balanço;
- Demonstração das alterações nos capitais próprios
- Demonstração dos resultados;
- Demonstração dos fluxos de caixa.
1.8 - Objectivo da elaboração das demonstrações financeiras
- Evidenciar o desempenho dos responsáveis da empresa;
- Proporcionar informação sobre a posição financeira da empresa, a sua situação
económica e respectivas evoluções;
- Auxiliar a tomada de decisão
1.9 – Utilizadores da informação contabilística
- Investidores/Accionistas
- Financiadores/Trabalhadores
- Fornecedores/Clientes
- Público/ Administração pública
11
A. Financeira – 2010
12. 1.10 - O Estado como utilizador da informação financeira
- Conhecer a situação tributária dos sujeitos passivos;
- Controlar a matéria tributável / lucro tributável
- Prevenir / evitar a fraude e a evasão fiscal;
- Elaborar estatísticas (Instituto Nacional de Estatística)
- Concorrência (Autoridade da Concorrência)
- Mercado de Valores Mobiliários (CMVM);
1.11 - Fluxos da empresa
Com a aquisição de bens e serviços, nasce a obrigação de efectuar o pagamento
correspondente, ou seja, uma saída presente ou futura de meios líquidos da entidade.
A essa aquisição e respectiva obrigação financeira designa-se Despesa.
Na venda de bens e prestações serviços, nasce o direito de receber o valor
correspondente, ou seja, uma entrada presente ou futura de meios líquidos para a
entidade. A esse venda e respectivo direito financeiro designa-se Receita
DESPESA: consiste na obrigação financeira do comprador correspondente a uma
aquisição de bens ou serviços, independentemente da sua utilização ou consumo,
ou dos seu pagamento.
RECEITA: consiste no direito financeiro do vendedor, ou seja, no direito a receber
a contraprestação pecuniária equivalente ao bem que vende, ou ao serviço que
presta.
Para que os bens e serviços sejam postos à disposição dos clientes, procede-se a um
conjunto de transformações dos meios adquiridos pela empresa, geram-se portanto
novos fluxos (internos):
- Consumos ou utilizações dos meios ou recursos na produção, nas vendas e nas
prestações de serviços;
- Obtenção de produtos (bens ou serviços aptos a serem vendidos ou utilizados pelos
clientes), vendas e prestações de serviços.
GASTO: consiste no valor dos fluxos representativos dos consumos ou utilizações
dos meios pela empresa, ou seja, diminuições nos benefícios económicos da
entidade.
RENDIMENTO: representa o fluxo representativo da produção de bens, das
vendas e da prestação de serviços ou seja, aumentos nos benefícios económicos
da entidade.
Ao analisarmos a empresa em função dos fluxos reais internos, estamos atentos à
forma como ela consome ou utiliza os seus recursos (meios) e gera os seus produtos e
serviços.
Para se assegurarem os fluxos reais externos de entrada dos fornecedores (despesas)
12
A. Financeira – 2010
13. e de saídas para os clientes (receitas) torna-se necessário proceder à correspondente
contraprestação pecuniária - Fluxos monetários- ( recebimentos e pagamentos)
RECEBIMENTOS
PAGAMENTOS
Óptica monetária (DFC)
Demonstração de Fluxos de Caixa
RECEITAS
Óptica financeira (BAL/DVCP)
Balanço
Demonstração das Variações do Capital Próprio
DESPESAS
RENDIMENTOS
Óptica económica (DR)
Demonstração dos Resultados
GASTOS
(Por Natureza ou Funções)
1.11.1 - Tipos de fluxos
Consoante os fluxos considerados, assumimos diferentes perspectivas que são
evidenciadas por diferentes demonstrações financeiras:
Tipos de Fluxos
Perspectiva
Fluxos Monetários
- Pagamentos
Demonstração dos
Monetária
- Recebimentos
Financeira
Fluxos Económicos
- Gastos
Fluxos
Caixa
Fluxos Financeiros
- Despesas
- Receitas
Demonstrações
Financeiras
- Balanço
- Demonstração
das Alterações
no Capital Próprio
- Demonstração
dos Resultados
Económica
- Rendimentos
13
(por Natureza ou
por Função)
A. Financeira – 2010
14. 1.12 - Sistema de Normalização Contabilística (SNC)
O SNC é o novo modelo de normalização contabilística aprovado em Conselho de
Ministros a 23 de Abril de 2009. Esta é uma medida que permitirá a convergência
internacional em matéria de relato financeiro.
1.12.1 - O que é o SNC?
Conjunto de normas coerente com as normas internacionais de contabilidade em
vigor na União Europeia.
1.12.2 - SNC – Aplicabilidade ( Decreto Lei nº 158/2009 de 13/7/2009 )
É obrigatóriamente aplicável às seguintes entidades:
- Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais
- Empresas individuais reguladas pelo Códiço Comercial
- Estabeleciemntos individuis de responsabilidade limitada
- Empresas públicas
- Cooperativas
- Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de
interesse económico.
O artigo 5ª do Dec. Lei, exclui a aplicação do SNC às entidades sujeitas à
supervisão do:
- Banco de Portugal
- Instituto de Seguros de Portugal
- Comissão de Mercado de Valores Mobiliários
Ficam dispensadas da aplicação do SNC (artigo 10º) as pessoas que, exercendo a
título individual qualquer actividade comercial, industrial ou agrícola, não realizem
na média dos últimos três anos, um volume de negócios superior a 150.000 €
1.13 - Norma Contabilistica e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
Para estas entidades,consideradas de “menor dimensão” foi especificamente criada
uma norma designada Norma Contabiisitica e de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades (NCRF- PE), que permite delimitar e simplificar num único documento,
mais acessível e de mais fácil aplicação, as exigências contabilisticas mais comuns
a esse universo.
14
A. Financeira – 2010
15. 1.13.1 - Limites para uma empresa ser considerada uma Pequena Entidade
São consideradas Pequenas Entidades (PE) pelo enquadramento do SNC as
empresas cuja dimensão não ultrapasse dois dos três limites seguintes:
- Total do balanço : € 500.000
- Total das vendas liquidas e outros rendimentos : € 1.000.000
- Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 20
Portanto as empresas que não ultrapassem nenhum ou que só ultrapassem 1 destes
3 limites, são consideradas PE e por isso podem adoptar a NCRF-PE.
Nota:
Qualquer entidade pode optar pela aplicação do conjunto das NCFR, mesmo que a sua dimensão
apenas obrigue à aplicação da NCRF-PE.
1.14 - Instrumentos do Sistema de Normalização Contabilística (SNC
• Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras (BADF)
Estabelecem os requisitos globais que permitem assegurar a comparabilidade
quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da empresa quer
com as de outras empresas.
• Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)
Publicados em Portaria do Ministério das Finanças e contemplam modelos
para as demonstrações financeiras previstas no SNC.
• Código de contas (CC )
Quadro síntese de contas, (lista codificada de contas))
• Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF)
• Norma Contabilística e de Relato Financeiro Pequenas Entidades(NCRF-PE)
• Normas Interpretativas (NI)
Esclarecimentos e orientações
15
A. Financeira – 2010
16. 1.14.1 - O que se entende no SNC por demonstrações financeiras?
No âmbito do novo sistema de normalização contabilística, um conjunto completo
de demonstrações financeiras, inclui:
- Um balanço,
- Uma demonstração de resultados,
- Uma demonstração de alterações do capital
- Uma demonstração de fluxos de caixa,
próprio,
- Um anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas
contabilísticas adoptadas e outras divulgadas pelas NCRF.
Que riscos corre uma empresa que não cumpra no prazo previsto pela lei o
novo modelo de contabilidade e fiscalidade?
As empresas que estejam sujeitas ao SNC e que não apliquem qualquer das
disposições constantes nas Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)
cuja aplicação lhe seja exigível, é punida com coima de 500€ a 15000€.
16
A. Financeira – 2010
17. 1.14.2 - Reclassificação das Contas POC/SNC
Com o novo normativo será importante fazer uma reclassificação do sistema POC
para o sistema SNC, como mostrado no quadro abaixo.
1 Meios Financeiros Líquidos. (Ex Disponibilidades)
Destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer o dinheiro e
depósitos bancários, quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao
justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na Demonstração de Resultados.
2 Contas a Receber e a Pagar (Ex Terceiros)
Destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal,
Estado, financiadores, accionistas, bem como outras operações com terceiros que
não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas. Os
diferimentos e as provisões também são incluídos para permitir o registo dos gastos
e dos rendimentos no período a que respeitam.
3 Inventários e Activos Biológicos. (Ex Existências)
Inclui os inventários (existências) e os activos biológicos (animais e plantas vivos).
4 Investimentos (Ex Imoblizações)
Bens e direitos com continuidade e permanência e que não se destinam a ser
vendidos ou transformados no decurso normal da actividade, quer sejam da
propriedade da própria entidade, quer estejam em regime de locação financeira.
5 Capital, Reservas e Resultados Transitados (manteve nome)
Valor aplicado pelos sócios, bem como os resultados transitados.
17
A. Financeira – 2010
18. 6 Gastos ( Ex Custos)
Os gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência
de passivos que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as
relacionadas com distribuições aos participantes no capital próprio.
7 Rendimentos (Ex Proveitos)
Os rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de
passivos que resultem em aumentos no capital próprio, que não sejam os
relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio.
8 Demonstração de Resultados
Evidencia a posição económica ou de desempenho da empresa através da relação
entre os rendimentos obtidos e os gastos incorridos
18
A. Financeira – 2010
19. 1.15 - Demonstrações Financeiras - SNC
1.15.1- Balanço
Informação acerca da posição financeira, que é afectada pelos recursos económicos
que a entidade controla, pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e solvência.
É útil
- Na predição da capacidade da entidade para gerar no futuro caixa e equivalentes de
caixa
-Na predição de futuras necessidades de empréstimos, de como os lucros futuros e
fluxos de caixa serão distribuídos entre os interessados e sucesso que terá em
conseguir fundos adicionais
- Na predição da capacidade da entidade para satisfazer os seus compromissos
financeiros à medida que estes se vencerem, quer a Curto Prazo, quer a
Médio/Longo Prazo
O SNC – Balanço passa a assumir uma forma vertical pelo facto do activo passar de
três para apenas uma coluna de valores, sendo colocadas na coluna as quantias
líquidas.
O SNC tem uma lógica de entendimento da operação e dos agregados envolvidos,
enquanto que o POC tem a lógica baseada na conta.
19
A. Financeira – 2010
20. Activo
É um recurso controlado pela empresa como resultado de acontecimentos passados
e do qual se espera que fluam para a empresa benefícios económicos futuros
BENS E DIREITOS
Activo corrente
Um Activo deve ser considerado como corrente quando:
- Se espera que seja realizado, vendido ou consumido, no decurso do ciclo
operacional normal da empresa
- É detido essencialmente com a finalidade de ser negociado
- Se espera que seja realizado num prazo inferior a 12 meses a contar da data do
balanço
- Quando se trata de dinheiro ou equivalente (não existindo restrições quanto à sua
utilização).
Activo não corrente.
São o inverso do anterior. Podem ser:
- Activos biológicos (Novo);
- Activos fixos tangíveis (Nova denominação);
- Activos fixos intangíveis (Nova denominação);
- Locações;
- Propriedades de investimento (Novo);
- Activos contingentes (Novo);
- Activos detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas (Novo).
Estes activos podem ser:
- Máquinas, Patentes e direitos.
20
A. Financeira – 2010
23. Passivo e Capital Próprio
Passivo
É uma obrigação presente da empresa proveniente de acontecimentos passados, da
liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da empresa
OBRIGAÇÕES
Deve-se ter sempre presente a distinção entre uma obrigação presente e um
compromisso futuro.
Passivo corrente
Um Passivo deve ser considerado como corrente quando:
- Se espera que seja liquidado, no decurso do ciclo operacional normal da empresa
- É detido essencialmente com a finalidade de ser negociado
- Se espera que seja liquidado num prazo inferior a 12 meses a contar da data do
balanço
Os passivos correntes podem ser:
- Fornecedores;
- Empréstimos a menos de 12 meses.
Passivo não corrente
Os passivos não correntes podem ser:
- Empréstimos concedidos de longo prazo;
- Obrigações.
Capital próprio
É o interesse residual nos activos da empresa depois de deduzir todos os seus
passivos . Corresponde ao interesse residual, ou seja, Activos – Passivos.
RESPONSABILIDADE PERANTE OS ACCIONISTAS
23
A. Financeira – 2010
26. 1.15.2 - Demonstração de Resultados
Pretende evidenciar a posição económica ou de desempenho da empresa através da
relação entre os rendimentos obtidos e os gastos incorridos.
A sua forma no SNC vai assumir a forma vertical.
É útil
- Na predição da capacidade da entidade para gerar fluxos de caixa a partir dos seus
recursos básicos existentes;
- Na formação de juízos de valor acerca da eficácia com que a entidade pode
empregar recursos adicionais.
1.15.2.1 - Rendimentos Gastos e Resultados
Rendimentos
São aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma
de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições
dos participantes no capital próprio.
A anterior designação de proveitos (POC) passa a designar-se por réditos ou
rendimentos (SNC)
Gastos
São diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que
resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com
distribuições aos participantes no capital próprio.
A anterior designação de custos (POC) passa a gastos (SNC).
Resultados
Destina-se a apurar o resultado líquido do período.
Esta classe fica reduzida a apenas duas contas:
- Resultados antes de impostos
- Valor do imposto estimado para o período.
26
A. Financeira – 2010
27. Demonstração de Resultados
Rendimentos (Ex Proveitos e Ganhos)
Rendimentos e ganhos obtidos respeitantes ao período.
Gastos (Ex Custos e Perdas).
Gastos e perdas suportadas pela empresa respeitantes ao período.
27
A. Financeira – 2010
29. 1.15.3- Demonstração alterações Capital Próprio
É um documento que pretende demonstrar, justificar e explicar as modificações
ocorridas na composição e valor do Capital Próprio através das respectivas rubricas.
Dá aos utilizadores informação útil de explicação da variação ocorrida na Posição
Financeira da empresa, No fundo, explica como variou o Património Líquido da
entidade, de um exercício económico para o outro;
Encontra-se subdividida nas alterações provocadas pelos resultados líquidos, pelos
detentores do capital e por outras alterações no Capital Próprio.
Excepto as pequenas entidades que estão dispensadas, as restantes entidades
abrangidas pelo SNC, são obrigadas a apresentar a demonstração das alterações no
capital próprio
29
A. Financeira – 2010
31. 1.15.4 - Demonstração dos Fluxos de Caixa
1.15.4.1 - Fluxos de caixa
Compreende:
- O dinheiro em caixa e em depósitos á ordem
- Os equivalentes de caixa
São investimentos financeiros a curto prazo, altamente líquidos que sejam
prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro ( maturidade
inferior a três meses) e que estejam sujeitos a um risco insignificante de
alterações de valor.
Os fluxos de caixa são entradas /recebimentos e saídas /pagamentos de caixa e
seus equivalentes
1.15.4.2 - Demonstração de fluxos de caixa
Serve para avaliar:
- Da capacidade da entidade para gerar caixa.
- Da capacidade de uma entidade para pagar aos seus empregados e fornecedores,
satisfazer pagamentos de juros, reembolsar empréstimos e fazer distribuições aos
seus proprietários.
31
A. Financeira – 2010
33. 1.16 - O orçamento de tesouraria
O orçamento de tesouraria corresponde à previsão de todos os recebimentos e
pagamentos da entidade mês a mês, permitindo obter assim o saldo de tesouraria
previsional ao longo do ano.
1.16.1 - Orçamento de Tesouraria – Elaboração
Para a elaboração do orçamento de tesouraria é necessário conhecer mês a mês as
previsões de compras, vendas e despesas, transferências e investimentos e seu
financiamento.
Na estimativa das compras, despesas e vendas (tesouraria de exploração) deverá ter
em conta a contabilidade orçamental e aos valores do ano anterior aplicar a
percentagem de crescimento ou diminuição.
Na previsão dos investimentos deverá efectuar uma relação pormenorizada de todas
os investimentos a efectuar ao longo do ano.
Para os pagamentos e recebimentos relacionados com o financiamento, é necessário
ter em conta a amortização dos empréstimos, assim como todos os encargos
financeiros tais como os juros.
Orçamento Tesouraria de exploração:
33
A. Financeira – 2010
34. Orçamento Tesouraria de Investimentos
Orçamento Tesouraria de Financiamento
Estes 3 sub-orçamentos, o Balanço Previsional e a conta de Exploração
Previsional, dão origem ao orçamento de tesouraria, o qual inclui todos os
pagamentos e recebimentos previstos na actividade de exploração da empresa,
dos investimentos e do seu financiamento.
34
A. Financeira – 2010
35. 1.16..2 - Controlo do orçamento de tesouraria
O orçamento de Tesouraria é um instrumento indispensável de gestão e controlo
financeiro a curto-prazo. No orçamento de tesouraria é necessário efectuar um
controlo periódico dos desvios, análise das causas que o originaram e a introdução
das medidas correctivas.
É importante que o gestor financeiro efectue reanálises regulares do orçamento de
tesouraria.
Exemplo de Orçamento de Tesouraria Anual
Recebimentos
35
A. Financeira – 2010
36. Exemplo de Orçamento de Tesouraria Anual
Pagamentos
Jan
Fev
Total
Neste exemplo, verificamos que em Janeiro o saldo previsional de tesouraria é
negativo em 1.600 €, em resultado essencialmente do investimento efectuado
de 6.000 € o qual foi apenas financiado nesse mês por 4.000 €. Em Fevereiro
o saldo previsional de tesouraria é positivo em 650 €, pelo facto de os
recebimentos serem superiores aos pagamentos (verificou-se um aumento de
capital de 1.500 €). O saldo final do ano da tesouraria é positivo em 3.300 €.
36
A. Financeira – 2010
37. 1.16.3 - Tesouraria Deficitária vs Tesouraria Excedentária:
O orçamento de tesouraria permitirá ao gestor conhecer mês a mês, se a entidade irá
necessitar de mais fundos do que aqueles que são libertados pelos proveitos e custos
da empresa e de quando irá necessitar em cada momento. Assim, poderá prever a
tempo e horas eventuais faltas de fundos, necessidades de financiamento e excessos
de tesouraria e tomar também as medidas mais convenientes. Deste modo, o
Orçamento Tesouraria Anual irá prever em dinheiro, o estado da tesouraria da
empresa ao longo dos vários meses do ano, a qual será positiva ou negativa.
1.16.3.1 - Déficit de Tesouraria
No caso de saldo negativo (deficit) o gestor vai prever a forma de financiamento a
curto-prazo, para evitar situações de ruptura. Esta situação de tesouraria deficitária é
também frequente em organizações saudáveis e rentáveis, as quais poderão ter prazos
médios de pagamento a fornecedores reduzidos ou uma reduzida rotação dos seus
stocks, o que implica que o valor das compras já pagas aos fornecedores não tenha
ainda sido recebida. É então necessário encontrar formas de antecipar esta situação,
tais como: empréstimo a curto-prazo; crédito bancário a curto prazo (apoio à
tesouraria); factoring (adiantamento das facturas a crédito); negociar alargamento de
prazo de pagamentos a fornecedores, etc.
1.16.3.2 - Superavit de Tesouraria
Inversamente, se o saldo for positivo (superavit) o gestor poderá aplicar esse
excedente em aplicações financeiras obtendo assim juros, poderá antecipar
pagamentos para obter des€ financeiros,etc.
Esta tesouraria positiva deverá ser optimizada no sentido de aumentar os resultados
por juros recebidos em aplicações ou des€ por pagamento a pronto.
1.17 - Regra do Equilíbrio Financeiro Mínimo
Em complemento à elaboração do orçamento de tesouraria, o gestor deverá ter em
conta um aspecto essencial que é a Regra do Equilíbrio Financeiro Mínimo.
Esta regra pressupõe financiar com capitais permanentes (capital próprio ou
empréstimos de longo-prazo) os investimentos em imobilizado (equipamentos,
terrenos, etc). Se esta condição não estiver satisfeita, isto é, se os investimentos forem
superiores ao financiamento de longo-prazo, esta diferença estará a ser paga pela
tesouraria corrente. Este facto, implica dificuldades imediatas de tesouraria, pois os
recebimentos de exploração estarão a financiar um investimento a longo prazo.
Esta é uma das principais razões da asfixia de tesouraria de muitas organizações.
37
A. Financeira – 2010
38. 1.18 - A importancia do fluxo de caixa (liquidez financeira)
Muitas entidades que reportam resultados positivos têm, por vezes, problemas de
liquidez (i.e., dificuldade e incapacidade para assumir os seus compromissos a curto
prazo).
A fim de se dar um crescimento sustentado das organizações é de extrema
importância que os fluxos de caixa (cash flow’s) sejam devidamente planeados e
controlados. No entanto alguns gestores, por diversas razões, ignoram esta área.
1.19 - O Serviço de Tesouraria
Tem como função efectuar/autorizar os pagamentos, registar os recebimentos e
efectuar os devidos registos contabilisticos, bem como gerir e incrementar os recursos
financeiros disponíveis.
São englobados no serviço de Tesouraria a realização das seguintes tarefas:
a) Orçamentação e Controlo de Tesouraria - esta actividade consiste na realização
das seguintes tarefas:
Previsão Financeira - Ferramenta de gestão de Tesouraria, que permite
fundamentar as decisões de aplicação ou solicitação de fundos
Gestão Diária de Tesouraria
b) Gestão de Bancos - Este processo engloba as seguintes actividades:
Contabilização de documentos bancários
Certificação das contas bancárias - Verificação da conformidade dos saldos
apresentados nos extractos das contas correntes bancárias, e a garantia de que
estes se encontram integralmente reflectidos na Contabilidade
c) Contabilização de Pagamentos e Recebimentos
38
A. Financeira – 2010
39. 1.20 - Análise em função da variável temporal
1.20.1 - Análise estática (1)
Conceito
Todos os elementos de analise estão referidos ao mesmo momento ou período de
tempo.
Refere-se a um determinado momento da vida da empresa e relaciona várias
grandezas integrantes do BALANÇO, sem considerar a variável tempo.
Compara valores do balanço (no ano X).
Ex:
Fundo de Maneio (do ano X)= Cap.Permanentes (do ano X) – Activo Fixo. (do ano X)
1.20.2 - Análise dinâmica (1)
Conceito
Nesta analise uns elementos referem-se a um período e pelo menos algum elemento a
outro período diferente.
Analisa a situação da empresa em momentos diferentes, considerando a variável
tempo. Facilita a previsão e a tomada de decisões, principalmente as correctivas para
remediar uma situação indesejável.
Ex:
Comparação do:
F Maneio (do ano X) com o F Maneio (do ano Y) e com o F Maneio (do ano Z)
(1) Tema a desenvolver aquando da execução de exercicios práticos
39
A. Financeira – 2010
41. 2 – Rácios
2.1 Designação
Designa-se por RACIO um quociente ou uma relação característica entre duas
grandezas.
Um RACIO pode ser expresso com um quociente ou com uma percentagem.
O interesse dos RACIOS reside essencialmente no facto de permitirem comparações
intertemporais e interempresas.
2.2 - Racios tecnicos
São indicadores referentes á produtividade e exprimem a eficiência dos factores
produtivos na produção.
INDICADOR DA PRODUTIVIDADE GLOBAL
Trata-se de uma razão entre a produção realizada e os facto res utilizados nessa
produção.
Estas duas grandezas podem ser traduzidas em unidades físicas ou monetárias.
Produção
200.000
------------------------------------------ = ------------- = 4
Factores produtivos utilizados
50.000
Significa que, por cada 4 unidades monetárias produzidas do bem Y , se utilizou 1
unidade monetária referente a factores produtivos.
INDICADOR DE PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
Para uma melhor análise da medida de eficiência atrás referida, devemos considerar a
produtividade do trabalho, pois reflecte melhor a evolução da produtividade geral .
Produçao
200.000
------------------------ = ------------- = 6,6
População activa
30.000
(1)
(2)
(1) Horas de trabalho x custo da hora
(2) 60 H x 500 u.m.
Ou seja 6,6 unidades monetárias do produto por cada unidade monetária de salários
41
A. Financeira – 2010
42. INDICADOR DE ECONOMICIDADE
Este rácio visa atingir níveis previamente fixados. Resulta da comparação entre os
resultados obtidos e os resultados previstos.
Resultados efectivos
Lucro efectivo
------------------------------ = ---------------------Resultados previstos
Lucro previsto
Traduz o grau de alcance dos objectivos previamente fixados, permitindo correcções
futuras ou na execução e/ou na previsão.
42
A. Financeira – 2010
43. 2.3 - Rácios económicos
Pretendem revelar aspectos da situação económica como a estrutura dos gastos, dos
rendimentos, a capacidade de autofinanciamento, etc.
2.4 – Rácios financeiros
São os que analisam os aspectos financeiros, tais como a estrutura financeira, a
liquidez, a solvabilidade, etc.
2.5 - Limitaçoes dos rácios
Numa altura em que a técnica dos rácios se vulgariza e se utiliza com frequência para
quase todos os fins, convém alertar que este instrumento tem algumas limitações,
devendo pois ser usado com prudência, sob pena de se tirarem conclusões no mínimo
com pouco significado, senão mesmo incorrectas.
Algumas das limitações a referir são:
- Os rácios tratam apenas dados quantitativos. Não têm em consideração factores
qualitativos como a ética, a motiva ção, a qualidade dos gestores, a capacidade
técnica dos quadros, etc.
- Decisões de curto prazo podem afectar profundamente os documentos
financeiros e os rácios que lhes estão inerentes. Por exemplo, vendas
intempestivas de existências à data do balanço.
- A comparação de rácios entre empresas do mesmo sector, ou com médias de
sector, pode ser falseada pelas diferenças das práticas contabilísticas da empresa.
- Não existe uma definição normalizada a nível nacional e muito menos
internacional de cada rácio. Assim, dois analistas podem calcular um mesmo
rácio para a mesma empresa com valores diferentes.
43
A. Financeira – 2010
45. 3 – Análise económica
3.1 - Rácios
Analisam a evolução e a formação do lucro e do autofinanciamento
.
RACIOS DE RENDIBILIDADE DA EMPRESA - Medem a capacidade que todos
ou parte dos capitais postos à disposição da empresa, têm de originar resultados.
RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PROPRIOS
LUCRO OPERATIVO
----------------------------------- x 100
CAPITAL PRÓPRIO
em que
Lucro Operativo = Rendimentos normais - Gastos normais
Este rácio exprime a percentagem de remuneração dos capitais próprios da empresa.
Quanto mais elevado for, maior é a capacidade de autofinanciamento da empresa.
RENDIBILIDADE NA OPTICA DOS ACCIONISTAS
LUCROS DISTRIBUÍDOS
LUCRO LIQUIDO
--------------------------------------- X 100 E ----------------------------- X 100
CAPITAL SOCIAL
CAPITAL SOCIAL
RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS TOTAIS (OU ECONOMICA)
LUCRO
---------------------------- X 100
ACTIVO (TOTAL)
Mede a capacidade que todos os capitais postos á disposição da empresa tem em
originar resultados
45
A. Financeira – 2010
46. EQUAÇAO FUNDAMENTAL DA RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS (1)
Engloba a:
RENDIBILIDADE DAS VENDAS (2) e a ROTAÇÃO DE CAPITAIS (3)
LUCRO
LUCRO
VENDAS LIQUIDAS
------------------------- = ------------------------------ X -----------------------------ACTIVO TOTAL
VENDAS LIQUIDAS
ACTIVO TOTAL
(1)
(2)
(3)
Daqui se infere que a Rendibilidade dos capitais dependerá :
- Do lucro obtido por escudo vendido(2)
- Do numero de escudos vendidos por cada escudo investido (3)
RENDIBILIDADE DAS VENDAS
PREÇO MÉDIO VENDAS X QUANT. VENDIDAS - CUSTOS
---------------------------------------------------------------------------------------- X 100
PREÇO MÉDIO VENDAS X QUANT. VENDIDAS
Este rácio define o montante do lucro que se origina por cada 100 unidades
monetárias.
Pode ser alterado por:
- Variação do preço de venda
- Variação do preço de custo
- Variação das quantidades vendidas
Daqui se infere que o aumento da rendibilidade das vendas é função das variações do
preço de custo e/ou de venda.
46
A. Financeira – 2010
47. - ROTAÇAO DO CAPITAL OU DO ACTIVO
Este rácio indica o grau de utilização dos activos
VENDAS LIQUIDAS
-------------------------------ACTIVO
Representa a relação entre o montante de vendas de um período com o capital
investido (Activo).
O aumento deste rácio dá-se por:
- Aumento das vendas sem aumento do Activo
- Aumento das vendas em maior proporção ao aumento do Activo
- Aumento das vendas e redução do Activo
- Redução do Activo mantendo vendas constantes
- ROTAÇAO DO ACTIVO CORRENTE
VENDAS LIQUIDAS
--------------------------------ACTIVO CORRENTE
A rotação deste Activo reveste-se de especial importância, na medida em que é ele
que mais influencia a rotação do Activo Total.
Assim, é sinal de uma sã política a preocupação pela gestão deste Activo,
nomeadamente no que diz respeito aos stocks em armazém. Estes devem ser
reduzidos ao mínimo de modo a realizar vendas rentáveis com um stock limitado.
Por outro lado, devem-se reduzir as dívidas dos clientes.
- ROTAÇAO DOS STOCKS (Tempo médio em meses)
INVENTÁRIO (EXISTÊNCIAS)
----------------------------------------------- X 12
VENDAS
Exprime o tempo médio de transformação dos Inventários em disponibilidades.
47
A. Financeira – 2010
48. - TEMPO MEDIO DE RECEBIMENTOS
CRÉDITOS (CLIENTES)
-------------------------------------- X 12
VENDAS
Indica qual o prazo médio de transformação dos créditos em disponibilidades.
Um rácio alto é, em termos financeiros, desfavorável, mostrando por vezes
ineficiência do departamento de cobrança ou falta de poder negocial da empresa
perante os seus clientes.
- TEMPO MEDIO DE PAGAMENTOS
DÉBITOS (FORNECEDORES)
---------------------------------------------- X 12
COMPRAS
Mede a velocidade com que a empresa costuma pagar as suas dividas aos
fornecedores.
Quanto mais baixo o seu valor, menor o grau de financiamento que os fornecedores
fazem á exploração. Pode também revelar falta de poder negocial da empresa perante
os seus fornecedores.
Mas será de referir que um valor muito elevado pode identificar dificuldades da
empresa em satisfazer as suas obrigações.
ROTAÇAO DO ACTIVO FIXO
VENDAS LIQUIDAS
------------------------------------ACTIVO NÃO CORRENTE
Tem este rácio a finalidade de comparar o valor do montante das vendas de um
período com o valor actual do Activo Não Corrente.
A empresa deve vender os Activos Não Correntes com fraca rendibilidade e com
poucas perspectivas futuras.
48
A. Financeira – 2010
49. 3.2 - Autofinanciamento - vantagens e inconvenientes
Considerandos
O Autofinanciamento desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da
empresa. Permite assegurar o crescimento do activo económico sem recursos a
terceiros, sem originar encargos financeiros directos - juros e reembolsos -.
O autofinanciamento, além disso, aumenta a faculdade de obtenção de empréstimos
por parte da empresa.
O AUTOFINANCIAMENTO é o conjunto de recursos financeiros gerados na
própria empresa e que são as AMORTIZAÇÕES, RESERVAS, PROVISÕES.
As AMORTIZAÇÕES constituem uma verdadeira fonte de financiamento que
proporciona disponibilidades á tesouraria e permite novos investimentos.
De notar que as AMORTIZAÇOES são para a empresa uma fonte de financiamento
muito especial, pois está isenta de impostos.
As RESERVAS são constituídas pela fracção de lucro que, por decisão da assembleia
geral ou por estatuto, não é distribuída aos accionistas, ficando na empresa para o seu
financiamento. Como fonte de financiamento apresentam o inconveniente de recair
sobre elas imposto.
As PROVISÕES para gastos futuros ou para riscos ocasionados mas não realizados,
constituem uma fonte de financiamento isenta de impostos.
Importa mencionar que nem todas as PROVISÕES são Autofinanciamento. Com
efeito, cada vez que uma provisão é constituída, com vista a fazer face a perdas ou a
encargos claramente fixados, a empresa apenas disporá dos fundos por um período
muito limitado, pois desaparecerão com a constatação do encargo. Como exemplo,
refira-se o caso das provisões para créditos de cobrança duvidosa.
Torna-se portanto necessário separar todas as provisões que são apenas encargos a
prazo.
Em compensação, é preciso tomar em consideração as provisões para depreciação
dos títulos de participação ou dos empréstimos a mais de um ano que têm por objecto
constatar uma depreciação real e portanto uma perda de capital
Vantagens e inconvenientes do AUTOFINANCIAMENTO
- Vantagens:
Evita que a empresa se endivide de forma exagerada
Permite às empresas que não podem ter acesso ao mercado financeiro, libertar os
recursos necessários ao seu desenvolvimento.
Não origina qualquer encargo de juro e reembolso.
49
A. Financeira – 2010
50. -Inconvenientes
O Autofinanciamento não é gratuito. Tem um custo em juros já que as somas
disponíveis poderiam ser colocadas no exterior em aplicações lucrativas.
3.2.1 - Autofinanciamento, liquidez e disponibilidade
O autofinanciamento anual (quando positivo) significa um aumento da liquidez da
empresa, mas não necessariamente das suas disponibilidades, pois aquela pode ser
automática ou deliberadamente absorvida por outras rubricas do activo ( v.g., crédito
concedido aos clientes);assim importa distinguir os conceitos de liquidez e
disponibilidade
A liquidez (entendida como grau de liquidez) de um elemento activo consiste na sua
aptidão para se converter a curto prazo em meios monetários (meios financeiros
liquidos);a disponibilidade (grau de disponibilidade) de um elemento activo é
revelada pela sua aptidão para se transformar imediatamente em meios monetários.
O que acabámos de afirmar permite-nos concluir que, quanto maior for o nível do
autofinanciamento anual, maior será o grau de liquidez por si gerado, dependendo as
variações das disponibilidades (durante o período de referência) dos seguintes
aspectos primordiais:
- Política de concessão de créditos a clientes
- Política de formação de stocks
- Política de obtenção de crédito
- Política de investimento em capital fixo
- Política de distribuição de lucros
50
A. Financeira – 2010
52. 4 – Análise financeira
4.1 - Introduçao
Compete-lhe:
A recolha de informações e o estudo por forma a se poder obter
um julgamento seguro sobre a situação financeira da empresa.
Daqui se infere que cabe á ANALISE FINANCEIRA determinar em que medida são
conseguidos os objectivos gerais e particulares que correspondem ao conjunto das
tarefas que integram a função financeira
Assim a ANALISE FINANCEIRA deve dar resposta a duas questões fundamentais:
1) Em que medida a empresa dispõe dos meios financeiros adequados às suas
necessidades operacionais, ou tem possibilidade de vir a deles dispor, por forma a
poder funcionar com independência perante terceiros.
Estamos perante o estudo do equilíbrio financeiro em geral e da liquidez e
solvabilidade em particular.
2) Qual a sua aptidão para gerar valor ou rendimento, para dar satisfação adequada a
todos os que dela participam, e, ao mesmo tempo, assegurar a sua permanência no
mercado e a expansão da actividade.
Estamos perante problemas relacionados com o grau de eficiência da empresa, a
rendibilidade e a produtividade, cuja tradução financeira assenta, respectivamente,
no lucro e no valor acrescentado.
4.2 - Tecnicas de analise
4.2.1 - Introduçao
Já se fez referência aos balanços e ás demonstrações de resultados com sendo os
elementos que servem de base á análise financeira/económica, pois eles
correspondem á estrutura de capitais da empresa e á forma como se processou a
obtenção dos resultados.
O balanço reúne em si todas as consequências da gestão passada,
independentemente de ter sido boa ou má, e dos condicionalismos que afectaram a
vida da empresa. Não evidencia a trajectória percorrida, mas sim a situação num
dado momento.
52
A. Financeira – 2010
53. Será como que o ponto de partida para o futuro, partindo do principio que se
conhece o presente e o passado.
Assim o balanço e a demonstração de resultados que o apoia servirão de base para
a tomada das medidas impulsoras e correctoras que coloquem a empresa numa
evolução consentânea com os objectivos que se pretendem alcançar.
ANALISAR O PRESENTE, RECORRENDO AO PASSADO PARA
SE PERSPECTIVAR O FUTURO
é o que interessa numa análise financeira.
Consideremos as empresas ALFA, BETA, GAMA, com a seguinte evolução:
Situação
Financeira
Muito boa
GAMA
Boa
ALFA
BETA
Má
-3
-2
-1
0
1
2
Anos
No momento actual (Ano 0 ) todas tem uma boa situação financeira.
A empresa ALFA apresenta-se estável. A empresa BETA que tinha uma situação
muito boa, tem vindo a degradar-se. A empresa GAMA tendo vindo de uma
situação difícil, demonstra grande vitalidade e antevê-se uma evolução favorável.
Pretende-se com este exemplo chamar a atenção para o principio de que a análise
financeira a uma empresa NUNCA deve ser feita somente com o último balanço,
mas sim com os balanços de anos sucessivos (geralmente de 3 a 5)
53
A. Financeira – 2010
54. 4.2.2 - Descriçao das varias tecnicas de analise
Comparação de balanços e contas de resultados de exercícios sucessivos.
4.2.2.1 - Em valores absolutos
Através da comparação do último balanço da empresa com os anteriores, em termos
absolutos, obtém-se uma visão directa e rápida da evolução da situação financeira.
Para o efeito elabora-se o mapa de mutação de valores.
Apresenta-se seguidamente um exemplo sucinto do mapa de mutação de valores.
MAPA DE MUTAÇAO DE VALORES
2009
2010
+
-
ACTIVO
Activo Não Corrente
Propriedades de investimento
Activos intangiveis
Activos fixos tangiveis
Activo Corrente
Meios Financeiros liquidos
Outros activos financeiros
Estado
Adiant. a fornecedores
Clientes
Inventários
CAPITAL PRÓPRIO
Capital realizado
Acções próprias
Reservas legais
Resultados transitados
PASSIVO
Passivo Não Corrente
Provisões
Fianciamentos obtidos
Passivo Corrente
Fornecedores
Adiant. de clientes
Financiamentos obtidos
54
A. Financeira – 2010
55. 4.2.2.2. - Em percentagens
Este método complementa o anterior e neste há todo o interesse em agregar as
diversas rubricas nos grupos patrimoniais mais significativos
COMPARAÇAO DE BALANÇOS SUCESSIVOS EM PERCENTAGENS
2003
Valor
€
%
2004
Valor
€
%
2005
Valor
€
%
ACTIVO
Activo Não Corrente
Propriedades de investimento
Activos intangiveis
Activos fixos tangiveis
Activo Corrente
Meios Financeiros liquidos
Outros activos financeiros
Estado
Adiant. a fornecedores
Clientes
Inventários
100
100
100
100
100
100
CAPITAL PRÓPRIO
Capital realizado
Acções próprias
Reservas legais
Resultados transitados
PASSIVO
Passivo Não Corrente
Provisões
Fianciamentos obtidos
Passivo Corrente
Fornecedores
Adiant. de clientes
Financiamentos obtidos
55
A. Financeira – 2010
56. 4.2.2.3 - Em gráficos
2008
2009
Passivo
Activo
Activo
Corrente
Corrente
2010
Activo
Passivo
Passivo
Corrente
Corrente Corrente
Corrente
Activo
Passivo
Activo
Não
Não
Passivo
Corrente
Corrente
Não
Passivo
Activo
Não
Não
Não
Corrente
Corrente Corrente
Corrente
Cap.
Cap.
Cap.
Próprio,
Próprio,
56
Próprio,
A. Financeira – 2010
57. 4.3.3 - Os rácios na analise financeira
No estudo do Balanço, utilizam-se os Rácios - relações entre os dados contabilísticos.
Podem ser expressos sob a forma de quociente ou sob a forma de percentagens.
LIQUIDEZ E TESOURARIA
LIQUIDEZ GERAL
Por liquidez entende-se a capacidade que a empresa tem de fazer face aos seus
compromissos a curto prazo.
ACTIVO CORRENTE
---------------------------------PASSIVO CORRENTE
Se este rácio é < 1 , significa:
Fundo de Maneio negativo.
Poderá haver dificuldades de Tesouraria. Tudo depende dos
prazos de disponibilidade dos elementos do Activo Corrente, e
dos prazos de exigibilidade das dividas do passivo corrente.
Esta situação provoca geralmente dificuldades.
QUE FAZER ?
Diminuir prazo médio de credito a clientes
Tentar o aumento do prazo médio de pagamentos aos
fornecedores
Recorrer ao crédito bancário
Se este rácio é = 1, significa:
Todo o Capitais Corrente é financiado pelo Passico Corrente.
Não há margem de segurança.
É uma situação instável.
Pode no futuro ocasionar problemas como no caso anterior.
QUE FAZER ?
Diminuir prazo médio de credito a clientes
Tentar o aumento do prazo médio de pagamentos aos
fornecedores
Se este rácio é > 1, significa :
Estamos perante uma situação favorável.
A. Financeira – 2010
57
58. Os valores deste rácio, para uma empresa bem gerida, oscilam
entre 1,3 e 1,5.
O rácio descrito não permite, por si só, tirar conclusões
determinantes sobre a verdadeira liquidez da empresa. Torna-se
necessário recorrer a outros dois Rácios.
LIQUIDEZ REDUZIDA OU DE TESOURARIA
ACTIVO CORRENTE – INVENTARIOS (Ex Existências)
--------------------------------------------------------------------------------PASSIVO CORRENTE
Ao expurgar dos Activoss Circulantes a componente Inventários, estamos a libertálo de um elemento cujo peso é normalmente elevado e que poderia levar a
conclusões menos correctas da liquidez .
As empresa bem geridas apresentam valores compreendidos entre 0,9 e 1,1.
LIQUIDEZ IMEDIATA
MEIOS FINANCEIROS LIQUIDOS
-----------------------------------------------------PASSIVO CORRENTE
Este rácio revela a capacidade que a empresa tem para liquidar imediatamente os
compromissos a Curto Prazo.
SOLVABILIDADE
E a capacidade de a empresa fazer face aos compromissos a médio e longo prazo.
RACIO DE SOLVABILIDADE TOTAL
ACTIVO TOTAL
--------------------------PASSIVO
Para valores > 1
o Activo é > que o Passivo, pelo que as dividas a pagar estão
garantidas pelos bens da empresa.
Para valores < 1
o Activo não tem capacidade de responder pelas dividas a
pagar.
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A. Financeira – 2010
59. RACIOS DE AUTONOMIA E DEPENDENCIA FINANCEIRA
CAPITAIS PRÓPRIOS
AUTONOMIA = ----------------------------------- x 100
ACTIVO TOTAL
CAPITAIS ALHEIOS
DEPENDENCIA = ----------------------------------- X 100
ACTIVO TOTAL
Mostram em que proporção a empresa utiliza os meios próprios e alheios que
estão á sua disposição.
O rácio de AUTONOMIA mostra o total de Capitais Próprios aplicados em cada
100 unidades monetárias do Activo.
O rácio de DEPENDENCIA mostra a dependência financeira em relação ao
exterior, ou seja, o total de capitais alheios (Passivo) aplicados em cada 100
unidades monetárias da Activo.
O grau de autonomia varia em consequência da variação do Capital Alheio e/ou
do Capital Próprio.
Os dois rácios apresentados são complementares.
FINANCIAMENTO DO ACTIVO CORRENTE (CIRCULANTE)
O rácio
PASSIVO CORRENTE
------------------------------------- X 100
ACTIVO CORRENTE
Indica o total de unidades monetárias do Passivo Corrente que contribuíram para
financiar 100 do Activo Corrente (Circulante).
Este rácio pode apresentar os seguintes valores:
Igual a 100
Este valor leva a concluir que o Activo Corrente é igual ao
Passivo Corrente , tendo um Fundo de Maneio igual a 0.
Inferior a 100
O Activo Corrente foi financiado não só pelo Passivo Corrente,
mas também por Capitais Permanentes.(Passivo Não Corrente +
Cap Próprios)
Há uma margem de segurança, o FUNDO de MANEIO.
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A. Financeira – 2010
60. Superior a 100
O Passivo Corrente apresenta um valor superior ao Activo
Corrente e financiam parte do Activo Não Corrente.
Não está de acordo com a regra de equilíbrio financeiro mínimo
quando diz que os capitais utilizados devem permanecer na
empresa num período correspondente pelo menos à duração do
elemento activo que financiou.
FINANCIAMENTO DO ACTIVO NÃO CORRENTE
O rácio
CAPITAIS PERMANENTES
-------------------------------------------- x 100
ACTIVO NÃO CORRENTE
informa o contributo em unidades monetárias dos Capitais Permanentes para o
financiamento de 100 u.m. do Activo Não Corrente.
Se:
Igual a 100
Os Capitais Permanentes financiam somente o Activo Não
Corrente. Há que ter cuidado.
Inferior a 100
Os Capitais Permanentes são insuficientes, pelo que parte do
Activo Não Corrente está a ser financiado pelo Passivo
Corrente. Situação perigosa e de dificil resolução.
Superior a 100
Capitais Permanentes financiam o Activo Não Corrente e parte
do Activo Corrente.
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A. Financeira – 2010
62. 5- Análise de investimentos
5.1 - Noção de investimento
Por INVESTIMENTO entende-se a aquisição de bens com vista à sua utilização no
processo produtivo e não para satisfação imediata de uma necessidade. Assim
considera-se Investimento a aquisição de uma máquina escavadora ou de uma casa.
Mas também se chama investimento à aquisição de um título de Estado, de uma
acção de uma empresa, de um certificado de aforro: e é também investimento simples
mente deixar o dinheiro na sua conta corrente, pois ("compram-se" depósitos
bancários).
Estes activos financeiros são investimentos para quem os faz, no sentido em que
quem investe não gasta o dinheiro em bens de consumo (para satisfação imediata de
uma necessidade) mas põe-os de parte. Estes recursos financeiros investidos irão
transformar-se depois em «activos reais» (máquinas, escritórios, fabricas, etc.,). Tudo
depende do uso que é feito do dinheiro por quem o pede emprestado. Para a
Economia, na sua globalidade, os únicos investimentos são aqueles feitos em
activos reais, ou, seja, aqueles investimentos que se transformam em bens físicos.
O TEMPO e o RISCO
O Tempo e o Risco são duas variáveis sempre presentes no investimento.
Podemos comparar o Investimento a:
Uma viagem que empreendemos com espírito de aventura e com o equipamento
certo.O terreno a explorar é fascinante e apresenta aspectos variados segundo as
possibilidades de cada aforrador, da sua disponibilidade para o risco e do tempo que
prevê dedicar à sua estada no país do investimento.
Claro que se o viajante se aventurar pelo terreno bem cultivado dos “ TITULOS DO
ESTADO " terá a seu favor o factor TEMPO que irá favorecer consideravelmente o
amadurecimento dos frutos (juros) a colher no final. Como é óbvio, quanto mais
longo for o tempo de aplicação do capital, maior será a probabilidade de incidentes
de percurso, como, por exemplo, a diminuição do preço do título do Estado. Porém,
globalmente, a viagem é calma e baseada no factor tempo.
Se o viajante quiser sentir emoções fortes, estiver disposto a enfrentar campos
minados, onde o FACTOR RISCO e o FACTOR TEMPO são igualmente
importantes, "deleitar-se-á" com uma incursão no campo das ACÇOES. Para tal
deverá equipar-se contra possíveis abalos telúricos "accionistas" e preparar-se para
combater ou abandonar o campo numa retirada mais ou menos estratégica.
O RISCO é representado pela possibilidade de que se verifiquem factos que possam
reduzir o prazer da viagem, ou seja, o rendimento que se pensava obter em troca da
renuncia à utilização do dinheiro para outros fins.
62
A. Financeira – 2010
63. Na linguagem de negócios entende-se por INVESTIMENTO
A AFECTAÇAO DE MEIOS FINANCEIROS A
MODERNIZAÇAO E A EXPANSAO DOS EQUIPAMENTOS
Esta noção é relativamente restrita, visto que não compreende sequer a afectação de
meios financeiros á substituição de equipamentos
Investimento em sentido restrito
Toda a despesa de meios financeiros com vista á aquisição de bens concretos
duráveis de instrumentos de produção ( equipamentos ) e que a empresa utilizará
durante muitos anos com vista á realização do seu objectivo social.
Investimento em sentido lato
Engloba não só as despesas consentidas em equipamento, mas também as que tem
como fim a aquisição de mercadorias, de matérias primas, de matérias para consumo
interno, bem como as prestações de serviços pelo pessoal ou por terceiros.
Neste sentido (lato), considera-se que INVESTIMENTOS compreendem, não
somente as imobilizações, mas todas as operações que consistem em transformar
uma soma de dinheiro num elemento destinado a ser utilizado permanentemente
pela empresa durante um tempo mais ou menos longo.
Os investimentos cobrem então:
1- As imobilizações (terrenos, construções, material e apetrechos, material de
transporte mobiliário, trespasses, licenças e direitos de fabrico).
2- Os títulos de participação em outras empresas (aquisição de acções de outras
empresas com o objectivo de participação ou controlo).
3- Os investimentos intelectuais (despesas de organização e aperfeiçoamento de
pessoal).
4- Os investimentos em investigação (despesas de pesquisa ou de estudos
científicos e tecnológicos).
5- Os investimentos técnicos (estudo e realização de novos processos e
protótipos).
6- Os investimentos comerciais (desenvolvimento da rede comercial).
De uma maneira geral, existe investimento a partir do momento em que uma
despesa é feita com o fim de obter ulteriormente uma receita que lhe seja superior.
Uma receita que constitua a recuperação desta despesa e produza um excedente,
quer dizer, traga um LUCRO.
63
A. Financeira – 2010
64. 5.1.1 - Diversificar para melhorar resultado
Uma regra base que deveria orientar o comportamento do investidor é a aplicação do
seu capital em actividades financeiras diversas. Na verdade, não é difícil diferenciar
os investimentos, porque o investidor típico possui uma conta corrente no banco,
títulos do Estado, imóveis, acções, e isto é o suficiente para constituir um conjunto de
actividades financeiras.
Porque é importante que exista esta diversificação do investimento ?
A resposta é simples: PARA DIMINUIR O RISCO
Por conseguinte, se se fala de investimento, a primeira preocupação deve ser a de
criar uma carteira (portfolio) de actividades diversas, de modo a que o risco seja
igualmente dividido.
Com efeito, se se utilizarem 90% do capital em títulos do Estado, que dão um
rendimento anual de 10 %, e os restantes em acções da Bolsa, das quais se espera um
rendimento de 15% então a média do rendimento (ponderada) do portfolio será de
10,5%.([900+150]/100).
Além da média, também é preciso calcular os elementos de risco que incidem
consideravelmente sobre o rendimento. Sabemos que as situações imprevistas podem
mudar o curso dos acontecimentos e fazer cair as cotações de algumas actividades
financeiras, podendo, simultaneamente privilegiar outras. Assim, o segredo de uma
boa diversificação consiste na escolha de actividades cujo rendimento não seja
igualmente prejudicado por mudanças súbitas da cena económica, mas actividades
que, perante a mesma situação, tenham reacções opostas. Desta forma, haverá
maiores probabilidades de as descidas na cotação de um título serem compensadas
por eventuais subidas de outros títulos. Torna-se então claro que quanto mais alto for
o número de actividades constantes do portfolio, menor é o risco que o investidor
corre. O limite teórico e prático desta formula é que dificilmente se consegue
encontrar um número de actividades que tenham reacções muito diferentes perante
um choque externo.
5.1.2 O mecanismo da alavanca
Voltemos ao investidor que se aventurou no mundo complicado dos investimentos e
que quer sair dele da melhor forma possível.
Neste momento ele já sabe que tem que calcular os riscos, logo de inicio, e pode
escolher o campo mais adaptado aos seus recursos para se medir com os factores
«TEMPO» e «RISCO».
Sabe que, para limitar as surpresas de acontecimentos inesperados, tem de
diversificar os investimentos de tal modo que os seus rendimentos não vão todos na
mesma direcção.
A. Financeira – 2010
64
65. Tudo isto é claro, mas nem sempre se tem à disposição o capital suficiente para
satisfazer todos estes requisitos. Existem limites mínimos para cada investimento, por
isso as aplicações diferentes significam, na prática, possuir muito capital. Esta falta
de capital, no entanto, pode ser superada por um mecanismo particular que multiplica
o rendimento na mesma proporção do capital investido. Estamos perante o
EFEITO DE LEVIER OU EFEITO ALAVANCA.
Valorização dos capitais próprios da empresa através do recurso ao capital alheio.
65
A. Financeira – 2010
66. 5.2 – Investir no Mercados de Valores Mobiliários ( ou de Capitais )
5.2 a) Introdução
Os mercados de valores são espaços onde um conjunto indeterminado de pessoas
pode realizar negócios sobre valores mobiliários. Em Portugal, é permitido o
funcionamento dos seguintes mercados para a negociação de valores mobiliários:
- Mercados de Bolsa de Valores
Mercado regulamentado em que a emissão das ofertas e a conclusão das operações
são centralizadas num só espaço . Caracteriza-se ainda por ter obrigatoriamente um
mercado de cotações oficias
- Outros Mercados Regulamentados
Mercado Especial da Divida Pública
- Mercados Organizados
PEX - Mercado organizado mas não regulamentado que iniciou em Setembro de
2003 . O seu objectivo é o de permitir às pequenas e médias empresas assegurar
financiamento directo juntos dos investidores
Em qualquer um destes mercados, a sua boa gestão é atribuída a uma sociedade
gestora e os negócios só podem efectuar-se através dos chamados membros do
mercado (por ex., sociedades corretoras e sociedades financeiras de corretagem).
5.2 b) Características das Bolsas
As Bolsas apresentam as seguintes características:
- São geridas por uma entidade gestora;
- São mercados de acesso público mas apenas através dos membros da bolsa;
- Funcionam regularmente em sessões públicas (normais ou especiais);
- Os valores mobiliários que aí se negoceiam são previamente admitidos à
negociação, de acordo com determinadas regras;
- As operações de bolsa realizam-se através de sistemas de negociação adequados;
- É disponibilizada aos investidores toda a informação relevante quer pela entidade
que emite os valores mobiliários, quer pela entidade gestora do mercado de bolsa.
Em Bolsa, a compra e venda de valores mobiliários realiza-se através de ordens de
compra e ordens de venda, dadas aos intermediários financeiros relativamente a
qualquer um dos tipos de valor mobiliário; acções, obrigações, títulos de participação,
etc. Os intermediários financeiros que sejam membros do mercado de bolsa, para
executarem as ordens recebidas dos clientes, introduzem ofertas no sistema de
negociação bolsista.
Na mesma bolsa podem ser criados mercados diferentes em função das características
das operações que aí se realizem, dos valores mobiliários que aí se negoceiem ou
mesmo das entidades que os emitem. Por ex., até há bem pouco tempo existiam, em
Portugal, duas bolsas de valores - a Bolsa de Valores de Lisboa (BVL) e a Bolsa de
Derivados do Porto (BDP) - criadas, respectivamente, para a negociação de operações
66
A. Financeira – 2010
67. de bolsa a contado e a prazo. Nas primeiras, a entrega dos valores mobiliários e o
pagamento do preço de compra ocorre imediatamente após a realização do negócio
ou num espaço de tempo muito curto. Nas segundas, existe uma dilação temporal
entre o momento da celebração do negócio e o da entrega dos valores mobiliários e
pagamento do respectivo preço, de tal forma que os investidores "especulam" em
torno dessa dilação temporal.
A negociação em Bolsa de Valores apresenta diversas vantagens:
- Maior Liquidez, dada a possibilidade de aí se realizar um número elevado de
operações;
- Formação mais adequada de preços;
- Maior protecção dos investidores;
- Maior transparência e segurança.
Como em qualquer mercado, numa Bolsa também o "preço" dos valores mobiliários é
fixado em função da sua oferta e da sua procura. Assim, pode afirmar-se que:
- Se para um determinado valor mobiliário há mais procura do que oferta, o
respectivo "preço" tenderá a subir;
- Se para um determinado valor mobiliário há mais oferta do que procura, o
respectivo "preço" tenderá a descer.
5.2 c) Porque investir no Mercado de Valores Mobiliários ?
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A
poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal
do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do
crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente
aumento da poupança e do investimento, e assim por diante.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento
econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais
recursos, que podem ser obtidos por meio de:
- Empréstimos de terceiros;
- Reinvestimento de lucros;
- Participação de acionistas.
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas
utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
Mas é pela participação de novos sócios – os acionistas – que uma empresa ganha
condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no
seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos
equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo
produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiente para toda a comunidade.
67
A. Financeira – 2010
68. O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também
é consumidor. Como acionista ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição
de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em
seus lucros.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a
uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários
especializados poderão fornecer esclarecimentos e orientação na seleção do
investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender
adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá
procurar um Banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que
participem do lançamento das ações pretendidas
5.2 d) Como tomar uma decisão de investimento em valores mobiliários
Avalie os seus conhecimentos
O investimento em valores mobiliários tem consequências directas no seu
património: exige não só um acompanhamento permanente mas também
determinados conhecimentos técnicos. Antes de decidir investir as suas poupanças
em valores mobiliários avalie os seus conhecimentos e a sua disponibilidade de
tempo. Se os considerar insuficientes, opte por deixar essa tarefa a cargo de
especialistas.
Pondere a sua decisão
O investimento em valores mobiliários deve ser cuidadosamente pensado. Não decida
sob pressão. Esteja preparado para técnicas de venda agressivas e desconfie de
receitas milagrosas para ganhar muito dinheiro em pouco tempo e de forma segura.
Pondere convenientemente as vantagens e desvantagens de investir em determinados
valores mobiliários.
Faça um plano de investimento
Antes de tomar qualquer decisão de investimento, defina um objectivo de
rendibilidade e um limite de prejuízo para um determinado período de tempo. A
definição de objectivos é importante para proceder à reavaliação periódica do
investimento realizado.
Invista progressivamente
Opte por uma intervenção gradual no mercado de valores mobiliários: comece por
investir em valores mobiliários mais seguros, passando progressivamente a
investimentos que envolvam maior risco à medida que adquire maior sensibilidade ao
risco, mais conhecimento, mais confiança e conforto financeiro.
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A. Financeira – 2010
69. Diversifique as suas opções
Aplique as suas poupanças em diversos activos financeiros de modo a ficar menos
dependente da rendibilidade incerta de um único activo. A diversificação implica um
menor risco, ou seja, "não deve colocar todos os ovos no mesmo cesto." Cada
investimento comporta um risco que lhe está associado. Diversificando os seus
investimentos os riscos podem compensar-se mutuamente e a carteira ou grupo de
instrumentos tende a ter um rendimento menos flutuante.
Invista regularmente
Invista de forma regular. Haverá momentos em que aproveitará oportunidades e
outros em que o mercado não será especialmente atractivo para os investimentos.
Informe-se
Recolha e analise toda a informação relevante, nomeadamente a relativa às entidades
emitentes, às principais características dos valores mobiliários e aos mercados
disponíveis para investir, dando atenção às respectivas vantagens e desvantagens.
Conheça os custos
Solicite ao seu intermediário financeiro informação sobre todos os custos derivados
dos serviços que lhe são prestados.
Evite contrair empréstimos para investir
Procure investir com dinheiro que efectivamente lhe pertence e não com dinheiro
emprestado.
5.2 e) Principais tipos de Valores Mobiliários
5.2.e.1) Acções
São títulos que representam capital social de sociedades anónimas.
O investidor em acções é um co-proprietário da sociedade anónima da qual é
acionista, É-lhe conferindo:
- Direito de voto
- Direito de eleger os membros dos órgãos sociais
- Direito de receber dividendos
As acções são convertíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em
bolsas de valores.
Tipos de Acções
- Ordinárias
Proporcionam participação nos resultados da empresa e conferem ao acionista o
direito de voto em assembleias gerais. São as preferidas pelas empresas para
efectuar aumento de capital social .
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A. Financeira – 2010
70. - Preferenciais
Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em
percentagem mais elevada do que a atribuída às acções ordinárias) e no reembolso
de capital, no caso de dissolução da sociedade.
Formas
- Nominativas
Cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência
é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da
sociedade emitente, identificando novo acionista.
- Escriturais
Acções que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando
como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédito
dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos.
Rentabilidade das acções
É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e
benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra parte advém
do eventual ganho de capital na venda da ação.
Dividendos
A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de distribuição
de dividendos em dinheiro, em percentagem a ser definida na Assembleia Geral
Ordinária de Acionistas, de acordo com os resultados obtidos pela empresa em
determinado período .
Bonificação em Acções
Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de
reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas acções a seus
acionistas, em número proporcional às já possuídas.
Direitos de Subscrição
O direito de aquisição de novo lote de acções pelos acionistas - com preferência
na subscrição - em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à
estratégia de aumento de capital da empresa.
Venda de Direitos de Subscrição
Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas acções,
o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém.
O valor nominal, real e contabilístico
- Valor nominal é o que consta no título e, no caso das acções, é o valor que
consta no certificado de emissão.
A. Financeira – 2010
70
71. -Valor real é o preço pelo qual se compra e vende uma acção no mercado, em
resultado da oferta e procura dos títulos.
O valor de mercado permite a cada momento fazer uma valorização real de cada
companhia.
O valor nominal e o valor de mercado não têm de coincidir, mas devem manter
uma certa relação; uma empresa com um valor nominal muito baixo
relativamente à sua cotação dará sempre a ideia de ser mais cara que outra cujos
valores estejam mais próximos; para evitar esta imagem, muitas empresas optam
por reduzir o seu valor nominal («stock split»), com uma consequente redução
no seu valor de mercado.
- Valor contabilístico de uma acção é outro conceito frequentemente utilizado para
valorizar o preço de uma acção. Consiste numa estimativa do valor de uma acção
calculada segundo o balanço de uma empresa: para a calcular, há que subtrair ao
valor contabilístico de uma empresa o valor das suas dívidas a curto e a
médio/longo prazo assim como o valor contabilístico das acções preferenciais, se
estas existirem. Dividindo depois pelo número de acções ordinárias emitidas
encontra-se o valor contabilístico da acção.
Quanto ao valor nominal das acções nacionais constata-se que têm sofrido
alterações nos últimos tempos, devido à vaga de operações de «stock split» que
têm ocorrido. Esta operação consiste em dividir o valor nominal para
incrementar a liquidez do título, transmitindo ao investidor a sensação de que
possui mais acções e que estas se encontram mais baratas. Em termos
financeiros trata-se de um erro, pois na realidade os investidores têm o mesmo
valor, mas dividido em várias partes.
5.2.e2) Obrigações
São titulos de crédito que que representam fracções iguais de um empréstimo,
dando ao seu titular o direito de receber juros periódicamente e o reembolso do
capital no vencimento
As Obrigações, destinam-se a investidores mais conservadores face ao risco, que
valorizam a segurança e a distribuição periódica de rendimentos.
São, por isso, um instrumento que se pode situar em termos de nível de risco entre
as aplicações mais tradicionais, como os depósitos a prazo, e as de maior risco
como as acções ou os warrants.
Características
- Valor nominal: valor inscrito no título.
- Emitente: empresa, instituição financeira, Estado ou entidades públicas.
- Preço de aquisição: preço a pagar para se adquirir uma obrigação, que pode ser
diferente do valor nominal.
Frequentemente, as obrigações são emitidas ao par, ou seja, o preço a que são
vendidas, coincide com o valor nominal. Contudo, com a alteração das
condições de mercado e a evolução da actividade do emitente, ao longo da vida
71
A. Financeira – 2010
72. da obrigação, o seu preço altera-se, tornando-se superior ou inferior ao valor
nominal, transaccionando-se acima ou abaixo do par (a prémio ou a desconto).
- Taxa de juro ou de cupão: é a taxa anual que se aplica ao valor nominal para
apurar o montante do rendimento (cupão) da obrigação.
- Periodicidade do cupão: frequência de pagamento do juro, que normalmente é
trimestral, semestral ou anual.
- Maturidade: data do último reembolso de capital da obrigação.
- Amortização: reembolso do capital. Pode ser realizado através de um ou vários
reembolsos periódicos, de valor constante ou crescente. O método mais comum
é um único reembolso, a todos os obrigacionistas, na maturidade.
- Valor de reembolso: é o montante pago pelo emitente ao detentor de uma
obrigação que amortiza a dívida contraída. Em geral é igual ao valor nominal e
nesse caso diz-se que o reembolso é feito ao par. Caso fosse superior ou inferior
denominar-se-ia, respectivamente, reembolso acima ou abaixo do par (a prémio
ou a desconto).
- Call option: cláusula através da qual o emitente tem a opção de reembolsar
antecipadamente a emissão.
- Put option: cláusula através da qual o obrigacionista tem a opção de receber
antecipadamente o capital da emissão.
- Juro decorrido: tempo que medeia entre o último pagamento de cupão e o
momento da liquidação da transacção do título em mercado secundário. Deverá
ser pago pelo comprador da obrigação ao vendedor e não está incluído no preço.
- Juro decorrido = Taxa de cupão para o período de cálculo de juro X valor
nominal / nº de dias do período de cálculo de juro X nº de dias decorridos desde
o último pagamento de cupão até à data de liquidação
Exemplo
A empresa X emite um empréstimo obrigacionista de 1 milhão de Eur
representado por 10 000 obrigações com o valor nominal (VN) de 100 Eur (10
000 * 100 = 1 000 000 Eur).
O preço das obrigações é usualmente expresso em percentagem do valor nominal.
Neste caso, se as obrigações transaccionarem a 98 Eur, diz-se que o seu preço é
98%.
Se supusermos uma taxa de cupão de 5% ao ano, paga semestralmente, então o
detentor da obrigação receberia juros todos os semestres de 5%/2*100 Eur = 2,5
Eur.
A cotação das obrigações em mercado secundário não inclui o juro decorrido, pelo
que, supondo que passaram 160 dias entre o último pagamento de cupão e a
liquidação da aquisição, o juro decorrido seria calculado da seguinte forma:
5%/2*160 dias/180 dias*100 Eur=2,22 (assume-se que 180 dias são o número de
dias do semestre).
72
A. Financeira – 2010
73. As Obrigações, destinam-se a investidores mais conservadores face ao risco, que
valorizam a segurança e a distribuição periódica de rendimentos.
São, por isso, um instrumento que se pode situar em termos de nível de risco entre
as aplicações mais tradicionais, como os depósitos a prazo, e as de maior risco
como as acções ou os warrants.
Alguns tipos de Obrigações
- Obrigações de taxa indexada: o cupão depende da evolução de uma determinada
referência (por exemplo, taxa de juro de mercado, cabaz de acções, índices,
matérias primas).
- As obrigações normalmente designadas de obrigações a taxa variável, são um
caso especial de obrigações a taxa indexada, em que o indexante é uma
referência das taxa de juro praticadas em mercado (por exemplo, a Euribor).
Normalmente esta referência é acrescida de uma percentagem, que vai depender
das características do emitente das obrigações e visa reflectir a capacidade do
mesmo cumprir com as responsabilidades assumidas (risco de crédito).
A taxa de cupão pode ser fixada no início do período do cupão ou apenas no
final, ou seja, no momento do pagamento de juro.
- Obrigações de taxa fixa: a taxa de juro é constante e conhecida até à maturidade
do empréstimo. Na data de emissão são conhecidos todos os cash flows
originados pela obrigação. Este tipo de obrigações é indicado para investidores
que não acreditam que as taxas de juro de mercado vão subir a partir do
momento da compra das obrigações.
- Obrigações cupão zero: obrigações sem cupão, não pagam juros. O rendimento
resulta da diferença entre o valor de reembolso e o valor de aquisição da
obrigação.
- Obrigações de caixa: obrigações com algumas especificidade legais, que
passamos a discriminar:
(i) Apenas podem ser emitidas por instituições de crédito com fundos próprios
não inferiores a 2.500.000 Eur
(ii) Podem ser emitidas de forma contínua ou por séries,
(iii) São emitidas com prazo fixo, podendo ser concedido ao obrigacionista a
opção de reembolso antecipado, o qual não poderá efectuar-se antes de
decorridos 12 meses após a data de emissão das obrigações, e implicará a
amortização das mesmas,
(iv)Não podem ser adquiridas ou reembolsadas por iniciativa da instituição
emitente antes de decorrido o prazo de dois anos sobre a data de emissão,
(v) O valor nominal das obrigações é de 50 Eur ou múltiplos desse valor.
- Obrigações com warrants: possuem as mesmas características das obrigações
tradicionais mas na data de emissão têm associado um warrant. Este warrant
confere ao seu detentor o direito de adquirir um determinado número de acções
da empresa emitente, a um preço pré-definido, até uma determinada data e é
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74. destacável da obrigação e por isso transaccionável separadamente.
- Obrigações convertíveis: obrigações que podem ser convertidas num
determinado número de acções do emitente por opção do obrigacionista. A
opção de conversão não pode ser transaccionada separadamente da obrigação,
como acontece no caso dos warrants. As obrigações convertíveis em acções de
uma entidade que não a emitente denominam-se de exchangeables.
O Valor de uma obrigação
O valor de uma obrigação depende de duas variáveis fundamentais: os níveis de
taxas de juro de mercado e a capacidade do emitente cumprir com as suas
obrigações, que são influenciadas pelo risco macroeconómico, político, de
mercado, sectorial e específico do emitente.
O preço das obrigações corresponde ao valor actual dos cupões pagos pelo
emitente ao longo do tempo e do capital a reembolsar, actualizados a uma
determinada taxa.
A taxa de actualização destes fluxos reflecte o custo de oportunidade de
alternativas de investimento com o mesmo nível de risco das obrigações em causa,
ou seja, o risco soberano, implícito nas taxas de juro da dívida pública adicionado
de um spread, que visa reflectir a diferença entre a capacidade do emitente e do
Estado cumprirem com as suas responsabilidades.
Exemplo:
Supondo uma obrigação da empresa X, a 5 anos, com um valor nominal de 5 Eur
e um cupão pago anualmente de 5%. Sabendo que as taxas da dívida pública em
Eur a 5 anos se encontra nos 3,17% e que o risco de crédito da empresa X
implica um acréscimo de 1% à taxa de juro da dívida pública, qual o valor actual
da obrigação?
Taxa de actualização: 3,17%+1%=4,17%
5,18/5= 103,6%
5.2.e3) Obrigações hipotecárias
Introdução
O Decreto-Lei nº 125/90, de 16 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 17/95, de
27 de Janeiro, trouxe para o panorama financeiro português as obrigações
hipotecárias.
Estas obrigações, que visam a dinamização do sector imobiliário e que podem ser
admitidas à cotação nas bolsas de valores, conferem aos seus titulares privilégio
creditório especial sobre os créditos hipotecários afectos à respectiva emissão.
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75. Podem emitir obrigações hipotecárias as instituições de crédito ou outras
instituições financeiras legalmente autorizadas a conceder créditos, garantidos por
hipoteca, para financiamento da construção ou aquisição de imóveis. O prazo de
reembolso não pode ser inferior a três nem superior a trinta anos. A taxa de juro
pode ser variável ou fixa, devendo, no entanto, os créditos hipotecários afectos à
emissão vencer uma taxa de juro do mesmo tipo. As três emissões de obrigações
deste tipo realizadas em Portugal foram da iniciativa da Caixa Geral de Depósitos
(duas em 1991 e uma em 1996).
Foi publicado no passado dia 20 de Março de 2006, o Decreto-Lei nº 59/2006, que
estabelece o novo regime aplicável às obrigações hipotecárias, bem como o
regime das obrigações sobre o sector público.
Neste texto tentaremos dar uma panorâmica, necessariamente genérica e sumária,
do referido diploma, referindo, no entanto, apenas as obrigações hipotecárias, que
são um instrumento de dívida que permite aos seus emitentes por um lado, a
captação de recursos e, por outro lado, a cessão aos investidores do risco inerente
aos créditos hipotecários que lhes estão subjacentes.
As obrigações hipotecárias são directamente concorrentes das titularizações de
créditos hipotecários, apresentando contudo assinaláveis diferenças de regime no
que respeita à sua montagem, gestão e intervenientes. Com efeito, nas obrigações
hipotecárias pode existir uma relação directa entre o detentor dos créditos
hipotecários e os investidores, com a consequente dispensa do envolvimento de
veículos de titularização o que faz das obrigações hipotecárias um instrumento
financeiro mais flexível e desburocratizado.
Quem pode emitir
Podem emitir obrigações hipotecárias as instituições de crédito que disponham de
fundo próprios não inferiores a € 7.500.000 e que estejam autorizadas a conceder
créditos hipotecários, bem como as instituições de crédito hipotecário, uma nova
espécie de instituições de crédito criadas com este diploma.
A emissão
A emissão de obrigações hipotecárias
(i) pode ser feita de forma contínua ou por séries e deve ser precedida de
deliberação do órgão de administração da entidade emitente,
(ii) pode ser realizada por oferta particular, caso em que não estão sujeitas a
registo comercial, ou por oferta pública, sendo aplicável o disposto para o
efeito no Código dos Valores Mobiliários.
As obrigações hipotecárias podem ainda ser admitidas à negociação em mercado,
sendo de realçar que são equiparadas a títulos cotados em bolsas de valores
nacionais para efeitos de composição das reservas das instituições de segurança
social. O respectivo prazo de reembolso não pode ser inferior a dois anos nem
superior a cinquenta anos.
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