2. A questão social – um ponto de partida
“Eu não sou como muitos que estão no meio de
um grande ajuntamento de gente e completamente
isolados e abstractos.
A mim o que me rodeia é o que me preocupa.”
Desigualdades sociais
Questão à qual o poeta Indiferença
se propõe a desenvolver
Transformação social
3. Contextualização histórico-social
Década de 60 do
século XIX
Cenas do quotidiano Máximo apogeu em
França
IMPRESSIONISMO
Reprodução fiel do mundo Relação com a máquina
visível fotográfica
4. A representação do real
O quotidiano burguês
Captar a vivacidade e a
atmosfera alegre desta
popular dança de jardim
A interpretação da vida
popular parisiense
5. A poesia do quotidiano de Cesário Verde
“ Naquele piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela;
Pintura impressionista
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Poetização do real Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
O artista diligencia fixar Pouco depois, em cima duns penhascos,
a “impressão” que as Nós acampámos, inda o sol se via;
coisas lhe deixam na E houve talhadas de melão, damascos,
sensibilidade, numa E pão-de-ló molhado em malvasia.
infinitesimal fração de Mas, todo purpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
segundo.
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!”
O real
quotidiano com
as suas emoções
6. A poetização do real
“Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se as nascentes, Uma visão geral do
E fere a vista, com brancuras quentes, ambiente seguida
de uma perspetiva
A larga macadamizada. “
de um caso
“E rota, pequenina, azafamada, particular
Notei de costas uma rapariga.”
“Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros,
Vibra uma imensa claridade crua.
Focalização num grupo
De cócaras, em linha os calceteiros, social específico
Com lentidão, terrosos e grosseiros,
Calçam de lado a lado a longa rua.”
7. “Sentimento de um ocidental”
“AVÉ-MARIAS Voltam os calafates, aos magotes,
Nas nossas ruas, ao anoitecer, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Há tal soturnidade, há tal melancolia, Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Ou erro pelos cais a que se atracam botes.
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
O céu parece baixo e de neblina,
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina
E o fim de tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
Batem os carros de aluguer, ao fundo, E em terra num tinir de louças e talheres
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.
Ocorrem-me em revista exposições, países;
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Semelham-se a gaiolas, com viveiros, Os querubins do lar flutuam nas varandas;
As edificações somente emadeiradas: Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!”
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga os mestres carpinteiros.
8. O poeta deambula pela cidade de Lisboa passando pelo cais junto ao Tejo e
pelas ruas limítrofes
Descrição
Pessoas que Sensações/
Espaço passam ou Ambientes
Impressões
trabalham
Visão
impressionista