SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  35
Télécharger pour lire hors ligne
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
1
CRONOGRAMA DA DISCIPLINA
BLOCO 1
• Encontro 1 (26/04/22): Apresentação da Disciplina – Complexo dentina-polpa – Esmalte;
• Encontro 2 (03/05/22): Ligamento periodontal – Cemento alveolar – Osso alveolar;
• Encontro 3 (10/05/22): Odontogênese – Dentinogênese – Amelogênese – Leitura Complementar: Desenvolvimento
Crânio-Facial;
• Encontros 4 e 5 (17/05/22): Aula Prática: Desenho de Lâminas Histológicas (Atividade Avaliativa I);
• Encontro 6 (24/05/22): Prova Teórica e Prática I – Entrega da Atividade Avaliativa I.
BLOCO 2
• Encontro 7 (31/05/22): Erupção, Reabsorção e Substituição – União Dento-Gengival;
• Encontro 8 (07/06/22): Mucosa Bucal – ATM – Glândulas Salivares – Seios Maxilares;
• Encontros 9 e 10: Aula Prática: Desenho de Lâminas Histológicas (Atividade Avaliativa II);
• Encontro 11: Prova Teórica e Prática II – Entrega da Atividade Avaliativa II.
SEGUNDA CHAMADA
• Em data a combinar com a professora.
AVALIAÇÃO FINAL
• 12/07/22.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
2
I – INTRODUÇÃO
1 O DENTE
• O dente se divide em: coroa e raiz;
• Constituição: esmalte, dentina, polpa dentária, gengiva, cemento, ligamento periodontal e osso alveolar;
• Duas dentições: primária (ou decídua) e secundária (ou permanente);
• Embora os dentes variem em forma e tamanho, eles são similares sob o ponto de vista histológico.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
3
II – ESMALTE
2 ESMALTE DENTAL
• Tecido mais duro do corpo humano;
• Tecido mineralizado acelular: os ameloblastos (células de formação do esmalte) são perdidos à medida em que ocorre
a erupção dos dentes na cavidade oral e, por consequência, o esmalte não é capaz de se renovar.
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO ESMALTE
• Translúcido;
• Varia de cor (amarelo-claro a branco-acinzentado);
• 96% de matéria inorgânica (cristais de hidroxiapatita, suscetíveis à dissolução ácida) e 4% de matéria orgânica e água;
• Extremamente duro;
• Friável (passível de fragmentação);
• Sustentado pela dentina (esmalte sem suporte de dentina é suscetível à fratura).
2.2 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO ESMALTE
• Unidades estruturais do esmalte:
- Bastões ou prismas do esmalte e esmalte interprismático;
- São semelhantes em estrutura (formados por cristais), mas divergem em orientação (são orientados em diferentes
direções).
• Bainha dos prismas:
- Estreito espaço de material orgânico existente entre um prisma do esmalte e cada região interprismática.
2.2.1 ESTRIAS DE RETZIUS
• Série de faixas que se estendem a partir da junção amelodentinária em direção à superfície do dente;
• Representam o crescimento semanal de produção de esmalte.
2.2.2 ESTRIAÇÕES TRANSVERSAIS
• Pequenos sulcos na estrutura dos prismas;
• Representam o crescimento diário dos prismas.
2.2.3 BANDAS DE HUNTER E SCHREGER
• São faixas claras e escuras alternadas, visíveis em cortes observados ao microscópio por luz refletida (fenômeno óptico);
• Alternam-se em aspecto segundo a incidência da luz e são provavelmente efeitos óticos decorrentes de diferentes
inclinações dos cortes dos prismas devido às suas ondulações.
2.2.4 JUNÇÃO AMELODENTINÁRIA (JAD)
• Limite entre o esmalte e a dentina;
• Apresenta-se como uma linha de contorno irregular e recortado devido a imbricação entre os tecidos.
2.2.5 LAMELAS, TUFOS E FUSOS
• Lamelas: estruturas que se estendem da superfície até a JAD, podendo penetrar na dentina;
• Tufos ou penachos: estruturas que se projetam a partir da JAD por uma curta distância para o interior do esmalte (1/3
a 1/5 do esmalte);
• Fusos: extensões do processo odontoblástico no interior do esmalte.
2.2.6 PERIQUIMÁCIAS
• São reentrâncias e saliências (sulcos e cristais) na superfície do esmalte, encontradas em maior quantidade no terço
cervical.
2.3 ALTERAÇÕES COM A IDADE
• Desgastes;
• Alterações de cor;
• Redução da permeabilidade: diminuição dos poros devido ao crescimento dos cristais.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
4
2.4 DEFEITOS DA AMELOGÊNESE
2.4.1 AMELOGÊNESE IMPERFEITA
• Grupo de defeitos hereditários que provoca a desorganização da estrutura e da aparência clínica do esmalte dentário;
• Causas: genéticas ou ambientais (doenças febris, tetraciclina e fluoreto).
2.5 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
2.5.1 FLUORETAÇÃO
• Caso o flúor seja incorporado ou adsorvido ao cristal de hidroxiapatita, este se torna mais resistente à dissolução por
ácidos;
• Assim, caso o flúor esteja presente durante a formação do esmalte, os cristais do esmalte serão mais resistentes à
dissolução ácida;
• A reação de remineralização é aumentada pelo fluoreto;
• Quantidade de fluoreto x sensibilidade dos ameloblastos ao flúor = possibilidade de manchas (fluorose).
2.5.2 CONDICIONAMENTO ÁCIDO
• Remove placa e outros depósitos, juntamente com uma fina camada de esmalte;
• Aumenta a porosidade das superfícies expostas mediante a dissolução seletiva dos cristais, a qual propicia melhor
superfície de ligação para os materiais de restauração e adesivos.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
5
III – DENTINA
3 DENTINA
• Tecido conjuntivo mineralizado, especializado, avascular, elástico e de tonalidade branco-amarelada;
• Componente mineral: apatita;
• Componente orgânico: colágenos fibrilares;
• Representa a maior parte do dente;
• Recoberta pelo esmalte (porção coronária) e pelo cemento (porção radicular);
• Aloja a polpa;
• Sustenta o esmalte;
• Capaz de sofrer reparos;
• Formada por células presentes na polpa, os odontoblastos.
3.1 ESTRUTURA BÁSICA DA DENTINA
• Tecido: conjuntivo mineralizado especializado;
• Túbulos dentinários: dispostos muito próximos uns aos outros, atravessam toda a espessura da dentina e contêm os
prolongamentos dos odontoblastos.
• Odontoblastos:
- Corpo celular: estão alinhados ao longo da face interna da dentina, em contato com a pré-dentina;
- Processos odontoblásticos: presentes no interior dos túbulos dentinários.
3.2 COMPOSIÇÃO, FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA DENTINA
• Pré-dentina: camada de matriz não mineralizada (orgânica) que reveste a porção mais interna da dentina; composta
principalmente por colágeno;
• Dentina (madura): 70% inorgânica (hidroxiapatita); 20% orgânica (colágeno*, proteínas não colagênicas e lipídios de
matriz) e 10% água;
• Radiografia: a dentina é mais radiolúcida (mais escura) do que o esmalte e mais radiopaca (mais clara) do que a polpa.
• Elasticidade da dentina: propriedade física importante para o funcionamento propriamente dito do dente, uma vez que
a elasticidade proporciona flexibilidade e previne fraturas do esmalte subjacente;
• Junção amelodentinária (esmalte-dentina): área de junção entre o esmalte e a dentina.
3.3 TIPOS DE DENTINA
3.3.1 DENTINA PRIMÁRIA
• Dentina formada até o fechamento do ápice radicular;
• Maior parte do dente;
• Compreende a dentina circumpulpar e a do manto;
• Dentina circumpulpar: delineia a câmara pulpar;
• Dentina do manto: camada mais externa, próxima ao esmalte ou ao cemento, mais mineralizada.
3.3.2 DENTINA SECUNDÁRIA
• Desenvolve-se após a completa formação da dentina radicular;
• Depositada continuamente pelos odontoblastos;
• É contínua com a dentina primária, no entanto, apresenta uma estrutura mais irregular.
3.3.3 DENTINA TERCIÁRIA
• Produzida em reação a vários estímulos (atrito, desgaste, cárie, procedimento restaurador);
• É produzida apenas pelas células diretamente afetadas pelo estímulo;
• Pode apresentar túbulos contínuos com os da dentina secundária, túbulos esparsos em número e irregularmente
organizados, ou ausência absoluta de túbulos (depende da intensidade dos estímulos);
• Subclassificação:
- Reparadora: elaborada por odontoblastos neoformados, para efeito de reparo de lesões pulpares;
- Reacional: produzida por odontoblastos preexistentes como resposta a estímulos patológicos.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
6
3.4 HISTOLOGIA DA DENTINA
3.4.1 TÚBULOS DENTINÁRIOS
• Estendem-se por toda a espessura da dentina;
- Limite interno: próximo à polpa dental;
- Limite externo: junção amelodentinária.
• Formam uma rede de difusão de nutrientes por toda a dentina;
• A configuração indica o trajeto seguido pelos odontoblastos durante a dentinogênese;
• Dentina coronal: os túbulos seguem um caminho em formato de “S” a partir da superfície externa da dentina até o
perímetro pulpar, sendo essa curvatura menos pronunciada abaixo das bordas incisais e cúspides, onde podem seguir
um trajeto quase retilíneo;
• Dentina radicular: trajeto mais retilíneo.
• Diâmetro dos túbulos: maior próximo à polpa e menor próximo à junção amelodentinária;
• A natureza tubular da dentina a confere um grau de permeabilidade, que pode intensificar um processo carioso e acentuar
a resposta da polpa a procedimentos de restauração dentária.
• Tratos mortos:
- Lesão cariosa → bactérias adentram aos túbulos → prolongamentos dos túbulos se desintegram ou retraem → túbulo
vazio (trato morto) → dentina terciária veda tais tratos mortos em sua extremidade pulpar, protegendo a polpa de
possíveis infecções;
- Aglomeração dos odontoblastos → morte celular → trato morto; ocorre principalmente em áreas de corno pulpar.
3.4.2 DENTINA PERITUBULAR
• Colar de dentina mais intensamente calcificada que delimita os túbulos dentinários.
3.4.3 DENTINA INTERTUBULAR
• Dentina localizada entre os túbulos dentinários.
3.4.4 DENTINA ESCLERÓTICA
• Constituída por túbulos dentinários que se tornaram obliterados (fechados) com material calcificado;
• Quando ocorre em vários túbulos de uma mesma área, a dentina assume uma aparência vítrea e torna-se translúcida;
• Acredita-se que seja uma resposta fisiológica devido a contínua deposição de dentina peritubular;
• Como a esclerose reduz a permeabilidade da dentina, ela pode ajudar a prolongar a vitalidade pulpar.
3.4.5 DENTINA INTERGLOBULAR
• Áreas de dentina não mineralizada ou hipomineralizada onde zonas globulares de mineralização (calcosferitos) falharam
em se fundir em uma massa homogênea em meio à dentina madura;
• Defeito de mineralização.
3.4.6 LINHAS INCREMENTAIS DE CRESCIMENTO
• Linhas incrementais de Von Ebner: registram o crescimento da dentina de aproximadamente 5 dias; separadas em
intervalos de 20 micrômetros; correspondem ao período de menor atividade metabólica (repouso) dos odontoblastos.
• Linhas de contorno de Owen: mais espessas e com redução mais expressiva de mineralização; decorrem de influências
sistêmicas ou locais durante a dentinogênese;
• Linhas neonatais: consequência do estresse do nascimento (parto); representa um repouso maior da célula formadora.
3.4.7 ZONA GRANULOSA DE TOMES
• Área com aspecto granular presente ao longo da raiz, próximo ao cemento;
• Visível apenas em cortes por desgaste;
• Formada por pequenos espaços resultantes dos cortes de porções “terminais” dos túbulos dentinários.
3.5 ALTERAÇÕES COM A IDADE
• Aumento da espessura da dentina, da mineralização, de dentina esclerótica e de tratos mortos;
• Redução da permeabilidade e da sensibilidade.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
7
IV – POLPA
4 POLPA
• Tecido conjuntivo frouxo não mineralizado;
• Ocupa a porção central do dente e suporta a dentina;
• Cavidade pulpar: espaço que a polpa ocupa e divide-se em uma porção coronal (câmara pulpar) e uma porção radicular
(canal radicular);
• Câmara pulpar: possui o formato geral da coroa anatômica; sob as cúspides, a câmara estende-se para dentro dos
cornos pulpares;
• Canal radicular: termina no forame apical, onde a polpa e o ligamento periodontal se encontram (além das foraminas),
e onde os nervos e vasos principais da polpa entram e saem do dente.
4.1 FUNÇÕES DA POLPA
• Formação: produz dentina;
• Nutrição: nutre a dentina;
• Proteção: contém nervos que dão sensibilidade à dentina;
• Reparação: é capaz de produzir nova dentina quando necessário.
4.2 ZONAS DA POLPA
4.2.1 ZONA ODONTOBLÁSTICA
• Camada de odontoblastos na periferia da polpa.
4.2.2 ZONA ACELULAR DE WEILL
• Camada adjacentes aos odontoblastos;
• Facilmente observada na polpa coronária;
• Pobre em células.
4.2.3 ZONA RICA EM CÉLULAS
• Camada adjacente a zona acelular de Weill;
• Zona com densidade celular elevada;
• Facilmente observada na polpa coronária.
4.2.4 CÓRION PULPAR
• Região central da polpa;
• Caracterizado pela presença dos principais vasos e nervos da polpa.
4.3 CÉLULAS DA POLPA
4.3.1 ODONTOBLASTOS
• Células sintetizadoras e secretoras de proteína (podem estar em estágio de repouso);
• Formam uma camada de revestimento na periferia da polpa e possuem um prolongamento que se estende para dentro
da dentina;
• Corpo celular: presença de núcleo e organelas;
• Processo odontoblástico (prolongamento): presença de microtúbulos e filamentos;
• Número de odontoblastos: corresponde ao número de túbulos dentinários e varia de acordo com o tipo de dente e com
a localização dentro do espaço pulpar;
• Junções intercelulares: estabelecem o contato entre os odontoblastos; comunicantes (ou do tipo gap), zônulas de
oclusão (junções de oclusão) e aderentes.
4.3.2 FIBROBLASTOS
• Células mais numerosas da polpa;
• Mais numerosos na porção coronal (zona rica em células);
• Formam e mantêm a matriz pulpar (colágeno e substância fundamental) e fagocitam e degradam colágeno.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
8
4.3.4 CÉLULAS ECTOMESENQUIMAIS INDIFERENCIADAS
• Originam fibroblastos e odontoblastos;
• Presentes na zona rica em células, no córion pulpar e estão relacionadas aos vasos sanguíneos.
4.3.5 CÉLULAS-TRONCO
• Possuem a capacidade de autorrenovação e, sob condições ambientais apropriadas, podem diferenciar-se em
odontoblastos, condrócitos, adipócitos, neurônios e osteoblastos.
4.3.6 CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
• Macrófagos: localizados por todo o centro da polpa; envolvidos na eliminação de células mortas, cuja presença também
indica que ocorre a renovação de fibroblastos da polpa;
• Leucócitos: linfócitos T, linfócitos B, neutrófilos e eosinófilos; aumentam durante infecções;
• Células dendríticas apresentadoras de antígenos: aumentam durante infecções.
4.4 MATRIZ EXTRACELULAR E SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL
• Composição da matriz extracelular: composta por fibras colágenas e substância fundamental;
• Função da matriz extracelular: sustenta células e atua como meio de transporte de nutrientes advindos dos vasos
sanguíneos para as células, e de metabólitos das células para os vasos sanguíneos;
• Alterações na composição da substância fundamental: causadas pela idade ou por doenças; interferem na função,
produzindo alterações metabólicas, redução na função celular e irregularidades na deposição de minerais.
4.5 SUPRIMENTOS VASCULAR E LINFÁTICO
• Circulação aferente: vasos de pequeno calibre (arteríolas) entram pelos forames originados das artérias alveolares
superiores e inferiores;
• Microcirculação: na polpa radicular e na polpa coronal (maior); ramificam-se no plexo vascular periférico e em alças
capilares ao redor dos odontoblastos;
• Circulação eferente: vasos de pequeno calibre (vênulas e vasos linfáticos) que saem pelos forames;
• Alguns dados sobre fisiologia:
- O fluxo sanguíneo é elevado e maior na coroa;
- Existência de elevadas pressões sanguíneas e tissulares;
- Durante inflamações pulpares: ocorre um aumento da pressão e, consequentemente, aumento da pressão tissular,
colabamento dos vasos, estase, anóxia e necrose.
4.6 INERVAÇÃO DO COMPLEXO DENTINA-POLPA
• A polpa é ricamente inervada;
• Os nervos entram e saem da polpa através dos forames apical e acessórios;
• Os nervos geralmente seguem os trajetos dos vasos aferentes, começando como grandes feixes nervosos que se
arborizam perifericamente à medida que se estendem oclusalmente através do eixo da polpa;
• Esses ramos finalmente contribuem para um extenso plexo de nervos na zona acelular de Weil imediatamente, o
chamado plexo subodontoblástico de Raschkow;
• Na raiz não existe plexo nervoso, mas troncos ascendentes que se arborificam em determinados locais.
4.6.1 TIPOS DE FIBRAS NERVOSAS
• Fibras A-delta:
- Mielinizadas e mais grossas;
- Rápida condução;
- Baixo limiar de sensibilidade;
- Respondem a dor aguda;
- Distribuição preferencialmente periférica (Pleno de Raschkow); estão em relação com os odontoblastos e possivelmente
são as fibras contidas dentro dos túbulos dentinários;
- Respondem a estímulos hidrodinâmicos, sendo as responsáveis pela sensibilidade dentinária;
- Mais sensíveis à hipóxia tecidual.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
9
• Fibras C:
- Não mielinizadas e mais finas;
- Condução mais lenta;
- Alto limiar de estimulação;
- Respondem a dor intensa, contínua, pouco tolerável, espontânea ou provocada;
- Pode manter a função em condições de hipóxia tecidual;
- Resistente à autólise, respondendo por eventual sensibilidade da polpa em vias de degeneração.
4.7 SENSIBILIDADE DENTINÁRIA
• Seja qual for o estímulo o complexo dentina-polpa (bacteriano, térmico, mecânico ou químico), a sensibilidade é sempre
traduzida como dor;
• Alguns estímulos: frio (ar ou água), contato mecânico (sonda ou broca) e desidratação (algodão hidrófilo ou jato de ar);
4.7.1 TEORIAS DA SENSIBILIDADE DENTINÁRIA
1. A dentina contém terminações nervosas que respondem quando ela é estimulada → algumas fibras nervosas ocorrem
somente dentro de alguns túbulos e na porção mais interna da dentina, assim, a estimulação de tais terminações
nervosas não é compatível com a grande sensibilidade dolorosa da dentina;
2. Os odontoblastos servem diretamente como receptores e estão acoplados a nervos pulpares → não possuem poder de
transdução e propagação de impulsos nervosos;
3. A natureza tubular da dentina permite que ocorra o movimento de líquido dentro do túbulo quando um estímulo é
aplicado, um movimento por terminações nervosas livres da polpa próximas aos odontoblastos (teoria hidrodinâmica de
Brännström) → teoria aceita.
4.8 CÁLCULOS PULPARES
• Nódulos, dentículos ou calcificações pulpares;
• Massas calcificadas, únicas ou múltiplas, frequentemente encontradas no tecido pulpar;
• Podem ocorrer em qualquer dente;
• Mais frequentemente encontrados na entrada da câmara pulpar ou no interior do canal radicular;
• Livres ou aderidos;
• Podem reduzir o número de células e dificultar o tratamento endodôntico.
4.9 ALTERAÇÕES COM A IDADE
• Redução de suas dimensões pela deposição contínua de dentina;
• Modificações celulares (em número e em atividade);
• Fibrose;
• Alterações regressivas de vasos e nervos;
• Aumento das calcificações;
• Redução do metabolismo e da capacidade reparadora da polpa.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
10
V – CEMENTO
5 CEMENTO
5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS - PERIODONTO
• É constituído pelas estruturas que participam da sustentação dos dentes na maxila e na mandíbula;
• Periodonto de inserção ou sustentação: cemento, ligamento periodontal e osso alveolar; responsáveis pela ancoragem
do dente no alvéolo;
• Periodonto de proteção: gengiva.
5.2 RELAÇÕES COM OUTROS TECIDOS
• Dentina: o cemento recobre a dentina;
• Ligamento periodontal: é mantido pelo ligamento periodontal e ancora suas fibras;
• Esmalte: formam o limite amelocementário no colo dental; cemento e esmalte se tocam; cemento recobre o bordo do
esmalte; ou cemento e esmalte não se tocam (faixa de dentina descoberta).
5.3 CARACTERÍSTICAS
• Tecido conjuntivo mineralizado, avascular (depende do ligamento periodontal para se nutrir por difusão) e recobre as
raízes dos dentes;
• Semelhante ao tecido ósseo, porém, os fenômenos de reabsorção e neoformação ocorrem com pouca intensidade;
• Espessura varia conforme a região: mais fino na região cervical e mais espesso na apical;
• Dureza: semelhante à do osso e menor que a da dentina;
• Cor: amarelo-claro, semelhante à da dentina, aspecto opaco;
• Permeabilidade: possui permeabilidade a substâncias micromoleculares.
5.4 COMPOSIÇÃO
• Semelhante à do tecido ósseo;
• Hidroxiapatita (45 a 50%), colágeno e proteínas não colágenas.
5.5 FUNÇÕES PRIMÁRIAS
• Inserção das fibras periodontais, contribuindo para a estruturação da articulação alvéolo-dentária;
• Reveste a raiz, protegendo e reduzindo a permeabilidade.
5.6 CONSTITUIÇÃO
5.6.1 TIPOS DE CEMENTO
5.6.1.1 CEMENTO ACELULAR
• Terço cervical;
• Sem cementócitos;
• Produção lenta;
• De fibras extrínsecas (ou de Sharpey): possui basicamente fibras extrínsecas;
• Exerce função de suporte.
5.6.1.2 CEMENTO CELULAR
• Terço médio e apical e nas áreas de furcação dos dentes bi ou trirradiculares;
• Com cementócitos;
• Produção rápida;
• De fibras mistas (intrínsecas e extrínsecas): habitualmente a partir do terço médio da raiz; exerce função de suporte;
• De fibras intrínsecas (não possui extrínsecas): exerce função de proteção e reparo (originado só em casos de
reabsorção cementária ou na compensação de desgastes oclusais).
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
11
5.6.2 CÉLULAS
• Inclusas na matriz: cementócitos (são os cementoblastos que ficaram aprisionados na matriz do cemento durante sua
formação);
• Periféricas: cementoblastos (síntese e secreção de matriz orgânica) e cementoclastos.
5.6.3 MATRIZ CALCIFICADA
• Fibras colágenas tipo I intrínsecas: produzidas pelos cementoblastos;
• Fibras colágenas tipo I extrínsecas: produzidas pelos fibroblastos do ligamento periodontal; parte das fibras
periodontais inseridas no cemento, com a designação de fibras de Sharpey;
• Substância amorfa: produzida pelos cementoblastos; “gel” à base de água, proteoglicanas e glicoproteínas;
• Minerais;
• Lacunas e canalículos cementários: importantes na nutrição do cemento.
5.6.4 PRÉ-CEMENTO (CEMENTOIDE)
• Cemento recém-formado, ainda não mineralizado;
• É também uma estrutura que protege o cemento da reabsorção pelos clastos;
• Mais bem distinto e visualizado junto ao cemento acelular.
5.6.5 OUTRAS ESTRUTURAS
• Camada hialina de Hopewell-Smith: responsável pela adesão do cemento à dentina radicular; responsável pela adesão
do cemento à dentina radicular;
• Linhas de Salter: linhas de incrementais de crescimento do cemento;
5.7 IMPORTÂNCIA DA DEPOSIÇÃO CONTÍNUA DE CEMENTO
• Permite a inserção de novas fibras periodontais, no mecanismo de renovação e/ou reparo do ligamento periodontal;
• Compensação dos desgastes nas superfícies de trabalho (cúspides e bordos);
• Reparo das reabsorções radiculares (anatômico e funcional ou funcional).
5.8 REABSORÇÃO DO CEMENTO E DA RAIZ – BREVES NOÇÕES
• Com exceção da rizólise dos dentes decíduos, a reabsorção do cemento é um fato patológico;
• Principais fatores da reabsorção: infecções e traumatismos;
• Célula efetora: cementoclasto, que somente reabsorve o tecido já mineralizado;
• Reabsorções transitórias: causas passageiras;
• Reabsorções progressivas: causas duradouras (ou permanentes).
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
12
VI – LIGAMENTO PERIODONTAL
6 LIGAMENTO PERIODONTAL
6.1 INTRODUÇÃO
• Tecido conjuntivo frouxo, não mineralizado, rico em células, vasos e em feixes de fibras colágenas e altamente
metabólico;
• Atravessado por grossos feixes de fibras colágenas que se inserem no cemento e no osso alveolar;
• Parte do periodonto de sustentação ou inserção;
• Elemento de integração biológica (dente/organismo).
6.2 FUNÇÕES
6.2.1 FÍSICAS
• Sustentação e articulação do dente em seu alvéolo;
• Amortece as forças mastigatórias:
- Ação tensora das fibras principais;
- Ação contracompressora dos componentes líquidos dos tecidos periodontais (substrância amorfa, líquido tissular,
sangue nos vasos), que funcionam como um amortecedor viscoelástico que absorve as forças mastigatórias.
6.2.2 NUTRIÇÃO
• Nutre seus próprios componentes e ainda o cemento e a compacta periodôntica do processo alveolar (osso alveolar).
6.2.3 SENSORIAL
• Receptores sensoriais proprioceptivos.
6.2.4 HOMEOSTÁTICA
• Conceito de homeostase;
• As relações entre células como uma base física para a homeostase;
• A importância dos mecanismos homeostáticos na movimentação ortodôntica.
6.2.5 ERUPTIVA
• Sua capacidade permanente de contração pode constituir-se em força eruptiva.
6.3 CONSTITUIÇÃO
6.3.1 CONSTITUIÇÃO GERAL
• Células, matriz extracelular (amorfa e fibras), líquido tissular, vasos e nervos.
6.3.2 CÉLULAS
6.3.2.1 DE FORMAÇÃO
• Fibroblastos: forma a matriz extracelular do ligamento periodontal;
• Osteoblastos: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao osso;
• Cementoblastos: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao cemento.
6.3.2.2 DE REABSORÇÃO
• Fibroblastos: reabsorve a matriz extracelular do ligamento periodontal em condições fisiológicas (processo de
renovação);
• Osteoclasto: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao osso;
• Cementoclasto: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao cemento.
6.3.2.3 OUTRAS
• Indiferenciadas (mesenquimais), células epiteliais de Malassez e de defesa (macrófagos, linfócitos e mastócitos).
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
13
6.3.2.4 RELAÇÕES ENTRE AS CÉLULAS
• Células vizinhas se tocam através de seus processos (prolongamentos) e, nesses pontos, ocorrem uniões tipo “gap” que
unem e proporcionam a comunicação intercelular.
6.3.3 FIBRAS
• Principais: feixes colágenos que se inserem do cemento ao osso alveolar atravessando o ligamento periodontal;
• Secundárias: entre os feixes de fibras principais; pertencem ao tecido conjuntivo frouxo que fica nos espaços intersticiais;
• Fibras de Sharpey: são as porções das fibras colágenas inseridas nos tecidos duros (osso e cemento);
• Oxitalânicas: possivelmente relacionadas com um suporte dinâmico de vasos durante a mastigação.
6.3.3.1 GRUPOS DE FIBRAS
• Fibras da crista alveolar, horizontais, oblíquas, apicais, interradiculares (infra alveolares);
• Compõem o ligamento periodontal.
6.3.4 SUBSTÂNCIA AMORFA
• Matriz extracelular;
• Água, sais minerais, substâncias orgânicas, proteoglicanas e glicoproteínas.
6.4 ZONAS DO LIGAMENTO PERIODONTAL
• Zona cementógena;
• Zona principal;
• Zona osteógena.
6.5 VASCULARIZAÇÃO
• Artérias apicais: troncos comuns com os vasos pulpares;
• Artérias transalveolares (perfurantes, interalveolares);
• Artérias gengivais.
6.6 INERVAÇÃO
• Inervação associada aos vasos sanguíneos;
• Receptores para a dor;
• Receptores para o tato e pressão (mecanorreceptores):
- Informações sobre o posicionamento da maxila e da mandíbula na oclusão;
- Informações destinadas à regulação da intensidade das forças mastigatórias;
- Gera reflexo para a secreção salivar.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
14
VII – OSSO ALVEOLAR
7 OSSO ALVEOLAR
7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Osso basal ou de sustentação: constitui o corpo da mandíbula e da maxila;
• Processo alveolar: é o osso que se estende a partir do corpo da mandíbula e da maxila, com os quais é contínuo, para
formar o alvéolo que aloja a raiz dental;
• Osso alveolar (ou osso alveolar propriamente dito): é a parte mais interna do processo alveolar, onde efetivamente
se inserem as fibras do ligamento periodontal.
7.2 COMPONENTES ANATÔMICOS
7.2.1 PROCESSO ALVEOLAR
• É semelhante a um osso chato e, como tal, constitui-se de duas superfícies livres constituídas de osso compacto
(compactas ou corticais) unidas por um osso esponjoso (esponja ou diploe).
7.2.2 PAREDES DO ALVÉOLO
• Vestibular;
• Lingual;
• Proximais ou septos interdentais.
7.2.3 DIVISÃO DOS ALVÉOLOS MÚLTIPLOS
• Septos interradiculares.
7.3 CONSTITUIÇÃO DAS PAREDES E SEPTOS
7.3.1 PAREDES VESTIBULAR E LINGUAL
7.3.1.1 COMPACTA PERIÓSTEA (CORTICAL EXTERNA)
• Constituída por osso compacto;
• Recoberta pelo periósteo e pela mucosa.
7.3.1.2 ESPONJA (DIPLOE)
• Constituída por osso esponjoso ou trabecular;
• Por vezes ausente, nos dentes anteriores, quando estão as compactas se fundem.
7.3.1.3 COMPACTA PERIODÔNTICA (CORTICAL INTERNA OU OSSO ALVEOLAR)
• Designada como: osso alveolar, osso alveolar propriamente dito, lâmina dura, cortical alveolar, osso de inserção, osso
fasciculado e lâmina crivosa;
• É um osso compacto, delgado, com perfurações para a passagem de vasos para o ligamento periodontal; em sua matriz
se inserem as fibras do ligamento (fibras de Sharpey); não possui periósteo, substituído pelo ligamento periodontal que
executa, em relação a esta compacta, todas as funções que são próprias do periósteo (nutrição, formação, reabsorção);
• Como no cemento, sua matriz possui fibras colágenas intrínsecas formadas pelos osteoblastos e extrínsecas (de
Sharpey) elaboradas pelos fibroblastos do ligamento e que se acham inseridas também no osso.
7.3.2 SEPTOS INTERDENTAL E INTERRRADICULAR
• Compacta periodôntica (osso alveolar), esponjosa e compacta periodôntica (osso alveolar).
7.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
7.4.1 SUA DEPENDÊNCIA AO DENTE
• Perda óssea após extração;
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
15
• Crescimento do processo alveolar acompanhando o dente em sua erupção secundária (dentição permanente) ou nos
casos de trações de raízes (ortodontia).
7.4.3 ALTERAÇÕES ÓSSEAS (REMODELAÇÃO) NAS MOVIMENTAÇÕES FISIOLÓGICAS E ORTODÔNTICAS
• No lado de pressão, predomina a reabsorção óssea;
• No lado de tração ocorre principalmente neoformação óssea (aposição);
• A remodelação do ligamento periodontal acompanha esses eventos;
• A movimentação ortodôntica é possível, principalmente, em virtude da maior plasticidade do tecido ósseo em relação ao
cemento.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
16
VIII – ODONTOGÊNESE
8 ODONTOGÊNESE
8.1 FORMAÇÃO DA COROA DENTAL
8.1.1 O FORRAMENTO DA BOCA PRIMITIVA (ESTOMÓDIO OU ESTOMODEU)
• Epitélio bucal primitivo (2 a 3 camadas) e ectomesênquima (subjacente).
8.2.2 A PROLIFERAÇÃO INICIAL DO EPTÉLIO
• 6ª semana de gestação;
• O epitélio bucal primitivo se espessa e se prolifera, formando a banda epitelial primária (epitélio odontogênico);
• A banda epitelial primária se subdivide em lâmina dentária (origina órgãos dentais) e lâmina vestibular (delimita lábios e
bochechas).
8.2.3 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
• Botão ou broto, capuz ou casquete, campânula ou sino e coroa.
8.2.3.1 ESTÁGIO DE BOTÃO (OU BROTO)
• Proliferações epiteliais localizadas e condensação do ectomesênquima adjacente por proliferação de células ou pela
chegada de células migratórias das cristas neurais.
8.2.3.2 ESTÁGIO DE CAPUZ (OU CASQUETE)
• Órgão do esmalte (ou órgão dentário):
- Forma: esmalte;
- Constituído por: epitélio dentário interno e externo e retículo estrelado;
- Crescimento: pela atividade do bordo genético ou alça cervical.
• Estruturas mesenquimais:
- Papila dentária (forma: dentina e polpa);
- Folículo ou saco dentário (forma: cemento, LP e osso alveolar).
8.2.3.3 ESTÁGIO DE CAMPÂNULA (OU SINO)
• Órgão do esmalte (órgão dentário):
- Retículo estrelado;
- Estrato intermediário;
- Epitélio interno;
- Epitélio externo.
• Papila dentária;
• Folículo ou saco dentário.
8.2.3.4 ESTÁGIO DE COROA (APOSIÇÃO DOS TECIDOS DUROS DA COROA)
• Indução recíproca: o epitélio dentário interno induz as células ectomesenquimais da papila dentária a diferenciam-se
em odontoblastos para formarem a dentina; a dentina, por sua vez, induz o epitélio dentário interno a diferenciarem-se
em ameloblastos para formarem o esmalte;
• Estabelecimento do limite amelo-dentinário;
• Colapso do retículo estrelado e formação do epitélio reduzido do órgão do esmalte (epitélio dentário reduzido).
8.2.4 RESUMO DAS FUNÇÕES DOS COMPONENTES DO EMBRIÃO DENTAL
• Órgão Dentário (Órgão do Esmalte):
- Determinar, em interação com a papila, a forma do dente;
- Induzir a diferenciação de odontoblastos;
- Elaborar o esmalte e protegê-lo até a erupção;
- Formar o epitélio juncional primitivo (epitélio reduzido);
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
17
- Constituir a bainha epitelial de Hertwig.
• Papila Dentária:
- Determinar, em interação com o órgão dentário, a forma do dente;
- Originar a dentina (por formação) e a polpa (por diferenciação).
• Folículo ou Saco Dentário:
- Formar cemento, LP e osso alveolar.
8.2 FORMAÇÃO DA RAIZ DENTAL (RIZOGÊNESE)
• Ocorre no final da fase de coroa.
8.2.1 BAINHA EPITELIAL DE HERTWIG
8.2.1.1 ORIGEM
• É uma extensão do órgão do esmalte (órgão dentário), resultante do crescimento do seu bordo genético ou alça cervical.
8.2.1.2 CONSTITUIÇÃO
• Epitélio interno e externo.
8.2.1.3 DIAFRAGMA EPITELIAL
• Bordo livre da Bainha Epitelial de Hertwig.
8.2.1.4 FUNÇÕES
• Induz a diferenciação de odontoblastos;
• Servir de “molde” para a formação da raiz e formação de dentina radicular por dentro do molde.
8.2.2 EVENTOS DA RIZOGÊNESE
• Diferenciação de odontoblastos na papila, induzida pela bainha de Hertwig;
• Formação da dentina por dentro do molde oferecido pela bainha de Hertwig;
• Formação da camada hialina (que une cemento e dentina radicular);
• Crescimento da bainha em seu bordo genético enquanto o dente erupciona e novas camadas de dentina são depositadas
e ocorre o alongamento da raiz dental;
• Regulação do diâmetro do canal e forame apical:
- O crescimento do bordo genético tende a fechar o forame, no entanto, a proliferação da papila impede o fechamento;
- A bainha epitelial cresce para o centro progressivamente, modelando a forma do ápice radicular e seu forame;
- Após a erupção e contato com a antagonista, a proliferação da papila é cessada;
• Observação: nos casos de dentes com mais de uma raiz, a proliferação da papila é focal, com tantos focos quanto o
número de raízes a serem formadas.
8.2.3 LIGAMENTO PERIODONTAL E REIMPLANTE
• Avulsão dental: ruptura do plexo vásculo-nervoso da polpa e do LP;
• Importância da manutenção do LP aderido ao dente avulsionado;
• Como proceder em caso de avulsão traumática: não raspar, não secar, hidratar, manipular o dente pela coroa e
reimplantar imediatamente;
• Tempo e sucesso do reimplante:
- 20 a 30 minutos: restabelecimento do periodonto de inserção;
- Após 2 horas: anquilose dental.
• Armazenamento e transporte: água, saliva, solução salina (10 minutos), leite (2 horas) ou meio de células e tecidos (24
a 96 horas).
8.3 FORMAÇÃO DO PERIODONTO DE INSERÇÃO (PERIODONTOGÊNESE)
8.3.1 ORIGEM DOS TECIDOS PERIODONTAIS
• Cemento, Ligamento periodontal e osso alveolar: são originados das células do folículo ou saco dental.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
18
8.3.2 EVENTOS
8.3.2.1 EVENTOS INICIAIS: A FORMAÇÃO DA CAMADA HIALINA
• Com a fragmentação da Bainha Epitelial de Hertwig, as células do folículo ou saco dental se aproximam e são induzidas
por proteínas a se diferenciarem em cementoblastos que iniciam a formação de cemento;
• A camada hialina posteriormente mineraliza-se adquirindo dureza superior à do cemento e mesmo da dentina e une
firmemente dentina e cemento.
8.3.2.2 EVENTOS SEGUINTES
• Os fibroblastos diferenciados do folículo ou saco dental (rico em células mesenquimais) formam fibras periodontais que
se posicionam junto à raiz e ao osso da cripta alveolar formando franjas;
• O cemento produzido sobre a dentina recém-elaborada (e recoberta pela camada hialina) fixará os extremos das fibras
periodontais (franjas) já posicionadas junto à superfície radicular;
• Do outro lado, osteoblastos diferenciados do folículo ou saco dental formam osso e fixam o outro extremo (franjas) dos
feixes de fibras colágenas;
• Formando o periodonto, o ligamento periodontal assumirá as funções que foram do folículo ou saco dental, formando,
reabsorvendo e nutrindo os tecidos do periodonto de inserção.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
19
IX – DENTINOGÊNESE
9 DETINOGÊNESE
9.1 INTRODUÇÃO
9.1.1 INÍCIO DA FORMAÇÃO DA DENTINA
• Ocorre na fase de campânula avançada ou de coroa.
9.1.2 MICROAMBIENTE TECIDUAL
• Epitélio interno do órgão do esmalte (epitélio dentário interno): induzem a diferenciação de odontoblastos;
• Membrana basal: no limite entre o epitélio interno e o mesênquima da papila dental;
• Zona acelular: região periférica da papila com substância amorfa e poucas ou nenhuma fibra;
• Camadas de pré-odontoblastos/odontoblastos:
- Os pré-odontoblastos aumentam de volume;
- Com o crescimento, se aproximam, reduzindo o espaço intercelular, e se aproximam do epitélio interno, avançando na
zona acelular;
- Tornam-se justapostas e unidas por um complexo unitivo;
- A célula, por fim diferenciada, é designada por odontoblasto.
9.2 FORMAÇÃO DA MATRIZ
9.2.1 DENTINA DO MANTO
• A primeira camada de dentina é formada pelas células ainda em processo de diferenciação, os pré-odontoblastos;
• Secreção de colágenos tipo I pelos odontoblastos;
• Organização do colágeno em grossas fibras de colágeno;
• Essas fibras colágenas, juntamente com a substância amorfa preexistente, formam uma camada de dentina, a dentina
do manto, que passa a se calcificar;
• A dentina do manto na raiz tem como diferença a direção das fibras colágenas.
9.2.2 DENTINA CIRCUMPULPAR
• O restante da dentina é designada como circumpulpar;
• As fibras colágenas e as substâncias amorfa são elaboradas pelos odontoblastos, já plenamente diferenciados;
• As fibrilas colágenas são bem mais finas que o manto.
9.3 MINERALIZAÇÃO DA MATRIZ
9.3.1 NA DENTINA DO MANTO (MINERALIZAÇÃO INICIAL)
• Vesículas de matriz são liberadas, juntamente com os componentes orgânicos, contendo pequenos cristais de
hidroxiapatita;
• Na matriz dentinária, os cristais crescem, rompem a membrana de vesícula e formam aglomerados, que se fundem com
os vizinhos, promovendo a calcificação;
• O padrão dominante é o de calcificação linear.
9.3.2 NA DENTINA CIRCUMPULPAR (MINERALIZAÇÃO SUBSEQUENTE)
• Não há formação de vesículas de matriz.
• A calcificação se dá através de ação nucleadora das fibras colágenas, da ação nucleadora dos cristais anteriormente
formados e por crescimento dos cristais.
9.4 FORMAÇÃO DA DENTINA PERITUBULAR
• Estreitamento do processo odontoblástico;
• Formação de matriz peritubular, na matriz intertubular, no espaço criado pela redução do diâmetro do prolongamento.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
20
9.5 ESQUEMA DA FORMAÇÃO DA DENTINA NA COROA E NA RAIZ
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
21
X – AMELOGÊNESE
10 AMELOGÊNESE
10.1 INTRODUÇÃO
10.1.1 INÍCIO DA FORMAÇÃO DO ESMALTE
• Após a formação de pequena faixa de dentina do manto, na fase de coroa.
10.1.2 ÓRGÃO DO ESMALTE
• Epitélio externo: limita o órgão e impede a penetração do tecido mesenquimal;
• Retículo estrelado: protege as células formadoras contra eventuais agressões, preservando-lhes o arranjo e as funções;
• Estrato intermediário: forma unidade funcional com os ameloblastos;
• Epitélio interno: cumpre funções – indutora (diferenciação dos odontoblastos), morfogenética (determinação da forma
do dente), formadora (forma esmalte), de maturação (mineralização do esmalte) e protetora (epitélio reduzido).
10.2 VISÃO GERAL DA AMELOGÊNESE
10.2.1 FORMAÇÃO DA MATRIZ
• Deposição de fina faixa de esmalte aprismático;
• Desenvolvimento do processo de Tomes nos ameloblastos;
• Formação de esmalte prismático sob ação orientadora do processo de Tomes;
• Perda do processo de Tomes e formação e formação de nova faixa de esmalte aprismático na superfície;
• Matéria orgânica (amelogeninas e não amelogeninas);
• Índice de mineralização imediata de 15 a 30%, com hidroxiapatita.
10.2.2 MATURAÇÃO (PRÉ-ERUPTIVA) DA MATRIZ
• É o processo em que o esmalte completa a sua mineralização, pelo crescimento dos cristais;
• Inicia-se quando o esmalte atinge a espessura máxima nas pontas das cúspides; começa no LAD seguindo o padrão da
formação;
• Consiste na remoção de proteínas e água e no acréscimo de minerais (cálcio e fosfato);
• A amelogenina é totalmente removida; a matéria orgânica restante é praticamente enamelina que forma uma película em
torno dos cristais de hidroxiapatita e se acumula para formar a bainha dos prismas;
• Para executar esta função o ameloblasto precisou modificar sua forma e suas organelas.
10.3 ULTRAESTRUTURA DA AMELOGÊNESE – CICLOS DOS AMELOBLASTOS
10.3.1 FASE MORFOGENÉTICA
• Células do epitélio interno:
- Cúbicas ou cilíndricas baixas e com núcleo volumoso e central;
- Junto com a papila dental, assumem uma posição espacial que determina a forma do dente; isso ocorre início da fase
de campânula.
10.3.2 FASE DE DIFERENCIAÇÃO (FASE ORGANIZACIONAL)
• Após um período de divisão, as células do epitélio interno passam por um processo de diferenciação para se tornarem
secretoras; nessa fase podem ser chamadas pré-ameloblastos;
• Ocorre a inversão de polaridade: a célula se alonga e o seu núcleo passa a estar próximo ao estrato intermediário;
• Ocorre o desenvolvimento de organelas destinadas à síntese proteica;
• Ocorre a indução da diferenciação de odontoblastos na papila e início da formação da dentina.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
22
10.3.3 FASE SECRETORA
• Diferenciadas e prontas para a secreção, as células do epitélio interno se chamam propriamente de ameloblastos; são
células sintetizadoras e secretoras de proteínas;
• As organelas de síntese proteica ficam presentes no corpo da célula; o futuro processo de Tomes contém especialmente
grânulos de secreção;
• Após produzir uma pequena porção de esmalte sem prismas, desenvolvem-se os processos de Tomes e passam a
formar esmalte prismático;
• Com a deposição, a matriz começa a mineralização do esmalte que, no entanto, atinge só 15% do teor final que terá
após finalizada a maturação (15% a 30% segundo alguns autores);
• A cauda do prisma (região interprismática) se forma antes, determinando “buracos” na superfície do esmalte, onde se
alojam os processos de Tomes;
• Ocorre o colabamento do retículo estrelado e aproximação das camadas do órgão do esmalte entre si e do esmalte em
formação;
• Ao final da amelogênese, os processos de Tomes desaparecem e novamente se forma esmalte aprismático, agora na
superfície do esmalte.
10.3.4 FASE DE MATURAÇÃO
• Nessa fase, os ameloblastos reduzem de tamanho, volume e quantidade de organelas de síntese; passam a se chamar
ameloblasto absortivo;
• Alguns ameloblastos reabsorvem substância orgânica e água; outros bombeiam íons cálcio e fosfato para a matriz, a fim
de calcificá-la;
• A remoção de água e proteínas, o aumento de minerais e o crescimento dos cristais levam o esmalte à sua composição
final, com 96 a 97% de mineral e 3 a 4% de água e proteínas.
10.3.5 FASE DE PROTEÇÃO
• Os ameloblastos secretam uma lâmina basal que fixará o epitélio reduzido ao esmalte formado;
• Os demais componentes do órgão do esmalte perdem células por apoptose (morte celular programada) e as
remanescentes formam camadas junto aos ameloblastos reduzidos, formando o epitélio reduzido do órgão do esmalte.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
23
XI – ERUPÇÃO, REABSORÇÃO E ESFOLIAÇÃO DENTÁRIA
11 ERUPÇÃO, REABSORÇÃO E ESFOLIAÇÃO DENTÁRIA
11.1 INTRODUÇÃO
• Erupção dentária: processo pelo qual o dente se desloca do local em que inicia seu desenvolvimento (cripta óssea) até
alcançar o plano oclusal funcional;
• Divide-se em três fases: pré-eruptiva, eruptiva e pós eruptiva;
- Movimento dentário pré-eruptivo: realizado pelos germes dentários (decíduos e permanentes) no osso (intraósseo),
antes de iniciarem a erupção;
- Movimento dentário eruptivo: movimento de sua posição intraóssea até a posição funcional em oclusão;
- Movimento dentário pós-eruptivo: destinado a manter o dente em oclusão, enquanto os ossos continuam seus
desenvolvimentos, e ainda para compensar os desgastes oclusal e proximal.
• Enquanto ocorrem tais movimentos, a dentição progride de primária para permanente, envolvendo a queda ou esfoliação
dos dentes decíduos.
11.2 MOVIMENTOS DENTÁRIOS
11.2.1 PRÉ-ERUPTIVOS
• Destinam-se a manter o posicionamento dos germes dentários (embriões dentais) nos ossos em crescimento, de forma
a alcançar uma posição adequada para a realização do movimento eruptivo;
• Exemplos:
a) Migração dos dentes anteriores para a mesial e dos segundos molares decíduos para a distal enquanto os ossos
se alongam, reduzindo o apinhamento criado pelo crescimento dos germes dentários;
b) Movimentos mandíbula no sentido para fora e para cima e da maxila no sentido para baixo (maxila), para
compensar os aumentos em largura e altura dos maxilares;
c) Posicionamento mais apical dos germes dos incisivos permanentes em relação aos dentes decíduos;
d) Posicionamento dos germes dos pré-molares entre as raízes dos molares decíduos;
e) Giro dos molares superiores cuja face oclusal está voltada para distal, para a posição de oclusão (giro de distal
para mesial);
f) Giro dos molares inferiores cuja face oclusal está voltada para mesial, verticalizando-se (giro de mesial para distal).
11.2.2 ERUPTIVOS
• Promovem a erupção do dente até a oclusão com o antagonista.
- Deslocamentos do dente para oclusal determinado por forças ainda não totalmente elucidadas;
- Lise do tecido conjuntivo e reabsorção óssea à frente do dente em erupção. Movimento em direção à mucosa bucal;
- Proliferação dos epitélios reduzido do órgão do esmalte e bucal, formando um cordão sólido de células, o cordão
gubernacular;
- No centro, o cordão se degenera e forma-se um canal revestido de epitélio através do qual o dente ganha acesso ao
meio bucal (do meio interno para o externo) sem exposição de conjuntivo;
- O epitélio reduzido, aderido ao esmalte por lâmina basal, constitui o primeiro epitélio juncional;
- A orientação da erupção em dentes permanentes: canal gubernacular (canal ósseo formado ao redor do cordão
gubernacular).
11.2.3 PÓS-ERUPTIVOS
• Destinados a:
- Manter o dente já erupcionado em posição, enquanto os ossos maxilares continuam o seu crescimento;
- Compensar os desgastes oclusal e proximal que tendem a fazer os dentes perderem o contato entre si.
• Exemplos:
a) Acomodação ao crescimento: movimento para axial a fim de acomodar-se ao crescimento vertical da mandíbula
e maxila e o crescimento do côndilo, que se acelera entre 14 e 18 anos;
b) Compensação do desgaste oclusal: deslocamento axial para manter a oclusão, acompanhado de formação de
cemento no terço apical;
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
24
c) Acomodação do desgaste interproximal: deslocamento para mesial, determinado, entre outros mecanismos,
pela contração do ligamento transeptal (conjuntivo a que pertence às fibras transeptais).
11.3 TEORIAS DA ERUPÇÃO DENTÁRIA
• Embora a erupção dentária tenha sido extensivamente estudada, até hoje há apenas teorias sobre o seu mecanismo.
11.3.1 CRESCIMENTO RADICULAR
• Proposição: o crescimento da raiz pressionaria estruturas do fundo do alvéolo capazes de, por reação, impulsionar o
dente em sentido contrário.
• Restrições:
- Dentes que não desenvolvem plenamente suas raízes também erupcionam;
- A distância percorrida na erupção pode ser maior que o comprimento da raiz;
- Não se verifica histologicamente uma estrutura que funcione como uma base elástica no fundo do alvéolo;
- Dentes impedidos de erupcionar (em experiências com dentes de crescimento contínuo, em roedores) formam raiz, que
reabsorve o fundo do alvéolo.
• Com todas essas evidências, não é possível considerar o crescimento radicular como o único responsável pela erupção
do dente; entretanto, é provável que a formação da raiz tenha um efeito no aumento da velocidade de erupção.
11.3.2 PRESSÃO HIDROSTÁTICA (OU SANGUÍNEA)
• Proposição: pressão sanguínea e/ou tissular dos tecidos apicais poderia impulsionar o dente;
• Restrições: a remoção cirúrgica da base da raiz e dos tecidos germinativos a ela associados não impede a erupção do
dente.
11.3.3 REMODELAÇÃO ÓSSEA
• Proposição: durante a erupção há remodelação da cripta óssea; reabsorções e formações em locais apropriados
poderiam “conduzir” o dente;
• Restrições: experiências mostram que é o folículo dentário o principal determinante da erupção e que a remodelação
óssea é consequência (adaptação).
11.3.4 TRAÇÃO PELO LIGAMENTO PERIODONTAL
• Proposição: a contração do ligamento geraria a força eruptiva;
• Evidências:
- Distúrbios na produção do colágeno (que podem ser induzidos) alteram a arquitetura do ligamento, retardando ou
inibindo a erupção;
- Em dentes seccionados, (em experimentos com dentes de crescimento contínuo) o fragmento distal que contém apenas
o ligamento (sem os tecidos germinativos da base) erupcionam;
- O dente apresenta capacidade permanente de erupção, embora de menor velocidade, que só seria desenvolvida por
uma estrutura também permanente.
• Restrições:
- O início da erupção antecede um pouco ao da formação do ligamento sugerindo a necessidade de outro fator na ação
inicial;
- Dentes com displasia dentária, que não formam a raiz nem o ligamento, erupcionam e chegam ao plano oclusal.
• É provável que a erupção seja um fenômeno multifatorial.
11.4 SUBSTITUIÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS
11.4.1 MECANISMO DE ESFOLIAÇÃO DO DENTE DECÍDUO
• Reabsorção da raiz (às vezes até o esmalte) por odontoclastos (histologicamente idênticos aos osteoclastos);
• Reabsorção dos tecidos moles (polpa e ligamento): fibroblastos aumentam a reabsorção de colágeno e deixam de
produzi-lo; posteriormente sofrem “morte fisiológica” ou apoptose;
• Influência da pressão:
- Do germe do permanente em crescimento e erupção sobre a raiz do decíduo;
- Da mastigação sobre o decíduo em reabsorção.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
25
11.4.2 PADRÃO DE ESFOLIAÇÃO
• Incisivos e caninos permanentes reabsorvem os decíduos por lingual, a partir do ápice;
• Pré-molares permanentes reabsorvem os molares decíduos pelas faces internas das raízes e região da furca. Nos
molares superiores, a partir da raiz palatal, dirigindo-se para a vestibular. Nos molares inferiores, a partir da raiz mesial,
dirigindo-se para a distal;
• Tempo de reabsorção: entre 1 ano e quatro meses e 5 anos e sete meses, de acordo com o dente. É mais rápida nos
incisivos inferiores e mais lenta nos primeiros molares inferiores e superiores.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
26
XII – UNIÃO DENTO-GENGIVAL
12 UNIÃO DENTO-GENGIVAL
12.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
12.1.1 CONCEITO
• É o conjunto de estruturas componentes da parte interna da gengiva (voltada para o dente) e responsável pela sua união
com o dente; a união dento-gengival (UDG) constitui-se no periodonto de proteção;
12.1.2 SINONÍMIA
• Junção dento-gengival ou complexo juncional.
12.1.3 COMPONENTES HISTOLÓGICOS
• Epiteliais: epitélio do sulco, sulcular ou crevicular (reveste o sulco gengival); e epitélio juncional (se une ao esmalte e/ou
cemento do dente);
• Conjuntivo: lâmina própria da vertente interna da gengiva (cujas fibras colágenas se inserem no cemento do colo dental).
12.2 HISTOLOGIA DA UDG
12.2.1 CARACTRÍSTICAS DO EPITÉLIO DO SULCO
• Semelhante ao da vertente externa da gengiva, porém, sem queratina.
12.2.2 CARACTERÍSTICAS DO EPITÉLIO JUNCIONAL
• Forma um colar em torno do dente ao qual está aderido;
• Mais largo no soalho do sulco e afunila-se para apical;
• Alto índice de renovação (proliferação celular aumentada): 4 a 6 dias;
• Espaço intercelulares aumentados (maior permeabilidade);
• Possui lâminas basais em suas duas faces: a que adere ao dente e a que se adere ao seu conjuntivo de suporte.
12.2.3 CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTIVO
• Limite com o epitélio juncional geralmente reto, sem papilas;
• Presença de células do processo inflamatório, mesmo em gengivas normais, na maior parte neutrófilos, mas também
linfócitos, plasmócitos e monócitos/macrófagos;
• Suas fibras colágenas se inserem na crista óssea e no cemento do colo dental, fixando esta gengiva ao dente e osso e
impedindo a migração acelerada do epitélio juncional para apical, o que é uma tendência natural.
12.3 ORIGEM DO EPITÉLIO JUNCIONAL
• Remonta à época da erupção do dente;
• Epitélio juncional primário: o primeiro epitélio juncional é o epitélio reduzido do órgão do esmalte (ou epitélio dentário
reduzido), cujas células sofreram uma alteração morfológica assumindo o fenótipo conhecido das células juncionais;
• Epitélio juncional secundário: possivelmente as células do epitélio gengival substituem ao do epitélio reduzido,
fenômeno que se completa num prazo de 3 a 4 anos após a erupção.
12.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
12.4.1 MIGRAÇÃO DO EPITELIO JUNCIONAL – DESLOCAMENTO DA UDG
• Posição inicial do epitélio: inteiramente sobre o esmalte;
• Posições subsequentes do epitélio: parte no esmalte e parte no cemento; inteiramente sobre o cemento;
• Designação e reinserção de novas fibras gengivais ao dente;
• Consequente aumento da coroa clínica.
12.4.2 AS AGRESSÕES À GENGIVA E O APROFUNDAMENTO DO SULCO
• Agentes agressores mais comuns: toxinas dos microrganismos da placa e do tártaro;
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
27
• Aprofundamento patológico do sulco = bolsa periodontal.
12.4.3 CONCEITO E VALORES DO ESPAÇO BIOLÓGICO
• Espaço compreendido entre o fundo do sulco e o nível da crista óssea (cerca de 2,04 mm);
• Deve ser respeitado nos procedimentos restauradores e protéticos.
12.4.4 A UNIÃO DO EPITELIO JUNCIONAL AOS IMPANTES
• União gengivo-implantar: aderência de epitélio juncional e justaposição do conjuntivo gengival.
• Observação: na união dento-gengival o tecido conjuntivo está inserido no cemento dental; na união gengivo-implantar o
conjuntivo está justaposto ao implante metálico; logo, em um caso há inserção (dente) e no outro, justaposição (implante).
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
28
XIII – MUCOSA BUCAL
13 MUCOSA BUCAL
13.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
13.1.1 FUNÇÕES
• Proteção: para suportar as ações mecânicas da mastigação; contra eventuais agressões de substâncias químicas;
contra o ingresso de microrganismos do meio bucal no meio interno;
• Sensorial: percepção de calor, frio, toque, dor e sabor; reflexos de deglutição, salivação, engasgo e vômito;
• Secreção: glândulas salivares maiores e menores;
• Regulação térmica (perda de calor): sem expressão no homem.
13.1.2 CONSTITUIÇÃO GERAL BÁSICA DAS MUCOSAS (INCLUINDO A MUCOSA BUCAL)
• Epitélio: variável segundo o órgão; na boca, pavimentoso estratificado;
• Conjuntivo: designado lâmina própria ou córion.
13.1.3 SUBMUCOSA
• Tecido conjuntivo frouxo presente sob algumas mucosas, oferecendo uma base flexível sobre a qual a mucosa pode
deslizar;
• Quando a submucosa está ausente e a mucosa se insere diretamente no periósteo, designa-se mucoperiósteo.
13.1.4. TIPOS DE MUCOSA BUCAL
• Mucosa mastigatória: palato duro e vertente externa da gengiva; epitélio queratinizado;
• Mucosa especializada: face dorsal da língua, com papilas linguais; algumas com epitélio queratinizado;
• Mucosa de revestimento: lábios, bochechas, sulco vestibular, mucosa alveolar, face inferior da língua, assoalho da
boca e palato mole; epitélio não queratinizado.
13.2 EPITÉLIO DA MUCOSA BUCAL
13.2.1 TIPO
• Pavimentoso estratificado.
13.2.2 PROCESSOS FUNDAMENTAIS
• Processos a que estão submetidas as células epiteliais (proliferação e maturação);
• Proliferação: multiplicação por mitose;
- Local: nos epitélios mais espessos, na 2 a 3 camadas mais profundas; nos epitélios mais delgados, na camada basal;
- Velocidade de renovação (turnover): exemplos – 41 a 57 dias na gengiva e 25 dias na mucosa jugal (bochecha);
- Fatores que podem influenciar: hora do dia, estresse, inflamação, citocinas (mediadores químicos) e tipo de epitélio
(o não queratinizado renova-se mais rápido do que o queratinizado).
• Maturação: alterações morfológicas e químicas em seu período vital;
- Queratinizado: estratos basal ou germinativo, espinhoso, granuloso e córneo ou queratinizado;
- Não queratinizado: estratos basal ou germinativo, espinhoso, intermediário e superficial;
- Paraqueratinizado.
13.2.5 TIPOS DE CÉLULAS
• Queratinócitos: participam do processo de maturação; compõem 90% dos epitélios, sejam queratinizados ou não
queratinizados; são portadores de tonofilamentos de citoqueratina no seu interior;
• Não queratinócitos: não participam do processo de maturação, tendo funções específicas; 10% dos epitélios; não
possuem tonofilamentos de citoqueratina.
- Melanócitos: síntese de melanina e transferências aos queratinócitos vizinhos;
- De Langerhans: possivelmente macrófagos com função de apresentação de antígenos aos linfócitos (célula
apresentadora de antígeno);
- De Merkel: são células sensoriais táteis associada a fibras nervosas;
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
29
- Linfócitos: pequena quantidade em epitélios normais; função imunológica.
13.3 LÂMINA PRÓPRIA DA MUCOSA BUCAL
13.3.1 MORFOLOGIA
• Camada papilar: tecido conjuntivo mais frouxo contido nas papilas conjuntivas; fibras colágenas delgadas; maior
quantidade de vasos;
• Camada reticular: tecido conjuntivo mais denso; fibras colágenas em arranjos grosseiros.
13.3.2 CÉLULAS
• Próprias dos conjuntivos: fibroblastos, macrófagos, mastócitos e algumas células sanguíneas.
13.3.3 FIBRAS
• Colágenas, elásticas, reticulares e oxitalânicas.
13.3.4 SUBSTÂNCIA AMORFA
• Produzida por fibroblastos.
13.3.5 VASCULARIZAÇÃO
• Vasos “chegam” pela submucosa ou pela região mais profunda da lâmina própria (quando a submucosa não existe);
• Formam plexo na camada reticular;
• Derivam alças capilares em quantidade para as papilas (camada papilar), aproximando-se do epitélio.
13.3.6 INERVAÇÃO
• Vasomotora;
• Sensitiva: terminações livres (para a dor) na lâmina própria e no epitélio; terminações encapsuladas (para calor, frio,
ato, sabor).
13.4 MUCOSA MASTIGATÓRIA
• Localizações: vertente externa da gengiva e palato duro;
• Epitélio: espesso e queratinizado;
• Lâmina própria: espessa, densa, unida ao osso diretamente (mucoperiósteo) ou através de submucosa fibrosa;
• Tecido adiposo e glândulas: apenas presente no palato, não ocorrendo na gengiva.
13.4.1 HISTOLOGIA DA GENGIVA
• Epitélio: oral, sulcular/crevicular/do sulco e juncional;
• Lâmina própria: contínua com o ligamento periodontal;
• Divisões da gengiva:
- Vertente externa: com epitélio oral queratinizado; classificada como mucosa mastigatória;
- Vertente interna: com epitélios sulcular e juncional não queratinizados; constitui-se na UDG (periodonto de proteção).
• Ligamento gengival: fibras colágenas em grupos; dentogengival, alveologengival, dentoperiostal e circular.
13.4.1 GENGIVA E MUCOSA ALVEOLAR
• Gengiva livre ou marginal: limitada pelo sulco marginal;
• Gengiva inserida: limitada pela junção mucogengival;
• Mucosa alveolar: segue-se à junção mucogengival.
13.4.2 HISTOLOGIA DO PALATO DURO
• Mucosa fixa no osso subjacente e imóvel;
• Presença de submucosa em certas áreas do palato;
• Regiões ou áreas: gengival, rafe palatina (área mediana), área ântero-lateral ou zona adiposa (adipócitos na submucosa)
e área póstero-lateral ou zona glandular (glândulas salivares menores na submucosa).
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
30
13.5 MUCOSA ESPECIALIZADA
• Localização e função: dorso da língua, caracterizada pela presença das papilas linguais.
13.5.1 LÍNGUA
• “Esqueleto” muscular;
• Mucosa da face inferior: lisa; epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado;
• Mucosa da face superior (dorsal):
- Corpo (2/3): papilar.
a) Papilas filiformes: afiladas e numerosas; com epitélio queratinizado; sem corpúsculos gustativos; com função
mecânica e tátil;
b) Papilas fungiformes: forma de cogumelo; com epitélio queratinizado e paraqueratinizado; pode apresentar
corpúsculos gustativos;
c) Papilas circunvaladas: formam o V língua; associadas a glândulas salivares (glândulas Von Ebner) que secretam
lipase salivar e promovem ação de limpeza do “valo” em torno da papila; ricas em corpúsculos gustativos; com epitélio
queratinizado e não queratinizado.
- Raiz: rica em tecido linfático – nódulos e amígdalas (tonsilas linguais);
- Corpúsculos gustativos: células epiteliais (30 a 150) associadas a terminações nervosas com as quais estabelecem
sinapse.
13.6 MUCOSA DE REVESTIMENTO
• Localizações: lábios, bochechas, sulco vestibular, mucosa alveolar, face inferior da língua, assoalho da boca e palato
mole.
13.6.1 HISTOLOGIA
• Epitélio não queratinizado de espessura variável;
• Lâmina própria espessa e mais rica em fibras elásticas;
• Submucosa aplicada ao osso ou ao músculo subjacente.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
31
XIV – ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM)
14 ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM)
14.1 INTRODUÇÃO
14.1.1 A ESTRUTURA DE UMA DIARTROSE
• Superfícies articulares: as superfícies ósseas são revestidas por uma camada de cartilagem hialina, que reduz o atrito;
• Ligamentos: tecido conjuntivo denso que mantém o contato entre os ossos da articulação;
• Cápsula: envolve os elementos da articulação delimitando um espaço fechado, designado cavidade articular, que possui
líquido sinovial; a cápsula possui:
- Camada fibrosa (externa) de tecido conjuntivo denso;
- Camada sinovial (interna) ou membrana sinovial:
- Revestimento de célula M (semelhantes a macrófagos) com função fagocitária e células F (semelhantes a fibroblastos)
secretoras das proteínas do líquido sinovial;
- Na profundidade, tecido conjuntivo frouxo, denso ou adiposo que se contínua com a cápsula fibrosa.
• Líquido sinovial: produzido pela membrana sinovial, rico em ácido hialurônico e lubricina; ação lubrificante e de nutrição
da cartilagem articular.
14.2 ESTRUTURA DA ATM
14.2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ATM
• Classificação: é uma articulação sinovial deslizante ginglemoide;
• Características diferenciais de outras diartroses: bilateral interdependente, com movimentos próprios, mas
simultâneos, podendo ser considerada uma única articulação; relação de dependência da ATM com a articulação alvéolo-
dentinária (oclusão).
14.2.2 CONSTITUINTES DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR
• Ossos da articulação: côndilo da mandíbula, cavidade ou fossa articular do osso temporal (cavidade ou fossa glenóide)
e eminência articular do temporal;
• Revestimentos das superfícies articulares: tecido denso (na superfície) e fibrocartilagem;
• Cápsula articular e membrana sinovial;
• Disco articular;
• Ligamentos associados;
• Cavidades articulares supradiscais (superiores) e infradiscais (inferiores).
14.2.2.1 CÔNDILO
• Componente ósseo articular da mandíbula;
• Osso esponjoso com trabéculas orientadas, revestido por fina camada de osso compacto; originando por ossificação
endocondral;
• Revestimentos: variáveis segundo a idade:
- Côndilo jovem: tecido conjuntivo denso, camada proliferativa, cartilagem hialina em ossificação endocondral e osso;
- Côndilo adulto: tecido conjuntivo denso, camada proliferativa reduzida, fibrocartilagem e osso;
- Às vezes ocorre a presença de remanescente de fina camada de cartilagem calcificada no côndilo adulto.
14.2.2.2 CAVIDADE (FOSSA) ARTICULAR E EMINÊNCIA ARTICULAR
• Componentes ósseos articulares do osso temporal;
• Osso esponjoso com fina camada de osso compacto na superfície;
• Revestimentos: semelhantes àqueles do côndilo; mais espessos na eminência e mais fino na fossa articular, onde a
camada proliferativa pode ser descontínua.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
32
14.2.2.3 DISCO ARTICULAR
• Corresponde ao menisco de certas diartroses;
• Divide a cavidade articular em dois compartimentos: cavidade articular superior ou supradiscal e cavidade articular
inferior ou infradiscal;
• Porção anterior: avascular, muito densa, relacionada com a parte funcional da ATM;
• Porção posterior: menos densa, porém, avascular, ainda que se continue com tecidos retrodiscais;
14.2.2.4 CÁPSULA ARTICULAR E MEMBRANA SONOVIAL
• Tecido conjuntivo denso vascularizado que envolve as estruturas articulares;
• Insere-se no osso temporal, em torno da região óssea articular e no colo do côndilo;
• O disco articular se une em todas as suas extremidades a essa cápsula; alguns autores consideram o disco uma extensão
da cápsula no espaço interarticular;
• É reforçada pelo ligamento têmporo-mandibular;
• Sua camada mais interna é designada de zona sinovial; frequentemente é descrita como membrana sinovial;
• Líquido sinovial: produzido pela membrana sinovial:
- Composição básica: líquido tissular (com metabólicos), com algumas proteínas (lubricina), mucopolissacarídeos
(ácido hialurônico) e mucina.
- Funções: fornecer ambiente líquido às superfícies articulares, promover a lubrificação com redução do atrito e fornecer
a nutrição para o disco e os revestimentos das superfícies articulares que são avasculares.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
33
XV – GLÂNDULAS SALIVARES
15 GLÂNDULAS SALIVARES
15.1 INTRODUÇÃO
15.1.1 GLÂNDULAS SALIVARES QUANTO AO VOLUME
• Glândulas salivares maiores (pares): parótidas, submandibulares e sublinguais;
• Glândulas salivares menores: presentes em toda a mucosa bucal, exceto na gengiva e na parte anterior do palato;
labiais e bucais, glossopalatinas, palatinas e linguais.
15.1.2 CONSTITUIÇÃO DA SALIVA
• Composição básica da saliva: água (99%); outras substâncias (1%), como proteínas (incluindo enzimas digestivas),
glicoproteínas, íons inorgânicos, aminoácidos, ureia, ácido úrico, lipídios, corticosteroides, substâncias antibacterianas;
• Saliva pura: líquido misto seromucoso produzido pelas glândulas salivares;
• Saliva total ou fluido bucal: é a saliva produzida pelas glândulas, adicionada de componentes originados na boca,
como células da mucosa bucal descamadas, leucócitos, microrganismos e seus produtos, fluido do sulco gengival e
restos alimentares;
• Participações na produção da saliva:
- Produção diária: cerca de 750 mL (entre 640 e 1.200 mL), sendo que 10% da produção ocorre no período da noite;
- Saliva original ou pura (secretada pelas glândulas salivares): 60% das glândulas submandibulares, 30% das
parótidas e 10% das sublinguais e salivares menores.
15.1.3 FUNÇÕES DA SALIVA
• Proteção da cavidade bucal: lubrifica, protege contra agentes nocivos, produz limpeza mecânica etc;
• Ação tampão: protege contra microrganismos que requerem condições especiais de pH, como as bactérias cariogênicas,
íons bicarbonato e fosfato;
• Na gustação: dissolve os alimentos para que sensibilizem os corpúsculos gustativos; limpa continuamente estes
corpúsculos; permite também o reconhecimento de substâncias nocivas;
• Função antimicrobiana: através de substâncias antissépticas como a lisozima, a lactoferrina e de anticorpos tipo lgA;
• Acréscimo superficial de cálcio ao esmalte (maturação pós-eruptiva);
• Troca de cálcio com a superfície dental, proporcionando a remineralização;
• Ação hemostática;
• Digestão: através da amilase e da lípase lingual.
15.2 CÉLULAS DAS GLÂNDULAS
15.2.1 CÉLULA SEROSA
• Função: secreção de líquido fluido rico em proteínas (incluindo enzimas) com alguma quantidade de polissacarídeos;
• Características:
- Piramidais, formando ácinos independentes ou “semiluas” serosas sobre unidades secretoras mucosas;
- Núcleos esféricos no pólo basal;
- Unidas por complexos unitivos e uniões tipo “gap”;
- Canalículos intercelulares.
15.2.2 CÉLULA MUCOSA
• Função: secreção de líquido viscoso pobre ou desprovido de enzimas e rico em carboidratos que, misturados com água,
produzem o muco, com funções lubrificantes;
• Características:
- Piramidais, formando geralmente túbulos independentes ou revestidos no extremo por “semiluas” serosas;
- Aspecto claro pela dissolução ou não coloração do muco;
- Núcleos achatados e bem rebatidos contra a base da célula;
- Canalículos intercelulares.
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
34
15.2.3 CÉLULA MIOEPTELIAL
• Células epiteliais contráteis que se aplicam sobre as unidades secretoras e ductos intercalados, envolvendo-se com seus
prolongamentos;
• Localiza-se entre células da glândula e sua membrana basal;
• Corpo pequeno com 4 a 8 prolongamentos principais que se ramificam;
• Possuem actina, miosina e outras proteínas envolvidas com a contração;
• Pressionam as unidades secretoras e ductos favorecendo o seu esvaziamento.
15.3 ARQUITETURA GERAL DS GLÂNDULAS SALIVARES
15.3.1 ADENÔMERO
• É a unidade morfo-funcional da glândula, constituído por: porção serosa (formada por unidades secretoras) e canais
ou ductos;
• Unidades secretoras: serosa (geralmente acinosa); mucosa (geralmente tubular); mista (mucosa com semilua de células
serosas);
• Canais (ductos) intercalares: são intralobulares; pouco desenvolvidos, com epitélio simples cúbico baixo, de difícil
visualização; são mais numerosos na parótida; além de conduzir provavelmente contribuem para o produto de secreção;
• Canais (ductos) estriados: são intralobulares; acidófilos, células cilíndricas, núcleos esféricos; dobras da membrana no
pólo basal (estrias); alteram a composição da saliva, tornando-a um líquido hipotômico, reabsorvendo íons sódio e cloreto
e depletando íons potássio e bicarbonato;
• Canais (ductos) excretores: extralobulares ou interlobulares; epitélio cilíndrico pseudoestratificado ou estratificado,
dependendo do diâmetro; no estratificado, podem ocorrer células caliciformes; também alteram a composição da saliva,
alterando eletrólitos; o ducto excretor principal é conectado ao epitélio bucal aonde a saliva desemboca.
15.3.2 TECIDO CONJUNTIVO
• Cápsula;
• Septos: dividem as glândulas de lóbulos e contém ductos interlobulares ou extralobulares, vasos e nevos maiores;
• Envoltórios dos componentes intralobulares: unidades secretoras e ductos intralobulares (intercalares e estriados)
conectando-os e conduzindo a microcirculação e terminações nervosas.
15.3.3 NERVOS
• Regulação da atividade secretora por fibras (fibras secretomotoras), que penetram na glândula acompanhando os vasos;
• Fibras amielínicas atingem as unidades secretoras, os ductos, as células mioepiteliais e as arteríolas;
• Estímulo parassimpático é dominante: estimula um fluxo copioso rico em água;
• Estímulo simpático ocorre mais intermitente: estimula fluxo menor menos fluido com mais conteúdo orgânico;
• Ambos os sistemas são estimuladores da secreção, agindo sinergicamente.
15.4 CARACTERÍSTICAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES
PARÓTIDA SUBMANDIBULAR SUBLINGUAL
Tamanho Maior Intermediária Menor
Forma Composta, acinosa Composta, túbulo acinosa Composta, túbulo acinosa
Cápsula conjuntiva Encapsulada Encapsulada Sem cápsula definida
Unidades secretoras
(ácinos)
Serosas(*)
Serosas; mucosas e
mistas(*)
com predomínio
seroso
Mucosas e mistas (*) com
predomínio mucoso
Ductos intercalares Epitélio simples cúbico Idem; ductos mais curtos Curtos ou ausentes
Ductos estriados Epitélio simples cilíndrico Idem; ductos mais longos Curtos
Secreção Serosa Mista seromucosa com
predomínio seroso
Mista seromucosa com grande
predomínio mucoso
Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral
Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE
35
XVI – SEIOS MAXILARES
16 SEIOS MAXILARES
16.1 SEIOS DA FACE (PARANASAIS)
• Frontais, esfenoidais, etmoidais (células etmoidais) e maxilares.
16.2 POSSÍVEIS FUNÇÕES
• A formação dos seios pode resultar de particularidades (especialmente desproporcionalidades no desenvolvimento entre
os componentes do esqueleto facial) que gerariam os espaços dentro de certos ossos e, assim, os seios poderiam não
ter funções específicas;
• Algumas sugestões sobre funções são contidas na literatura, como: ressonância da voz, diminuição do peso craniano,
aumento da resistência craniofacial a choques, produção de substâncias bactericidas para a cavidade nasal, entre outras;
carecem de evidências que as comprovem;
• Uma função considerada é de que proporcione com o seu ar aquecido e de lenta renovação, um isolamento térmico para
estruturas nervosas do olho e do encéfalo em relação ao ar frio que passa pelas fossas nasais.
16.3 SEIOS MAXILARES
16.3.1 TOPOGRAFIA
• Forma aproximada de pirâmide quadrangular com ápice voltado para o processo zigomático;
• Limites: assoalho da órbita (superior/teto); superfície facial do corpo, região de fossa canina (anterior), cavidade nasal
(medial), fossa infratemporal (posterior) e base dos processos alveolares (inferior/assoalho);
• Expansões do seio para os processos da maxila, inclusive para os processos alveolares;
• Assoalho do seio em nível mais baixo que o da fossa nasal;
• Contêm septos incompletos que formam “bolsas” que dificultam a remoção de exsudatos e corpos estranhos como raízes
dentais;
• Comunicação com o meato nasal médio pelo óstio.
16.3.2 HISTOLOGIA
• Mucosa: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (com células caliciformes); lâmina própria (tecido conjuntivo)
contínuo com o perióstio e com glândulas mistas seromucosas;
• Parede óssea.
16.3.3 DESENVOLVIMENTO
• Ao nascimento tem 5 a 10 mm;
• Atinge o pleno desenvolvimento entre 12-14 anos;
• Podem ocorrer expansões após este tempo.
16.3.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
• Relações do seio com os processos alveolares:
- Separação por parede óssea ou somente pela mucosa sinusal
- Recesso do seio no processo alveolar, entre as raízes dentais que passam a fazer saliência no interior do seio.
• Patologias do seio e suas relações com os dentes:
- Sinusite pode simular dor dental se os nervos alveolares superiores estiverem em relação íntima com o seio;
- Tumores de seios podem provocar supraerupção.
• Manobras endodônticas ou exodônticas podem lesar a parede do seio:
- Produzindo fístula oro-antral
- Impulsionando dentes ou fragmentos de dentes (especialmente raízes) para o interior do seio.
- Impulsionando material endodôntico (líquidos de irrigação, fármacos de curativo ou materiais de obturação de canal)
para o interior do seio.

Contenu connexe

Tendances

Dentição decídua
Dentição decídua Dentição decídua
Dentição decídua Mara Farias
 
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptx
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptxAula 2 ANATOMIA e odontograma.pptx
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptxssusercd83b7
 
Proteção do complexo dentino-pulpar
Proteção do complexo dentino-pulparProteção do complexo dentino-pulpar
Proteção do complexo dentino-pulparprofguilhermeterra
 
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringel
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringelProteção complexo dentino pulpar- camilla bringel
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringelCamilla Bringel
 
Periodonto histo
Periodonto   histoPeriodonto   histo
Periodonto histoodonto123
 
Grampos protese 1 pdf
Grampos protese 1 pdfGrampos protese 1 pdf
Grampos protese 1 pdfThiago Dant
 
Diagnóstico alterações periapicais
Diagnóstico   alterações periapicaisDiagnóstico   alterações periapicais
Diagnóstico alterações periapicaisLeonardo Carvalho
 
APOSTILA DE IMPLANTODONTIA
APOSTILA DE IMPLANTODONTIAAPOSTILA DE IMPLANTODONTIA
APOSTILA DE IMPLANTODONTIARayssa Mendonça
 
Trabalho articuladores
Trabalho articuladoresTrabalho articuladores
Trabalho articuladoresmayana silva
 
Sistemas Adesivos (1).pdf
Sistemas Adesivos (1).pdfSistemas Adesivos (1).pdf
Sistemas Adesivos (1).pdfJussaraFelipe2
 
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA Polianna Almeida
 
Classificação das técnicas exodônticas
Classificação das técnicas exodônticasClassificação das técnicas exodônticas
Classificação das técnicas exodônticasRycher Aguiar
 
Livro princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.com
Livro   princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.comLivro   princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.com
Livro princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.comFlavio Salomao-Miranda
 

Tendances (20)

Dentição decídua
Dentição decídua Dentição decídua
Dentição decídua
 
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptx
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptxAula 2 ANATOMIA e odontograma.pptx
Aula 2 ANATOMIA e odontograma.pptx
 
Resina composta anteriores
Resina composta   anterioresResina composta   anteriores
Resina composta anteriores
 
Proteção do complexo dentino-pulpar
Proteção do complexo dentino-pulparProteção do complexo dentino-pulpar
Proteção do complexo dentino-pulpar
 
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringel
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringelProteção complexo dentino pulpar- camilla bringel
Proteção complexo dentino pulpar- camilla bringel
 
Periodonto histo
Periodonto   histoPeriodonto   histo
Periodonto histo
 
Grampos protese 1 pdf
Grampos protese 1 pdfGrampos protese 1 pdf
Grampos protese 1 pdf
 
histologia dentina (pdf)
histologia dentina (pdf)histologia dentina (pdf)
histologia dentina (pdf)
 
Cárie dentária 2012 1
Cárie dentária 2012 1Cárie dentária 2012 1
Cárie dentária 2012 1
 
Odontogênese
OdontogêneseOdontogênese
Odontogênese
 
Erupção Dentária
Erupção DentáriaErupção Dentária
Erupção Dentária
 
Resinas
ResinasResinas
Resinas
 
Diagnóstico alterações periapicais
Diagnóstico   alterações periapicaisDiagnóstico   alterações periapicais
Diagnóstico alterações periapicais
 
APOSTILA DE IMPLANTODONTIA
APOSTILA DE IMPLANTODONTIAAPOSTILA DE IMPLANTODONTIA
APOSTILA DE IMPLANTODONTIA
 
Trabalho articuladores
Trabalho articuladoresTrabalho articuladores
Trabalho articuladores
 
Sistemas Adesivos (1).pdf
Sistemas Adesivos (1).pdfSistemas Adesivos (1).pdf
Sistemas Adesivos (1).pdf
 
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA
TÉCNICA DIRETA PARA RESTAURAÇÃO ADESIVA ESTÉTICA
 
Classificação das técnicas exodônticas
Classificação das técnicas exodônticasClassificação das técnicas exodônticas
Classificação das técnicas exodônticas
 
Livro princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.com
Livro   princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.comLivro   princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.com
Livro princípios de sutura em odontologia odontostation@gmail.com
 
Tecnica radiografica
Tecnica radiograficaTecnica radiografica
Tecnica radiografica
 

Similaire à Histologia Oral

Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e Cemento
Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e CementoHistologia do Esmalte, Dentina, Polpa e Cemento
Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e CementoRaphael Machado
 
Cárie com interesse à Dentística
Cárie com interesse à DentísticaCárie com interesse à Dentística
Cárie com interesse à Dentísticaprofguilhermeterra
 
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02Elizangela Zago
 
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefe
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefeaula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefe
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefeAirexTV
 
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfAnatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfLaisaBrunaRibeiro
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesedmarchristovam
 
Trabalho Odontogênese.pdf
Trabalho Odontogênese.pdfTrabalho Odontogênese.pdf
Trabalho Odontogênese.pdfVictorMonteiro73
 
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptx
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptxANATOMIA DENTAL AULA 1.pptx
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptxssuser485a36
 
Oclusão normal na dentição mista
Oclusão normal na dentição mistaOclusão normal na dentição mista
Oclusão normal na dentição mistaLuana Chagas Miguel
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Suellen Cristinne
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01JORGEFILHO43
 
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdfAnatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdflarahestudo
 
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfAnatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfLuanLuancarneiro
 
Interrelação dentística-periodontia-oclusão
Interrelação dentística-periodontia-oclusãoInterrelação dentística-periodontia-oclusão
Interrelação dentística-periodontia-oclusãoRayssa Mendonça
 
Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários BRENORIBEIRO49
 

Similaire à Histologia Oral (20)

Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e Cemento
Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e CementoHistologia do Esmalte, Dentina, Polpa e Cemento
Histologia do Esmalte, Dentina, Polpa e Cemento
 
Cárie com interesse à Dentística
Cárie com interesse à DentísticaCárie com interesse à Dentística
Cárie com interesse à Dentística
 
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02
Criecominteressedentstica 111115154555-phpapp02
 
Dentinogenese
DentinogeneseDentinogenese
Dentinogenese
 
RESUMO DE DENTÍSTICA
RESUMO DE DENTÍSTICARESUMO DE DENTÍSTICA
RESUMO DE DENTÍSTICA
 
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefe
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefeaula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefe
aula 13 - histologia - pffacasvevevebeevvefe
 
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfAnatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusões
 
Trabalho Odontogênese.pdf
Trabalho Odontogênese.pdfTrabalho Odontogênese.pdf
Trabalho Odontogênese.pdf
 
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptx
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptxANATOMIA DENTAL AULA 1.pptx
ANATOMIA DENTAL AULA 1.pptx
 
Oclusão normal na dentição mista
Oclusão normal na dentição mistaOclusão normal na dentição mista
Oclusão normal na dentição mista
 
Facetas laminadas
Facetas laminadasFacetas laminadas
Facetas laminadas
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
 
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdfAnatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
 
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfAnatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
 
Interrelação dentística-periodontia-oclusão
Interrelação dentística-periodontia-oclusãoInterrelação dentística-periodontia-oclusão
Interrelação dentística-periodontia-oclusão
 
TECIDOS DENTINÁRIOS
TECIDOS DENTINÁRIOSTECIDOS DENTINÁRIOS
TECIDOS DENTINÁRIOS
 
Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários
 
Anatomia da boca
Anatomia da bocaAnatomia da boca
Anatomia da boca
 

Histologia Oral

  • 1. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 1 CRONOGRAMA DA DISCIPLINA BLOCO 1 • Encontro 1 (26/04/22): Apresentação da Disciplina – Complexo dentina-polpa – Esmalte; • Encontro 2 (03/05/22): Ligamento periodontal – Cemento alveolar – Osso alveolar; • Encontro 3 (10/05/22): Odontogênese – Dentinogênese – Amelogênese – Leitura Complementar: Desenvolvimento Crânio-Facial; • Encontros 4 e 5 (17/05/22): Aula Prática: Desenho de Lâminas Histológicas (Atividade Avaliativa I); • Encontro 6 (24/05/22): Prova Teórica e Prática I – Entrega da Atividade Avaliativa I. BLOCO 2 • Encontro 7 (31/05/22): Erupção, Reabsorção e Substituição – União Dento-Gengival; • Encontro 8 (07/06/22): Mucosa Bucal – ATM – Glândulas Salivares – Seios Maxilares; • Encontros 9 e 10: Aula Prática: Desenho de Lâminas Histológicas (Atividade Avaliativa II); • Encontro 11: Prova Teórica e Prática II – Entrega da Atividade Avaliativa II. SEGUNDA CHAMADA • Em data a combinar com a professora. AVALIAÇÃO FINAL • 12/07/22.
  • 2. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 2 I – INTRODUÇÃO 1 O DENTE • O dente se divide em: coroa e raiz; • Constituição: esmalte, dentina, polpa dentária, gengiva, cemento, ligamento periodontal e osso alveolar; • Duas dentições: primária (ou decídua) e secundária (ou permanente); • Embora os dentes variem em forma e tamanho, eles são similares sob o ponto de vista histológico.
  • 3. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 3 II – ESMALTE 2 ESMALTE DENTAL • Tecido mais duro do corpo humano; • Tecido mineralizado acelular: os ameloblastos (células de formação do esmalte) são perdidos à medida em que ocorre a erupção dos dentes na cavidade oral e, por consequência, o esmalte não é capaz de se renovar. 2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO ESMALTE • Translúcido; • Varia de cor (amarelo-claro a branco-acinzentado); • 96% de matéria inorgânica (cristais de hidroxiapatita, suscetíveis à dissolução ácida) e 4% de matéria orgânica e água; • Extremamente duro; • Friável (passível de fragmentação); • Sustentado pela dentina (esmalte sem suporte de dentina é suscetível à fratura). 2.2 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO ESMALTE • Unidades estruturais do esmalte: - Bastões ou prismas do esmalte e esmalte interprismático; - São semelhantes em estrutura (formados por cristais), mas divergem em orientação (são orientados em diferentes direções). • Bainha dos prismas: - Estreito espaço de material orgânico existente entre um prisma do esmalte e cada região interprismática. 2.2.1 ESTRIAS DE RETZIUS • Série de faixas que se estendem a partir da junção amelodentinária em direção à superfície do dente; • Representam o crescimento semanal de produção de esmalte. 2.2.2 ESTRIAÇÕES TRANSVERSAIS • Pequenos sulcos na estrutura dos prismas; • Representam o crescimento diário dos prismas. 2.2.3 BANDAS DE HUNTER E SCHREGER • São faixas claras e escuras alternadas, visíveis em cortes observados ao microscópio por luz refletida (fenômeno óptico); • Alternam-se em aspecto segundo a incidência da luz e são provavelmente efeitos óticos decorrentes de diferentes inclinações dos cortes dos prismas devido às suas ondulações. 2.2.4 JUNÇÃO AMELODENTINÁRIA (JAD) • Limite entre o esmalte e a dentina; • Apresenta-se como uma linha de contorno irregular e recortado devido a imbricação entre os tecidos. 2.2.5 LAMELAS, TUFOS E FUSOS • Lamelas: estruturas que se estendem da superfície até a JAD, podendo penetrar na dentina; • Tufos ou penachos: estruturas que se projetam a partir da JAD por uma curta distância para o interior do esmalte (1/3 a 1/5 do esmalte); • Fusos: extensões do processo odontoblástico no interior do esmalte. 2.2.6 PERIQUIMÁCIAS • São reentrâncias e saliências (sulcos e cristais) na superfície do esmalte, encontradas em maior quantidade no terço cervical. 2.3 ALTERAÇÕES COM A IDADE • Desgastes; • Alterações de cor; • Redução da permeabilidade: diminuição dos poros devido ao crescimento dos cristais.
  • 4. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 4 2.4 DEFEITOS DA AMELOGÊNESE 2.4.1 AMELOGÊNESE IMPERFEITA • Grupo de defeitos hereditários que provoca a desorganização da estrutura e da aparência clínica do esmalte dentário; • Causas: genéticas ou ambientais (doenças febris, tetraciclina e fluoreto). 2.5 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS 2.5.1 FLUORETAÇÃO • Caso o flúor seja incorporado ou adsorvido ao cristal de hidroxiapatita, este se torna mais resistente à dissolução por ácidos; • Assim, caso o flúor esteja presente durante a formação do esmalte, os cristais do esmalte serão mais resistentes à dissolução ácida; • A reação de remineralização é aumentada pelo fluoreto; • Quantidade de fluoreto x sensibilidade dos ameloblastos ao flúor = possibilidade de manchas (fluorose). 2.5.2 CONDICIONAMENTO ÁCIDO • Remove placa e outros depósitos, juntamente com uma fina camada de esmalte; • Aumenta a porosidade das superfícies expostas mediante a dissolução seletiva dos cristais, a qual propicia melhor superfície de ligação para os materiais de restauração e adesivos.
  • 5. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 5 III – DENTINA 3 DENTINA • Tecido conjuntivo mineralizado, especializado, avascular, elástico e de tonalidade branco-amarelada; • Componente mineral: apatita; • Componente orgânico: colágenos fibrilares; • Representa a maior parte do dente; • Recoberta pelo esmalte (porção coronária) e pelo cemento (porção radicular); • Aloja a polpa; • Sustenta o esmalte; • Capaz de sofrer reparos; • Formada por células presentes na polpa, os odontoblastos. 3.1 ESTRUTURA BÁSICA DA DENTINA • Tecido: conjuntivo mineralizado especializado; • Túbulos dentinários: dispostos muito próximos uns aos outros, atravessam toda a espessura da dentina e contêm os prolongamentos dos odontoblastos. • Odontoblastos: - Corpo celular: estão alinhados ao longo da face interna da dentina, em contato com a pré-dentina; - Processos odontoblásticos: presentes no interior dos túbulos dentinários. 3.2 COMPOSIÇÃO, FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA DENTINA • Pré-dentina: camada de matriz não mineralizada (orgânica) que reveste a porção mais interna da dentina; composta principalmente por colágeno; • Dentina (madura): 70% inorgânica (hidroxiapatita); 20% orgânica (colágeno*, proteínas não colagênicas e lipídios de matriz) e 10% água; • Radiografia: a dentina é mais radiolúcida (mais escura) do que o esmalte e mais radiopaca (mais clara) do que a polpa. • Elasticidade da dentina: propriedade física importante para o funcionamento propriamente dito do dente, uma vez que a elasticidade proporciona flexibilidade e previne fraturas do esmalte subjacente; • Junção amelodentinária (esmalte-dentina): área de junção entre o esmalte e a dentina. 3.3 TIPOS DE DENTINA 3.3.1 DENTINA PRIMÁRIA • Dentina formada até o fechamento do ápice radicular; • Maior parte do dente; • Compreende a dentina circumpulpar e a do manto; • Dentina circumpulpar: delineia a câmara pulpar; • Dentina do manto: camada mais externa, próxima ao esmalte ou ao cemento, mais mineralizada. 3.3.2 DENTINA SECUNDÁRIA • Desenvolve-se após a completa formação da dentina radicular; • Depositada continuamente pelos odontoblastos; • É contínua com a dentina primária, no entanto, apresenta uma estrutura mais irregular. 3.3.3 DENTINA TERCIÁRIA • Produzida em reação a vários estímulos (atrito, desgaste, cárie, procedimento restaurador); • É produzida apenas pelas células diretamente afetadas pelo estímulo; • Pode apresentar túbulos contínuos com os da dentina secundária, túbulos esparsos em número e irregularmente organizados, ou ausência absoluta de túbulos (depende da intensidade dos estímulos); • Subclassificação: - Reparadora: elaborada por odontoblastos neoformados, para efeito de reparo de lesões pulpares; - Reacional: produzida por odontoblastos preexistentes como resposta a estímulos patológicos.
  • 6. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 6 3.4 HISTOLOGIA DA DENTINA 3.4.1 TÚBULOS DENTINÁRIOS • Estendem-se por toda a espessura da dentina; - Limite interno: próximo à polpa dental; - Limite externo: junção amelodentinária. • Formam uma rede de difusão de nutrientes por toda a dentina; • A configuração indica o trajeto seguido pelos odontoblastos durante a dentinogênese; • Dentina coronal: os túbulos seguem um caminho em formato de “S” a partir da superfície externa da dentina até o perímetro pulpar, sendo essa curvatura menos pronunciada abaixo das bordas incisais e cúspides, onde podem seguir um trajeto quase retilíneo; • Dentina radicular: trajeto mais retilíneo. • Diâmetro dos túbulos: maior próximo à polpa e menor próximo à junção amelodentinária; • A natureza tubular da dentina a confere um grau de permeabilidade, que pode intensificar um processo carioso e acentuar a resposta da polpa a procedimentos de restauração dentária. • Tratos mortos: - Lesão cariosa → bactérias adentram aos túbulos → prolongamentos dos túbulos se desintegram ou retraem → túbulo vazio (trato morto) → dentina terciária veda tais tratos mortos em sua extremidade pulpar, protegendo a polpa de possíveis infecções; - Aglomeração dos odontoblastos → morte celular → trato morto; ocorre principalmente em áreas de corno pulpar. 3.4.2 DENTINA PERITUBULAR • Colar de dentina mais intensamente calcificada que delimita os túbulos dentinários. 3.4.3 DENTINA INTERTUBULAR • Dentina localizada entre os túbulos dentinários. 3.4.4 DENTINA ESCLERÓTICA • Constituída por túbulos dentinários que se tornaram obliterados (fechados) com material calcificado; • Quando ocorre em vários túbulos de uma mesma área, a dentina assume uma aparência vítrea e torna-se translúcida; • Acredita-se que seja uma resposta fisiológica devido a contínua deposição de dentina peritubular; • Como a esclerose reduz a permeabilidade da dentina, ela pode ajudar a prolongar a vitalidade pulpar. 3.4.5 DENTINA INTERGLOBULAR • Áreas de dentina não mineralizada ou hipomineralizada onde zonas globulares de mineralização (calcosferitos) falharam em se fundir em uma massa homogênea em meio à dentina madura; • Defeito de mineralização. 3.4.6 LINHAS INCREMENTAIS DE CRESCIMENTO • Linhas incrementais de Von Ebner: registram o crescimento da dentina de aproximadamente 5 dias; separadas em intervalos de 20 micrômetros; correspondem ao período de menor atividade metabólica (repouso) dos odontoblastos. • Linhas de contorno de Owen: mais espessas e com redução mais expressiva de mineralização; decorrem de influências sistêmicas ou locais durante a dentinogênese; • Linhas neonatais: consequência do estresse do nascimento (parto); representa um repouso maior da célula formadora. 3.4.7 ZONA GRANULOSA DE TOMES • Área com aspecto granular presente ao longo da raiz, próximo ao cemento; • Visível apenas em cortes por desgaste; • Formada por pequenos espaços resultantes dos cortes de porções “terminais” dos túbulos dentinários. 3.5 ALTERAÇÕES COM A IDADE • Aumento da espessura da dentina, da mineralização, de dentina esclerótica e de tratos mortos; • Redução da permeabilidade e da sensibilidade.
  • 7. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 7 IV – POLPA 4 POLPA • Tecido conjuntivo frouxo não mineralizado; • Ocupa a porção central do dente e suporta a dentina; • Cavidade pulpar: espaço que a polpa ocupa e divide-se em uma porção coronal (câmara pulpar) e uma porção radicular (canal radicular); • Câmara pulpar: possui o formato geral da coroa anatômica; sob as cúspides, a câmara estende-se para dentro dos cornos pulpares; • Canal radicular: termina no forame apical, onde a polpa e o ligamento periodontal se encontram (além das foraminas), e onde os nervos e vasos principais da polpa entram e saem do dente. 4.1 FUNÇÕES DA POLPA • Formação: produz dentina; • Nutrição: nutre a dentina; • Proteção: contém nervos que dão sensibilidade à dentina; • Reparação: é capaz de produzir nova dentina quando necessário. 4.2 ZONAS DA POLPA 4.2.1 ZONA ODONTOBLÁSTICA • Camada de odontoblastos na periferia da polpa. 4.2.2 ZONA ACELULAR DE WEILL • Camada adjacentes aos odontoblastos; • Facilmente observada na polpa coronária; • Pobre em células. 4.2.3 ZONA RICA EM CÉLULAS • Camada adjacente a zona acelular de Weill; • Zona com densidade celular elevada; • Facilmente observada na polpa coronária. 4.2.4 CÓRION PULPAR • Região central da polpa; • Caracterizado pela presença dos principais vasos e nervos da polpa. 4.3 CÉLULAS DA POLPA 4.3.1 ODONTOBLASTOS • Células sintetizadoras e secretoras de proteína (podem estar em estágio de repouso); • Formam uma camada de revestimento na periferia da polpa e possuem um prolongamento que se estende para dentro da dentina; • Corpo celular: presença de núcleo e organelas; • Processo odontoblástico (prolongamento): presença de microtúbulos e filamentos; • Número de odontoblastos: corresponde ao número de túbulos dentinários e varia de acordo com o tipo de dente e com a localização dentro do espaço pulpar; • Junções intercelulares: estabelecem o contato entre os odontoblastos; comunicantes (ou do tipo gap), zônulas de oclusão (junções de oclusão) e aderentes. 4.3.2 FIBROBLASTOS • Células mais numerosas da polpa; • Mais numerosos na porção coronal (zona rica em células); • Formam e mantêm a matriz pulpar (colágeno e substância fundamental) e fagocitam e degradam colágeno.
  • 8. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 8 4.3.4 CÉLULAS ECTOMESENQUIMAIS INDIFERENCIADAS • Originam fibroblastos e odontoblastos; • Presentes na zona rica em células, no córion pulpar e estão relacionadas aos vasos sanguíneos. 4.3.5 CÉLULAS-TRONCO • Possuem a capacidade de autorrenovação e, sob condições ambientais apropriadas, podem diferenciar-se em odontoblastos, condrócitos, adipócitos, neurônios e osteoblastos. 4.3.6 CÉLULAS INFLAMATÓRIAS • Macrófagos: localizados por todo o centro da polpa; envolvidos na eliminação de células mortas, cuja presença também indica que ocorre a renovação de fibroblastos da polpa; • Leucócitos: linfócitos T, linfócitos B, neutrófilos e eosinófilos; aumentam durante infecções; • Células dendríticas apresentadoras de antígenos: aumentam durante infecções. 4.4 MATRIZ EXTRACELULAR E SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL • Composição da matriz extracelular: composta por fibras colágenas e substância fundamental; • Função da matriz extracelular: sustenta células e atua como meio de transporte de nutrientes advindos dos vasos sanguíneos para as células, e de metabólitos das células para os vasos sanguíneos; • Alterações na composição da substância fundamental: causadas pela idade ou por doenças; interferem na função, produzindo alterações metabólicas, redução na função celular e irregularidades na deposição de minerais. 4.5 SUPRIMENTOS VASCULAR E LINFÁTICO • Circulação aferente: vasos de pequeno calibre (arteríolas) entram pelos forames originados das artérias alveolares superiores e inferiores; • Microcirculação: na polpa radicular e na polpa coronal (maior); ramificam-se no plexo vascular periférico e em alças capilares ao redor dos odontoblastos; • Circulação eferente: vasos de pequeno calibre (vênulas e vasos linfáticos) que saem pelos forames; • Alguns dados sobre fisiologia: - O fluxo sanguíneo é elevado e maior na coroa; - Existência de elevadas pressões sanguíneas e tissulares; - Durante inflamações pulpares: ocorre um aumento da pressão e, consequentemente, aumento da pressão tissular, colabamento dos vasos, estase, anóxia e necrose. 4.6 INERVAÇÃO DO COMPLEXO DENTINA-POLPA • A polpa é ricamente inervada; • Os nervos entram e saem da polpa através dos forames apical e acessórios; • Os nervos geralmente seguem os trajetos dos vasos aferentes, começando como grandes feixes nervosos que se arborizam perifericamente à medida que se estendem oclusalmente através do eixo da polpa; • Esses ramos finalmente contribuem para um extenso plexo de nervos na zona acelular de Weil imediatamente, o chamado plexo subodontoblástico de Raschkow; • Na raiz não existe plexo nervoso, mas troncos ascendentes que se arborificam em determinados locais. 4.6.1 TIPOS DE FIBRAS NERVOSAS • Fibras A-delta: - Mielinizadas e mais grossas; - Rápida condução; - Baixo limiar de sensibilidade; - Respondem a dor aguda; - Distribuição preferencialmente periférica (Pleno de Raschkow); estão em relação com os odontoblastos e possivelmente são as fibras contidas dentro dos túbulos dentinários; - Respondem a estímulos hidrodinâmicos, sendo as responsáveis pela sensibilidade dentinária; - Mais sensíveis à hipóxia tecidual.
  • 9. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 9 • Fibras C: - Não mielinizadas e mais finas; - Condução mais lenta; - Alto limiar de estimulação; - Respondem a dor intensa, contínua, pouco tolerável, espontânea ou provocada; - Pode manter a função em condições de hipóxia tecidual; - Resistente à autólise, respondendo por eventual sensibilidade da polpa em vias de degeneração. 4.7 SENSIBILIDADE DENTINÁRIA • Seja qual for o estímulo o complexo dentina-polpa (bacteriano, térmico, mecânico ou químico), a sensibilidade é sempre traduzida como dor; • Alguns estímulos: frio (ar ou água), contato mecânico (sonda ou broca) e desidratação (algodão hidrófilo ou jato de ar); 4.7.1 TEORIAS DA SENSIBILIDADE DENTINÁRIA 1. A dentina contém terminações nervosas que respondem quando ela é estimulada → algumas fibras nervosas ocorrem somente dentro de alguns túbulos e na porção mais interna da dentina, assim, a estimulação de tais terminações nervosas não é compatível com a grande sensibilidade dolorosa da dentina; 2. Os odontoblastos servem diretamente como receptores e estão acoplados a nervos pulpares → não possuem poder de transdução e propagação de impulsos nervosos; 3. A natureza tubular da dentina permite que ocorra o movimento de líquido dentro do túbulo quando um estímulo é aplicado, um movimento por terminações nervosas livres da polpa próximas aos odontoblastos (teoria hidrodinâmica de Brännström) → teoria aceita. 4.8 CÁLCULOS PULPARES • Nódulos, dentículos ou calcificações pulpares; • Massas calcificadas, únicas ou múltiplas, frequentemente encontradas no tecido pulpar; • Podem ocorrer em qualquer dente; • Mais frequentemente encontrados na entrada da câmara pulpar ou no interior do canal radicular; • Livres ou aderidos; • Podem reduzir o número de células e dificultar o tratamento endodôntico. 4.9 ALTERAÇÕES COM A IDADE • Redução de suas dimensões pela deposição contínua de dentina; • Modificações celulares (em número e em atividade); • Fibrose; • Alterações regressivas de vasos e nervos; • Aumento das calcificações; • Redução do metabolismo e da capacidade reparadora da polpa.
  • 10. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 10 V – CEMENTO 5 CEMENTO 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS - PERIODONTO • É constituído pelas estruturas que participam da sustentação dos dentes na maxila e na mandíbula; • Periodonto de inserção ou sustentação: cemento, ligamento periodontal e osso alveolar; responsáveis pela ancoragem do dente no alvéolo; • Periodonto de proteção: gengiva. 5.2 RELAÇÕES COM OUTROS TECIDOS • Dentina: o cemento recobre a dentina; • Ligamento periodontal: é mantido pelo ligamento periodontal e ancora suas fibras; • Esmalte: formam o limite amelocementário no colo dental; cemento e esmalte se tocam; cemento recobre o bordo do esmalte; ou cemento e esmalte não se tocam (faixa de dentina descoberta). 5.3 CARACTERÍSTICAS • Tecido conjuntivo mineralizado, avascular (depende do ligamento periodontal para se nutrir por difusão) e recobre as raízes dos dentes; • Semelhante ao tecido ósseo, porém, os fenômenos de reabsorção e neoformação ocorrem com pouca intensidade; • Espessura varia conforme a região: mais fino na região cervical e mais espesso na apical; • Dureza: semelhante à do osso e menor que a da dentina; • Cor: amarelo-claro, semelhante à da dentina, aspecto opaco; • Permeabilidade: possui permeabilidade a substâncias micromoleculares. 5.4 COMPOSIÇÃO • Semelhante à do tecido ósseo; • Hidroxiapatita (45 a 50%), colágeno e proteínas não colágenas. 5.5 FUNÇÕES PRIMÁRIAS • Inserção das fibras periodontais, contribuindo para a estruturação da articulação alvéolo-dentária; • Reveste a raiz, protegendo e reduzindo a permeabilidade. 5.6 CONSTITUIÇÃO 5.6.1 TIPOS DE CEMENTO 5.6.1.1 CEMENTO ACELULAR • Terço cervical; • Sem cementócitos; • Produção lenta; • De fibras extrínsecas (ou de Sharpey): possui basicamente fibras extrínsecas; • Exerce função de suporte. 5.6.1.2 CEMENTO CELULAR • Terço médio e apical e nas áreas de furcação dos dentes bi ou trirradiculares; • Com cementócitos; • Produção rápida; • De fibras mistas (intrínsecas e extrínsecas): habitualmente a partir do terço médio da raiz; exerce função de suporte; • De fibras intrínsecas (não possui extrínsecas): exerce função de proteção e reparo (originado só em casos de reabsorção cementária ou na compensação de desgastes oclusais).
  • 11. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 11 5.6.2 CÉLULAS • Inclusas na matriz: cementócitos (são os cementoblastos que ficaram aprisionados na matriz do cemento durante sua formação); • Periféricas: cementoblastos (síntese e secreção de matriz orgânica) e cementoclastos. 5.6.3 MATRIZ CALCIFICADA • Fibras colágenas tipo I intrínsecas: produzidas pelos cementoblastos; • Fibras colágenas tipo I extrínsecas: produzidas pelos fibroblastos do ligamento periodontal; parte das fibras periodontais inseridas no cemento, com a designação de fibras de Sharpey; • Substância amorfa: produzida pelos cementoblastos; “gel” à base de água, proteoglicanas e glicoproteínas; • Minerais; • Lacunas e canalículos cementários: importantes na nutrição do cemento. 5.6.4 PRÉ-CEMENTO (CEMENTOIDE) • Cemento recém-formado, ainda não mineralizado; • É também uma estrutura que protege o cemento da reabsorção pelos clastos; • Mais bem distinto e visualizado junto ao cemento acelular. 5.6.5 OUTRAS ESTRUTURAS • Camada hialina de Hopewell-Smith: responsável pela adesão do cemento à dentina radicular; responsável pela adesão do cemento à dentina radicular; • Linhas de Salter: linhas de incrementais de crescimento do cemento; 5.7 IMPORTÂNCIA DA DEPOSIÇÃO CONTÍNUA DE CEMENTO • Permite a inserção de novas fibras periodontais, no mecanismo de renovação e/ou reparo do ligamento periodontal; • Compensação dos desgastes nas superfícies de trabalho (cúspides e bordos); • Reparo das reabsorções radiculares (anatômico e funcional ou funcional). 5.8 REABSORÇÃO DO CEMENTO E DA RAIZ – BREVES NOÇÕES • Com exceção da rizólise dos dentes decíduos, a reabsorção do cemento é um fato patológico; • Principais fatores da reabsorção: infecções e traumatismos; • Célula efetora: cementoclasto, que somente reabsorve o tecido já mineralizado; • Reabsorções transitórias: causas passageiras; • Reabsorções progressivas: causas duradouras (ou permanentes).
  • 12. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 12 VI – LIGAMENTO PERIODONTAL 6 LIGAMENTO PERIODONTAL 6.1 INTRODUÇÃO • Tecido conjuntivo frouxo, não mineralizado, rico em células, vasos e em feixes de fibras colágenas e altamente metabólico; • Atravessado por grossos feixes de fibras colágenas que se inserem no cemento e no osso alveolar; • Parte do periodonto de sustentação ou inserção; • Elemento de integração biológica (dente/organismo). 6.2 FUNÇÕES 6.2.1 FÍSICAS • Sustentação e articulação do dente em seu alvéolo; • Amortece as forças mastigatórias: - Ação tensora das fibras principais; - Ação contracompressora dos componentes líquidos dos tecidos periodontais (substrância amorfa, líquido tissular, sangue nos vasos), que funcionam como um amortecedor viscoelástico que absorve as forças mastigatórias. 6.2.2 NUTRIÇÃO • Nutre seus próprios componentes e ainda o cemento e a compacta periodôntica do processo alveolar (osso alveolar). 6.2.3 SENSORIAL • Receptores sensoriais proprioceptivos. 6.2.4 HOMEOSTÁTICA • Conceito de homeostase; • As relações entre células como uma base física para a homeostase; • A importância dos mecanismos homeostáticos na movimentação ortodôntica. 6.2.5 ERUPTIVA • Sua capacidade permanente de contração pode constituir-se em força eruptiva. 6.3 CONSTITUIÇÃO 6.3.1 CONSTITUIÇÃO GERAL • Células, matriz extracelular (amorfa e fibras), líquido tissular, vasos e nervos. 6.3.2 CÉLULAS 6.3.2.1 DE FORMAÇÃO • Fibroblastos: forma a matriz extracelular do ligamento periodontal; • Osteoblastos: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao osso; • Cementoblastos: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao cemento. 6.3.2.2 DE REABSORÇÃO • Fibroblastos: reabsorve a matriz extracelular do ligamento periodontal em condições fisiológicas (processo de renovação); • Osteoclasto: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao osso; • Cementoclasto: localizados no ligamento periodontal, mas funcionalmente associados ao cemento. 6.3.2.3 OUTRAS • Indiferenciadas (mesenquimais), células epiteliais de Malassez e de defesa (macrófagos, linfócitos e mastócitos).
  • 13. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 13 6.3.2.4 RELAÇÕES ENTRE AS CÉLULAS • Células vizinhas se tocam através de seus processos (prolongamentos) e, nesses pontos, ocorrem uniões tipo “gap” que unem e proporcionam a comunicação intercelular. 6.3.3 FIBRAS • Principais: feixes colágenos que se inserem do cemento ao osso alveolar atravessando o ligamento periodontal; • Secundárias: entre os feixes de fibras principais; pertencem ao tecido conjuntivo frouxo que fica nos espaços intersticiais; • Fibras de Sharpey: são as porções das fibras colágenas inseridas nos tecidos duros (osso e cemento); • Oxitalânicas: possivelmente relacionadas com um suporte dinâmico de vasos durante a mastigação. 6.3.3.1 GRUPOS DE FIBRAS • Fibras da crista alveolar, horizontais, oblíquas, apicais, interradiculares (infra alveolares); • Compõem o ligamento periodontal. 6.3.4 SUBSTÂNCIA AMORFA • Matriz extracelular; • Água, sais minerais, substâncias orgânicas, proteoglicanas e glicoproteínas. 6.4 ZONAS DO LIGAMENTO PERIODONTAL • Zona cementógena; • Zona principal; • Zona osteógena. 6.5 VASCULARIZAÇÃO • Artérias apicais: troncos comuns com os vasos pulpares; • Artérias transalveolares (perfurantes, interalveolares); • Artérias gengivais. 6.6 INERVAÇÃO • Inervação associada aos vasos sanguíneos; • Receptores para a dor; • Receptores para o tato e pressão (mecanorreceptores): - Informações sobre o posicionamento da maxila e da mandíbula na oclusão; - Informações destinadas à regulação da intensidade das forças mastigatórias; - Gera reflexo para a secreção salivar.
  • 14. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 14 VII – OSSO ALVEOLAR 7 OSSO ALVEOLAR 7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS • Osso basal ou de sustentação: constitui o corpo da mandíbula e da maxila; • Processo alveolar: é o osso que se estende a partir do corpo da mandíbula e da maxila, com os quais é contínuo, para formar o alvéolo que aloja a raiz dental; • Osso alveolar (ou osso alveolar propriamente dito): é a parte mais interna do processo alveolar, onde efetivamente se inserem as fibras do ligamento periodontal. 7.2 COMPONENTES ANATÔMICOS 7.2.1 PROCESSO ALVEOLAR • É semelhante a um osso chato e, como tal, constitui-se de duas superfícies livres constituídas de osso compacto (compactas ou corticais) unidas por um osso esponjoso (esponja ou diploe). 7.2.2 PAREDES DO ALVÉOLO • Vestibular; • Lingual; • Proximais ou septos interdentais. 7.2.3 DIVISÃO DOS ALVÉOLOS MÚLTIPLOS • Septos interradiculares. 7.3 CONSTITUIÇÃO DAS PAREDES E SEPTOS 7.3.1 PAREDES VESTIBULAR E LINGUAL 7.3.1.1 COMPACTA PERIÓSTEA (CORTICAL EXTERNA) • Constituída por osso compacto; • Recoberta pelo periósteo e pela mucosa. 7.3.1.2 ESPONJA (DIPLOE) • Constituída por osso esponjoso ou trabecular; • Por vezes ausente, nos dentes anteriores, quando estão as compactas se fundem. 7.3.1.3 COMPACTA PERIODÔNTICA (CORTICAL INTERNA OU OSSO ALVEOLAR) • Designada como: osso alveolar, osso alveolar propriamente dito, lâmina dura, cortical alveolar, osso de inserção, osso fasciculado e lâmina crivosa; • É um osso compacto, delgado, com perfurações para a passagem de vasos para o ligamento periodontal; em sua matriz se inserem as fibras do ligamento (fibras de Sharpey); não possui periósteo, substituído pelo ligamento periodontal que executa, em relação a esta compacta, todas as funções que são próprias do periósteo (nutrição, formação, reabsorção); • Como no cemento, sua matriz possui fibras colágenas intrínsecas formadas pelos osteoblastos e extrínsecas (de Sharpey) elaboradas pelos fibroblastos do ligamento e que se acham inseridas também no osso. 7.3.2 SEPTOS INTERDENTAL E INTERRRADICULAR • Compacta periodôntica (osso alveolar), esponjosa e compacta periodôntica (osso alveolar). 7.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS 7.4.1 SUA DEPENDÊNCIA AO DENTE • Perda óssea após extração;
  • 15. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 15 • Crescimento do processo alveolar acompanhando o dente em sua erupção secundária (dentição permanente) ou nos casos de trações de raízes (ortodontia). 7.4.3 ALTERAÇÕES ÓSSEAS (REMODELAÇÃO) NAS MOVIMENTAÇÕES FISIOLÓGICAS E ORTODÔNTICAS • No lado de pressão, predomina a reabsorção óssea; • No lado de tração ocorre principalmente neoformação óssea (aposição); • A remodelação do ligamento periodontal acompanha esses eventos; • A movimentação ortodôntica é possível, principalmente, em virtude da maior plasticidade do tecido ósseo em relação ao cemento.
  • 16. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 16 VIII – ODONTOGÊNESE 8 ODONTOGÊNESE 8.1 FORMAÇÃO DA COROA DENTAL 8.1.1 O FORRAMENTO DA BOCA PRIMITIVA (ESTOMÓDIO OU ESTOMODEU) • Epitélio bucal primitivo (2 a 3 camadas) e ectomesênquima (subjacente). 8.2.2 A PROLIFERAÇÃO INICIAL DO EPTÉLIO • 6ª semana de gestação; • O epitélio bucal primitivo se espessa e se prolifera, formando a banda epitelial primária (epitélio odontogênico); • A banda epitelial primária se subdivide em lâmina dentária (origina órgãos dentais) e lâmina vestibular (delimita lábios e bochechas). 8.2.3 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO • Botão ou broto, capuz ou casquete, campânula ou sino e coroa. 8.2.3.1 ESTÁGIO DE BOTÃO (OU BROTO) • Proliferações epiteliais localizadas e condensação do ectomesênquima adjacente por proliferação de células ou pela chegada de células migratórias das cristas neurais. 8.2.3.2 ESTÁGIO DE CAPUZ (OU CASQUETE) • Órgão do esmalte (ou órgão dentário): - Forma: esmalte; - Constituído por: epitélio dentário interno e externo e retículo estrelado; - Crescimento: pela atividade do bordo genético ou alça cervical. • Estruturas mesenquimais: - Papila dentária (forma: dentina e polpa); - Folículo ou saco dentário (forma: cemento, LP e osso alveolar). 8.2.3.3 ESTÁGIO DE CAMPÂNULA (OU SINO) • Órgão do esmalte (órgão dentário): - Retículo estrelado; - Estrato intermediário; - Epitélio interno; - Epitélio externo. • Papila dentária; • Folículo ou saco dentário. 8.2.3.4 ESTÁGIO DE COROA (APOSIÇÃO DOS TECIDOS DUROS DA COROA) • Indução recíproca: o epitélio dentário interno induz as células ectomesenquimais da papila dentária a diferenciam-se em odontoblastos para formarem a dentina; a dentina, por sua vez, induz o epitélio dentário interno a diferenciarem-se em ameloblastos para formarem o esmalte; • Estabelecimento do limite amelo-dentinário; • Colapso do retículo estrelado e formação do epitélio reduzido do órgão do esmalte (epitélio dentário reduzido). 8.2.4 RESUMO DAS FUNÇÕES DOS COMPONENTES DO EMBRIÃO DENTAL • Órgão Dentário (Órgão do Esmalte): - Determinar, em interação com a papila, a forma do dente; - Induzir a diferenciação de odontoblastos; - Elaborar o esmalte e protegê-lo até a erupção; - Formar o epitélio juncional primitivo (epitélio reduzido);
  • 17. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 17 - Constituir a bainha epitelial de Hertwig. • Papila Dentária: - Determinar, em interação com o órgão dentário, a forma do dente; - Originar a dentina (por formação) e a polpa (por diferenciação). • Folículo ou Saco Dentário: - Formar cemento, LP e osso alveolar. 8.2 FORMAÇÃO DA RAIZ DENTAL (RIZOGÊNESE) • Ocorre no final da fase de coroa. 8.2.1 BAINHA EPITELIAL DE HERTWIG 8.2.1.1 ORIGEM • É uma extensão do órgão do esmalte (órgão dentário), resultante do crescimento do seu bordo genético ou alça cervical. 8.2.1.2 CONSTITUIÇÃO • Epitélio interno e externo. 8.2.1.3 DIAFRAGMA EPITELIAL • Bordo livre da Bainha Epitelial de Hertwig. 8.2.1.4 FUNÇÕES • Induz a diferenciação de odontoblastos; • Servir de “molde” para a formação da raiz e formação de dentina radicular por dentro do molde. 8.2.2 EVENTOS DA RIZOGÊNESE • Diferenciação de odontoblastos na papila, induzida pela bainha de Hertwig; • Formação da dentina por dentro do molde oferecido pela bainha de Hertwig; • Formação da camada hialina (que une cemento e dentina radicular); • Crescimento da bainha em seu bordo genético enquanto o dente erupciona e novas camadas de dentina são depositadas e ocorre o alongamento da raiz dental; • Regulação do diâmetro do canal e forame apical: - O crescimento do bordo genético tende a fechar o forame, no entanto, a proliferação da papila impede o fechamento; - A bainha epitelial cresce para o centro progressivamente, modelando a forma do ápice radicular e seu forame; - Após a erupção e contato com a antagonista, a proliferação da papila é cessada; • Observação: nos casos de dentes com mais de uma raiz, a proliferação da papila é focal, com tantos focos quanto o número de raízes a serem formadas. 8.2.3 LIGAMENTO PERIODONTAL E REIMPLANTE • Avulsão dental: ruptura do plexo vásculo-nervoso da polpa e do LP; • Importância da manutenção do LP aderido ao dente avulsionado; • Como proceder em caso de avulsão traumática: não raspar, não secar, hidratar, manipular o dente pela coroa e reimplantar imediatamente; • Tempo e sucesso do reimplante: - 20 a 30 minutos: restabelecimento do periodonto de inserção; - Após 2 horas: anquilose dental. • Armazenamento e transporte: água, saliva, solução salina (10 minutos), leite (2 horas) ou meio de células e tecidos (24 a 96 horas). 8.3 FORMAÇÃO DO PERIODONTO DE INSERÇÃO (PERIODONTOGÊNESE) 8.3.1 ORIGEM DOS TECIDOS PERIODONTAIS • Cemento, Ligamento periodontal e osso alveolar: são originados das células do folículo ou saco dental.
  • 18. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 18 8.3.2 EVENTOS 8.3.2.1 EVENTOS INICIAIS: A FORMAÇÃO DA CAMADA HIALINA • Com a fragmentação da Bainha Epitelial de Hertwig, as células do folículo ou saco dental se aproximam e são induzidas por proteínas a se diferenciarem em cementoblastos que iniciam a formação de cemento; • A camada hialina posteriormente mineraliza-se adquirindo dureza superior à do cemento e mesmo da dentina e une firmemente dentina e cemento. 8.3.2.2 EVENTOS SEGUINTES • Os fibroblastos diferenciados do folículo ou saco dental (rico em células mesenquimais) formam fibras periodontais que se posicionam junto à raiz e ao osso da cripta alveolar formando franjas; • O cemento produzido sobre a dentina recém-elaborada (e recoberta pela camada hialina) fixará os extremos das fibras periodontais (franjas) já posicionadas junto à superfície radicular; • Do outro lado, osteoblastos diferenciados do folículo ou saco dental formam osso e fixam o outro extremo (franjas) dos feixes de fibras colágenas; • Formando o periodonto, o ligamento periodontal assumirá as funções que foram do folículo ou saco dental, formando, reabsorvendo e nutrindo os tecidos do periodonto de inserção.
  • 19. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 19 IX – DENTINOGÊNESE 9 DETINOGÊNESE 9.1 INTRODUÇÃO 9.1.1 INÍCIO DA FORMAÇÃO DA DENTINA • Ocorre na fase de campânula avançada ou de coroa. 9.1.2 MICROAMBIENTE TECIDUAL • Epitélio interno do órgão do esmalte (epitélio dentário interno): induzem a diferenciação de odontoblastos; • Membrana basal: no limite entre o epitélio interno e o mesênquima da papila dental; • Zona acelular: região periférica da papila com substância amorfa e poucas ou nenhuma fibra; • Camadas de pré-odontoblastos/odontoblastos: - Os pré-odontoblastos aumentam de volume; - Com o crescimento, se aproximam, reduzindo o espaço intercelular, e se aproximam do epitélio interno, avançando na zona acelular; - Tornam-se justapostas e unidas por um complexo unitivo; - A célula, por fim diferenciada, é designada por odontoblasto. 9.2 FORMAÇÃO DA MATRIZ 9.2.1 DENTINA DO MANTO • A primeira camada de dentina é formada pelas células ainda em processo de diferenciação, os pré-odontoblastos; • Secreção de colágenos tipo I pelos odontoblastos; • Organização do colágeno em grossas fibras de colágeno; • Essas fibras colágenas, juntamente com a substância amorfa preexistente, formam uma camada de dentina, a dentina do manto, que passa a se calcificar; • A dentina do manto na raiz tem como diferença a direção das fibras colágenas. 9.2.2 DENTINA CIRCUMPULPAR • O restante da dentina é designada como circumpulpar; • As fibras colágenas e as substâncias amorfa são elaboradas pelos odontoblastos, já plenamente diferenciados; • As fibrilas colágenas são bem mais finas que o manto. 9.3 MINERALIZAÇÃO DA MATRIZ 9.3.1 NA DENTINA DO MANTO (MINERALIZAÇÃO INICIAL) • Vesículas de matriz são liberadas, juntamente com os componentes orgânicos, contendo pequenos cristais de hidroxiapatita; • Na matriz dentinária, os cristais crescem, rompem a membrana de vesícula e formam aglomerados, que se fundem com os vizinhos, promovendo a calcificação; • O padrão dominante é o de calcificação linear. 9.3.2 NA DENTINA CIRCUMPULPAR (MINERALIZAÇÃO SUBSEQUENTE) • Não há formação de vesículas de matriz. • A calcificação se dá através de ação nucleadora das fibras colágenas, da ação nucleadora dos cristais anteriormente formados e por crescimento dos cristais. 9.4 FORMAÇÃO DA DENTINA PERITUBULAR • Estreitamento do processo odontoblástico; • Formação de matriz peritubular, na matriz intertubular, no espaço criado pela redução do diâmetro do prolongamento.
  • 20. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 20 9.5 ESQUEMA DA FORMAÇÃO DA DENTINA NA COROA E NA RAIZ
  • 21. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 21 X – AMELOGÊNESE 10 AMELOGÊNESE 10.1 INTRODUÇÃO 10.1.1 INÍCIO DA FORMAÇÃO DO ESMALTE • Após a formação de pequena faixa de dentina do manto, na fase de coroa. 10.1.2 ÓRGÃO DO ESMALTE • Epitélio externo: limita o órgão e impede a penetração do tecido mesenquimal; • Retículo estrelado: protege as células formadoras contra eventuais agressões, preservando-lhes o arranjo e as funções; • Estrato intermediário: forma unidade funcional com os ameloblastos; • Epitélio interno: cumpre funções – indutora (diferenciação dos odontoblastos), morfogenética (determinação da forma do dente), formadora (forma esmalte), de maturação (mineralização do esmalte) e protetora (epitélio reduzido). 10.2 VISÃO GERAL DA AMELOGÊNESE 10.2.1 FORMAÇÃO DA MATRIZ • Deposição de fina faixa de esmalte aprismático; • Desenvolvimento do processo de Tomes nos ameloblastos; • Formação de esmalte prismático sob ação orientadora do processo de Tomes; • Perda do processo de Tomes e formação e formação de nova faixa de esmalte aprismático na superfície; • Matéria orgânica (amelogeninas e não amelogeninas); • Índice de mineralização imediata de 15 a 30%, com hidroxiapatita. 10.2.2 MATURAÇÃO (PRÉ-ERUPTIVA) DA MATRIZ • É o processo em que o esmalte completa a sua mineralização, pelo crescimento dos cristais; • Inicia-se quando o esmalte atinge a espessura máxima nas pontas das cúspides; começa no LAD seguindo o padrão da formação; • Consiste na remoção de proteínas e água e no acréscimo de minerais (cálcio e fosfato); • A amelogenina é totalmente removida; a matéria orgânica restante é praticamente enamelina que forma uma película em torno dos cristais de hidroxiapatita e se acumula para formar a bainha dos prismas; • Para executar esta função o ameloblasto precisou modificar sua forma e suas organelas. 10.3 ULTRAESTRUTURA DA AMELOGÊNESE – CICLOS DOS AMELOBLASTOS 10.3.1 FASE MORFOGENÉTICA • Células do epitélio interno: - Cúbicas ou cilíndricas baixas e com núcleo volumoso e central; - Junto com a papila dental, assumem uma posição espacial que determina a forma do dente; isso ocorre início da fase de campânula. 10.3.2 FASE DE DIFERENCIAÇÃO (FASE ORGANIZACIONAL) • Após um período de divisão, as células do epitélio interno passam por um processo de diferenciação para se tornarem secretoras; nessa fase podem ser chamadas pré-ameloblastos; • Ocorre a inversão de polaridade: a célula se alonga e o seu núcleo passa a estar próximo ao estrato intermediário; • Ocorre o desenvolvimento de organelas destinadas à síntese proteica; • Ocorre a indução da diferenciação de odontoblastos na papila e início da formação da dentina.
  • 22. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 22 10.3.3 FASE SECRETORA • Diferenciadas e prontas para a secreção, as células do epitélio interno se chamam propriamente de ameloblastos; são células sintetizadoras e secretoras de proteínas; • As organelas de síntese proteica ficam presentes no corpo da célula; o futuro processo de Tomes contém especialmente grânulos de secreção; • Após produzir uma pequena porção de esmalte sem prismas, desenvolvem-se os processos de Tomes e passam a formar esmalte prismático; • Com a deposição, a matriz começa a mineralização do esmalte que, no entanto, atinge só 15% do teor final que terá após finalizada a maturação (15% a 30% segundo alguns autores); • A cauda do prisma (região interprismática) se forma antes, determinando “buracos” na superfície do esmalte, onde se alojam os processos de Tomes; • Ocorre o colabamento do retículo estrelado e aproximação das camadas do órgão do esmalte entre si e do esmalte em formação; • Ao final da amelogênese, os processos de Tomes desaparecem e novamente se forma esmalte aprismático, agora na superfície do esmalte. 10.3.4 FASE DE MATURAÇÃO • Nessa fase, os ameloblastos reduzem de tamanho, volume e quantidade de organelas de síntese; passam a se chamar ameloblasto absortivo; • Alguns ameloblastos reabsorvem substância orgânica e água; outros bombeiam íons cálcio e fosfato para a matriz, a fim de calcificá-la; • A remoção de água e proteínas, o aumento de minerais e o crescimento dos cristais levam o esmalte à sua composição final, com 96 a 97% de mineral e 3 a 4% de água e proteínas. 10.3.5 FASE DE PROTEÇÃO • Os ameloblastos secretam uma lâmina basal que fixará o epitélio reduzido ao esmalte formado; • Os demais componentes do órgão do esmalte perdem células por apoptose (morte celular programada) e as remanescentes formam camadas junto aos ameloblastos reduzidos, formando o epitélio reduzido do órgão do esmalte.
  • 23. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 23 XI – ERUPÇÃO, REABSORÇÃO E ESFOLIAÇÃO DENTÁRIA 11 ERUPÇÃO, REABSORÇÃO E ESFOLIAÇÃO DENTÁRIA 11.1 INTRODUÇÃO • Erupção dentária: processo pelo qual o dente se desloca do local em que inicia seu desenvolvimento (cripta óssea) até alcançar o plano oclusal funcional; • Divide-se em três fases: pré-eruptiva, eruptiva e pós eruptiva; - Movimento dentário pré-eruptivo: realizado pelos germes dentários (decíduos e permanentes) no osso (intraósseo), antes de iniciarem a erupção; - Movimento dentário eruptivo: movimento de sua posição intraóssea até a posição funcional em oclusão; - Movimento dentário pós-eruptivo: destinado a manter o dente em oclusão, enquanto os ossos continuam seus desenvolvimentos, e ainda para compensar os desgastes oclusal e proximal. • Enquanto ocorrem tais movimentos, a dentição progride de primária para permanente, envolvendo a queda ou esfoliação dos dentes decíduos. 11.2 MOVIMENTOS DENTÁRIOS 11.2.1 PRÉ-ERUPTIVOS • Destinam-se a manter o posicionamento dos germes dentários (embriões dentais) nos ossos em crescimento, de forma a alcançar uma posição adequada para a realização do movimento eruptivo; • Exemplos: a) Migração dos dentes anteriores para a mesial e dos segundos molares decíduos para a distal enquanto os ossos se alongam, reduzindo o apinhamento criado pelo crescimento dos germes dentários; b) Movimentos mandíbula no sentido para fora e para cima e da maxila no sentido para baixo (maxila), para compensar os aumentos em largura e altura dos maxilares; c) Posicionamento mais apical dos germes dos incisivos permanentes em relação aos dentes decíduos; d) Posicionamento dos germes dos pré-molares entre as raízes dos molares decíduos; e) Giro dos molares superiores cuja face oclusal está voltada para distal, para a posição de oclusão (giro de distal para mesial); f) Giro dos molares inferiores cuja face oclusal está voltada para mesial, verticalizando-se (giro de mesial para distal). 11.2.2 ERUPTIVOS • Promovem a erupção do dente até a oclusão com o antagonista. - Deslocamentos do dente para oclusal determinado por forças ainda não totalmente elucidadas; - Lise do tecido conjuntivo e reabsorção óssea à frente do dente em erupção. Movimento em direção à mucosa bucal; - Proliferação dos epitélios reduzido do órgão do esmalte e bucal, formando um cordão sólido de células, o cordão gubernacular; - No centro, o cordão se degenera e forma-se um canal revestido de epitélio através do qual o dente ganha acesso ao meio bucal (do meio interno para o externo) sem exposição de conjuntivo; - O epitélio reduzido, aderido ao esmalte por lâmina basal, constitui o primeiro epitélio juncional; - A orientação da erupção em dentes permanentes: canal gubernacular (canal ósseo formado ao redor do cordão gubernacular). 11.2.3 PÓS-ERUPTIVOS • Destinados a: - Manter o dente já erupcionado em posição, enquanto os ossos maxilares continuam o seu crescimento; - Compensar os desgastes oclusal e proximal que tendem a fazer os dentes perderem o contato entre si. • Exemplos: a) Acomodação ao crescimento: movimento para axial a fim de acomodar-se ao crescimento vertical da mandíbula e maxila e o crescimento do côndilo, que se acelera entre 14 e 18 anos; b) Compensação do desgaste oclusal: deslocamento axial para manter a oclusão, acompanhado de formação de cemento no terço apical;
  • 24. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 24 c) Acomodação do desgaste interproximal: deslocamento para mesial, determinado, entre outros mecanismos, pela contração do ligamento transeptal (conjuntivo a que pertence às fibras transeptais). 11.3 TEORIAS DA ERUPÇÃO DENTÁRIA • Embora a erupção dentária tenha sido extensivamente estudada, até hoje há apenas teorias sobre o seu mecanismo. 11.3.1 CRESCIMENTO RADICULAR • Proposição: o crescimento da raiz pressionaria estruturas do fundo do alvéolo capazes de, por reação, impulsionar o dente em sentido contrário. • Restrições: - Dentes que não desenvolvem plenamente suas raízes também erupcionam; - A distância percorrida na erupção pode ser maior que o comprimento da raiz; - Não se verifica histologicamente uma estrutura que funcione como uma base elástica no fundo do alvéolo; - Dentes impedidos de erupcionar (em experiências com dentes de crescimento contínuo, em roedores) formam raiz, que reabsorve o fundo do alvéolo. • Com todas essas evidências, não é possível considerar o crescimento radicular como o único responsável pela erupção do dente; entretanto, é provável que a formação da raiz tenha um efeito no aumento da velocidade de erupção. 11.3.2 PRESSÃO HIDROSTÁTICA (OU SANGUÍNEA) • Proposição: pressão sanguínea e/ou tissular dos tecidos apicais poderia impulsionar o dente; • Restrições: a remoção cirúrgica da base da raiz e dos tecidos germinativos a ela associados não impede a erupção do dente. 11.3.3 REMODELAÇÃO ÓSSEA • Proposição: durante a erupção há remodelação da cripta óssea; reabsorções e formações em locais apropriados poderiam “conduzir” o dente; • Restrições: experiências mostram que é o folículo dentário o principal determinante da erupção e que a remodelação óssea é consequência (adaptação). 11.3.4 TRAÇÃO PELO LIGAMENTO PERIODONTAL • Proposição: a contração do ligamento geraria a força eruptiva; • Evidências: - Distúrbios na produção do colágeno (que podem ser induzidos) alteram a arquitetura do ligamento, retardando ou inibindo a erupção; - Em dentes seccionados, (em experimentos com dentes de crescimento contínuo) o fragmento distal que contém apenas o ligamento (sem os tecidos germinativos da base) erupcionam; - O dente apresenta capacidade permanente de erupção, embora de menor velocidade, que só seria desenvolvida por uma estrutura também permanente. • Restrições: - O início da erupção antecede um pouco ao da formação do ligamento sugerindo a necessidade de outro fator na ação inicial; - Dentes com displasia dentária, que não formam a raiz nem o ligamento, erupcionam e chegam ao plano oclusal. • É provável que a erupção seja um fenômeno multifatorial. 11.4 SUBSTITUIÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS 11.4.1 MECANISMO DE ESFOLIAÇÃO DO DENTE DECÍDUO • Reabsorção da raiz (às vezes até o esmalte) por odontoclastos (histologicamente idênticos aos osteoclastos); • Reabsorção dos tecidos moles (polpa e ligamento): fibroblastos aumentam a reabsorção de colágeno e deixam de produzi-lo; posteriormente sofrem “morte fisiológica” ou apoptose; • Influência da pressão: - Do germe do permanente em crescimento e erupção sobre a raiz do decíduo; - Da mastigação sobre o decíduo em reabsorção.
  • 25. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 25 11.4.2 PADRÃO DE ESFOLIAÇÃO • Incisivos e caninos permanentes reabsorvem os decíduos por lingual, a partir do ápice; • Pré-molares permanentes reabsorvem os molares decíduos pelas faces internas das raízes e região da furca. Nos molares superiores, a partir da raiz palatal, dirigindo-se para a vestibular. Nos molares inferiores, a partir da raiz mesial, dirigindo-se para a distal; • Tempo de reabsorção: entre 1 ano e quatro meses e 5 anos e sete meses, de acordo com o dente. É mais rápida nos incisivos inferiores e mais lenta nos primeiros molares inferiores e superiores.
  • 26. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 26 XII – UNIÃO DENTO-GENGIVAL 12 UNIÃO DENTO-GENGIVAL 12.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 12.1.1 CONCEITO • É o conjunto de estruturas componentes da parte interna da gengiva (voltada para o dente) e responsável pela sua união com o dente; a união dento-gengival (UDG) constitui-se no periodonto de proteção; 12.1.2 SINONÍMIA • Junção dento-gengival ou complexo juncional. 12.1.3 COMPONENTES HISTOLÓGICOS • Epiteliais: epitélio do sulco, sulcular ou crevicular (reveste o sulco gengival); e epitélio juncional (se une ao esmalte e/ou cemento do dente); • Conjuntivo: lâmina própria da vertente interna da gengiva (cujas fibras colágenas se inserem no cemento do colo dental). 12.2 HISTOLOGIA DA UDG 12.2.1 CARACTRÍSTICAS DO EPITÉLIO DO SULCO • Semelhante ao da vertente externa da gengiva, porém, sem queratina. 12.2.2 CARACTERÍSTICAS DO EPITÉLIO JUNCIONAL • Forma um colar em torno do dente ao qual está aderido; • Mais largo no soalho do sulco e afunila-se para apical; • Alto índice de renovação (proliferação celular aumentada): 4 a 6 dias; • Espaço intercelulares aumentados (maior permeabilidade); • Possui lâminas basais em suas duas faces: a que adere ao dente e a que se adere ao seu conjuntivo de suporte. 12.2.3 CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTIVO • Limite com o epitélio juncional geralmente reto, sem papilas; • Presença de células do processo inflamatório, mesmo em gengivas normais, na maior parte neutrófilos, mas também linfócitos, plasmócitos e monócitos/macrófagos; • Suas fibras colágenas se inserem na crista óssea e no cemento do colo dental, fixando esta gengiva ao dente e osso e impedindo a migração acelerada do epitélio juncional para apical, o que é uma tendência natural. 12.3 ORIGEM DO EPITÉLIO JUNCIONAL • Remonta à época da erupção do dente; • Epitélio juncional primário: o primeiro epitélio juncional é o epitélio reduzido do órgão do esmalte (ou epitélio dentário reduzido), cujas células sofreram uma alteração morfológica assumindo o fenótipo conhecido das células juncionais; • Epitélio juncional secundário: possivelmente as células do epitélio gengival substituem ao do epitélio reduzido, fenômeno que se completa num prazo de 3 a 4 anos após a erupção. 12.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS 12.4.1 MIGRAÇÃO DO EPITELIO JUNCIONAL – DESLOCAMENTO DA UDG • Posição inicial do epitélio: inteiramente sobre o esmalte; • Posições subsequentes do epitélio: parte no esmalte e parte no cemento; inteiramente sobre o cemento; • Designação e reinserção de novas fibras gengivais ao dente; • Consequente aumento da coroa clínica. 12.4.2 AS AGRESSÕES À GENGIVA E O APROFUNDAMENTO DO SULCO • Agentes agressores mais comuns: toxinas dos microrganismos da placa e do tártaro;
  • 27. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 27 • Aprofundamento patológico do sulco = bolsa periodontal. 12.4.3 CONCEITO E VALORES DO ESPAÇO BIOLÓGICO • Espaço compreendido entre o fundo do sulco e o nível da crista óssea (cerca de 2,04 mm); • Deve ser respeitado nos procedimentos restauradores e protéticos. 12.4.4 A UNIÃO DO EPITELIO JUNCIONAL AOS IMPANTES • União gengivo-implantar: aderência de epitélio juncional e justaposição do conjuntivo gengival. • Observação: na união dento-gengival o tecido conjuntivo está inserido no cemento dental; na união gengivo-implantar o conjuntivo está justaposto ao implante metálico; logo, em um caso há inserção (dente) e no outro, justaposição (implante).
  • 28. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 28 XIII – MUCOSA BUCAL 13 MUCOSA BUCAL 13.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 13.1.1 FUNÇÕES • Proteção: para suportar as ações mecânicas da mastigação; contra eventuais agressões de substâncias químicas; contra o ingresso de microrganismos do meio bucal no meio interno; • Sensorial: percepção de calor, frio, toque, dor e sabor; reflexos de deglutição, salivação, engasgo e vômito; • Secreção: glândulas salivares maiores e menores; • Regulação térmica (perda de calor): sem expressão no homem. 13.1.2 CONSTITUIÇÃO GERAL BÁSICA DAS MUCOSAS (INCLUINDO A MUCOSA BUCAL) • Epitélio: variável segundo o órgão; na boca, pavimentoso estratificado; • Conjuntivo: designado lâmina própria ou córion. 13.1.3 SUBMUCOSA • Tecido conjuntivo frouxo presente sob algumas mucosas, oferecendo uma base flexível sobre a qual a mucosa pode deslizar; • Quando a submucosa está ausente e a mucosa se insere diretamente no periósteo, designa-se mucoperiósteo. 13.1.4. TIPOS DE MUCOSA BUCAL • Mucosa mastigatória: palato duro e vertente externa da gengiva; epitélio queratinizado; • Mucosa especializada: face dorsal da língua, com papilas linguais; algumas com epitélio queratinizado; • Mucosa de revestimento: lábios, bochechas, sulco vestibular, mucosa alveolar, face inferior da língua, assoalho da boca e palato mole; epitélio não queratinizado. 13.2 EPITÉLIO DA MUCOSA BUCAL 13.2.1 TIPO • Pavimentoso estratificado. 13.2.2 PROCESSOS FUNDAMENTAIS • Processos a que estão submetidas as células epiteliais (proliferação e maturação); • Proliferação: multiplicação por mitose; - Local: nos epitélios mais espessos, na 2 a 3 camadas mais profundas; nos epitélios mais delgados, na camada basal; - Velocidade de renovação (turnover): exemplos – 41 a 57 dias na gengiva e 25 dias na mucosa jugal (bochecha); - Fatores que podem influenciar: hora do dia, estresse, inflamação, citocinas (mediadores químicos) e tipo de epitélio (o não queratinizado renova-se mais rápido do que o queratinizado). • Maturação: alterações morfológicas e químicas em seu período vital; - Queratinizado: estratos basal ou germinativo, espinhoso, granuloso e córneo ou queratinizado; - Não queratinizado: estratos basal ou germinativo, espinhoso, intermediário e superficial; - Paraqueratinizado. 13.2.5 TIPOS DE CÉLULAS • Queratinócitos: participam do processo de maturação; compõem 90% dos epitélios, sejam queratinizados ou não queratinizados; são portadores de tonofilamentos de citoqueratina no seu interior; • Não queratinócitos: não participam do processo de maturação, tendo funções específicas; 10% dos epitélios; não possuem tonofilamentos de citoqueratina. - Melanócitos: síntese de melanina e transferências aos queratinócitos vizinhos; - De Langerhans: possivelmente macrófagos com função de apresentação de antígenos aos linfócitos (célula apresentadora de antígeno); - De Merkel: são células sensoriais táteis associada a fibras nervosas;
  • 29. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 29 - Linfócitos: pequena quantidade em epitélios normais; função imunológica. 13.3 LÂMINA PRÓPRIA DA MUCOSA BUCAL 13.3.1 MORFOLOGIA • Camada papilar: tecido conjuntivo mais frouxo contido nas papilas conjuntivas; fibras colágenas delgadas; maior quantidade de vasos; • Camada reticular: tecido conjuntivo mais denso; fibras colágenas em arranjos grosseiros. 13.3.2 CÉLULAS • Próprias dos conjuntivos: fibroblastos, macrófagos, mastócitos e algumas células sanguíneas. 13.3.3 FIBRAS • Colágenas, elásticas, reticulares e oxitalânicas. 13.3.4 SUBSTÂNCIA AMORFA • Produzida por fibroblastos. 13.3.5 VASCULARIZAÇÃO • Vasos “chegam” pela submucosa ou pela região mais profunda da lâmina própria (quando a submucosa não existe); • Formam plexo na camada reticular; • Derivam alças capilares em quantidade para as papilas (camada papilar), aproximando-se do epitélio. 13.3.6 INERVAÇÃO • Vasomotora; • Sensitiva: terminações livres (para a dor) na lâmina própria e no epitélio; terminações encapsuladas (para calor, frio, ato, sabor). 13.4 MUCOSA MASTIGATÓRIA • Localizações: vertente externa da gengiva e palato duro; • Epitélio: espesso e queratinizado; • Lâmina própria: espessa, densa, unida ao osso diretamente (mucoperiósteo) ou através de submucosa fibrosa; • Tecido adiposo e glândulas: apenas presente no palato, não ocorrendo na gengiva. 13.4.1 HISTOLOGIA DA GENGIVA • Epitélio: oral, sulcular/crevicular/do sulco e juncional; • Lâmina própria: contínua com o ligamento periodontal; • Divisões da gengiva: - Vertente externa: com epitélio oral queratinizado; classificada como mucosa mastigatória; - Vertente interna: com epitélios sulcular e juncional não queratinizados; constitui-se na UDG (periodonto de proteção). • Ligamento gengival: fibras colágenas em grupos; dentogengival, alveologengival, dentoperiostal e circular. 13.4.1 GENGIVA E MUCOSA ALVEOLAR • Gengiva livre ou marginal: limitada pelo sulco marginal; • Gengiva inserida: limitada pela junção mucogengival; • Mucosa alveolar: segue-se à junção mucogengival. 13.4.2 HISTOLOGIA DO PALATO DURO • Mucosa fixa no osso subjacente e imóvel; • Presença de submucosa em certas áreas do palato; • Regiões ou áreas: gengival, rafe palatina (área mediana), área ântero-lateral ou zona adiposa (adipócitos na submucosa) e área póstero-lateral ou zona glandular (glândulas salivares menores na submucosa).
  • 30. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 30 13.5 MUCOSA ESPECIALIZADA • Localização e função: dorso da língua, caracterizada pela presença das papilas linguais. 13.5.1 LÍNGUA • “Esqueleto” muscular; • Mucosa da face inferior: lisa; epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; • Mucosa da face superior (dorsal): - Corpo (2/3): papilar. a) Papilas filiformes: afiladas e numerosas; com epitélio queratinizado; sem corpúsculos gustativos; com função mecânica e tátil; b) Papilas fungiformes: forma de cogumelo; com epitélio queratinizado e paraqueratinizado; pode apresentar corpúsculos gustativos; c) Papilas circunvaladas: formam o V língua; associadas a glândulas salivares (glândulas Von Ebner) que secretam lipase salivar e promovem ação de limpeza do “valo” em torno da papila; ricas em corpúsculos gustativos; com epitélio queratinizado e não queratinizado. - Raiz: rica em tecido linfático – nódulos e amígdalas (tonsilas linguais); - Corpúsculos gustativos: células epiteliais (30 a 150) associadas a terminações nervosas com as quais estabelecem sinapse. 13.6 MUCOSA DE REVESTIMENTO • Localizações: lábios, bochechas, sulco vestibular, mucosa alveolar, face inferior da língua, assoalho da boca e palato mole. 13.6.1 HISTOLOGIA • Epitélio não queratinizado de espessura variável; • Lâmina própria espessa e mais rica em fibras elásticas; • Submucosa aplicada ao osso ou ao músculo subjacente.
  • 31. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 31 XIV – ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM) 14 ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM) 14.1 INTRODUÇÃO 14.1.1 A ESTRUTURA DE UMA DIARTROSE • Superfícies articulares: as superfícies ósseas são revestidas por uma camada de cartilagem hialina, que reduz o atrito; • Ligamentos: tecido conjuntivo denso que mantém o contato entre os ossos da articulação; • Cápsula: envolve os elementos da articulação delimitando um espaço fechado, designado cavidade articular, que possui líquido sinovial; a cápsula possui: - Camada fibrosa (externa) de tecido conjuntivo denso; - Camada sinovial (interna) ou membrana sinovial: - Revestimento de célula M (semelhantes a macrófagos) com função fagocitária e células F (semelhantes a fibroblastos) secretoras das proteínas do líquido sinovial; - Na profundidade, tecido conjuntivo frouxo, denso ou adiposo que se contínua com a cápsula fibrosa. • Líquido sinovial: produzido pela membrana sinovial, rico em ácido hialurônico e lubricina; ação lubrificante e de nutrição da cartilagem articular. 14.2 ESTRUTURA DA ATM 14.2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ATM • Classificação: é uma articulação sinovial deslizante ginglemoide; • Características diferenciais de outras diartroses: bilateral interdependente, com movimentos próprios, mas simultâneos, podendo ser considerada uma única articulação; relação de dependência da ATM com a articulação alvéolo- dentinária (oclusão). 14.2.2 CONSTITUINTES DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR • Ossos da articulação: côndilo da mandíbula, cavidade ou fossa articular do osso temporal (cavidade ou fossa glenóide) e eminência articular do temporal; • Revestimentos das superfícies articulares: tecido denso (na superfície) e fibrocartilagem; • Cápsula articular e membrana sinovial; • Disco articular; • Ligamentos associados; • Cavidades articulares supradiscais (superiores) e infradiscais (inferiores). 14.2.2.1 CÔNDILO • Componente ósseo articular da mandíbula; • Osso esponjoso com trabéculas orientadas, revestido por fina camada de osso compacto; originando por ossificação endocondral; • Revestimentos: variáveis segundo a idade: - Côndilo jovem: tecido conjuntivo denso, camada proliferativa, cartilagem hialina em ossificação endocondral e osso; - Côndilo adulto: tecido conjuntivo denso, camada proliferativa reduzida, fibrocartilagem e osso; - Às vezes ocorre a presença de remanescente de fina camada de cartilagem calcificada no côndilo adulto. 14.2.2.2 CAVIDADE (FOSSA) ARTICULAR E EMINÊNCIA ARTICULAR • Componentes ósseos articulares do osso temporal; • Osso esponjoso com fina camada de osso compacto na superfície; • Revestimentos: semelhantes àqueles do côndilo; mais espessos na eminência e mais fino na fossa articular, onde a camada proliferativa pode ser descontínua.
  • 32. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 32 14.2.2.3 DISCO ARTICULAR • Corresponde ao menisco de certas diartroses; • Divide a cavidade articular em dois compartimentos: cavidade articular superior ou supradiscal e cavidade articular inferior ou infradiscal; • Porção anterior: avascular, muito densa, relacionada com a parte funcional da ATM; • Porção posterior: menos densa, porém, avascular, ainda que se continue com tecidos retrodiscais; 14.2.2.4 CÁPSULA ARTICULAR E MEMBRANA SONOVIAL • Tecido conjuntivo denso vascularizado que envolve as estruturas articulares; • Insere-se no osso temporal, em torno da região óssea articular e no colo do côndilo; • O disco articular se une em todas as suas extremidades a essa cápsula; alguns autores consideram o disco uma extensão da cápsula no espaço interarticular; • É reforçada pelo ligamento têmporo-mandibular; • Sua camada mais interna é designada de zona sinovial; frequentemente é descrita como membrana sinovial; • Líquido sinovial: produzido pela membrana sinovial: - Composição básica: líquido tissular (com metabólicos), com algumas proteínas (lubricina), mucopolissacarídeos (ácido hialurônico) e mucina. - Funções: fornecer ambiente líquido às superfícies articulares, promover a lubrificação com redução do atrito e fornecer a nutrição para o disco e os revestimentos das superfícies articulares que são avasculares.
  • 33. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 33 XV – GLÂNDULAS SALIVARES 15 GLÂNDULAS SALIVARES 15.1 INTRODUÇÃO 15.1.1 GLÂNDULAS SALIVARES QUANTO AO VOLUME • Glândulas salivares maiores (pares): parótidas, submandibulares e sublinguais; • Glândulas salivares menores: presentes em toda a mucosa bucal, exceto na gengiva e na parte anterior do palato; labiais e bucais, glossopalatinas, palatinas e linguais. 15.1.2 CONSTITUIÇÃO DA SALIVA • Composição básica da saliva: água (99%); outras substâncias (1%), como proteínas (incluindo enzimas digestivas), glicoproteínas, íons inorgânicos, aminoácidos, ureia, ácido úrico, lipídios, corticosteroides, substâncias antibacterianas; • Saliva pura: líquido misto seromucoso produzido pelas glândulas salivares; • Saliva total ou fluido bucal: é a saliva produzida pelas glândulas, adicionada de componentes originados na boca, como células da mucosa bucal descamadas, leucócitos, microrganismos e seus produtos, fluido do sulco gengival e restos alimentares; • Participações na produção da saliva: - Produção diária: cerca de 750 mL (entre 640 e 1.200 mL), sendo que 10% da produção ocorre no período da noite; - Saliva original ou pura (secretada pelas glândulas salivares): 60% das glândulas submandibulares, 30% das parótidas e 10% das sublinguais e salivares menores. 15.1.3 FUNÇÕES DA SALIVA • Proteção da cavidade bucal: lubrifica, protege contra agentes nocivos, produz limpeza mecânica etc; • Ação tampão: protege contra microrganismos que requerem condições especiais de pH, como as bactérias cariogênicas, íons bicarbonato e fosfato; • Na gustação: dissolve os alimentos para que sensibilizem os corpúsculos gustativos; limpa continuamente estes corpúsculos; permite também o reconhecimento de substâncias nocivas; • Função antimicrobiana: através de substâncias antissépticas como a lisozima, a lactoferrina e de anticorpos tipo lgA; • Acréscimo superficial de cálcio ao esmalte (maturação pós-eruptiva); • Troca de cálcio com a superfície dental, proporcionando a remineralização; • Ação hemostática; • Digestão: através da amilase e da lípase lingual. 15.2 CÉLULAS DAS GLÂNDULAS 15.2.1 CÉLULA SEROSA • Função: secreção de líquido fluido rico em proteínas (incluindo enzimas) com alguma quantidade de polissacarídeos; • Características: - Piramidais, formando ácinos independentes ou “semiluas” serosas sobre unidades secretoras mucosas; - Núcleos esféricos no pólo basal; - Unidas por complexos unitivos e uniões tipo “gap”; - Canalículos intercelulares. 15.2.2 CÉLULA MUCOSA • Função: secreção de líquido viscoso pobre ou desprovido de enzimas e rico em carboidratos que, misturados com água, produzem o muco, com funções lubrificantes; • Características: - Piramidais, formando geralmente túbulos independentes ou revestidos no extremo por “semiluas” serosas; - Aspecto claro pela dissolução ou não coloração do muco; - Núcleos achatados e bem rebatidos contra a base da célula; - Canalículos intercelulares.
  • 34. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 34 15.2.3 CÉLULA MIOEPTELIAL • Células epiteliais contráteis que se aplicam sobre as unidades secretoras e ductos intercalados, envolvendo-se com seus prolongamentos; • Localiza-se entre células da glândula e sua membrana basal; • Corpo pequeno com 4 a 8 prolongamentos principais que se ramificam; • Possuem actina, miosina e outras proteínas envolvidas com a contração; • Pressionam as unidades secretoras e ductos favorecendo o seu esvaziamento. 15.3 ARQUITETURA GERAL DS GLÂNDULAS SALIVARES 15.3.1 ADENÔMERO • É a unidade morfo-funcional da glândula, constituído por: porção serosa (formada por unidades secretoras) e canais ou ductos; • Unidades secretoras: serosa (geralmente acinosa); mucosa (geralmente tubular); mista (mucosa com semilua de células serosas); • Canais (ductos) intercalares: são intralobulares; pouco desenvolvidos, com epitélio simples cúbico baixo, de difícil visualização; são mais numerosos na parótida; além de conduzir provavelmente contribuem para o produto de secreção; • Canais (ductos) estriados: são intralobulares; acidófilos, células cilíndricas, núcleos esféricos; dobras da membrana no pólo basal (estrias); alteram a composição da saliva, tornando-a um líquido hipotômico, reabsorvendo íons sódio e cloreto e depletando íons potássio e bicarbonato; • Canais (ductos) excretores: extralobulares ou interlobulares; epitélio cilíndrico pseudoestratificado ou estratificado, dependendo do diâmetro; no estratificado, podem ocorrer células caliciformes; também alteram a composição da saliva, alterando eletrólitos; o ducto excretor principal é conectado ao epitélio bucal aonde a saliva desemboca. 15.3.2 TECIDO CONJUNTIVO • Cápsula; • Septos: dividem as glândulas de lóbulos e contém ductos interlobulares ou extralobulares, vasos e nevos maiores; • Envoltórios dos componentes intralobulares: unidades secretoras e ductos intralobulares (intercalares e estriados) conectando-os e conduzindo a microcirculação e terminações nervosas. 15.3.3 NERVOS • Regulação da atividade secretora por fibras (fibras secretomotoras), que penetram na glândula acompanhando os vasos; • Fibras amielínicas atingem as unidades secretoras, os ductos, as células mioepiteliais e as arteríolas; • Estímulo parassimpático é dominante: estimula um fluxo copioso rico em água; • Estímulo simpático ocorre mais intermitente: estimula fluxo menor menos fluido com mais conteúdo orgânico; • Ambos os sistemas são estimuladores da secreção, agindo sinergicamente. 15.4 CARACTERÍSTICAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES PARÓTIDA SUBMANDIBULAR SUBLINGUAL Tamanho Maior Intermediária Menor Forma Composta, acinosa Composta, túbulo acinosa Composta, túbulo acinosa Cápsula conjuntiva Encapsulada Encapsulada Sem cápsula definida Unidades secretoras (ácinos) Serosas(*) Serosas; mucosas e mistas(*) com predomínio seroso Mucosas e mistas (*) com predomínio mucoso Ductos intercalares Epitélio simples cúbico Idem; ductos mais curtos Curtos ou ausentes Ductos estriados Epitélio simples cilíndrico Idem; ductos mais longos Curtos Secreção Serosa Mista seromucosa com predomínio seroso Mista seromucosa com grande predomínio mucoso
  • 35. Roteiro de Estudos Teórico de Histologia Oral Professora Larissa Rocha – Curso de Odontologia – UNIVINTE 35 XVI – SEIOS MAXILARES 16 SEIOS MAXILARES 16.1 SEIOS DA FACE (PARANASAIS) • Frontais, esfenoidais, etmoidais (células etmoidais) e maxilares. 16.2 POSSÍVEIS FUNÇÕES • A formação dos seios pode resultar de particularidades (especialmente desproporcionalidades no desenvolvimento entre os componentes do esqueleto facial) que gerariam os espaços dentro de certos ossos e, assim, os seios poderiam não ter funções específicas; • Algumas sugestões sobre funções são contidas na literatura, como: ressonância da voz, diminuição do peso craniano, aumento da resistência craniofacial a choques, produção de substâncias bactericidas para a cavidade nasal, entre outras; carecem de evidências que as comprovem; • Uma função considerada é de que proporcione com o seu ar aquecido e de lenta renovação, um isolamento térmico para estruturas nervosas do olho e do encéfalo em relação ao ar frio que passa pelas fossas nasais. 16.3 SEIOS MAXILARES 16.3.1 TOPOGRAFIA • Forma aproximada de pirâmide quadrangular com ápice voltado para o processo zigomático; • Limites: assoalho da órbita (superior/teto); superfície facial do corpo, região de fossa canina (anterior), cavidade nasal (medial), fossa infratemporal (posterior) e base dos processos alveolares (inferior/assoalho); • Expansões do seio para os processos da maxila, inclusive para os processos alveolares; • Assoalho do seio em nível mais baixo que o da fossa nasal; • Contêm septos incompletos que formam “bolsas” que dificultam a remoção de exsudatos e corpos estranhos como raízes dentais; • Comunicação com o meato nasal médio pelo óstio. 16.3.2 HISTOLOGIA • Mucosa: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (com células caliciformes); lâmina própria (tecido conjuntivo) contínuo com o perióstio e com glândulas mistas seromucosas; • Parede óssea. 16.3.3 DESENVOLVIMENTO • Ao nascimento tem 5 a 10 mm; • Atinge o pleno desenvolvimento entre 12-14 anos; • Podem ocorrer expansões após este tempo. 16.3.4 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS • Relações do seio com os processos alveolares: - Separação por parede óssea ou somente pela mucosa sinusal - Recesso do seio no processo alveolar, entre as raízes dentais que passam a fazer saliência no interior do seio. • Patologias do seio e suas relações com os dentes: - Sinusite pode simular dor dental se os nervos alveolares superiores estiverem em relação íntima com o seio; - Tumores de seios podem provocar supraerupção. • Manobras endodônticas ou exodônticas podem lesar a parede do seio: - Produzindo fístula oro-antral - Impulsionando dentes ou fragmentos de dentes (especialmente raízes) para o interior do seio. - Impulsionando material endodôntico (líquidos de irrigação, fármacos de curativo ou materiais de obturação de canal) para o interior do seio.