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AVALIAÇÃO	DA	CAVIDADE	E	HIGIENE	ORAL	DE
IDOSAS	RESIDENTES	EM	UMA	INSTITUIÇÃO	DE
LONGA	PERMANÊNCIA
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490
AVALIAÇÃO DA CAVIDADE E HIGIENE ORAL DE IDOSAS RESIDENTES EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
Clóris Regina Blanski Grden1
, Luciane Patrícia Andreani Cabral2
, Pollyanna Kássia de Oliveira Borges3
,
Camila Soeiro de Sousa do Nascimento4
, Lídia Dalgallo Zarpellon5
, Carla Luiza da Silva6
RESUMO: Pesquisa quantitativa descritiva com objetivo de avaliar a cavidade e a higiene oral de idosas residentes em
uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, no município de Ponta Grossa-Paraná, em 2011. Os resultados apontam
faixa etária predominante entre 71-75 anos (n=13; 33%), solteiras (n=29;72%) e não alfabetizadas (n=31;77%). Quanto à
avaliação, 55% das idosas utilizam prótese dentária, 75% são edentadas e destas, 60% apresentaram periodontite; referente
à higiene oral, 73% apresentavam condição ruim. Conclui-se que, apesar dos avanços tecnológicos, estudos referentes aos
problemas bucais dos idosos são escassos, tornando necessária a elaboração de programas preventivos e educativos para
que adultos e idosos possam planejar sua velhice com condições de saúde bucal mais satisfatória.
DESCRITORES: Higiene bucal; Idoso; Assistência odontológica para idosos.
1
Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do
Paraná. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG.
2
Enfermeira. Mestranda em Tecnologia e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná- PUC PR. Professora do Departamento
de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG.
3
Dentista. Doutora em Saúde Coletiva. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG.
4
Enfermeira.
5
Enfermeira. Mestre em Educação. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG.
6
Enfermeira. Mestranda em Tecnologia em Saúde pela PUC PR. Bolsista CAPES. Professora do Departamento de Enfermagem e
Saúde Pública da UEPG.
Autor correspondente:
Clóris Regina Blanski Grden
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Av.Gen.CarlosCavalcanti,4748-84030-900-PontaGrossa-PR-Brasil
Email: reginablanski@hotmail.com
Recebido: 15/10/2012
Aprovado:25/07/2013
EVALUATION OF CAVITIES AND ORAL HYGIENE IN ELDERLY FEMALE
RESIDENTS IN A LONG-TERM CARE FACILITY
ABSTRACT: Quantitative descriptive research, aiming to evaluate cavities and oral hygiene among elderly residents in
a Long-Term Care Facility for the Elderly, in the municipality of Ponta Grossa in the state of Paraná, in 2011. The results
indicate predominance of: age range between 71-75 years old (n=13; 33%), single (n=29;72%) and illiterate (n=31;77%).
Regarding the evaluation, 55% of the elderly use dentures, 75% have few teeth, and of these, 60% have periodontitis;
referent to oral hygiene, 73% have bad conditions. It is concluded that in spite of technological advances, studies referring
to the oral problems among the elderly are few, making it necessary to elaborate preventive, educational programs so that
adults and the elderly may plan their old age with more satisfactory oral health conditions.
DESCRIPTORS: Oral hygiene; Elderly; Dental assistance for the elderly.
EVALUACIÓN DE LA CAVIDAD E HIGIENE BUCAL DE ANCIANAS QUE VIVEN EN
UNA INSTITUCIÓN DE LARGA PERMANENCIA
RESUMEN: Investigación cuantitativa descriptiva hecha con el objetivo de evaluar la cavidad y la higiene bucal de ancianas
que viven en una Institución de Larga Permanencia para Ancianos, en el municipio de Ponta Grossa, Paraná, en 2011. Los
resultados apuntan franja etaria predominante entre 71-75 años (n=13; 33%), solteras (n=29;72%) y no alfabetizadas (n=31;77%).
Acerca de la evaluación, 55% de las ancianas utilizan prótesis dentaria, 75% presentan dientes y, de estas, 60% presentaron
enfermedadenperiodonto.Acercadelahigieneoral,73%presentabanmalascondiciones.Seconcluyeque,apesardelosavances
tecnológicos, estudios referentes a los problemas bucales delos ancianos son escasos, siendo necesaria lacreación de programas
preventivos y educativos para que adultos y ancianos puedan planear su vejez con condiciones de salud bucal más satisfactorias.
DESCRIPTORES: Higiene bucal; Anciano; Asistencia odontológica para ancianos.
Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
491
INTRODUÇÃO
	 Atualmente, chegar à velhice é uma realidade
mesmo nos países mais pobres. Ainda que a melhora
substancial dos parâmetros de saúde das populações
observada no século XX esteja longe de se distribuir
de forma equitativa nos diferentes países e contextos
socioeconômicos, envelhecer não é mais privilégio
de poucos(1)
. O aumento da expectativa de vida e a
diminuição das taxas de natalidade ocasionaram um
aumento significativo no número de idosos no Brasil.
No entanto, em sua maioria, o indivíduo atinge idade
avançada com vários problemas de saúde, exigindo que
outra pessoa, familiar ou não, assuma o papel de assisti-
-lo(2)
. Nesse sentido, o cuidador torna-se responsável
por oferecer ajuda para suprir a incapacidade funcional,
temporária, ou definitiva, incluindo ações que visam
auxiliar o idoso, impedido física ou mentalmente a
desempenhar tarefas práticas de atividades cotidianas
e de autocuidado(3)
.		
	 Dentre as atividades diárias prejudicadas com a
passagem dos anos está o cuidado com a higieniza-
ção oral, o que acarreta em aumento da incidência de
doenças bucais e sistêmicas.
A saúde bucal nos idosos mostra-se como um
fator indispensável para o envelhecimento sau-
dável e uma boa qualidade de vida, entretanto,
as condições desiguais em que as pessoas vivem
e trabalham são refletidas nitidamente na saúde
da boca, uma vez que idosos expostos a situações
de vulnerabilidade social estão mais sujeitos à
interferência direta dos determinantes sociais no
processo saúde-doença(4:2976)
.
	 Concernente à doença periodontal, é uma patologia
que ocorre com frequência em idosos dentados mais
vulneráveis e tem como agente causador a placa bac-
teriana que se acumula sobre as superfícies do esmalte
dentário e no sulco gengival(5)
. Desta forma, a perio-
dontite é uma patologia oral de grande importância e é
considerada a sexta complicação clássica do diabetes(6)
.
A boca, por não ser um órgão isolado do corpo humano,
deve ser vista como parte integrante deste. Portanto,
a saúde oral deve estar inserida no contexto da saúde
geral e sistêmica e cabe aos responsáveis pelo cuidado
ao indivíduo com alto grau de dependência mantê-la(7)
.
	 Atualmente, a responsabilidade de assistir os idosos
em suas atividades básicas de vida diária com maior
frequência é de terceiros, pois, em muitos casos as
famílias não dispõem de tempo para prestar os cui-
dados necessários. Desta forma, a procura pela assis-
tência em casas de repouso ou Instituições de Longa
Permanência para Idosos (ILPI) torna-se uma opção.
Estudos realizados nessas instituições revelam que o
cuidado com a saúde bucal aos residentes não tem sido
contemplado(8-10)
, situação que agrava-se nos casos em
que os idosos apresentam algum grau de dependência
ou autonomia comprometida. A	motivação para este
estudo ocorreu por meio da verificação de uma rotina
inadequada de higiene oral em idosas dependentes e
parcialmente dependentes para esta ação, e a preocu-
pação com os agravos bucais e sistêmicos que podem
ocorrer devido à falta de entendimento da importância
deste cuidado.			
	 Têm-se observado nas instituições, em geral, a
ausência de protocolos de procedimentos, falta de
atenção especializada e ausência de programas de
orientação e capacitação dos cuidadores profissionais
ou leigos(11)
, o que pode ser justificado pela ausência,
no Brasil, de normas específicas referentes ao cuidado
à saúde bucal em instituições. Considera-se que a saúde
bucal faz parte do cuidado do cliente como ser integral,
sendo importante ressaltar que a realização regular da
higienização oral pode prevenir patologias de origem
periodontal. Portanto, há necessidade de adaptar e
implantar protocolos com medidas sistematizadas de
higiene bucal a serem adotadas nas instituições, bem
como a capacitação dos cuidadores nessa atividade, a
fim de manter a saúde bucal entre os idosos institucio-
nalizadas(12)
.
	 Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a cavidade e higiene oral de idosas residentes
em uma instituição de longa permanência para idosos.
MÉTODO
	 Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, de-
rivado do projeto intitulado “A higiene oral no idoso:
percepção da equipe de enfermagem em uma ILPI”.
	 A coleta de dados ocorreu no período de 15 a 30 de
agosto de 2011 em uma ILPI, localizada na cidade de
Ponta Grossa, Paraná. A população compreendeu 40
idosas residentes na instituição. Foram estabelecidos os
seguintes critérios para inclusão dos longevos no estu-
do: ser idoso (60 anos ou mais), sexo feminino, residir
na ILPI, aceitar participar do estudo ou autorização da
família, apresentar nível de cognição que possibilitasse
a participação, identificado por meio dos pontos de corte
do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)(13)
, e assinar
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
492
	 A abordagem dos participantes ocorreu nas depen-
dências da casa asilar, nos quartos e na sala de consulta
de enfermagem, tendo como primeira etapa do estudo
a triagem para a função cognitiva dos idosos longevos
(screening cognitivo) por meio do MEEM. Foram
utilizados os pontos de corte de 13 pontos para idosas
analfabetas, 18 pontos para aquelas com escolaridade
baixa e média e 26 pontos para escolaridade alta(13)
.
	 Para as idosas que apresentaram dificuldades para
se comunicar verbalmente, embora atingissem os pon-
tos de corte, foi convidado a participar, nessa etapa,
o cuidador familiar. Para esse cuidador, elencaram-se
os seguintes critérios de inclusão: ter idade igual ou
superior a 18 anos; ser familiar que auxilia no cuidado
à idosa institucionalizada e assinar o TCLE.
	 Na sequência, avaliou-se a cavidade oral e o estado
de higiene bucal das idosas, com base no instrumento
de avaliação da OMS(14)
, adaptado para a realidade da
pesquisa. Nesta etapa, foi necessária a utilização de um
evidenciador de placa bacteriana à base de eritrosina,
flúor 1.100 PPM e sorbitol (açúcar não cariogênico).
Este método é indicado como evidenciador de placa
bacteriana para auxiliar no controle da higiene bucal,
uma vez que marca a placa bacteriana na cor rosa(15)
.
	 As variáveis coletadas foram dados sociodemo-
gráficos, uso de prótese, número de dentes, necessi-
dades de extração ou substituição da prótese, dentes
com cárie, perdidos ou restaurados, avaliação da
higiene oral classificada em boa, regular ou ruim.
O exame físico da cavidade oral foi realizado por
meio de roteiro de avaliação elaborado pelos próprios
autores, com as seguintes informações: coloração,
textura, hidratação, presença de edema ou sangra-
mento, lesões em lábios, mucosa, gengiva, língua,
palato duro e mole.
	 Após a coleta de dados, foi realizada análise quan-
titativa simples, sendo os dados organizados e arma-
zenados no banco de dados do programa Microsoft
Office Excel® 2007, para posterior tabulação gerando
estatísticas percentuais da amostra. Os dados foram
organizados em gráficos e tabelas, com o intuito de
demonstrar como se apresenta a cavidade e higiene
oral das residentes.
	 O estudo foi consentido pelo diretor da institui-
ção e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Estadual de Ponta Grossa, através do
protocolo n. 16304/10. Foram observados os preceitos
éticos exigidos pela Resolução 196/96 garantindo assim
a desistência do estudo por parte das idosas e membros
da instituição a qualquer momento da pesquisa.
RESULTADOS
		
	 A faixa etária predominante foi de 33% (n=13) entre
71-75 anos; e a maioria era solteira, representando 72%
(n=29), não alfabetizadas (77%, n=31) e a totalidade era
de religião católica (Tabela 1).
Faixa etária n %
60-64 anos 11 27
65-70 anos 04 10
71-75 anos 13 33
76-80 anos 04 10
Acima de 80 anos 08 20
Estado civil
Casada 01 03
Viúva 10 25
Convivente - -
Solteira 29 72
Escolaridade
1° grau incompleto 02 05
1° grau completo 05 13
2° grau completo 02 05
Não alfabetizado 31 77
Religião
Católica 40 100
Evangélica - -
Outras - -
Tabela 1- Caracterização sociodemográfica de idosas em
uma ILPI. Ponta Grossa, 2011
	 A segunda etapa da pesquisa compreendeu a avalia-
ção da cavidade e higiene oral das idosas, representado
na tabela 2, e demonstrou que 55%(n=22) apresentavam
prótese dentária enquanto as demais, não.
	 Quanto à necessidade de uso, 18 idosas que não
possuíam prótese deveriam estar utilizando, pois
apresentavam lesões em mucosas e gengivas causadas
durante a alimentação. Das 22 residentes que possuíam
prótese, 64%(n=14) necessitavam novas próteses pois,
as utilizadas apresentavam-se desgastadas, quebradas,
em péssimas condições de uso, o que pode ocasionar
lesão na cavidade bucal.
	 Em relação ao número de dentes, das 40 idosas
que participaram do estudo 75%(n=30) não possuíam
nenhum dente. Entre as 10 participantes dentadas e de
acordo com a tabela 2 a seguir, 70%(n=7) apresen-
tavam cárie e 70%(n=7) possuíam dentes obturados;
60%(n=6) estavam com periodontite, e todas neces-
sitavam de alguma extração dentária.
	 Referente à higiene oral, 3%(n=1) apresentavam boa
Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
493
Uso de prótese dentária n %
Sim 22 55
Não 18 45
Necessidade de substituição 14 64
Presença de dentes
Edentadas 30 75
Dentadas 10 25
Cáries 7 70
Obturações 7 70
Periodontite 6 60
Necessidade de extração 10 100
Tabela 2- Caracterização da cavidade oral de idosas. Ponta
Grossa, 2011
condição, 25%(n=10) regular e 73%(n=29) ruim. O exa-
me físico da cavidade oral, conforme a tabela 3, revelou
que 93%(n=37) das idosas possíam coloração de lábios
normal; 97% (n=39) estavam dentro da faixa de nor-
malidade em relação a edema labial; lábios hidratados
(88%;n=35); com lesões observadas em 33%(n=13) das
participantes. Em relação à mucosa 100todas possuíam
coloração, textura e hidratação normal, com integridade
em 63%(n=25). A coloração normal da gengiva estava
presenteemtodasasidosasepresençadelesãoemtecido
gengival foi verificada em 48% (n=19) das participantes;
52% (n=21) tinham o tecido íntegro.
	 Quanto ao exame da língua, o tamanho e a posi-
ção eram normais, porém 10% (n=4) demonstravam
coloração alterada e lesões, em 20% (n=8) dos casos
foi constatada proeminência óssea devido ao uso de
próteses em mau estado.
DISCUSSÃO
	 O estudo apontou a faixa etária de 71 a 75 anos
como predominante, quanto ao estado civil, 29 (72%)
idosas eram solteiras e 10 (25%) eram viúvas. A popu-
lação brasileira atualmente apresenta um novo padrão
demográfico que se caracteriza pela redução da taxa
de crescimento populacional e por transformações pro-
fundas na composição de sua estrutura etária, com um
significativo aumento do contingente de idosos, em sua
maioria mulheres, com uma expectativa de vida média
de 76,2 anos, ou seja, 7,6 anos a mais que os homens(16)
.
	 Quanto à escolaridade, 31 idosas (77%) não eram
alfabetizadas. O alto índice de analfabetismo nessa
faixa etária pode estar relacionado com a dificuldade
de acesso ao ensino e falta de incentivo familiar para
frequentar a escola, já que a maioria das mulheres era
criada para que casassem e cuidassem do lar. Autores
Lábios n %
Coloração normal 37 93
Coloração anormal 3 7
Presença de edema 1 3
Ausência edema 39 97
Hidratação 35 88
Desidratação 5 12
Total de lesões 13 33
Lesão lábio superior 1 8
Lesão lábio inferior 9 69
Lesão em ambos 3 23
Mucosa n %
Coloração normal 40 100
Hidratação 40 100
Textura normal 40 100
Presença de lesão 15 37
Ausência de lesão 25 63
Gengiva n %
Coloração normal 40 100
Presença de edema 1 3
Sangramento 1 3
Presença de lesão 19 48
Ausência de lesão 21 52
Língua n %
Coloração 4 10
Tamanho 40 100
Posição 40 100
Presença de lesão 4 10
Palato n %
Coloração normal 40 100
Formato normal 40 100
Proeminência óssea 8 20
Tabela 3 - Exame físico da cavidade oral de idosas em uma
ILPI. Ponta Grossa, 2011
consideram que a escolaridade é uma variável impor-
tante, um fator de proteção à saúde, pois quanto mais
instruído o indivíduo menor será a chance de exposi-
ção a fatores de risco para doenças e melhor será seu
entendimento para autocuidado.(7,17)
	 Referente à necessidade de uso de prótese, observa-
-se um número significativo de idosas que utilizam,
dado que converge com os resultados do Projeto Saúde
Bucal Brasil 2010 que apontam mais de 3 milhões de
brasileiros com 65 anos ou mais precisam de próteses
completas e 4 milhões precisam de próteses parciais(17)
.
Portanto, o estado de conservação dentária dos idosos,
a intensidade das doenças bucais e a prevalência de
edentulismo são um reflexo do acesso à atenção em
saúde bucal e da condição de vida desta população(18)
.
Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
494
	 Em relação ao número de dentes, verificou-se 75%
de edentadas. Os resultados encontrados podem ser
explicados pelo fato de que os idosos na sua infância,
podem não ter realizado os cuidados adequados com
a higiene oral. Ressalta-se, que a perda dos dentes não
é um fenômeno natural do envelhecimento, diversos
motivos contribuem para a perda dentária e não está
obrigatoriamente ligada à idade(19)
. Estudos sobre neces-
sidades de tratamentos odontológicos para pessoas ido-
sasevidenciamque55,74%delassofremdeedentulismo,
o que torna-se este um problema de saúde pública(20-21)
.
	 As idosas dentadas, em sua maioria, apresentavam
cáries, obturações e periodontites. A literatura nacional
confirma essa realidade ao destacar que independente-
mente das condições de vida e saúde geral dos idosos,
são altos os índices de edentulismo, cárie e doença pe-
riodontal, além da elevada necessidade de próteses(4,22)
.
	 Destaca-seainda,queousodeprótesespodeaumen-
tar a predisposição dos pacientes ao desenvolvimento
de patologias, como a cárie dentária, periodontopatias e
processos inflamatórios da mucosa, sendo a rotina de hi-
giene oral essencial para manter a saúde dos tecidos, pre-
venindo o desenvolvimento das referidas patologias(23)
.
	 Concernente à higiene oral, constatou-se uma situa-
ção precária e ruim. Por um lado, entende-se que com o
avançar da idade, há uma tendência de declínio no nível
de higiene bucal e aumento da incidência de doenças bu-
cais.Noentanto,fatorescomoadiminuiçãodacapacida-
de motora, baixa autoestima, estímulo para a realização
da higiene bucal, incapacidade de realizar sua própria
higiene, comprometimento da visão e audição, contri-
buem para higiene bucal pobre e aumento do risco das
pessoas idosas desenvolverem enfermidades bucais(24)
.
	 O exame físico da cavidade oral apontou um núme-
ro significativo de idosas (n=37; 93%) que apresentavam
coloração de lábios normal. A hidratação labial pôde
ser vista em 88% (n=35) das idosas. As lesões em lábios
puderam ser observadas em 33% (n=13) residentes.
	 Em relação à mucosa 100% possuíam coloração,
textura e hidratação normal, mas a incidência de le-
sões foi de 37% (n=15). Edema e sangramento foram
observados em apenas 3% (n=1); a presença de lesão
em tecido gengival foi observada em 48% (n=19) e 52%
(n=21) tinham o tecido íntegro.
	 Quanto ao exame da língua, o tamanho e a posi-
ção eram normais, porém 10 % (n=4) demonstravam
coloração alterada e lesões, destaca-se que foi cons-
tatada em 20% (n=8) das participantes, observou-se
problemas bucais como líquen plano, hiperplasia e
alteração da proeminência óssea, esta última podendo
ser resultada do uso de próteses em mau estado.	
	 A literatura aponta que as alterações gengivais mais
comumente encontradas em pacientes idosos são dimi-
nuição da queratinização, aumento na largura da gen-
giva, diminuição da celularidade do tecido conjuntivo,
aumento na quantidade de substâncias intercelulares,
redução no consumo de oxigênio, retração e perda de
inserção gengival(25)
.
	 As hiperplasias fibrosas inflamatórias são as lesões
que mais comumente aparecem em função, especial-
mente, da ação das bordas das dentaduras no fórnix
dos vestíbulos. Elas representam uma resposta frente à
compressão dos tecidos moles, formando grandes mas-
sas teciduais que, mesmo indolores, causam incômodo
aopaciente(26)
.Outroaspectoimportanteaserressaltado,
é que o uso da escova de dente é um fator de risco para
lesão de mucosa e gengiva de residentes edentadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	 Com o avançar da idade e a diminuição da cog-
nição, há um aumento significativo na necessidade de
auxílio em atividades cotidianas e a higienização da
cavidade oral geralmente fica prejudicada. Dessa for-
ma, pôde-se observar que o número de idosas depen-
dentes é alto, e a necessidade total de cuidados torna-se
um problema para a equipe cuidadora, dificultando o
atendimento de qualidade prestado a cada uma delas.
	 Práticas de saúde preventivas são essenciais para
evitar problemas bucais, nas quais devem ser adotadas
técnicas e produtos diferenciados, adequados as neces-
sidades dos idosos, exigindo conhecimento teórico e
prático por parte de quem realiza a rotina de higieniza-
ção. A avaliação da cavidade bucal é a primeira etapa
para a elaboração de um protocolo de cuidado e deve
ser realizada pela equipe de saúde, considerando a con-
dição clínica, risco de sangramento, lesões na cavidade
bucal, abertura da boca, presença ou não de dentes.
	 Destaca-se a importância do trabalho interdiscipli-
nar, no qual os profissionais de saúde devem elaborar
protocolos que possam ser exequíveis e promoverem
treinamentos para adesão do tratamento, além de ava-
liarem, posteriormente, essas recomendações.
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Avaliacão da cavidade e higiene oral de idosas residentes em uma instituição de longa permanência.

  • 1. See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/259692775 AVALIAÇÃO DA CAVIDADE E HIGIENE ORAL DE IDOSAS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA Article · September 2013 DOI: 10.5380/ce.v18i3.33561 CITATIONS 0 READS 63 6 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Fragilidade em idosos View project Fragilidade em idosos longevos View project Clóris Regina Blanski Grden State University of Ponta Grossa 18 PUBLICATIONS 13 CITATIONS SEE PROFILE Cld Silva State University of Ponta Grossa 13 PUBLICATIONS 4 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Clóris Regina Blanski Grden on 29 October 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file. All in-text references underlined in blue are added to the original document and are linked to publications on ResearchGate, letting you access and read them immediately.
  • 2. 490 AVALIAÇÃO DA CAVIDADE E HIGIENE ORAL DE IDOSAS RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA Clóris Regina Blanski Grden1 , Luciane Patrícia Andreani Cabral2 , Pollyanna Kássia de Oliveira Borges3 , Camila Soeiro de Sousa do Nascimento4 , Lídia Dalgallo Zarpellon5 , Carla Luiza da Silva6 RESUMO: Pesquisa quantitativa descritiva com objetivo de avaliar a cavidade e a higiene oral de idosas residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, no município de Ponta Grossa-Paraná, em 2011. Os resultados apontam faixa etária predominante entre 71-75 anos (n=13; 33%), solteiras (n=29;72%) e não alfabetizadas (n=31;77%). Quanto à avaliação, 55% das idosas utilizam prótese dentária, 75% são edentadas e destas, 60% apresentaram periodontite; referente à higiene oral, 73% apresentavam condição ruim. Conclui-se que, apesar dos avanços tecnológicos, estudos referentes aos problemas bucais dos idosos são escassos, tornando necessária a elaboração de programas preventivos e educativos para que adultos e idosos possam planejar sua velhice com condições de saúde bucal mais satisfatória. DESCRITORES: Higiene bucal; Idoso; Assistência odontológica para idosos. 1 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG. 2 Enfermeira. Mestranda em Tecnologia e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná- PUC PR. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG. 3 Dentista. Doutora em Saúde Coletiva. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG. 4 Enfermeira. 5 Enfermeira. Mestre em Educação. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG. 6 Enfermeira. Mestranda em Tecnologia em Saúde pela PUC PR. Bolsista CAPES. Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG. Autor correspondente: Clóris Regina Blanski Grden Universidade Estadual de Ponta Grossa Av.Gen.CarlosCavalcanti,4748-84030-900-PontaGrossa-PR-Brasil Email: reginablanski@hotmail.com Recebido: 15/10/2012 Aprovado:25/07/2013 EVALUATION OF CAVITIES AND ORAL HYGIENE IN ELDERLY FEMALE RESIDENTS IN A LONG-TERM CARE FACILITY ABSTRACT: Quantitative descriptive research, aiming to evaluate cavities and oral hygiene among elderly residents in a Long-Term Care Facility for the Elderly, in the municipality of Ponta Grossa in the state of Paraná, in 2011. The results indicate predominance of: age range between 71-75 years old (n=13; 33%), single (n=29;72%) and illiterate (n=31;77%). Regarding the evaluation, 55% of the elderly use dentures, 75% have few teeth, and of these, 60% have periodontitis; referent to oral hygiene, 73% have bad conditions. It is concluded that in spite of technological advances, studies referring to the oral problems among the elderly are few, making it necessary to elaborate preventive, educational programs so that adults and the elderly may plan their old age with more satisfactory oral health conditions. DESCRIPTORS: Oral hygiene; Elderly; Dental assistance for the elderly. EVALUACIÓN DE LA CAVIDAD E HIGIENE BUCAL DE ANCIANAS QUE VIVEN EN UNA INSTITUCIÓN DE LARGA PERMANENCIA RESUMEN: Investigación cuantitativa descriptiva hecha con el objetivo de evaluar la cavidad y la higiene bucal de ancianas que viven en una Institución de Larga Permanencia para Ancianos, en el municipio de Ponta Grossa, Paraná, en 2011. Los resultados apuntan franja etaria predominante entre 71-75 años (n=13; 33%), solteras (n=29;72%) y no alfabetizadas (n=31;77%). Acerca de la evaluación, 55% de las ancianas utilizan prótesis dentaria, 75% presentan dientes y, de estas, 60% presentaron enfermedadenperiodonto.Acercadelahigieneoral,73%presentabanmalascondiciones.Seconcluyeque,apesardelosavances tecnológicos, estudios referentes a los problemas bucales delos ancianos son escasos, siendo necesaria lacreación de programas preventivos y educativos para que adultos y ancianos puedan planear su vejez con condiciones de salud bucal más satisfactorias. DESCRIPTORES: Higiene bucal; Anciano; Asistencia odontológica para ancianos. Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
  • 3. 491 INTRODUÇÃO Atualmente, chegar à velhice é uma realidade mesmo nos países mais pobres. Ainda que a melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações observada no século XX esteja longe de se distribuir de forma equitativa nos diferentes países e contextos socioeconômicos, envelhecer não é mais privilégio de poucos(1) . O aumento da expectativa de vida e a diminuição das taxas de natalidade ocasionaram um aumento significativo no número de idosos no Brasil. No entanto, em sua maioria, o indivíduo atinge idade avançada com vários problemas de saúde, exigindo que outra pessoa, familiar ou não, assuma o papel de assisti- -lo(2) . Nesse sentido, o cuidador torna-se responsável por oferecer ajuda para suprir a incapacidade funcional, temporária, ou definitiva, incluindo ações que visam auxiliar o idoso, impedido física ou mentalmente a desempenhar tarefas práticas de atividades cotidianas e de autocuidado(3) . Dentre as atividades diárias prejudicadas com a passagem dos anos está o cuidado com a higieniza- ção oral, o que acarreta em aumento da incidência de doenças bucais e sistêmicas. A saúde bucal nos idosos mostra-se como um fator indispensável para o envelhecimento sau- dável e uma boa qualidade de vida, entretanto, as condições desiguais em que as pessoas vivem e trabalham são refletidas nitidamente na saúde da boca, uma vez que idosos expostos a situações de vulnerabilidade social estão mais sujeitos à interferência direta dos determinantes sociais no processo saúde-doença(4:2976) . Concernente à doença periodontal, é uma patologia que ocorre com frequência em idosos dentados mais vulneráveis e tem como agente causador a placa bac- teriana que se acumula sobre as superfícies do esmalte dentário e no sulco gengival(5) . Desta forma, a perio- dontite é uma patologia oral de grande importância e é considerada a sexta complicação clássica do diabetes(6) . A boca, por não ser um órgão isolado do corpo humano, deve ser vista como parte integrante deste. Portanto, a saúde oral deve estar inserida no contexto da saúde geral e sistêmica e cabe aos responsáveis pelo cuidado ao indivíduo com alto grau de dependência mantê-la(7) . Atualmente, a responsabilidade de assistir os idosos em suas atividades básicas de vida diária com maior frequência é de terceiros, pois, em muitos casos as famílias não dispõem de tempo para prestar os cui- dados necessários. Desta forma, a procura pela assis- tência em casas de repouso ou Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) torna-se uma opção. Estudos realizados nessas instituições revelam que o cuidado com a saúde bucal aos residentes não tem sido contemplado(8-10) , situação que agrava-se nos casos em que os idosos apresentam algum grau de dependência ou autonomia comprometida. A motivação para este estudo ocorreu por meio da verificação de uma rotina inadequada de higiene oral em idosas dependentes e parcialmente dependentes para esta ação, e a preocu- pação com os agravos bucais e sistêmicos que podem ocorrer devido à falta de entendimento da importância deste cuidado. Têm-se observado nas instituições, em geral, a ausência de protocolos de procedimentos, falta de atenção especializada e ausência de programas de orientação e capacitação dos cuidadores profissionais ou leigos(11) , o que pode ser justificado pela ausência, no Brasil, de normas específicas referentes ao cuidado à saúde bucal em instituições. Considera-se que a saúde bucal faz parte do cuidado do cliente como ser integral, sendo importante ressaltar que a realização regular da higienização oral pode prevenir patologias de origem periodontal. Portanto, há necessidade de adaptar e implantar protocolos com medidas sistematizadas de higiene bucal a serem adotadas nas instituições, bem como a capacitação dos cuidadores nessa atividade, a fim de manter a saúde bucal entre os idosos institucio- nalizadas(12) . Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a cavidade e higiene oral de idosas residentes em uma instituição de longa permanência para idosos. MÉTODO Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, de- rivado do projeto intitulado “A higiene oral no idoso: percepção da equipe de enfermagem em uma ILPI”. A coleta de dados ocorreu no período de 15 a 30 de agosto de 2011 em uma ILPI, localizada na cidade de Ponta Grossa, Paraná. A população compreendeu 40 idosas residentes na instituição. Foram estabelecidos os seguintes critérios para inclusão dos longevos no estu- do: ser idoso (60 anos ou mais), sexo feminino, residir na ILPI, aceitar participar do estudo ou autorização da família, apresentar nível de cognição que possibilitasse a participação, identificado por meio dos pontos de corte do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)(13) , e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
  • 4. 492 A abordagem dos participantes ocorreu nas depen- dências da casa asilar, nos quartos e na sala de consulta de enfermagem, tendo como primeira etapa do estudo a triagem para a função cognitiva dos idosos longevos (screening cognitivo) por meio do MEEM. Foram utilizados os pontos de corte de 13 pontos para idosas analfabetas, 18 pontos para aquelas com escolaridade baixa e média e 26 pontos para escolaridade alta(13) . Para as idosas que apresentaram dificuldades para se comunicar verbalmente, embora atingissem os pon- tos de corte, foi convidado a participar, nessa etapa, o cuidador familiar. Para esse cuidador, elencaram-se os seguintes critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 18 anos; ser familiar que auxilia no cuidado à idosa institucionalizada e assinar o TCLE. Na sequência, avaliou-se a cavidade oral e o estado de higiene bucal das idosas, com base no instrumento de avaliação da OMS(14) , adaptado para a realidade da pesquisa. Nesta etapa, foi necessária a utilização de um evidenciador de placa bacteriana à base de eritrosina, flúor 1.100 PPM e sorbitol (açúcar não cariogênico). Este método é indicado como evidenciador de placa bacteriana para auxiliar no controle da higiene bucal, uma vez que marca a placa bacteriana na cor rosa(15) . As variáveis coletadas foram dados sociodemo- gráficos, uso de prótese, número de dentes, necessi- dades de extração ou substituição da prótese, dentes com cárie, perdidos ou restaurados, avaliação da higiene oral classificada em boa, regular ou ruim. O exame físico da cavidade oral foi realizado por meio de roteiro de avaliação elaborado pelos próprios autores, com as seguintes informações: coloração, textura, hidratação, presença de edema ou sangra- mento, lesões em lábios, mucosa, gengiva, língua, palato duro e mole. Após a coleta de dados, foi realizada análise quan- titativa simples, sendo os dados organizados e arma- zenados no banco de dados do programa Microsoft Office Excel® 2007, para posterior tabulação gerando estatísticas percentuais da amostra. Os dados foram organizados em gráficos e tabelas, com o intuito de demonstrar como se apresenta a cavidade e higiene oral das residentes. O estudo foi consentido pelo diretor da institui- ção e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa, através do protocolo n. 16304/10. Foram observados os preceitos éticos exigidos pela Resolução 196/96 garantindo assim a desistência do estudo por parte das idosas e membros da instituição a qualquer momento da pesquisa. RESULTADOS A faixa etária predominante foi de 33% (n=13) entre 71-75 anos; e a maioria era solteira, representando 72% (n=29), não alfabetizadas (77%, n=31) e a totalidade era de religião católica (Tabela 1). Faixa etária n % 60-64 anos 11 27 65-70 anos 04 10 71-75 anos 13 33 76-80 anos 04 10 Acima de 80 anos 08 20 Estado civil Casada 01 03 Viúva 10 25 Convivente - - Solteira 29 72 Escolaridade 1° grau incompleto 02 05 1° grau completo 05 13 2° grau completo 02 05 Não alfabetizado 31 77 Religião Católica 40 100 Evangélica - - Outras - - Tabela 1- Caracterização sociodemográfica de idosas em uma ILPI. Ponta Grossa, 2011 A segunda etapa da pesquisa compreendeu a avalia- ção da cavidade e higiene oral das idosas, representado na tabela 2, e demonstrou que 55%(n=22) apresentavam prótese dentária enquanto as demais, não. Quanto à necessidade de uso, 18 idosas que não possuíam prótese deveriam estar utilizando, pois apresentavam lesões em mucosas e gengivas causadas durante a alimentação. Das 22 residentes que possuíam prótese, 64%(n=14) necessitavam novas próteses pois, as utilizadas apresentavam-se desgastadas, quebradas, em péssimas condições de uso, o que pode ocasionar lesão na cavidade bucal. Em relação ao número de dentes, das 40 idosas que participaram do estudo 75%(n=30) não possuíam nenhum dente. Entre as 10 participantes dentadas e de acordo com a tabela 2 a seguir, 70%(n=7) apresen- tavam cárie e 70%(n=7) possuíam dentes obturados; 60%(n=6) estavam com periodontite, e todas neces- sitavam de alguma extração dentária. Referente à higiene oral, 3%(n=1) apresentavam boa Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
  • 5. 493 Uso de prótese dentária n % Sim 22 55 Não 18 45 Necessidade de substituição 14 64 Presença de dentes Edentadas 30 75 Dentadas 10 25 Cáries 7 70 Obturações 7 70 Periodontite 6 60 Necessidade de extração 10 100 Tabela 2- Caracterização da cavidade oral de idosas. Ponta Grossa, 2011 condição, 25%(n=10) regular e 73%(n=29) ruim. O exa- me físico da cavidade oral, conforme a tabela 3, revelou que 93%(n=37) das idosas possíam coloração de lábios normal; 97% (n=39) estavam dentro da faixa de nor- malidade em relação a edema labial; lábios hidratados (88%;n=35); com lesões observadas em 33%(n=13) das participantes. Em relação à mucosa 100todas possuíam coloração, textura e hidratação normal, com integridade em 63%(n=25). A coloração normal da gengiva estava presenteemtodasasidosasepresençadelesãoemtecido gengival foi verificada em 48% (n=19) das participantes; 52% (n=21) tinham o tecido íntegro. Quanto ao exame da língua, o tamanho e a posi- ção eram normais, porém 10% (n=4) demonstravam coloração alterada e lesões, em 20% (n=8) dos casos foi constatada proeminência óssea devido ao uso de próteses em mau estado. DISCUSSÃO O estudo apontou a faixa etária de 71 a 75 anos como predominante, quanto ao estado civil, 29 (72%) idosas eram solteiras e 10 (25%) eram viúvas. A popu- lação brasileira atualmente apresenta um novo padrão demográfico que se caracteriza pela redução da taxa de crescimento populacional e por transformações pro- fundas na composição de sua estrutura etária, com um significativo aumento do contingente de idosos, em sua maioria mulheres, com uma expectativa de vida média de 76,2 anos, ou seja, 7,6 anos a mais que os homens(16) . Quanto à escolaridade, 31 idosas (77%) não eram alfabetizadas. O alto índice de analfabetismo nessa faixa etária pode estar relacionado com a dificuldade de acesso ao ensino e falta de incentivo familiar para frequentar a escola, já que a maioria das mulheres era criada para que casassem e cuidassem do lar. Autores Lábios n % Coloração normal 37 93 Coloração anormal 3 7 Presença de edema 1 3 Ausência edema 39 97 Hidratação 35 88 Desidratação 5 12 Total de lesões 13 33 Lesão lábio superior 1 8 Lesão lábio inferior 9 69 Lesão em ambos 3 23 Mucosa n % Coloração normal 40 100 Hidratação 40 100 Textura normal 40 100 Presença de lesão 15 37 Ausência de lesão 25 63 Gengiva n % Coloração normal 40 100 Presença de edema 1 3 Sangramento 1 3 Presença de lesão 19 48 Ausência de lesão 21 52 Língua n % Coloração 4 10 Tamanho 40 100 Posição 40 100 Presença de lesão 4 10 Palato n % Coloração normal 40 100 Formato normal 40 100 Proeminência óssea 8 20 Tabela 3 - Exame físico da cavidade oral de idosas em uma ILPI. Ponta Grossa, 2011 consideram que a escolaridade é uma variável impor- tante, um fator de proteção à saúde, pois quanto mais instruído o indivíduo menor será a chance de exposi- ção a fatores de risco para doenças e melhor será seu entendimento para autocuidado.(7,17) Referente à necessidade de uso de prótese, observa- -se um número significativo de idosas que utilizam, dado que converge com os resultados do Projeto Saúde Bucal Brasil 2010 que apontam mais de 3 milhões de brasileiros com 65 anos ou mais precisam de próteses completas e 4 milhões precisam de próteses parciais(17) . Portanto, o estado de conservação dentária dos idosos, a intensidade das doenças bucais e a prevalência de edentulismo são um reflexo do acesso à atenção em saúde bucal e da condição de vida desta população(18) . Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
  • 6. 494 Em relação ao número de dentes, verificou-se 75% de edentadas. Os resultados encontrados podem ser explicados pelo fato de que os idosos na sua infância, podem não ter realizado os cuidados adequados com a higiene oral. Ressalta-se, que a perda dos dentes não é um fenômeno natural do envelhecimento, diversos motivos contribuem para a perda dentária e não está obrigatoriamente ligada à idade(19) . Estudos sobre neces- sidades de tratamentos odontológicos para pessoas ido- sasevidenciamque55,74%delassofremdeedentulismo, o que torna-se este um problema de saúde pública(20-21) . As idosas dentadas, em sua maioria, apresentavam cáries, obturações e periodontites. A literatura nacional confirma essa realidade ao destacar que independente- mente das condições de vida e saúde geral dos idosos, são altos os índices de edentulismo, cárie e doença pe- riodontal, além da elevada necessidade de próteses(4,22) . Destaca-seainda,queousodeprótesespodeaumen- tar a predisposição dos pacientes ao desenvolvimento de patologias, como a cárie dentária, periodontopatias e processos inflamatórios da mucosa, sendo a rotina de hi- giene oral essencial para manter a saúde dos tecidos, pre- venindo o desenvolvimento das referidas patologias(23) . Concernente à higiene oral, constatou-se uma situa- ção precária e ruim. Por um lado, entende-se que com o avançar da idade, há uma tendência de declínio no nível de higiene bucal e aumento da incidência de doenças bu- cais.Noentanto,fatorescomoadiminuiçãodacapacida- de motora, baixa autoestima, estímulo para a realização da higiene bucal, incapacidade de realizar sua própria higiene, comprometimento da visão e audição, contri- buem para higiene bucal pobre e aumento do risco das pessoas idosas desenvolverem enfermidades bucais(24) . O exame físico da cavidade oral apontou um núme- ro significativo de idosas (n=37; 93%) que apresentavam coloração de lábios normal. A hidratação labial pôde ser vista em 88% (n=35) das idosas. As lesões em lábios puderam ser observadas em 33% (n=13) residentes. Em relação à mucosa 100% possuíam coloração, textura e hidratação normal, mas a incidência de le- sões foi de 37% (n=15). Edema e sangramento foram observados em apenas 3% (n=1); a presença de lesão em tecido gengival foi observada em 48% (n=19) e 52% (n=21) tinham o tecido íntegro. Quanto ao exame da língua, o tamanho e a posi- ção eram normais, porém 10 % (n=4) demonstravam coloração alterada e lesões, destaca-se que foi cons- tatada em 20% (n=8) das participantes, observou-se problemas bucais como líquen plano, hiperplasia e alteração da proeminência óssea, esta última podendo ser resultada do uso de próteses em mau estado. A literatura aponta que as alterações gengivais mais comumente encontradas em pacientes idosos são dimi- nuição da queratinização, aumento na largura da gen- giva, diminuição da celularidade do tecido conjuntivo, aumento na quantidade de substâncias intercelulares, redução no consumo de oxigênio, retração e perda de inserção gengival(25) . As hiperplasias fibrosas inflamatórias são as lesões que mais comumente aparecem em função, especial- mente, da ação das bordas das dentaduras no fórnix dos vestíbulos. Elas representam uma resposta frente à compressão dos tecidos moles, formando grandes mas- sas teciduais que, mesmo indolores, causam incômodo aopaciente(26) .Outroaspectoimportanteaserressaltado, é que o uso da escova de dente é um fator de risco para lesão de mucosa e gengiva de residentes edentadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o avançar da idade e a diminuição da cog- nição, há um aumento significativo na necessidade de auxílio em atividades cotidianas e a higienização da cavidade oral geralmente fica prejudicada. Dessa for- ma, pôde-se observar que o número de idosas depen- dentes é alto, e a necessidade total de cuidados torna-se um problema para a equipe cuidadora, dificultando o atendimento de qualidade prestado a cada uma delas. Práticas de saúde preventivas são essenciais para evitar problemas bucais, nas quais devem ser adotadas técnicas e produtos diferenciados, adequados as neces- sidades dos idosos, exigindo conhecimento teórico e prático por parte de quem realiza a rotina de higieniza- ção. A avaliação da cavidade bucal é a primeira etapa para a elaboração de um protocolo de cuidado e deve ser realizada pela equipe de saúde, considerando a con- dição clínica, risco de sangramento, lesões na cavidade bucal, abertura da boca, presença ou não de dentes. Destaca-se a importância do trabalho interdiscipli- nar, no qual os profissionais de saúde devem elaborar protocolos que possam ser exequíveis e promoverem treinamentos para adesão do tratamento, além de ava- liarem, posteriormente, essas recomendações. REFERÊNCIAS 1. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Públ. [Internet]2009;43(3)[acessoem21nov2011].Disponível: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009005000025 Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5
  • 7. 495 2. Paulo MG, Teixeira AR, Jotz GP, Barba MC, Bergmann RS. Avaliação da qualidade de vida de cuidadores de idosos portadores de deficiência auditiva: influência do uso de próteses auditivas. Arq Int Otorrinolaringol. 2008;12(1):24-27. 3. Giacomin KC, Uchoa E, Lima-Costa MF. Projeto Bambuí: A experiência do cuidado domiciliário por esposas de idosos dependentes. Cad. Saúde Pública. 2005;21(5):1509-18. 4. Simões ACA, Carvalho DM. A realidade da saúde bucal do idoso no Sudeste brasileiro. Ciênc. saúde colet. 2011;16(6):2975-82. 5. Pereira MTP, Montenegro FLB. Idosos: prevenção na saúde bucal. Scribd [Internet] 2009 [acesso em ago 2011]. Disponível: http://pt.scribd.com/doc/17088229/ Idosos-prevencao-na-saude-bucal# 6. Kawamura JY. Avaliação clínica, radiográfica e imunohistoquímica da doença periodontal em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 [dissertação]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2002. 7. Araújo MVM, Vieira MA, Bonan PRF, Costa SM. Atuação dos profissionais de enfermagem nos cuidados com a higiene bucal de idosos institucionalizados em Montes Claros – MG. Rev APS. 2010;13(1):10-17. 8. Macentee MI. Missing links in oral health care for frail elderly people. J Can Dent Assoc. 2006;72(5):421-5. 9. MontalS,TraminiP,TriayJA,ValcarcelJ.Oralhygieneand the need for treatment of the dependent institutionalized elderly. Gerodontology 2006;23(2): 67-72. 10. De Visschere L, Baat C, Schols JM, Deschepper E, Vanobbergen J. Evaluation of the implementation of na ‘oral hygiene protocol” in nursing homes: a 5-year longitudinal study. Community Dent Oral Epidemiol. 2011;39(5):416-25. 11. Saliba NA, Moimaz SAS, Marques JAM, Prado RL. Perfil de cuidadores de idosos e percepção sobre saúde bucal. Interface. 2007; 11(21):39-50. 12. Gonçalves LHT, Mello ALSF, Zimermann K. Validação de instrumento de avaliação das condições de saúde bucal de idosos institucionalizados. Esc. Anna Nery. 2010;14(4):839-47. 13. Bertolucci PHF. O miniexame do estado mental em uma população geral. Impacto da escolaridade. Arq. Neuropsiquiatria. 1994;52(1):1-7. 14. World Health Organization. Oral Health Surveys-Basic Methods. Geneva; 2007. p.36-9. 15. PintoVG. Saúde Bucal Coletiva. 6ª ed. São Paulo: Santos; 2013. 16. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE [Internet].RiodeJaneiro.Indicadoressociodemográficos e de saúde no Brasil 2009 [acesso em 29 ago 2011]. Disponível: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao/indic_sociosaude/2009/default.htm 17. Saúde Bucal Brasil. Projeto Saúde Bucal Brasil 2010. [Internet] [acesso em 28 set 2011] Disponível: http:// www.sbbrasil2010.org/ 18. Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção em Saúde Bucal. Belo Horizonte: SAS/MG; 2006. 19. Silva SO, Trentin MS, Linden MSS, Carli JP, Silveira Neto N, Luft LR. Saúde bucal do idoso institucionalizado em dois asilos de Passo Fundo – RS. RGO. 2008;56(3):303-8. 20. Tibério D, Santos MTBR, Ramos LR. Estado periodontal e necessidade de tratamento em idosos. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. 2005;59(1): 69-72. 21. Silva SRC, Fernandes RAC. Autopercepção das condições de saúde bucal por idosos. Rev. Saúde Públ. 2001;35(4):349-55. 22. Colussi CF, Freitas SFT. Aspectos epidemiológicos da saúde bucal do idoso no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2002;18(5):1313-20. 23. Fonseca P, Areias C, Figueiral MH. Higiene de próteses Removíveis. Rev Port Estomatol Cir Maxilofac. 2007;48(3):141-6. 24. Mello ALSF, Erdmann AL, Caetano JC. Saúde bucal do idoso: por uma política inclusiva. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):696-704. 25. Pereira MTP, Montenegro FLB. Terceira idade: a importância das lesões na mucosa bucal. [acesso em 28 out 2011] Disponível: http://boasaude.uol.com.br/ lib/emailorprint.cfm?id=5429&type=lib. 26. Filho Gennari H. O exame clínico em prótese total. Revista Odontológica de Araçatuba. 2004;25(2):62-71. Cogitare Enferm. 2013 Jul/Set; 18(3):490-5 View publication statsView publication stats