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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL




      MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR




   PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS




                Curitiba, 2011
2



   MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR




PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS




            Trabalho de final de curso apresentado como
            requisito parcial para obtenção do título de
            especialista em Gestão Cultural do Serviço
            Nacional de Aprendizagem Comercial turma
            GECPRO2.
            Orientadora: Profª. Drª. Glaucia da Silva Brito




             Curitiba, 2011
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   MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR


PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS




            Trabalho de final de curso apresentado como
            requisito parcial para obtenção do título de
            especialista em Gestão Cultural do Serviço
            Nacional de Aprendizagem Comercial turma
            GECPRO2.




       Aprovado em ___/___/____




         BANCA EXAMINADORA




    ______________________________
            AVALIADOR 1




    ______________________________
            AVALIADOR 2




    ______________________________
              orientador


            Curitiba - 2011
4




À Cultura Infantil.
5



                             AGRADECIMENTOS




    Aos meus pequenos Gabriel, Pedro e Mariana, que me conduzem.
    A Adriane Havro e Luis Teixeira, pelo exemplo a ser seguido.
    A Isabel Furini, por compartilhar a sua experiência.
    A Glaucia Brito, pelo interesse e apoio orientador.
    A Silvana, por sua essencial companhia.


.
6



                                    RESUMO


A essência deste trabalho consiste em delinear uma ação integradora entre fatores
da Cultura e da Educação, com vista à formação integral dos aprendizes que
povoam a rede pública do ensino fundamental. Para tanto, recorremos a uma base
teórica que oferecesse consistência à prática das atividades formuladas neste
projeto. Assim, a pesquisa contemplou estudos de antropólogos como Edward Tylor,
Franz Boas, Alfred Kroeber e Edgar Morin, assim como dos educadores John
Dewey, Lev Vygotisky, Célestin Freinet e Paulo Freire, fornecendo os subsídios
necessários à fundamentação das ações que compõem a estrutura da Oficina de
Textos, aqui formatada. Esta constitui a base de intercâmbio entre Cultura e
Educação, tão necessária à consolidação do desenvolvimento integral infantil. A
inter-relação dos referidos fatores agrega, mutuamente, valores aos seus
respectivos segmentos, atuando como catalisadores de suas ações específicas.
Neste sentido, o Projeto Cultura e Educação em Textos tem por objetivo apoiar as
diretrizes pedagógicas, orientadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais,
especificamente quanto aos Temas Transversais que, dada a sua essência
multidisciplinar, estabelece íntima afinidade com os mecanismos de expressão
cultural. Simultaneamente, este trabalho se propõe a instigar os aprendizes à
compreensão dos fatores constitutivos dos bens culturais, em particular os
representativos da produção literária que, enquanto abordam conteúdos da
educação formal, habilitam-se para a produção de elementos culturais. Deste modo,
o projeto reúne em si recursos importantes para a abordagem de assuntos
referentes à Cultura e à Educação de forma integrada, cujo resultado, de natureza
sinergética, representa ganhos maiores que os obtidos separadamente.



Palavras-chave: Cultura e Educação; Oficina de Texto; Produção Cultural Escolar.
7



                                        ABSTRACT


The essence in this research consists in delineating an incorporated action between
factors   of    Culture    and     Education,   with    the     purpose   of     an   integral
formation of learners from the public elementary school. For that, we turn to a
theoretical base that offers consistency to the practice of the activities made in this
project. The research includes studies of some anthropologists such as Edward
Tylor, Franz Boas, Alfred Kroeber and Edgar Morin, as well as the educators John
Dewey, Lev Vygotisky, Celestian Freinet and Paulo Freire, providing the subsidies
needed to the justification of actions that compound the structure of the Workshop
Text, here formatted. This forms the basis of exchange between culture and
education, so necessary for the consolidation of an integral development of children.
The interrelationship of these factors adds, to each other, values to their respective
segments,      acting as   catalysts   for their specific   actions.    The    Project Culture
and Education Texts aims to support pedagogical guidelines, guided by the National
curriculum     parameters,       regarding   transversal      issues,   which,    given    it’s
multidisciplinary    nature,      establishes intimate affinity     with the     mechanisms
of cultural expression. Simultaneously, this research aims to instigate learners to
understand the incorporation of cultural factors, particularly the representative of
literacy production that, while approaching content of formal education, can also
enable the production of cultural elements. Thus, the project collects important
resources for addressing issues related to culture and education in an integrated
manner, which results in synergistic nature, representing higher gains than those
obtained separately.


Keywords: Culture and Education, Workshop on Text, Cultural Production School.
8



SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO                           9
2 CULTURA E EDUCAÇÃO                   11
2.1 A Cultura                          11
2.2 A Educação                         14
2.3 Intercâmbio                        18
3 OFICINA DE TEXTOS                    19
3.1 Interdisciplinaridade              20
3.2 Socialização                       21
3.3 Letramento                         23
4 O PROJETO:                           24
4.1 O objetivo do Projeto              24
4.2 Objetivos Específicos              24
4.3 Diagnóstico                        25
4.4 Justificativa                      25
4.5 Metas                              26
4.6 Atividades                         26
4.7 Cronograma                         28
4.8 Recursos                           28
4.9 Plano de Comunicação e Marketing   29
4.9.1 Público Alvo                     29
4.9.2 Aspectos Favoráveis              29
4.9.3 Aspectos Adversos                30
4.9.4 Estratégia                       30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS                 31
6 REFERÊNCIAS                          33
ANEXOS                                 35
9



1 INTRODUÇÃO


      A busca por uma vida melhor é o maior dos objetivos humanos e permeia
todas as classes sociais, seja qual for o tipo de sociedade. Não importa se a
sociedade é primitiva ou high-tech, o sentimento de conquista é fator inerente ao
caráter evolutivo da própria existência. Como afirma o antropólogo Alfred Kroeber
(1876-1960) em seu artigo “O Superorgânico” (1993), este sentido de evolução
deriva, não apenas de sua condição biológica, mas, essencialmente de sua cultura,
o que fundamenta o empenho das gerações em conquistar novos artifícios que
garantam melhores condições de vida para os seus descendentes. Tal interesse
torna-se mais evidente quando o relacionamos à nossa própria prole.
      Motivado por este entendimento (sentimento), decidi, num momento de maior
reflexão, redefinir a rumo de minha vida. Deixei de lado o empreendimento
profissional, na administração de uma entidade pública financeira, para me dedicar
ao projeto de garantir uma melhor situação de vida aos meus três filhos menores. O
termo “situação de vida”, ao qual me refiro, significa bem mais que a mera condição
econômica, capaz de assegurar-lhes o atendimento às necessidades impostas por
padrões de consumo. Significa capacitá-los à exploração dos seus potenciais.
      Imbuído de um sentimento pedagógico, entendi que o sentido da paternidade
só adquire sua real dimensão quando sintoniza a idéia social de desenvolvimento
humano: Ser pai é, antes de tudo, garantir a evolução do núcleo social, que é a sua
própria família, promovendo as condições necessárias ao desenvolvimento integral
de seus filhos. Interessante foi perceber, em contrapartida, que garantir uma
evolução integral da sociedade só é possível quando suas políticas de
desenvolvimento   social   estabelecem     sintonia   com   os   mesmos   princípios
orientadores da paternidade responsável.
      Como pedagogo e amante das artes, encontrei nas produções culturais
excelentes recursos para explorar as qualidades dos meus filhos. Associando
elementos artísticos de seus interesses a importantes conteúdos educacionais,
sobretudo, aqueles de abordagem interdisciplinar, obtive resultados surpreendentes,
tanto no sentido de favorecer a aquisição de conhecimentos, quanto do exercício de
suas habilidades. Tais conquistas reforçaram o meu entendimento sobre a íntima
relação existente entre educação e cultura, despertando o meu interesse por saber
10



mais de suas implicações mútuas, em especial, as que resultam em recursos para a
formação integral dos aprendizes.
      Concluí que um novo desafio, como parte do meu eu social, deveria ser
abraçado, o que tem instigado meu sentimento de pertença e responsabilidade para
com a sociedade, afinal, como diz Paulo Freire (1921-1997): “O verdadeiro
compromisso é a solidariedade” (FREIRE, 1986, p.9). Assim, o desejo de contribuir
para o crescimento integral infantil extrapolou os limites das iniciativas em família e o
presente trabalho representa um passo nesta direção. Isto vem ratificar a idéia inicial
dos princípios da paternidade responsável como orientadores de iniciativas voltadas
para o desenvolvimento harmonioso da sociedade.
      Quis encontrar outras crianças que me trouxessem outras realidades, outras
experiências, e descobri na pedagogia os caminhos para chegar a elas. São
estradas de muitas vias e vários sentidos, cada uma com sua peculiar infra-estrutura
epistemológica – racionalista, positivista, construtivista e outros istas – mas, todas
elas conduzindo a um mesmo destino: a escola, ambiente da cultura infantil. Neste
lugar transbordante de realidades diversas é possível perceber o sentido do termo
“universo”.
      Portanto, sendo a infância o foco de interesse deste estudo, a escola constitui
o local excelente para a realização do projeto integracional, aqui proposto, uma vez
que reúne elementos importantes como: o espaço de trabalho da criatividade; a
estrutura articulada para a vivência e a aprendizagem; a unidade de diversidades e
intercâmbio, entre outros fatores comuns ao universo da cultura e da educação.
Estes elementos são verdadeiros protótipos dos que compõem toda a estrutura
social, razão pela qual, fazem da escola o celeiro cultural da sociedade.
      O desafio, pois, consiste na formatação de uma proposta que contribua para a
formação integral de aprendizes do ensino fundamental. Para tanto, recorri às idéias
de alguns antropólogos e educadores com o objetivo de fundamentar o pensamento
de interagir dinâmicas culturais e educacionais numa única atividade. Neste sentido,
procurei subsídios que respondessem às seguintes perguntas: Quais os objetivos da
Cultura e da Educação? Como se relacionam? O que a Educação pode fazer pela
Cultura e esta, por aquela? Estas questões orientam o desenvolvimento deste
trabalho, buscando pontos de interseção, tratados ao longo dos itens que se
seguem.
11



2 CULTURA E EDUCAÇÃO


                    (...) Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o
                    bem para nós e agradecemos de todo o coração. Mas, aqueles que
                    são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções
                    diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão
                    ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma
                    que a nossa (...). Muitos dos nossos bravos guerreiros foram
                    formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência.
                    Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores,
                    ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a
                    fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir
                    uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram,
                    portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como
                    caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente
                    agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la,
                    para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de
                    Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes
                    ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens. (Trecho
                    da carta-resposta dos chefes indígenas ao governo da Virginia/EUA
                    – Sec. XIX)


. 2.1 A Cultura



      O que é cultura? Responder à pergunta é tão crítico quanto encontrar
resposta para o que vem a ser a natureza humana. A antropologia, neste sentido, se
confunde com a filosofia, por outro lado, inúmeros conceitos foram tecidos na
tentativa de definir uma identidade que favorecesse à sua análise. Dentre eles,
recorri àquele elaborado por Edward Tylor (1832-1917), precursor das teorias mais
recentes:


                    Cultura ou Civilização, tomada em seu amplo sentido etnográfico, é
                    aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral,
                    lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos
                    pelo homem na condição de membro da sociedade. A condição da
                    cultura, entre as diversas sociedades da humanidade, na medida em
                    que ela é capaz de ser investigada a partir de princípios gerais, é um
                    assunto apropriado para o estudo das leis do pensamento e da ação
                    humana. Por um lado, a uniformidade que tão largamente permeia a
                    civilização pode ser atribuída, em grande medida, à ação uniforme de
                    causas uniformes, enquanto por outro, seus vários graus podem ser
                    considerados como estágios de desenvolvimento ou evolução, cada
                    um como resultado da história prévia e prestes a fazer a sua parte na
                    formação da história do futuro. (TYLOR, 1903, p.1)
12



      Esta definição, como afirma Roque Laraia (2006, p.25), “abrange todas as
possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o caráter de
aprendizado da cultura” e é esta característica que pretendo explorar aqui, no
sentido de identificar a sua relação com o processo evolutivo cultural, entendendo
como evolução o encadeamento de fatos que gera o desenvolvimento e
aperfeiçoamento de um dado fenômeno. Este encadeamento pressupõe a existência
de relações de causa e efeito, ou seja, de transmissão de sinais de uma etapa a
outra, como acontece com o aperfeiçoamento biológico no processo hereditário.
      Ocorre que, apesar da “evolução orgânica está essencial e inevitavelmente
ligada a processos hereditários, a evolução social (...), por outro lado, não está, ou
não está necessariamente, associada a agentes hereditários” (KROEBER, 1993,
p.43), mas, a um processo acumulativo de informações, externas ao caráter
biológico, que se inscrevem no tecido peculiar da natureza humana; no composto de
corpo e mente. Este sistema de transmissão confere ao homem capacidades que
extrapolam os limites de sua condição orgânica e a ele Alfred Kroeber (1876-1960)
denominou de “Superorgânico”.
      Assim, o homem, em vez de ter que modificar o seu aparato biológico para se
adaptar às diferentes situações ambientais, ele promove as alterações necessárias
em seu sistema superorgânico, adicionando novos recursos a outros tantos já
acumulados. Tal sistema funciona como uma unidade orgânica, cujo processo
evolutivo se dá a partir do acúmulo de recursos adquiridos, à qual chamamos de
Cultura.
      Acontece, no entanto, que esta evolução não ocorre de forma homogênea,
conforme padrões estabelecidos, pois, deriva da história específica de cada
sociedade e, de acordo com Franz Boas (1858-1942), implica em diferentes modos
de desenvolvimento cultural, os quais se estabelecem segundo parâmetros próprios,
definidos por suas peculiaridades, cuja análise só é possível a partir de abordagens
multilineares (BOAS, 2005). Estas especificidades culturais fundamentam a
diversidade de elementos que compõem o sistema cultural como um todo, exigindo
o conhecimento de modos particulares de abordagem, imprescindíveis ao
tratamento da Cultura, enquanto identidade superorgânica.
      Dito isso, é possível concluir que a dinâmica acumulativa de recursos,
necessária à adequação do homem ao ambiente, é favorecida pelos inúmeros e
13



distintos processos de obtenção do conhecimento, isto é, da aprendizagem, que se
comportam como agentes catalisadores do desenvolvimento cultural. Tais processos
constituem instrumentos, pelos quais, se estabelece a cadeia evolutiva do
Superorgânico, porém, para compreendê-los, é fundamental conhecer a essência
deste conhecimento.
      Edgar Morin (1921) afirma que não há uma definição apropriada para o que
seja o conhecimento, dada à relatividade da experiência do conhecedor sobre o fato
conhecido, mas, define critérios para que este se estabeleça:


                      “(...) todo conhecimento comporta necessariamente: a) uma
                      competência (aptidão para produzir conhecimentos); b) uma
                      atividade cognitiva (cognição), realizando-se em função da
                      competência; c) um saber (resultante dessas atividades). As
                      competências e atividades cognitivas humanas necessitam de um
                      aparelho cognitivo, o cérebro, que é uma formidável máquina bio-
                      físico-química; esta necessita da existência biológica de um
                      indivíduo; as aptidões cognitivas humanas só podem desenvolver-se
                      no seio de uma cultura que produziu, conservou, transmitiu uma
                      linguagem, uma lógica, um capital de saberes, critérios de verdade. É
                      nesse quadro que o espírito humano elabora e organiza o seu
                      conhecimento utilizando os meios culturais disponíveis” (MORIN,
                      2002, p.18)


      O conjunto formado pela competência/aptidão, a ação cognitiva e o saber,
constitui uma espécie de enzima responsável pela catalisação do meio cultural. É o
instrumento da criação dos artifícios, a ferramenta, pela qual, o homem transforma o
mundo e a si mesmo. Ocorre, por outro lado, que a natureza do conhecimento é
diversa e essencialmente relativa e, portanto, segundo Morin (2006, p.14), “o
conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta ready made, que pode ser
utilizada sem que sua natureza seja examinada”. Para cada cultura há um
conhecimento específico a desvendar sua realidade, como a chave de uma
fechadura que abre a porta de nossa casa.
      Assim, voltando ao pronunciamento dos chefes indígenas, no início do
capítulo, o conhecimento necessário à vida da tribo, ou seja, ao desenvolvimento de
sua cultura, não se faz em outro lugar, a não ser nela e por ela mesma; cabendo à
educação o papel de orientar este conhecimento, trabalhando “o conhecimento do
conhecimento, que comporta a integração do conhecedor em seu conhecimento”
(MORIN, 2006, p.31).
14



2.2 A Educação


      A educação, como descrita pelos índios, é parte integrante da cultura;
reproduz e cuida de valores a ela inerentes, portanto, não faz sentido a educação
que ignore a realidade na qual está inserida, já que o seu papel é organizar a
estrutura social, que dela participa. Sendo a educação um fator constitutivo e
constituinte da cultura, como tal, precisa estar pronta para promover a formação
necessária da sociedade, buscando, com esta e para esta, os instrumentos
indispensáveis à aprendizagem de conhecimentos socialmente significativos.
      Neste sentido, Paulo Freire (1921-1997) nos chama a atenção para o caráter
dialógico da educação, que pressupõe o entrosamento entre as partes deste diálogo
e, portanto, que se estabeleça num mesmo nível, ou seja, numa mesma realidade.
Salienta, ainda, que todo diálogo exige um conteúdo a ser dialogado e, por isso,
estabelece uma espécie de programa para a orientação deste diálogo, no qual se
aborde


                    (...) o conceito antropológico de cultura. A distinção entre os dois
                    mundos: o da natureza e o da cultura. O papel ativo do homem em
                    sua e com sua realidade. O sentido de mediação que tem a natureza
                    para as relações e comunicação dos homens. A cultura como o
                    acrescentamento que o homem faz ao mundo que não fez. A cultura
                    como o resultado de seu trabalho. Do seu esforço criador e recriador.
                    O sentido transcendental de suas relações. A dimensão humanista
                    da cultura. A cultura como aquisição sistemática da experiência
                    humana. Como uma incorporação, por isso crítica e criadora, e não
                    como uma justaposição de informes ou prescrições “doadas”. A
                    democratização da cultura - dimensão da democratização
                    fundamental. O aprendizado da escrita e da leitura como uma chave
                    com que o analfabeto iniciaria a sua introdução no mundo da
                    comunicação escrita. O homem, afinal, no mundo e como mundo. O
                    seu papel de sujeito e não de mero e permanente objeto. (Freire,
                    1967, p.108).


      A educação, entendida deste modo, contempla a totalidade da dimensão
humana: “A missão desse ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura
que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que favoreça, ao
mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre” (MORIN, 2003, p.11).
      A educação, nesta perspectiva, compreende o homem como um complexo
biossocial, que se forma e se transforma a partir dessa interação e, somente desta
forma, conforme Lev Vygotsky (1896-1934), é possível o seu desenvolvimento, que
15



se dá numa relação dialética com a sociedade, onde o homem forma o ambiente e
por ele é formado.
      Um bom exemplo desta visão é refletido em sua teoria da Zona de
Desenvolvimento Proximal, que expressa, nitidamente, o desenvolvimento das
capacidades infantis como consequência da interação social:


                     Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se
                     costuma determinar através da solução independente de problemas,
                     e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
                     solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
                     colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1998,
                     p.112)


      Para tanto, se faz imprescindível a mediação instrumental, ou seja, o uso de
recursos culturais para a intervenção da criança no ambiente, na medida em que ela
recebe deste, os elementos para a formação e maturação da dinâmica relacional
linguagem-pensamento,     necessária     ao   seu   desenvolvimento      sócio-histórico
(VYGOTSKY, 1998).
      Outro educador que muito contribuiu para o entendimento da relação cultura e
educação foi John Dewey (1859-1952), fundamentando sua teoria no princípio da
experiência como atividade formadora de toda a existência; experiência como
dinâmica adaptativa entre ações e reações. “No plano humano esse agir e reagir
ganha sua mais larga amplitude, chegando (...) à reflexão, ao conhecimento e à
reconstrução da experiência.” (TEIXEIRA in DEWEY, 1978, p.13)
      Anísio Teixeira (1900-1971) resume bem o conceito de educação em Dewey:


                     (...) “educação como o processo de reconstrução e reorganização da
                     experiência, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido, e
                     com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas
                     experiências futuras.” Por essa definição a educação é fenômeno
                     direto da vida, tão inelutável como a própria vida. A contínua
                     reorganização e reconstrução da experiência pela reflexão, constitui
                     o característico mais particular da vida humana (...) Essa contínua
                     reconstrução – em que consiste a educação – tem por fim imediato
                     melhorar pela inteligência a qualidade da experiência. Analisando-a
                     mentalmente, percebendo as relações que ela nos desvenda,
                     ganhamos os conhecimentos necessários para dirigir, com mais
                     segurança, nossas experiências futuras. (TEIXEIRA, in DEWEY,
                     1978, p.17)
16



      Para Dewey

                     Não basta insistir na necessidade de experiência, nem mesmo em
                     atividade do tipo de experiência. Tudo depende da qualidade da
                     experiência por que se passa. A qualidade de qualquer experiência
                     tem dois aspectos: o imediato de ser agradável ou desagradável e o
                     mediato de sua influência sobre experiências posteriores. O primeiro
                     é óbvio e fácil de julgar. Mas, em relação ao efeito de uma
                     experiência, a situação constitui um problema para o educador. Sua
                     tarefa é a de dispor as coisas para que as experiências, conquanto
                     não repugnem ao estudante e antes mobilizem seus esforços, não
                     sejam apenas imediatamente agradáveis, mas o enriqueçam e,
                     sobretudo, o armem para novas experiências futuras. Assim como
                     homem nenhum vive ou morre para si mesmo, assim nenhuma
                     experiência vive ou morre para si mesma. Daí constituir-se o
                     problema central de educação alicerçada em experiência a seleção
                     das experiências presentes, que devem ser do tipo das que irão
                     influir frutífera e criadoramente nas experiências subsequentes.
                     (DEWEY, 1979, p. 16-17).


      A partir desta idéia ele propõe


                     (...) fazer de cada uma das escolas o embrião de uma vida
                     comunitária, ativa, com tipos de ocupações que reflitam a vida de
                     uma sociedade maior, e permeada com o espírito da arte, da história
                     e da ciência. Quando a escola introduz e treina cada criança da
                     sociedade como um membro dessa pequena comunidade,
                     impregnando-o com o espírito de servir e fornecendo-lhe
                     instrumentos para autodirecionar-se, teremos o melhor fiador de uma
                     sociedade digna, encantadora e harmoniosa. (DEWEY in PALMER,
                     2005, p.217)


      Dentro deste entendimento, em que a educação recorre ao universo da
cultura, quando se vale de seus instrumentos e significados, para estabelecer o seu
próprio sentido, Celestin Freinet (1896-1966) acrescenta a necessidade de tornar a
educação um processo íntimo da criança, proporcionando-lhe realizações no seu
próprio universo, na medida em que faz de tais realizações os instrumentos de sua
pedagogia. É por isso que ele insiste em recorrer à experiência primária do homem
com a natureza para fundamentar a sua teoria:


                     Você vai procurar bem longe os elementos de base da sua
                     pedagogia. Para isso são necessárias considerações intelectuais e
                     vocábulos herméticos, cujo segredo só os universitários possuem
                     (...). Mas você tem certeza de que a maior parte dessas idéias que
                     os intelectuais julgam ter descoberto não correm desde sempre entre
                     o povo, e de que não foi o erro escolástico que lhes minimizou e
17



                     deformou a essência, para monopolizá-la e subjugá-la? Veja então
                     como, entre o povo, são tratados e educados os pequenos animais:
                     você encontrará aí a origem dos grandes princípios educativos aos
                     quais estamos voltando lentamente, quase que de má vontade...
                     Nada de aprendizagem prematura, dirá o caçador. O cão novo
                     demais se cansa e se desencoraja (...). Há toda uma arte do caçador
                     para satisfazer o cão (...). E os apicultores lhe dirão: nada de gestos
                     bruscos que despertam as reações de defesa dos animais com que
                     você lida— confiança, bondade, ajuda e decisão. E eu lhe digo que,
                     se fôssemos procurar assim, na tradição popular, as práticas
                     milenares do comportamento dos homens na educação dos animais,
                     estaríamos em condições de escrever o mais simples e o mais
                     seguro de todos os tratados de pedagogia. (FREINET, 2004, p.11)


      Uma forte característica de Freinet é o seu olhar artístico que permeia o trato
científico, ressaltando os sentidos – o sentimento – sobre a razão, sem, contudo,
desdenhá-la. A própria forma dos seus escritos é prova dessa perspectiva. Há
sempre um romance a conduzir os seus pensamentos, como por exemplo, quando
expressa, como criança, a sua visão sobre a realidade da escola tradicional:


                     Aproximáva-mos da escola. As idéias não nos faltavam certamente,
                     e idéias bem originais; as falas surgiam rapidamente, com sutileza e
                     humor; as iniciativas abundavam, boas ou más. E depois,
                     bruscamente, ouvia-se a sineta; produzia-se imediatamente como
                     que um vazio no nosso ser. A vida detinha-se ali, a escola começava:
                     um mundo novo, totalmente diferente daquele em que vivíamos, com
                     outras regras, outras obrigações, outros interesses, ou, o que é mais
                     grave, com uma ausência por vezes dramática de interesse.
                     Contávamos pela última vez os berlindes nos bolsos, escondíamos
                     uma bela amonite descoberta no caminho e que iríamos buscar de
                     pois de sairmos; era-nos preciso afastar o cão que nos seguira e que
                     se mostrava surpreendido por ver que nos tornáramos seres
                     anônimos, sem alma, que desapareciam naquele lugar retirado do
                     mundo no qual a vida não contava. A porta fechava-se. (FREINT,
                     1975, p.52-53)


      Há um espírito infantil que, deliberadamente, o conduz, pois, como ele afirma:
"Se você não voltar a ser como uma criança..." não entrará no reino encantado da
pedagogia... Em vez de procurar esquecer a infância, acostume-se a revivê-la.
(FREINET, 2004, p.24). Não há dificuldade em perceber a consistência de sua
afirmativa, pois, é simples compreender que a dimensão adulta do homem só é
possível ser abordada quando nela nos encontramos.
      É este espírito que deve perpassar tudo o que foi dito até aqui, desde a
compreensão do que é cultura – a cultura infantil é protótipo de toda a criação
18



humana – até o entendimento de que educação é sinônimo de aprendizagem e,
deste modo, só é possível ser vista, abordada e compreendida a partir dos olhos do
aprendiz.


2.3 O Intercâmbio


             A perspectiva que associa, de um lado, a educação como suporte para
a cultura, e de outro, a cultura como suporte para a educação, conduz este trabalho
na intenção de obter resultados que possam agregar valor aos objetivos de ambos.

                     A estreita relação entre educação e cultura nos processos de
                     formação da cidadania ressalta o caráter indispensável das ações de
                     integração das manifestações intelectuais e artísticas nas práticas
                     pedagógicas de ensino formal e informal. A correção da fratura entre
                     as formulações e o planejamento das políticas relacionadas às duas
                     áreas deve ser o foco de ações articuladoras das diversas instâncias
                     e esferas da administração pública. Por outro lado, é necessário
                     reconhecer que os problemas de acesso à educação e à cultura
                     produzem impactos mútuos. Entre outros exemplos, estão as lacunas
                     na formação artístico-cultural dos estudantes brasileiros, que desse
                     modo deixam de constituir um grupo social atento e crítico para a
                     recepção e produção de manifestações simbólicas. Os desafios
                     prioritários para uma política cultural atrelada à de educação incluem
                     a capacitação de docentes, a disponibilização de bens culturais a
                     professores e alunos, a troca de informações e competências entre
                     os dois campos, o reconhecimento dos saberes tradicionais, o
                     compartilhamento de projetos e recursos, o aprimoramento do ensino
                     das artes nas escolas e a transformação dessas instituições em
                     centros de convivência e experiência cultural. Nas instituições de
                     ensino do nível básico ao superior, a política cultural deve promover
                     o acesso a repertórios do Brasil e do mundo, numa perspectiva não-
                     instrumental. (BRASIL, 2007, p.48)


      Esta relação de interdependência, descrita no Plano Nacional de Cultura,
evidencia a necessidade de instrumentos articuladores que possam viabilizar o
intercâmbio. Neste sentido, a presente proposta, constitui um exemplo de recurso
que se soma, a fim de contribuir para a conquista de tais desafios.
      Mas, este intercâmbio não se limita apenas aos conteúdos específicos dos
segmentos e suas respectivas formas. Ele requer a integração dos profissionais que
neles atuam, como, por exemplo, do professor, que tem por ofício promover a
aprendizagem necessária ao desenvolvimento consistente da sociedade e do gestor
19



cultural, cujo compromisso maior é cuidar dos bens da cultura e de sua produção,
que constituem o lastro do comportamento social.
      Entendendo que este seja o ponto conclusivo de todo o trabalho, pois a
viabilidade   do   pensamento,      aqui   descrito,   depende    substancialmente      do
desempenho de tais profissionais, deixei para tratá-lo em minhas considerações
finais, como reconhecimento de sua importância.


3. OFICINA DE TEXTOS


      Todas as reflexões conduzidas por estes textos, e outros que não couberam
nestas páginas, me levaram, inevitavelmente, à formulação do instrumento, objeto
deste trabalho, pelo qual pretendo ver concretizada a idéia de apoiar a formação
integral da criança.
      Assim, encontrei nas oficinas de textos um excelente recurso, pois, se de um
lado podemos explorar, de modo instigante e envolvente, os conteúdos curriculares
a partir da pesquisa, da participação coletiva e da reflexão, por outro, é possível
obter a concretude (aplicabilidade) dos resultados, tão importante para a
conscientização de temas cuja natureza implica em abordagens sistêmicas.
      A oficina de textos se baseia na cooperação, com o objetivo de construir um
conhecimento coletivo e o cultivo da afetividade/solidariedade; na comunicação,
como forma de exercício da autonomia e na documentação, a fim de efetivar a
educação como trabalho real. Estas são premissas adotadas por Freinet, cuja
metodologia contempla a prática do texto livre:

                       Um texto livre é, como sua designação indica, um texto que a criança
                       escreve livremente, quando tem desejo de fazer, em conformidade
                       com o tema que a inspira. Não é aconselhável, por conseguinte, a
                       imposição de um assunto, nem se deve estabelecer um plano
                       destinado ao que se tornaria então uma espécie de exercício de texto
                       livre que , como é obvio, constituiria apenas uma redação de tema
                       livre. Mas, dir-se-á: se a criança não é capaz de descobrir um tema,
                       se não sabe o que quer dizer e se não tem por isso qualquer desejo
                       de escrever, é na verdade preciso encontrar um recurso escolar,
                       mais ou menos coercivo, para o obrigar a isso? Volta-se sempre,
                       assim, à escolástica. Não basta, por conseguinte, dar à criança
                       liberdade para escrever, é preciso inspirar-lhe o desejo de o fazer,
                       despertar-lhe a necessidade de se exprimir. Deste modo, o
                       verdadeiro texto livre só pode nascer e desabrochar no novo clima de
                       atividade livre da Escola Moderna. É preciso que a criança se torne
                       sensível às motivações que trazemos, que compreenda que aquilo
20



                     que tem a dizer é agora importante para a sua vida, para a vida da
                     comunidade, no seio da qual deve já representar um papel de
                     homem. Esta tomada de consciência, que inclui em si elementos
                     individuais e coletivos, não poderia surgir de explicações, por mais
                     eloqüentes que fossem. É a experiência da vida que, ainda neste
                     aspecto, será decisiva. (FREINET, 1975, p. 60-61. Grifo meu).


      Entendo, obviamente, que a proposta de Freinet não poderia ser adota em
sua totalidade, dadas algumas divergências entre o positivismo do nosso contexto
educacional e o seu liberalismo filosófico. No entanto, acredito ser plenamente
factível o conjunto das atividades aqui propostas, ainda que obedientes às
premissas já citadas, pois, sem colidir com o encaminhamento das ações
desenvolvidas pelas escolas, constitui um facilitador no trato da interdisciplinaridade
requerida pelos temas transversais, além de contribuir com o processo de
socialização da comunidade escolar.


3.1 Interdisciplinaridade


      A nossa relação com o mundo natural e o sócio-cultural ocorre de forma
globalizante, integral, ou seja, cada fenômeno experimentado faz parte de um
contexto que lhe dá sentido. Além disso, o sujeito que experimenta interfere no
objeto experimentado, relativizando o caráter do conhecimento. Portanto, o
entendimento da realidade se faz a partir de um processo interativo entre diferentes
campos do saber e o conhecimento específico de cada homem.
      A abordagem interdisciplinar surge, portanto, como forma de atender a este
processo de conscientização holística, pois, leva em conta a contextualização do
fenômeno abordado. Trata-se de um modo de perceber o conhecimento, como
afirma Ivani Fazenda (2002, p.11): Interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da
questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato
de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão.
      Sob esta perspectiva o Ministério da Educação entende que:

                     Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm
                     natureza diferente das áreas convencionais. Sua complexidade faz
                     com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para
                     abordá-los. Ao contrário, a problemática dos Temas Transversais
                     atravessa os diferentes campos do conhecimento. (BRASI,1997,
                     p.29)
21



      Ocorre que, a atual estrutura escolar tem se mostrado inflexível para
acomodar uma dinâmica diferente daquela compartimentada, cuja organização das
demandas é definida a partir das conduções individuais do seu corpo docente.
Embora haja um grande esforço do Governo Federal e secretarias de estado e
município para a viabilização de uma nova conduta, o enraizamento cultural das
práticas tradicionais tem dificultado a conscientização da interdisciplinaridade,
comprometendo os resultados esperados.
      Mas, é possível enfrentar este problema a partir de uma ação conjunta entre o
Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, com o desenvolvimento de
atividades culturais, conduzidas por profissionais especializados, voltadas para a
abordagem dos Temas Transversais. A natureza holística destas práticas possui
uma íntima relação com os conteúdos interdisciplinares, além de constituir um
excelente meio de integração para o corpo docente.
      Tais   atividades   possuem     estruturas    aglutinadoras     de   conhecimentos
múltiplos, pois, toda produção cultural resulta da combinação de saberes divesos, o
que as identificam profundamente com o modo de abordagem interdisciplinar:


                     A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o
                     objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de
                     intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida
                     pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender,
                     intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai
                     a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p. 88-
                     89).


      E neste sentido, o Projeto Cultura e Educação em Textos constitui um
exemplo do referido eixo integrador, que se estabelece a partir de sua demanda
investigativa junto aos múltiplos conteúdos disciplinares, assim como, na perspectiva
de um plano promotor da identidade cultural da comunidade escolar.


3.2 Socialização


      O estabelecimento da identidade social de um grupo é o maior dos objetivos
de sua cultura. Esta identidade integra o conjunto de elementos formadores das
identidades individuais de seus integrantes que, por sua vez, interagem na
construção e reconstrução desta identidade cultural.
22



      A interdependência entre identidade cultural e identidade individual evidencia
a importância de suas características, de suas mútuas qualidades, pois, depende
delas o desenvolvimento do grupo e do indivíduo. Deste modo, a diversidade de tais
características, quer individuais ou grupais, colabora para o enriquecimento e
fortalecimento dessas identidades.
      As atividades que compõem as oficinas de textos são excelentes
instrumentos do processo de conscientização dessa diversidade, não apenas pelo
exercício da pesquisa e trabalho cooperativo que elas suscitam, mas, sobretudo, por
explorar a história individual de seus participantes, compartilhando-a pela dinâmica
da composição literária.
      Além disso, é uma forma de explorar a dimensão real, concreta, do
conhecimento, salientando a importância de sua aplicabilidade enquanto atividade
intelectual, ou seja, revelando os elementos pragmáticos necessários ao saber.

                     Se faz preciso, então, enfatizar a atividade prática na realidade
                     concreta (atividade a que nunca falta uma dimensão técnica, por
                     isso, intelectual, por mais simples que seja) como geradora de saber.
                     O ato de estudar, de caráter social e não apenas individual, se dá aí
                     também, independentemente de estarem seus sujeitos conscientes
                     disto ou não. No fundo, o ato de estudar, enquanto ato curioso do
                     sujeito diante do mundo, é expressão da forma de estar sendo dos
                     seres humanos, como seres sociais, históricos, seres fazedores,
                     transformadores, que não apenas sabem mas sabem que sabem.
                     (FREIRE, 1989, p.35)

      O caráter prático da oficina objetiva, portanto, trabalhar a inserção da criança
no seu contexto social, dotando-a de capacidades para que possa atuar
significativamente junto à comunidade escolar, entendendo que o próprio exercício
nas oficinas já constitui um exemplo de sua atuação.


3.3 Letramento


      O termo, cujo significado encontra-se muito longe da mera alfabetização e
bem mais perto da condição de ser letrado, ou seja, versado em letras, sugere uma
“compreensão critica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da
palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na
inteligência do mundo” (FREIRE, 1989, p.9).
23



                     (...) o letramento é um estado, uma condição: o estado ou condição
                     de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita,
                     com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as
                     diferentes funções que a leitura e a escrita desempenham na nossa
                     vida. Enfim: letramento é o estado ou condição de quem se envolve
                     nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.
                     (SOARES, 2009, p.44)


      O letramento consiste em habilitar a criança nas práticas sociais da linguagem
escrita, que tem início quando de sua convivência com esta, mesmo ainda não
alfabetizada. O processo de letramento é constituído por uma dinâmica associativa
entre a realidade e a escrita, cuja relação se estabelece de modo evolutivo, fixando
ligações entre elas cada vez mais complexas. Esta dinâmica, na medida em que é
explorada, proporciona o desenvolvimento das funções cognitivas da criança, com a
assimilação progressiva da linguagem escrita e, sobretudo, do conhecimento de sua
realidade.
      Porém, para que isto ocorra é necessário dispor de infra-estrutura que atenda
não apenas às demandas do ensino da língua, mas, fundamentalmente das
dinâmicas sociais, que se traduzem nas atividades integradoras entre teoria e
prática necessárias ao exercício do letramento. Não adianta ensinar a criança a ler e
escrever se


                     (...) não lhes são dadas as condições para ler e escrever: não há
                     material impresso posto à disposição, não há livrarias, o preço dos
                     livros e até dos jornais e revistas é inacessível, há um número muito
                     pequeno de bibliotecas. Como é possível tornar-se letrado em tais
                     condições? Isso explica o fracasso das campanhas de alfabetização
                     em nosso país: contentam-se em ensinar a ler e escrever; deveriam,
                     em seguida, criar condições para que os alfabetizados passassem a
                     ficar imersos em um ambiente de letramento, para que pudessem
                     entrar no mundo letrado, ou seja, num mundo em que as pessoas
                     têm acesso à leitura e à escrita, têm acesso aos livros, revistas e
                     jornais, têm acesso às livrarias e bibliotecas, vivem em tais
                     condições sociais que a leitura e a escrita têm uma função para elas
                     e tornam-se uma necessidade e uma forma de lazer. (SOARES,
                     2009, p.58-59)


      Neste sentido, a oficina de textos, cumpre o papel de agenciadora do
processo de letramento, promovendo o acesso da criança aos vários segmentos do
universo literário a partir da experiência com seus múltiplos exemplos, exercitando
sua capacidade de percepção e expressão do mundo e de si mesma, como forma
de habilitá-la para a relação com este mundo e com ela própria.
24



4. O PROJETO: CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS


      O Projeto Cultura e Educação em Textos é um objeto de integração: Integrar
elementos constitutivos da formação da criança a fim de contribuir para a formação
integral da criança.


4.1 O objetivo do Projeto


      O propósito maior do trabalho é colaborar para a aprendizagem escolar,
apoiando as diretrizes pedagógicas do ensino fundamental da rede pública municipal
de Curitiba/PR, a partir da exploração de atividades culturais – oficinas de textos –
voltadas para a abordagem de temas curriculares transversais. Simultaneamente, o
mesmo objetiva a capacitação dos respectivos aprendizes à produção de elementos
da cultura, no sentido de apropriá-los dos significados e valores que compõem a
essência dos bens culturais.


4.2 Objetivos Específicos


      Orientadas pelo objetivo geral, estão definidas as seguintes ações a serem
realizadas:
      Executar oficinas de produção e edição de textos durante o segundo
semestre de 2012 em cinco escolas da rede municipal de ensino fundamental da
cidade de Curitiba;
      Trabalhar conteúdos de temas transversais propostos pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) – Ética, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e
Pluralidade Cultural – tendo como recurso pedagógico a leitura, a análise e a
produção de textos em seus vários gêneros e modos de redação;
      Desenvolver habilidades para prática da redação e edição literária de acordo
com dinâmicas que estimulem a formação de grupos, cujo trabalho resulte na
produção de elementos capazes de fortalecer o sentido de identidade coletiva e
pertença de seus integrantes.
25



4.3 Diagnóstico


      A realidade educacional das escolas públicas, em sua maioria, reflete a
carência de eficientes dinâmicas de ensino, resultante da escassez de recursos
técnicos,    ou   habilidades   profissionais,   que   atendam   satisfatoriamente   às
necessidades específicas de cada comunidade escolar.
      A maioria dessas entidades, ainda que disponha do comprometimento de
seus educadores para com as demandas dos educandos, tem se mostrado incapaz
de estimular o interesse destes para a aprendizagem de conteúdos necessários ao
atendimento das atuais exigências sociais. Isso pode ser ratificado pelos resultados
obtidos do IDEB, que denunciam o baixo rendimento das escolas públicas do país.
      Um exemplo desse despreparo é o desconhecimento da subjetividade
inerente ao universo das expressões culturais. O fato de ignorar os valores destes
bens contribui para a incapacitação de lidar com os mesmos, implicando no
empobrecimento de sua produção. Isto pode ser comprovado pela notória
fragilidade, ou mesmo inexistência,      de bens produzidos por estas comunidades
escolares.


4.4 Justificativa


      Diante do diagnóstico, não é difícil perceber a necessidade de ações
consistentes, junto à dinâmica pedagógica, que lhe garantam resultados efetivos.
Neste sentido, entendemos que a prática de atividades culturais, como apoio
metodológico, represente um excelente recurso, pois, além de possuir uma
linguagem atraente e acessível, a natureza interdisciplinar de sua dinâmica favorece
a abordagem integracional dos conteúdos, proporcionando aos alunos consistentes
atitudes analíticas e entendimentos críticos sobre os vários temas a serem tratados.
      Além disso, a necessidade de se perceber a dimensão valorativa dos bens
culturais, assim como da sua produção, é fundamental ao fortalecimento das
culturas. Para tanto, surge a escola como fórum para o exercício desta percepção,
pois, constitui o ambiente, por excelência, de vivências, trocas e aprendizagens. E é
a partir desta dinâmica que se desenvolve uma produção cultural consciente, onde
26



são assimilados os fatores em que se apóia o entendimento sobre a sua verdadeira
dimensão.
      Assim, as oficinas de produção e edição de textos reúnem condições
favoráveis ao atendimento destas demandas, visto que, se insere, naturalmente,
junto às demais dinâmicas pedagógicas, proporcionando a integração entre
disciplinas para a abordagem dos temas transversais, assim como, promovendo a
integração entre os estudantes para o exercício da produção cultural.


4.5 Metas


      a) Executar 16 eventos de 02 horas, perfazendo o total de 32 horas de oficina
por turma, sendo 01 evento por semana, durante o segundo semestre do ano letivo
de 2012;
      b)    Totalizar   a   execução   de    480     horas/oficina   rateadas   por   05
estabelecimentos de ensino, atendendo a 15 turmas do 5º ano do ensino
fundamental, sendo 30 alunos por turma, perfazendo o total de 450 alunos atendidos
na faixa etária de 08 a 10 anos;
      c) Trabalhar os conteúdos de 03 temas relevantes – 1. Ética e Meio Ambiente;
2. Saúde e Orientação Sexual e 3. Pluralidade Cultural – a partir da exploração de
variadas formas de redação;
      d) Promover a integração entre disciplinas com a participação do corpo
docente na formatação, condução e avaliação dos trabalhos;
      e) Compor um conjunto literário, representativo de cada turma, a fim de
trabalhar as várias etapas da respectiva edição (livro);
      f) Transmitir à comunidade escolar o trabalho produzido com o objetivo de
fortalecer o seu reconhecimento e a consequente afirmação da identidade do grupo.


4.6 Atividades


Pré-Produção
Período: 60 dias a partir da aprovação do projeto.
Ações:
- Levantamento de conteúdos e formatação das atividades;
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- Definição do cronograma de execução das oficinas junto às unidades escolares;
- Confecção do material de apoio (apostilas) e de divulgação.
Recursos:
- Contrato de serviço de 01 coordenador pedagógico;
- Contrato de serviço de 02 professores/escritores;
- Contrato de serviços gráficos/editoriais;
- Contrato de serviço de 01 contador.


Produção
Período: Segundo semestre do ano letivo de 2012.
Ações: Oficina de Textos (Anexos)
- Módulo 1: Debates sobre os temas escolhidos; leitura e interpretação de textos;
- Módulo 2: Abordagem dos gêneros literários e tipos de redação;
- Módulo 3: Exercícios de técnicas de escrita; composição de textos;
- Módulo 4: Edição (correção, diagramação e impressão); divulgação dos trabalhos
junto à comunidade.
Recursos:
- 01 coordenador pedagógico (coordenador do projeto);
- 02 professores/escritores;
- 02 atores;
- Material gráfico:
       450 apostilas de apoio pedagógico;
       1500 folders e 50 banners para divulgação junto à comunidade;
       1500 exemplares dos livros produzidos (300 por escola);
- 05 eventos – Noite de Autógrafos – sendo um em cada unidade escolar.


Pós-Produção
Período: 30 dias a partir da conclusão das oficinas.
Ações:
- Avaliação dos resultados junto à Secretaria de Educação do Estado do Paraná
- Prestação de contas do projeto junto à Fundação de Cultura de Curitiba
Recursos:
- Coordenador do projeto.
28



4.7 Cronograma


     ETAPA                          ATIVIDADE                               MÊS
                                                              0 0 0 0   0   0   0    0   0   1   1   1
                                                              1 2 3 4   5   6   7    8   9   0   1   2
  Pré-produção       Levantamento de conteúdos e
                     formatação das atividades
  Pré-produção       Definição do cronograma junto às unid.
                     escolares
  Pré-produção       Confecção do material de apoio e de
                     divulgação
    Produção         Módulo 1
    Produção         Módulo 2
    Produção         Módulo 3
    Produção         Módulo 4
  Pós-produção       Avaliação dos resultados junto à Sec.
                     de Educação
  Pós-produção       Prestação de contas do projeto junto à
                     FCC



4.8 Recursos


                                           PRÉ-PRODUÇÃO
           ATIVIDADE                     RECURSO       QUANT       UNID             VALOR (R$)
 Definição de conteúdos,             Pedagogo            01        Mês                   2.500,00
 atividades e cronograma             Professor 1         01        Mês                   1.800,00
                                     Professor 2         01        Mês                   1.800,00
 Confecção de material de apoio      Apostila           450        Unid.                 6.750,00
 e de divulgação (Serviços           Folder             1500       Unid.                   350,00
 gráficos)                           Banner              50        Unid.                 1.500,00
 Administração contábil              Contador            01        Serv.                 1.200,00
                                              PRODUÇÃO
            ATIVIDADE                    RECURSO       QUANT       UNID             VALOR (R$)
 Módulo 1                            Pedagogo            01        Mês                   2.500,00
                                     Professor 1         01        Mês                   1.800,00
                                     Professor 2         01        Mês                   1.800,00
 Módulo 2                            Pedagogo            01        Mês                   2.500,00
                                     Professor 1         01        Mês                   1.800,00
                                     Professor 2         01        Mês                   1.800,00
                                     Ator1               10        Hora                  2.000,00
                                     Ator2               10        Hora                  2.000,00
 Módulo 3                            Pedagogo            02        Mês                   5.000,00
                                     Professor 1         02        Mês                   3.600,00
                                     Professor 2         02        Mês                   3.600,00
 Módulo 4                            Pedagogo            01        Mês                   2.500,00
                                     Professor 1         01        Mês                   1.800,00
                                     Professor 2         01        Mês                   1.800,00
                                     Ator1               05        Hora                  1.000,00
                                     Ator2               05        Hora                  1.000,00
 Serviços gráficos/editoriais        Livro              1500       Unid.                18.000,00
 Serviços de eventos                 Noite Autógrafo     05        Unid.                 7.500,00
                                           PÓS-PRODUÇÃO
           ATIVIDADE                     RECURSO       QUANT       UNID             VALOR (R$)
 Avaliação junto à SEC               Coordenador         01         01                   2.500,00
 Prestação de contas ao FCC

                                VALOR TOTAL (R$)                                     80.400,00
29



4.9 Plano de Comunicação e Marketing


      O Plano de Comunicação e Marketing nos permite conhecer o mercado, alvo
desta proposta, nos possibilitando “traçar o perfil do consumidor, tomar decisões
com relação a objetivos e metas, ações de divulgação e comunicação, preço,
distribuição, localização do ponto de venda, produtos e serviços adequados ao
mercado, ou seja, ações necessárias para a satisfação dos clientes e o sucesso do
negócio”. (SEBRAE, 2005, p.10).


4.9.1 Público Alvo


      Há três classes específicas de público atendidas pelo projeto:


- As instituições públicas de cultura e de educação: Fundação de Cultura de Curitiba
e Secretaria Municipal de Educação;
- As comunidades escolares: aprendizes da rede pública de ensino fundamental da
cidade de Curitiba;
- Os patrocinadores: organizações promotoras do mecenato.


4.9.2 Aspectos Favoráveis


- Instituições públicas: Existência de programas de incentivo à formação cultural,
voltados para o segmento educacional. Há também, nos programas escolares,
diretrizes que demandam um número significativo de atividades culturais.
- Comunidades escolares: As atividades culturais são potencialmente instigantes e
despertam, naturalmente, o interesse infantil, alem disso, há uma carência destas
atividades nas instituições públicas de ensino.
- Patrocinadores: Existe uma demanda crescente por iniciativas que agreguem valor
às marcas, do mesmo modo que a necessidade por inovações que confiram um
diferencial a estas marcas e facilite a sua divulgação. Há uma mudança progressiva
dos valores sociais, que se reflete nos modos de consumo, estabelecendo novos
paradigmas de produção de bens e serviços.
30



4.9.3 Aspectos Adversos


- Instituições públicas: Número limitado de editais para programas de incentivo, além
de uma forte e numerosa concorrência.
- Comunidades escolares: Restrição de janelas nos cronogramas de trabalho dos
conteúdos    programáticos,   dificultando   a   inserção   de   novas    atividades.
Desconhecimento dos valores/importância das atividades culturais na formação
educacional, tanto por parte dos aprendizes quanto do corpo docente.
- Patrocinadores: Fortes exigências de retorno e disponibilidade limitada de recursos
para investimento em marketing cultural, conseqüentes de um senso que ignora os
potenciais dos elementos culturais sobre a promoção das marcas.


4.9.4 Estratégias


- Instituições públicas: Estabelecer parcerias com entidades fornecedoras de
serviços, como a Associação Malasartes, que desenvolve uma série de atividades
junto à rede de ensino pública de Curitiba, com incentivos da FCC e outras
entidades, cuja qualidade dos trabalhos produzidos constitui, para as instituições
demandantes, um aporte de recursos de valor incomparável.
- Comunidades escolares: Elaborar cartilha educativa sobre a importância das
atividades culturais na abordagem dos conteúdos curriculares, além de propostas
para a inserção das atividades junto ao cronograma de aulas. Divulgar, junto à
comunidade, prospectos sobre as atividades das oficinas.
- Patrocinadores: Identificar possíveis patrocinadores, cuja marca guarde relações
com a natureza do projeto, tais como, gráficas, editoras, empresas de multimídia,
livrarias, no sentido de subsidiar os recursos materiais necessários à produção das
oficinas. Contatar empresas identificadas com a produção cultural e promoção social
através de prospectos e emails explanativos, buscando abordar soluções inovadoras
para a promoção de suas marcas. Dentre estas empresas, é de fundamental
importância o subsidio de agentes de comunicação que proporcionem abordagens
eficientes junto aos demais clientes. O princípio da interdependência entre os
patrocinadores, tendo o projeto como catalisador de ações, proporciona ganhos
mútuos, obtidos pela sinergia de suas participações.
31



5. CONSIDERAÇÕES FINAIS


      Sintetizando os pensamentos dos antropólogos e educadores, citados no
início deste trabalho, é possível concluir que a Cultura consista de um processo
complexo de aquisição de conhecimentos que confere ao homem a capacidade de
extrapolar os seus limites a partir de suas experiências particulares, o que implica na
diversidade cultural, cuja assimilação é condição de conhecimentos específicos, dos
quais se ocupa a Educação e que, por sua vez, se constitui de um processo
dialógico voltado para o desenvolvimento humano, com a mediação de instrumentos
culturais que possibilitem a experiência íntima necessária à aquisição de tais
conhecimentos.
      Diante desta relação visceral entre Cultura e Educação, entendo que este
exercício de reflexão-idealização requer, como resultado, uma referência aos
educadores e gestores culturais, agenciadores da cultura infantil, dos quais depende
a viabilidade de todo este trabalho, pois, dada a referida relação e à natureza
subjetiva dos assuntos abordados, o conteúdo deste só se revela pelas ações
daqueles.
      O professor, tendo o ensino como sinônimo de ajuda, é o profissional do
diálogo, cujo objetivo é o desafio. Não há, portanto, um objeto em si a ser
conquistado, pois, este constitui o objetivo do aprendiz. Cabe ao professor os meios
para a conquista do aprendiz. Como dialogador profissional, espera-se que conheça
bem o seu interlocutor, pelo menos no que diz respeito às necessidades do diálogo,
condição básica para a mútua realização, ou seja, para a relação ensino-
aprendizagem.


                     Ajudar é possibilitar o fazer com; é dialogar, portanto. Se o ajudante
                     for o professor, a ajuda é planejada e sistemática, pois o seu impacto
                     no aluno é esperado como realização (...). Logo, é preciso conhecer
                     o que já há; novamente, o diálogo. Conhecer o que há para definir o
                     que poderá ser. Nesse jogo assimétrico, professor e aluno ferem-se,
                     atingem-se mutuamente. O aluno dirige o seu próprio processo de
                     aprender, restringindo, ativamente, as possibilidades de ação do
                     professor. Por seu turno, o professor é quem planeja e cria as
                     condições de possibilidade de emergência das potencialidades do
                     aluno. (TACCA, et alii, 2005, p.694)
32



      O diálogo é, portanto, a essência da educação e, assim, a base para a
realização do objeto deste estudo. Neste sentido, o professor divide com o aprendiz
o papel de protagonista deste roteiro e o sucesso da obra depende, essencialmente,
de sua habilidade e desempenho.
      Por sua vez, o gestor cultural, possuidor da sensibilidade artística e, ao
mesmo tempo, vocacionado para a gestão organizacional, conserva, também,
habilidades dialógicas que o permitem transitar entre os universos artístico-cultural,
educacional, político, empresarial e da sociedade civil como um todo. Sua
capacidade mediadora evidencia uma habilidade interdisciplinar, além de um perfil
adequado, de caráter pessoal, marcado pela comunicabilidade, dinamismo,
criatividade e, sobretudo, pela consciência ética, face às questões da cultura.
                     (...) uma das funções do gestor cultural (é) de caráter estratégico, ou
                     seja, exercendo cargos de direção ou estando à frente de instituições
                     públicas ou empresas privadas do setor cultural, coordenando
                     programas e projetos culturais ou mesmo na gestão específica de
                     espaços e grupos artísticos. É possível avançar em outra questão
                     fundamental para o delineamento do perfil profissional, que é a
                     capacidade de desempenhar o elo entre os vários componentes do
                     campo cultural: artista, Poder Público, iniciativa privada e público
                     consumidor (...). Esse profissional tem que ter habilidades que
                     possam agregar os demais parceiros de trabalho (...) habilidades
                     como planejador, articulador, agregador e mobilizador, enfim, ter a
                     capacidade de gerenciar. Além de ser essencial o processo de
                     sensibilização para com o mundo da arte que é um dos fatores
                     decisórios para a escolha do campo cultural como caminho
                     profissional, sendo essa uma das formas de diferenciá-los dos
                     demais gestores. (CUNHA, 2007, p. 6-7)


      Esta mediação constitui a outra face da moeda que integraliza este trabalho,
sem a qual, tudo aqui permanece no papel. Ela é sinônimo do diálogo imprescindível
à formação do suporte estrutural necessário à concretização deste projeto. O palco é
impossível, sem os bastidores. O espetáculo é como uma lâmpada que, sem
instalações, é incapaz de revelar seu brilho. É a capacidade dialógica do gestor
cultural que faz do sonho do artista uma realidade para todos.
      O diálogo é, por fim, o instrumento essencial à aglutinação interprofissional
necessária à integração das dinâmicas culturais e educacionais, conferindo, por um
lado, habilidades estratégicas à atividade docente e, por outro, privilegiando o
caráter pedagógico da gestão cultural, no sentido de que tal integração contribua
para uma formação integral da criança.
33



6. REFERÊNCIAS


BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf Acessado em 10/06/2011.

______, Ministério da Cultura. Caderno diretrizes gerais para o plano nacional de
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CUNHA, Maria Helena. Gestão cultural: construindo uma identidade profissional. In
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Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2007/MariaHelenaCunha.pdf
Acessado em 30/06/2001

DEWEY, John. Experiência e educação. São Paulo: Editora Nacional, 1979

____________. Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

FAZENDA, Ivani (Org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. São
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FREINET, Célestin. As técnicas Freinet da escola moderna. Lisboa: Estampa,
1975.

________________. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes, 2004.


FREIRE, Paulo. A educação Como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e
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KROEBER, A. L. A natureza da cultura. Lisboa: Edições 70, 1993.

LARAIA, Roque B. Cultura – um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar,
2006.

MORIN, Edgar. A Cabeça bem-feita.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

___________. O Método – vol. 3 – o conhecimento do conhecimento. Porto Alegre:
Sulina, 2002.
34



____________. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo:
Cortez, 2006

PALMER, Joy A. 50 Grandes Educadores – de Confúcio a Dewey. São Paulo:
Contexto, 2005.

SEBRAE. Como Elaborar um Plano de Marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG,
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SOARES, Magda. Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
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TACCA, M.C.V.R; TUNES, E.; BARTHOLO Jr., R. O professor e o ato de ensinar.
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TYLOR, Edward B. Primitive culture – vol. 1. Londres: John Murray, 1903.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes,
1998.




                    .
35



ANEXOS

Plano de Atividades 1


Aprendizagem:
       Noções básicas sobre a idéia dos temas transversais, a importância do
letramento e do valor das ações coletivas (apresentação).


Pré-requisitos :
       Noções de ética, meio ambiente, saúde, orientação sexual e pluralidade
cultural (Conhecimento obtido ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro
semestre do 5º ano do ensino fundamental).


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula


Recursos: Lousa, cartaz e apostila


Estratégia:


Apresentação – O orientador apresenta o programa da oficina e a apostila. Aborda a
importância do letramento e das atividades coletivas, assim como, a relação dos
temas transversais com as atividades de redação a serem desenvolvidas. Solicita as
sugestões dos aprendizes sobre os assuntos a serem abordados.


Desenvolvimento – Os aprendizes discutem entre si e escolhem três temas
relevantes a serem trabalhados ao longo da oficina (ética e meio ambiente – saúde e
orientação sexual – pluralidade cultural). A turma é dividida em grupos de três a
quatro integrantes e são escolhidos os respectivos assuntos a serem trabalhados.


Conclusão – O orientador solicita que cada grupo prepare um esboço do tema para
ser trabalhado na semana seguinte. Os esboços são mapeamentos dos tópicos a
serem desenvolvidos (um tópico por integrante).
36



Plano de Atividades 2


Aprendizagem:
      Conhecer os tipos de mídia (livro, revista, jornal, blog, folheto, cartaz, etc.) e
suas respectivas funções.


Pré-requisitos:
      Conhecimento básico das normas gramaticais e prática de redação
(Conteúdo trabalhado ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro semestre
do 5º ano do ensino fundamental).


Duração: 02 horas

Ambiente: Sala de aula

Recursos: Lousa, cartaz e apostila


Estratégia:


Apresentação – A turma é dividida em grupos que apresentam os esboços
trabalhados durante a semana. O orientador apresenta as várias possibilidades de
abordagem dos assuntos, de acordo com o objetivo que se quer conquistar (a
finalidade do texto) e quais as mídias apropriadas.


Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de pequenos exemplos
do uso de algumas mídias a partir dos assuntos e objetivos escolhidos. O orientador
salienta a necessidade do trabalho participativo como recurso para uma abordagem
rica de formas e conteúdos.


Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana,
várias formas de mídia, observando o tipo de conteúdo abordado, e recolham
exemplos para serem apresentados no próximo encontro.
37



Plano de Atividades 3


Aprendizagem:
       Identificar os modos de abordagem dos vários temas e seus respectivos
objetivos. Perceber a importância do grupo sobre o desempenho das atividades
individuais.


Pré-requisitos:
       Conhecimentos adquiridos com a prática da atividade 2 e material coletado
para o debate.


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula


Recursos: Apostila


Estratégia:


Apresentação – A turma se organiza em um grande círculo. Os grupos apresentam
os exemplos de mídia, com seus respectivos assuntos coletados ao longo da
semana. O orientador dá início às discussões, levantando as possibilidades de
abordagem/mídia sobre os vários assuntos pesquisados.


Desenvolvimento – O debate deve objetivar o amadurecimento das informações a
partir da colaboração de todos os participantes. Cada grupo deve anotar as novas
informações, sobre os seus temas, adquiridas pela discussão.


Conclusão – O orientador chama a atenção para a conquista do debate: as novas
informações não poderiam ser adquiridas de outra forma. É solicitado que cada
grupo reorganize o esboço do tema escolhido para ser apresentado, por tópicos (um
para cada integrante), na semana seguinte.
38



Plano de Atividades 4


Aprendizagem:
      Perceber a importância do letramento para a formação do conhecimento,
assim como, do trabalho cooperativo para a aquisição do letramento.


Pré-requisitos:
      Conhecimento adquirido durante os três primeiros encontros e material
produzido neste período.


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula


Recursos: Apostila e cartaz


Estratégia:


Apresentação – Cada aprendiz permanece em seu lugar (sem a formação dos
grupos) e apresenta um tópico do novo esboço que foi trabalhado durante a
semana. O orientador solicita que cada um compare as novas informações com as
que foram levantadas na primeira semana da oficina.


Desenvolvimento – A partir das comparações, o orientador destaca a importância da
pesquisa para a formação do conhecimento. O orientador ressalta o conhecimento
adquirido sobre os temas transversais abordados. Salienta, por fim, a importância do
trabalho dos grupos na formação deste novo conhecimento


Conclusão – O orientador solicita que os grupos organizem os seus tópicos num
único texto a ser apresentado no próximo encontro.
39



Plano de Atividades 5


Aprendizagem:
       Conhecer os gêneros literários (narrativo, descritivo e dissertativo) e suas
funções. Definir a relação do conteúdo com a forma: encontrar o gênero adequado à
abordagem do tema escolhido (conto, poesia, canção, roteiro, etc.)


Pré-requisitos :
       Conhecimento básico da formação de um texto, adquirido ao longo dos
encontros iniciais e texto produzido durante a semana anterior.


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula


Recursos: Lousa, cartaz e apostila


Estratégia:


Apresentação – O orientador apresenta os gêneros literários e suas funções com a
ilustração de alguns exemplos. Os grupos apresentam os nove textos produzidos
durante a semana.


Desenvolvimento – Os aprendizes discutem sobre as formas de abordagem
pretendidas. O orientador salienta a necessidade do trabalho participativo como
recurso para o enriquecimento do conteúdo e exploração da forma.


Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana,
outros exemplos para subsidiar o desenvolvimento dos textos.
40



Plano de Atividades 6


Aprendizagem:
       Vivenciar a dimensão artística da produção literária a partir da encenação de
textos – Prosa.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido durante os cinco primeiros encontros.


Duração: 02 horas


Ambiente: Salão/hall social da escola.


Recursos: Teatro – Contador de histórias.


Estratégia:


Apresentação – O contador de histórias, a partir da encenação de contos
selecionados, faz a abordagem dos temas tratados. Esta apresentação é realizada
com a presença de todos os aprendizes das turmas do 5º ano.


Desenvolvimento – O orientador chama a atenção para os elementos estruturais dos
textos encenados (narração e diálogo), suas etapas (introdução, desenvolvimento e
conclusão) e artifícios (surpresa, suspense, emoção, indignação, etc.).


Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos explorem nos
seus textos, os aspectos identificados na encenação.
41



Plano de Atividades 7


Aprendizagem:
       Vivenciar a dimensão artística da produção literária a partir da encenação de
textos - Poesia.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido durante os cinco primeiros encontros.


Duração: 02 horas


Ambiente: Salão/hall social da escola.


Recursos: Teatro – Contador de poesias.


Estratégia:


Apresentação – O contador de poesias, a partir de encenações, aborda alguns
textos sobre os temas tratados. Esta apresentação é realizada com a presença de
todos os aprendizes das turmas do 5º ano.


Desenvolvimento – O orientador chama a atenção para os elementos estruturais dos
textos encenados (métrica, ritmo, sonoridade) e das emoções suscitadas por seu
significado e musicalidade.


Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos explorem nos
seus textos, os aspectos identificados na encenação.
42



Planos de Atividades 8, 9 e 10


Aprendizagem:
       Conhecer o processo de composição dos gêneros literários e suas estruturas.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido durante os sete primeiros encontros e material
produzido neste período.


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula.


Recursos: Lousa, cartaz e apostila.


Estratégia:


Apresentação – Os grupos apresentam o material trabalhado durante a semana.


Desenvolvimento – Os grupos dão continuidade à produção dos textos com o apoio
do orientador.


Conclusão – O orientador solicita que os grupos desenvolvam, durante a semana, os
trabalhos iniciados.
Obs.: Ao final da Atividade 10 os trabalhos serão compilados e encaminhados para
editoração.
43



Plano de Atividades 11


Aprendizagem:
       Tipos de mídia (Livro, revista, jornal, blog, folheto, cartaz, etc.) e respectivas
funções.


Pré-requisitos :
       Conhecimento básico das normas gramaticais e prática de redação
(Conteúdo trabalhado ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro semestre
do 5º ano do ensino fundamental).


Duração: 02 horas


Ambiente: Sala de aula


Recursos: Lousa cartaz e apostila.


Estratégia:


Apresentação – O orientador, a partir dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos,
apresenta as várias possibilidades de abordagem dos respectivos assuntos, de
acordo com o objetivo que se quer conquistar (a finalidade do texto) e quais as
mídias apropriadas.


Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de pequenos exemplos
do uso de algumas mídias a partir dos assuntos e objetivos escolhidos. O orientador
salienta a necessidade do trabalho participativo como recurso para uma abordagem
rica de formas e conteúdos.


Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana,
várias formas de mídia, observando o tipo de conteúdo abordado.
44



Plano de Atividades 12


Aprendizagem:
       Conhecimento básico sobre o processo de editoração e impressão de livros,
jornais, revistas e outros materiais gráficos.


Pré-requisitos :
       Conhecimento do processo de produção literária.


Duração: 02 horas


Ambiente: Laboratório de informática


Recursos: Computador e apostila


Estratégia:


Apresentação – O orientador, com os recursos da Internet, apresenta alguns
processos de editoração e produção de mídias (livros, revistas, jornais) e suas
respectivas estruturas de divulgação.


Desenvolvimento – Os aprendizes simulam a construção de um exemplar de mídia,
observando as várias etapas do processo.


Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana,
exemplos de mídias, observando suas estruturas e aspectos construtivos.
45



Plano de Atividades 13


Aprendizagem:
       Conhecer a atividade do editor.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido nas atividades anteriores.


Duração: 02 horas


Ambiente: Editora


Recursos: Visita ao editor


Estratégia:


Apresentação – O editor apresenta, a partir de exemplos, o processo de editoração
de livros.


Desenvolvimento – Os grupos acompanham as atividades de editoração,
comparando com os trabalhos produzidos na escola.


Conclusão – O orientador salienta as possibilidades de profissionalização dos
aprendizes interessados.
46



Plano de Atividade 14


Aprendizagem:
       Conhecimento básico sobre a edição de blogs. Exercício de socialização.


Pré-requisitos :
       Conhecer o processo de produção literária.


Duração: 02 horas


Ambiente: Laboratório de informática


Recursos: Computador e apostila.


Estratégia:


Apresentação – O orientador, a partir do ambiente da Internet, apresenta as
estruturas e processos de composição de blogs.


Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de um pequeno blog em
que postam alguns dos seus trabalhos.


Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos incluam novas
produções e divulguem, em suas comunidades, o endereço do blog.
47



Plano de Atividade 15


Aprendizagem:
       Conhecimento de sites e fóruns literários, assim como, dos respectivos modos
de participação (publicação). Exercício de socialização.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido ao longo das oficinas.


Duração: 02 horas


Ambiente: Laboratório de informática


Recursos: Computador e apostila.


Estratégia:


Apresentação – O orientador, a partir do ambiente da Internet, apresenta alguns
sites literários e fóruns de discussões, orientando como efetuar o cadastramento e
sua respectiva participação.


Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a participação em sites literários e
fóruns de discussões com seus respectivos trabalhos.


Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos efetuem novas
publicações e as divulguem em suas comunidades.
48



Plano de Atividades 16


Aprendizagem:
       Experimentar a dinâmica de socialização.


Pré-requisitos :
       Conhecimento adquirido e material produzido ao longo das oficinas.


Duração: 02 horas


Ambiente: Salão/hall social da escola.


Recursos: Noite de autógrafos


Estratégia:


Apresentação – O orientador apresenta, à comunidade escolar, o trabalho produzido
nas oficinas. Teatro: Contador de histórias encena um número baseado nos textos
produzidos.


Desenvolvimento – Os aprendizes procedem à execução dos autógrafos.


Conclusão – O orientador solicita aos presentes que divulguem os trabalhos junto às
suas comunidades, no sentido de estimular e fortalecer as iniciativas dos
aprendizes.

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TCC Gestão Cultural Cultura e Educação em Textos

  • 1. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS Curitiba, 2011
  • 2. 2 MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS Trabalho de final de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Cultural do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial turma GECPRO2. Orientadora: Profª. Drª. Glaucia da Silva Brito Curitiba, 2011
  • 3. 3 MAURICIO FERREIRA SANTOS JUNIOR PROJETO CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS Trabalho de final de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Cultural do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial turma GECPRO2. Aprovado em ___/___/____ BANCA EXAMINADORA ______________________________ AVALIADOR 1 ______________________________ AVALIADOR 2 ______________________________ orientador Curitiba - 2011
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Aos meus pequenos Gabriel, Pedro e Mariana, que me conduzem. A Adriane Havro e Luis Teixeira, pelo exemplo a ser seguido. A Isabel Furini, por compartilhar a sua experiência. A Glaucia Brito, pelo interesse e apoio orientador. A Silvana, por sua essencial companhia. .
  • 6. 6 RESUMO A essência deste trabalho consiste em delinear uma ação integradora entre fatores da Cultura e da Educação, com vista à formação integral dos aprendizes que povoam a rede pública do ensino fundamental. Para tanto, recorremos a uma base teórica que oferecesse consistência à prática das atividades formuladas neste projeto. Assim, a pesquisa contemplou estudos de antropólogos como Edward Tylor, Franz Boas, Alfred Kroeber e Edgar Morin, assim como dos educadores John Dewey, Lev Vygotisky, Célestin Freinet e Paulo Freire, fornecendo os subsídios necessários à fundamentação das ações que compõem a estrutura da Oficina de Textos, aqui formatada. Esta constitui a base de intercâmbio entre Cultura e Educação, tão necessária à consolidação do desenvolvimento integral infantil. A inter-relação dos referidos fatores agrega, mutuamente, valores aos seus respectivos segmentos, atuando como catalisadores de suas ações específicas. Neste sentido, o Projeto Cultura e Educação em Textos tem por objetivo apoiar as diretrizes pedagógicas, orientadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, especificamente quanto aos Temas Transversais que, dada a sua essência multidisciplinar, estabelece íntima afinidade com os mecanismos de expressão cultural. Simultaneamente, este trabalho se propõe a instigar os aprendizes à compreensão dos fatores constitutivos dos bens culturais, em particular os representativos da produção literária que, enquanto abordam conteúdos da educação formal, habilitam-se para a produção de elementos culturais. Deste modo, o projeto reúne em si recursos importantes para a abordagem de assuntos referentes à Cultura e à Educação de forma integrada, cujo resultado, de natureza sinergética, representa ganhos maiores que os obtidos separadamente. Palavras-chave: Cultura e Educação; Oficina de Texto; Produção Cultural Escolar.
  • 7. 7 ABSTRACT The essence in this research consists in delineating an incorporated action between factors of Culture and Education, with the purpose of an integral formation of learners from the public elementary school. For that, we turn to a theoretical base that offers consistency to the practice of the activities made in this project. The research includes studies of some anthropologists such as Edward Tylor, Franz Boas, Alfred Kroeber and Edgar Morin, as well as the educators John Dewey, Lev Vygotisky, Celestian Freinet and Paulo Freire, providing the subsidies needed to the justification of actions that compound the structure of the Workshop Text, here formatted. This forms the basis of exchange between culture and education, so necessary for the consolidation of an integral development of children. The interrelationship of these factors adds, to each other, values to their respective segments, acting as catalysts for their specific actions. The Project Culture and Education Texts aims to support pedagogical guidelines, guided by the National curriculum parameters, regarding transversal issues, which, given it’s multidisciplinary nature, establishes intimate affinity with the mechanisms of cultural expression. Simultaneously, this research aims to instigate learners to understand the incorporation of cultural factors, particularly the representative of literacy production that, while approaching content of formal education, can also enable the production of cultural elements. Thus, the project collects important resources for addressing issues related to culture and education in an integrated manner, which results in synergistic nature, representing higher gains than those obtained separately. Keywords: Culture and Education, Workshop on Text, Cultural Production School.
  • 8. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 2 CULTURA E EDUCAÇÃO 11 2.1 A Cultura 11 2.2 A Educação 14 2.3 Intercâmbio 18 3 OFICINA DE TEXTOS 19 3.1 Interdisciplinaridade 20 3.2 Socialização 21 3.3 Letramento 23 4 O PROJETO: 24 4.1 O objetivo do Projeto 24 4.2 Objetivos Específicos 24 4.3 Diagnóstico 25 4.4 Justificativa 25 4.5 Metas 26 4.6 Atividades 26 4.7 Cronograma 28 4.8 Recursos 28 4.9 Plano de Comunicação e Marketing 29 4.9.1 Público Alvo 29 4.9.2 Aspectos Favoráveis 29 4.9.3 Aspectos Adversos 30 4.9.4 Estratégia 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 6 REFERÊNCIAS 33 ANEXOS 35
  • 9. 9 1 INTRODUÇÃO A busca por uma vida melhor é o maior dos objetivos humanos e permeia todas as classes sociais, seja qual for o tipo de sociedade. Não importa se a sociedade é primitiva ou high-tech, o sentimento de conquista é fator inerente ao caráter evolutivo da própria existência. Como afirma o antropólogo Alfred Kroeber (1876-1960) em seu artigo “O Superorgânico” (1993), este sentido de evolução deriva, não apenas de sua condição biológica, mas, essencialmente de sua cultura, o que fundamenta o empenho das gerações em conquistar novos artifícios que garantam melhores condições de vida para os seus descendentes. Tal interesse torna-se mais evidente quando o relacionamos à nossa própria prole. Motivado por este entendimento (sentimento), decidi, num momento de maior reflexão, redefinir a rumo de minha vida. Deixei de lado o empreendimento profissional, na administração de uma entidade pública financeira, para me dedicar ao projeto de garantir uma melhor situação de vida aos meus três filhos menores. O termo “situação de vida”, ao qual me refiro, significa bem mais que a mera condição econômica, capaz de assegurar-lhes o atendimento às necessidades impostas por padrões de consumo. Significa capacitá-los à exploração dos seus potenciais. Imbuído de um sentimento pedagógico, entendi que o sentido da paternidade só adquire sua real dimensão quando sintoniza a idéia social de desenvolvimento humano: Ser pai é, antes de tudo, garantir a evolução do núcleo social, que é a sua própria família, promovendo as condições necessárias ao desenvolvimento integral de seus filhos. Interessante foi perceber, em contrapartida, que garantir uma evolução integral da sociedade só é possível quando suas políticas de desenvolvimento social estabelecem sintonia com os mesmos princípios orientadores da paternidade responsável. Como pedagogo e amante das artes, encontrei nas produções culturais excelentes recursos para explorar as qualidades dos meus filhos. Associando elementos artísticos de seus interesses a importantes conteúdos educacionais, sobretudo, aqueles de abordagem interdisciplinar, obtive resultados surpreendentes, tanto no sentido de favorecer a aquisição de conhecimentos, quanto do exercício de suas habilidades. Tais conquistas reforçaram o meu entendimento sobre a íntima relação existente entre educação e cultura, despertando o meu interesse por saber
  • 10. 10 mais de suas implicações mútuas, em especial, as que resultam em recursos para a formação integral dos aprendizes. Concluí que um novo desafio, como parte do meu eu social, deveria ser abraçado, o que tem instigado meu sentimento de pertença e responsabilidade para com a sociedade, afinal, como diz Paulo Freire (1921-1997): “O verdadeiro compromisso é a solidariedade” (FREIRE, 1986, p.9). Assim, o desejo de contribuir para o crescimento integral infantil extrapolou os limites das iniciativas em família e o presente trabalho representa um passo nesta direção. Isto vem ratificar a idéia inicial dos princípios da paternidade responsável como orientadores de iniciativas voltadas para o desenvolvimento harmonioso da sociedade. Quis encontrar outras crianças que me trouxessem outras realidades, outras experiências, e descobri na pedagogia os caminhos para chegar a elas. São estradas de muitas vias e vários sentidos, cada uma com sua peculiar infra-estrutura epistemológica – racionalista, positivista, construtivista e outros istas – mas, todas elas conduzindo a um mesmo destino: a escola, ambiente da cultura infantil. Neste lugar transbordante de realidades diversas é possível perceber o sentido do termo “universo”. Portanto, sendo a infância o foco de interesse deste estudo, a escola constitui o local excelente para a realização do projeto integracional, aqui proposto, uma vez que reúne elementos importantes como: o espaço de trabalho da criatividade; a estrutura articulada para a vivência e a aprendizagem; a unidade de diversidades e intercâmbio, entre outros fatores comuns ao universo da cultura e da educação. Estes elementos são verdadeiros protótipos dos que compõem toda a estrutura social, razão pela qual, fazem da escola o celeiro cultural da sociedade. O desafio, pois, consiste na formatação de uma proposta que contribua para a formação integral de aprendizes do ensino fundamental. Para tanto, recorri às idéias de alguns antropólogos e educadores com o objetivo de fundamentar o pensamento de interagir dinâmicas culturais e educacionais numa única atividade. Neste sentido, procurei subsídios que respondessem às seguintes perguntas: Quais os objetivos da Cultura e da Educação? Como se relacionam? O que a Educação pode fazer pela Cultura e esta, por aquela? Estas questões orientam o desenvolvimento deste trabalho, buscando pontos de interseção, tratados ao longo dos itens que se seguem.
  • 11. 11 2 CULTURA E EDUCAÇÃO (...) Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração. Mas, aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa (...). Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens. (Trecho da carta-resposta dos chefes indígenas ao governo da Virginia/EUA – Sec. XIX) . 2.1 A Cultura O que é cultura? Responder à pergunta é tão crítico quanto encontrar resposta para o que vem a ser a natureza humana. A antropologia, neste sentido, se confunde com a filosofia, por outro lado, inúmeros conceitos foram tecidos na tentativa de definir uma identidade que favorecesse à sua análise. Dentre eles, recorri àquele elaborado por Edward Tylor (1832-1917), precursor das teorias mais recentes: Cultura ou Civilização, tomada em seu amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade. A condição da cultura, entre as diversas sociedades da humanidade, na medida em que ela é capaz de ser investigada a partir de princípios gerais, é um assunto apropriado para o estudo das leis do pensamento e da ação humana. Por um lado, a uniformidade que tão largamente permeia a civilização pode ser atribuída, em grande medida, à ação uniforme de causas uniformes, enquanto por outro, seus vários graus podem ser considerados como estágios de desenvolvimento ou evolução, cada um como resultado da história prévia e prestes a fazer a sua parte na formação da história do futuro. (TYLOR, 1903, p.1)
  • 12. 12 Esta definição, como afirma Roque Laraia (2006, p.25), “abrange todas as possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura” e é esta característica que pretendo explorar aqui, no sentido de identificar a sua relação com o processo evolutivo cultural, entendendo como evolução o encadeamento de fatos que gera o desenvolvimento e aperfeiçoamento de um dado fenômeno. Este encadeamento pressupõe a existência de relações de causa e efeito, ou seja, de transmissão de sinais de uma etapa a outra, como acontece com o aperfeiçoamento biológico no processo hereditário. Ocorre que, apesar da “evolução orgânica está essencial e inevitavelmente ligada a processos hereditários, a evolução social (...), por outro lado, não está, ou não está necessariamente, associada a agentes hereditários” (KROEBER, 1993, p.43), mas, a um processo acumulativo de informações, externas ao caráter biológico, que se inscrevem no tecido peculiar da natureza humana; no composto de corpo e mente. Este sistema de transmissão confere ao homem capacidades que extrapolam os limites de sua condição orgânica e a ele Alfred Kroeber (1876-1960) denominou de “Superorgânico”. Assim, o homem, em vez de ter que modificar o seu aparato biológico para se adaptar às diferentes situações ambientais, ele promove as alterações necessárias em seu sistema superorgânico, adicionando novos recursos a outros tantos já acumulados. Tal sistema funciona como uma unidade orgânica, cujo processo evolutivo se dá a partir do acúmulo de recursos adquiridos, à qual chamamos de Cultura. Acontece, no entanto, que esta evolução não ocorre de forma homogênea, conforme padrões estabelecidos, pois, deriva da história específica de cada sociedade e, de acordo com Franz Boas (1858-1942), implica em diferentes modos de desenvolvimento cultural, os quais se estabelecem segundo parâmetros próprios, definidos por suas peculiaridades, cuja análise só é possível a partir de abordagens multilineares (BOAS, 2005). Estas especificidades culturais fundamentam a diversidade de elementos que compõem o sistema cultural como um todo, exigindo o conhecimento de modos particulares de abordagem, imprescindíveis ao tratamento da Cultura, enquanto identidade superorgânica. Dito isso, é possível concluir que a dinâmica acumulativa de recursos, necessária à adequação do homem ao ambiente, é favorecida pelos inúmeros e
  • 13. 13 distintos processos de obtenção do conhecimento, isto é, da aprendizagem, que se comportam como agentes catalisadores do desenvolvimento cultural. Tais processos constituem instrumentos, pelos quais, se estabelece a cadeia evolutiva do Superorgânico, porém, para compreendê-los, é fundamental conhecer a essência deste conhecimento. Edgar Morin (1921) afirma que não há uma definição apropriada para o que seja o conhecimento, dada à relatividade da experiência do conhecedor sobre o fato conhecido, mas, define critérios para que este se estabeleça: “(...) todo conhecimento comporta necessariamente: a) uma competência (aptidão para produzir conhecimentos); b) uma atividade cognitiva (cognição), realizando-se em função da competência; c) um saber (resultante dessas atividades). As competências e atividades cognitivas humanas necessitam de um aparelho cognitivo, o cérebro, que é uma formidável máquina bio- físico-química; esta necessita da existência biológica de um indivíduo; as aptidões cognitivas humanas só podem desenvolver-se no seio de uma cultura que produziu, conservou, transmitiu uma linguagem, uma lógica, um capital de saberes, critérios de verdade. É nesse quadro que o espírito humano elabora e organiza o seu conhecimento utilizando os meios culturais disponíveis” (MORIN, 2002, p.18) O conjunto formado pela competência/aptidão, a ação cognitiva e o saber, constitui uma espécie de enzima responsável pela catalisação do meio cultural. É o instrumento da criação dos artifícios, a ferramenta, pela qual, o homem transforma o mundo e a si mesmo. Ocorre, por outro lado, que a natureza do conhecimento é diversa e essencialmente relativa e, portanto, segundo Morin (2006, p.14), “o conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta ready made, que pode ser utilizada sem que sua natureza seja examinada”. Para cada cultura há um conhecimento específico a desvendar sua realidade, como a chave de uma fechadura que abre a porta de nossa casa. Assim, voltando ao pronunciamento dos chefes indígenas, no início do capítulo, o conhecimento necessário à vida da tribo, ou seja, ao desenvolvimento de sua cultura, não se faz em outro lugar, a não ser nela e por ela mesma; cabendo à educação o papel de orientar este conhecimento, trabalhando “o conhecimento do conhecimento, que comporta a integração do conhecedor em seu conhecimento” (MORIN, 2006, p.31).
  • 14. 14 2.2 A Educação A educação, como descrita pelos índios, é parte integrante da cultura; reproduz e cuida de valores a ela inerentes, portanto, não faz sentido a educação que ignore a realidade na qual está inserida, já que o seu papel é organizar a estrutura social, que dela participa. Sendo a educação um fator constitutivo e constituinte da cultura, como tal, precisa estar pronta para promover a formação necessária da sociedade, buscando, com esta e para esta, os instrumentos indispensáveis à aprendizagem de conhecimentos socialmente significativos. Neste sentido, Paulo Freire (1921-1997) nos chama a atenção para o caráter dialógico da educação, que pressupõe o entrosamento entre as partes deste diálogo e, portanto, que se estabeleça num mesmo nível, ou seja, numa mesma realidade. Salienta, ainda, que todo diálogo exige um conteúdo a ser dialogado e, por isso, estabelece uma espécie de programa para a orientação deste diálogo, no qual se aborde (...) o conceito antropológico de cultura. A distinção entre os dois mundos: o da natureza e o da cultura. O papel ativo do homem em sua e com sua realidade. O sentido de mediação que tem a natureza para as relações e comunicação dos homens. A cultura como o acrescentamento que o homem faz ao mundo que não fez. A cultura como o resultado de seu trabalho. Do seu esforço criador e recriador. O sentido transcendental de suas relações. A dimensão humanista da cultura. A cultura como aquisição sistemática da experiência humana. Como uma incorporação, por isso crítica e criadora, e não como uma justaposição de informes ou prescrições “doadas”. A democratização da cultura - dimensão da democratização fundamental. O aprendizado da escrita e da leitura como uma chave com que o analfabeto iniciaria a sua introdução no mundo da comunicação escrita. O homem, afinal, no mundo e como mundo. O seu papel de sujeito e não de mero e permanente objeto. (Freire, 1967, p.108). A educação, entendida deste modo, contempla a totalidade da dimensão humana: “A missão desse ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre” (MORIN, 2003, p.11). A educação, nesta perspectiva, compreende o homem como um complexo biossocial, que se forma e se transforma a partir dessa interação e, somente desta forma, conforme Lev Vygotsky (1896-1934), é possível o seu desenvolvimento, que
  • 15. 15 se dá numa relação dialética com a sociedade, onde o homem forma o ambiente e por ele é formado. Um bom exemplo desta visão é refletido em sua teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal, que expressa, nitidamente, o desenvolvimento das capacidades infantis como consequência da interação social: Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1998, p.112) Para tanto, se faz imprescindível a mediação instrumental, ou seja, o uso de recursos culturais para a intervenção da criança no ambiente, na medida em que ela recebe deste, os elementos para a formação e maturação da dinâmica relacional linguagem-pensamento, necessária ao seu desenvolvimento sócio-histórico (VYGOTSKY, 1998). Outro educador que muito contribuiu para o entendimento da relação cultura e educação foi John Dewey (1859-1952), fundamentando sua teoria no princípio da experiência como atividade formadora de toda a existência; experiência como dinâmica adaptativa entre ações e reações. “No plano humano esse agir e reagir ganha sua mais larga amplitude, chegando (...) à reflexão, ao conhecimento e à reconstrução da experiência.” (TEIXEIRA in DEWEY, 1978, p.13) Anísio Teixeira (1900-1971) resume bem o conceito de educação em Dewey: (...) “educação como o processo de reconstrução e reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido, e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras.” Por essa definição a educação é fenômeno direto da vida, tão inelutável como a própria vida. A contínua reorganização e reconstrução da experiência pela reflexão, constitui o característico mais particular da vida humana (...) Essa contínua reconstrução – em que consiste a educação – tem por fim imediato melhorar pela inteligência a qualidade da experiência. Analisando-a mentalmente, percebendo as relações que ela nos desvenda, ganhamos os conhecimentos necessários para dirigir, com mais segurança, nossas experiências futuras. (TEIXEIRA, in DEWEY, 1978, p.17)
  • 16. 16 Para Dewey Não basta insistir na necessidade de experiência, nem mesmo em atividade do tipo de experiência. Tudo depende da qualidade da experiência por que se passa. A qualidade de qualquer experiência tem dois aspectos: o imediato de ser agradável ou desagradável e o mediato de sua influência sobre experiências posteriores. O primeiro é óbvio e fácil de julgar. Mas, em relação ao efeito de uma experiência, a situação constitui um problema para o educador. Sua tarefa é a de dispor as coisas para que as experiências, conquanto não repugnem ao estudante e antes mobilizem seus esforços, não sejam apenas imediatamente agradáveis, mas o enriqueçam e, sobretudo, o armem para novas experiências futuras. Assim como homem nenhum vive ou morre para si mesmo, assim nenhuma experiência vive ou morre para si mesma. Daí constituir-se o problema central de educação alicerçada em experiência a seleção das experiências presentes, que devem ser do tipo das que irão influir frutífera e criadoramente nas experiências subsequentes. (DEWEY, 1979, p. 16-17). A partir desta idéia ele propõe (...) fazer de cada uma das escolas o embrião de uma vida comunitária, ativa, com tipos de ocupações que reflitam a vida de uma sociedade maior, e permeada com o espírito da arte, da história e da ciência. Quando a escola introduz e treina cada criança da sociedade como um membro dessa pequena comunidade, impregnando-o com o espírito de servir e fornecendo-lhe instrumentos para autodirecionar-se, teremos o melhor fiador de uma sociedade digna, encantadora e harmoniosa. (DEWEY in PALMER, 2005, p.217) Dentro deste entendimento, em que a educação recorre ao universo da cultura, quando se vale de seus instrumentos e significados, para estabelecer o seu próprio sentido, Celestin Freinet (1896-1966) acrescenta a necessidade de tornar a educação um processo íntimo da criança, proporcionando-lhe realizações no seu próprio universo, na medida em que faz de tais realizações os instrumentos de sua pedagogia. É por isso que ele insiste em recorrer à experiência primária do homem com a natureza para fundamentar a sua teoria: Você vai procurar bem longe os elementos de base da sua pedagogia. Para isso são necessárias considerações intelectuais e vocábulos herméticos, cujo segredo só os universitários possuem (...). Mas você tem certeza de que a maior parte dessas idéias que os intelectuais julgam ter descoberto não correm desde sempre entre o povo, e de que não foi o erro escolástico que lhes minimizou e
  • 17. 17 deformou a essência, para monopolizá-la e subjugá-la? Veja então como, entre o povo, são tratados e educados os pequenos animais: você encontrará aí a origem dos grandes princípios educativos aos quais estamos voltando lentamente, quase que de má vontade... Nada de aprendizagem prematura, dirá o caçador. O cão novo demais se cansa e se desencoraja (...). Há toda uma arte do caçador para satisfazer o cão (...). E os apicultores lhe dirão: nada de gestos bruscos que despertam as reações de defesa dos animais com que você lida— confiança, bondade, ajuda e decisão. E eu lhe digo que, se fôssemos procurar assim, na tradição popular, as práticas milenares do comportamento dos homens na educação dos animais, estaríamos em condições de escrever o mais simples e o mais seguro de todos os tratados de pedagogia. (FREINET, 2004, p.11) Uma forte característica de Freinet é o seu olhar artístico que permeia o trato científico, ressaltando os sentidos – o sentimento – sobre a razão, sem, contudo, desdenhá-la. A própria forma dos seus escritos é prova dessa perspectiva. Há sempre um romance a conduzir os seus pensamentos, como por exemplo, quando expressa, como criança, a sua visão sobre a realidade da escola tradicional: Aproximáva-mos da escola. As idéias não nos faltavam certamente, e idéias bem originais; as falas surgiam rapidamente, com sutileza e humor; as iniciativas abundavam, boas ou más. E depois, bruscamente, ouvia-se a sineta; produzia-se imediatamente como que um vazio no nosso ser. A vida detinha-se ali, a escola começava: um mundo novo, totalmente diferente daquele em que vivíamos, com outras regras, outras obrigações, outros interesses, ou, o que é mais grave, com uma ausência por vezes dramática de interesse. Contávamos pela última vez os berlindes nos bolsos, escondíamos uma bela amonite descoberta no caminho e que iríamos buscar de pois de sairmos; era-nos preciso afastar o cão que nos seguira e que se mostrava surpreendido por ver que nos tornáramos seres anônimos, sem alma, que desapareciam naquele lugar retirado do mundo no qual a vida não contava. A porta fechava-se. (FREINT, 1975, p.52-53) Há um espírito infantil que, deliberadamente, o conduz, pois, como ele afirma: "Se você não voltar a ser como uma criança..." não entrará no reino encantado da pedagogia... Em vez de procurar esquecer a infância, acostume-se a revivê-la. (FREINET, 2004, p.24). Não há dificuldade em perceber a consistência de sua afirmativa, pois, é simples compreender que a dimensão adulta do homem só é possível ser abordada quando nela nos encontramos. É este espírito que deve perpassar tudo o que foi dito até aqui, desde a compreensão do que é cultura – a cultura infantil é protótipo de toda a criação
  • 18. 18 humana – até o entendimento de que educação é sinônimo de aprendizagem e, deste modo, só é possível ser vista, abordada e compreendida a partir dos olhos do aprendiz. 2.3 O Intercâmbio A perspectiva que associa, de um lado, a educação como suporte para a cultura, e de outro, a cultura como suporte para a educação, conduz este trabalho na intenção de obter resultados que possam agregar valor aos objetivos de ambos. A estreita relação entre educação e cultura nos processos de formação da cidadania ressalta o caráter indispensável das ações de integração das manifestações intelectuais e artísticas nas práticas pedagógicas de ensino formal e informal. A correção da fratura entre as formulações e o planejamento das políticas relacionadas às duas áreas deve ser o foco de ações articuladoras das diversas instâncias e esferas da administração pública. Por outro lado, é necessário reconhecer que os problemas de acesso à educação e à cultura produzem impactos mútuos. Entre outros exemplos, estão as lacunas na formação artístico-cultural dos estudantes brasileiros, que desse modo deixam de constituir um grupo social atento e crítico para a recepção e produção de manifestações simbólicas. Os desafios prioritários para uma política cultural atrelada à de educação incluem a capacitação de docentes, a disponibilização de bens culturais a professores e alunos, a troca de informações e competências entre os dois campos, o reconhecimento dos saberes tradicionais, o compartilhamento de projetos e recursos, o aprimoramento do ensino das artes nas escolas e a transformação dessas instituições em centros de convivência e experiência cultural. Nas instituições de ensino do nível básico ao superior, a política cultural deve promover o acesso a repertórios do Brasil e do mundo, numa perspectiva não- instrumental. (BRASIL, 2007, p.48) Esta relação de interdependência, descrita no Plano Nacional de Cultura, evidencia a necessidade de instrumentos articuladores que possam viabilizar o intercâmbio. Neste sentido, a presente proposta, constitui um exemplo de recurso que se soma, a fim de contribuir para a conquista de tais desafios. Mas, este intercâmbio não se limita apenas aos conteúdos específicos dos segmentos e suas respectivas formas. Ele requer a integração dos profissionais que neles atuam, como, por exemplo, do professor, que tem por ofício promover a aprendizagem necessária ao desenvolvimento consistente da sociedade e do gestor
  • 19. 19 cultural, cujo compromisso maior é cuidar dos bens da cultura e de sua produção, que constituem o lastro do comportamento social. Entendendo que este seja o ponto conclusivo de todo o trabalho, pois a viabilidade do pensamento, aqui descrito, depende substancialmente do desempenho de tais profissionais, deixei para tratá-lo em minhas considerações finais, como reconhecimento de sua importância. 3. OFICINA DE TEXTOS Todas as reflexões conduzidas por estes textos, e outros que não couberam nestas páginas, me levaram, inevitavelmente, à formulação do instrumento, objeto deste trabalho, pelo qual pretendo ver concretizada a idéia de apoiar a formação integral da criança. Assim, encontrei nas oficinas de textos um excelente recurso, pois, se de um lado podemos explorar, de modo instigante e envolvente, os conteúdos curriculares a partir da pesquisa, da participação coletiva e da reflexão, por outro, é possível obter a concretude (aplicabilidade) dos resultados, tão importante para a conscientização de temas cuja natureza implica em abordagens sistêmicas. A oficina de textos se baseia na cooperação, com o objetivo de construir um conhecimento coletivo e o cultivo da afetividade/solidariedade; na comunicação, como forma de exercício da autonomia e na documentação, a fim de efetivar a educação como trabalho real. Estas são premissas adotadas por Freinet, cuja metodologia contempla a prática do texto livre: Um texto livre é, como sua designação indica, um texto que a criança escreve livremente, quando tem desejo de fazer, em conformidade com o tema que a inspira. Não é aconselhável, por conseguinte, a imposição de um assunto, nem se deve estabelecer um plano destinado ao que se tornaria então uma espécie de exercício de texto livre que , como é obvio, constituiria apenas uma redação de tema livre. Mas, dir-se-á: se a criança não é capaz de descobrir um tema, se não sabe o que quer dizer e se não tem por isso qualquer desejo de escrever, é na verdade preciso encontrar um recurso escolar, mais ou menos coercivo, para o obrigar a isso? Volta-se sempre, assim, à escolástica. Não basta, por conseguinte, dar à criança liberdade para escrever, é preciso inspirar-lhe o desejo de o fazer, despertar-lhe a necessidade de se exprimir. Deste modo, o verdadeiro texto livre só pode nascer e desabrochar no novo clima de atividade livre da Escola Moderna. É preciso que a criança se torne sensível às motivações que trazemos, que compreenda que aquilo
  • 20. 20 que tem a dizer é agora importante para a sua vida, para a vida da comunidade, no seio da qual deve já representar um papel de homem. Esta tomada de consciência, que inclui em si elementos individuais e coletivos, não poderia surgir de explicações, por mais eloqüentes que fossem. É a experiência da vida que, ainda neste aspecto, será decisiva. (FREINET, 1975, p. 60-61. Grifo meu). Entendo, obviamente, que a proposta de Freinet não poderia ser adota em sua totalidade, dadas algumas divergências entre o positivismo do nosso contexto educacional e o seu liberalismo filosófico. No entanto, acredito ser plenamente factível o conjunto das atividades aqui propostas, ainda que obedientes às premissas já citadas, pois, sem colidir com o encaminhamento das ações desenvolvidas pelas escolas, constitui um facilitador no trato da interdisciplinaridade requerida pelos temas transversais, além de contribuir com o processo de socialização da comunidade escolar. 3.1 Interdisciplinaridade A nossa relação com o mundo natural e o sócio-cultural ocorre de forma globalizante, integral, ou seja, cada fenômeno experimentado faz parte de um contexto que lhe dá sentido. Além disso, o sujeito que experimenta interfere no objeto experimentado, relativizando o caráter do conhecimento. Portanto, o entendimento da realidade se faz a partir de um processo interativo entre diferentes campos do saber e o conhecimento específico de cada homem. A abordagem interdisciplinar surge, portanto, como forma de atender a este processo de conscientização holística, pois, leva em conta a contextualização do fenômeno abordado. Trata-se de um modo de perceber o conhecimento, como afirma Ivani Fazenda (2002, p.11): Interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. Sob esta perspectiva o Ministério da Educação entende que: Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm natureza diferente das áreas convencionais. Sua complexidade faz com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para abordá-los. Ao contrário, a problemática dos Temas Transversais atravessa os diferentes campos do conhecimento. (BRASI,1997, p.29)
  • 21. 21 Ocorre que, a atual estrutura escolar tem se mostrado inflexível para acomodar uma dinâmica diferente daquela compartimentada, cuja organização das demandas é definida a partir das conduções individuais do seu corpo docente. Embora haja um grande esforço do Governo Federal e secretarias de estado e município para a viabilização de uma nova conduta, o enraizamento cultural das práticas tradicionais tem dificultado a conscientização da interdisciplinaridade, comprometendo os resultados esperados. Mas, é possível enfrentar este problema a partir de uma ação conjunta entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, com o desenvolvimento de atividades culturais, conduzidas por profissionais especializados, voltadas para a abordagem dos Temas Transversais. A natureza holística destas práticas possui uma íntima relação com os conteúdos interdisciplinares, além de constituir um excelente meio de integração para o corpo docente. Tais atividades possuem estruturas aglutinadoras de conhecimentos múltiplos, pois, toda produção cultural resulta da combinação de saberes divesos, o que as identificam profundamente com o modo de abordagem interdisciplinar: A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p. 88- 89). E neste sentido, o Projeto Cultura e Educação em Textos constitui um exemplo do referido eixo integrador, que se estabelece a partir de sua demanda investigativa junto aos múltiplos conteúdos disciplinares, assim como, na perspectiva de um plano promotor da identidade cultural da comunidade escolar. 3.2 Socialização O estabelecimento da identidade social de um grupo é o maior dos objetivos de sua cultura. Esta identidade integra o conjunto de elementos formadores das identidades individuais de seus integrantes que, por sua vez, interagem na construção e reconstrução desta identidade cultural.
  • 22. 22 A interdependência entre identidade cultural e identidade individual evidencia a importância de suas características, de suas mútuas qualidades, pois, depende delas o desenvolvimento do grupo e do indivíduo. Deste modo, a diversidade de tais características, quer individuais ou grupais, colabora para o enriquecimento e fortalecimento dessas identidades. As atividades que compõem as oficinas de textos são excelentes instrumentos do processo de conscientização dessa diversidade, não apenas pelo exercício da pesquisa e trabalho cooperativo que elas suscitam, mas, sobretudo, por explorar a história individual de seus participantes, compartilhando-a pela dinâmica da composição literária. Além disso, é uma forma de explorar a dimensão real, concreta, do conhecimento, salientando a importância de sua aplicabilidade enquanto atividade intelectual, ou seja, revelando os elementos pragmáticos necessários ao saber. Se faz preciso, então, enfatizar a atividade prática na realidade concreta (atividade a que nunca falta uma dimensão técnica, por isso, intelectual, por mais simples que seja) como geradora de saber. O ato de estudar, de caráter social e não apenas individual, se dá aí também, independentemente de estarem seus sujeitos conscientes disto ou não. No fundo, o ato de estudar, enquanto ato curioso do sujeito diante do mundo, é expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas sabem mas sabem que sabem. (FREIRE, 1989, p.35) O caráter prático da oficina objetiva, portanto, trabalhar a inserção da criança no seu contexto social, dotando-a de capacidades para que possa atuar significativamente junto à comunidade escolar, entendendo que o próprio exercício nas oficinas já constitui um exemplo de sua atuação. 3.3 Letramento O termo, cujo significado encontra-se muito longe da mera alfabetização e bem mais perto da condição de ser letrado, ou seja, versado em letras, sugere uma “compreensão critica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo” (FREIRE, 1989, p.9).
  • 23. 23 (...) o letramento é um estado, uma condição: o estado ou condição de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita, com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as diferentes funções que a leitura e a escrita desempenham na nossa vida. Enfim: letramento é o estado ou condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita. (SOARES, 2009, p.44) O letramento consiste em habilitar a criança nas práticas sociais da linguagem escrita, que tem início quando de sua convivência com esta, mesmo ainda não alfabetizada. O processo de letramento é constituído por uma dinâmica associativa entre a realidade e a escrita, cuja relação se estabelece de modo evolutivo, fixando ligações entre elas cada vez mais complexas. Esta dinâmica, na medida em que é explorada, proporciona o desenvolvimento das funções cognitivas da criança, com a assimilação progressiva da linguagem escrita e, sobretudo, do conhecimento de sua realidade. Porém, para que isto ocorra é necessário dispor de infra-estrutura que atenda não apenas às demandas do ensino da língua, mas, fundamentalmente das dinâmicas sociais, que se traduzem nas atividades integradoras entre teoria e prática necessárias ao exercício do letramento. Não adianta ensinar a criança a ler e escrever se (...) não lhes são dadas as condições para ler e escrever: não há material impresso posto à disposição, não há livrarias, o preço dos livros e até dos jornais e revistas é inacessível, há um número muito pequeno de bibliotecas. Como é possível tornar-se letrado em tais condições? Isso explica o fracasso das campanhas de alfabetização em nosso país: contentam-se em ensinar a ler e escrever; deveriam, em seguida, criar condições para que os alfabetizados passassem a ficar imersos em um ambiente de letramento, para que pudessem entrar no mundo letrado, ou seja, num mundo em que as pessoas têm acesso à leitura e à escrita, têm acesso aos livros, revistas e jornais, têm acesso às livrarias e bibliotecas, vivem em tais condições sociais que a leitura e a escrita têm uma função para elas e tornam-se uma necessidade e uma forma de lazer. (SOARES, 2009, p.58-59) Neste sentido, a oficina de textos, cumpre o papel de agenciadora do processo de letramento, promovendo o acesso da criança aos vários segmentos do universo literário a partir da experiência com seus múltiplos exemplos, exercitando sua capacidade de percepção e expressão do mundo e de si mesma, como forma de habilitá-la para a relação com este mundo e com ela própria.
  • 24. 24 4. O PROJETO: CULTURA E EDUCAÇÃO EM TEXTOS O Projeto Cultura e Educação em Textos é um objeto de integração: Integrar elementos constitutivos da formação da criança a fim de contribuir para a formação integral da criança. 4.1 O objetivo do Projeto O propósito maior do trabalho é colaborar para a aprendizagem escolar, apoiando as diretrizes pedagógicas do ensino fundamental da rede pública municipal de Curitiba/PR, a partir da exploração de atividades culturais – oficinas de textos – voltadas para a abordagem de temas curriculares transversais. Simultaneamente, o mesmo objetiva a capacitação dos respectivos aprendizes à produção de elementos da cultura, no sentido de apropriá-los dos significados e valores que compõem a essência dos bens culturais. 4.2 Objetivos Específicos Orientadas pelo objetivo geral, estão definidas as seguintes ações a serem realizadas: Executar oficinas de produção e edição de textos durante o segundo semestre de 2012 em cinco escolas da rede municipal de ensino fundamental da cidade de Curitiba; Trabalhar conteúdos de temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Ética, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e Pluralidade Cultural – tendo como recurso pedagógico a leitura, a análise e a produção de textos em seus vários gêneros e modos de redação; Desenvolver habilidades para prática da redação e edição literária de acordo com dinâmicas que estimulem a formação de grupos, cujo trabalho resulte na produção de elementos capazes de fortalecer o sentido de identidade coletiva e pertença de seus integrantes.
  • 25. 25 4.3 Diagnóstico A realidade educacional das escolas públicas, em sua maioria, reflete a carência de eficientes dinâmicas de ensino, resultante da escassez de recursos técnicos, ou habilidades profissionais, que atendam satisfatoriamente às necessidades específicas de cada comunidade escolar. A maioria dessas entidades, ainda que disponha do comprometimento de seus educadores para com as demandas dos educandos, tem se mostrado incapaz de estimular o interesse destes para a aprendizagem de conteúdos necessários ao atendimento das atuais exigências sociais. Isso pode ser ratificado pelos resultados obtidos do IDEB, que denunciam o baixo rendimento das escolas públicas do país. Um exemplo desse despreparo é o desconhecimento da subjetividade inerente ao universo das expressões culturais. O fato de ignorar os valores destes bens contribui para a incapacitação de lidar com os mesmos, implicando no empobrecimento de sua produção. Isto pode ser comprovado pela notória fragilidade, ou mesmo inexistência, de bens produzidos por estas comunidades escolares. 4.4 Justificativa Diante do diagnóstico, não é difícil perceber a necessidade de ações consistentes, junto à dinâmica pedagógica, que lhe garantam resultados efetivos. Neste sentido, entendemos que a prática de atividades culturais, como apoio metodológico, represente um excelente recurso, pois, além de possuir uma linguagem atraente e acessível, a natureza interdisciplinar de sua dinâmica favorece a abordagem integracional dos conteúdos, proporcionando aos alunos consistentes atitudes analíticas e entendimentos críticos sobre os vários temas a serem tratados. Além disso, a necessidade de se perceber a dimensão valorativa dos bens culturais, assim como da sua produção, é fundamental ao fortalecimento das culturas. Para tanto, surge a escola como fórum para o exercício desta percepção, pois, constitui o ambiente, por excelência, de vivências, trocas e aprendizagens. E é a partir desta dinâmica que se desenvolve uma produção cultural consciente, onde
  • 26. 26 são assimilados os fatores em que se apóia o entendimento sobre a sua verdadeira dimensão. Assim, as oficinas de produção e edição de textos reúnem condições favoráveis ao atendimento destas demandas, visto que, se insere, naturalmente, junto às demais dinâmicas pedagógicas, proporcionando a integração entre disciplinas para a abordagem dos temas transversais, assim como, promovendo a integração entre os estudantes para o exercício da produção cultural. 4.5 Metas a) Executar 16 eventos de 02 horas, perfazendo o total de 32 horas de oficina por turma, sendo 01 evento por semana, durante o segundo semestre do ano letivo de 2012; b) Totalizar a execução de 480 horas/oficina rateadas por 05 estabelecimentos de ensino, atendendo a 15 turmas do 5º ano do ensino fundamental, sendo 30 alunos por turma, perfazendo o total de 450 alunos atendidos na faixa etária de 08 a 10 anos; c) Trabalhar os conteúdos de 03 temas relevantes – 1. Ética e Meio Ambiente; 2. Saúde e Orientação Sexual e 3. Pluralidade Cultural – a partir da exploração de variadas formas de redação; d) Promover a integração entre disciplinas com a participação do corpo docente na formatação, condução e avaliação dos trabalhos; e) Compor um conjunto literário, representativo de cada turma, a fim de trabalhar as várias etapas da respectiva edição (livro); f) Transmitir à comunidade escolar o trabalho produzido com o objetivo de fortalecer o seu reconhecimento e a consequente afirmação da identidade do grupo. 4.6 Atividades Pré-Produção Período: 60 dias a partir da aprovação do projeto. Ações: - Levantamento de conteúdos e formatação das atividades;
  • 27. 27 - Definição do cronograma de execução das oficinas junto às unidades escolares; - Confecção do material de apoio (apostilas) e de divulgação. Recursos: - Contrato de serviço de 01 coordenador pedagógico; - Contrato de serviço de 02 professores/escritores; - Contrato de serviços gráficos/editoriais; - Contrato de serviço de 01 contador. Produção Período: Segundo semestre do ano letivo de 2012. Ações: Oficina de Textos (Anexos) - Módulo 1: Debates sobre os temas escolhidos; leitura e interpretação de textos; - Módulo 2: Abordagem dos gêneros literários e tipos de redação; - Módulo 3: Exercícios de técnicas de escrita; composição de textos; - Módulo 4: Edição (correção, diagramação e impressão); divulgação dos trabalhos junto à comunidade. Recursos: - 01 coordenador pedagógico (coordenador do projeto); - 02 professores/escritores; - 02 atores; - Material gráfico: 450 apostilas de apoio pedagógico; 1500 folders e 50 banners para divulgação junto à comunidade; 1500 exemplares dos livros produzidos (300 por escola); - 05 eventos – Noite de Autógrafos – sendo um em cada unidade escolar. Pós-Produção Período: 30 dias a partir da conclusão das oficinas. Ações: - Avaliação dos resultados junto à Secretaria de Educação do Estado do Paraná - Prestação de contas do projeto junto à Fundação de Cultura de Curitiba Recursos: - Coordenador do projeto.
  • 28. 28 4.7 Cronograma ETAPA ATIVIDADE MÊS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 Pré-produção Levantamento de conteúdos e formatação das atividades Pré-produção Definição do cronograma junto às unid. escolares Pré-produção Confecção do material de apoio e de divulgação Produção Módulo 1 Produção Módulo 2 Produção Módulo 3 Produção Módulo 4 Pós-produção Avaliação dos resultados junto à Sec. de Educação Pós-produção Prestação de contas do projeto junto à FCC 4.8 Recursos PRÉ-PRODUÇÃO ATIVIDADE RECURSO QUANT UNID VALOR (R$) Definição de conteúdos, Pedagogo 01 Mês 2.500,00 atividades e cronograma Professor 1 01 Mês 1.800,00 Professor 2 01 Mês 1.800,00 Confecção de material de apoio Apostila 450 Unid. 6.750,00 e de divulgação (Serviços Folder 1500 Unid. 350,00 gráficos) Banner 50 Unid. 1.500,00 Administração contábil Contador 01 Serv. 1.200,00 PRODUÇÃO ATIVIDADE RECURSO QUANT UNID VALOR (R$) Módulo 1 Pedagogo 01 Mês 2.500,00 Professor 1 01 Mês 1.800,00 Professor 2 01 Mês 1.800,00 Módulo 2 Pedagogo 01 Mês 2.500,00 Professor 1 01 Mês 1.800,00 Professor 2 01 Mês 1.800,00 Ator1 10 Hora 2.000,00 Ator2 10 Hora 2.000,00 Módulo 3 Pedagogo 02 Mês 5.000,00 Professor 1 02 Mês 3.600,00 Professor 2 02 Mês 3.600,00 Módulo 4 Pedagogo 01 Mês 2.500,00 Professor 1 01 Mês 1.800,00 Professor 2 01 Mês 1.800,00 Ator1 05 Hora 1.000,00 Ator2 05 Hora 1.000,00 Serviços gráficos/editoriais Livro 1500 Unid. 18.000,00 Serviços de eventos Noite Autógrafo 05 Unid. 7.500,00 PÓS-PRODUÇÃO ATIVIDADE RECURSO QUANT UNID VALOR (R$) Avaliação junto à SEC Coordenador 01 01 2.500,00 Prestação de contas ao FCC VALOR TOTAL (R$) 80.400,00
  • 29. 29 4.9 Plano de Comunicação e Marketing O Plano de Comunicação e Marketing nos permite conhecer o mercado, alvo desta proposta, nos possibilitando “traçar o perfil do consumidor, tomar decisões com relação a objetivos e metas, ações de divulgação e comunicação, preço, distribuição, localização do ponto de venda, produtos e serviços adequados ao mercado, ou seja, ações necessárias para a satisfação dos clientes e o sucesso do negócio”. (SEBRAE, 2005, p.10). 4.9.1 Público Alvo Há três classes específicas de público atendidas pelo projeto: - As instituições públicas de cultura e de educação: Fundação de Cultura de Curitiba e Secretaria Municipal de Educação; - As comunidades escolares: aprendizes da rede pública de ensino fundamental da cidade de Curitiba; - Os patrocinadores: organizações promotoras do mecenato. 4.9.2 Aspectos Favoráveis - Instituições públicas: Existência de programas de incentivo à formação cultural, voltados para o segmento educacional. Há também, nos programas escolares, diretrizes que demandam um número significativo de atividades culturais. - Comunidades escolares: As atividades culturais são potencialmente instigantes e despertam, naturalmente, o interesse infantil, alem disso, há uma carência destas atividades nas instituições públicas de ensino. - Patrocinadores: Existe uma demanda crescente por iniciativas que agreguem valor às marcas, do mesmo modo que a necessidade por inovações que confiram um diferencial a estas marcas e facilite a sua divulgação. Há uma mudança progressiva dos valores sociais, que se reflete nos modos de consumo, estabelecendo novos paradigmas de produção de bens e serviços.
  • 30. 30 4.9.3 Aspectos Adversos - Instituições públicas: Número limitado de editais para programas de incentivo, além de uma forte e numerosa concorrência. - Comunidades escolares: Restrição de janelas nos cronogramas de trabalho dos conteúdos programáticos, dificultando a inserção de novas atividades. Desconhecimento dos valores/importância das atividades culturais na formação educacional, tanto por parte dos aprendizes quanto do corpo docente. - Patrocinadores: Fortes exigências de retorno e disponibilidade limitada de recursos para investimento em marketing cultural, conseqüentes de um senso que ignora os potenciais dos elementos culturais sobre a promoção das marcas. 4.9.4 Estratégias - Instituições públicas: Estabelecer parcerias com entidades fornecedoras de serviços, como a Associação Malasartes, que desenvolve uma série de atividades junto à rede de ensino pública de Curitiba, com incentivos da FCC e outras entidades, cuja qualidade dos trabalhos produzidos constitui, para as instituições demandantes, um aporte de recursos de valor incomparável. - Comunidades escolares: Elaborar cartilha educativa sobre a importância das atividades culturais na abordagem dos conteúdos curriculares, além de propostas para a inserção das atividades junto ao cronograma de aulas. Divulgar, junto à comunidade, prospectos sobre as atividades das oficinas. - Patrocinadores: Identificar possíveis patrocinadores, cuja marca guarde relações com a natureza do projeto, tais como, gráficas, editoras, empresas de multimídia, livrarias, no sentido de subsidiar os recursos materiais necessários à produção das oficinas. Contatar empresas identificadas com a produção cultural e promoção social através de prospectos e emails explanativos, buscando abordar soluções inovadoras para a promoção de suas marcas. Dentre estas empresas, é de fundamental importância o subsidio de agentes de comunicação que proporcionem abordagens eficientes junto aos demais clientes. O princípio da interdependência entre os patrocinadores, tendo o projeto como catalisador de ações, proporciona ganhos mútuos, obtidos pela sinergia de suas participações.
  • 31. 31 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sintetizando os pensamentos dos antropólogos e educadores, citados no início deste trabalho, é possível concluir que a Cultura consista de um processo complexo de aquisição de conhecimentos que confere ao homem a capacidade de extrapolar os seus limites a partir de suas experiências particulares, o que implica na diversidade cultural, cuja assimilação é condição de conhecimentos específicos, dos quais se ocupa a Educação e que, por sua vez, se constitui de um processo dialógico voltado para o desenvolvimento humano, com a mediação de instrumentos culturais que possibilitem a experiência íntima necessária à aquisição de tais conhecimentos. Diante desta relação visceral entre Cultura e Educação, entendo que este exercício de reflexão-idealização requer, como resultado, uma referência aos educadores e gestores culturais, agenciadores da cultura infantil, dos quais depende a viabilidade de todo este trabalho, pois, dada a referida relação e à natureza subjetiva dos assuntos abordados, o conteúdo deste só se revela pelas ações daqueles. O professor, tendo o ensino como sinônimo de ajuda, é o profissional do diálogo, cujo objetivo é o desafio. Não há, portanto, um objeto em si a ser conquistado, pois, este constitui o objetivo do aprendiz. Cabe ao professor os meios para a conquista do aprendiz. Como dialogador profissional, espera-se que conheça bem o seu interlocutor, pelo menos no que diz respeito às necessidades do diálogo, condição básica para a mútua realização, ou seja, para a relação ensino- aprendizagem. Ajudar é possibilitar o fazer com; é dialogar, portanto. Se o ajudante for o professor, a ajuda é planejada e sistemática, pois o seu impacto no aluno é esperado como realização (...). Logo, é preciso conhecer o que já há; novamente, o diálogo. Conhecer o que há para definir o que poderá ser. Nesse jogo assimétrico, professor e aluno ferem-se, atingem-se mutuamente. O aluno dirige o seu próprio processo de aprender, restringindo, ativamente, as possibilidades de ação do professor. Por seu turno, o professor é quem planeja e cria as condições de possibilidade de emergência das potencialidades do aluno. (TACCA, et alii, 2005, p.694)
  • 32. 32 O diálogo é, portanto, a essência da educação e, assim, a base para a realização do objeto deste estudo. Neste sentido, o professor divide com o aprendiz o papel de protagonista deste roteiro e o sucesso da obra depende, essencialmente, de sua habilidade e desempenho. Por sua vez, o gestor cultural, possuidor da sensibilidade artística e, ao mesmo tempo, vocacionado para a gestão organizacional, conserva, também, habilidades dialógicas que o permitem transitar entre os universos artístico-cultural, educacional, político, empresarial e da sociedade civil como um todo. Sua capacidade mediadora evidencia uma habilidade interdisciplinar, além de um perfil adequado, de caráter pessoal, marcado pela comunicabilidade, dinamismo, criatividade e, sobretudo, pela consciência ética, face às questões da cultura. (...) uma das funções do gestor cultural (é) de caráter estratégico, ou seja, exercendo cargos de direção ou estando à frente de instituições públicas ou empresas privadas do setor cultural, coordenando programas e projetos culturais ou mesmo na gestão específica de espaços e grupos artísticos. É possível avançar em outra questão fundamental para o delineamento do perfil profissional, que é a capacidade de desempenhar o elo entre os vários componentes do campo cultural: artista, Poder Público, iniciativa privada e público consumidor (...). Esse profissional tem que ter habilidades que possam agregar os demais parceiros de trabalho (...) habilidades como planejador, articulador, agregador e mobilizador, enfim, ter a capacidade de gerenciar. Além de ser essencial o processo de sensibilização para com o mundo da arte que é um dos fatores decisórios para a escolha do campo cultural como caminho profissional, sendo essa uma das formas de diferenciá-los dos demais gestores. (CUNHA, 2007, p. 6-7) Esta mediação constitui a outra face da moeda que integraliza este trabalho, sem a qual, tudo aqui permanece no papel. Ela é sinônimo do diálogo imprescindível à formação do suporte estrutural necessário à concretização deste projeto. O palco é impossível, sem os bastidores. O espetáculo é como uma lâmpada que, sem instalações, é incapaz de revelar seu brilho. É a capacidade dialógica do gestor cultural que faz do sonho do artista uma realidade para todos. O diálogo é, por fim, o instrumento essencial à aglutinação interprofissional necessária à integração das dinâmicas culturais e educacionais, conferindo, por um lado, habilidades estratégicas à atividade docente e, por outro, privilegiando o caráter pedagógico da gestão cultural, no sentido de que tal integração contribua para uma formação integral da criança.
  • 33. 33 6. REFERÊNCIAS BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf Acessado em 10/06/2011. ______, Ministério da Cultura. Caderno diretrizes gerais para o plano nacional de cultura. Brasília, 2007. Disponível em http://www.cultura.gov.br/site/wp- content/uploads/2008/10/pnc_2_compacto.pdf Acessado em 10/06/2011. CUNHA, Maria Helena. Gestão cultural: construindo uma identidade profissional. In III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, 2007. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2007/MariaHelenaCunha.pdf Acessado em 30/06/2001 DEWEY, John. Experiência e educação. São Paulo: Editora Nacional, 1979 ____________. Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos, 1978. FAZENDA, Ivani (Org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2002. FREINET, Célestin. As técnicas Freinet da escola moderna. Lisboa: Estampa, 1975. ________________. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes, 2004. FREIRE, Paulo. A educação Como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. _____________. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1989 _____________. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. KROEBER, A. L. A natureza da cultura. Lisboa: Edições 70, 1993. LARAIA, Roque B. Cultura – um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. MORIN, Edgar. A Cabeça bem-feita.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. ___________. O Método – vol. 3 – o conhecimento do conhecimento. Porto Alegre: Sulina, 2002.
  • 34. 34 ____________. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2006 PALMER, Joy A. 50 Grandes Educadores – de Confúcio a Dewey. São Paulo: Contexto, 2005. SEBRAE. Como Elaborar um Plano de Marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/1947E3304928A275032571FE006 30FB1/$File/NT000B4E62.pdf SOARES, Magda. Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. TACCA, M.C.V.R; TUNES, E.; BARTHOLO Jr., R. O professor e o ato de ensinar. In Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 126, p. 689-698, set./dez. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n126/a08n126.pdf Acessado em 30/06/2011. TYLOR, Edward B. Primitive culture – vol. 1. Londres: John Murray, 1903. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998. .
  • 35. 35 ANEXOS Plano de Atividades 1 Aprendizagem: Noções básicas sobre a idéia dos temas transversais, a importância do letramento e do valor das ações coletivas (apresentação). Pré-requisitos : Noções de ética, meio ambiente, saúde, orientação sexual e pluralidade cultural (Conhecimento obtido ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro semestre do 5º ano do ensino fundamental). Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Lousa, cartaz e apostila Estratégia: Apresentação – O orientador apresenta o programa da oficina e a apostila. Aborda a importância do letramento e das atividades coletivas, assim como, a relação dos temas transversais com as atividades de redação a serem desenvolvidas. Solicita as sugestões dos aprendizes sobre os assuntos a serem abordados. Desenvolvimento – Os aprendizes discutem entre si e escolhem três temas relevantes a serem trabalhados ao longo da oficina (ética e meio ambiente – saúde e orientação sexual – pluralidade cultural). A turma é dividida em grupos de três a quatro integrantes e são escolhidos os respectivos assuntos a serem trabalhados. Conclusão – O orientador solicita que cada grupo prepare um esboço do tema para ser trabalhado na semana seguinte. Os esboços são mapeamentos dos tópicos a serem desenvolvidos (um tópico por integrante).
  • 36. 36 Plano de Atividades 2 Aprendizagem: Conhecer os tipos de mídia (livro, revista, jornal, blog, folheto, cartaz, etc.) e suas respectivas funções. Pré-requisitos: Conhecimento básico das normas gramaticais e prática de redação (Conteúdo trabalhado ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro semestre do 5º ano do ensino fundamental). Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Lousa, cartaz e apostila Estratégia: Apresentação – A turma é dividida em grupos que apresentam os esboços trabalhados durante a semana. O orientador apresenta as várias possibilidades de abordagem dos assuntos, de acordo com o objetivo que se quer conquistar (a finalidade do texto) e quais as mídias apropriadas. Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de pequenos exemplos do uso de algumas mídias a partir dos assuntos e objetivos escolhidos. O orientador salienta a necessidade do trabalho participativo como recurso para uma abordagem rica de formas e conteúdos. Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana, várias formas de mídia, observando o tipo de conteúdo abordado, e recolham exemplos para serem apresentados no próximo encontro.
  • 37. 37 Plano de Atividades 3 Aprendizagem: Identificar os modos de abordagem dos vários temas e seus respectivos objetivos. Perceber a importância do grupo sobre o desempenho das atividades individuais. Pré-requisitos: Conhecimentos adquiridos com a prática da atividade 2 e material coletado para o debate. Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Apostila Estratégia: Apresentação – A turma se organiza em um grande círculo. Os grupos apresentam os exemplos de mídia, com seus respectivos assuntos coletados ao longo da semana. O orientador dá início às discussões, levantando as possibilidades de abordagem/mídia sobre os vários assuntos pesquisados. Desenvolvimento – O debate deve objetivar o amadurecimento das informações a partir da colaboração de todos os participantes. Cada grupo deve anotar as novas informações, sobre os seus temas, adquiridas pela discussão. Conclusão – O orientador chama a atenção para a conquista do debate: as novas informações não poderiam ser adquiridas de outra forma. É solicitado que cada grupo reorganize o esboço do tema escolhido para ser apresentado, por tópicos (um para cada integrante), na semana seguinte.
  • 38. 38 Plano de Atividades 4 Aprendizagem: Perceber a importância do letramento para a formação do conhecimento, assim como, do trabalho cooperativo para a aquisição do letramento. Pré-requisitos: Conhecimento adquirido durante os três primeiros encontros e material produzido neste período. Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Apostila e cartaz Estratégia: Apresentação – Cada aprendiz permanece em seu lugar (sem a formação dos grupos) e apresenta um tópico do novo esboço que foi trabalhado durante a semana. O orientador solicita que cada um compare as novas informações com as que foram levantadas na primeira semana da oficina. Desenvolvimento – A partir das comparações, o orientador destaca a importância da pesquisa para a formação do conhecimento. O orientador ressalta o conhecimento adquirido sobre os temas transversais abordados. Salienta, por fim, a importância do trabalho dos grupos na formação deste novo conhecimento Conclusão – O orientador solicita que os grupos organizem os seus tópicos num único texto a ser apresentado no próximo encontro.
  • 39. 39 Plano de Atividades 5 Aprendizagem: Conhecer os gêneros literários (narrativo, descritivo e dissertativo) e suas funções. Definir a relação do conteúdo com a forma: encontrar o gênero adequado à abordagem do tema escolhido (conto, poesia, canção, roteiro, etc.) Pré-requisitos : Conhecimento básico da formação de um texto, adquirido ao longo dos encontros iniciais e texto produzido durante a semana anterior. Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Lousa, cartaz e apostila Estratégia: Apresentação – O orientador apresenta os gêneros literários e suas funções com a ilustração de alguns exemplos. Os grupos apresentam os nove textos produzidos durante a semana. Desenvolvimento – Os aprendizes discutem sobre as formas de abordagem pretendidas. O orientador salienta a necessidade do trabalho participativo como recurso para o enriquecimento do conteúdo e exploração da forma. Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana, outros exemplos para subsidiar o desenvolvimento dos textos.
  • 40. 40 Plano de Atividades 6 Aprendizagem: Vivenciar a dimensão artística da produção literária a partir da encenação de textos – Prosa. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido durante os cinco primeiros encontros. Duração: 02 horas Ambiente: Salão/hall social da escola. Recursos: Teatro – Contador de histórias. Estratégia: Apresentação – O contador de histórias, a partir da encenação de contos selecionados, faz a abordagem dos temas tratados. Esta apresentação é realizada com a presença de todos os aprendizes das turmas do 5º ano. Desenvolvimento – O orientador chama a atenção para os elementos estruturais dos textos encenados (narração e diálogo), suas etapas (introdução, desenvolvimento e conclusão) e artifícios (surpresa, suspense, emoção, indignação, etc.). Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos explorem nos seus textos, os aspectos identificados na encenação.
  • 41. 41 Plano de Atividades 7 Aprendizagem: Vivenciar a dimensão artística da produção literária a partir da encenação de textos - Poesia. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido durante os cinco primeiros encontros. Duração: 02 horas Ambiente: Salão/hall social da escola. Recursos: Teatro – Contador de poesias. Estratégia: Apresentação – O contador de poesias, a partir de encenações, aborda alguns textos sobre os temas tratados. Esta apresentação é realizada com a presença de todos os aprendizes das turmas do 5º ano. Desenvolvimento – O orientador chama a atenção para os elementos estruturais dos textos encenados (métrica, ritmo, sonoridade) e das emoções suscitadas por seu significado e musicalidade. Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos explorem nos seus textos, os aspectos identificados na encenação.
  • 42. 42 Planos de Atividades 8, 9 e 10 Aprendizagem: Conhecer o processo de composição dos gêneros literários e suas estruturas. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido durante os sete primeiros encontros e material produzido neste período. Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula. Recursos: Lousa, cartaz e apostila. Estratégia: Apresentação – Os grupos apresentam o material trabalhado durante a semana. Desenvolvimento – Os grupos dão continuidade à produção dos textos com o apoio do orientador. Conclusão – O orientador solicita que os grupos desenvolvam, durante a semana, os trabalhos iniciados. Obs.: Ao final da Atividade 10 os trabalhos serão compilados e encaminhados para editoração.
  • 43. 43 Plano de Atividades 11 Aprendizagem: Tipos de mídia (Livro, revista, jornal, blog, folheto, cartaz, etc.) e respectivas funções. Pré-requisitos : Conhecimento básico das normas gramaticais e prática de redação (Conteúdo trabalhado ao longo do 1º ao 4º ano, assim como, do primeiro semestre do 5º ano do ensino fundamental). Duração: 02 horas Ambiente: Sala de aula Recursos: Lousa cartaz e apostila. Estratégia: Apresentação – O orientador, a partir dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos, apresenta as várias possibilidades de abordagem dos respectivos assuntos, de acordo com o objetivo que se quer conquistar (a finalidade do texto) e quais as mídias apropriadas. Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de pequenos exemplos do uso de algumas mídias a partir dos assuntos e objetivos escolhidos. O orientador salienta a necessidade do trabalho participativo como recurso para uma abordagem rica de formas e conteúdos. Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana, várias formas de mídia, observando o tipo de conteúdo abordado.
  • 44. 44 Plano de Atividades 12 Aprendizagem: Conhecimento básico sobre o processo de editoração e impressão de livros, jornais, revistas e outros materiais gráficos. Pré-requisitos : Conhecimento do processo de produção literária. Duração: 02 horas Ambiente: Laboratório de informática Recursos: Computador e apostila Estratégia: Apresentação – O orientador, com os recursos da Internet, apresenta alguns processos de editoração e produção de mídias (livros, revistas, jornais) e suas respectivas estruturas de divulgação. Desenvolvimento – Os aprendizes simulam a construção de um exemplar de mídia, observando as várias etapas do processo. Conclusão – O orientador solicita que os grupos pesquisem, durante a semana, exemplos de mídias, observando suas estruturas e aspectos construtivos.
  • 45. 45 Plano de Atividades 13 Aprendizagem: Conhecer a atividade do editor. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido nas atividades anteriores. Duração: 02 horas Ambiente: Editora Recursos: Visita ao editor Estratégia: Apresentação – O editor apresenta, a partir de exemplos, o processo de editoração de livros. Desenvolvimento – Os grupos acompanham as atividades de editoração, comparando com os trabalhos produzidos na escola. Conclusão – O orientador salienta as possibilidades de profissionalização dos aprendizes interessados.
  • 46. 46 Plano de Atividade 14 Aprendizagem: Conhecimento básico sobre a edição de blogs. Exercício de socialização. Pré-requisitos : Conhecer o processo de produção literária. Duração: 02 horas Ambiente: Laboratório de informática Recursos: Computador e apostila. Estratégia: Apresentação – O orientador, a partir do ambiente da Internet, apresenta as estruturas e processos de composição de blogs. Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a construção de um pequeno blog em que postam alguns dos seus trabalhos. Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos incluam novas produções e divulguem, em suas comunidades, o endereço do blog.
  • 47. 47 Plano de Atividade 15 Aprendizagem: Conhecimento de sites e fóruns literários, assim como, dos respectivos modos de participação (publicação). Exercício de socialização. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido ao longo das oficinas. Duração: 02 horas Ambiente: Laboratório de informática Recursos: Computador e apostila. Estratégia: Apresentação – O orientador, a partir do ambiente da Internet, apresenta alguns sites literários e fóruns de discussões, orientando como efetuar o cadastramento e sua respectiva participação. Desenvolvimento – Os aprendizes exercitam a participação em sites literários e fóruns de discussões com seus respectivos trabalhos. Conclusão – O orientador solicita que, durante a semana, os grupos efetuem novas publicações e as divulguem em suas comunidades.
  • 48. 48 Plano de Atividades 16 Aprendizagem: Experimentar a dinâmica de socialização. Pré-requisitos : Conhecimento adquirido e material produzido ao longo das oficinas. Duração: 02 horas Ambiente: Salão/hall social da escola. Recursos: Noite de autógrafos Estratégia: Apresentação – O orientador apresenta, à comunidade escolar, o trabalho produzido nas oficinas. Teatro: Contador de histórias encena um número baseado nos textos produzidos. Desenvolvimento – Os aprendizes procedem à execução dos autógrafos. Conclusão – O orientador solicita aos presentes que divulguem os trabalhos junto às suas comunidades, no sentido de estimular e fortalecer as iniciativas dos aprendizes.