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EstudodirigidoPURI
10)
A colonização europeia tem início com o renascimento, que encontra m nos grandes
territórios do além-mar um enorme espaço vazio , onde podem realizar novos grandes
programas de colonização e urbanização.
A exploração do além-mar está reservada às duas nações Ibéricas, a Espanha e
Portugal, no século XVI, e no século seguinte, intervêm as outras potências banhadas pelo
Atlântico: França, Inglaterra e Holanda.
Em 1494, o Papa Alexandre VI, estabelece a linha democrática que se encontra a 270
léguas para além das Ilhas dos Açores.
E, 1498, Vascoda Gama chegaà Índia,navegandoaoredroda África,e Colombo, 1492,
chega ao continente americano.
Do seuladodo hemisfério, os portugueses encontram territórios pobres e inóspitos,
na África meridional, ou então no oriente, Estados populosos violentos que não podem ser
conquistados, fundam apenas bases navais; para controlar o mercado oceânico, e não tem
condiçõesde fazer uma colonização em grande escala. Já os espanhóis encontram territórios
mais adequados para a colonização. Os planaltos da América Central e Meridional, com os
impérios indígenas mais ricos e mais desenvolvidos, porém amis fáceis de sucumbir aos
conquistadores..
Cortês no México e Pizarro no peru ocupam grandes cidades indígenas, Tenochtitlan (mais
tarde se torna a cidade do México) e Cuzco e os transformam no modelo espanhol, mas em
todo o continente destroem os conjuntos habitacionais originais e obrigam a população a se
estabelecerem nas novas cidades do planalto espanhol.
Essas novascidadesseguemummodelouniforme, um tabuleiro de ruas retilíneas, definindo
quarteirões iguais, quase sempre quadrados, no centro da cidade, uma praça, onde se
implantavam o os edifícios mais importantes da cidade: a igreja, o paço municipal, casa dos
mercadores e dos colonos mais ricos. Esse modelo foi imposto pelas autoridades já nos
primeiros anos de conquista, e foi codificado por Filipe II na lei de 1573, que é a primeira lei
urbanística da Idade Moderna.
O novo tipo de cidade, constitui numa praça como um plano regulador de duas dimensões.
Nos lotes construtíveis, os proprietários constroem como e quando querem. Nas cidades
americanas, o desenho das ruas e das praças é grande demais, e os edifícios são baixos e
modernos, quase sempre de um andar.
O desenhoxadrezproporciona ocrescimentodacidade,emtodosossentidos,pois agora não
existem mais muros e fossos, como na idade média. O contraste entre cidade e campo seria
atenuado, ou pela incerteza das fronteiras ou pela abundância dos espaços abertos.
A uniformidade do tabuleiro impede de encontrar uma adaptação ao caráter dos lugares.
Tambéma incertezadodesenvolvimentofuturotornaprecáriae genérica a paisagem urbana,
algumascidadesque noiníciotinhampoucascentenasde quarteirões crescem, com o mesmo
desenho, até se tronarem grandes metrópoles.
As cidades coloniais americanas são as realizações urbanísticas mais importantes do século
XVI.Enquantoque na Europa osgrandes mestres não conseguem mais realizar seus projetos,
ao pano que ostécnicosde terceira ordem emigrados para a América desenham e constroem
cidades. Porém o objetivo é o mesmo: reorganizar o espaço construído com os novos
princípios de simetria e regularidade geométrica. Impondo esses princípios, os europeus
afirmaram seu domínio em todas as partes do mundo.
11)
No começo do século XVII, a crise econômica, a crise da classe dirigente renascentista e a
formação da pesquisa científica moderna fazem mudar os métodos da projeção e da gestão
urbana.
A nova classe dirigente, os reis, as cortes, o novo clero especializado da reforma e da contra-
reforma não tem mais a mesma competência e a mesma ambição no campo das artes. Ao
mesmo tempo a arte deixa seu caráter objetivo, de conhecer e controlar o ambiente físico, a
verdade das coisas, para um caráter mais subjetivo e sentimental; serve para controlar os
sentimentos coletivos, ou para exprimir os sentimentos individuais, oscilando entre
conformismo, evasão ou protesto.
Na França, Henrique IV inicia em 1594 um programa de obras públicas, para reconstruir a
cidade de paris que ficara arruinada depois das guerras religiosas.
Uma parte notável dessasobraspúblicasestáconcentradaemParis,paraaumentaracentuar a
mudança da capital. As principais iniciativas decididas no século XVII:
 Ampliaçãodos muros de Carlos V, que incluem os novos subúrbios ocidentais, até os
Jardins das Tuileries;
 A reorganização das ruas e das instalações ( aquedutos e esgotos);
 A abertura de novas praças de forma regular, circundadas por casas de arquitetura
uniforme;
 A ampliação do paço do Louvre, isto é, a ligação do castelo medieval e do palácio
quinhentista das Tuileries num conjunto unitário, demolindo o bairro intermediário.
Este projeto,realizadoemparte porLuís XIIIe por Luís XIV,serácontempladosomente
por Napoleão III, no século XIX;
 A construção de uma nova residência suburbana em Saint Germain: um castelo
ambientadonumjardimempatamares,que imitaos modelos italianos do século XVI.
A cidade de Pariscresce rapidamente,e naprimeirametade do século chega a 400 mil
habitantes. Luíz XIII, Richelieu e Mazzarino estão ocupados com as guerras e não dispõem de
meio para desenvolver um programa contínuo de obras públicas, sendo a iniciativa passada
para os especuladores particulares que constroem bairros inteiros.
O rei Luíz XIV, em seu longo reinado que dura de 1661 a 1715, leva a cabo uma série de
intervençõesemParise nosarredoresque se torna o modelo obrigatório para todas as outras
corteseuropeias. Todavia, os meios não são suficientes para transformar em grande escala o
antigo povoado, obtém apenas:
 A inserção de alguns episódios arquitetônicos limitados no tecido já
construído: o novo arranjo do Louvre; a Place des Victoires, o Palácio dos
invalides.
 A formaçãode umanova periferia,descontínua e misturada com o campo. De
fato as antigas fortificações são derrubadas, e em seu lugar é traçada uma
coroa de avenidas arborizadas (os boulevards). Paris se torna uma cidade
aberta; um sistema de zonas construídas e de zonas verdes, livremente
articulados no campo. A população atinge cerca de 500.000 habitantes.
O território ao redor da cidade, vazio e sem obstáculos, pode ser efetivamente
transformados segundo os novos princípios da simetria e regularidade. Luíz XIV abandona o
Louvre e transportaa corte para sua nova residência de Versailles, que cresce e se torna uma
pequena capital artificial.
Versaillese Parissãodoisorganismoscomplementares,que revelam as possibilidades
e os limites do poder absoluto entre os séculos XVII e XVIII.
Foram elaborados instrumentos estilísticos e organizativos para transformar o
território, mas essa transformação é conseguida somente em partes e não nas cidades
habitadas, mas os espaços vazios do campo em torno. O ambiente que daí resulta é um
mosaicode parquesde edifícios monumentais, que ainda não se ligam num único organismo
coerente.
Em Viena, a dinastia imperial dos Habsburgos se estabelecem em Viena em 1683,
depois da derrota definitiva dos turcos na batalha de kahlenberg. A cidade velha, ainda
encerrada dentro dos muros medievais se torna uma cidadela interna, circundada por uma
faixa de 500 metros. Para além dessa faixa, forma-se a cidade nova, que compreende os
subúrbios e as residências dos grandes dignatários.
O soberano reside no paço da cidade velha, o Hofburg, mas em 1690 inicia a
construção de uma grande residência suburbana, semelhante as versailles.
O arquiteto da corte imperial é Fischer von Erlach, que projeta os novos edifícios
monumentais: o novo paço de Hofburg, a biblioteca e a igreja de S. Carlos Borromeu.
Turim, a capital dos duques da Sabóia, ainda conserva no início do século XVIII o
organismo romano em tabuleiro, ao qual foi acrescentada uma cidadela pentagonal.
Enquantoo Estado dosSabóiase torna cada vezmaisimportante, a cidade é ampliada
três vezes, mas permanece uma fortaleza exposta aos movimentos dos exércitos franceses,
espanhóis e austríacos, e deve ser sempre defendida por um sólido anel de muros.
Já no século XVIII, em 1714, quando a terceira ampliação é traçada, a população cresce para
60.000 habitantes.
Os novos bairros sempre seguem a orientação da cidade romana, com as ruas em
tabuleirosdistanciadosemmododiversooumovimentadas por uma série de praças. Nas ruas
e nas praças mais importantes as fachadas das casas são todas iguais, como nas praças reais
francesas.
Guarino Guarini insere suas obras arquitetônicas no desenho regular: a Capela do
sudário, a Igrejade s. Lourençoe o PalácioCarignano.Nosarredores, Juvara constrói a Basílica
de Superga e a residência de caça de Stupinigi.
Amsterdã, diferente das outras cidades com regime absolutista, se conserva no seu
regime político medieval de cidades- estado, assim se defendendo das hostilidades das
grandespotências,tornando-se riquíssimae desenvolvendo uma cultura original, burguesa e
antimonumental.
No iníciodoséculoXVII,acidade recebe umasegundaampliação,coma construção de
mais canais, onde é previsto um parque público e a ampliação do canteiro naval. O governo
desapropriaoterreno,constrói canaise vende oslotesaosparticularesque devemobservaros
minuciosos regulamentos de construção, que estabelecem os caracteres dos edifícios e os
ônus a cargo dos proprietários.
Cada canal tem25 metros de largura,dos ladosficamos desembarcadourosparacarga
e descarga das mercadorias, de 11 metros de largura. Entre um canal e outro há duas fileiras
de lotes edificáveis, entre as fachadas posteriores deve ficar um espaço de 48 metros para o
jardim. O canal mais interno tem 4,5 km, os desembarcadouros tem um total de 25km e na
cidade podem atracar ao mesmo tempo 4.000 navios.
Diferente dos canais antigos, o do século XVII são traçados com uma série de troncos
retilíneos, para tornar mais regulares os lotes edificáveis.
No final do século XVII, o novo organismo rigorosamente planificado tem uma
superfície de 650 hectares e uma população de 200.000 habitantes. De fato, Amsterdã
permaneceu por um longo tempo a cidade mais moderna da Europa e se torna um modelo
sugestivo para a cultura urbanística moderna do século XIX e do século XX.
Londres,doséculoXVIIemdiante cresce comouma cidade aberta,nãoestandosujeita
a qualquer ameaça militar. Ao redor da city que é o centro comercial mais importante da
Inglaterra,nafoz doTâmisa,forma-se umacoroa de subúrbios,que seguemo tratado das ruas
dos campos. E, 1666, toda zona central é destruída por um incêndio. É a ocasião para
reconstruir a capital inglesa segundo o plano unitário, porém a monarquia inglesa não tem
autoridade nemmeiosnecessários para semelhante empresa, o governo só consegue alargar
as ruas principais e fixar um regulamento às alturas das novas casas. Numerosas igrejas são
reconstruídas por Wren e por um grupo de colaboradores.
Londres é um mosaico de pequenas iniciativas alternadas com frequentes paços
verdes, públicos e particulares com loteamentos de proprietários nobres e burgueses.
Algumas dessas iniciativas são composições arquitetônicas elegantes e equilibrados
que irão formar uma periferia gigantesca e cresce em todas as direções e mistura-se
gradativamente ao campo, sem chegar a um ambiente definido.
Londres é a primeira cidade burguesa onde a forma urbana vem da soma de um
grande número de pequenas intervenções particulares.
No campo, a nobreza constrói palácios e Villas grandiosas e na cidade se constroem
casas normais, que se entretecem com todas as outras num círculo tecido contínuo.
12)
Depois da metade do século XVIII, a revolução industrial muda o curso dos
acontecimentos, na Inglaterra e mais tarde em todo o resto do mundo. Ela vai influenciar a
ordem das cidades e do território a partir desses principais fatos:
1- O aumento da população, devido à diminuição do índice de mortalidade; que pela
primeira vez se distancia da de natalidade, favorecendo novas oportunidades
diferentes daqueles já impostos pela família, quando uma geração substituía uma
anterior;
2- O aumentodosbense dos serviçosproduzidospela agricultura, pela indústria e eplas
atividades terciárias, por efeito do progresso tecnológico e do desenvolvimento
econômico;
3- A redistribuição dos habitantes nos territórios, em consequência do aumento
demográfico e das transformações da produção;
4- O desenvolvimento dos meios de comunicação; as entradas de pedágio, os canais
navegáveis,osnaviosàvapor.Estesmeiosvão permitir uma mobilidade de pessoas e
de mercadorias maior.
5- Rapidez e o caráter aberto destas transformações, que se desenvolvem em poucos
decênios;
6- As tendências dos pensamentos políticos, isto é, a desvalorização das formas
tradicionais de controle público do ambiente construído, que são considerados
sobrevivênciadoantigoregime,aomesmo tempo, a recusa de aceitar as dificuldades
dos ambientes como fatos inevitáveis, e a crença de corrigir os defeitos atuais com
uma ação calculada.
A revolução vai trazer uma nova faixa construída ao redor do muro, que é o centro do
organismo: a periferia. Coma superpopulação, as ruas ficam estreitas, o trânsito aumenta, as
casas diminutas e compactas. Assim, as classes abastadas deixam aos poucos o centro e vão
para a periferia. Alguns edifícios monumentais históricos são abandonados por causa das
revoluçõessociais,os antigos jardins são ocupados por nossas construções, casas e barracões
industriais.Na periferia perde-se a homogeneidade social arquitetônica da cidade antiga, os
indivíduos e classes não desejam integrar-se na cidade como num ambiente comum, mas as
várias classes sociais tendem a viver o mais possível isoladas. A residência individual com
jardimé agora acessível aosricose médios burgueses, e os graus de independência recíproca
se torna a marca mais importante do nível social: os ricos têm casas mais isoladas, os pobres
têm habitações menos isoladas: casas com fileiras ou moradas sobrepostas em edifícios de
muitos andares. Falta regulamentação na periferia, a qualidade das moradias mais pobres
pode piorar até o limite suportável pelos trabalhadores mal pagos.
Os especuladores se encarregam de construir essas casas, umas poucas, ou em grandes
conjuntos.
O agrupamento das casas num ambiente muito restrito impede a eliminação de refugos, nas
ruas corremos esgotosao ar livre,e nesse mesmoespaçocirculampessoase veículos,animais
e crianças.Os bairrosnoslugares mais desfavoráveis ficam perto de indústrias e das estradas
de ferro. As fábricas perturbam as casas com fumaças e o ruído, poluem os cursos d’água e
atraem um trânsito que deve misturar-se com o das casas.
Por volta de 1830, o cólera se espalha pela Europa, vindo da Ásia e nas grandes cidades se
desenvolvem as epidemias, que obrigam os governantes a corrigir pelo menos os defeitos
higiênicos.
Planejamento Urbano e Regional.

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Planejamento Urbano e Regional.

  • 1. EstudodirigidoPURI 10) A colonização europeia tem início com o renascimento, que encontra m nos grandes territórios do além-mar um enorme espaço vazio , onde podem realizar novos grandes programas de colonização e urbanização. A exploração do além-mar está reservada às duas nações Ibéricas, a Espanha e Portugal, no século XVI, e no século seguinte, intervêm as outras potências banhadas pelo Atlântico: França, Inglaterra e Holanda. Em 1494, o Papa Alexandre VI, estabelece a linha democrática que se encontra a 270 léguas para além das Ilhas dos Açores. E, 1498, Vascoda Gama chegaà Índia,navegandoaoredroda África,e Colombo, 1492, chega ao continente americano. Do seuladodo hemisfério, os portugueses encontram territórios pobres e inóspitos, na África meridional, ou então no oriente, Estados populosos violentos que não podem ser conquistados, fundam apenas bases navais; para controlar o mercado oceânico, e não tem condiçõesde fazer uma colonização em grande escala. Já os espanhóis encontram territórios mais adequados para a colonização. Os planaltos da América Central e Meridional, com os impérios indígenas mais ricos e mais desenvolvidos, porém amis fáceis de sucumbir aos conquistadores.. Cortês no México e Pizarro no peru ocupam grandes cidades indígenas, Tenochtitlan (mais tarde se torna a cidade do México) e Cuzco e os transformam no modelo espanhol, mas em todo o continente destroem os conjuntos habitacionais originais e obrigam a população a se estabelecerem nas novas cidades do planalto espanhol. Essas novascidadesseguemummodelouniforme, um tabuleiro de ruas retilíneas, definindo quarteirões iguais, quase sempre quadrados, no centro da cidade, uma praça, onde se implantavam o os edifícios mais importantes da cidade: a igreja, o paço municipal, casa dos mercadores e dos colonos mais ricos. Esse modelo foi imposto pelas autoridades já nos primeiros anos de conquista, e foi codificado por Filipe II na lei de 1573, que é a primeira lei urbanística da Idade Moderna. O novo tipo de cidade, constitui numa praça como um plano regulador de duas dimensões. Nos lotes construtíveis, os proprietários constroem como e quando querem. Nas cidades americanas, o desenho das ruas e das praças é grande demais, e os edifícios são baixos e modernos, quase sempre de um andar. O desenhoxadrezproporciona ocrescimentodacidade,emtodosossentidos,pois agora não existem mais muros e fossos, como na idade média. O contraste entre cidade e campo seria atenuado, ou pela incerteza das fronteiras ou pela abundância dos espaços abertos. A uniformidade do tabuleiro impede de encontrar uma adaptação ao caráter dos lugares. Tambéma incertezadodesenvolvimentofuturotornaprecáriae genérica a paisagem urbana,
  • 2. algumascidadesque noiníciotinhampoucascentenasde quarteirões crescem, com o mesmo desenho, até se tronarem grandes metrópoles. As cidades coloniais americanas são as realizações urbanísticas mais importantes do século XVI.Enquantoque na Europa osgrandes mestres não conseguem mais realizar seus projetos, ao pano que ostécnicosde terceira ordem emigrados para a América desenham e constroem cidades. Porém o objetivo é o mesmo: reorganizar o espaço construído com os novos princípios de simetria e regularidade geométrica. Impondo esses princípios, os europeus afirmaram seu domínio em todas as partes do mundo. 11) No começo do século XVII, a crise econômica, a crise da classe dirigente renascentista e a formação da pesquisa científica moderna fazem mudar os métodos da projeção e da gestão urbana. A nova classe dirigente, os reis, as cortes, o novo clero especializado da reforma e da contra- reforma não tem mais a mesma competência e a mesma ambição no campo das artes. Ao mesmo tempo a arte deixa seu caráter objetivo, de conhecer e controlar o ambiente físico, a verdade das coisas, para um caráter mais subjetivo e sentimental; serve para controlar os sentimentos coletivos, ou para exprimir os sentimentos individuais, oscilando entre conformismo, evasão ou protesto. Na França, Henrique IV inicia em 1594 um programa de obras públicas, para reconstruir a cidade de paris que ficara arruinada depois das guerras religiosas. Uma parte notável dessasobraspúblicasestáconcentradaemParis,paraaumentaracentuar a mudança da capital. As principais iniciativas decididas no século XVII:  Ampliaçãodos muros de Carlos V, que incluem os novos subúrbios ocidentais, até os Jardins das Tuileries;  A reorganização das ruas e das instalações ( aquedutos e esgotos);  A abertura de novas praças de forma regular, circundadas por casas de arquitetura uniforme;  A ampliação do paço do Louvre, isto é, a ligação do castelo medieval e do palácio quinhentista das Tuileries num conjunto unitário, demolindo o bairro intermediário. Este projeto,realizadoemparte porLuís XIIIe por Luís XIV,serácontempladosomente por Napoleão III, no século XIX;  A construção de uma nova residência suburbana em Saint Germain: um castelo ambientadonumjardimempatamares,que imitaos modelos italianos do século XVI. A cidade de Pariscresce rapidamente,e naprimeirametade do século chega a 400 mil habitantes. Luíz XIII, Richelieu e Mazzarino estão ocupados com as guerras e não dispõem de meio para desenvolver um programa contínuo de obras públicas, sendo a iniciativa passada para os especuladores particulares que constroem bairros inteiros. O rei Luíz XIV, em seu longo reinado que dura de 1661 a 1715, leva a cabo uma série de intervençõesemParise nosarredoresque se torna o modelo obrigatório para todas as outras
  • 3. corteseuropeias. Todavia, os meios não são suficientes para transformar em grande escala o antigo povoado, obtém apenas:  A inserção de alguns episódios arquitetônicos limitados no tecido já construído: o novo arranjo do Louvre; a Place des Victoires, o Palácio dos invalides.  A formaçãode umanova periferia,descontínua e misturada com o campo. De fato as antigas fortificações são derrubadas, e em seu lugar é traçada uma coroa de avenidas arborizadas (os boulevards). Paris se torna uma cidade aberta; um sistema de zonas construídas e de zonas verdes, livremente articulados no campo. A população atinge cerca de 500.000 habitantes. O território ao redor da cidade, vazio e sem obstáculos, pode ser efetivamente transformados segundo os novos princípios da simetria e regularidade. Luíz XIV abandona o Louvre e transportaa corte para sua nova residência de Versailles, que cresce e se torna uma pequena capital artificial. Versaillese Parissãodoisorganismoscomplementares,que revelam as possibilidades e os limites do poder absoluto entre os séculos XVII e XVIII. Foram elaborados instrumentos estilísticos e organizativos para transformar o território, mas essa transformação é conseguida somente em partes e não nas cidades habitadas, mas os espaços vazios do campo em torno. O ambiente que daí resulta é um mosaicode parquesde edifícios monumentais, que ainda não se ligam num único organismo coerente. Em Viena, a dinastia imperial dos Habsburgos se estabelecem em Viena em 1683, depois da derrota definitiva dos turcos na batalha de kahlenberg. A cidade velha, ainda encerrada dentro dos muros medievais se torna uma cidadela interna, circundada por uma faixa de 500 metros. Para além dessa faixa, forma-se a cidade nova, que compreende os subúrbios e as residências dos grandes dignatários. O soberano reside no paço da cidade velha, o Hofburg, mas em 1690 inicia a construção de uma grande residência suburbana, semelhante as versailles. O arquiteto da corte imperial é Fischer von Erlach, que projeta os novos edifícios monumentais: o novo paço de Hofburg, a biblioteca e a igreja de S. Carlos Borromeu. Turim, a capital dos duques da Sabóia, ainda conserva no início do século XVIII o organismo romano em tabuleiro, ao qual foi acrescentada uma cidadela pentagonal. Enquantoo Estado dosSabóiase torna cada vezmaisimportante, a cidade é ampliada três vezes, mas permanece uma fortaleza exposta aos movimentos dos exércitos franceses, espanhóis e austríacos, e deve ser sempre defendida por um sólido anel de muros. Já no século XVIII, em 1714, quando a terceira ampliação é traçada, a população cresce para 60.000 habitantes. Os novos bairros sempre seguem a orientação da cidade romana, com as ruas em tabuleirosdistanciadosemmododiversooumovimentadas por uma série de praças. Nas ruas e nas praças mais importantes as fachadas das casas são todas iguais, como nas praças reais francesas.
  • 4. Guarino Guarini insere suas obras arquitetônicas no desenho regular: a Capela do sudário, a Igrejade s. Lourençoe o PalácioCarignano.Nosarredores, Juvara constrói a Basílica de Superga e a residência de caça de Stupinigi. Amsterdã, diferente das outras cidades com regime absolutista, se conserva no seu regime político medieval de cidades- estado, assim se defendendo das hostilidades das grandespotências,tornando-se riquíssimae desenvolvendo uma cultura original, burguesa e antimonumental. No iníciodoséculoXVII,acidade recebe umasegundaampliação,coma construção de mais canais, onde é previsto um parque público e a ampliação do canteiro naval. O governo desapropriaoterreno,constrói canaise vende oslotesaosparticularesque devemobservaros minuciosos regulamentos de construção, que estabelecem os caracteres dos edifícios e os ônus a cargo dos proprietários. Cada canal tem25 metros de largura,dos ladosficamos desembarcadourosparacarga e descarga das mercadorias, de 11 metros de largura. Entre um canal e outro há duas fileiras de lotes edificáveis, entre as fachadas posteriores deve ficar um espaço de 48 metros para o jardim. O canal mais interno tem 4,5 km, os desembarcadouros tem um total de 25km e na cidade podem atracar ao mesmo tempo 4.000 navios. Diferente dos canais antigos, o do século XVII são traçados com uma série de troncos retilíneos, para tornar mais regulares os lotes edificáveis. No final do século XVII, o novo organismo rigorosamente planificado tem uma superfície de 650 hectares e uma população de 200.000 habitantes. De fato, Amsterdã permaneceu por um longo tempo a cidade mais moderna da Europa e se torna um modelo sugestivo para a cultura urbanística moderna do século XIX e do século XX. Londres,doséculoXVIIemdiante cresce comouma cidade aberta,nãoestandosujeita a qualquer ameaça militar. Ao redor da city que é o centro comercial mais importante da Inglaterra,nafoz doTâmisa,forma-se umacoroa de subúrbios,que seguemo tratado das ruas dos campos. E, 1666, toda zona central é destruída por um incêndio. É a ocasião para reconstruir a capital inglesa segundo o plano unitário, porém a monarquia inglesa não tem autoridade nemmeiosnecessários para semelhante empresa, o governo só consegue alargar as ruas principais e fixar um regulamento às alturas das novas casas. Numerosas igrejas são reconstruídas por Wren e por um grupo de colaboradores. Londres é um mosaico de pequenas iniciativas alternadas com frequentes paços verdes, públicos e particulares com loteamentos de proprietários nobres e burgueses. Algumas dessas iniciativas são composições arquitetônicas elegantes e equilibrados que irão formar uma periferia gigantesca e cresce em todas as direções e mistura-se gradativamente ao campo, sem chegar a um ambiente definido. Londres é a primeira cidade burguesa onde a forma urbana vem da soma de um grande número de pequenas intervenções particulares. No campo, a nobreza constrói palácios e Villas grandiosas e na cidade se constroem casas normais, que se entretecem com todas as outras num círculo tecido contínuo. 12) Depois da metade do século XVIII, a revolução industrial muda o curso dos acontecimentos, na Inglaterra e mais tarde em todo o resto do mundo. Ela vai influenciar a ordem das cidades e do território a partir desses principais fatos:
  • 5. 1- O aumento da população, devido à diminuição do índice de mortalidade; que pela primeira vez se distancia da de natalidade, favorecendo novas oportunidades diferentes daqueles já impostos pela família, quando uma geração substituía uma anterior; 2- O aumentodosbense dos serviçosproduzidospela agricultura, pela indústria e eplas atividades terciárias, por efeito do progresso tecnológico e do desenvolvimento econômico; 3- A redistribuição dos habitantes nos territórios, em consequência do aumento demográfico e das transformações da produção; 4- O desenvolvimento dos meios de comunicação; as entradas de pedágio, os canais navegáveis,osnaviosàvapor.Estesmeiosvão permitir uma mobilidade de pessoas e de mercadorias maior. 5- Rapidez e o caráter aberto destas transformações, que se desenvolvem em poucos decênios; 6- As tendências dos pensamentos políticos, isto é, a desvalorização das formas tradicionais de controle público do ambiente construído, que são considerados sobrevivênciadoantigoregime,aomesmo tempo, a recusa de aceitar as dificuldades dos ambientes como fatos inevitáveis, e a crença de corrigir os defeitos atuais com uma ação calculada. A revolução vai trazer uma nova faixa construída ao redor do muro, que é o centro do organismo: a periferia. Coma superpopulação, as ruas ficam estreitas, o trânsito aumenta, as casas diminutas e compactas. Assim, as classes abastadas deixam aos poucos o centro e vão para a periferia. Alguns edifícios monumentais históricos são abandonados por causa das revoluçõessociais,os antigos jardins são ocupados por nossas construções, casas e barracões industriais.Na periferia perde-se a homogeneidade social arquitetônica da cidade antiga, os indivíduos e classes não desejam integrar-se na cidade como num ambiente comum, mas as várias classes sociais tendem a viver o mais possível isoladas. A residência individual com jardimé agora acessível aosricose médios burgueses, e os graus de independência recíproca se torna a marca mais importante do nível social: os ricos têm casas mais isoladas, os pobres têm habitações menos isoladas: casas com fileiras ou moradas sobrepostas em edifícios de muitos andares. Falta regulamentação na periferia, a qualidade das moradias mais pobres pode piorar até o limite suportável pelos trabalhadores mal pagos. Os especuladores se encarregam de construir essas casas, umas poucas, ou em grandes conjuntos. O agrupamento das casas num ambiente muito restrito impede a eliminação de refugos, nas ruas corremos esgotosao ar livre,e nesse mesmoespaçocirculampessoase veículos,animais e crianças.Os bairrosnoslugares mais desfavoráveis ficam perto de indústrias e das estradas de ferro. As fábricas perturbam as casas com fumaças e o ruído, poluem os cursos d’água e atraem um trânsito que deve misturar-se com o das casas. Por volta de 1830, o cólera se espalha pela Europa, vindo da Ásia e nas grandes cidades se desenvolvem as epidemias, que obrigam os governantes a corrigir pelo menos os defeitos higiênicos.