2. E o escutarei cantando, e o beberei como vento. E o usarei como vestimenta. Na aurora o Amor me acordará e me conduzirá aos prados
3. Ao meio dia, conduzir-me-á, á sombra das árvores, onde me protegerei do sol, como pássaros.
4. Ao entardecer conduzir-me-á ao poente onde ouvirei a melodia da natureza, despedindo-se da luz e contemplarei as sombras da quietude adejando espaço.
5. Á noite, o Amor abraçar-me-á, e sonharei com os mundos superiores onde moram as almas dos enamorados e dos poetas.
6. Na primavera, andarei com o Amor, lado a lado, e contaremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas.
7. E beberemos a água da chuva, acumulada nos poços, em taças feitas de narcisos e lírios.
8. No Verão, deitar-me-ei ao lado do Amor sobre camas feitas, com feixes de espigas, tendo o firmamento por cobertor, e a lua e as estrelas por companheiras.
9. No outono, irei com o Amor, aos vinhedos e nos sentaremos ao lagar, e contemplaremos as árvores se despindo das suas vestimentas douradas e os bandos de aves migratórias voando as costas do mar.
10. No inverno, sentar-me-ei com o Amor diante da lareira e conversaremos sobre os acontecimentos dos séculos e os anais das nações e povos.
11. O Amor será meu tutor na juventude, meu apoio na maturidade, e meu consolo na velhice.
12. O Amor permanecerá comigo até o fim da vida, até que a morte chegue, e a mão de Deus nos reúna de novo.