1. Fisiologia da Circulação:
78CardiofisiologiaLogo, para produzir vasodilatação, a pressão arterial tem de ser mantida ou
aumentada para não reduzir odébito cardíaco. Não se pode ter fluxo se não houver uma
diferença de pressão. Também não se podeprovocar vasodilatação sem condições adequadas,
pois reduzirá a resistência periférica, e não haverá forçao suficiente para impulsionar o
sangue.Num teste de esforço o débito cardíaco aumenta, assim como a pressão arterial, e
a resistência periféricanão se altera tanto. Num choque séptico, o débito cardíaco aumenta,
pois a resistência periférica diminui,enquanto a pressão arterial ainda está fixa.Pessoas com
hipertireoidismo têm um débito cardíaco alto, e a resistência periférica fica baixa,
enquantoos mecanismos regulatórios da pressão estão normais. De qualquer forma, não há
como aumentar o débitocardíaco sem diminuir a resistência periférica. A volemia normal é de
5 litros, que passam uma vez porminuto. Para passarem 10 L em um minuto, basta diminuir a
resistência periférica. O débito cardíacoaumenta bastante, assim como a velocidade de
circulação do sangue.Como o volume de sangue é distribuído?20% nas artérias, 5%
nos capilares e 75% nas veias. A maior parte do sangue das veias está nasesplâncnicas, ou
seja, na porção das vísceras. O intestino é um grande banco de sangue, assim como obaço. Em
exercícios e situações mais intensas, o gasto de energia remove sangue da
porção esplâncnica.Metade da volemia está nas pequenas veias, que também são bem
inervadas. O SNA simpático pode fecharessas veias e levar o sangue de volta para os
músculos.
Diferença entre pressão e tensão
A tensão é pressão x raio do recipiente. A pressão estica a parede de uma bola de soprar,
gerando tensão.Melhor ainda é o exemplo de uma luva de látex cheia de ar. As porções para
os dedos têm menor raio,havendo nelas menor tensão. A porção para a palma da mão tem
raio maior, havendo nela maior tensão.Os vasos de um hipertenso são muito mais espessos, a
fim de evitar que surja mais tensão sobre suasparedes. O crescimento em espessura corrige a
tensão. A dilatação aumenta a tensão. Há casos deinsuficiência cardíaca dessa forma, em que
a cavidade está sob pressão muito alta. De inicio, há hipertrofia.Depois, a cavidade cresce
tanto que as paredes se afinam, não havendo correção da tensão e perda dacontratilidade.
Quanto maior a artéria, maior a tensão à qual ela é submetida. A equação de Laplace servepara
calcular a tensão:
Obs.: Randas Batista foi um cirurgião que inventou um procedimento no qual se retirava um
pedaço domiocárdio, diminuindo o tamanho da cavidade (o seu raio) e, por conseqüência, a
tensão em suas paredes.Obteve sucesso temporário nos pacientes, e sua técnica acabou por
cair em desuso.As varizes são explicadas pela incompetência crônica das válvulas, na qual há
refluxo de sangue venoso. Asveias têm sua parede deformada, então. São geneticamente
determinadas, piorando com hormônios.
Número de Reynolds
É um número adimensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de
escoamento dedeterminado fluido sobre uma superfície. Mede a tendência para a ocorrência
2. de turbilhonamento. Calculao fluxo laminar na aorta como 10³; acima deste valor, mesmo neste
vaso grande e liso ainda há turbulência
Anotações de Fisiologia79(o que acontece na sístole). Leva em conta a velocidade, densidade
e viscosidade do sangue, e o diâmetrodo vaso.
Fluxo laminar
Misturando-se dois fluidos imiscíveis e com cores diferentes, quando postos em sentidos
contrários, geramumalâmina . As moléculas em contato com as paredes perdem parte
da energia, enquanto as que estão nocentro perdem menos. Para que haja essa organização,
deve existir um determinado número de Reynolds,ou seja, um número que mostra a
possibilidade de desenvolver um turbilhão. É maior em artérias degrande calibre, e menor nos
capilares.Um rio, por exemplo, se estiver correndo, não faz somalgum. O que faz som é o
turbilhão gerado por pedras ecurvas. O mesmo acontece na circulação: o fluxolaminar não gera
som. Os turbilhões geram som, comonocoração.Se colocarmos uma borracha em torno de uma
artériabraquial, com pressão superior à da artéria, o fluxo éinterrompido e não se ouve nada
com o estetoscópio que pusermos no braço. Quando a pressão daborracha for reduzida, ela vai
ficar ligeiramente menor que a da artéria, e surgirá uma abertura. Depois, apressão diminuirá
na artéria. Num novo batimento cardíaco, ela aumentará de novo. Assim, a cadabatimento
cardíaco, será gerado um turbilhão, que poderá ser ouvido num estetoscópio. À medida que
sediminui a pressão na borracha, os turbilhões são gerados de forma menos intensa, até o
ponto em que aartéria retorna à sua pressão original. Lá, ela estará toda aberta, e o fluxo
será novamente laminar.Obs.: o inventor do método de mensuração da pressão arterial não
utilizava o método auscultatório, e simo método palpatório. Este método só mede a pressão
sistólica, e não a diastólica. Depois, foi Korotkoffquedescreveu os método auscultatório, com
4 sons diferentes perceptíveis. Inicialmente, são secos comopancadas, passando depois à
característica rítmica e áspera.
Stress de cisalhamento
O sangue, quando passa na artéria, produz um stress oblíquo(
shear stress
, ou stress de cisalhamento) no endotélio. É oestímulo mecânico mais sensível que existe, de
forma que o endotélio produz uma série de substâncias (verBogliolo Patologia Geral) para
compensar as mudanças. O principal produto secretado é o óxido nítrico(NO)