SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  43
Télécharger pour lire hors ligne
E.E.Dr. PAULO ARAÚJO NOVAES
e
PROFª. Mônica
APRESENTAM:
O ARCADISMO
Na tranqüila varanda de Gonzaga,
Sob os livros de Cláudio Manuel,
Solenes se reúnem, proclamando
A revolta do sonho e do papel.
Entre o gamão e o chá fazem as leis
Da perfeita república. No sono
Dos sobrados mineiros, verbalmente,
Resgatam pátrias, justiciam tronos.
Guardam as armas sob o travesseiro.
Vestem capas do roxo mais poético.
Convertem curas, mascates, sapateiros.
São generosos, líricos, patéticos.
José Paulo Paes, "Os inconfidentes“
O ARCADISMO
PERÍODO: SÉCULO XVIII
•INÍCIO: 1756 – FUNDAÇÃO DA
ARCÁDIA LUSITANA.
•TÉRMINO: 1825: INÍCIO DO
ROMANTISMO.
O século XVIII – AS LUZES
Europa: transformações profundas:
•Descrédito no poder absolutista monárquico;
•Decadência da aristocracia feudal;
•Crescimento das cidades e da burguesia;
•Início da Revolução Industrial;
•Revolução Francesa
LIBERDADE
IGUALDADE
FRATERNIDADE
MUDANÇAS IDEOLÓGICAS:
•ILUMINISMO –
Uso da razão como meio para satisfazer as
necessidades do homem.
(Voltaire, Diderot, Montesquieu...)
Os movimentos pela Independência do Brasil, como
a Inconfidência Mineira, por exemplo, inspiraram-se
nas idéias iluministas.
•LAICISMO
Estado e Igreja devem ser independentes. As funções
do Estado, como a política, a economia, a educação,
devem ser exercidas por leigos.
MUDANÇAS IDEOLÓGICAS:
•LIBERALISMO
Defesa dos sistemas representativos, dos direitos civis
e da igualdade de oportunidades para os cidadãos,
propõe a iniciativa individual e a livre concorrência,
sem interferência do Estado.
•EMPIRISMO
Corrente filosófica que atribui à experiência sensível
a origem de todo conhecimento humano.
Locke, Hume
O Arcadismo em Portugal:
Até meados do séc. XVIII o Santo Ofício
determinava o que era bom ou não para
Portugal; a vida cultural estagnou-se.
O Marquês de Pombal ao assumir o cargo
de Ministro do Reino, abriu as fronteiras
culturais de Portugal: expulsou os jesuítas,
contratou professores estrangeiros e
ampliou a Universidade de Coimbra.
Com as reformas de Pombal, em
1756, funda-se a Arcádia Lusitana,
dando início ao Arcadismo.
A Arcádia Lusitana (1756 – 1774)
Reunia os melhores literatos
portugueses, com o objetivo de
expurgar os excessos barrocos e
reconduzir a literatura à simplicidade.
Seu lema era: “Inutilia truncat”
ARCÁDIA
Região da
Grécia
Antiga
(Peloponeso)
Era habitada
por
pastores,
lugar de
felicidade e
simplicidade.
Principais características
Neoclássicas e Árcades:
•Retorno ao equilíbrio clássico;
•Imitação dos autores greco-latinos;
•Ideal de simplicidade e naturalidade;
•Membros das arcádias adotavam
nomes de pastoris.
Principais convenções da poesia
Neoclássica:
1. Personagens mitológicas utilizadas
alegoricamente;
2. Bucolismo e pastoralismo: a vida
campestre idealizada e estilizada; o
sujeito lírico é um pastor e a mulher
amada, uma pastora;
3. “Locus amoenus” (lugar ameno):
idealização da natureza como
cenário perfeito (a primavera, o
prado, as flores, a brisa, o riacho
murmurante, ...);
4. Tema do “fugere urbem”(fuga da
cidade: a cidade é vista como lugar
de sofrimento e corrupção;
5. Elogio da “aurea mediocritas”
(mediania do ouro): expressão de
Horácio para dizer que situações de
equilíbrio devem ser preferíveis a
qualquer extremo;
6. Prática do estoicismo: desprezo
aos prazeres mundanos, ao luxo e à
riqueza.
BOCAGE (1765 – 1805)
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Pseudônimo: Elmano Sadino
Marinheiro, conheceu a Índia e o
Brasil. Não resistia aos encantos
femininos,boêmio e beberrão levou
vida irregular.Tornou-se famoso no
submundo. Preso, passou bom tempo
na cadeia, onde arrependeu-se,
tornando-se um homem sério.
Foi lírico e satírico, usou de várias
formas poéticas, mas é no soneto que
encontrou a sua melhor forma de
expressão.
O soneto lhe serve como
testemunho de uma vida atribulada,
libertando o poeta suas emoções,
fazendo auto-análise das fases de
sua vida.
Foi diferente dos outros árcades:
fez poesia voltada para o mundo real.
Seu subjetivismo, a emoção
que corre livre e o tom confessional
o tornam um pré-romântico,
seja na fala de si mesmo,
seja na bucólica ou lírica-amorosa.
Faleceu em Lisboa em 1805.
Triste quem ama, cego quem se fia...
Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços da ternura.
Tu és doce atrativo, ó formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade:
Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão n'alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade:
Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na idéia acesas:
Amor ou desfalece, ou pára, ou corre;
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.
BOCAGE, Manuel M. B. du. Poesias. 3.
ed. Lisboa, Sá da Costa. 1956. p. 9.
O ARCADISMO BRASILEIRO:
•Crise na exploração das lavouras açucareiras;
•Auge da exploração de ouro em Minas Gerais;
•Deslocamento do eixo econômico para o
sudeste;
•Surgimento de uma organização social e
cultural mais nacionalista;
•Surge o primeiro grupo mineiro de escritores;
•Formação de consciência histórica com ideais
iluministas.
O país do Arcádia jaz dentro de um leque:
sob mil grinaldas, verde-azul floresce.
Por ele resvala, resvala e se perde,
a aérea palavra que o zéfiro escreve.
A luz é sem data.
Nomes aparecem
nas fitas que esvoaçam:
Marília, Glauceste, Dirceu, Nise, Anarda...
(...)
O país do Arcádia, súbito, escurece,
em nuvem de lágrimas.
Acabou-se a alegre pastoral dourada:
pelas nuvens baixas, o tormento cresce."
(Cecília Meireles)
O ARCADISMO NO BRASIL:
•Início:
1768 – Obras poéticas, de Cláudio
Manuel da Costa.
•Término:
1836 – Suspiros poéticos e saudades,
de Gonçalves Dias.
Acontecimentos que mudaram a vida no
Brasil:
•Vinda da família Real (1808);
•Abertura dos portos brasileiros;
•Fase de transição do processo de
Independência.
A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NACIONAL
Uma pequena burguesia letrada fazia ecoar
na Colônia as idéias do Iluminismo francês.
Quando, a partir da década de 1760,
a extração do ouro entrou em declínio,
já existia um embasamento ideológico
para orientar a insatisfação e
fermentar a revolta
contra os pesados impostos cobrados pela
Metrópole.
No final da década de 1780 ocorreu a
Inconfidência Mineira,
sufocada pelas prisões de 1789.
Nesse ambiente de crise e de efervescência
de idéias e surgiu o Neoclassicismo,
também chamado de Escola Mineira,
graças à origem de alguns
de seus principais poetas árcades,
surgiu o comprometimento com o pensamento
mais avançado século XVIII, tendo alguns
deles participado ativamente
da Conjuração Mineira.
Os poetas Árcades brasileiros:
1.Cláudio Manuel da Costa: O Mestre
“ Sou pastor, não te nego;
os meus montados são esses,
que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a selva florescente
A doce companhia dos meus gados;
(...)”
2.Tomás Antônio Gonzaga: Dirceu
Produziu as liras mais importantes do
século XVIII no Brasil.
Enamorou-se de Maria Dorotéia, sua
musa inspiradora.
Marília e Dirceu formam o
1º. mito amoroso brasileiro.
As Liras, de Tomás Antônio Gonzaga,
ficaram conhecidas sob o título de
Marília de Dirceu:
Obra poética mais importante do
neoclassicismo brasileiro.
Marília de Dirceu
Coletânea de liras dirigidas à Marília,
divide-se em duas partes:
•A primeira reflete a felicidade do
namoro e noivado, são retratos de
Marília, confissões de amor e sonhos
de felicidade conjugal.
“ Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes;
um coração, e basta,
onde tu mesma cabes.”
•A segunda reflete os sofrimentos
físicos e morais do cárcere e
desterro, desalentos e consolação
no amor de Marília.
“Nesta triste masmorra,
de um semivivo corpo sepultura,
inda, Marília, adoro
a tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
busca, extremoso, que eu ainda resista
à dor imensa, que cerca e mata”
Escreveu também
as Cartas Chilenas (1778):
Poemas satíricos em forma de
cartas.
Tómas Antônio Gonzaga foi
ouvidor- geral em Vila Rica na época
da Inconfidência. Acusado de
traição, foi desterrado para
Moçambique, onde viveu dezessete
anos.
Os poemas épicos brasileiros trazem inovações:
•utilização de temas de nossa história colonial;
•a descrição da natureza tropical, em
substituição ao locus amoenus da poesia
européia;
• a introdução do índio como herói - mesmo
que como coadjuvante do homem europeu;
•O nativismo subjacente a esses novos temas
prenuncia o nacionalismo romântico do século
XIX.
A POESIA ÉPICA
Principais poemas épicos do Arcadismo :
•O Uraguai (1769)
José Basílio da Gama
• Vila Rica (1773)
Cláudio Manuel da Costa.
• Caramuru (1781)
Frei José de Santa Rita Durão.
Os poemas épicos brasileiros trazem inovações:
•utilização de temas de nossa história colonial;
•a descrição da natureza tropical, em
substituição ao locus amoenus da poesia
européia;
• a introdução do índio como herói - mesmo
que como coadjuvante do homem europeu;
•O nativismo subjacente a esses novos temas
prenuncia o nacionalismo romântico do século
XIX.
A POESIA ÉPICA
O URAGUAI
(BASÍLIO DA GAMA)
•Herói do poema: general Gomes Freire de
Andrade;
•Herói indígena: Cacambo, chefe indígena;
•Vilão da história: Pe. Lourenço Balda;
•Outras personagens: Cepê, Lindóia (esposa de
Cacambo), Caitutu, Tanajura (velha feiticeira).
CARAMURU
(FREI SANTA RITA DURÃO)
“Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que, irado, freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
-Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa,
-E sem mais vista ser, sorveu-se na água”.
(SANTA RITA DURÃO)
Quase um século mais tarde, o
romântico Victor Meireles pinta a
tela Moema.
Amor impossível,
sacrifício e morte foram temas
comuns aos árcades e aos
românticos.
EXERCÍCIOS
 1. Explique o
significado do nome
Neoclassicismo, que
designa o período
árcade.
 2. Por que a expressão
latina fugere urbem
foi uma das
convenções árcades?
 3. Os árcades
utilizavam com
frequência um tema que
visava a apresentação
da “inocência e sadia
rusticidade” dos
costumes rurais,
sobretudo dos pastores.
De que trata esse tema?
 4. Os poemas árcades
parecem um pouco
complexos em relação à
linguagem. Quando se
fala em simplicidade,
no que diz respeito à
linguagem do
Arcadismo, está se
comparando esse tipo
de poesia com a poesia
de outro estilo literário.
Que estilo é esse?
 5. Bucolismo, áurea
mediócritas,
reaproveitamento de
seres mitológicos,
paisagens serenas são
características do
Arcadismo.
Identifique-as nos
trechos a seguir:
a) “Sou pastor não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gabos (...) (Cláudio Manuel da Costa)
b) O brando respirar do manso vento
Por entre as frescas ramas, a doçura
Dessa fonte, que move o passo lento. (Cláudio Manuel da Costa)
c) Os seus compridos cabelos
Que sobre as copas ondeiam
São que os de Apolo mais belos (Tomás Antonio Gonzaga)
RESPOSTAS
1. O nome refere-se ao reaproveitamento das ideias clássicas sobre arte.
2. A vida no campo era considerada mais equilibrada do que a da cidade, que era vista como fator de
corrupção do homem.
3. Trata-se do bucolismo.
4. A linguagem árcade é mais simples se comparada com a do estilo barroco.
5- a) bucolismo e áurea mediócritas
b) paisagem serena
c) Reaproveitamento ser mitológico: Apolo
REFERÊNCIAS:
FARACO & MOURA. Literatura Brasileira. 10ª ed.. São Paulo:
Ática, 2000.

Contenu connexe

Tendances (20)

O Realismo
O RealismoO Realismo
O Realismo
 
Arcadismo
Arcadismo Arcadismo
Arcadismo
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasil
 
Literatura Contemporânea
Literatura  ContemporâneaLiteratura  Contemporânea
Literatura Contemporânea
 
Slide realismo naturalismo 09 ago 13
Slide realismo  naturalismo 09 ago 13Slide realismo  naturalismo 09 ago 13
Slide realismo naturalismo 09 ago 13
 
Modernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geraçãoModernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geração
 
Romance regionalista
Romance regionalistaRomance regionalista
Romance regionalista
 
Literatura no ENEM
Literatura no ENEMLiteratura no ENEM
Literatura no ENEM
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
Romantismo em-portugal-e-no-brasil
Romantismo em-portugal-e-no-brasilRomantismo em-portugal-e-no-brasil
Romantismo em-portugal-e-no-brasil
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro
 
Modernismo Brasileiro (1ª fase)
Modernismo Brasileiro (1ª fase)Modernismo Brasileiro (1ª fase)
Modernismo Brasileiro (1ª fase)
 
Humanismo e Classicismo
Humanismo e ClassicismoHumanismo e Classicismo
Humanismo e Classicismo
 
Arcadismo 2.0
Arcadismo 2.0Arcadismo 2.0
Arcadismo 2.0
 
Romantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoRomantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geração
 
A geração de 45
A geração de 45A geração de 45
A geração de 45
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Segunda geração modernista
Segunda geração modernistaSegunda geração modernista
Segunda geração modernista
 

Similaire à O Arcadismo: poesia e sociedade no século XVIII

Similaire à O Arcadismo: poesia e sociedade no século XVIII (20)

Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo.ppt
Arcadismo.pptArcadismo.ppt
Arcadismo.ppt
 
Resumo Literatura
Resumo LiteraturaResumo Literatura
Resumo Literatura
 
Slides barroco
Slides barrocoSlides barroco
Slides barroco
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
arcadismo-140117180813-phpapp01.pdf
arcadismo-140117180813-phpapp01.pdfarcadismo-140117180813-phpapp01.pdf
arcadismo-140117180813-phpapp01.pdf
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)
 
Neoclassicismo ou Arcadismo.pptx
Neoclassicismo ou Arcadismo.pptxNeoclassicismo ou Arcadismo.pptx
Neoclassicismo ou Arcadismo.pptx
 
aula Arcadismo.ppt
aula Arcadismo.pptaula Arcadismo.ppt
aula Arcadismo.ppt
 
Arcadismo
Arcadismo Arcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo - Estilo Iluminista
Arcadismo - Estilo IluministaArcadismo - Estilo Iluminista
Arcadismo - Estilo Iluminista
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Revisão literatura - com exercícios
Revisão literatura - com exercíciosRevisão literatura - com exercícios
Revisão literatura - com exercícios
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Aula 08 arcadismo no brasil
Aula 08   arcadismo no brasilAula 08   arcadismo no brasil
Aula 08 arcadismo no brasil
 
Romantismo No Brasil
Romantismo No BrasilRomantismo No Brasil
Romantismo No Brasil
 

Plus de Mônica Almeida Neves (15)

Como envolver o aluno surdo em uma sequência didática sobre artigo de opinião.
Como envolver o aluno surdo em uma sequência didática sobre artigo de opinião.Como envolver o aluno surdo em uma sequência didática sobre artigo de opinião.
Como envolver o aluno surdo em uma sequência didática sobre artigo de opinião.
 
Machado de assis vida e obra
Machado de assis  vida e obraMachado de assis  vida e obra
Machado de assis vida e obra
 
Lit. introd.pp prof mônic
Lit. introd.pp prof mônicLit. introd.pp prof mônic
Lit. introd.pp prof mônic
 
Profdigitalfinal 1211659045914211-9
Profdigitalfinal 1211659045914211-9Profdigitalfinal 1211659045914211-9
Profdigitalfinal 1211659045914211-9
 
Projeto tecnologias na sala de aula - PROINFO
Projeto tecnologias na sala de aula - PROINFOProjeto tecnologias na sala de aula - PROINFO
Projeto tecnologias na sala de aula - PROINFO
 
Projeto tecnologias na sala de aula
Projeto tecnologias na sala de aulaProjeto tecnologias na sala de aula
Projeto tecnologias na sala de aula
 
O senhor das moscas
O senhor das moscasO senhor das moscas
O senhor das moscas
 
Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2
 
Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2
 
Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2
 
Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2
 
Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2Missa do galo pp 2
Missa do galo pp 2
 
Proinfo-Avaré
Proinfo-AvaréProinfo-Avaré
Proinfo-Avaré
 
No aeroporto
No aeroportoNo aeroporto
No aeroporto
 
Apresentação1 de
Apresentação1 deApresentação1 de
Apresentação1 de
 

Dernier

AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 

Dernier (20)

AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 

O Arcadismo: poesia e sociedade no século XVIII

  • 1. E.E.Dr. PAULO ARAÚJO NOVAES e PROFª. Mônica APRESENTAM: O ARCADISMO
  • 2.
  • 3. Na tranqüila varanda de Gonzaga, Sob os livros de Cláudio Manuel, Solenes se reúnem, proclamando A revolta do sonho e do papel. Entre o gamão e o chá fazem as leis Da perfeita república. No sono Dos sobrados mineiros, verbalmente, Resgatam pátrias, justiciam tronos. Guardam as armas sob o travesseiro. Vestem capas do roxo mais poético. Convertem curas, mascates, sapateiros. São generosos, líricos, patéticos. José Paulo Paes, "Os inconfidentes“
  • 4. O ARCADISMO PERÍODO: SÉCULO XVIII •INÍCIO: 1756 – FUNDAÇÃO DA ARCÁDIA LUSITANA. •TÉRMINO: 1825: INÍCIO DO ROMANTISMO.
  • 5. O século XVIII – AS LUZES Europa: transformações profundas: •Descrédito no poder absolutista monárquico; •Decadência da aristocracia feudal; •Crescimento das cidades e da burguesia; •Início da Revolução Industrial; •Revolução Francesa LIBERDADE IGUALDADE FRATERNIDADE
  • 6. MUDANÇAS IDEOLÓGICAS: •ILUMINISMO – Uso da razão como meio para satisfazer as necessidades do homem. (Voltaire, Diderot, Montesquieu...) Os movimentos pela Independência do Brasil, como a Inconfidência Mineira, por exemplo, inspiraram-se nas idéias iluministas. •LAICISMO Estado e Igreja devem ser independentes. As funções do Estado, como a política, a economia, a educação, devem ser exercidas por leigos.
  • 7. MUDANÇAS IDEOLÓGICAS: •LIBERALISMO Defesa dos sistemas representativos, dos direitos civis e da igualdade de oportunidades para os cidadãos, propõe a iniciativa individual e a livre concorrência, sem interferência do Estado. •EMPIRISMO Corrente filosófica que atribui à experiência sensível a origem de todo conhecimento humano. Locke, Hume
  • 8. O Arcadismo em Portugal: Até meados do séc. XVIII o Santo Ofício determinava o que era bom ou não para Portugal; a vida cultural estagnou-se. O Marquês de Pombal ao assumir o cargo de Ministro do Reino, abriu as fronteiras culturais de Portugal: expulsou os jesuítas, contratou professores estrangeiros e ampliou a Universidade de Coimbra.
  • 9. Com as reformas de Pombal, em 1756, funda-se a Arcádia Lusitana, dando início ao Arcadismo. A Arcádia Lusitana (1756 – 1774) Reunia os melhores literatos portugueses, com o objetivo de expurgar os excessos barrocos e reconduzir a literatura à simplicidade. Seu lema era: “Inutilia truncat”
  • 11. Principais características Neoclássicas e Árcades: •Retorno ao equilíbrio clássico; •Imitação dos autores greco-latinos; •Ideal de simplicidade e naturalidade; •Membros das arcádias adotavam nomes de pastoris.
  • 12. Principais convenções da poesia Neoclássica: 1. Personagens mitológicas utilizadas alegoricamente; 2. Bucolismo e pastoralismo: a vida campestre idealizada e estilizada; o sujeito lírico é um pastor e a mulher amada, uma pastora;
  • 13. 3. “Locus amoenus” (lugar ameno): idealização da natureza como cenário perfeito (a primavera, o prado, as flores, a brisa, o riacho murmurante, ...); 4. Tema do “fugere urbem”(fuga da cidade: a cidade é vista como lugar de sofrimento e corrupção;
  • 14. 5. Elogio da “aurea mediocritas” (mediania do ouro): expressão de Horácio para dizer que situações de equilíbrio devem ser preferíveis a qualquer extremo; 6. Prática do estoicismo: desprezo aos prazeres mundanos, ao luxo e à riqueza.
  • 15. BOCAGE (1765 – 1805) Manuel Maria Barbosa du Bocage Pseudônimo: Elmano Sadino Marinheiro, conheceu a Índia e o Brasil. Não resistia aos encantos femininos,boêmio e beberrão levou vida irregular.Tornou-se famoso no submundo. Preso, passou bom tempo na cadeia, onde arrependeu-se, tornando-se um homem sério.
  • 16. Foi lírico e satírico, usou de várias formas poéticas, mas é no soneto que encontrou a sua melhor forma de expressão. O soneto lhe serve como testemunho de uma vida atribulada, libertando o poeta suas emoções, fazendo auto-análise das fases de sua vida.
  • 17. Foi diferente dos outros árcades: fez poesia voltada para o mundo real. Seu subjetivismo, a emoção que corre livre e o tom confessional o tornam um pré-romântico, seja na fala de si mesmo, seja na bucólica ou lírica-amorosa. Faleceu em Lisboa em 1805.
  • 18. Triste quem ama, cego quem se fia... Nascemos para amar; a humanidade Vai tarde ou cedo aos laços da ternura. Tu és doce atrativo, ó formosura, Que encanta, que seduz, que persuade: Enleia-se por gosto a liberdade; E depois que a paixão n'alma se apura, Alguns então lhe chamam desventura, Chamam-lhe alguns então felicidade:
  • 19. Qual se abisma nas lôbregas tristezas, Qual em suaves júbilos discorre, Com esperanças mil na idéia acesas: Amor ou desfalece, ou pára, ou corre; E, segundo as diversas naturezas, Um porfia, este esquece, aquele morre. BOCAGE, Manuel M. B. du. Poesias. 3. ed. Lisboa, Sá da Costa. 1956. p. 9.
  • 20. O ARCADISMO BRASILEIRO: •Crise na exploração das lavouras açucareiras; •Auge da exploração de ouro em Minas Gerais; •Deslocamento do eixo econômico para o sudeste; •Surgimento de uma organização social e cultural mais nacionalista; •Surge o primeiro grupo mineiro de escritores; •Formação de consciência histórica com ideais iluministas.
  • 21. O país do Arcádia jaz dentro de um leque: sob mil grinaldas, verde-azul floresce. Por ele resvala, resvala e se perde, a aérea palavra que o zéfiro escreve. A luz é sem data. Nomes aparecem nas fitas que esvoaçam: Marília, Glauceste, Dirceu, Nise, Anarda... (...) O país do Arcádia, súbito, escurece, em nuvem de lágrimas. Acabou-se a alegre pastoral dourada: pelas nuvens baixas, o tormento cresce." (Cecília Meireles)
  • 22. O ARCADISMO NO BRASIL: •Início: 1768 – Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. •Término: 1836 – Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves Dias.
  • 23. Acontecimentos que mudaram a vida no Brasil: •Vinda da família Real (1808); •Abertura dos portos brasileiros; •Fase de transição do processo de Independência.
  • 24. A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NACIONAL Uma pequena burguesia letrada fazia ecoar na Colônia as idéias do Iluminismo francês. Quando, a partir da década de 1760, a extração do ouro entrou em declínio, já existia um embasamento ideológico para orientar a insatisfação e fermentar a revolta contra os pesados impostos cobrados pela Metrópole.
  • 25. No final da década de 1780 ocorreu a Inconfidência Mineira, sufocada pelas prisões de 1789. Nesse ambiente de crise e de efervescência de idéias e surgiu o Neoclassicismo, também chamado de Escola Mineira, graças à origem de alguns de seus principais poetas árcades, surgiu o comprometimento com o pensamento mais avançado século XVIII, tendo alguns deles participado ativamente da Conjuração Mineira.
  • 26. Os poetas Árcades brasileiros: 1.Cláudio Manuel da Costa: O Mestre “ Sou pastor, não te nego; os meus montados são esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a selva florescente A doce companhia dos meus gados; (...)”
  • 27. 2.Tomás Antônio Gonzaga: Dirceu Produziu as liras mais importantes do século XVIII no Brasil. Enamorou-se de Maria Dorotéia, sua musa inspiradora. Marília e Dirceu formam o 1º. mito amoroso brasileiro.
  • 28. As Liras, de Tomás Antônio Gonzaga, ficaram conhecidas sob o título de Marília de Dirceu: Obra poética mais importante do neoclassicismo brasileiro. Marília de Dirceu Coletânea de liras dirigidas à Marília, divide-se em duas partes:
  • 29. •A primeira reflete a felicidade do namoro e noivado, são retratos de Marília, confissões de amor e sonhos de felicidade conjugal. “ Eu tenho um coração maior que o mundo, tu, formosa Marília, bem o sabes; um coração, e basta, onde tu mesma cabes.”
  • 30. •A segunda reflete os sofrimentos físicos e morais do cárcere e desterro, desalentos e consolação no amor de Marília. “Nesta triste masmorra, de um semivivo corpo sepultura, inda, Marília, adoro a tua formosura. Amor na minha idéia te retrata; busca, extremoso, que eu ainda resista à dor imensa, que cerca e mata”
  • 31. Escreveu também as Cartas Chilenas (1778): Poemas satíricos em forma de cartas. Tómas Antônio Gonzaga foi ouvidor- geral em Vila Rica na época da Inconfidência. Acusado de traição, foi desterrado para Moçambique, onde viveu dezessete anos.
  • 32. Os poemas épicos brasileiros trazem inovações: •utilização de temas de nossa história colonial; •a descrição da natureza tropical, em substituição ao locus amoenus da poesia européia; • a introdução do índio como herói - mesmo que como coadjuvante do homem europeu; •O nativismo subjacente a esses novos temas prenuncia o nacionalismo romântico do século XIX. A POESIA ÉPICA
  • 33. Principais poemas épicos do Arcadismo : •O Uraguai (1769) José Basílio da Gama • Vila Rica (1773) Cláudio Manuel da Costa. • Caramuru (1781) Frei José de Santa Rita Durão.
  • 34. Os poemas épicos brasileiros trazem inovações: •utilização de temas de nossa história colonial; •a descrição da natureza tropical, em substituição ao locus amoenus da poesia européia; • a introdução do índio como herói - mesmo que como coadjuvante do homem europeu; •O nativismo subjacente a esses novos temas prenuncia o nacionalismo romântico do século XIX. A POESIA ÉPICA
  • 35. O URAGUAI (BASÍLIO DA GAMA) •Herói do poema: general Gomes Freire de Andrade; •Herói indígena: Cacambo, chefe indígena; •Vilão da história: Pe. Lourenço Balda; •Outras personagens: Cepê, Lindóia (esposa de Cacambo), Caitutu, Tanajura (velha feiticeira).
  • 36. CARAMURU (FREI SANTA RITA DURÃO) “Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto moribundo; Com mão já sem vigor, soltando o leme, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que, irado, freme, Tornando a aparecer desde o profundo, -Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa, -E sem mais vista ser, sorveu-se na água”. (SANTA RITA DURÃO)
  • 37. Quase um século mais tarde, o romântico Victor Meireles pinta a tela Moema. Amor impossível, sacrifício e morte foram temas comuns aos árcades e aos românticos.
  • 38.
  • 39. EXERCÍCIOS  1. Explique o significado do nome Neoclassicismo, que designa o período árcade.  2. Por que a expressão latina fugere urbem foi uma das convenções árcades?  3. Os árcades utilizavam com frequência um tema que visava a apresentação da “inocência e sadia rusticidade” dos costumes rurais, sobretudo dos pastores. De que trata esse tema?
  • 40.  4. Os poemas árcades parecem um pouco complexos em relação à linguagem. Quando se fala em simplicidade, no que diz respeito à linguagem do Arcadismo, está se comparando esse tipo de poesia com a poesia de outro estilo literário. Que estilo é esse?  5. Bucolismo, áurea mediócritas, reaproveitamento de seres mitológicos, paisagens serenas são características do Arcadismo. Identifique-as nos trechos a seguir:
  • 41. a) “Sou pastor não te nego; os meus montados São esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia dos meus gabos (...) (Cláudio Manuel da Costa) b) O brando respirar do manso vento Por entre as frescas ramas, a doçura Dessa fonte, que move o passo lento. (Cláudio Manuel da Costa) c) Os seus compridos cabelos Que sobre as copas ondeiam São que os de Apolo mais belos (Tomás Antonio Gonzaga)
  • 42. RESPOSTAS 1. O nome refere-se ao reaproveitamento das ideias clássicas sobre arte. 2. A vida no campo era considerada mais equilibrada do que a da cidade, que era vista como fator de corrupção do homem. 3. Trata-se do bucolismo. 4. A linguagem árcade é mais simples se comparada com a do estilo barroco. 5- a) bucolismo e áurea mediócritas b) paisagem serena c) Reaproveitamento ser mitológico: Apolo
  • 43. REFERÊNCIAS: FARACO & MOURA. Literatura Brasileira. 10ª ed.. São Paulo: Ática, 2000.