SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
SISTEMA
PRISIONAL NO
BRASIL
Sociologia – Redação
Prof. Munís Pedro (IFTM, 2017)
“Art. 17. – O dia dos detentos começará às seis
horas da manhã no inverno, às cinco horas no
verão. O trabalho há de durar nove horas por
dia em qualquer estação. Duas horas por dia
serão consagradas ao ensino. O trabalho e o dia
terminarão às nove horas no inverno, às oito
horas no verão” (p. 10).
O CORPO E A “ALMA”
“Finalmente foi esquartejado. Essa última operação foi muito longa,
porque os cavalos utilizados não estavam afeitos à tração; de modo que,
em vez de quatro, foi preciso colocar seis; e como isso não bastasse, foi
necessário, para desmembrar as coxas do infeliz, cortar-lhe os nervos e
retalhar-lhe as juntas” (p. 09)
Referência teórica
Referência histórica
Sugestão:
desenvolvimento
“A prisão é o único lugar no qual o poder pode se
manifestar de forma desnuda, em suas dimensões
mais excessivas, e justificar-se como poder moral”.
“A alma, prisão do corpo”. Michel Foucault
Sugestão: introdução
Ocorreu
durante a fase
republicana do
país
1890 – concepção de prisão moderna chega ao Brasil
A república
recebe ideias
iluministas,
positivistas,
enfim,
cientificistas
vindas da
Europa
A prisão não é
mais a vingança
do rei, porém a
domesticação
do corpo, a
reforma da
alma
Mais do que
punir, pretende-
se reeducar,
ressocializar
Michel Foucault
Referência teórica
Referência histórica
Referência factual Sugestão: introdução
O massacre do Carandiru
Em São Paulo, 1992.
111 presos foram mortos
por intervenção da Polícia
Militar após uma rebelião
Referência
teórica
Conceito de
dominação
legal,
conforme
Max Weber
“Também quem
ordena obedece, ao
emitir uma ordem, a
uma regra: à lei ou
regulamento de uma
norma formalmente
abstrata”.
Referência factual Sugestão: introdução
Guerras entre facções nos
presídios do norte e nordeste
A facção Família do
Norte entrou em
disputa contra o PCC
pelo controle das rotas
de narcotráfico da
região
Mais de 138 presos
foram mortos
Ocorreu em janeiro de
2017 nos estados de
Amazonas, Roraima e
Rio Grande do Norte
A pastoral carcerária de
Manaus avisou
previamente da
possibilidade do
conflito. Nada foi feito
pelas autoridades
Novo Plano de Segurança
do Governo Federal após
o ocorrido: construir mais
cinco presídios federais; e
transferir presos
Estima-se 83 facções no Brasil
Referência factual Sugestão: introdução
A declaração
foi dada em
2012
Problemas Sugestão:
desenvolvimento
São apenas
371 mil vagas
Superlotação
30% são presos
provisórios, isto é,
aguardam
julgamento
Brasil possui a
quarta maior
população
carcerária do
mundo (ficando
atrás de EUA,
China e Rússia)
Desde 2000, o
número dobrou
Referências estatísticas
622 mil presos O índice de
reincidência
no crime é em
torno de 70%
Problemas Sugestão:
desenvolvimento
Condições desumanas
(saúde, alimentação, saneamento e higiene)
Muitos prisioneiros desenvolve
problemas de saúde mental
No Brasil, preso tem
30 vezes mais
chances de contrair
tuberculose do que
pessoa em liberdade
10 vezes mais chance
de ser infectado por
vírus HIV
A dependência
por álcool e
drogas também
aumenta
Referências estatísticas
Na maioria
dos presídios
convive-se
em meio a
ratos e
baratas
Comida estragada e escassez de água
para beber e para necessidades
fisiológicas é constante em quase
todas as prisões brasileiras
Problemas Sugestão:
desenvolvimento
Se a função da pena é reeducar para o convívio social, de que
maneira regressará uma pessoa traumatizada com a justiça?
Melhor ou pior do que entrou?
Faltam defensores
públicos
Referências estatísticas
Há muitas
prisões
provisórias
4 em cada 10
presos
aguardam
julgamento
Ficam até três
meses para
ver o juiz pela
primeira vez
Há suspeitos inocentados que
mesmo assim cumpriram mais
de um ano de prisão sem
julgamento
Torturas e maus tratos
I - tortura: os tipos penais previstos na Lei
no 9.455, de 7 de abril de 1997, respeitada a
definição constante do Artigo 1 da Convenção
Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
Detidos não são separados
conforme tipos criminais ou
andamento do processo
Problemas Sugestão:
desenvolvimento
Nova Lei de Drogas
Lei 11.343/2006
Referência factual
Despenalizou
usuários
Aumento tempo
mínimo para o
tráfico, tornando
crime hediondo
Porém sem determinar
exatamente a quantidade,
fica a critério de juízes
Número de presos por tráfico
saltou de 14% para 27% entre os
homens após lei
24% dos presos do sexo
masculino são devido a
drogas
Número de prisões por
tráfico aumentou em 344%
em 20 anos
“Para derrotar organização
criminosa não adianta
prender quem distribui
droga na rua, vai apenas
encher cadeia com isso”.
Guaracy Mingard – membro do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública e cientista
político
Propostas Sugestão: conclusão
Celeridade do judiciário
Função principal: reabilitar prisioneiro e
reparar dano à sociedade
Humanizar prisões
Audiências de custódia:
réu tem 24h para ter
acesso ao juiz
Julgamentos mais
rápidos
Diminuição de penas de
liberdade e adoção de penas
alternativas, como prestação
de serviço à comunidade
Adoção de justiça restaurativa
Adotar medidas socioeducativas pois
encarceramento rígido aumenta chance de
reincidência
Ex.: Prisão Halden, na Noruega. Há instalações como numa casa
e privacidade. Presos possuem relações saudáveis com guardas.
E são obrigados a trabalhar e estudar. Contém programas
vocacionais e oficinas
Ex.: Presídio no Texas possui Programa de Empreendedorismo
na Prisão, em que ensina plano de negócios e buscar
investimento. A reincidência é de 7%, enquanto a média do país
é de 76%. Dos 1,1 mil formados, 165 abriram negócio
Fornecer trabalho e
educação
Propostas Sugestão: conclusão
Reforma de presídios
Diminuir preconceito
com ex-presidiários
visando reintegração
plenaFornecer
estrutura
adequada
com
capacidade
para no
máximo 500
pessoas por
unidade
Investimento
para redução
de
reincidência
e de crimes
Separação dos prisioneiros
conforme os tipos de crime
Campanhas de conscientização da população
Acompanhamento
psicológico e
social de egressos
do sistema
Propostas radicais Sugestão: conclusão
Mudanças sociais no país
Para Loïc Wacquant, ocorreu uma
reformulação da função do Estado a
partir do final do século XX, quando
deixa de ser de Bem-Estar Social e torna-
se Neoliberal. Agora, em vez de
empregos dignos e serviços públicos de
qualidade, o Estado gasta dinheiro no
setor policial, jurídico e correcionalSe acabar a proibição da venda de
drogas, então acabou-se o tráfico
Descriminalização das drogas
Frear a
criminalização
da pobreza!
Referência teórica
"A urgência no Brasil, como
na maioria dos países do
planeta, é lutar em todas as
direções não contra os
criminosos, mas contra a
pobreza e a desigualdade”.
"Ou lutamos pela igualdade,
ou viveremos em um
arquipélago de ilhotas de
opulência e de privilégios
perdidos no seio de um
oceano frio de miséria, medo
e desprezo pelo outro”.
Loïc Wacquant
PRESOS:
• 61% são
negros
• 75% não
tem ensino
médio
• 55% são
jovens
Dados estatísticos foram extraídos do Conselho Nacional de
Justiça, CNJ.

Contenu connexe

Tendances

Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
Edna Brito
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literatura
fabrinnem
 
Escolas literarias aula 01
Escolas literarias aula 01Escolas literarias aula 01
Escolas literarias aula 01
murilotome
 
Segunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no BrasilSegunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no Brasil
eeadolpho
 

Tendances (20)

Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbal
 
Passos para uma boa redação
Passos para uma boa redaçãoPassos para uma boa redação
Passos para uma boa redação
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literatura
 
O realismo e o naturalismo em portugal e no brasil
O realismo e o naturalismo em portugal e no brasilO realismo e o naturalismo em portugal e no brasil
O realismo e o naturalismo em portugal e no brasil
 
Funções da linguagem
Funções da linguagemFunções da linguagem
Funções da linguagem
 
Vicios de linguagem
Vicios de linguagemVicios de linguagem
Vicios de linguagem
 
Estilo de época
Estilo de épocaEstilo de época
Estilo de época
 
Escolas literarias aula 01
Escolas literarias aula 01Escolas literarias aula 01
Escolas literarias aula 01
 
2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Romance
RomanceRomance
Romance
 
Trovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismoTrovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismo
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem   slideFiguras de linguagem   slide
Figuras de linguagem slide
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Literatura contemporânea
Literatura contemporâneaLiteratura contemporânea
Literatura contemporânea
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Segunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no BrasilSegunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no Brasil
 
Linha do tempo - Literatura
Linha do tempo - LiteraturaLinha do tempo - Literatura
Linha do tempo - Literatura
 

Similaire à Sistema Prisional no Brasil

Carta técnica
Carta técnicaCarta técnica
Carta técnica
TSPCR
 
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
RafaelAlvesRafu
 
Estudos de psicologia juridica 14-03
Estudos de psicologia juridica   14-03Estudos de psicologia juridica   14-03
Estudos de psicologia juridica 14-03
030599jul
 
Estudos de psicologia juridica 14-03
Estudos de psicologia juridica   14-03Estudos de psicologia juridica   14-03
Estudos de psicologia juridica 14-03
030599jul
 
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessáriaFilosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
Fábio Nogueira, PhD
 
Dossiê rs - raio x do tratamento penal
Dossiê   rs - raio x do tratamento penalDossiê   rs - raio x do tratamento penal
Dossiê rs - raio x do tratamento penal
TSPCR
 
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminalEduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
Carol Wambach
 

Similaire à Sistema Prisional no Brasil (20)

Maioridade Penal
Maioridade PenalMaioridade Penal
Maioridade Penal
 
Violência, Justiça e Impunidade
Violência, Justiça e ImpunidadeViolência, Justiça e Impunidade
Violência, Justiça e Impunidade
 
Relatório do Infopen - 2015
Relatório do Infopen - 2015Relatório do Infopen - 2015
Relatório do Infopen - 2015
 
Regras de Mandela
Regras de Mandela Regras de Mandela
Regras de Mandela
 
Carta técnica
Carta técnicaCarta técnica
Carta técnica
 
Redução da Idade Penal - Relatório Mesas Quadradas
Redução da Idade Penal - Relatório Mesas QuadradasRedução da Idade Penal - Relatório Mesas Quadradas
Redução da Idade Penal - Relatório Mesas Quadradas
 
Pena de morte
Pena de mortePena de morte
Pena de morte
 
CRISE NO SISTEMA PRISIONAL
CRISE NO SISTEMA PRISIONAL CRISE NO SISTEMA PRISIONAL
CRISE NO SISTEMA PRISIONAL
 
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
2015_Liberdade_Provisória_E_Atuaçao_Da_Defensoria_Publica_Do_Estado_De_SP.pdf
 
Chega de insanidade
Chega de insanidadeChega de insanidade
Chega de insanidade
 
Estudo sobre a pec 308204 solicitado pela federação sindical nacional de serv...
Estudo sobre a pec 308204 solicitado pela federação sindical nacional de serv...Estudo sobre a pec 308204 solicitado pela federação sindical nacional de serv...
Estudo sobre a pec 308204 solicitado pela federação sindical nacional de serv...
 
Trabalho interdisciplinar
Trabalho interdisciplinarTrabalho interdisciplinar
Trabalho interdisciplinar
 
Sistema Prisional Brasileiro
Sistema Prisional BrasileiroSistema Prisional Brasileiro
Sistema Prisional Brasileiro
 
1º ano sistema prisonal no brasil
1º ano sistema prisonal no brasil1º ano sistema prisonal no brasil
1º ano sistema prisonal no brasil
 
Estudos de psicologia juridica 14-03
Estudos de psicologia juridica   14-03Estudos de psicologia juridica   14-03
Estudos de psicologia juridica 14-03
 
Estudos de psicologia juridica 14-03
Estudos de psicologia juridica   14-03Estudos de psicologia juridica   14-03
Estudos de psicologia juridica 14-03
 
Conteudo penal
Conteudo penalConteudo penal
Conteudo penal
 
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessáriaFilosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
Filosofia do Direito - Código Penal: os riscos de uma mudança necessária
 
Dossiê rs - raio x do tratamento penal
Dossiê   rs - raio x do tratamento penalDossiê   rs - raio x do tratamento penal
Dossiê rs - raio x do tratamento penal
 
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminalEduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
Eduardo farsettevieirad%27assumpcao psicologia criminal
 

Plus de Munis Pedro

Plus de Munis Pedro (20)

Segunda Guerra Mundial
Segunda Guerra MundialSegunda Guerra Mundial
Segunda Guerra Mundial
 
Fascismo italiano
Fascismo italianoFascismo italiano
Fascismo italiano
 
Primeira Guerra Mundial
Primeira Guerra MundialPrimeira Guerra Mundial
Primeira Guerra Mundial
 
Crise de 1929 e a Grande Depressão
Crise de 1929 e a Grande DepressãoCrise de 1929 e a Grande Depressão
Crise de 1929 e a Grande Depressão
 
Brasil Império
Brasil ImpérioBrasil Império
Brasil Império
 
Lógica Aristotélica
Lógica AristotélicaLógica Aristotélica
Lógica Aristotélica
 
Povos na Antiguidade Oriental: persas, fenícios, hebreus e egípcios
Povos na Antiguidade Oriental: persas, fenícios, hebreus e egípciosPovos na Antiguidade Oriental: persas, fenícios, hebreus e egípcios
Povos na Antiguidade Oriental: persas, fenícios, hebreus e egípcios
 
Revolução Francesa e Era Napoleônica
Revolução Francesa e Era NapoleônicaRevolução Francesa e Era Napoleônica
Revolução Francesa e Era Napoleônica
 
África antes dos europeus
África antes dos europeusÁfrica antes dos europeus
África antes dos europeus
 
Nacionalismo, neocolonialismo e imperialismo
Nacionalismo, neocolonialismo e imperialismoNacionalismo, neocolonialismo e imperialismo
Nacionalismo, neocolonialismo e imperialismo
 
África, Índia e Oriente Médio no século XX: independências e guerras
África, Índia e Oriente Médio no século XX: independências e guerrasÁfrica, Índia e Oriente Médio no século XX: independências e guerras
África, Índia e Oriente Médio no século XX: independências e guerras
 
Revolução Russa
Revolução RussaRevolução Russa
Revolução Russa
 
Iluminismo: o século das luzes
Iluminismo: o século das luzesIluminismo: o século das luzes
Iluminismo: o século das luzes
 
Feudalismo (476-1453)
Feudalismo (476-1453)Feudalismo (476-1453)
Feudalismo (476-1453)
 
Roma Antiga - monarquia, república e império romano
Roma Antiga - monarquia, república e império romanoRoma Antiga - monarquia, república e império romano
Roma Antiga - monarquia, república e império romano
 
Indústria Cultural
Indústria CulturalIndústria Cultural
Indústria Cultural
 
Conflitos na Síria (03): Estado Islâmico e a questão dos refugiados
Conflitos na Síria (03): Estado Islâmico e a questão dos refugiadosConflitos na Síria (03): Estado Islâmico e a questão dos refugiados
Conflitos na Síria (03): Estado Islâmico e a questão dos refugiados
 
Conflitos na Síria (02): grupos políticos, seitas e etnias
Conflitos na Síria (02): grupos políticos, seitas e etniasConflitos na Síria (02): grupos políticos, seitas e etnias
Conflitos na Síria (02): grupos políticos, seitas e etnias
 
Conflitos na Síria (01): história do Império Otomano e da Síria
Conflitos na Síria (01): história do Império Otomano e da SíriaConflitos na Síria (01): história do Império Otomano e da Síria
Conflitos na Síria (01): história do Império Otomano e da Síria
 
Produção do conhecimento histórico
Produção do conhecimento históricoProdução do conhecimento histórico
Produção do conhecimento histórico
 

Dernier

ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
LeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
azulassessoria9
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
azulassessoria9
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
RavenaSales1
 

Dernier (20)

Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 

Sistema Prisional no Brasil

  • 1. SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL Sociologia – Redação Prof. Munís Pedro (IFTM, 2017)
  • 2. “Art. 17. – O dia dos detentos começará às seis horas da manhã no inverno, às cinco horas no verão. O trabalho há de durar nove horas por dia em qualquer estação. Duas horas por dia serão consagradas ao ensino. O trabalho e o dia terminarão às nove horas no inverno, às oito horas no verão” (p. 10). O CORPO E A “ALMA” “Finalmente foi esquartejado. Essa última operação foi muito longa, porque os cavalos utilizados não estavam afeitos à tração; de modo que, em vez de quatro, foi preciso colocar seis; e como isso não bastasse, foi necessário, para desmembrar as coxas do infeliz, cortar-lhe os nervos e retalhar-lhe as juntas” (p. 09) Referência teórica Referência histórica Sugestão: desenvolvimento “A prisão é o único lugar no qual o poder pode se manifestar de forma desnuda, em suas dimensões mais excessivas, e justificar-se como poder moral”. “A alma, prisão do corpo”. Michel Foucault
  • 3. Sugestão: introdução Ocorreu durante a fase republicana do país 1890 – concepção de prisão moderna chega ao Brasil A república recebe ideias iluministas, positivistas, enfim, cientificistas vindas da Europa A prisão não é mais a vingança do rei, porém a domesticação do corpo, a reforma da alma Mais do que punir, pretende- se reeducar, ressocializar Michel Foucault Referência teórica Referência histórica
  • 4. Referência factual Sugestão: introdução O massacre do Carandiru Em São Paulo, 1992. 111 presos foram mortos por intervenção da Polícia Militar após uma rebelião Referência teórica Conceito de dominação legal, conforme Max Weber “Também quem ordena obedece, ao emitir uma ordem, a uma regra: à lei ou regulamento de uma norma formalmente abstrata”.
  • 5. Referência factual Sugestão: introdução Guerras entre facções nos presídios do norte e nordeste A facção Família do Norte entrou em disputa contra o PCC pelo controle das rotas de narcotráfico da região Mais de 138 presos foram mortos Ocorreu em janeiro de 2017 nos estados de Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte A pastoral carcerária de Manaus avisou previamente da possibilidade do conflito. Nada foi feito pelas autoridades Novo Plano de Segurança do Governo Federal após o ocorrido: construir mais cinco presídios federais; e transferir presos Estima-se 83 facções no Brasil
  • 6. Referência factual Sugestão: introdução A declaração foi dada em 2012
  • 7. Problemas Sugestão: desenvolvimento São apenas 371 mil vagas Superlotação 30% são presos provisórios, isto é, aguardam julgamento Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo (ficando atrás de EUA, China e Rússia) Desde 2000, o número dobrou Referências estatísticas 622 mil presos O índice de reincidência no crime é em torno de 70%
  • 8. Problemas Sugestão: desenvolvimento Condições desumanas (saúde, alimentação, saneamento e higiene) Muitos prisioneiros desenvolve problemas de saúde mental No Brasil, preso tem 30 vezes mais chances de contrair tuberculose do que pessoa em liberdade 10 vezes mais chance de ser infectado por vírus HIV A dependência por álcool e drogas também aumenta Referências estatísticas Na maioria dos presídios convive-se em meio a ratos e baratas Comida estragada e escassez de água para beber e para necessidades fisiológicas é constante em quase todas as prisões brasileiras
  • 9. Problemas Sugestão: desenvolvimento Se a função da pena é reeducar para o convívio social, de que maneira regressará uma pessoa traumatizada com a justiça? Melhor ou pior do que entrou? Faltam defensores públicos Referências estatísticas Há muitas prisões provisórias 4 em cada 10 presos aguardam julgamento Ficam até três meses para ver o juiz pela primeira vez Há suspeitos inocentados que mesmo assim cumpriram mais de um ano de prisão sem julgamento Torturas e maus tratos I - tortura: os tipos penais previstos na Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, respeitada a definição constante do Artigo 1 da Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes Detidos não são separados conforme tipos criminais ou andamento do processo
  • 10. Problemas Sugestão: desenvolvimento Nova Lei de Drogas Lei 11.343/2006 Referência factual Despenalizou usuários Aumento tempo mínimo para o tráfico, tornando crime hediondo Porém sem determinar exatamente a quantidade, fica a critério de juízes Número de presos por tráfico saltou de 14% para 27% entre os homens após lei 24% dos presos do sexo masculino são devido a drogas Número de prisões por tráfico aumentou em 344% em 20 anos “Para derrotar organização criminosa não adianta prender quem distribui droga na rua, vai apenas encher cadeia com isso”. Guaracy Mingard – membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e cientista político
  • 11. Propostas Sugestão: conclusão Celeridade do judiciário Função principal: reabilitar prisioneiro e reparar dano à sociedade Humanizar prisões Audiências de custódia: réu tem 24h para ter acesso ao juiz Julgamentos mais rápidos Diminuição de penas de liberdade e adoção de penas alternativas, como prestação de serviço à comunidade Adoção de justiça restaurativa Adotar medidas socioeducativas pois encarceramento rígido aumenta chance de reincidência Ex.: Prisão Halden, na Noruega. Há instalações como numa casa e privacidade. Presos possuem relações saudáveis com guardas. E são obrigados a trabalhar e estudar. Contém programas vocacionais e oficinas Ex.: Presídio no Texas possui Programa de Empreendedorismo na Prisão, em que ensina plano de negócios e buscar investimento. A reincidência é de 7%, enquanto a média do país é de 76%. Dos 1,1 mil formados, 165 abriram negócio Fornecer trabalho e educação
  • 12. Propostas Sugestão: conclusão Reforma de presídios Diminuir preconceito com ex-presidiários visando reintegração plenaFornecer estrutura adequada com capacidade para no máximo 500 pessoas por unidade Investimento para redução de reincidência e de crimes Separação dos prisioneiros conforme os tipos de crime Campanhas de conscientização da população Acompanhamento psicológico e social de egressos do sistema
  • 13. Propostas radicais Sugestão: conclusão Mudanças sociais no país Para Loïc Wacquant, ocorreu uma reformulação da função do Estado a partir do final do século XX, quando deixa de ser de Bem-Estar Social e torna- se Neoliberal. Agora, em vez de empregos dignos e serviços públicos de qualidade, o Estado gasta dinheiro no setor policial, jurídico e correcionalSe acabar a proibição da venda de drogas, então acabou-se o tráfico Descriminalização das drogas Frear a criminalização da pobreza! Referência teórica "A urgência no Brasil, como na maioria dos países do planeta, é lutar em todas as direções não contra os criminosos, mas contra a pobreza e a desigualdade”. "Ou lutamos pela igualdade, ou viveremos em um arquipélago de ilhotas de opulência e de privilégios perdidos no seio de um oceano frio de miséria, medo e desprezo pelo outro”. Loïc Wacquant PRESOS: • 61% são negros • 75% não tem ensino médio • 55% são jovens
  • 14. Dados estatísticos foram extraídos do Conselho Nacional de Justiça, CNJ.