O documento discute Ancilostomídeos e Larva Migrans Cutânea, incluindo sua classificação, morfologia, ciclo de vida, sintomas e tratamento. Detalha as espécies de Ancilostomídeos que infectam humanos, como Necator americanus e Ancylostoma duodenale, causando ancilostomíase através da ingestão de ovos ou penetração de larvas na pele. Também descreve a Larva Migrans Cutânea causada por Ancylostoma brasiliensis e Ancylostoma caninum
4. ANCILOSTOMÍDEOS
CLASSIFICAÇÃO
CLASSE Nematoda
ORDEM Strongylida
FAMÍLIA Ancylostomatidae
SUBFAMÍLIA Bunostominae (Possui laminas cortantes)
Gênero Necator
Espécie N. americanus (origem na África)
Ancylostomatinae (Apresenta dentes)
Gênero Ancylostoma
Espécie A. duodenale, A. braziliensis
A. canimum, A. ceylanicum
5. ANCILOSTOMÍDEOS
MORFOLOGIA Adultos machos e fêmeas
cilindriformes, com a extremidade encurvada dorsalmente;
cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes e um par
de laminas cortantes; cor róseo-avermelhada.
N. americanus A. duodenale A. ceylanicum
Fêmea 09 a 11 mm 10 a 13 mm 10 mm
Macho 05 a 09 mm 09 a 11 mm 08 mm
Ovo 64 a 76 μm 56 a 60 μm 55 a 60 μm
Ovipoção/dia 06 a 11 mil 20 a 30 mil -
Cápsula bucal 1 par de placas 2 pares dentes 2 pares dentes
Larvas Rabditóides e larvas filarióides
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8. ANSILOSTOMIDEOS
HÁBITAT Vermes adultos vivem na mucosa do
intestino delgado. Duodeno (também
jejuno e íleo.
TRANSMISSÃO Penetração das larvas filarióides
(L3 ou infectantes) por via
transcutânea ou oral.
9. ANCILOSTOMÍDEOS
CICLO EVOLUTIVO É do tipo monoxênico.
1ª No meio externo – vida livre Ovo,
ovo embrionado, L1, L2 e L3
Duas fases
2ª No hospedeiro definitivo – vida
parasitária L3, L4, L5 e adulto.
10. ANCILOSTOMÍDEOS
CICLO EXTERNO:
Para o desenvolvimento do ciclo externo é
necessário um ambiente adequado
representado por um solo arenoargiloso, com
bastante matéria orgânica e umidade (acima de
90%), sob temperatura variando entre 20 e
30 graus centígrados além da ausência de luz
solar direta (vivem cerca de 6 meses).
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13. ANCILOSTOMIDEOS
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
Grau de infecção Carga parasitária, fase da infeccção,
localização, idade. etc.
Fase aguda Migração das larvas no tecido cutâneo e pulmonar
com instalação dos vermes adultos no I.D.
∗ Lesões cutâneas Lesões traumáticas e fenômenos vasculares.
∗ Dermatite urticariforme Prurido, edema e eritema (carreamento
de bactérias).
∗ Lesões pulmonares Hemorragias petequiais, pneumonite difusa
e síndrome de Loeffer: febre, tosse
produtiva e eosinofilia sanguínea.
14. ANCILOSTOMÍDEOS
Fase crônica: Sinais e sintomas Primários atividade dos
parasitas
Secundários anemia e hipo-
proteinemia
∗ Lesões da mucosa intestinal * Dilaceração e maceração de
fragmentos da mucosa (formação
de úlceras hemorragicas).
* Edemaciada com infiltração
leucocitária (presença de bactérias)
∗ Expoliação sanguínea Hematofagismo (por cada verme) :
N. americanus 0,01 a 0,04 ml/ sangue/dia
A. duodenale 0,05 a 0,3 ml/sangue/dia
15. ANCILOSTOMÍDEOS
∗ Anemia (microcítica e hipocrômica), leucocitose, eosinofilia,
hemoglobina baixa e hipotroteinemia.
∗ 0,1g de albumina ou 0,3 ML de plasma é ingerido por 100
N. americanus/dia.
SINTOMATOLOGIA Náuseas, vômitos, flatulência, cólica,
indigestão, diminuição do apetite e
geofagia, edema das pernas e
debilidade orgânica.
16. “A inteligência do amarelado atrofia-se
e a triste figura, incapaz de ação,
incapaz de vontade, incapaz de
progresso, torna-se escravo dos
vermes” (Monteiro Lobato, 1919,
Urupês).
17. ANCILOSTOMÍDEOS
IMUNOLOGIA
∗ Fase aguda Eosinofilia e pequeno ↑ IgG e IgE
∗ Fase crônica Eosinofilia com ↑ de IgE total e de
anticorpos específicos IgG, IgA e
IgM, detectados pela imunofluores-
cência, ELISA e hemaglutinação.
18. ANCILOSTOMÍDEOS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Parasitológico
∗ Detecção de ovos na matéria fecal Exame de fezes.
∗ Métodos Stoll e Kato – Katz
∗ Métodos quantitativos Willis, Hoffmann, Ricthie, etc.
Imunológico Precipitação, hemaglutinação,
difusão em gel, imufluorescência
e ELISA.
Hemograma completo
19. ANCILOSTOMÍDEOS
EPIDEMIOLOGIA
Solo arenoargiloso e permeável; temperaturas entre 25 e 30°C,
bastante materia orgânica, umidade acima de 90% são
ideais; preferência por locais temperados e tropicais.
Falta de instalações sanitárias e o hábito de defecar no solo
(peridomicílio) e andar descalço.
Classicamente: A. duodenale Europa, África, Ásia ociden-
tal, China e Japão.
N. americanus África, sul da China e da
Índia, Américas.
20. ANCILOSTOMÍDEOS
No Brasil A. duodenale 20 a 30 %
N. americanus 70 a 80 %
Em adultos < 50 vermes Benigna
> 50 e < 200 significado clínico (anemia)
> 200 e < 500 Infecção média
> 1000 Infecção intensa
22. ANCILOSTOMÍDEOS
TRATAMENTO
PAMOATO DE PIRANTEL Inibe a colinesterase
(Piranver, Combantrin) causando a paralisia do verme.
(10-20mg/kg/3 dias)
MEBENDAZOL Age bloqueando a captação de glicose
(Pantelmin, sirben) e aminoácidos.
(100mg/2 vezes ao dia/3 dias)
ALBENDAZOL Larvicida
(Zentel) (400mg/dia, dose única)
∗ Suplemento alimentar Rico em proteínas e Ferro
∗ Anemia Sulfato ferroso
23. LARVA MIGRANS CUTÂNEA
Larva migrans cutânea Também denominada de
dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa, apresenta distribuição
cosmopolita, porém ocorre com maior frequência nas regiões
tropicais e subtropicais.
Agentes etiológicos Ancilostoma braziliensis e Ancilostoma
caninum (parasitas do intestino delgado
de cães e gatos)
Infecção no homem As L3 desses ancilostomideos
penetram ativamente na pele do homem e migram através do tecido
subcutâneo durante semanas ou meses e então morrem.
24. LARVA MIGRANS CUTÂNEA
Sintomas As partes do corpo frequentemente atingidas
são os pés, pernas, nádegas, mãos e antebraços e mais
raramente boca, lábios e palato.
No local da penetração das L3, aparece lesão eritemo-
papulosa que evolui, assumindo um aspecto vesicular.
pruduzem intenso prurido
Diagnóstico Anamnese, sintomas e aspecto dermato-
lógico da lesão.
Tratamento Uso tópico Cloretila e neve carbônica,
que mata a larva pelo frio.
Tiabendazol pomada (4 x
ao dia)
25. LARVA MIGRANS CUTÂNEA
USO ORAL:
IVERMECTINA 150 μg/Kg, dose única, via oral.
ALBENDAZOL 200 mg duas vezes ao dia, durante três dias.
TIABENDAZOL 25 mg/Kg de peso corporal e por dia, dividido
em três tomadas, para ingerir depois das
refeições.
26. LARVA MIGRANS CUTÂNEA
EPIDEMIOLOGIA
A larva migrans cutânea é encontrada por toda parte onde se
encontrem cães e gatos infectados com ancilostomídeos.
O problema é mais frequente em praias e em terrenos arenosos,
onde esses animais poluem o meio com suas fezes.
Em muitos lugares, são os gatos as principais fontes de infecção.
O hábito de enterrar os excrementos, tão característico desses
animais, e a preferência por faze-lo em lugares com areia,
favorecem a eclosão dos ovos e o desenvolvimento das larvas.
As crianças contaminam-se ao brincar de areia em depósitos de
areia para construção, ou em tanques de areia dos locais
destinados para a sua recreação.
27. LARVA MIGRANS CUTÂNEA
PROFILAXIA
Medidas isoladas, tomadas pelos proprietários de animais
domésticos.
Tratamento dos animais de forma sistemática, com ou sem exame
parasitológico prévio.
Impedir o acesso de animais aos tanques de areia de escolas e
parques com telagem adequada.
Nas praias, procurar as áreas que são periodicamente cobertas pelas
cheias da maré.