SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
1
Introdução
A esclerose sistêmica é uma doença crônica, rara, de caráter autoimune, e a
sobrevida media da esclerose sistêmica é de cinco anos em 70-80% dos
casos, e 10 anos em 40-50%. Os fatores de mau prognostico incluem o sexo
masculino, superior a 65 anos ,acometimento renal e acometimento cutâneo
difuso.
Definição
A esclerose sistêmica é uma doença crônica, rara, de caráter autoimune,
caracterizada por vasculopatia disseminada, fenômeno de Raynaud e fibrose
vascular e tecidual, particularmente de pele, rins, trato digestivo e pulmões.
Trata-se de uma afecção intimamente ligada ao gênero feminino, acometendo
três vezes mais que aos homens e sua incidência anual é de 4 a 19 indivíduos
por milhão de habitantes.
Características clinicas
O quadro clínico inicial é variável.
1. A esclerose sistêmica de forma limitada costuma apresentar
comprometimento cutâneo somente das extremidades, com
acometimento lento e pouca frequência de contraturas articulares,
calcinose presente e manifestações viscerais tardias.
2. Estes pacientes geralmente cursam vários anos somente com o
fenômeno Raynaud, e em estágios mais avançados (acima de 10 anos),
passam a apresentar comprometimento de órgãos.
3. Apresentam algumas características traduzidas pela síndrome CREST
C – calcinose
R – fenômeno Raynaund
E – dismotilidade esofágica
S – Esclerodactilia.
T –Telangiectasias
A forma difusa da ES desenvolve-se com envolvimento cutâneo generalizado,
que afeta tronco, membros face, tendendo a progredir rapidamente, além de
crepitação tendínea, contraturas articulares, acometimento precoce de
vísceras, como crise renal, fibrose pulmonar e miocardioesclerose.
Cutâneas
2
O escleroderma é a característica principal da esclerose sistêmica, ocorrendo
em 90 à 95% dos pacientes. Parece estar relacionada com uma produção
anormal de fibroblastos de colágenos. Há uma obstrução de folículos pilosos e
glândulas sebáceas, deixando a pele com aspecto de casa de laranja e há
também presença de telangiectasiasmais frequentemente chamadas
"derrames" que são dilatações capilares alimentadas habitualmente por uma
pequena veia, mas algumas vezes por uma arteríola.
O paciente passa a ter microstomica (boca contraída e sem motilidade), nariz
pontiagudo e olhos fixos, devido àperda do tecido adiposo da região. Com o
tempo as expressões faciais podem apresentar estáticas.
Pode ocorrer esclerodactilia, onde os corpos adiposos dos dedos
desaparecem, deixando-os endurecidos e afinados, e com isso há semiflexao
dos dedos com extensão das metacarpofalangianas e punho em posição
intermediaria, onde a mão passa ter um aspecto em garra.
Vasculares
A manifestação inicial da ES é o fenômeno Raynaund, que é um fenômeno
vasomotor que ocorre nas extremidades, especialmente nos dedos das mãos,
pés, orelhas, nariz e lábios, com cianose, palidez e eritema. Formigamento ou
anestesia podem estar associados, sendo apresentada em 95% dos pacientes.
Musculoesqueletica
Mialgias e poliartralgias são sintomas presentes nos estágios iniciais da
doença, e ocorrem contraturas devido as alterações escleróticas de pele e
tendões, associadas a perda de elasticidade da pele e estruturas adjacentes
aos músculos. Pode haver sinovite, levando a fraqueza proximal, podendo
acarretar atrofia por desuso.
Gastrointestinal
Mais de 75% dos pacientes apresentam uma dismotilidade esofágica devido a
disfunção neural que pode ser ocasionada pelas alterações arteriolares dos
vasos nervoso, e ocorre também atrofia da musculatura lisa e posteriormente
sua fibrose.
Acarretando má absorção de nutrientes, causando anormalidades eletrolíticas,
com uma diminuição da peristalse dos intestinos grosso e delgado, resultando
em dilatação e o paciente se queixa de dor e distensão abdominal.
Renal
3
Presente em 15 a 45% dos pacientes com ES, as crises ocorrem com mais
frequência em períodos mais frios do ano, levantando a hipótese de que
aconteça o fenômeno vasoespástico renal ligado à temperatura, análogo ao
fenômeno Raynaund.
Cardíaca
Alterações cardíacas significativas não são comumente encontradas na ES,
ocorrem alterações de ritmo, e bloqueios artrioventriculares e extra-sistoles,
além de pericardite.
Critérios de diagnostico
Critério maior: esclerodermia proximal (as metacarpofalangianas).
Critério menor: fibroses nas bases pulmonares, esclerodactilia e
ulcerações de polpas digitais e reabsorção de falanges distais.
O diagnostico é confirmado se o paciente apresentar o critério maior ou pelo
menos dois dos critérios menores, onde mostram sensibilidade de 97%.
Além da pesquisa de anticorpos antinúcleo e antinucléolo são uteis na
avaliação e no diagnostico da doença. Os dois exames encontram-se alterados
em 90% dos pacientes com ES permitindo o seu diagnostico.
Tratamento medicamentoso
Corticoesteroides são de escolha útil para serosite, artrite e fase cutânea
edematosa, bloqueadores dos canais de cálcio e inibidores da angiotensina
que são recomendados para o tratamento do fenômeno Raynaud.
Quanto às alterações gastrointestinais, inibidores da bomba de próton e
inibidores H2 são recomendados para a esofagite de refluxo, além de medidas
simples, como evitar refeições antes de deitar e elevar a cabeceira da cama.
Tratamento fisioterapêutico
Atua em oferecer uma melhor qualidade de vida para os pacientes com ES,
uma vez que não possui cura. A manutenção das funções necessárias para
realização das atividades simples do dia a dia é o foco do tratamento e
amenizar os sintomas.
Os objetivos do tratamento são:
Manutenção da função respiratória.
Manutenção ou aumento de força muscular, ADM das articulações e
mobilidade cutânea.
4
Manutenção ou aumento do equilíbrio e marcha.
Prevenção de contraturas articulares e fenômeno de Raynaud
Conduta fisioterapêutica
Abordagem fisioterapêutica deve ser voltada à restauração e/ou manutenção
da funcionalidade do paciente e não buscar o ganho das funções máximas
como a amplitude de movimento total da articulação.
Pré-Cinético:
1. O calor superficial é indicado, pois promovevascularização local,
redução do espasmo muscular, alivio da dor e o relaxamento.
2. Crioterapia e o turbilhão frio são contraindicados por exacerbarem o
quadro do fenômeno de Raynaud.
3. Laser de pulso, indicado para tratamento das úlceras, e auxiliar no
processo cicatricial.
Cinesioterapia
O Alongamento das estruturas retraídas é de grande valia para manutenção
e/ou ganho de amplitude de movimento.
A mobilização articular, promovendo uma maior ADM em toas as direções, um
volume aumentado da capsula articular e uma função aprimorada para a
articulação, por isso são indicadas, especialmente quando realizadas nas
pequenas articulações.
Exercícios aeróbicos são indicados, de baixo impacto como uso de bicicleta
estacionaria e exercícios funcionais como treino para escovar os dentes
enfatizando o fechamento da boca que são altamente recomendados.
Exercícios respiratórios
Para a mobilização do gradil costal e do diafragma, para promover uma
melhora da troca gasosa e promovem higiene brônquica e aperfeiçoar o
funcionamento pulmonar no caso de fibrose precoce.
Hidrocinesioterapia
Ela tem diversos benefícios no tratamento, onde os exercícios são realizados
com baixo impacto articular, auxiliando no condicionamento cardiorrespiratório,
para aprimorar a amplitude de movimento e a mobilidade são facilmente
executados na agua, e a flutuabilidade é usada como adjuvante para o
alongamento e ganho de amplitude.
5
Referencia bibliográfica:
Fisioterapia em reumatologia - Lia Mara Wibelinger – Editora Revinter
CURRENT Reumatologia – Diagnostico e tratamento - John Imbden / David
hellmann /John Stone. 2º edição.

Contenu connexe

Tendances

Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físicoSemiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físicoJucie Vasconcelos
 
Doenças reumáticas e seu impacto na saúde
Doenças reumáticas e seu impacto na saúdeDoenças reumáticas e seu impacto na saúde
Doenças reumáticas e seu impacto na saúdepauloalambert
 
Semiologia 07 reumatologia - semiologia reumatológica pdf
Semiologia 07   reumatologia - semiologia reumatológica pdfSemiologia 07   reumatologia - semiologia reumatológica pdf
Semiologia 07 reumatologia - semiologia reumatológica pdfJucie Vasconcelos
 
Semiologia ortopédica tjmg
Semiologia ortopédica tjmgSemiologia ortopédica tjmg
Semiologia ortopédica tjmgOtavio Melo
 
Doença Arterial Obstrutiva Periférica
Doença Arterial Obstrutiva PeriféricaDoença Arterial Obstrutiva Periférica
Doença Arterial Obstrutiva PeriféricaDaniel Mendes Pinto
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Doenças do pericárdio
Doenças do pericárdioDoenças do pericárdio
Doenças do pericárdiodapab
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepáticaPaulo Alambert
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositePaulo Alambert
 
Semiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IISemiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IIpauloalambert
 
Síndromes ictéricas
Síndromes ictéricasSíndromes ictéricas
Síndromes ictéricaspauloalambert
 

Tendances (20)

Artrite Reumatóide
Artrite ReumatóideArtrite Reumatóide
Artrite Reumatóide
 
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físicoSemiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
 
Lombalgia - Lombociatalgia
Lombalgia - Lombociatalgia Lombalgia - Lombociatalgia
Lombalgia - Lombociatalgia
 
Anamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatricoAnamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatrico
 
Doenças reumáticas e seu impacto na saúde
Doenças reumáticas e seu impacto na saúdeDoenças reumáticas e seu impacto na saúde
Doenças reumáticas e seu impacto na saúde
 
Semiologia 07 reumatologia - semiologia reumatológica pdf
Semiologia 07   reumatologia - semiologia reumatológica pdfSemiologia 07   reumatologia - semiologia reumatológica pdf
Semiologia 07 reumatologia - semiologia reumatológica pdf
 
Semiologia ortopédica tjmg
Semiologia ortopédica tjmgSemiologia ortopédica tjmg
Semiologia ortopédica tjmg
 
Doença Arterial Obstrutiva Periférica
Doença Arterial Obstrutiva PeriféricaDoença Arterial Obstrutiva Periférica
Doença Arterial Obstrutiva Periférica
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Doenças do pericárdio
Doenças do pericárdioDoenças do pericárdio
Doenças do pericárdio
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepática
 
Dermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiositeDermatomiosite polimiosite
Dermatomiosite polimiosite
 
Esclerodermia
Esclerodermia Esclerodermia
Esclerodermia
 
Pulmao
PulmaoPulmao
Pulmao
 
Esclerodermia
Esclerodermia Esclerodermia
Esclerodermia
 
Artrite reumatoide (ar)
Artrite reumatoide (ar)Artrite reumatoide (ar)
Artrite reumatoide (ar)
 
Doença inflamatoria articular
Doença inflamatoria articularDoença inflamatoria articular
Doença inflamatoria articular
 
Semiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IISemiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome II
 
Síndromes ictéricas
Síndromes ictéricasSíndromes ictéricas
Síndromes ictéricas
 
Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20
 

En vedette

Fenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & EsclerodermiaFenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & Esclerodermiapauloalambert
 
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...ericnalanhouse2
 
Gota artrose slide pronto copia
Gota artrose slide pronto   copiaGota artrose slide pronto   copia
Gota artrose slide pronto copiaMarciane Missio
 
Relação da Vitamina C com o Colágeno
Relação da Vitamina C com o ColágenoRelação da Vitamina C com o Colágeno
Relação da Vitamina C com o Colágenogizadgp
 
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevenção
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevençãoGota, tratamento, sinais e sintomas, prevenção
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevençãoKatherine Stübbe
 
Sindrome-do-tunel-do-carpo
 Sindrome-do-tunel-do-carpo Sindrome-do-tunel-do-carpo
Sindrome-do-tunel-do-carpoThaís .
 
Hiperuricemia y gota
Hiperuricemia y gotaHiperuricemia y gota
Hiperuricemia y gotaOscar Herrera
 
Artritis Gotosa [GOTA]
Artritis Gotosa [GOTA]Artritis Gotosa [GOTA]
Artritis Gotosa [GOTA]Doctor
 

En vedette (17)

Esclerodermia 3
Esclerodermia 3Esclerodermia 3
Esclerodermia 3
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Fenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & EsclerodermiaFenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & Esclerodermia
 
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Esclerodermia
EsclerodermiaEsclerodermia
Esclerodermia
 
Gota artrose slide pronto copia
Gota artrose slide pronto   copiaGota artrose slide pronto   copia
Gota artrose slide pronto copia
 
Reumatologia - Gota
Reumatologia - GotaReumatologia - Gota
Reumatologia - Gota
 
Relação da Vitamina C com o Colágeno
Relação da Vitamina C com o ColágenoRelação da Vitamina C com o Colágeno
Relação da Vitamina C com o Colágeno
 
Gota Úrica
Gota ÚricaGota Úrica
Gota Úrica
 
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevenção
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevençãoGota, tratamento, sinais e sintomas, prevenção
Gota, tratamento, sinais e sintomas, prevenção
 
Sindrome-do-tunel-do-carpo
 Sindrome-do-tunel-do-carpo Sindrome-do-tunel-do-carpo
Sindrome-do-tunel-do-carpo
 
Esclerodermia - Clínica Médica
Esclerodermia - Clínica MédicaEsclerodermia - Clínica Médica
Esclerodermia - Clínica Médica
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Hiperuricemia y gota
Hiperuricemia y gotaHiperuricemia y gota
Hiperuricemia y gota
 
Artritis Gotosa [GOTA]
Artritis Gotosa [GOTA]Artritis Gotosa [GOTA]
Artritis Gotosa [GOTA]
 
GOTA
GOTAGOTA
GOTA
 

Similaire à Esclerose sistêmica

Vasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasVasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasFlávia Salame
 
Doença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoDoença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoPaulo Alambert
 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORESTRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORESdouglas870578
 
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxAssistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxTamiresSouza90
 
Doença Arterial Coronariana
Doença Arterial CoronarianaDoença Arterial Coronariana
Doença Arterial Coronarianaresenfe2013
 
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...GustavoWallaceAlvesd
 
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaDoença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaLaenca Unirg
 
Manifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisManifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisAna Beatriz
 

Similaire à Esclerose sistêmica (20)

Vasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasVasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares Raras
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
Doença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido ConjuntivoDoença Mista do Tecido Conjuntivo
Doença Mista do Tecido Conjuntivo
 
Vasculites II
Vasculites IIVasculites II
Vasculites II
 
Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 
Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 
Dmtc2014
Dmtc2014Dmtc2014
Dmtc2014
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORESTRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES
 
Obstrução Arterial Aguda
Obstrução Arterial AgudaObstrução Arterial Aguda
Obstrução Arterial Aguda
 
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxAssistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
 
Doença Arterial Coronariana
Doença Arterial CoronarianaDoença Arterial Coronariana
Doença Arterial Coronariana
 
Patologias
PatologiasPatologias
Patologias
 
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...
1_Disturbios_Cardiovasculares_Aneurisma_Varizes_flebite e trombose_ Choque Ca...
 
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaDoença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
 
NEFROLOGIA.pptx
NEFROLOGIA.pptxNEFROLOGIA.pptx
NEFROLOGIA.pptx
 
Manifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e oraisManifestações sistêmicas e orais
Manifestações sistêmicas e orais
 
Necrose avascular
Necrose avascularNecrose avascular
Necrose avascular
 
Sle 2014
Sle 2014Sle 2014
Sle 2014
 
Pé diabético aspectos clínicos
Pé diabético  aspectos clínicosPé diabético  aspectos clínicos
Pé diabético aspectos clínicos
 

Plus de Nay Ribeiro

Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboral
Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboralTrabalho de conclusão de curso - Ginastica laboral
Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboralNay Ribeiro
 
Reabilitação em amputados
Reabilitação em amputadosReabilitação em amputados
Reabilitação em amputadosNay Ribeiro
 
Análise ergonômica
Análise ergonômicaAnálise ergonômica
Análise ergonômicaNay Ribeiro
 
11 artigo análise_das_tendências_8(1)2006
11 artigo análise_das_tendências_8(1)200611 artigo análise_das_tendências_8(1)2006
11 artigo análise_das_tendências_8(1)2006Nay Ribeiro
 
Lidando com a famìlia do bebê prematuro
Lidando com a  famìlia do bebê prematuroLidando com a  famìlia do bebê prematuro
Lidando com a famìlia do bebê prematuroNay Ribeiro
 
Gonartrose - revisão bibliográfica
Gonartrose - revisão bibliográficaGonartrose - revisão bibliográfica
Gonartrose - revisão bibliográficaNay Ribeiro
 
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIA
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIAFisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIA
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIANay Ribeiro
 
Paralisia cerebral
Paralisia cerebralParalisia cerebral
Paralisia cerebralNay Ribeiro
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressãoNay Ribeiro
 
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerda
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerdaInsuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerda
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerdaNay Ribeiro
 
Fisioterapia dermatofuncional em queimados
Fisioterapia dermatofuncional em queimadosFisioterapia dermatofuncional em queimados
Fisioterapia dermatofuncional em queimadosNay Ribeiro
 
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão Nay Ribeiro
 
Fisioterapia em individuos queimados
Fisioterapia em individuos queimadosFisioterapia em individuos queimados
Fisioterapia em individuos queimadosNay Ribeiro
 
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotorax
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotoraxAbordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotorax
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotoraxNay Ribeiro
 
Biomecanica do osso
Biomecanica do ossoBiomecanica do osso
Biomecanica do ossoNay Ribeiro
 
Cinesioterapia II
Cinesioterapia IICinesioterapia II
Cinesioterapia IINay Ribeiro
 
lesao.mecanismos e respostas
lesao.mecanismos e respostaslesao.mecanismos e respostas
lesao.mecanismos e respostasNay Ribeiro
 

Plus de Nay Ribeiro (20)

Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboral
Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboralTrabalho de conclusão de curso - Ginastica laboral
Trabalho de conclusão de curso - Ginastica laboral
 
Reabilitação em amputados
Reabilitação em amputadosReabilitação em amputados
Reabilitação em amputados
 
Análise ergonômica
Análise ergonômicaAnálise ergonômica
Análise ergonômica
 
11 artigo análise_das_tendências_8(1)2006
11 artigo análise_das_tendências_8(1)200611 artigo análise_das_tendências_8(1)2006
11 artigo análise_das_tendências_8(1)2006
 
Autismo aula
Autismo aulaAutismo aula
Autismo aula
 
Lidando com a famìlia do bebê prematuro
Lidando com a  famìlia do bebê prematuroLidando com a  famìlia do bebê prematuro
Lidando com a famìlia do bebê prematuro
 
Gonartrose - revisão bibliográfica
Gonartrose - revisão bibliográficaGonartrose - revisão bibliográfica
Gonartrose - revisão bibliográfica
 
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIA
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIAFisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIA
Fisioterapia em TRAUMATO ORTOPEDIA
 
Paralisia cerebral
Paralisia cerebralParalisia cerebral
Paralisia cerebral
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerda
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerdaInsuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerda
Insuficiência cardíaca congestiva da câmara esquerda
 
Fisioterapia dermatofuncional em queimados
Fisioterapia dermatofuncional em queimadosFisioterapia dermatofuncional em queimados
Fisioterapia dermatofuncional em queimados
 
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
 
Fisioterapia em individuos queimados
Fisioterapia em individuos queimadosFisioterapia em individuos queimados
Fisioterapia em individuos queimados
 
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotorax
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotoraxAbordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotorax
Abordagem fisioterápica de um paciente com pneumonia e pneumotorax
 
Biomecanica do osso
Biomecanica do ossoBiomecanica do osso
Biomecanica do osso
 
Dança Sênior
Dança SêniorDança Sênior
Dança Sênior
 
Cinesioterapia II
Cinesioterapia IICinesioterapia II
Cinesioterapia II
 
Hidroterapia
HidroterapiaHidroterapia
Hidroterapia
 
lesao.mecanismos e respostas
lesao.mecanismos e respostaslesao.mecanismos e respostas
lesao.mecanismos e respostas
 

Esclerose sistêmica

  • 1. 1 Introdução A esclerose sistêmica é uma doença crônica, rara, de caráter autoimune, e a sobrevida media da esclerose sistêmica é de cinco anos em 70-80% dos casos, e 10 anos em 40-50%. Os fatores de mau prognostico incluem o sexo masculino, superior a 65 anos ,acometimento renal e acometimento cutâneo difuso. Definição A esclerose sistêmica é uma doença crônica, rara, de caráter autoimune, caracterizada por vasculopatia disseminada, fenômeno de Raynaud e fibrose vascular e tecidual, particularmente de pele, rins, trato digestivo e pulmões. Trata-se de uma afecção intimamente ligada ao gênero feminino, acometendo três vezes mais que aos homens e sua incidência anual é de 4 a 19 indivíduos por milhão de habitantes. Características clinicas O quadro clínico inicial é variável. 1. A esclerose sistêmica de forma limitada costuma apresentar comprometimento cutâneo somente das extremidades, com acometimento lento e pouca frequência de contraturas articulares, calcinose presente e manifestações viscerais tardias. 2. Estes pacientes geralmente cursam vários anos somente com o fenômeno Raynaud, e em estágios mais avançados (acima de 10 anos), passam a apresentar comprometimento de órgãos. 3. Apresentam algumas características traduzidas pela síndrome CREST C – calcinose R – fenômeno Raynaund E – dismotilidade esofágica S – Esclerodactilia. T –Telangiectasias A forma difusa da ES desenvolve-se com envolvimento cutâneo generalizado, que afeta tronco, membros face, tendendo a progredir rapidamente, além de crepitação tendínea, contraturas articulares, acometimento precoce de vísceras, como crise renal, fibrose pulmonar e miocardioesclerose. Cutâneas
  • 2. 2 O escleroderma é a característica principal da esclerose sistêmica, ocorrendo em 90 à 95% dos pacientes. Parece estar relacionada com uma produção anormal de fibroblastos de colágenos. Há uma obstrução de folículos pilosos e glândulas sebáceas, deixando a pele com aspecto de casa de laranja e há também presença de telangiectasiasmais frequentemente chamadas "derrames" que são dilatações capilares alimentadas habitualmente por uma pequena veia, mas algumas vezes por uma arteríola. O paciente passa a ter microstomica (boca contraída e sem motilidade), nariz pontiagudo e olhos fixos, devido àperda do tecido adiposo da região. Com o tempo as expressões faciais podem apresentar estáticas. Pode ocorrer esclerodactilia, onde os corpos adiposos dos dedos desaparecem, deixando-os endurecidos e afinados, e com isso há semiflexao dos dedos com extensão das metacarpofalangianas e punho em posição intermediaria, onde a mão passa ter um aspecto em garra. Vasculares A manifestação inicial da ES é o fenômeno Raynaund, que é um fenômeno vasomotor que ocorre nas extremidades, especialmente nos dedos das mãos, pés, orelhas, nariz e lábios, com cianose, palidez e eritema. Formigamento ou anestesia podem estar associados, sendo apresentada em 95% dos pacientes. Musculoesqueletica Mialgias e poliartralgias são sintomas presentes nos estágios iniciais da doença, e ocorrem contraturas devido as alterações escleróticas de pele e tendões, associadas a perda de elasticidade da pele e estruturas adjacentes aos músculos. Pode haver sinovite, levando a fraqueza proximal, podendo acarretar atrofia por desuso. Gastrointestinal Mais de 75% dos pacientes apresentam uma dismotilidade esofágica devido a disfunção neural que pode ser ocasionada pelas alterações arteriolares dos vasos nervoso, e ocorre também atrofia da musculatura lisa e posteriormente sua fibrose. Acarretando má absorção de nutrientes, causando anormalidades eletrolíticas, com uma diminuição da peristalse dos intestinos grosso e delgado, resultando em dilatação e o paciente se queixa de dor e distensão abdominal. Renal
  • 3. 3 Presente em 15 a 45% dos pacientes com ES, as crises ocorrem com mais frequência em períodos mais frios do ano, levantando a hipótese de que aconteça o fenômeno vasoespástico renal ligado à temperatura, análogo ao fenômeno Raynaund. Cardíaca Alterações cardíacas significativas não são comumente encontradas na ES, ocorrem alterações de ritmo, e bloqueios artrioventriculares e extra-sistoles, além de pericardite. Critérios de diagnostico Critério maior: esclerodermia proximal (as metacarpofalangianas). Critério menor: fibroses nas bases pulmonares, esclerodactilia e ulcerações de polpas digitais e reabsorção de falanges distais. O diagnostico é confirmado se o paciente apresentar o critério maior ou pelo menos dois dos critérios menores, onde mostram sensibilidade de 97%. Além da pesquisa de anticorpos antinúcleo e antinucléolo são uteis na avaliação e no diagnostico da doença. Os dois exames encontram-se alterados em 90% dos pacientes com ES permitindo o seu diagnostico. Tratamento medicamentoso Corticoesteroides são de escolha útil para serosite, artrite e fase cutânea edematosa, bloqueadores dos canais de cálcio e inibidores da angiotensina que são recomendados para o tratamento do fenômeno Raynaud. Quanto às alterações gastrointestinais, inibidores da bomba de próton e inibidores H2 são recomendados para a esofagite de refluxo, além de medidas simples, como evitar refeições antes de deitar e elevar a cabeceira da cama. Tratamento fisioterapêutico Atua em oferecer uma melhor qualidade de vida para os pacientes com ES, uma vez que não possui cura. A manutenção das funções necessárias para realização das atividades simples do dia a dia é o foco do tratamento e amenizar os sintomas. Os objetivos do tratamento são: Manutenção da função respiratória. Manutenção ou aumento de força muscular, ADM das articulações e mobilidade cutânea.
  • 4. 4 Manutenção ou aumento do equilíbrio e marcha. Prevenção de contraturas articulares e fenômeno de Raynaud Conduta fisioterapêutica Abordagem fisioterapêutica deve ser voltada à restauração e/ou manutenção da funcionalidade do paciente e não buscar o ganho das funções máximas como a amplitude de movimento total da articulação. Pré-Cinético: 1. O calor superficial é indicado, pois promovevascularização local, redução do espasmo muscular, alivio da dor e o relaxamento. 2. Crioterapia e o turbilhão frio são contraindicados por exacerbarem o quadro do fenômeno de Raynaud. 3. Laser de pulso, indicado para tratamento das úlceras, e auxiliar no processo cicatricial. Cinesioterapia O Alongamento das estruturas retraídas é de grande valia para manutenção e/ou ganho de amplitude de movimento. A mobilização articular, promovendo uma maior ADM em toas as direções, um volume aumentado da capsula articular e uma função aprimorada para a articulação, por isso são indicadas, especialmente quando realizadas nas pequenas articulações. Exercícios aeróbicos são indicados, de baixo impacto como uso de bicicleta estacionaria e exercícios funcionais como treino para escovar os dentes enfatizando o fechamento da boca que são altamente recomendados. Exercícios respiratórios Para a mobilização do gradil costal e do diafragma, para promover uma melhora da troca gasosa e promovem higiene brônquica e aperfeiçoar o funcionamento pulmonar no caso de fibrose precoce. Hidrocinesioterapia Ela tem diversos benefícios no tratamento, onde os exercícios são realizados com baixo impacto articular, auxiliando no condicionamento cardiorrespiratório, para aprimorar a amplitude de movimento e a mobilidade são facilmente executados na agua, e a flutuabilidade é usada como adjuvante para o alongamento e ganho de amplitude.
  • 5. 5 Referencia bibliográfica: Fisioterapia em reumatologia - Lia Mara Wibelinger – Editora Revinter CURRENT Reumatologia – Diagnostico e tratamento - John Imbden / David hellmann /John Stone. 2º edição.