3. • Havia um motivo para o interesse dos países
desenvolvidos pela África: as ditaduras
africanas, miseráveis e violentas, eram
excelentes compradoras de armas. Só por isso
a África ganhou destaque durante a Guerra
Fria. Na África, houve várias guerras de
independência. Falaremos de algumas delas a
seguir:
4.
5. A independência da Argélia:
• A Argélia foi dominada pelos franceses desde
1830. A partir da década de 1880, iniciou-se
um processo de imigração francesa para o
território argelino, ocupando as melhores
terras, que passaram a ser destinadas à
vinicultura. Os colonos franceses na Argélia,
denominados pieds noirs (pés pretos), tinham
condições de vida superiores às dos argelinos
e o grau de discriminação era muito grande.
6. • Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão
da França pelos alemães provocou a divisão
do território francês e a formação de dois
governos: Paris ficou diretamente controlada
pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o
governo colaboracionista do marechal Pétain.
O general Charles de Gaulle comandava a
França livre. A Argélia passou a responder ao
governo de Pétain.
7. • Em 1945 ocorreram as primeiras
manifestações pela independência — em
razão da crise econômica do pós-Segunda
Guerra na França, que nas áreas coloniais foi
muito mais grave. Essas manifestações foram
lideradas por muçulmanos, grupo religioso
predominante na Argélia, mas foram
prontamente sufocadas pelos franceses.
8.
9. • Quando os franceses foram derrotados pelos
Vietnamitas na Guerra da Indochina, em 1954,
ficou claro que seu poder havia enfraquecido.
Nesse mesmo ano, a população muçulmana
da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico,
voltou a colocar se contra a França, através de
manifestações que foram coibidas, mas que
resultaram na criação da Frente Nacional de
Libertação.
10.
11. • A Frente Nacional de Libertação passou a se
organizar militarmente para derrotar o
domínio francês. No próprio ano de 1954
começou a guerra de independência. Em
1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os
líderes da Frente foram capturados e levados
presos para Paris, onde permaneceram até
1962.
12. • A violência praticada pelos franceses com a
população civil na Batalha de Argel só fez
aumentar ainda mais os descontentamentos
dos argelinos.
• Em 1958 é proclamada a IV República
francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e
recebe plenos poderes para negociar a paz
com o Governo Provisório da Argélia,
estabelecido no Cairo (Egito).
15. • As negociações de paz se estendem até 1962,
quando foi assinado o Acordo de
Evian, segundo o qual a França reconhecia a
independência da Argélia, pondo fim à guerra
que já durava oito anos.
16.
17. O fim do Império Colonial
Português:
• Portugal foi o pioneiro nas Grandes
Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em
1415, os portugueses iniciavam a conquista de
novos mundos, com a tomada de Ceuta, no
Norte da África. Durante o imperialismo, a
partir de 1850, as colônias portuguesas
ficaram reduzidas a Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo
Verde e de São Tomé e Príncipe.
20. • Em 1956, foi fundado o Movimento Popular
pela Libertação da Angola, MPLA, que em
1961 desencadeou as lutas pela
independência, sob a liderança do poeta
Agostinho Neto.
22. • Outros dois movimentos surgiram dentro do
processo de lutas de independência: a União
Nacional para a Independência Total de
Angola, Unita, e a Frente Nacional de
Libertação de Angola, FNLA.
23. • Em 1974, foi assinado o Acordo de
Alvor, segundo o qual os portugueses
reconheceriam a independência de Angola em
1975, e seria formado um governo de
transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.
24. • O MPLA, liderado por Agostinho Neto,
solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976,
derrotou as forças da Unita e da FNLA,
provocando uma guerra civil altamente
destrutiva e cruel.
25.
26.
27. A Independência de Moçambique:
• Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de
Moçambique, Frelimo, por Eduardo
Mondlane, que iniciou as lutas pela
independência.
29. • Samora Machel, em 1969, assumiu a direção
do movimento, que passou a disputar, através
da guerrilha, o controle do território.
• Em 1975, Portugal reconheceu a
independência da República Popular de
Moçambique.
32. • A saída de Portugal abriu caminho para o
surgimento de regimes comunistas em Angola
e Moçambique, e para a deflagração de
conflitos tribais em diversos países do
continente. As disputas internas e regionais
estimularam os governantes a investir em
armas poderosas, apesar da situação de
miséria de suas populações.
33. • O fim da Guerra Fria não mudou a situação no
continente africano. O único fato de grande
importância nos anos 90 foi o fim do regime
racista da África do Sul e a ascensão ao poder
do líder negro Nelson Mandela, em 1994. No
aspecto político e econômico, a África não
exercia influência no cenário internacional.
35. • Apartheid (significa "vidas separadas" em
africano) era um regime segregacionista que
negava aos negros da África do Sul os direitos
sociais, econômicos e políticos. Embora a
segregação existisse na África do Sul desde o
século XVII, quando a região foi colonizada
por ingleses e holandeses, o termo passou a
ser usado legalmente em 1948.
36. • No regime do apartheid o governo era
controlado pelos brancos de origem europeia
(holandeses e ingleses), que criavam leis e
governavam apenas para os interesses dos
brancos. Aos negros eram impostas várias leis,
regras e sistemas de controles sociais. Entre as
principais leis do apartheid, podemos citar:
37. • - Proibição de casamentos entre brancos e
negros - 1949.
- Obrigação de declaração de registro de cor
para todos sul-afriacanos (branco, negro ou
mestiço) - 1950.
- Proibição de circulação de negros em
determinadas áreas das cidades - 1950
38. • Determinação e criação dos bantustões
(bairros só para negros) - 1951
- Proibição de negros no uso de determinadas
instalações públicas (bebedouros, banheiros
públicos) - 1953
- Criação de um sistema diferenciado de
educação para as crianças dos bantustões -
1953
43. • Este sistema vigorou até o ano de 1990,
quando o presidente sul-africano tomou
várias medidas e colocou fim ao apartheid. O
grande líder da luta contra o Apartheid na
África do Sul foi Nelson Mandela.
44. • Seu nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba
Mandela. Principal representante do
movimento antiapartheid, considerado pelo
povo um guerreiro em luta pela liberdade, era
tido pelo governo sul-africano como um
terrorista e passou quase três décadas na
cadeia.
47. • De etnia Xhosa, Mandela nasceu num
pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos
sete anos, Mandela tornou-se o primeiro
membro da família a frequentar a escola,
onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson".
48. • Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu
para uma escola próxima ao palácio do
Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi
iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo
para o Instituto Clarkebury, onde estudou
cultura ocidental.
49. • Como jovem estudante de direito, Mandela se
envolveu na oposição ao regime do apartheid,
que negava aos negros (maioria da
população), mestiços e indianos (uma
expressiva colônia de imigrantes) direitos
políticos, sociais e econômicos.
50. • Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em
1942 e dois anos depois fundou, com Walter
Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga
Jovem do CNA.
51. • Comprometido de início apenas com atos não
violentos, Mandela e seus colegas aceitaram
recorrer às armas após o massacre de
Sharpeville, em março de 1960, quando a
polícia sul-africana atirou em manifestantes
negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
54. • Em 1961, ele se tornou comandante do braço
armado do CNA, o chamado Umkhonto we
Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por
ele e outros militantes. Mandela coordenou
uma campanha de sabotagem contra alvos
militares e do governo e viajou para o
Marrocos e Etiópia para treinamento
paramilitar.
55. • Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso
após informes da CIA à polícia sul-africana,
sendo sentenciado a cinco anos de prisão por
viajar ilegalmente ao exterior e incentivar
greves. Em 1964 foi condenado a prisão
perpétua por sabotagem (o que Mandela
admitiu) e por conspirar para ajudar outros
países a invadir a África do Sul (o que Mandela
nega).
56.
57. • Durante os 27 anos que ficou preso, Mandela
se tornou de tal modo associado à oposição
ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson
Mandela" se tornou o lema das campanhas
antiapartheid em vários países.
58.
59.
60. • Durante os anos 1970, Mandela recusou uma
revisão da pena e, em 1985, não aceitou a
liberdade condicional em troca de não
incentivar a luta armada. Mandela continuou
na prisão até fevereiro de 1990, quando a
campanha do CNA e a pressão internacional
conseguiram que ele fosse libertado em 11 de
fevereiro, aos 72 anos, por ordem do
presidente Frederik Willem de Klerk.
61.
62. • Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram
o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como
presidente do CNA (de julho de 1991 a
dezembro de 1997) e o 1º presidente negro da
África do Sul (de maio de 1994 a junho de
1999), Mandela comandou a transição do
regime de minoria no comando, o apartheid,
ganhando respeito internacional por sua luta
em prol da reconciliação interna e externa.
65. • Ele se casou três vezes. A primeira esposa de
Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se
divorciou em 1957 após 13 anos de
casamento. Depois se casou com Winnie
Madikizela, e com ela ficou 38 anos,
divorciando-se em 1996, com as divergências
políticas entre o casal vindo a público.
69. • No seu 80º aniversário, Mandela casou-se
com Graça Machel, viúva de Samora Machel,
antigo presidente moçambicano. Após o fim
do mandato de presidente, em 1999, Mandela
voltou-se para a causa de diversas
organizações sociais e de direitos humanos.
70. • Ele recebeu muitas distinções no exterior,
incluindo a Ordem de St. John, da rainha
Elizabeth II; a medalha presidencial da
Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna
(a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do
Canadá.
71.
72. • Em 2003, Mandela fez alguns
pronunciamentos atacando a política externa
do presidente norte-americano Bush. Ao
mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à
campanha de arrecadação de fundos contra a
AIDS chamada "46664" - seu número na época
em que esteve na prisão.
73. • Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela
anunciou que se retiraria da vida pública. Fez
uma exceção, no entanto, por seu
compromisso em lutar contra a AIDS. A
comemoração de seu aniversário de 90 anos
foi um ato público com shows, que ocorreu em
Londres, em julho de 2008, e contou com a
presença de artistas e celebridades engajadas
nessa luta.
74.
75. • Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos
em sua casa na África do Sul.
80. • A Guerra Fria envolveu o Oriente Médio. Esta
região se destaca por três razões. Do ponto
de vista econômico, é a mais rica em reservas
de petróleo. Do ponto de vista geopolítico,
serve de passagem entre Ásia e Europa. E no
aspecto cultural, é o berço das três principais
religiões monoteístas: o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo.
81. • Com todas essas características, o Oriente
Médio tornou-se um dos centros
problemáticos da Guerra Fria. O interesse pela
região já era visível nos anos 40, quando as
principais potências mundiais negociaram a
criação do Estado de Israel, em 1948. Havia
muitos interesses geopolíticos em jogo no
Oriente Médio.
82. • A União Soviética, de um lado, e os Estados
Unidos, de outro lado, acreditavam que Israel
poderia se tornar um importante parceiro
político na região.
85. • No início do século XX, já existiam na região
pequenas comunidades israelitas, vivendo
junto com a população de maioria árabe. A
partir de então, novos núcleos começaram a
ser instalados, geralmente comprando terras
dos árabes palestinos. Durante a Primeira
Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da
Alemanha foi derrotada e perdeu seus
domínios no mundo árabe.
86.
87. • A Palestina passou então a ser administrada
pela Grã-Bretanha, com autorização da Liga
das Nações. Depois de 1918, a imigração de
judeus para a Palestina aumentou, o que
começou a gerar inquietação na população
árabe.
89. • E a hostilidade da população árabe levou os
colonos judeus a criar uma organização
paramilitar – a Haganah – a princípio voltada
para a autodefesa e mais tarde também para
operações de ataque contra os árabes.
90. • A Declaração Balfour feita após 1ª Guerra e
era a favor da criação de um Estado judeu,
mas a Grã-Bretanha tentou parar a imigração
dos judeus para não descontentar os Estados
muçulmanos do Oriente Médio, com quem
mantinha proveitosas relações econômicas;
91. • mas foi confrontada pela pressão mundial da
coletividade israelita e, dentro da própria
Palestina, pela ação de organizações
terroristas. Mas, depois da Segunda Guerra
Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se
irresistível.
92. • Em 1947, a Assembleia Geral da ONU decidiu
dividir a Palestina em dois Estados
independentes: um judeu e outro palestino.
Mas tanto os palestinos como os Estados
árabes vizinhos recusaram-se a acatar a
partilha proposta pela ONU.
93.
94. • Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o
Estado de Israel, que foi imediatamente
atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia,
Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-
Israelense).
95.
96. • Os árabes foram derrotados e Israel passou a
controlar 75% do território palestino. A partir
daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os
países vizinhos. Atualmente, esses refugiados
são cerca de 3 milhões.
97. • Os 25% restantes da Palestina,
correspondentes à Faixa de Gaza e à
Cisjordânia, ficaram sob ocupação do Egito e
da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía
a parte oriental de Jerusalém, onde fica a
Cidade Velha, de grande importância histórica
e religiosa.
99. Cronologia de Israel:
• 1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina
em dois Estados – um judeu e outro árabe.
Essa resolução é rejeitada pela Liga dos
Estados Árabes.
• 1948 – Os Judeus proclamam o Estado de
Israel, provocando a reação dos países árabes.
Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de
Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e
100. • Líbano e ampliação do território israelense em
relação ao que fora estipulado pela ONU.
Milhares de palestinos são expulsos para os
países vizinhos. Como territórios palestinos
restaram: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia,
ocupadas por tropas egípcias e jordanianas.
101.
102. • 1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora
vitoriosos militarmente, os israelenses
retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da
Península do Sinai que haviam ocupado.
103. • 1964 – Criação da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão
inicial era destruir Israel e criar um Estado
Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas
e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a
OLP não alcançou seu objetivo e, com o
decorrer do tempo, passou a admitir
implicitamente a existência de Israel.
106. • 1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando
fulminantemente em três frentes, os
israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a
Cisjordânia (territórios habitados pelos
palestinos) e tomam a Península do Sinai ao
Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
107.
108.
109.
110.
111.
112.
113.
114. • 1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim
às retaliações israelenses contra a Jordânia,
de onde provinha a quase totalidade das
incursões palestinas contra Israel, o rei
Hussein ordena que suas tropas ataquem os
refugiados palestinos. Centenas deles são
massacrados e a maioria dos sobreviventes se
transfere para o Líbano.
118. • 1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do
Perdão”). Aproveitando o feriado religioso
judaico, Egito e Síria atacam Israel; mas, são
derrotados e os israelenses conservam em seu
poder os territórios ocupados em 1967.
120. • Para pressionar os países ocidentais, no
sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP
(Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) provoca uma forte elevação nos
preços do petróleo.
126. • 1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de
Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco
Likud) obtém maioria parlamentar. O novo
primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o
assentamento de colonos judeus nos
territórios ocupados em 1967.
129. • 1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o
primeiro país árabe a reconhecer o Estado de
Israel. Este, em contrapartida, devolve a
Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida
somente em 1982). Em 1981, militares
egípcios contrários à paz com Israel
assassinam o presidente Anwar Sadat.
131. • 1982 – Israel invade o Líbano (então em plena
guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e
consegue expulsar a OLP do território libanês.
Os israelenses chegam a ocupar Beirute,
capital do Líbano. Ocorrem massacres de
refugiados palestinos pelas milícias cristãs
libanesas, com a conivência dos israelenses.
135. • 1985 – As tropas israelenses recuam para o sul
do Líbano, onde mantêm uma “zona de
segurança” com pouco mais de 10 km de
largura. Para combater a ocupação israelense,
forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”),
organização xiita libanesa apoiada pelo
governo islâmico fundamentalista do Irã.
137. • 1987 – Começa em Gaza (e se estende à
Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos
palestinos contra a ocupação israelense.
Basicamente, a Intifada consiste em
manifestações diárias da população civil, que
arremessa pedras contra os soldados
israelenses.
138. • Estes frequentemente revidam a bala,
provocando mortes e prejudicando a imagem
de Israel junto à opinião internacional.
Resoluções da ONU a favor dos palestinos são
sistematicamente ignoradas pelo governo
israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A
Intifada terminou em 1992.
143. • 1993 – Com a mediação do presidente norte-americano
Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da
OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de
Israel, firmam em Washington um acordo
prevendo a criação de uma Autoridade
Nacional Palestina, com autonomia
administrativa e policial em alguns pontos do
território palestino.
144.
145. • Prevê-se também a progressiva retirada das
forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia.
Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à
existência e renuncia formalmente ao
terrorismo. Mas duas organizações
extremistas palestinas (Hamas e Jihad
Islâmica) opõem-se aos termos do acordo,
assim como os judeus ultranacionalistas.
146. • 1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27
anos de exílio, como chefe da Autoridade
Nacional Palestina (eleições realizadas em
1996 o confirmam como presidente) e se
instala em Jericó. Sua jurisdição abrange
algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de
Gaza – embora nesta última 4 000 colonos
judeus permaneçam sob administração e
proteção militar israelenses.
147. • O mesmo ocorre com os assentamentos na
Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000
habitantes palestinos), por exemplo, 600
colonos vivem com o apoio de tropas de
Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o
segundo país árabe a assinar um tratado de
paz com os israelenses.
148.
149.
150.
151. • 1995 – Acordo entre Israel e a OLP para
conceder autonomia (mas não soberania) a
toda a Palestina, em prazo ainda
indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é
assassinado por um extremista judeu.
154. • 1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin
Netanyahu, do Partido Likud (antes
denominado Bloco Liked), que paralisa a
retirada das tropas de ocupação dos
territórios palestinos e intensifica os
assentamentos de colonos judeus em Gaza, na
Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio
à população predominantemente árabe.
156. • O processo de pacificação da região entra em
compasso de espera, ao mesmo tempo em
que aumentam os atentados terroristas
palestinos
157. • 1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao
qual também pertencia Yitzhak Rabin), é
eleito primeiro-ministro e retoma as
negociações com Arafat, mas sem que se
produzam resultados práticos.
159. • 2000 – Israel retira-se da “zona de segurança”
no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente,
devido à falta de progresso no camiho da paz,
e também devido às ações terroristas
palestinas (não obstante as represálias
israelenses), Barak renuncia ao cargo de
primeiro-ministro.
160.
161.
162. • São convocadas novas eleições, nas quais ele
se reapresenta como candidato. Mas o
vencedor é o general da reserva Ariel Sharon,
do Partido Likud, implacável inimigo dos
palestinos. Pouco antes das eleições, começa
nos territórios ocupados uma nova Intifada.
164. • 2001 – Agrava-se o ciclo de violência:
manifestações contra a ocupação israelense,
atentados suicidas palestinos e graves
retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser
Arafat, já septuagenário, parece incapaz de
manter a autoridade sobre seus compatriotas
ou de restabelecer algum tipo de diálogo com
Israel, cujo governo por sua vez mantém uma
inflexível posição de força.
165. Balanço Atual:
• Até agora, Israel desocupou apenas sete
cidades da Cisjordânia (uma oitava foi
desocupada parcialmente),
correspondentes a 3% do território da
cisjordania; deste, 24% encontram-se sob
controle misto israelense-palestino e 74%
permanecem inteiramente ocupados.
166. • Em termos demográficos, 29% dos palestinos
estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade
Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja
importância é consideravelmente menor, nela
permanecem apenas as tropas israelenses que
protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
167. • Atualmente, Israel e Palestina estão se
atacando mutuamente e matando inocentes.
168.
169.
170. • Em outra parte do Oriente Médio, no entanto,
havia um elemento complicador: em 1979, o
Irã converteu-se ao islamismo xiita, com
pretensões de levar o mundo na direção da fé
muçulmana.
174. • Uma situação que fugia à lógica da Guerra
Fria. O aiatolá Khomeini tratava Estados
Unidos e União Soviética como o Grande Satã,
como inimigos que deveriam ser combatidos
em nome do Islã. A revolução iraniana era um
fato novo no cenário internacional no fim dos
anos 70. Até hoje, terminada a Guerra Fria, o
Islã continua sendo um grande enigma
contemporâneo.
175.
176.
177.
178. • Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era
a América Latina o principal foco de atenção
das superpotências. Esse interesse, natural
por causa da proximidade geográfica dos
Estados Unidos, aumentou bastante a partir
de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder
em Cuba.