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A Guerra Fria na África:
• Havia um motivo para o interesse dos países 
desenvolvidos pela África: as ditaduras 
africanas, miseráveis e violentas, eram 
excelentes compradoras de armas. Só por isso 
a África ganhou destaque durante a Guerra 
Fria. Na África, houve várias guerras de 
independência. Falaremos de algumas delas a 
seguir:
A independência da Argélia: 
• A Argélia foi dominada pelos franceses desde 
1830. A partir da década de 1880, iniciou-se 
um processo de imigração francesa para o 
território argelino, ocupando as melhores 
terras, que passaram a ser destinadas à 
vinicultura. Os colonos franceses na Argélia, 
denominados pieds noirs (pés pretos), tinham 
condições de vida superiores às dos argelinos 
e o grau de discriminação era muito grande.
• Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão 
da França pelos alemães provocou a divisão 
do território francês e a formação de dois 
governos: Paris ficou diretamente controlada 
pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o 
governo colaboracionista do marechal Pétain. 
O general Charles de Gaulle comandava a 
França livre. A Argélia passou a responder ao 
governo de Pétain.
• Em 1945 ocorreram as primeiras 
manifestações pela independência — em 
razão da crise econômica do pós-Segunda 
Guerra na França, que nas áreas coloniais foi 
muito mais grave. Essas manifestações foram 
lideradas por muçulmanos, grupo religioso 
predominante na Argélia, mas foram 
prontamente sufocadas pelos franceses.
• Quando os franceses foram derrotados pelos 
Vietnamitas na Guerra da Indochina, em 1954, 
ficou claro que seu poder havia enfraquecido. 
Nesse mesmo ano, a população muçulmana 
da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico, 
voltou a colocar se contra a França, através de 
manifestações que foram coibidas, mas que 
resultaram na criação da Frente Nacional de 
Libertação.
• A Frente Nacional de Libertação passou a se 
organizar militarmente para derrotar o 
domínio francês. No próprio ano de 1954 
começou a guerra de independência. Em 
1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os 
líderes da Frente foram capturados e levados 
presos para Paris, onde permaneceram até 
1962.
• A violência praticada pelos franceses com a 
população civil na Batalha de Argel só fez 
aumentar ainda mais os descontentamentos 
dos argelinos. 
• Em 1958 é proclamada a IV República 
francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e 
recebe plenos poderes para negociar a paz 
com o Governo Provisório da Argélia, 
estabelecido no Cairo (Egito).
General De Gaulle:
• As negociações de paz se estendem até 1962, 
quando foi assinado o Acordo de 
Evian, segundo o qual a França reconhecia a 
independência da Argélia, pondo fim à guerra 
que já durava oito anos.
O fim do Império Colonial 
Português: 
• Portugal foi o pioneiro nas Grandes 
Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em 
1415, os portugueses iniciavam a conquista de 
novos mundos, com a tomada de Ceuta, no 
Norte da África. Durante o imperialismo, a 
partir de 1850, as colônias portuguesas 
ficaram reduzidas a Angola, Moçambique, 
Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo 
Verde e de São Tomé e Príncipe.
A Independência de Angola:
• Em 1956, foi fundado o Movimento Popular 
pela Libertação da Angola, MPLA, que em 
1961 desencadeou as lutas pela 
independência, sob a liderança do poeta 
Agostinho Neto.
Agostinho Neto:
• Outros dois movimentos surgiram dentro do 
processo de lutas de independência: a União 
Nacional para a Independência Total de 
Angola, Unita, e a Frente Nacional de 
Libertação de Angola, FNLA.
• Em 1974, foi assinado o Acordo de 
Alvor, segundo o qual os portugueses 
reconheceriam a independência de Angola em 
1975, e seria formado um governo de 
transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.
• O MPLA, liderado por Agostinho Neto, 
solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976, 
derrotou as forças da Unita e da FNLA, 
provocando uma guerra civil altamente 
destrutiva e cruel.
A Independência de Moçambique: 
• Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de 
Moçambique, Frelimo, por Eduardo 
Mondlane, que iniciou as lutas pela 
independência.
Eduardo Mondlane:
• Samora Machel, em 1969, assumiu a direção 
do movimento, que passou a disputar, através 
da guerrilha, o controle do território. 
• Em 1975, Portugal reconheceu a 
independência da República Popular de 
Moçambique.
Samora Machel:
• A saída de Portugal abriu caminho para o 
surgimento de regimes comunistas em Angola 
e Moçambique, e para a deflagração de 
conflitos tribais em diversos países do 
continente. As disputas internas e regionais 
estimularam os governantes a investir em 
armas poderosas, apesar da situação de 
miséria de suas populações.
• O fim da Guerra Fria não mudou a situação no 
continente africano. O único fato de grande 
importância nos anos 90 foi o fim do regime 
racista da África do Sul e a ascensão ao poder 
do líder negro Nelson Mandela, em 1994. No 
aspecto político e econômico, a África não 
exercia influência no cenário internacional.
África do Sul:
• Apartheid (significa "vidas separadas" em 
africano) era um regime segregacionista que 
negava aos negros da África do Sul os direitos 
sociais, econômicos e políticos. Embora a 
segregação existisse na África do Sul desde o 
século XVII, quando a região foi colonizada 
por ingleses e holandeses, o termo passou a 
ser usado legalmente em 1948.
• No regime do apartheid o governo era 
controlado pelos brancos de origem europeia 
(holandeses e ingleses), que criavam leis e 
governavam apenas para os interesses dos 
brancos. Aos negros eram impostas várias leis, 
regras e sistemas de controles sociais. Entre as 
principais leis do apartheid, podemos citar:
• - Proibição de casamentos entre brancos e 
negros - 1949. 
- Obrigação de declaração de registro de cor 
para todos sul-afriacanos (branco, negro ou 
mestiço) - 1950. 
- Proibição de circulação de negros em 
determinadas áreas das cidades - 1950
• Determinação e criação dos bantustões 
(bairros só para negros) - 1951 
- Proibição de negros no uso de determinadas 
instalações públicas (bebedouros, banheiros 
públicos) - 1953 
- Criação de um sistema diferenciado de 
educação para as crianças dos bantustões - 
1953
Bebedouro:
• Este sistema vigorou até o ano de 1990, 
quando o presidente sul-africano tomou 
várias medidas e colocou fim ao apartheid. O 
grande líder da luta contra o Apartheid na 
África do Sul foi Nelson Mandela.
• Seu nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba 
Mandela. Principal representante do 
movimento antiapartheid, considerado pelo 
povo um guerreiro em luta pela liberdade, era 
tido pelo governo sul-africano como um 
terrorista e passou quase três décadas na 
cadeia.
Nelson Mandela:
• De etnia Xhosa, Mandela nasceu num 
pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos 
sete anos, Mandela tornou-se o primeiro 
membro da família a frequentar a escola, 
onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson".
• Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu 
para uma escola próxima ao palácio do 
Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi 
iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo 
para o Instituto Clarkebury, onde estudou 
cultura ocidental.
• Como jovem estudante de direito, Mandela se 
envolveu na oposição ao regime do apartheid, 
que negava aos negros (maioria da 
população), mestiços e indianos (uma 
expressiva colônia de imigrantes) direitos 
políticos, sociais e econômicos.
• Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 
1942 e dois anos depois fundou, com Walter 
Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga 
Jovem do CNA.
• Comprometido de início apenas com atos não 
violentos, Mandela e seus colegas aceitaram 
recorrer às armas após o massacre de 
Sharpeville, em março de 1960, quando a 
polícia sul-africana atirou em manifestantes 
negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Massacre de Shaperville:
• Em 1961, ele se tornou comandante do braço 
armado do CNA, o chamado Umkhonto we 
Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por 
ele e outros militantes. Mandela coordenou 
uma campanha de sabotagem contra alvos 
militares e do governo e viajou para o 
Marrocos e Etiópia para treinamento 
paramilitar.
• Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso 
após informes da CIA à polícia sul-africana, 
sendo sentenciado a cinco anos de prisão por 
viajar ilegalmente ao exterior e incentivar 
greves. Em 1964 foi condenado a prisão 
perpétua por sabotagem (o que Mandela 
admitiu) e por conspirar para ajudar outros 
países a invadir a África do Sul (o que Mandela 
nega).
• Durante os 27 anos que ficou preso, Mandela 
se tornou de tal modo associado à oposição 
ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson 
Mandela" se tornou o lema das campanhas 
antiapartheid em vários países.
• Durante os anos 1970, Mandela recusou uma 
revisão da pena e, em 1985, não aceitou a 
liberdade condicional em troca de não 
incentivar a luta armada. Mandela continuou 
na prisão até fevereiro de 1990, quando a 
campanha do CNA e a pressão internacional 
conseguiram que ele fosse libertado em 11 de 
fevereiro, aos 72 anos, por ordem do 
presidente Frederik Willem de Klerk.
• Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram 
o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como 
presidente do CNA (de julho de 1991 a 
dezembro de 1997) e o 1º presidente negro da 
África do Sul (de maio de 1994 a junho de 
1999), Mandela comandou a transição do 
regime de minoria no comando, o apartheid, 
ganhando respeito internacional por sua luta 
em prol da reconciliação interna e externa.
Nelson Mandela:
Desmond Tutu e Mandela:
• Ele se casou três vezes. A primeira esposa de 
Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se 
divorciou em 1957 após 13 anos de 
casamento. Depois se casou com Winnie 
Madikizela, e com ela ficou 38 anos, 
divorciando-se em 1996, com as divergências 
políticas entre o casal vindo a público.
Mandela e Evelyn:
Mandela e Winnie:
Mandela e Graça:
• No seu 80º aniversário, Mandela casou-se 
com Graça Machel, viúva de Samora Machel, 
antigo presidente moçambicano. Após o fim 
do mandato de presidente, em 1999, Mandela 
voltou-se para a causa de diversas 
organizações sociais e de direitos humanos.
• Ele recebeu muitas distinções no exterior, 
incluindo a Ordem de St. John, da rainha 
Elizabeth II; a medalha presidencial da 
Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna 
(a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do 
Canadá.
• Em 2003, Mandela fez alguns 
pronunciamentos atacando a política externa 
do presidente norte-americano Bush. Ao 
mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à 
campanha de arrecadação de fundos contra a 
AIDS chamada "46664" - seu número na época 
em que esteve na prisão.
• Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela 
anunciou que se retiraria da vida pública. Fez 
uma exceção, no entanto, por seu 
compromisso em lutar contra a AIDS. A 
comemoração de seu aniversário de 90 anos 
foi um ato público com shows, que ocorreu em 
Londres, em julho de 2008, e contou com a 
presença de artistas e celebridades engajadas 
nessa luta.
• Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos 
em sua casa na África do Sul.
Oriente Médio:
• A Guerra Fria envolveu o Oriente Médio. Esta 
região se destaca por três razões. Do ponto 
de vista econômico, é a mais rica em reservas 
de petróleo. Do ponto de vista geopolítico, 
serve de passagem entre Ásia e Europa. E no 
aspecto cultural, é o berço das três principais 
religiões monoteístas: o judaísmo, o 
cristianismo e o islamismo.
• Com todas essas características, o Oriente 
Médio tornou-se um dos centros 
problemáticos da Guerra Fria. O interesse pela 
região já era visível nos anos 40, quando as 
principais potências mundiais negociaram a 
criação do Estado de Israel, em 1948. Havia 
muitos interesses geopolíticos em jogo no 
Oriente Médio.
• A União Soviética, de um lado, e os Estados 
Unidos, de outro lado, acreditavam que Israel 
poderia se tornar um importante parceiro 
político na região.
Partilha da Palestina Proposta pela 
ONU em 1947:
• No início do século XX, já existiam na região 
pequenas comunidades israelitas, vivendo 
junto com a população de maioria árabe. A 
partir de então, novos núcleos começaram a 
ser instalados, geralmente comprando terras 
dos árabes palestinos. Durante a Primeira 
Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da 
Alemanha foi derrotada e perdeu seus 
domínios no mundo árabe.
• A Palestina passou então a ser administrada 
pela Grã-Bretanha, com autorização da Liga 
das Nações. Depois de 1918, a imigração de 
judeus para a Palestina aumentou, o que 
começou a gerar inquietação na população 
árabe.
Oriente Médio:
• E a hostilidade da população árabe levou os 
colonos judeus a criar uma organização 
paramilitar – a Haganah – a princípio voltada 
para a autodefesa e mais tarde também para 
operações de ataque contra os árabes.
• A Declaração Balfour feita após 1ª Guerra e 
era a favor da criação de um Estado judeu, 
mas a Grã-Bretanha tentou parar a imigração 
dos judeus para não descontentar os Estados 
muçulmanos do Oriente Médio, com quem 
mantinha proveitosas relações econômicas;
• mas foi confrontada pela pressão mundial da 
coletividade israelita e, dentro da própria 
Palestina, pela ação de organizações 
terroristas. Mas, depois da Segunda Guerra 
Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se 
irresistível.
• Em 1947, a Assembleia Geral da ONU decidiu 
dividir a Palestina em dois Estados 
independentes: um judeu e outro palestino. 
Mas tanto os palestinos como os Estados 
árabes vizinhos recusaram-se a acatar a 
partilha proposta pela ONU.
• Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o 
Estado de Israel, que foi imediatamente 
atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, 
Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe- 
Israelense).
• Os árabes foram derrotados e Israel passou a 
controlar 75% do território palestino. A partir 
daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os 
países vizinhos. Atualmente, esses refugiados 
são cerca de 3 milhões.
• Os 25% restantes da Palestina, 
correspondentes à Faixa de Gaza e à 
Cisjordânia, ficaram sob ocupação do Egito e 
da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía 
a parte oriental de Jerusalém, onde fica a 
Cidade Velha, de grande importância histórica 
e religiosa.
Cidade Velha:
Cronologia de Israel: 
• 1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina 
em dois Estados – um judeu e outro árabe. 
Essa resolução é rejeitada pela Liga dos 
Estados Árabes. 
• 1948 – Os Judeus proclamam o Estado de 
Israel, provocando a reação dos países árabes. 
Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de 
Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e
• Líbano e ampliação do território israelense em 
relação ao que fora estipulado pela ONU. 
Milhares de palestinos são expulsos para os 
países vizinhos. Como territórios palestinos 
restaram: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, 
ocupadas por tropas egípcias e jordanianas.
• 1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora 
vitoriosos militarmente, os israelenses 
retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da 
Península do Sinai que haviam ocupado.
• 1964 – Criação da Organização para a 
Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão 
inicial era destruir Israel e criar um Estado 
Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas 
e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a 
OLP não alcançou seu objetivo e, com o 
decorrer do tempo, passou a admitir 
implicitamente a existência de Israel.
Arafat:
• 1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando 
fulminantemente em três frentes, os 
israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a 
Cisjordânia (territórios habitados pelos 
palestinos) e tomam a Península do Sinai ao 
Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
• 1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim 
às retaliações israelenses contra a Jordânia, 
de onde provinha a quase totalidade das 
incursões palestinas contra Israel, o rei 
Hussein ordena que suas tropas ataquem os 
refugiados palestinos. Centenas deles são 
massacrados e a maioria dos sobreviventes se 
transfere para o Líbano.
Campos de refugiados palestinos atacados por 
tanques jordanianos:
Rei Hussein e Arafat:
• 1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do 
Perdão”). Aproveitando o feriado religioso 
judaico, Egito e Síria atacam Israel; mas, são 
derrotados e os israelenses conservam em seu 
poder os territórios ocupados em 1967.
Ariel Sharon – 1973:
• Para pressionar os países ocidentais, no 
sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP 
(Organização dos Países Exportadores de 
Petróleo) provoca uma forte elevação nos 
preços do petróleo.
Criação da OPEP:
• 1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de 
Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco 
Likud) obtém maioria parlamentar. O novo 
primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o 
assentamento de colonos judeus nos 
territórios ocupados em 1967.
Colonos Judeus na Palestina:
Assentamento Judeu:
• 1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o 
primeiro país árabe a reconhecer o Estado de 
Israel. Este, em contrapartida, devolve a 
Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida 
somente em 1982). Em 1981, militares 
egípcios contrários à paz com Israel 
assassinam o presidente Anwar Sadat.
Acordo de Camp David – 1979:
• 1982 – Israel invade o Líbano (então em plena 
guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e 
consegue expulsar a OLP do território libanês. 
Os israelenses chegam a ocupar Beirute, 
capital do Líbano. Ocorrem massacres de 
refugiados palestinos pelas milícias cristãs 
libanesas, com a conivência dos israelenses.
Israel invade o Líbano:
• 1985 – As tropas israelenses recuam para o sul 
do Líbano, onde mantêm uma “zona de 
segurança” com pouco mais de 10 km de 
largura. Para combater a ocupação israelense, 
forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), 
organização xiita libanesa apoiada pelo 
governo islâmico fundamentalista do Irã.
Outdoors do Hezbollah:
• 1987 – Começa em Gaza (e se estende à 
Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos 
palestinos contra a ocupação israelense. 
Basicamente, a Intifada consiste em 
manifestações diárias da população civil, que 
arremessa pedras contra os soldados 
israelenses.
• Estes frequentemente revidam a bala, 
provocando mortes e prejudicando a imagem 
de Israel junto à opinião internacional. 
Resoluções da ONU a favor dos palestinos são 
sistematicamente ignoradas pelo governo 
israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A 
Intifada terminou em 1992.
A Intifada:
• 1993 – Com a mediação do presidente norte-americano 
Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da 
OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de 
Israel, firmam em Washington um acordo 
prevendo a criação de uma Autoridade 
Nacional Palestina, com autonomia 
administrativa e policial em alguns pontos do 
território palestino.
• Prevê-se também a progressiva retirada das 
forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. 
Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à 
existência e renuncia formalmente ao 
terrorismo. Mas duas organizações 
extremistas palestinas (Hamas e Jihad 
Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, 
assim como os judeus ultranacionalistas.
• 1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 
anos de exílio, como chefe da Autoridade 
Nacional Palestina (eleições realizadas em 
1996 o confirmam como presidente) e se 
instala em Jericó. Sua jurisdição abrange 
algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de 
Gaza – embora nesta última 4 000 colonos 
judeus permaneçam sob administração e 
proteção militar israelenses.
• O mesmo ocorre com os assentamentos na 
Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 
habitantes palestinos), por exemplo, 600 
colonos vivem com o apoio de tropas de 
Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o 
segundo país árabe a assinar um tratado de 
paz com os israelenses.
• 1995 – Acordo entre Israel e a OLP para 
conceder autonomia (mas não soberania) a 
toda a Palestina, em prazo ainda 
indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é 
assassinado por um extremista judeu.
Funeral de Yitzhak Rabin:
• 1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin 
Netanyahu, do Partido Likud (antes 
denominado Bloco Liked), que paralisa a 
retirada das tropas de ocupação dos 
territórios palestinos e intensifica os 
assentamentos de colonos judeus em Gaza, na 
Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio 
à população predominantemente árabe.
Benjamin Netanyahu:
• O processo de pacificação da região entra em 
compasso de espera, ao mesmo tempo em 
que aumentam os atentados terroristas 
palestinos
• 1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao 
qual também pertencia Yitzhak Rabin), é 
eleito primeiro-ministro e retoma as 
negociações com Arafat, mas sem que se 
produzam resultados práticos.
Ehud Barak:
• 2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” 
no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, 
devido à falta de progresso no camiho da paz, 
e também devido às ações terroristas 
palestinas (não obstante as represálias 
israelenses), Barak renuncia ao cargo de 
primeiro-ministro.
• São convocadas novas eleições, nas quais ele 
se reapresenta como candidato. Mas o 
vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, 
do Partido Likud, implacável inimigo dos 
palestinos. Pouco antes das eleições, começa 
nos territórios ocupados uma nova Intifada.
Ariel Sharon:
• 2001 – Agrava-se o ciclo de violência: 
manifestações contra a ocupação israelense, 
atentados suicidas palestinos e graves 
retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser 
Arafat, já septuagenário, parece incapaz de 
manter a autoridade sobre seus compatriotas 
ou de restabelecer algum tipo de diálogo com 
Israel, cujo governo por sua vez mantém uma 
inflexível posição de força.
Balanço Atual: 
• Até agora, Israel desocupou apenas sete 
cidades da Cisjordânia (uma oitava foi 
desocupada parcialmente), 
correspondentes a 3% do território da 
cisjordania; deste, 24% encontram-se sob 
controle misto israelense-palestino e 74% 
permanecem inteiramente ocupados.
• Em termos demográficos, 29% dos palestinos 
estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade 
Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja 
importância é consideravelmente menor, nela 
permanecem apenas as tropas israelenses que 
protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
• Atualmente, Israel e Palestina estão se 
atacando mutuamente e matando inocentes.
• Em outra parte do Oriente Médio, no entanto, 
havia um elemento complicador: em 1979, o 
Irã converteu-se ao islamismo xiita, com 
pretensões de levar o mundo na direção da fé 
muçulmana.
A revolução Islâmica no Irã:
Aiatolá Khomeini:
• Uma situação que fugia à lógica da Guerra 
Fria. O aiatolá Khomeini tratava Estados 
Unidos e União Soviética como o Grande Satã, 
como inimigos que deveriam ser combatidos 
em nome do Islã. A revolução iraniana era um 
fato novo no cenário internacional no fim dos 
anos 70. Até hoje, terminada a Guerra Fria, o 
Islã continua sendo um grande enigma 
contemporâneo.
• Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era 
a América Latina o principal foco de atenção 
das superpotências. Esse interesse, natural 
por causa da proximidade geográfica dos 
Estados Unidos, aumentou bastante a partir 
de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder 
em Cuba.

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A guerra fria na áfrica e no oriente médio

  • 1. A Guerra Fria na África:
  • 2.
  • 3. • Havia um motivo para o interesse dos países desenvolvidos pela África: as ditaduras africanas, miseráveis e violentas, eram excelentes compradoras de armas. Só por isso a África ganhou destaque durante a Guerra Fria. Na África, houve várias guerras de independência. Falaremos de algumas delas a seguir:
  • 4.
  • 5. A independência da Argélia: • A Argélia foi dominada pelos franceses desde 1830. A partir da década de 1880, iniciou-se um processo de imigração francesa para o território argelino, ocupando as melhores terras, que passaram a ser destinadas à vinicultura. Os colonos franceses na Argélia, denominados pieds noirs (pés pretos), tinham condições de vida superiores às dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.
  • 6. • Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão da França pelos alemães provocou a divisão do território francês e a formação de dois governos: Paris ficou diretamente controlada pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o governo colaboracionista do marechal Pétain. O general Charles de Gaulle comandava a França livre. A Argélia passou a responder ao governo de Pétain.
  • 7. • Em 1945 ocorreram as primeiras manifestações pela independência — em razão da crise econômica do pós-Segunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito mais grave. Essas manifestações foram lideradas por muçulmanos, grupo religioso predominante na Argélia, mas foram prontamente sufocadas pelos franceses.
  • 8.
  • 9. • Quando os franceses foram derrotados pelos Vietnamitas na Guerra da Indochina, em 1954, ficou claro que seu poder havia enfraquecido. Nesse mesmo ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico, voltou a colocar se contra a França, através de manifestações que foram coibidas, mas que resultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.
  • 10.
  • 11. • A Frente Nacional de Libertação passou a se organizar militarmente para derrotar o domínio francês. No próprio ano de 1954 começou a guerra de independência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os líderes da Frente foram capturados e levados presos para Paris, onde permaneceram até 1962.
  • 12. • A violência praticada pelos franceses com a população civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais os descontentamentos dos argelinos. • Em 1958 é proclamada a IV República francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo (Egito).
  • 13.
  • 15. • As negociações de paz se estendem até 1962, quando foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra que já durava oito anos.
  • 16.
  • 17. O fim do Império Colonial Português: • Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em 1415, os portugueses iniciavam a conquista de novos mundos, com a tomada de Ceuta, no Norte da África. Durante o imperialismo, a partir de 1850, as colônias portuguesas ficaram reduzidas a Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
  • 18.
  • 20. • Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Libertação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho Neto.
  • 22. • Outros dois movimentos surgiram dentro do processo de lutas de independência: a União Nacional para a Independência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA.
  • 23. • Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo o qual os portugueses reconheceriam a independência de Angola em 1975, e seria formado um governo de transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.
  • 24. • O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da Unita e da FNLA, provocando uma guerra civil altamente destrutiva e cruel.
  • 25.
  • 26.
  • 27. A Independência de Moçambique: • Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as lutas pela independência.
  • 29. • Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movimento, que passou a disputar, através da guerrilha, o controle do território. • Em 1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de Moçambique.
  • 31.
  • 32. • A saída de Portugal abriu caminho para o surgimento de regimes comunistas em Angola e Moçambique, e para a deflagração de conflitos tribais em diversos países do continente. As disputas internas e regionais estimularam os governantes a investir em armas poderosas, apesar da situação de miséria de suas populações.
  • 33. • O fim da Guerra Fria não mudou a situação no continente africano. O único fato de grande importância nos anos 90 foi o fim do regime racista da África do Sul e a ascensão ao poder do líder negro Nelson Mandela, em 1994. No aspecto político e econômico, a África não exercia influência no cenário internacional.
  • 35. • Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século XVII, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948.
  • 36. • No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem europeia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:
  • 37. • - Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949. - Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) - 1950. - Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950
  • 38. • Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951 - Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) - 1953 - Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões - 1953
  • 39.
  • 41.
  • 42.
  • 43. • Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. O grande líder da luta contra o Apartheid na África do Sul foi Nelson Mandela.
  • 44. • Seu nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.
  • 45.
  • 47. • De etnia Xhosa, Mandela nasceu num pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson".
  • 48. • Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
  • 49. • Como jovem estudante de direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos.
  • 50. • Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
  • 51. • Comprometido de início apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
  • 53.
  • 54. • Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros militantes. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e Etiópia para treinamento paramilitar.
  • 55. • Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
  • 56.
  • 57. • Durante os 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas antiapartheid em vários países.
  • 58.
  • 59.
  • 60. • Durante os anos 1970, Mandela recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
  • 61.
  • 62. • Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e o 1º presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
  • 64. Desmond Tutu e Mandela:
  • 65. • Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois se casou com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público.
  • 69. • No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano. Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos.
  • 70. • Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth II; a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
  • 71.
  • 72. • Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
  • 73. • Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS. A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.
  • 74.
  • 75. • Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos em sua casa na África do Sul.
  • 76.
  • 77.
  • 79.
  • 80. • A Guerra Fria envolveu o Oriente Médio. Esta região se destaca por três razões. Do ponto de vista econômico, é a mais rica em reservas de petróleo. Do ponto de vista geopolítico, serve de passagem entre Ásia e Europa. E no aspecto cultural, é o berço das três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
  • 81. • Com todas essas características, o Oriente Médio tornou-se um dos centros problemáticos da Guerra Fria. O interesse pela região já era visível nos anos 40, quando as principais potências mundiais negociaram a criação do Estado de Israel, em 1948. Havia muitos interesses geopolíticos em jogo no Oriente Médio.
  • 82. • A União Soviética, de um lado, e os Estados Unidos, de outro lado, acreditavam que Israel poderia se tornar um importante parceiro político na região.
  • 83.
  • 84. Partilha da Palestina Proposta pela ONU em 1947:
  • 85. • No início do século XX, já existiam na região pequenas comunidades israelitas, vivendo junto com a população de maioria árabe. A partir de então, novos núcleos começaram a ser instalados, geralmente comprando terras dos árabes palestinos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha foi derrotada e perdeu seus domínios no mundo árabe.
  • 86.
  • 87. • A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, com autorização da Liga das Nações. Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina aumentou, o que começou a gerar inquietação na população árabe.
  • 89. • E a hostilidade da população árabe levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.
  • 90. • A Declaração Balfour feita após 1ª Guerra e era a favor da criação de um Estado judeu, mas a Grã-Bretanha tentou parar a imigração dos judeus para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas;
  • 91. • mas foi confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas. Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível.
  • 92. • Em 1947, a Assembleia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.
  • 93.
  • 94. • Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que foi imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe- Israelense).
  • 95.
  • 96. • Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados são cerca de 3 milhões.
  • 97. • Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.
  • 99. Cronologia de Israel: • 1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe. Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes. • 1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes. Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e
  • 100. • Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU. Milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios palestinos restaram: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas por tropas egípcias e jordanianas.
  • 101.
  • 102. • 1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora vitoriosos militarmente, os israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da Península do Sinai que haviam ocupado.
  • 103. • 1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.
  • 104.
  • 106. • 1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
  • 107.
  • 108.
  • 109.
  • 110.
  • 111.
  • 112.
  • 113.
  • 114. • 1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.
  • 115. Campos de refugiados palestinos atacados por tanques jordanianos:
  • 116.
  • 117. Rei Hussein e Arafat:
  • 118. • 1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; mas, são derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967.
  • 120. • Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.
  • 121.
  • 122.
  • 123.
  • 124.
  • 126. • 1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parlamentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.
  • 127. Colonos Judeus na Palestina:
  • 129. • 1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.
  • 130. Acordo de Camp David – 1979:
  • 131. • 1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute, capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.
  • 132. Israel invade o Líbano:
  • 133.
  • 134.
  • 135. • 1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.
  • 137. • 1987 – Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manifestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses.
  • 138. • Estes frequentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada terminou em 1992.
  • 140.
  • 141.
  • 142.
  • 143. • 1993 – Com a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino.
  • 144.
  • 145. • Prevê-se também a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à existência e renuncia formalmente ao terrorismo. Mas duas organizações extremistas palestinas (Hamas e Jihad Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, assim como os judeus ultranacionalistas.
  • 146. • 1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses.
  • 147. • O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.
  • 148.
  • 149.
  • 150.
  • 151. • 1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.
  • 152.
  • 154. • 1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, do Partido Likud (antes denominado Bloco Liked), que paralisa a retirada das tropas de ocupação dos territórios palestinos e intensifica os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio à população predominantemente árabe.
  • 156. • O processo de pacificação da região entra em compasso de espera, ao mesmo tempo em que aumentam os atentados terroristas palestinos
  • 157. • 1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.
  • 159. • 2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro.
  • 160.
  • 161.
  • 162. • São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.
  • 164. • 2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.
  • 165. Balanço Atual: • Até agora, Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada parcialmente), correspondentes a 3% do território da cisjordania; deste, 24% encontram-se sob controle misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados.
  • 166. • Em termos demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
  • 167. • Atualmente, Israel e Palestina estão se atacando mutuamente e matando inocentes.
  • 168.
  • 169.
  • 170. • Em outra parte do Oriente Médio, no entanto, havia um elemento complicador: em 1979, o Irã converteu-se ao islamismo xiita, com pretensões de levar o mundo na direção da fé muçulmana.
  • 171.
  • 174. • Uma situação que fugia à lógica da Guerra Fria. O aiatolá Khomeini tratava Estados Unidos e União Soviética como o Grande Satã, como inimigos que deveriam ser combatidos em nome do Islã. A revolução iraniana era um fato novo no cenário internacional no fim dos anos 70. Até hoje, terminada a Guerra Fria, o Islã continua sendo um grande enigma contemporâneo.
  • 175.
  • 176.
  • 177.
  • 178. • Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era a América Latina o principal foco de atenção das superpotências. Esse interesse, natural por causa da proximidade geográfica dos Estados Unidos, aumentou bastante a partir de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder em Cuba.