O documento descreve o primeiro reinado no Brasil sob D. Pedro I entre 1822 e 1831. Foi um período de instabilidade com conflitos internos e dificuldades econômicas durante a transição para a independência. D. Pedro I enfrentou várias rebeliões regionais e teve que lidar com a separação da Província Cisplatina. Isso levou a sua renúncia em 1831.
3. • Depois da Independência, o Brasil se tornou
um Império comandado por D. Pedro de
Alcântara, herdeiro do trono de Portugal e
que se tornou o nosso primeiro imperador.
7. • O governo de D. Pedro I, entre 1822 e 1831,
foi chamado de Primeiro Reinado, momento
que começou a instalação do Estado Nacional
brasileiro, com dificuldades econômicas e
financeiras
8. • e conflitos internos, típicos de uma fase em
que se acomodam os múltiplos interesses que
marcaram a luta pela independência.
9.
10. Reações ao processo de
Independência:
• Em algumas províncias do Norte e Nordeste
do Brasil, militares e políticos, ligados a
Portugal, não queriam reconhecer o novo
governo de D. Pedro I.
11. • As Províncias: Bahia, Piauí, Maranhão e Grão-
Pará ( que hoje abrange os estados do Pará e
do Amazonas)
• Como eram áreas de colonização mais antiga,
tinha muitos portugueses fiéis à Portugal e,
eram regiões onde Portugal sempre teve um
grande controle político e militar.
12.
13. O reconhecimento internacional
da Independência:
• Depois de vencer a resistência interna, o
Império brasileiro procurou o reconhecimento
externo, apoiado pela Inglaterra; mas Portugal
se recusava a aceitar a Independência do
Brasil.
14. • Os Estados Unidos foram o primeiro país a
reconhecer oficialmente a Independência do
Brasil em 26 de maio de 1824.
16. • O reconhecimento norte-americano baseava-
se na Doutrina Monroe, que defendia o
princípio “A América para os americanos”,
reagindo à ameaça de intervenção da Santa
Aliança na América.
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19. • Além disso, era parte de uma política de
garantir ótimos mercados consumidores na
América Latina. A partir daí, o México e a
Argentina também reconheceram a
Independência do Brasil.
24. • Em outubro de 1825, a França também
reconheceu a Independência do Brasil.
• A Inglaterra reconheceu o Brasil independente
apenas em janeiro de 1826.
25. • Para isso, exigiu a renovação dos Tratados de
1810, por mais 15 anos, garantindo aos
produtos ingleses baixas taxas alfandegárias,
além de do governo imperial o compromisso
de acabar com o tráfico negreiro, provocando
assim, reações negativas dos fazendeiros.
26. A primeira constituição - 1823:
• Para fazer a primeira constituição brasileira,
em 3 de maio de 1823, com a sessão de
abertura presidida pelo próprio Imperador,
instalou-se a Assembleia Constituinte.
27. • Os cem deputados que representavam as 19
províncias do Império eram, na sua maioria,
grandes proprietários rurais, e mesmo os
advogados, juízes, padres e militares eram
ligados à terra.
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29.
30. • Os políticos brasileiros fizeram grande
oposição aos portugueses (militares e
comerciantes). Essa constituição proibia os
estrangeiros de ocupar cargos públicos de
representação nacional e tinha a preocupação
de limitar e diminuir os poderes do imperador
e aumentar o poder legislativo.
31. • Também tinha a intenção de manter o poder
político nas mãos dos grandes proprietários
rurais. Por isso, o projeto estabelecia que o
eleitor precisava ter uma renda anual
equivalente a, no mínimo, 150 alqueires de
mandioca. (68 hectares)
32. • Por isso o projeto ficou conhecido como
Constituição da Mandioca.
33.
34. • Durante a elaboração da primeira
Constituição brasileira, os políticos tentaram
impor limites aos poderes do imperador. Foi
uma reação contra o jeito autoritário do
imperador.
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36. • O imperador, insatisfeito com a Assembleia
Constituinte, ordenou que as forças armadas
fechassem a Assembleia. Alguns deputados
foram presos, outros foram expulsos do Brasil.
41. • Logo depois de fechar a Assembleia
Constituinte de 1823, D. Pedro I, já
governando de forma autoritária, nomeou um
Conselho de Estado com 10 pessoas de sua
confiança, para fazer uma Constituição, que
ficou pronta em janeiro de 1824.
42. Características da constituição de
1824
• O projeto foi assinado por D. Pedro I,
tornando-se a Constituição do Império do
Brasil; uma Constituição outorgada (imposta)
pelo Imperador, em 25 de março de 1824.
46. • Além de definir os três poderes (legislativo,
executivo e judiciário), criou o Poder
Moderador, exclusivo do imperador, que lhe
concedia diversos poderes políticos; na prática
a existência do Poder Moderador deixava D.
Pedro I acima das leis.
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50. • A Constituição de 1824 também definiu leis
para as eleições no país. De acordo com ela,
só poderiam votar os homens, maiores de 25
anos. Para votar era necessário ter uma renda
de no mínimo 200 mil réis por ano.
51. • Para ser candidato também era necessário
comprovar alta renda (400.000 réis por ano
para deputado federal e 800.000 réis para
senador). O cargo de Senador era vitalício
(para toda a vida).
54. • A revolta teve seu início na província de
Pernambuco, porém, espalhou-se rapidamente por
outras províncias da região (Ceará, Rio Grande do
Norte e Paraíba).
• Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento
teve participação das camadas urbanas, elites
regionais e intelectuais. A grande participação
popular foi um dos principais diferenciais deste
movimento.
55.
56. Causas da Revolta:
• Forte descontentamento com a centralização
política imposta por D. Pedro I, na
Constituição de 1824;
• Descontentamento com a influência
portuguesa na vida política do Brasil, mesmo
depois da independência;
57. • A elite de Pernambuco havia escolhido um
governador para a província: Manuel Carvalho
Pais de Andrade. Porém, em 1824, D. Pedro I
indicou um governador de sua confiança para
a província: Francisco Paes Barreto. Este
conflito político foi o estopim da revolta.
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59. Objetivos da revolta:
• Convocação de uma nova Assembleia
Constituinte para fazer uma nova Constituição
de caráter liberal;
• Diminuir a influência do governo federal nos
assuntos políticos regionais;
60. • Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
• Organizar forças de resistências populares
contra a repressão do governo central
imperial;
• Formação de um governo independente na
região.
63. • Sob o comando do almirante britânico
Thomas Cochrane, as forças militares do
império atuaram com rapidez e força para
colocar fim ao movimento emancipacionista.
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65. • Um dos principais líderes, Frei Caneca
(Joaquim do Amor Divino Rabelo), foi
condenado à morte na forca, mas como
ninguém quis enforcá-lo, foi fuzilado pelos
soldados ingleses.
71. • A organização econômica do Brasil
independente era a mesma dos tempos
coloniais: predominava a lavoura escravista de
produtos tropicais para exportação; o açúcar e
o algodão eram os principais produtos de
exportação.
72. A Guerra da Cisplatina:
• Este foi outro fato que contribuiu para
aumentar o descontentamento e a oposição
ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o
Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina,
conflito pelo qual esta província brasileira
(atual Uruguai) reivindicava a independência.
79. • Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a
independência da Cisplatina que passou a se chamar
República Oriental do Uruguai.
• A perda da província da Cisplatina e a independência
do Uruguai, em 1828, além das dificuldades
econômicas, levam boa parte da opinião pública a
reagir contra as medidas personalistas do imperador.
84. • Com a morte de D. João VI, em 1826, D. Pedro
foi aclamado rei de Portugal. Quando ele
aceitou título de rei de Portugal, provocou um
mal-estar entre os brasileiros, ficaram com
medo de uma reunifica-ção dos dois países, o
que colocava em risco a indepen-dência do
Brasil.
85. • Por causa das manifestações no Rio de
Janeiro, D. Pedro renunciou ao trono
português em favor de D. Maria da Glória, sua
filha, que ainda era criança.
89. • Desde 1823, D. Pedro I governava com
poderes absolutos, aliando-se ao Partido
Português e indo contra o liberalismo dos
brasileiros. Os brasileiros passaram a fazer
forte oposição ao Imperador. D. Pedro e seus
partidários, reagiram com violência à
oposição.
90. • Para piorar a situação, o país passava por uma
crise econômica que piorou muito com a
falência do Banco do Brasil, em 1828. Nesse
quadro, cresceu e se fortaleceu à oposição ao
imperador, com a multiplicação dos jornais
contra o Imperador: "Aurora Fluminense", "O
Repúblico" e "A Malagueta“.
91. • Os deputados do Partido Brasileiro na Câmara
dos Deputados passaram a fazer discursos
contra o Imperador.
92.
93. • A derrota na Guerra da Cisplatina só trouxe
prejuízos financeiros e sofrimento para as
famílias dos soldados mortos. Além disso, as
revoltas e movimentos sociais de oposição
foram desgastando, aos poucos, o governo
imperial.
94. • Outro fato que pesou contra o imperador foi o
assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte
crítico do governo imperial, Badaró foi
assassinado no final de 1830. A polícia não
encontrou o assassino, porém a desconfiança
popular caiu sobre homens ligados ao governo
de D. Pedro I.
97. • Em março de 1831, depois de uma desastrosa
viagem a Minas Gerais, onde o Imperador foi mal
recebido pelos políticos e pelo povo, o Partido
Português resolveu fazer uma grande festa para
apoiá-lo; o povo do Rio de Janeiro protestou muito.
A luta entre brasileiros e portugueses (que
aconteceu em 13 de março), ficou conhecida como
Noite das Garrafadas.
101. • Para contornar a situação, foi criado
ministério formado só por brasileiros. Quinze
dias depois, sem dar justificativa, o imperador
decidiu acabar com o ministério e colocar nos
cargos seus aliados.
103. • Em 7 de abril de 1831, percebendo que não
tinha mais apoio, D. Pedro I renunciou em
favor de seu filho Pedro de Alcântara, que
tinha apenas 5 anos de idade. Depois que
deixou o poder, ele viajou para a Europa.
105. • Após a renúncia, D Pedro I retornou para
Portugal, onde lutou para devolver o trono
para sua filha; (o príncipe D. Miguel, irmão de
D. Pedro tinha tomado o trono português).
106.
107. • Depois de 03 anos de guerra, as tropas
comandadas por D. Pedro venceram e Maria
da Glória foi coroada rainha com o nome de:
Maria II.
116. • Pedro de Alcântara Francisco Antônio João
Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim
José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de
Bragança e Bourbon morreu de tuberculose
no palácio de Queluz, no dia 27 de setembro
de 1834, aos 36 anos.
117. • Foi sepultado no Panteão de São Vicente de
Fora, como simples general e não como rei,
como determinava seu testamento. Somente
em 1972, durante as comemorações dos 150
anos da Independência do Brasil, os seus
restos mortais foram transladados para o
Monumento do Ipiranga, em São Paulo.
119. • Maria Leopoldina Josefa Carolina Francisca
Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena
(22/1/1797-11/12/1826), filha de Francisco I
da Áustria e de dona Maria Isabel de Bourbon,
nasceu e cresceu em Viena, uma das mais
poderosas cortes europeias da época.
120.
121. • Ela era cunhada de Napoleão Bonaparte, bem-
educada e com bons conhecimentos em
biologia. Foi prometida pelo pai em
casamento ao herdeiro do trono do Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Dom
Pedro I.
122. • Casou-se por procuração e chegou ao Brasil
em 1817 para conhecer o marido. Adapta-se
rapidamente à nova terra, afeiçoa-se aos
costumes locais e passa a ser simpatizante da
independência do Brasil.
125. • Ela morreu quando estava grávida de seu 7º
filho. D. Pedro I estava no Rio Grande do Sul,
inspecionando as tropas na Guerra da
Cisplatina. Seus filhos foram: as meninas:
Maria da Glória, Januária, Paula Mariana e
Francisca. Os meninos: Pedro de Alcântara,
(D. Pedro II) e João Carlos, o primogênito, que
faleceu ainda menino.
128. • Em 1826, com a morte da Imperatriz
Leopoldina, Dom Pedro I precisou casar-se
novamente e incumbiu o Marquês de
Barbacena encontrar uma esposa nos Reinos
europeus, observando: nascimento, beleza,
virtude e cultura.
129. • A Princesa Amélia de Leuchtenberg era
reconhecida por todos estes requisitos, além
da refinada educação e dos mais belos
modos. O jornal London Times, na época do
casamento, publicou que ela era umas das
Princesas mais bem educadas e preparadas da
Alemanha.
130. • Amélia Augusta Eugênia Napoleona de
Beauharnais nasceu em Milão, em 31 de julho
de 1812; era Princesa de Leuchtenberg, a
quarta filha do General Augusto Beauharnais e
da Princesa Augusta da Baviera.
132. • Dona Amélia chegou a Brasil em 15 de
outubro de 1829. A delicadeza de modos e
educação da noiva deixou a todos com muito
boas impressões. Dona Amélia compareceu às
cerimônias com um fino vestido branco e um
manto bordado em prata que lhe serviam
para reforçar sua beleza.
133.
134.
135. • Os anos que se seguiram no Brasil, pouco mais
de 2, foram de intenso trabalho para a
Imperatriz. Dona Leopoldina havia falecido e o
palácio se encontrava sobre as ordens das
damas da Corte, não possuindo o brilho e a
pompa de antes.
136. • Os pequenos Príncipes estavam sendo
educados sem a participação do pai, muito
ocupado como Imperador do Brasil. Dona
Amélia foi responsável por modernizar, trazer
a pompa e a circunstância próprias a um
Palácio Imperial à Quinta da Boa Vista.
137.
138. • Quanto as crianças, Dona Amélia as tratou
como verdadeira mãe, cumprindo seu
valoroso papel, cuidando pessoalmente da
educação das Princesas. O ambiente familiar
voltou a Quinta.
139. • Em 1831, Dom Pedro I abdicou o Trono em
favor de seu filho, o futuro Imperador Dom
Pedro II. A Imperatriz Dona Amélia seguiu com
o marido para a Europa, onde ele guerreou
contra seu irmão Dom Miguel.
140. • Em Paris Dona Amélia deu a luz a Princesa
Maria Amélia e, também educou a Princesa
Maria da Glória até que fosse coroada Rainha
de Portugal.
142. • De 1834 em diante, ou seja, até a data de sua
morte, Dona Amélia dedicou-se a caridade e
as orações. Ela faleceu em 26 de janeiro de
1876, deixando ordens em seu testamento de
que todos os documentos e objetos
referentes ao Brasil fossem enviados de volta
para cá.
143. • Dona Amélia foi sepultada em São Vicente de
Fora, de onde foi transladada para o Brasil em
1982, estando atualmente sepultada na
Capela Imperial do Monumento a
Independência, em São Paulo.
145. • Do relacionamento extraconjugal de D. Pedro
I com Domitila de Castro Canto e Melo, a
quem ele deu o título de Marquesa de Santos,
nasceram cinco filhos, mas somente duas
meninas sobreviveram: Isabel Maria de
Alcântara Brasileira, e Maria Isabel 2ª de
Alcântara Brasileira.
152. • Em 2012, foi feita a exumação dos corpos de
D. Pedro e de suas esposas: Leopoldina e
Amélia.
153. • Na autópsia descobriram que: Dom Pedro I
fraturou quatro costelas, do lado esquerdo, o
que pode ter prejudicado um de seus pulmões
e agravado o quadro de tuberculose que o
levou à morte, em 1834.
154. • A exumação também revelou que os trajes
com os quais Dona Leopoldina foi enterrada
eram os mesmos em que ela foi retratada
algumas vezes, repleto de bordados em fios
de prata. E que ela nunca fraturou nenhum
osso.
155. • A maior surpresa, porém, veio quando o caixão de
Dona Amélia foi aberto. Diferente dos restos mortais
de Dom Pedro I e de Dona Leopoldina, seu corpo
estava mumificado, preservando inclusive cílios e
cabelos.
156. • Depois das pesquisas, os corpos receberam
uma limpeza e foram devolvidos à cripta do
Parque da Independência, no Ipiranga . O
próximo passo é encontrar formas de
preservá-los da ação do tempo e utilizá-los,
ainda mais, em prol da ciência.