SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  65
O Império Bizantino
• No século IV o Império Romano dava sinais claros da
queda de seu poder no ocidente, principalmente em
função da invasão dos bárbaros (povos germânicos)
através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador
Constantino transferiu a capital do Império Romano
para a cidade de Bizâncio, em 330, que passou a ser
chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo
tempo em que significava a queda do poder no
ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização
de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar
Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato
que favoreceu enormemente a restauração da cidade,
transformando-a em uma Nova Roma.
• Como população teve a concentração dos
Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-
se três importantes durante todo império:
Constantino (fundador de Constantinopla);
Teodósio (que dividiu o império Romano em
Império Romano do Ocidente, com a capital
em Roma; e Império Romano do Oriente, com
a capital em Constantinopla) e, Justiniano.
O Imperador Justiniano:
O Reinado de Justiniano:
• O auge deste império foi atingido durante o
reinado do imperador Justiniano (527-565);
ele era macedônio filho de camponeses,
sobrinho do general Justino, que havia se
tornado imperador através de um golpe
militar. Justiniano casou com uma atriz,
Teodora, que exerceu decisiva influência
sobre a administração, orientando muitas
decisões do marido.
• Justiniano conservou ou restabeleceu os
quadros administrativos romanos em todo o
Império. O Direito Romano foi revisado e
atualizado, para fortalecer juridicamente as
bases do poder imperial e dotar o Estado de
um sistema jurídico eficiente. O resultado
desse trabalho é conhecido pela denominação
de Corpus Juris Civilis, compreendendo quatro
partes:
• _ O Código de Justiniano (Novus Justinianus
Codex), que continha toda a legislação
romana revisada desde o Imperador Adriano
• _ ODigesto ou Pandectas, que incluía um
sumário da jurisprudência romana;
• _ As Institutos, que constituíam um resumo
para ser utilizado pelos estudiosos de Direito;
• _ As Novelas ou Autênticas, que reuniam as
novas leis de Justiniano.
• A importância do Corpus Juris Civilis pode ser
assim avaliada: “Foi neste Corpus Juris Civilis,
obra-prima do Direito Romano, que os legistas
da Idade Média e dos Tempos Modernos
estudaram esta ciência, e foi também ele que
serviu de base aos nossos códigos atuais.”
• Justiniano mandou fazer várias construções
públicas, atendendo a objetivos militares –
centenas de fortificações (fortalezas e
castelos) foram erguidos para melhor guardar
as fronteiras - e políticos - evidenciar o poder
imperial mediante obras monumentais como
a Basílica de Santa Sofia - constituiu aspecto
marcante do período.
Igreja de Santa Sofia:
• A Corte imperial tornou-se mais requintada,
subordinando-se à rígida etiqueta perante o
Imperador que era chamado de Basileus:
considerado o representante de Deus na
Terra, seus poderes eram concebidos como de
origem divina e todos deviam-lhe irrestrita
obediência.
A Imperatriz Teodora:
• O caráter teocrático da Monarquia ficava claro
nas representações da figura do Imperador em
pinturas, vitrais e outras obras de arte : a cabeça
imperial era rodeada de um halo, semelhante às
imagens de santos. Utilizando-se de poderosa
frota de guerra e de numerosos exércitos, o
imperador Justiniano empreendeu diversas
campanhas militares no Mediterrâneo Ocidental,
onde conquistou o Reino Vândalo (África do
Norte), o Reino Ostrogodo (Península Italiana) e a
região sudeste do Reino Visigodo (Península
Ibérica).
As conquistas militares de Justiniano:
• Gastos militares forçaram a elevação dos impostos. A
população de Constantinopla odiava os cobradores de
impostos. Em 532 explodiu a revolta Nika ( do grego
nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e
Azuis, os dois principais partidos políticos e esportivos
que concorriam no hipódromo, rebelaram-se,
instigados por aristocratas legimistas (partidários da
dinastia legítima, já que Justiniano fora posto no trono
pelo tio, usurpador do poder). A firmeza de Teodora e
a intervenção do general Belisário salvaram Justiniano.
Os revoltosos foram cercados e mortos no hipódromo.
• Justiniano procurou reconstruir todo o Império.
Estabeleceu "paz perpétua" com os persas e conteve o
avanço búlgaro. Então, iniciou as guerras de conquista no
Ocidente.
Belisário reconquistou a África, trabalho facilitado pelas
disputas entre arianismo e cristianismo que atingiam os
vândalos. Houve problemas maiores na Itália. Os
ostrogodos a dominavam haviam tempos, até com apoio
de imperadores romanos do Oriente. Justiniano de novo se
impôs à custa da divisão, agora entre os sucessores de
Teodorico, fundador do Reino Ostrogodo na Itália. Em 524,
os bizantinos conquistaram a Espanha meridional aos
visigodos.
• A reconstrução durou pouco. Os lombardos,
povos germânicos que Justiniano tinha
estabelecido Polônia, ocuparam o norte da Itália.
África e Espanha cairiam nas mãos dos árabes,
que anexariam também Egito, Palestino, Síria e
Mesopotâmia.
Outros problemas sobrevieram. A falta de
dinheiro atrasava o salário dos soldados. Pestes e
ataques bárbaros faziam aumentar o poder dos
proprietários, pois o governo era incapaz de
garantir a segurança.
• Constantinopla, cansada de impostos e autoritarismo,
recebeu a morte de Justiniano com júbilo. Mas as
dificuldades cresceram nos séculos seguintes. Árabes e
búlgaros intensificaram as tentativas de entrar no
Império, que se viu às voltas com uma disputa
religiosa, o Movimento Iconoclasta, isto é, destruidor
de imagens (ícones). O imperador queria obrigar o
povo a adorar só a Deus, que não podia ser
representado através de imagem. O Império Bizantino
se orientalizou, até abandonou o latim em favor do
grego. No século XI, declinou mas se recuperou;
sobreviveria até o fim da Idade Média.
A cultura bizantina:
• A posição geográfica favoreceu o desenvolvimento
comercial e industrial de Constantinopla, que possuía
numerosas manufaturas, como as da seda. A maior
realização cultural de Justiniano foi a igreja de Santa
Sofia, simples por fora, suntuosa por dentro: a cúpula
apoiada em colunas, terminadas em capitéis ricamente
trabalhados. Artistas revestiram-na de mosaicos azul e
verde sobre fundo negro, com figuras geométricas ou
animais e, destacadas, cenas do Evangelho e a imagem
de Cristo.
• Ravena, sede bizantina na Itália, era um dos
centros produtores de belíssimos mosaicos. A
arte bizantina combinava o luxo e a
exuberância orientais com o equilíbrio e a
sobriedade dos romanos. Sua mais alta
expressão está nas igrejas, inspiradas na
arquitetura persa, coroadas de majestosas
cúpulas, distintas do estilo das basílicas
romanas.
A Religião:
• A religião foi fundamental para a manutenção
do Império Bizantino, pois as doutrinas
dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da
sociedade romana. O cristianismo ocupava um
lugar de destaque na vida dos bizantinos e
podia ser observado, inclusive, nas mais
diferentes manifestações artísticas. As
catedrais e os mosaicos bizantino estão entre
as obras de arte e arquitetura mais belos do
mundo.
• Os monges, além de ganhar muito dinheiro
com a venda de ícones (imagens), também
tinham forte poder de manipulação sobre
sociedade. Entretanto, incomodado com este
poder, o governo proibiu a veneração de
imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e
decretou pena de morte a todos aqueles que
as adorassem. Esta guerra contra as imagens
ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
• Nas questões religiosas, as heresias foram: o arianismo
que negava a Santíssima Trindade; o monofisismo, que
negava a natureza humana de Cristo, afirmando que
Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi
difundido nas províncias do Império Bizantino e
acabou identificada com aspirações de independência
por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no
tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de
imagens e a proibição das mesmas nos templos.
• Durante o período que ficou conhecido por Cisma do
Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja
divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
A Sociedade bizantina:
• A sociedade bizantina era totalmente
hierarquizada. No topo da sociedade
encontrava-se o imperador e sua família. Logo
abaixo vinha a nobreza formada pelos
assessores do rei. Abaixo destes estava o alto
clero. A elite era composta por ricos
fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas
artesanais.
• Uma camada média da sociedade era formada
por pequenos agricultores, trabalhadores das
oficinas de artesanato e pelo baixo claro.
Grande parte da população era formada por
pobres camponeses que trabalhavam muito,
ganhavam pouco e pagavam altas taxas de
impostos.
A Arte Bizantina:
• A arte bizantina está voltada para a religião; ao
clero cabia, além das suas funções, organizar
também as artes, tornando os artistas meros
executores.O regime era teocrático e o
imperador possuía poderes administrativos e
espirituais; era o representante de Deus, tanto
que se convencionou representá-lo com uma
auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um
mosaico onde esteja juntamente com a esposa,
ao lado da Virgem Maria e do Menino Jesus.
• O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se
destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas
instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos
profetas e dos vários imperadores.Plasticamente, o
mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos
romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e
seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles,
por exemplo, as pessoas são representadas de frente e
verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva
e o volume são ignorados e o dourado é muito utilizado
devido à associação com maior bem existente na terra: o
ouro.
Mosaicos:
Mosaico em vidro:
• A arquitetura das igrejas foi a que recebeu
maior atenção da arte bizantina, elas eram
planejadas sobre uma base circular, octogonal
ou quadrada imensas cúpulas, criando-se
prédios enormes e espaçosos totalmente
decorados.
Igreja de São Vital:
Igreja de Santa Sofia:
Santa Sofia – lateral:
Santa Sofia – interior:
• Toda essa atração por decoração aliada a
prevenção que os cristãos tinham contra as
estátuas que lembravam o paganismo
romano, afasta o gosto pela forma e
consequentemente a escultura não teve tanto
destaque neste período.O que se encontra
restringe-se a baixos relevos acoplados à
decoração.
• A arte bizantina teve seu grande apogeu no
século VI, durante o reinado do Imperador
Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um
período de crise chamado de
Iconoclastia.Constituía na destruição de
qualquer imagem santa devido ao conflito
entre os imperadores e o clero.
• A arte bizantina não se extinguiu em 1453,
pois, durante a segunda metade do século XV
e boa parte do século XVI, a arte daquelas
regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega
permaneceu dentro da arte bizantina.E essa
arte ultrapassou os limites territoriais do
império, penetrando, por exemplo, nos países
eslavos.
Crise e Tomada de Constantinopla:
• Após a morte de Justiniano, o Império
Bizantino ficou a mercê de diversas invasões,
e, a partir daí, deu-se início a queda de
Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o
império foi divido entre diferentes reis
feudais. Constantinopla teve sua queda
definitiva no ano de 1453, após ser tomada
pelos turcos.
Cerco a Constantinopla:
Tomada de Constantinopla:
Atualidade:
• Atualmente, Constantinopla é conhecida
como Istambul e pertence à Turquia. Apesar
de um passado turbulento, seu centro
histórico encanta e impressiona muitos
turistas devido à riquíssima variedade cultural
que dá mostras dos diferentes povos e
culturas que por lá passaram.
Istambul:
O Império Bizantino: a arte, cultura e sociedade

Contenu connexe

Tendances (20)

Império Bizantino
Império BizantinoImpério Bizantino
Império Bizantino
 
O Império Romano do Oriente (Império Bizantino) (2017) - 7º Ano
O Império Romano do Oriente (Império Bizantino) (2017) - 7º AnoO Império Romano do Oriente (Império Bizantino) (2017) - 7º Ano
O Império Romano do Oriente (Império Bizantino) (2017) - 7º Ano
 
Capítulo 2 primeiro colegial
Capítulo 2 primeiro colegialCapítulo 2 primeiro colegial
Capítulo 2 primeiro colegial
 
O Império Bizantino
O Império BizantinoO Império Bizantino
O Império Bizantino
 
Revisão do conteúdo do 7º ano.
Revisão do conteúdo do 7º ano.Revisão do conteúdo do 7º ano.
Revisão do conteúdo do 7º ano.
 
Slides bizantinos 1º. ano
Slides bizantinos    1º. anoSlides bizantinos    1º. ano
Slides bizantinos 1º. ano
 
Império bizantino
Império bizantinoImpério bizantino
Império bizantino
 
16.a.bizantino
16.a.bizantino16.a.bizantino
16.a.bizantino
 
Império bizantino
Império bizantinoImpério bizantino
Império bizantino
 
Império bizantino
Império bizantinoImpério bizantino
Império bizantino
 
Império Bizantino
Império Bizantino Império Bizantino
Império Bizantino
 
Império bizantino
Império bizantinoImpério bizantino
Império bizantino
 
Bizantinos e carolíngios
Bizantinos e carolíngiosBizantinos e carolíngios
Bizantinos e carolíngios
 
UFCD - CP4 - Processos Identitários
UFCD - CP4 - Processos IdentitáriosUFCD - CP4 - Processos Identitários
UFCD - CP4 - Processos Identitários
 
1° ano - Bizantinos
1° ano - Bizantinos1° ano - Bizantinos
1° ano - Bizantinos
 
O Império Bizantino - Prof. Medeiros
O Império Bizantino - Prof. MedeirosO Império Bizantino - Prof. Medeiros
O Império Bizantino - Prof. Medeiros
 
Bizantinos bárbaros - árabes - 3º Ano
Bizantinos   bárbaros - árabes - 3º AnoBizantinos   bárbaros - árabes - 3º Ano
Bizantinos bárbaros - árabes - 3º Ano
 
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 20151º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
 
Bizantinos
BizantinosBizantinos
Bizantinos
 
Império Bizantino
Império BizantinoImpério Bizantino
Império Bizantino
 

Similaire à O Império Bizantino: a arte, cultura e sociedade

O império bizantino
O império bizantinoO império bizantino
O império bizantinohistoriando
 
Constantinopla artes.pptx
Constantinopla artes.pptxConstantinopla artes.pptx
Constantinopla artes.pptxssuser0d0c5a
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15Raquel Avila
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15Raquel Avila
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15Raquel Avila
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroAna Barreiros
 
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01Enfª Luciana
 
Império Bizantino e Carolingeo
Império Bizantino e CarolingeoImpério Bizantino e Carolingeo
Império Bizantino e CarolingeoLú Carvalho
 
Arte cristã primitiva e arte bizantina
Arte cristã primitiva e arte bizantinaArte cristã primitiva e arte bizantina
Arte cristã primitiva e arte bizantinaCristiane Seibt
 
Arte na idade média
Arte na idade médiaArte na idade média
Arte na idade médiaJadisson Vaz
 
Historia7e8ano
Historia7e8anoHistoria7e8ano
Historia7e8anoDiogo Dias
 

Similaire à O Império Bizantino: a arte, cultura e sociedade (20)

O império bizantino
O império bizantinoO império bizantino
O império bizantino
 
Constantinopla artes.pptx
Constantinopla artes.pptxConstantinopla artes.pptx
Constantinopla artes.pptx
 
A cultura do mosteiro 10º ano
A cultura do mosteiro 10º anoA cultura do mosteiro 10º ano
A cultura do mosteiro 10º ano
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15
 
6o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 156o. ano.revisão do capítulo 15
6o. ano.revisão do capítulo 15
 
Pré barra bizantino
Pré barra bizantinoPré barra bizantino
Pré barra bizantino
 
Idade média oriental
Idade média orientalIdade média oriental
Idade média oriental
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
 
Feudalismo
FeudalismoFeudalismo
Feudalismo
 
Arte bizantina
Arte bizantinaArte bizantina
Arte bizantina
 
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01
Civilizac3a7c3a3o bizantina-r01
 
Arte Bizantina
Arte BizantinaArte Bizantina
Arte Bizantina
 
Império Bizantino e Carolingeo
Império Bizantino e CarolingeoImpério Bizantino e Carolingeo
Império Bizantino e Carolingeo
 
3° ano EM - Bizantinos e Francos.
3° ano EM - Bizantinos e Francos.3° ano EM - Bizantinos e Francos.
3° ano EM - Bizantinos e Francos.
 
Arte cristã primitiva e arte bizantina
Arte cristã primitiva e arte bizantinaArte cristã primitiva e arte bizantina
Arte cristã primitiva e arte bizantina
 
Imperio bizantino 3_ano
Imperio bizantino 3_anoImperio bizantino 3_ano
Imperio bizantino 3_ano
 
Arte na idade média
Arte na idade médiaArte na idade média
Arte na idade média
 
Historia7e8ano
Historia7e8anoHistoria7e8ano
Historia7e8ano
 
A idade media francisco
A idade media   franciscoA idade media   francisco
A idade media francisco
 

Plus de Nelia Salles Nantes

A ditadura militar no brasil 2017
A ditadura militar no brasil   2017A ditadura militar no brasil   2017
A ditadura militar no brasil 2017Nelia Salles Nantes
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilNelia Salles Nantes
 
2 guerra japão e estados unidos - 2017
2 guerra   japão e estados unidos - 20172 guerra   japão e estados unidos - 2017
2 guerra japão e estados unidos - 2017Nelia Salles Nantes
 
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -20172ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017Nelia Salles Nantes
 
2ª guerra áfrica italia e alemanha
2ª guerra    áfrica italia e alemanha2ª guerra    áfrica italia e alemanha
2ª guerra áfrica italia e alemanhaNelia Salles Nantes
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilNelia Salles Nantes
 
Os regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaOs regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaNelia Salles Nantes
 
A crise de 1929 e o new deal 2017
A crise de 1929 e o new deal   2017A crise de 1929 e o new deal   2017
A crise de 1929 e o new deal 2017Nelia Salles Nantes
 

Plus de Nelia Salles Nantes (20)

A ditadura militar no brasil 2017
A ditadura militar no brasil   2017A ditadura militar no brasil   2017
A ditadura militar no brasil 2017
 
O período regencial 2017
O período regencial   2017O período regencial   2017
O período regencial 2017
 
Brasil 1945 1964 -
Brasil 1945   1964 -Brasil 1945   1964 -
Brasil 1945 1964 -
 
O 1º reinado
O 1º reinadoO 1º reinado
O 1º reinado
 
A independência do brasil
A independência do brasilA independência do brasil
A independência do brasil
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasil
 
2 guerra japão e estados unidos - 2017
2 guerra   japão e estados unidos - 20172 guerra   japão e estados unidos - 2017
2 guerra japão e estados unidos - 2017
 
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -20172ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
 
2ª guerra 1942 a 1945 imagens
2ª guerra 1942 a 1945   imagens2ª guerra 1942 a 1945   imagens
2ª guerra 1942 a 1945 imagens
 
2ª guerra áfrica italia e alemanha
2ª guerra    áfrica italia e alemanha2ª guerra    áfrica italia e alemanha
2ª guerra áfrica italia e alemanha
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasil
 
A 2ª guerra mundial 2017
A 2ª guerra mundial   2017A 2ª guerra mundial   2017
A 2ª guerra mundial 2017
 
A era napoleônica 2017
A era napoleônica   2017A era napoleônica   2017
A era napoleônica 2017
 
A era napoleônica 2017
A era napoleônica   2017A era napoleônica   2017
A era napoleônica 2017
 
A revolução francesa
A revolução francesaA revolução francesa
A revolução francesa
 
Os regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaOs regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europa
 
A crise de 1929 e o new deal 2017
A crise de 1929 e o new deal   2017A crise de 1929 e o new deal   2017
A crise de 1929 e o new deal 2017
 
O despotismo esclarecido 2017
O despotismo esclarecido   2017O despotismo esclarecido   2017
O despotismo esclarecido 2017
 
O iluminismo 2017
O iluminismo   2017O iluminismo   2017
O iluminismo 2017
 
A república velha 2017
A república velha   2017A república velha   2017
A república velha 2017
 

O Império Bizantino: a arte, cultura e sociedade

  • 2.
  • 3.
  • 4. • No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade de Bizâncio, em 330, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma Nova Roma.
  • 5. • Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando- se três importantes durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (que dividiu o império Romano em Império Romano do Ocidente, com a capital em Roma; e Império Romano do Oriente, com a capital em Constantinopla) e, Justiniano.
  • 7. O Reinado de Justiniano: • O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565); ele era macedônio filho de camponeses, sobrinho do general Justino, que havia se tornado imperador através de um golpe militar. Justiniano casou com uma atriz, Teodora, que exerceu decisiva influência sobre a administração, orientando muitas decisões do marido.
  • 8. • Justiniano conservou ou restabeleceu os quadros administrativos romanos em todo o Império. O Direito Romano foi revisado e atualizado, para fortalecer juridicamente as bases do poder imperial e dotar o Estado de um sistema jurídico eficiente. O resultado desse trabalho é conhecido pela denominação de Corpus Juris Civilis, compreendendo quatro partes:
  • 9. • _ O Código de Justiniano (Novus Justinianus Codex), que continha toda a legislação romana revisada desde o Imperador Adriano • _ ODigesto ou Pandectas, que incluía um sumário da jurisprudência romana; • _ As Institutos, que constituíam um resumo para ser utilizado pelos estudiosos de Direito; • _ As Novelas ou Autênticas, que reuniam as novas leis de Justiniano.
  • 10. • A importância do Corpus Juris Civilis pode ser assim avaliada: “Foi neste Corpus Juris Civilis, obra-prima do Direito Romano, que os legistas da Idade Média e dos Tempos Modernos estudaram esta ciência, e foi também ele que serviu de base aos nossos códigos atuais.”
  • 11. • Justiniano mandou fazer várias construções públicas, atendendo a objetivos militares – centenas de fortificações (fortalezas e castelos) foram erguidos para melhor guardar as fronteiras - e políticos - evidenciar o poder imperial mediante obras monumentais como a Basílica de Santa Sofia - constituiu aspecto marcante do período.
  • 12. Igreja de Santa Sofia:
  • 13.
  • 14. • A Corte imperial tornou-se mais requintada, subordinando-se à rígida etiqueta perante o Imperador que era chamado de Basileus: considerado o representante de Deus na Terra, seus poderes eram concebidos como de origem divina e todos deviam-lhe irrestrita obediência.
  • 16.
  • 17. • O caráter teocrático da Monarquia ficava claro nas representações da figura do Imperador em pinturas, vitrais e outras obras de arte : a cabeça imperial era rodeada de um halo, semelhante às imagens de santos. Utilizando-se de poderosa frota de guerra e de numerosos exércitos, o imperador Justiniano empreendeu diversas campanhas militares no Mediterrâneo Ocidental, onde conquistou o Reino Vândalo (África do Norte), o Reino Ostrogodo (Península Italiana) e a região sudeste do Reino Visigodo (Península Ibérica).
  • 18. As conquistas militares de Justiniano:
  • 19. • Gastos militares forçaram a elevação dos impostos. A população de Constantinopla odiava os cobradores de impostos. Em 532 explodiu a revolta Nika ( do grego nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e Azuis, os dois principais partidos políticos e esportivos que concorriam no hipódromo, rebelaram-se, instigados por aristocratas legimistas (partidários da dinastia legítima, já que Justiniano fora posto no trono pelo tio, usurpador do poder). A firmeza de Teodora e a intervenção do general Belisário salvaram Justiniano. Os revoltosos foram cercados e mortos no hipódromo.
  • 20. • Justiniano procurou reconstruir todo o Império. Estabeleceu "paz perpétua" com os persas e conteve o avanço búlgaro. Então, iniciou as guerras de conquista no Ocidente. Belisário reconquistou a África, trabalho facilitado pelas disputas entre arianismo e cristianismo que atingiam os vândalos. Houve problemas maiores na Itália. Os ostrogodos a dominavam haviam tempos, até com apoio de imperadores romanos do Oriente. Justiniano de novo se impôs à custa da divisão, agora entre os sucessores de Teodorico, fundador do Reino Ostrogodo na Itália. Em 524, os bizantinos conquistaram a Espanha meridional aos visigodos.
  • 21. • A reconstrução durou pouco. Os lombardos, povos germânicos que Justiniano tinha estabelecido Polônia, ocuparam o norte da Itália. África e Espanha cairiam nas mãos dos árabes, que anexariam também Egito, Palestino, Síria e Mesopotâmia. Outros problemas sobrevieram. A falta de dinheiro atrasava o salário dos soldados. Pestes e ataques bárbaros faziam aumentar o poder dos proprietários, pois o governo era incapaz de garantir a segurança.
  • 22. • Constantinopla, cansada de impostos e autoritarismo, recebeu a morte de Justiniano com júbilo. Mas as dificuldades cresceram nos séculos seguintes. Árabes e búlgaros intensificaram as tentativas de entrar no Império, que se viu às voltas com uma disputa religiosa, o Movimento Iconoclasta, isto é, destruidor de imagens (ícones). O imperador queria obrigar o povo a adorar só a Deus, que não podia ser representado através de imagem. O Império Bizantino se orientalizou, até abandonou o latim em favor do grego. No século XI, declinou mas se recuperou; sobreviveria até o fim da Idade Média.
  • 23. A cultura bizantina: • A posição geográfica favoreceu o desenvolvimento comercial e industrial de Constantinopla, que possuía numerosas manufaturas, como as da seda. A maior realização cultural de Justiniano foi a igreja de Santa Sofia, simples por fora, suntuosa por dentro: a cúpula apoiada em colunas, terminadas em capitéis ricamente trabalhados. Artistas revestiram-na de mosaicos azul e verde sobre fundo negro, com figuras geométricas ou animais e, destacadas, cenas do Evangelho e a imagem de Cristo.
  • 24. • Ravena, sede bizantina na Itália, era um dos centros produtores de belíssimos mosaicos. A arte bizantina combinava o luxo e a exuberância orientais com o equilíbrio e a sobriedade dos romanos. Sua mais alta expressão está nas igrejas, inspiradas na arquitetura persa, coroadas de majestosas cúpulas, distintas do estilo das basílicas romanas.
  • 25. A Religião: • A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo.
  • 26. • Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones (imagens), também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
  • 27. • Nas questões religiosas, as heresias foram: o arianismo que negava a Santíssima Trindade; o monofisismo, que negava a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos. • Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
  • 28. A Sociedade bizantina: • A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais.
  • 29. • Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.
  • 30. A Arte Bizantina: • A arte bizantina está voltada para a religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ao lado da Virgem Maria e do Menino Jesus.
  • 31. • O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores.Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é muito utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36.
  • 37.
  • 38.
  • 39.
  • 40.
  • 42. • A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
  • 43.
  • 44.
  • 45. Igreja de São Vital:
  • 46.
  • 47.
  • 48.
  • 49.
  • 50.
  • 51. Igreja de Santa Sofia:
  • 52. Santa Sofia – lateral:
  • 53. Santa Sofia – interior:
  • 54.
  • 55. • Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra as estátuas que lembravam o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e consequentemente a escultura não teve tanto destaque neste período.O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
  • 56. • A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia.Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.
  • 57. • A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina.E essa arte ultrapassou os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.
  • 58. Crise e Tomada de Constantinopla: • Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes reis feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos.
  • 61.
  • 62.
  • 63. Atualidade: • Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.