SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  40
Os negros no Brasil Colônia:
O Tráfico Negreiro:
• O tráfico negreiro durante mais de três
  séculos resultou em grandes lucros para o
  território brasileiro, além de ter trazido ao
  Brasil aproximadamente três milhões de
  escravos. Em território africano esses negros
  funcionavam como uma moeda de troca
  como, por exemplo, trocava-se um negro por
  aguardente de cana, espelhos, rolos de fumo,
  entre outros.
• Quando adquirido, o negro era marcado a
  ferro em brasa, e acorrentados e
  encaminhados aos presídios da costa africana,
  onde esperavam os navios negreiros. Esses
  negros eram transportados de forma sub-
  humana, amontoados nos porões dos navios,
  etc., tudo isso gerava um alto índice de
  mortalidade entre os negros no decorrer da
  viagem.
• Quando chegavam ao território brasileiro eram
  comercializados nos mercados da Bahia, do Rio de
  Janeiro, do Maranhão e do Pernambuco, onde iam
  trabalhar na lavoura, mineração, pecuária ou em
  trabalhos domésticos. Toda a economia da colônia e
  do Império dependia quase que somente do
  trabalho realizado pelos escravos africanos. Sendo
  graças ao trabalho deles que se deu o
  desenvolvimento da monocultura canavieira,
  monocultura cafeeira e da mineração.
Resistência contra a escravidão:
• Durante todo o período de escravidão houve
  inúmeros casos de resistência dos escravos,
  pois estes tentavam conseguir a sua liberdade
  de uma forma ou de outra. Certos negros
  quando fugiam, retornavam a propriedade
  onde era submetido ao trabalho escravo, e
  matavam os senhores, os familiares do
  mesmo e os capitães-do-mato.
Capitão do Mato:
Feitor de Escravos:
Senhor de Engenho:
• A violência legal e sistematicamente utilizada
  pelo branco como meio de submeter o escravo,
  gerava o medo, mas também a revolta e formas
  de resistência por parte dos escravos submetidos
  a tais castigos cruéis. A reação do escravo
  assumiu várias formas. O aborto foi
  frequentemente provocado pelas escravas para
  não verem seus filhos na mesma situação
  degradante delas e também como meio de
  prejudicar o senhor, sempre interessado no
  aumento do número de crias.
• Alguns escravos se suicidavam, pois achavam que
  essa era a única maneira de obter sua liberdade.
  No entanto uma das formas mais expressivas de
  resistência contra a escravidão foi a dos
  quilombos (aldeias constituídas por escravos
  fugitivos, os quais podiam viver ali conforme a
  sua cultura e em liberdade). Formaram-se
  inúmeros quilombos por todo o território
  brasileiro, o maior e mais resistente foi o do
  interior de Alagoas, formado no século XVII: o
  Quilombo de Palmares.
• Chegou a ter aproximadamente 20.000
  habitantes conseguindo resistir durante
  sessenta anos ao cerco colonialista, no
  entanto em 1695 foi massacrado pelas forças
  de Domingos Jorge Velho.
Zumbi dos Palmares:
Domingos Jorge Velho:
Memorial Quilombo dos Palmares:
Herança Cultural Negra e Racismo
• A contribuição cultural de escravos-negros é enorme.
  Na religião, música, dança, alimentação, língua, temos
  a influência negra, apesar da repressão que sofreram
  as suas manifestações culturais mais cotidianas.
• Nos primeiros séculos de sua existência no Brasil, os
  africanos não tiveram liberdade para praticar os seus
  cultos religiosos. No período colonial, a religião negra
  era vista como arte do Diabo; no Brasil-Império, como
  desordem pública e atentado contra a civilização.
• Os senhores toleravam os batuques religiosos
  dos escravos mais como um antídoto à
  ameaça que a sua proibição representava, do
  que por aceitação das diferenças culturais.
• Outras manifestações culturais negras
  também foram alvo da repressão. Estão neste
  caso o samba, revira, capoeira e lundú.
Lundu:
Samba:
• No Nordeste a marca africana é profunda,
  sobretudo na Bahia, em pratos como vatapá,
  caruru, efó, acarajé e bobó, com largo uso de
  azeite-de-dendê, leite de coco e pimenta. São
  ainda dessa região a carne-de-sol, o feijão-de-
  corda, o arroz-de-cuxá, as frigideiras de peixe e
  a carne-seca com abóbora, sempre
  acompanhados de muita farinha de mandioca.
  A feijoada carioca, de origem negra, é o mais
  tipicamente brasileiro dos pratos.
Vatapá:
Acarajé:
Caruru:
Bobó:
Feijoada:
• A língua portuguesa falada no Brasil recebeu
  fortes influências africanas, termos como
  batuque, moleque, benze, macumba, catinga,
  e muitos outros passaram a ser usados no
  país.

Contenu connexe

Tendances

Primeira República
Primeira RepúblicaPrimeira República
Primeira Repúblicaisameucci
 
Antigas civilizações
Antigas civilizações Antigas civilizações
Antigas civilizações Adail Silva
 
Aula 02 criacionismo e evolucionismo
Aula 02  criacionismo e evolucionismoAula 02  criacionismo e evolucionismo
Aula 02 criacionismo e evolucionismoFabiana Tonsis
 
Introdução a historia - fontes históricas
Introdução a historia - fontes históricasIntrodução a historia - fontes históricas
Introdução a historia - fontes históricasIsabel Aguiar
 
As civilizações pré colombianas
As civilizações pré colombianasAs civilizações pré colombianas
As civilizações pré colombianasAndrea Dressler
 
Pré-Historia e Mesopotâmia
 Pré-Historia e Mesopotâmia Pré-Historia e Mesopotâmia
Pré-Historia e MesopotâmiaLuis Silva
 
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)Nefer19
 
Aula fontes históricas- 6º anos
Aula fontes históricas- 6º anosAula fontes históricas- 6º anos
Aula fontes históricas- 6º anosCarlos Néri
 
Primeiros Povoadores da América
Primeiros Povoadores da AméricaPrimeiros Povoadores da América
Primeiros Povoadores da Américaedna2
 
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.Loredana Ruffo
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à históriaDaniel Alves Bronstrup
 
Brasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraBrasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraNívia Sales
 
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)A Civilização Grega - 6º Ano (2016)
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)Nefer19
 

Tendances (20)

Exercicio revolução russa
Exercicio revolução russaExercicio revolução russa
Exercicio revolução russa
 
Primeira República
Primeira RepúblicaPrimeira República
Primeira República
 
Avaliação Diagnóstica de História
Avaliação Diagnóstica de HistóriaAvaliação Diagnóstica de História
Avaliação Diagnóstica de História
 
Antigas civilizações
Antigas civilizações Antigas civilizações
Antigas civilizações
 
Aula 02 criacionismo e evolucionismo
Aula 02  criacionismo e evolucionismoAula 02  criacionismo e evolucionismo
Aula 02 criacionismo e evolucionismo
 
Introdução a historia - fontes históricas
Introdução a historia - fontes históricasIntrodução a historia - fontes históricas
Introdução a historia - fontes históricas
 
Civilização Romana
Civilização RomanaCivilização Romana
Civilização Romana
 
As civilizações pré colombianas
As civilizações pré colombianasAs civilizações pré colombianas
As civilizações pré colombianas
 
1° ano - Mesopotâmia
1° ano - Mesopotâmia1° ano - Mesopotâmia
1° ano - Mesopotâmia
 
Pré-Historia e Mesopotâmia
 Pré-Historia e Mesopotâmia Pré-Historia e Mesopotâmia
Pré-Historia e Mesopotâmia
 
Revolução Cubana
Revolução CubanaRevolução Cubana
Revolução Cubana
 
Introdução ao estudo de História
Introdução ao estudo de HistóriaIntrodução ao estudo de História
Introdução ao estudo de História
 
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)
As Grandes Navegações - 7º Ano (2016)
 
Aula fontes históricas- 6º anos
Aula fontes históricas- 6º anosAula fontes históricas- 6º anos
Aula fontes históricas- 6º anos
 
Primeiros Povoadores da América
Primeiros Povoadores da AméricaPrimeiros Povoadores da América
Primeiros Povoadores da América
 
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.
Povos indígenas, afrodescendentes e mulheres na primeira república.
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história
 
Brasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraBrasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareira
 
Pré História
Pré   História Pré   História
Pré História
 
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)A Civilização Grega - 6º Ano (2016)
A Civilização Grega - 6º Ano (2016)
 

Similaire à Os negros no brasil colônia

Similaire à Os negros no brasil colônia (20)

Os negros no brasil colônia
Os negros no brasil colôniaOs negros no brasil colônia
Os negros no brasil colônia
 
Os negros no Brasil colônia
Os negros no Brasil colôniaOs negros no Brasil colônia
Os negros no Brasil colônia
 
Os negros no brasil colônia
Os negros no brasil colôniaOs negros no brasil colônia
Os negros no brasil colônia
 
Os negros no brasil colônia
Os negros no brasil colôniaOs negros no brasil colônia
Os negros no brasil colônia
 
Escravos
EscravosEscravos
Escravos
 
lei 10.639.ppt
lei 10.639.pptlei 10.639.ppt
lei 10.639.ppt
 
_África.ppt
_África.ppt_África.ppt
_África.ppt
 
Apresentação maria dos negros
Apresentação maria dos negrosApresentação maria dos negros
Apresentação maria dos negros
 
Cultura afro
Cultura afroCultura afro
Cultura afro
 
Escravidão / Resistência
Escravidão / ResistênciaEscravidão / Resistência
Escravidão / Resistência
 
O povo brasileiro
O povo brasileiroO povo brasileiro
O povo brasileiro
 
Slide Escravidão.pptx
Slide Escravidão.pptxSlide Escravidão.pptx
Slide Escravidão.pptx
 
[nitro] mapa-mental_escravidão-no-Brasil (1).pdf
[nitro] mapa-mental_escravidão-no-Brasil (1).pdf[nitro] mapa-mental_escravidão-no-Brasil (1).pdf
[nitro] mapa-mental_escravidão-no-Brasil (1).pdf
 
Cultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileira Cultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileira
 
Cultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileiraCultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileira
 
cultura-afro-brasileira (1).ppt
cultura-afro-brasileira (1).pptcultura-afro-brasileira (1).ppt
cultura-afro-brasileira (1).ppt
 
Slide francisco
Slide franciscoSlide francisco
Slide francisco
 
0001916_Escravidão-no-Brasil.ppt
0001916_Escravidão-no-Brasil.ppt0001916_Escravidão-no-Brasil.ppt
0001916_Escravidão-no-Brasil.ppt
 
Escravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasilEscravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasil
 
2014 novo horizonte
2014   novo horizonte2014   novo horizonte
2014 novo horizonte
 

Plus de Nelia Salles Nantes

A ditadura militar no brasil 2017
A ditadura militar no brasil   2017A ditadura militar no brasil   2017
A ditadura militar no brasil 2017Nelia Salles Nantes
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilNelia Salles Nantes
 
2 guerra japão e estados unidos - 2017
2 guerra   japão e estados unidos - 20172 guerra   japão e estados unidos - 2017
2 guerra japão e estados unidos - 2017Nelia Salles Nantes
 
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -20172ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017Nelia Salles Nantes
 
2ª guerra áfrica italia e alemanha
2ª guerra    áfrica italia e alemanha2ª guerra    áfrica italia e alemanha
2ª guerra áfrica italia e alemanhaNelia Salles Nantes
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilNelia Salles Nantes
 
Os regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaOs regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaNelia Salles Nantes
 
A crise de 1929 e o new deal 2017
A crise de 1929 e o new deal   2017A crise de 1929 e o new deal   2017
A crise de 1929 e o new deal 2017Nelia Salles Nantes
 

Plus de Nelia Salles Nantes (20)

A ditadura militar no brasil 2017
A ditadura militar no brasil   2017A ditadura militar no brasil   2017
A ditadura militar no brasil 2017
 
O período regencial 2017
O período regencial   2017O período regencial   2017
O período regencial 2017
 
Brasil 1945 1964 -
Brasil 1945   1964 -Brasil 1945   1964 -
Brasil 1945 1964 -
 
O 1º reinado
O 1º reinadoO 1º reinado
O 1º reinado
 
A independência do brasil
A independência do brasilA independência do brasil
A independência do brasil
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasil
 
2 guerra japão e estados unidos - 2017
2 guerra   japão e estados unidos - 20172 guerra   japão e estados unidos - 2017
2 guerra japão e estados unidos - 2017
 
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -20172ª guerra em imagens   do dia d ao fim da guerra na europa -2017
2ª guerra em imagens do dia d ao fim da guerra na europa -2017
 
2ª guerra 1942 a 1945 imagens
2ª guerra 1942 a 1945   imagens2ª guerra 1942 a 1945   imagens
2ª guerra 1942 a 1945 imagens
 
2ª guerra áfrica italia e alemanha
2ª guerra    áfrica italia e alemanha2ª guerra    áfrica italia e alemanha
2ª guerra áfrica italia e alemanha
 
A vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasilA vinda da família real ao brasil
A vinda da família real ao brasil
 
A 2ª guerra mundial 2017
A 2ª guerra mundial   2017A 2ª guerra mundial   2017
A 2ª guerra mundial 2017
 
A era napoleônica 2017
A era napoleônica   2017A era napoleônica   2017
A era napoleônica 2017
 
A era napoleônica 2017
A era napoleônica   2017A era napoleônica   2017
A era napoleônica 2017
 
A revolução francesa
A revolução francesaA revolução francesa
A revolução francesa
 
Os regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europaOs regimes totalitários na europa
Os regimes totalitários na europa
 
A crise de 1929 e o new deal 2017
A crise de 1929 e o new deal   2017A crise de 1929 e o new deal   2017
A crise de 1929 e o new deal 2017
 
O despotismo esclarecido 2017
O despotismo esclarecido   2017O despotismo esclarecido   2017
O despotismo esclarecido 2017
 
O iluminismo 2017
O iluminismo   2017O iluminismo   2017
O iluminismo 2017
 
A república velha 2017
A república velha   2017A república velha   2017
A república velha 2017
 

Os negros no brasil colônia

  • 1. Os negros no Brasil Colônia:
  • 2. O Tráfico Negreiro: • O tráfico negreiro durante mais de três séculos resultou em grandes lucros para o território brasileiro, além de ter trazido ao Brasil aproximadamente três milhões de escravos. Em território africano esses negros funcionavam como uma moeda de troca como, por exemplo, trocava-se um negro por aguardente de cana, espelhos, rolos de fumo, entre outros.
  • 3.
  • 4.
  • 5. • Quando adquirido, o negro era marcado a ferro em brasa, e acorrentados e encaminhados aos presídios da costa africana, onde esperavam os navios negreiros. Esses negros eram transportados de forma sub- humana, amontoados nos porões dos navios, etc., tudo isso gerava um alto índice de mortalidade entre os negros no decorrer da viagem.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10. • Quando chegavam ao território brasileiro eram comercializados nos mercados da Bahia, do Rio de Janeiro, do Maranhão e do Pernambuco, onde iam trabalhar na lavoura, mineração, pecuária ou em trabalhos domésticos. Toda a economia da colônia e do Império dependia quase que somente do trabalho realizado pelos escravos africanos. Sendo graças ao trabalho deles que se deu o desenvolvimento da monocultura canavieira, monocultura cafeeira e da mineração.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17. Resistência contra a escravidão: • Durante todo o período de escravidão houve inúmeros casos de resistência dos escravos, pois estes tentavam conseguir a sua liberdade de uma forma ou de outra. Certos negros quando fugiam, retornavam a propriedade onde era submetido ao trabalho escravo, e matavam os senhores, os familiares do mesmo e os capitães-do-mato.
  • 21. • A violência legal e sistematicamente utilizada pelo branco como meio de submeter o escravo, gerava o medo, mas também a revolta e formas de resistência por parte dos escravos submetidos a tais castigos cruéis. A reação do escravo assumiu várias formas. O aborto foi frequentemente provocado pelas escravas para não verem seus filhos na mesma situação degradante delas e também como meio de prejudicar o senhor, sempre interessado no aumento do número de crias.
  • 22. • Alguns escravos se suicidavam, pois achavam que essa era a única maneira de obter sua liberdade. No entanto uma das formas mais expressivas de resistência contra a escravidão foi a dos quilombos (aldeias constituídas por escravos fugitivos, os quais podiam viver ali conforme a sua cultura e em liberdade). Formaram-se inúmeros quilombos por todo o território brasileiro, o maior e mais resistente foi o do interior de Alagoas, formado no século XVII: o Quilombo de Palmares.
  • 23.
  • 24.
  • 25. • Chegou a ter aproximadamente 20.000 habitantes conseguindo resistir durante sessenta anos ao cerco colonialista, no entanto em 1695 foi massacrado pelas forças de Domingos Jorge Velho.
  • 29. Herança Cultural Negra e Racismo • A contribuição cultural de escravos-negros é enorme. Na religião, música, dança, alimentação, língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas manifestações culturais mais cotidianas. • Nos primeiros séculos de sua existência no Brasil, os africanos não tiveram liberdade para praticar os seus cultos religiosos. No período colonial, a religião negra era vista como arte do Diabo; no Brasil-Império, como desordem pública e atentado contra a civilização.
  • 30. • Os senhores toleravam os batuques religiosos dos escravos mais como um antídoto à ameaça que a sua proibição representava, do que por aceitação das diferenças culturais. • Outras manifestações culturais negras também foram alvo da repressão. Estão neste caso o samba, revira, capoeira e lundú.
  • 31.
  • 34. • No Nordeste a marca africana é profunda, sobretudo na Bahia, em pratos como vatapá, caruru, efó, acarajé e bobó, com largo uso de azeite-de-dendê, leite de coco e pimenta. São ainda dessa região a carne-de-sol, o feijão-de- corda, o arroz-de-cuxá, as frigideiras de peixe e a carne-seca com abóbora, sempre acompanhados de muita farinha de mandioca. A feijoada carioca, de origem negra, é o mais tipicamente brasileiro dos pratos.
  • 40. • A língua portuguesa falada no Brasil recebeu fortes influências africanas, termos como batuque, moleque, benze, macumba, catinga, e muitos outros passaram a ser usados no país.