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Atividade Econômica: educação continuada, permanente e aprendizagem profissional 
Diretora: Maura Moura Dortas Savioli 
Empresa fundada em janeiro de 1998 
ANO XVII – Av. Mato Grosso, 88 – Centro – Campo Grande – Mato Grosso do Sul 
Fone/fax: (67) 3324 - 5388 
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NOÇÕES DE ECONOMIA 
MATERIAL CONTENDO 
TEORIA E QUESTÕES 
PROFESSOR: Roberto Monteiro 
Equipe Técnica: 
Arlindo Pionti 
John Santhiago 
Johni Santhiago 
Mariane Reis 
AGENTE - PF - 2014 
Aluno(a): ______________________________________________________________________ 
Período: _______________________________ Fone: __________________________________
SUMÁRIO 
1. MICROECONOMIA ............................................................................................................................................. 07 
1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................. 08 
1.1.1) MERCADO ............................................................................................................................................................................................ 08 
1.1.2) PROCURA ............................................................................................................................................................................................ 08 
1.1.3) OFERTA ................................................................................................................................................................................................ 10 
1.1.4) ELASTICIDADE .................................................................................................................................................................................... 20 
1.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA SÃO OS 
SEGUINTES: .............................................................................................................................................................. 30 
1.2.1) NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y) ........................................................................................................................... 30 
1.2.2) ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A) .............................................................................................................. 30 
1.2.3) PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps) ......................................................................................................................................... 30 
1.2.4) PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc) ............................................................................................................................... 30 
1.2.5) EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E) .................................................................................................................... 31 
1.2.6) NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N) ............................................................................................................................ 31 
1.2.7) IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (I) ....................................................................................................................... 31 
1.3 TEORIA DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................................... 31 
1.3.1) UTILIDADES CARDINAL E ORDINAL ................................................................................................................................................. 35 
1.3.2) RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................................................................................... 36 
1.3.3) EQUILÍBRIO DO CONSUMIDO ........................................................................................................................................................... 36 
1.3.4) FUNÇÕES DEMANDA .......................................................................................................................................................................... 40 
1.3.5) CURVAS DE ENGEL ............................................................................................................................................................................ 41 
1.3.6) DEMANDA DE MERCADO ................................................................................................................................................................... 42 
1.3.7) TEORIA DA PRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 44 
1.3.8) CURVAS DE ISOQUANTAS................................................................................................................................................................. 53 
1.3.9) CURVAS DE ISOCUSTAS ................................................................................................................................................................... 54 
1.3.10) FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E SUAS PROPRIEDADES ..................................................................................................................... 54 
1.3.11) CURVAS DE PRODUTO E PRODUTIVIDADE .................................................................................................................................... 56 
1.3.12) CURVAS DE CUSTO ............................................................................................................................................................................ 57 
1.3.13) EQUILÍBRIO DA FIRMA ....................................................................................................................................................................... 60 
1.3.14) EQUILÍBRIO DE CURTO E DE LONGO PRAZOS .............................................................................................................................. 60 
1.4 ESTRUTURAS DE MERCADO .................................................................................................................................. 60 
2. TESTES E EXERCÍCIOS I .................................................................................................................................. 74 
3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .............................................................................................................................. 75 
4. EXERCÍCIOS E TESTES .................................................................................................................................... 75 
5. TESTES E EXERCÍCIOS II ................................................................................................................................. 77 
6. TESTES E EXERCÍCIOS III ................................................................................................................................ 86 
7. TESTES E EXERCÍCIOS IV ................................................................................................................................ 88 
8. TESTES E EXERCÍCIOS V ................................................................................................................................. 91
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
NOÇÕES DE ECONOMIA 
ECONOMIA 
Conceitos 
O termo economia deriva do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei), que significa etimologicamente a 
“administração da casa”, e que pode estender-se a “administração da coisa pública”. 
A princípio esta origem pode parecer até certo ponto estranha, porém, lares e economia têm muito em comum. 
Economia é definida como sendo a ciência social que estuda a maneira pela qual a sociedade emprega recursos 
escassos, de modo a produzir diferentes bens e serviços que são destinados a atender às necessidades de consumo. 
Assim, a economia é uma ciência social, pois atender necessidades de consumo é atender necessidades 
humanas. Na maior parte das vezes, a sociedade se depara com a natureza limitada de recursos disponíveis; e aí 
surge o fenômeno da escassez, que é a razão maior que justifica o interesse pela economia, uma vez que tantos 
países ricos como pobres, não dispõem de todos os recursos produtivos que possam satisfazer as necessidades da 
população. É a escassez, o problema central de todas as sociedades. 
Os problemas econômicos fundamentais e o fenômeno da escassez 
A análise da questão da escassez de recursos produtivos e das ilimitadas necessidades humanas conduz as 
sociedades às seguintes questões. O que e quanto produzir, como produzir, para quem produzir e quando produzir: 
O que e quanto produzir: em economia de livre iniciativa, este é um problema respondido pelo mercado. Os 
proprietários de recursos produtivos orientarão sua produção pela quantidade exigida pelo mercado consumidor. 
Como produzir: a resposta a este problema é dada pelo mercado produtor, pois se trata de uma questão de 
eficiência produtiva, onde serão alocados os recursos necessários, segundo sua disponibilidade. 
Para quem produzir: a sociedade sinaliza os setores que serão beneficiados com a distribuição do produto. 
Mercado interno ou externo? Agricultura ou indústria? Trabalhadores ou proprietários de terra? Enfim, a produção 
destina-se a atender as necessidades da população. 
Quando produzir: este é um problema que responde às necessidades da sociedade. Por exemplo, a produção 
de “ovos de páscoa”, tem sua época certa, não haveria sentido concentrar recursos e produzi-los em data que não 
atenda aos interesses de consumo. 
Em síntese: 
Os problemas econômicos fundamentais conduzem a sociedade a manifestar-se através das alternativas que 
lhes são impostas através da difícil decisão de escolha entre: o que e quanto produzir; como produzir; para quem 
produzir e quando produzir. 
Sistema econômico 
Sistema Econômico é a forma como a sociedade encontra-se organizada para dar respostas aos problemas 
econômicos fundamentais: o que e quanto, como, para quem e quando produzir? A resposta a esses problemas 
depende da forma de organização econômica. 
Basicamente existem duas formas principais de organização econômica: 
• Economia de mercado ou de livre iniciativa (descentralizada, tipo capitalista). 
• Economia planificada (centralizada, tipo socialista). 
O funcionamento de uma economia de mercado 
a) Sistema de concorrência pura (sem interferência do Governo). 
Neste sistema, também chamado de concorrência perfeita ou perfeitamente competitivo, predomina o 
laissez-faire, onde um grande número, tanto de produtores como de consumidores, possui condições de resolver os 
problemas econômicos fundamentais, sem a intervenção do Estado. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 5
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O mecanismo de preços é variável reguladora capaz de resolver os problemas e promover o equilíbrio nos 
vários mercados, conforme segue: 
• Excesso de oferta: Promove a formação de estoques nas empresas, que se veem obrigadas a reduzir seus 
preços a níveis satisfatórios de modo a escoar sua produção. 
• Excesso de demanda: promove a formação de filas entre os consumidores que passam a disputar os 
escassos bens disponibilizados no mercado. O preço tende a elevar-se até sanar-se definitivamente o excesso. 
Assim, o Estado, neste modelo, deve cumprir com suas funções sociais, tais como: justiça, paz, segurança, relações 
diplomáticas, etc. e deixar o mercado dar respostas satisfatórias de seus agentes. 
O diagrama seguinte ilustra a exposição do sistema de concorrência pura: 
Numa economia de mercado, as empresas realizam a produção (recursos naturais, trabalho e capital), que 
são cedidos a ela por seus proprietários, em troca de uma remuneração, denominada renda. 
Os proprietários dos fatores de produção – famílias - utilizam a renda devida pela cessão de seu uso, para 
adquirirem os bens e serviços que as empresas produzem, de modo a satisfazer suas necessidades. Este valor total é 
denominado dispêndio. 
A renda por sua vez, que é a remuneração paga pelo uso dos fatores de produção, é classificada nas 
seguintes categorias: 
• Salários: remunera o fator de produção denominado trabalho. Sua composição é: comissões, honorários 
de profissionais liberais, ordenados de executivos e todas as remunerações devidas do trabalho, mesmo 
que não-assalariado. 
• Juros e lucros: remuneração do fator de produção capital. 
• Aluguéis: remuneração dos proprietários de recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros. 
A distribuição dos benefícios resultantes da produção (para quem produzir) depende da quantidade de cada 
fator de produção utilizado e da contribuição de cada um deles para a efetivação da produção, isto é, de sua 
produtividade. Como exemplo, os países em que o trabalho não-qualificado seja abundante e o capital escasso, 
tendem a pagar salários mais baixos, embora os juros e os lucros sejam mais elevados. Os trabalhadores qualificados, 
por sua vez, por serem menos abundantes e mais produtivos, tendem a receber remunerações mais altas. 
A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é tomada em conjunto pelas unidades 
consumidoras e pelas unidades produtoras. O mecanismo de equilíbrio entre essas duas forcas se dá no mercado, 
onde são determinados os preços e quantidades transacionados dos diversos bens e serviços. 
A resposta à questão de como produzir será dada pela concorrência entre os produtores, que deverão 
adotar a combinação de fatores de produção que proporcione o menor custo de produção. 
Exercício (responda): As famílias fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, do seguinte 
modo: 
a) Constituem a demanda em ambos os mercados. 
b) Constituem a demanda no mercado de bens e a oferta no mercado de fatores. 
c) Constituem a demanda no mercado de fatores e a oferta no mercado de bens. 
d) Constituem a oferta em ambos os mercados. 
e) Somente fazem parte do mercado de bens. 
Solução: A alternativa correta é b) 
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b) Sistema de economia mista (com interferência governamental). 
A atuação do governo é justificada com o propósito de reduzir as distorções alocativas e distributivas, mediar 
a regulamentação e assim promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Isso pode dar-se das seguintes 
formas: 
• Atuação sobre a formação de preços via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação de salário mínimo, 
preços mínimos, taxa de câmbio, etc.; 
• Complementação da iniciativa privada, principalmente em investimentos em infra-estrutura básica 
(energia, estradas etc.), que o setor privado não tem condições financeiras, ou interesse em assumir, 
seja pelo elevado volume de recursos necessários, seja devido ao longo tempo de maturação do 
investimento, até que venha a propiciar retorno; 
• Fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico etc.; 
• Fornecimento de bens públicos, que não são vendidos no mercado: educação, justiça, segurança. 
• Compra de bens e serviços do setor privado (o governo costuma ser, isoladamente, o maior comprador do 
sistema). 
Em termos clássicos, a teoria econômica é apresentada conforme segue: 
Microeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda o comportamento de consumidores e produtores 
e o mercado no qual operam. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados especiais. 
Macroeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos 
grandes agregados como PIB, consumo nacional, investimento agregado, exportação, importação, nível geral de 
preços etc., com o objetivo de delinear uma política econômica. Tem um enfoque conjuntural, preocupa-se com a 
resolução de questões como inflação e desemprego. 
1 – MICROECONOMIA 
A) É parte da economia que estuda individualizadamente o comportamento do consumidor – dada sua 
restrição orçamentária e outras motivações; a empresa, a busca do lucro, dadas as estruturas de custos e 
a atuação da concorrência e outras motivações; a estrutura e os mecanismos de funcionamento de 
mercado, as conformações básicas da oferta e da procura; as funções e as imperfeições de mercado, a 
alocação eficaz dos recursos para geração dos bens e serviços; as remunerações pagas aos agentes 
econômicos; os preços para os bens e serviços gerados no processo de produção. 
B) É o estudo da tomada de decisão individual, da alocação dos recursos e de como os preços relativos, a 
produção e a distribuição da renda são determinados. 
C) A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa 
e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o 
funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço. 
A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se 
em: Teoria do consumidor: estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas 
escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. 
Teoria de empresa: estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir 
conforme a demanda do mercado e as necessidades dos consumidores dispostos a consumi-los. 
Teoria da produção: estuda o processo de transformação da matéria-prima, adquirida pela empresa, em 
produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere aos serviços como 
transportes, atividades financeiras, comércio e outros. (txt internet) 
A área de abordagem da microeconomia está relacionada às formas pelas quais as unidades individuais que 
compõem uma economia (os consumidores, os empresários e os proprietários dos fatores de produção) interagem 
entre si, visando à satisfação das necessidades econômicas da sociedade. 
A análise microeconômica identifica-se, em grande parte, com uma teoria de preços, razão pela qual a 
microeconomia também é identificada por essa denominação: teoria dos preços. 
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1.1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
1.1.1 Mercado 
É Onde Ocorre O Encontro Das Forças De Demanda E Oferta, Podendo Ser Em Um Lugar Físico Ou Numa 
Abstração Econômica, Um Lugar Fictício. “O Mercado Não Reagiu Ao Aumento Dos Juros” “O Mercado Não 
Permitiu Novos Investimentos”. 
1.1.2 Demanda ou Procura 
É determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir no 
mercado, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo. 
A demanda representa o máximo que o consumidor pode desejar, dada sua renda e os preços no mercado. 
A escala da demanda compreende uma relação inversa entre o preço e quantidade: preços mais elevados 
compreendem quantidades menores e preços menores compreendem quantidades mais elevadas. 
Vejamos: 
Preço (R$) Quantidade (X) 
10 
0 
8 
4 
6 
8 
4 
12 
2 
16 
0 
20 
Percebe-se facilmente que à medida que o preço diminui, a quantidade procurada aumenta. Portanto, que 
reduções no preço levarão os consumidores a aumentar a quantidade demandada, e vice-versa, o aumento no preço 
força os consumidores a demandarem uma quantidade menor do produto. 
Perfil Gráfico 
O gráfico evidencia a forma convencional da demanda, que também pode assumir o formato de uma 
curva, chamada de função potência. 
Q(x) 
1.1.2.1 - Lei Geral da Demanda 
A inclinação descendente (negativa) da função demanda é justificada pelo fato de que preços mais 
elevados restringem a capacidade de consumo dos consumidores, e decorre de uma lei econômica identificada 
como Lei Geral da Demanda: a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na relação inversa de seu 
preço, ceteris paribus 
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1.1.2.2 - Variáveis que afetam a demanda 
A função demanda mostra como a quantidade demandada de um bem ou serviço varia em função de 
alterações no seu preço, desde que mantidas constantes as demais variáveis que a influenciam, como por exemplo, o 
preço dos outros bens, a renda e o gosto dos consumidores. Isto significa que ao ser analisada a demanda sob este 
aspecto, se faz presente a condição ceteris paribus, isto é, tudo o mais mantido constante. 
Tradicionalmente as principais variáveis que influenciam a demanda são: 
1.1.2.3.1 - NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y) 
1.1.2.3.2 - ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A) 
1.1.2.3.3 - PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps) 
1.1.2.3.4 - PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc) 
1.1.2.3.5 - EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E) 
1.1.2.3.6 - NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N) 
1.1.2.3.7 - IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (ISRg) 
Função da Procura 
P(D) = f (Y, A, Ps, Pc, E, N, ISRg) 
A variação de qualquer destes fatores, ditos determinantes da demanda, pode provocar variações da curva 
de demanda, isto é, deslocamento para a direita ou para a esquerda, conforme exemplo a seguir: Suponha uma elevação 
de renda dos consumidores habituados a consumir um bem normal x qualquer (por exemplo, carne de primeira). 
Aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem, quando se tratar de bens normais, ocorrendo 
o contrário quando os bens envolvidos são inferiores. 
É importante ressaltar que não se deve atribuir a idéia de variações da demanda (quando há o deslocamento da 
curva à direta ou à esquerda), à idéia de variações da quantidade demandada, pois este último decorre de 
movimentos ao longo da própria curva e não de um deslocamento propriamente dito. 
Variações da demanda Variações da quantidade demandada 
1.1.2.10 - A demanda de mercado 
n 
 
= 
= = 
(x) (x) D q di 
i 1 
A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último 
consumidor). 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 9
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1.1.3 – Oferta 
É determinada pelas várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado, 
em função de vários níveis de preços, em dado período de tempo. 
Muito do que foi abordado na análise da demanda, também se aplica no estudo da oferta: a relação 
quantidade e preço dos bens relacionados, a condição ceteris paribus, a delimitação no tempo e no espaço e 
outros aspectos. 
Enquanto a demanda analisa o comportamento dos consumidores/compradores, a oferta ocupa-se em 
analisar o comportamento dos produtores/vendedores, mostrando como se dá a relação quantidade ofertada e 
preços de mercado. 
Por sua vez, os produtores, aqui entendidos como vendedores estão dispostos a oferecer uma quantidade 
mais elevada quanto maior for o preço do bem. O quadro a seguir, retrata bem essa situação: 
Preço (R$) Quantidade (X) 
0 
0 
2 
5 
4 
10 
6 
15 
8 
20 
10 
25 
Percebe-se facilmente que à medida que o preço se eleva, a quantidade ofertada também se eleva. Este 
comportamento é traduzido pelo lado de quem vende como um estímulo, maior lucro e uma venda maior. Em 
contrapartida, na medida em que o preço diminui, o estímulo tende a desaparecer. 
Perfil Gráfico 
A exemplo da demanda, a função oferta também é traduzida na forma de uma curva. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 10
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1.1.3.1 - Lei Geral da Oferta 
A inclinação ascendente (positiva) da função oferta se dá pelo fato de que preços mais elevados estimulam 
a produção ou a venda do bem em quantidades também maiores. A este fenômeno dá-se a denominação de Lei 
da Oferta: 
A quantidade ofertada de um bem ou serviço varia na relação direta de seu preço. 
1.1.3.2 - Variáveis que afetam a oferta 
Conforme ocorre na demanda, também a oferta é influenciada por vários fatores determinantes. 
Neste caso, pode-se dizer que a função é representada da seguinte forma: 
1.1.3.2.1 – Capacidade produtiva (N) 
1.1.3.2.2 – Oferta dos fatores de produção (F) 
1.1.3.2.3 – Preços dos insumos ( Pa,Pk,Pn) 
1.1.3.2.4 – Capacidade tecnológica (Tec) 
1.1.3.2.5 – Expectativas sobre evolução da procura (Ea) 
1.1.3.2.6 – Expectativas sobre o comportamento do preço dos bens e serviços (Eb) 
S = f (N,F,Pa,Pk,Pn,Tec,Ea,Eb) 
Função Geral da Oferta 
1.1.3.3 - Variações da oferta e variações da quantidade ofertada 
Conforme é observado na demanda, a oferta também é influenciada por outras variáveis. Supondo que 
ocorra uma queda no custo dos insumos (matéria-prima), haverá desta forma um deslocamento da curva de oferta 
para a direita, pois os produtores estarão dispostos a uma produção mais elevada, mantendo constante o volume 
de capital empregado. Supondo agora que apenas o preço do bem seja reduzido, haverá um movimento ao longo 
da própria curva. 
Variação da Oferta Variação da quantidade ofertada 
1.1.3.4 - Oferta de Mercado 
n 
 
= 
= = 
(x) (x) S q si 
i 1 
A oferta de mercado de um bem ou serviço é o somatório das ofertas individuais, desde i=1 até i=n (o último 
ofertante). 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 11
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1.1.3.5 - Equilíbrio de Mercado 
A ação conjunta das forças que orientam a oferta e a procura irá determinar o preço de equilíbrio de uma 
economia de livre iniciativa e consequentemente definirá a quantidade de equilíbrio que atende aos desejos dos 
principais agentes econômicos da sociedade. 
Equilíbrio: S = D 
E (q0, p0) = Equilíbrio de Mercado 
O ponto E indica, que tanto aqueles que produzem ou vendem, como aqueles que consomem, encontram-se 
satisfeitos em relação aos seus desejos. 
De outra forma, qualquer outro ponto, seja sobre S ou sobre D, indicará o excesso de oferta ou excesso de 
demanda. 
Um excesso de oferta (ou escassez de demanda) tem característica de exercer pressão no sentido de queda 
do preço, devido ao aumento indesejado dos estoques, à concorrência entre os vendedores e à própria percepção 
dos compradores, que forçarão rebaixamentos no preço tão logo percebam a existência dos estoques. 
Um excesso de procura (ou escassez de oferta) força os preços para cima, em função da disposição dos 
compradores diante da escassez da mercadoria e da disposição dos vendedores em se aproveitar desta escassez 
sem o risco de queda no volume de vendas. 
Exemplos: 
1. Seja: D = 56 – 2p (função demanda) 
S = 20 + p (função oferta) 
a) Determine o equilíbrio de preço e de quantidade. 
b) Se o preço for R$ 15,00, haverá excesso de oferta ou de demanda? Qual o valor desse excesso? 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 12
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Solução: 
a) Equilíbrio: D = S ou S = D 
20 + p = 56 – 2p 
p + 2p = 56 – 20 
3p = 36 
p = 12 
Para achar a quantidade de equilíbrio, basta substituir p = 12 em D ou S. 
S = 10 + p 
S = 22 
E (22, 12) 
b) Para p = 15, a quantidade demandada é: 
D = 56 – 2 Z 15 
D = 56 – 30 
D = 26 
Por sua vez, ao mesmo preço, a quantidade ofertada é: 
S = 20 + 15 
S = 35 
Portanto S  D, existe um excesso de oferta igual a 9. 
Já era de se esperar um excesso de oferta, pois o preço R$ 15,00 é superior ao preço de mercado. 
2. Assinale a alternativa correta. Não se inclui entre os determinantes da procura individual: 
a) O preço do bem. 
b) A renda do consumidor. 
c) o preço dos outros bens. 
d) A quantidade ofertada do bem. 
e) O gosto ou preferência do indivíduo. 
Solução: 
Sabe-se que a demanda ou procura do consumidor por um bem é função de uma série de variáveis: preço 
do bem, renda do consumidor, preço de outros bens, hábitos do consumidor etc. 
Matematicamente, a demanda de um bem X é expressa por: 
Considerando a variável preço do bem e a quantidade sujeita ao consumo e ainda admitindo as demais 
variáveis inalteradas, a demanda é expressa conforme segue: 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 13
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1.1.3.6 - Mercado: Excedente do Consumidor e do Produtor 
1.1.3.6.1 - Excedente do Consumidor e a Curva de Demanda 
A disposição de um consumidor para pagar por um produto depende de suas preferências individuais. 
Desta forma, o “excedente do consumidor” lida com o valor máximo que o consumidor pagaria por um 
determinado bem ou serviço. Envolve, portanto, a medida do valor que um consumidor atribui a esse produto. 
Excedente do consumidor individual é o ganho líquido que o consumidor individual alcança com a compra 
de um bem. É igual à diferença entre a disposição de pagar e o preço que efetivamente ele paga. 
Excedente do Consumidor = Disposição para pagar – Valor efetivamente pago 
Excedente do Consumidor Total é a soma dos excedentes dos consumidores individuais de todos os 
compradores de um bem ou serviço. 
O excedente do consumidor mede objetivamente o benefício que o consumidor recebe ao adquirir um bem, 
de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do consumidor é, portanto, uma medida do bem-estar 
econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício aos consumidores desse mercado. 
Considere o gráfico seguinte que retrata o excedente do consumidor e a curva de demanda para livros-texto 
usados. 
O gráfico a seguir retrata o excedente dos consumidores 
Conforme se vê o excedente do consumidor pode ser calculado por meio da diferença entre a “disposição 
para pagar e o valor efetivamente pago” por um produto. Graficamente, esse mesmo valor é determinado por 
meio da área do polígono formado entre a curva de demanda e um preço P determinado, conforme figura seguinte. 
O excedente do consumidor total é igual à soma dos excedentes individuais de cada consumidor. Neste 
caso corresponde à seguinte soma: $ 29 + $ 15 + $ 5 = $ 49. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 14
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1.1.3.6.2 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor 
Curva de demanda por computadores e o excedente do consumidor 
Torna-se importante ressaltar que o dia-a-dia da atividade econômica é realizada por inúmeros consumidores 
demandando os bens e serviços ofertados também por inúmeros produtores integrantes desse mercado. 
Assim, a representação gráfica do excedente do consumidor a um determinado preço P, em uma curva de 
demanda agregada, seria a seguinte: 
O excedente do consumidor a este preço é igual à área sombreada: a área por baixo da curva de 
demanda, mas acima do preço, ou seja, a área do triângulo retângulo definido na figura (S = 
b.h 
2 
), onde: 
A base b é o segmento de reta que indica a quantidade de 1 milhão (um dos catetos do triângulo retângulo), 
e a altura h representa o segmento de reta a partir do preço de $ 1.500 até o preço proibitivo que é o intercepto 
com o eixo das ordenadas (o outro cateto do triângulo retângulo). 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 15
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1.1.3.6.3 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor 
Uma queda no preço do bem aumenta o excedente do consumidor. 
1.1.3.7 - Excedente do Produtor e a Curva de Oferta 
O custo de um produtor/vendedor potencial é o preço mais baixo ao qual ele está disposto a vender um bem. 
O excedente do produtor individual é o ganho líquido de um produtor/vendedor ao vender um bem. Ele é 
igual à diferença entre o preço recebido e o custo do vendedor. 
Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção 
O excedente do produtor mede os benefícios que os produtores recebem ao participar do mercado. 
O excedente do produtor total em um mercado é a soma dos excedentes dos produtores individuais de todos 
os vendedores de um bem. 
O excedente do produtor no mercado de livros-texto usados 
O excedente do produtor é representado pela área retangular sombreada no gráfico seguinte. 
O excedente do produtor pode ser avaliado a partir da curva de oferta. Assim, considere o gráfico seguinte 
que tem por referência as vendas de livros-texto associados ao seu respectivo custo. 
Da mesma forma que o excedente do consumidor, o excedente do produtor também pode ser calculado 
por meio do gráfico. Desse modo, o excedente do produtor equivale à área do polígono determinado pela curva 
de oferta e um determinado preço de comercialização. Assim, tem-se que o valor mínimo para que haja excedente 
do produtor é igual ao menor custo de produção dentre os todos os ofertantes, no caso igual a $5 (custo de Andrew). 
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Portanto, acima de $ 5 existe excedente do produtor para quaisquer preços determinados, conforme é mostrado 
na figura que se segue. 
Do mesmo modo que pode mensurar o excedente do consumidor em um mercado maior por meio das relações 
estabelecidas entre preço e quantidade, também é possível calcular-se o valor do excedente do produtor por meio 
das relações entre preço e quantidade, conforme ilustrado no gráfico seguinte que representa a curva de oferta agregada. 
Tem-se, portanto, que o excedente do produtor ao preço P = $ 5 é igual à área delimitada pela curva de 
oferta e esse preço, ou seja, corresponde à área do triângulo retângulo assim definido 
b.h 
S = . 
2 
O excedente total do produtor a partir da venda de um bem ou serviço a um determinado preço é igual à 
área acima da curva de oferta, mas abaixo do preço. 
1.1.3.7.1 - O efeito aumento de preço sobre o excedente do produtor 
Um aumento de preço aumenta o excedente do produtor. 
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Estabelecendo-se um novo preço P = $ 7, maior que P = $ 5, tem-se que: 
O excedente adicional em P = $ 7 para os primeiros produtores, ou seja, aqueles que já possuíam excedente 
do produtor em P = $ 5 (1 milhão), é igual à $ 2 milhões (área do retângulo maior), sombreado mais escuro. O excedente 
do produtor para os novos produtores, ou seja, aqueles que não produziam em P = $ 5 (1,5 milhão – 1 milhão), é 
igual à área mais clara, que é correspondente à área do triângulo à direita do retângulo. 
Tem-se, portanto, que o “excedente do produtor total” em P = $ 7 é igual à soma das áreas dos triângulos 
abaixo e à direita do retângulo, mais a área do próprio retângulo. Ou ainda, o excedente pode ser calculado 
determinando-se a área do triângulo maior definido abaixo do preço P = $ 7. 
Dessa maneira, o excedente do produtor mede objetivamente o benefício que o produtor recebe ao vender 
um bem, de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do produtor também é, portanto, uma medida 
do bem-estar econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício proporcionado aos produtores desse mercado. 
1.1.3.7.2 - Excedente Total 
O excedente total gerado em um mercado é o ganho líquido total, para consumidores e produtores, de 
comerciar em um mercado. É a soma dos excedentes do produtor e do consumidor. 
Os conceitos de excedente do produtor e consumidor ajudam a entender por que os mercados são uma 
maneira eficaz de organizar a atividade econômica. 
1.1.3.8 - Excedente do Consumidor, Excedente do Produtor, Ganhos do Comércio e Eficiência de Mercados 
Tanto consumidores quanto produtores estão em situação melhor porque existe um mercado desse bem, ou 
seja, existem ganhos do comércio. 
O máximo possível de excedente total (o máximo ganho possível da sociedade) é alcançado no equilíbrio de 
Mercado. 
No equilíbrio de mercado não há como melhorar a situação de algumas pessoas sem piorar a de outras, 
neste caso, os mercados são eficiente. 
O Equilíbrio de mercado gera o excedente do consumidor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que 
vendem o bem são os que dão maior valor ao direito de vender. 
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1.1.3.9 - Realocação das vendas reduz o excedente do produtor 
Equilíbrio de mercado gera o excedente do produtor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que vendem o 
bem são os que dão maior valor ao direito de vender. 
1.1.3.10 - Mudanças de Quantidade Reduzem o Excedente Total 
1.1.3.11 - Mercado e Maximização dos Excedentes do Consumidor e do Produtor 
O equilíbrio de mercado maximiza o excedente total porque o mesmo desempenha quatro funções importantes: 
1. Aloca o consumo de um bem aos compradores potenciais que dão o maior valor a ele. 
2. Aloca as vendas aos vendedores potenciais que dão o maior valor ao direito de vender o bem. 
3. Garante que cada consumidor que faz uma compra dá mais valor a um bem que cada vendedor que faz 
a venda. 
4. Garante que cada comprador potencial que não faz uma compra dá a um bem um valor menor que 
cada vendedor potencial que não faz a venda. 
1.1.3.12 - A Eficiência de Mercado 
Até agora foi mostrado como são calculados o excedente do consumidor e o excedente do produtor, e 
como é possível mensurá-los por meio das representações gráficas de oferta e demanda já conhecidas. 
Agora serão analisadas as duas situações simultaneamente: 
Relembrando: 
Excedente do Consumidor = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago 
Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção 
Ao somar-se o excedente do consumidor e o excedente do produtor, chega-se ao excedente total do mercado, 
visto que devem ser levados em consideração, os excedentes tanto dos demandantes quanto dos ofertantes. 
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Tem-se, assim, que: 
Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se 
anular na fórmula do excedente total descrita acima, e teremos, assim, que: 
Excedente Total = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor 
Excedente Total = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago + Valor Efetivamente Recebido – Custos 
de Produção 
Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se 
anular na fórmula do excedente total obtendo-se a seguinte conclusão final: 
Se: Valor Efetivamente Pago = Valor Efetivamente Recebido 
Logo: 
Excedente Total = Disposição para Pagar – Custos de Produção 
1.1.4 Elasticidade 
Mede a resposta proporcional de uma variável, em relação à mudanças em outra. Por exemplo: as mudanças 
das quantidades procuradas em relação às variações nos preços. 
e = Variação Percentual da Quantidade Procurada 
Variação Percentual do Preço 
1.1.4.1 - Elasticidade-Preço da Demanda 
ep = 
 
 
 
sposta 
ação 
Re 
Re 
Sensibilidade 
Chama-se elasticidade-preço da demanda a relação entre a variação percentual da quantidade 
procurada de um bem e a variação percentual de seu preço. 
ep = 
D 
percentual emQ 
D 
percentual emP 
Essa relação também pode ser escrita da seguinte forma: 
ep = 
P 
I 
Q 
I 
D 
= 
Q 
D 
P 
D 
Q 
Q 
D 
P 
P 
. 
ep = 
P 
I 
Q 
I 
D 
Q 
. 
D 
P 
Onde: 
JQ = Variação na quantidade demandada = QF – QI 
QI = Quantidade inicial 
JP = Variação do preço = PF – PI 
PI = Preço inicial 
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A Elasticidade-preço da demanda deve ser entendida como a sensibilidade que os consumidores têm quando 
o preço de um bem varia. De modo geral, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma dada 
variável quando ocorrem alterações em outra variável, ceteris paribus. 
Na prática, a relação quantidade-preço varia num sentido inverso, pois quando o preço diminui, a quantidade 
aumenta. 
Isto faz com que o sinal de ep seja sempre negativo (lei geral da demanda). Por essa razão, seu valor é usualmente 
expresso em módulo, isto é, em valor absoluto. 
Exemplo: ep = - 1,4 deve ser expressa por ep = −1,4 = 1,4 
Classificação dos bens segundo a ep 
Demanda Elástica 
Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente maior (mais 
que proporcional) do que a queda de preços. 
Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 5%, e a quantidade variar 10%, a 
elasticidade será igual a 2. 
Demanda Inelástica 
ep  1 
Ocorre quando o aumento da quantidade demandada é relativamente 
menor do que a queda do preço. 
Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar 5%, a 
elasticidade será igual a 0,5. 
Demanda de Elasticidade 
Unitária 
ep = 1 
Ocorre quando a expansão da quantidade demandada é rigorosamente 
proporcional à queda do preço. 
Nesta situação, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar 
também 10%, o valor da elasticidade será igual a 1. 
Demanda Perfeitamente 
elástica: 
ep = L 
Trata-se de uma situação extrema, em que a demanda se posiciona 
paralelamente ao eixo horizontal, numa situação típica do modelo perfeitamente 
competitivo, onde é alta a resposta da demanda a pequenas variações no 
preço, com ep tendendo para o infinito. 
Demanda Perfeitamente 
Inelástica: 
ep = 0 
Também se trata de uma situação extrema, com a curva da demanda 
posicionando-se perpendicularmente ao eixo horizontal. A resposta da demanda 
às variações no preço é praticamente nula, com ep tendendo para zero. 
1.1.4.2 - Fatores que afetam o grau de elasticidade-preço da demanda 
1.1.4.2.1 - Disponibilidade de Bens Substitutos 
Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações no 
preço acarretarão por parte do consumidor, a substituição do produto. 
1.1.4.2.2 - Essencialidade do Bem 
Quanto mais essencial o bem, tanto mais inelástica será sua demanda. Restam poucas alternativas para o 
consumidor “fugir” de possíveis aumentos de preços. 
1.1.4.2.3 - Importância do Bem no Orçamento do Consumidor 
Quanto mais significativo o peso do bem no orçamento do consumidor, maior será o valor da elasticidade-preço 
da demanda. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda da carne tende a ser mais elevada que a de 
um sabonete. 
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1.1.4.3 - Relação entre Receita Total de um Bem e o Grau de Elasticidade 
A receita total de um bem é igual à quantidade vendida num dado período de tempo vezes o seu valor 
unitário: 
Onde: 
RT = Receita Total 
P = Preço 
Q = Quantidade 
Se uma empresa, por exemplo, deseja aumentar a receita total de seu produto, terá que analisar o grau de 
elasticidade de sua demanda: 
1.1.4.3.1 - Demanda elástica: redução do preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento 
percentual na quantidade vendida será maior que a redução percentual do preço. Da mesma forma, aumento de 
preço provocará redução da RT. (Efeito quantidade  Efeito preço) 
1.1.4.3.2 - Demanda inelástica: aumento de preço provoca aumento de receita total e redução de preço 
acarreta sua redução (o raciocínio é o inverso ao anterior). [Efeito preço  Efeito quantidade] 
1.1.4.3.3 - Demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução de preço não afeta a receita total, já que 
o percentual de variação do preço corresponde à igual percentual de variação da quantidade. (Efeito quantidade = 
Efeito preço) 
1.1.4.4 - Elasticidade-preço da demanda: Relação com a Receita Total 
RT = p.q Receita Total é igual ao produto entre o preço do bem e o número de unidades vendidas. 
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1.1.4.4.1 - Efeito preço. Depois de um aumento no preço, cada unidade é vendida a um preço mais alto, o 
que tende a aumentar a receita. 
1.1.4.4.2 - Efeito quantidade. Depois de um aumento no preço, menos unidades são vendidas, o que tende a 
diminuir a receita. 
1.1.4.5 - Elasticidade-preço da demanda ao longo da curva de demanda X a Receita Total ou Gasto Total dos consumidores 
1.1.4.6 - Incidência Tributária e Elasticidade-Preço da Demanda 
Havendo a incidência de um imposto ad valorem, isto é, sobre as vendas, tipo IPI, ICMS, seu recolhimento aos 
cofres do tesouro será feito pelas empresas, em razão da competência legal atribuída para tal fato. Entretanto, isso 
não significa que ela absorverá o impacto da totalidade do imposto, pois parte do mesmo ou sua totalidade, 
poderá ser transferido ao consumidor final via aumento de preços. 
Desta forma, deve ser observado o seguinte: 
a) Quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor 
e menor a parcela do produtor. Neste caso, o consumidor não tem muitas condições de diminuir o consumo 
do bem, muito provavelmente, dada a inexistência de produtos substitutos no mercado. 
b) Quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e 
maior a parcela do produtor. 
Os gráficos seguintes ilustram esse aspecto. 
Onde t1 + t2 = t (imposto) 
t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor 
t2 = parcela do imposto paga pelo produtor 
t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor 
t2 = parcela do imposto paga pelo produtor 
Observe que quanto mais inelástica é a demanda, tanto maior é a parcela do imposto devida pelo consumidor. 
No outro caso, quanto mais elástica for a demanda, menor é a parcela paga pelo consumidor. 
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1.1.4.7 - A elasticidade-preço da demanda em casos extremos. 
a) Quando tratar-se de uma função demanda em que a mesma é paralela ao eixo dos preços (vertical), sua 
elasticidade-preço será nula, isto é, igual a zero (ep = 0). 
b) No caso em que a demanda é paralela ao eixo das quantidades (horizontal), sua elasticidade-preço será 
infinita (ep = c). 
1.1.4.8 - Em resumo: Elasticidade-preço da demanda 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 24
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20% 
a) ep = 1 
20% 
= 
10% 
b) ep = 0,5 
20% 
= 
40% 
c) ep = 2 
20% 
= 
1.1.4.9 - Elasticidade-preço da demanda no ponto médio (ou no arco) 
Neste caso, para determinar-se o seu valor, toma-se a média dos preços e a média das quantidades. 
ep = 
D 
Q 
P 
+ 
P P 
I F 
2 
+ 
Q Q 
I F 
D 
. 
2 
ep = 
+ 
P P 
D 
I F Q 
Q Q 
D 
+ 
. 
I F P 
1.1.4.10 - Elasticidade-Renda da Demanda 
O coeficiente da elasticidade-renda é semelhante ao de elasticidade-preço. Através deste parâmetro, é 
possível medir as repercussões sobre a demanda, provocadas por variações na renda do consumidor. 
Chama-se elasticidade-renda da demanda, a relação entre a variação percentual da quantidade procurada 
e a variação percentual da renda. 
eR = 
percentual da qtde procurada 
percentual da renda 
D 
D 
ou eR = 
R 
I 
Q 
I 
D 
= 
Q 
D 
R 
D 
Q 
Q 
D 
R 
R 
. 
Portanto: eR = 
R 
I 
Q 
I 
D 
Q 
. 
D 
R 
Onde: 
eR = Elasticidade-renda da demanda 
JQ = QF - QI 
JR = RF - RI 
Se eR  1, o bem superior (luxo). 
Se 0  eR O 1, o bem é normal (1ª qualidade). 
Se eR  0, o bem é inferior. 
Se eR = 0, o bem é de consumo saciado. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 25
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Os bens de consumo saciado são aqueles cuja procura não é afetada pela renda dos consumidores, e por 
isso a procura por esse tipo de produto tem a tendência de permanecer sem alteração. Alguns bens de consumo 
saciado são vistos como bens essenciais, como arroz, farinha, sal etc. 
1.1.4.11 - Elasticidade-preço cruzada da demanda 
É a variação percentual da quantidade demanda do bem x, dada uma variação percentual no preço do 
bem y, ceteris paribus. 
epxy = 
Q 
x 
P 
y 
% 
% 
D 
D 
epxy = 
x 
D 
Q 
P 
y 
P 
y 
x 
D 
Q 
x 
Q 
P 
D 
P 
y 
x 
y 
Q 
D 
= 
. 
Se epxy  0 Os bens x e y são substitutos ou concorrentes (o aumento do preço de y aumenta o consumo de x, 
ceteris paribus). 
Se epxy  0 Os bens x e y são complementares ( o aumento do preço de y diminui a demanda de x, ceteris 
paribus). 
1.1.4.12 - Elasticidade-Preço da Oferta 
O mesmo raciocínio aplicado para a demanda também se aplica para a oferta, observando-se que o 
resultado da elasticidade será sempre positivo, pois a relação entre preço e quantidade ofertada é direta. Quanto 
maior o preço, maior a quantidade que o empresário dispõe-se a oferecer. 
eP = 
D 
percentual emQ 
D 
percentual em p 
ep = 
P 
D 
P 
D 
= 
Q 
Q 
D 
Q 
Q 
D 
P 
P 
. 
ep = 
P 
I 
Q 
I 
D 
Q 
. 
D 
P 
A Elasticidade-preço da oferta vista graficamente é evidenciada conforme segue. Seu valor é obtido por 
meio da fórmula já mostrada no estudo inicial. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 26
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Portanto: 
Onde: 
JQ = Variação na quantidade ofertada = QF - QI 
JP = Variação do preço = PF – PI 
Se ep  1, bem de oferta elástica. 
Se ep  1, bem de oferta inelástica. 
Se ep = 1, elasticidade-preço da oferta unitária. 
Graficamente, observa-se da seguinte forma: 
1.1.4.13 - A elasticidade-preço da oferta em Casos extremos: 
a) Oferta infinitamente elástica 
ep = 
D Q 
®¥ =¥ 
P(muito pequena) 
D 
b) Oferta totalmente inelástica ou anelástica: a quantidade oferecida não responde à variações no preço. 
ep = 0 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 27
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Exemplos: 
1. Uma curva de demanda se exprime por P = 10 – 0,2x, onde P representa o preço e x a quantidade. O 
mercado se encontra em equilíbrio ao preço P = 2. O preço varia para P = 2,04 e, tudo o mais mantido constante, a 
quantidade se equilibra em x = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço usual de mercado é: 
a) 0,02 b) 0,05 c) 0,48 d) 0,25 e) 0,60 
Solução: 
Neste caso será preciso determinar a quantidade ao preço usual (inicial). Para isto, basta substituir P = 2 
(preço de equilíbrio) na função demanda dada: 
2 = 10 – 0,2x 
0,2x = 10 – 2 
0,2x = 8 
x = 40 
Assim, tem-se definido dois pontos da função demanda, identificados por A (40, 2) e B (39,8; 2,04) e utilizando 
a fórmula da elasticidade-preço da demanda, obtém-se o seu valor. 
ep = - 0,25, como a ep é definida em módulo, despreza-se o sinal negativo e assim, o seu valor será ep = 0,25. 
Logo, a alternativa correta é D. 
2. A elasticidade-renda da demanda de um bem é constante e igual a 1,5. Uma elevação de 10% no nível de 
renda, terá como consequência, uma variação na quantidade demandada deste bem ceteris paribus, de: 
a) 10% b) 15% c) 20% d) 25% e) 30% 
Solução: 
, 
portanto: 
JQ = 15% 
Logo, a alternativa correta é B. 
3. Se um aumento de 10% no preço de um produto aumentar em 15% a quantidade ofertada, a curva de 
oferta desse produto será: 
a) Elástica b) Inelástica c) De elasticidade unitária d) Horizontal e) Vertical 
Solução: 
Será elástica, pois 1,5 é maior do que 1. A alternativa correta é A. 
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4. Dadas as funções abaixo que representam a demanda e a oferta em um mercado de concorrência 
perfeita de um bem x: 
QD = 400 – 10p 
QS = 22 + 4p 
Então, é incorreto afirmar que, se o Governo impuser um imposto específico de R$ 7,00 por unidade vendida: 
a) O novo preço de equilíbrio do bem x é R$ 29,00. 
b) O consumidor vai pagar R$ 5,00 a mais pelo bem X. 
c) O produtor após a incidência do imposto deixa de receber R$ 5,00 por cada unidade vendida de x em 
relação ao mercado sem o imposto. 
d) A elasticidade-preço da demanda ao preço de equilíbrio sem o imposto é maior em valor absoluto, que a 
elasticidade-preço da oferta ao mesmo preço. 
e) A incidência do imposto se dará mais sobre os produtores do que sobre os consumidores. 
Solução: 
Primeiramente é preciso determinar o preço de equilíbrio antes do imposto: 
22 + 4p = 400 – 10p 
14p = 378 
p = 27 
Calculando agora, o preço de equilíbrio após o imposto: 
22 + 4(p – 7) = 400 – 10p 
22 + 4p – 28 = 400 – 10p 
14p = 406 
p = 29 
Portanto, a alternativa a) é correta. 
Calculando a parcela do imposto paga pelo consumidor (PPC) 
PPC = 29 – 27 = 2 
A alternativa está INCORRETA, representando assim aquela que deve ser assinalada. 
A parcela paga pelo produtor (PPP) é: 
PPP = 27 – (29 – 7) = 5 ou 
PPP = 7 – 2 = 5 
A alternativa c) é correta. Pelo fato dos produtores suportarem mais pesadamente o ônus do imposto, a 
alternativa e) é também correta, e, pelo mesmo motivo, a alternativa d) acha-se também correta. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 29
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1.2 − DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA 
A procura de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam 
inversamente preços e quantidades procuradas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões 
de elasticidade. 
Diferença: as quantidades procuradas definem um ponto da curva(reta) de procura com a respectiva variação 
de preço quantidade e a procura é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta(curva) que 
representa as diversas variações de preços e quantidades. 
P = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc) 
1.2.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y) 
O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua 
distribuição às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes. 
A relação entre renda e procura define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda. 
Neste caso mede-se o quanto a procura de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores. 
Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem 
elasticidade-renda negativa. 
Os produtos cuja procura reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são 
definidos como bens normais. 
Os que apresentam altas variações de procura em resposta a variações de renda são chamados de bens 
superiores. 
São chamados de bens inferiores quando a procura declina em conseqüência de aumentos na renda. 
1.2.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a) 
Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função procura para mais ou 
para menos. 
Em grande parte a procura é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos 
modais. 
Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de procura por um dado produto, 
como altamente influenciáveis por campanhas promocionais. 
Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento 
da curva de procura. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida. 
1.2.3 - Preços dos bens substitutos (ps) 
Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A procura pode ser afetada por variações nos 
preços de produtos substitutos, quando se establecem entre eles elasticiade-cruzada positiva ou negativa. Positiva 
quando a procura de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto. 
1.2.4 - Preços dos bens complementares (pc) 
Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente. 
A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa. 
Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos 
dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da procura por unidades habitacionais, 
deslocando-se também em direção positiva a procura por móveis e utensílios domésticos. 
Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da procura pode projetar-se em termos 
macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a procura por produtos conceituados como de 
alta “volatilidade”. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 30
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1.2.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e) 
A procura de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada por 
expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator tem 
caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de procura, sob certas circunstâncias até acentuadamente. Isto 
ocorre, por exemplo, com a procura por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de 
abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à 
preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social. 
1.2.6 - Número de consumidores potenciais (n) 
Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da 
procura de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas de 
expansão da população. 
O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da 
procura, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda. 
1.2.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i) 
Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos 
e/ou subsídios, também influenciam a demanda. 
Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para 
o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido. 
1.3 − TEORIA DO CONSUMIDOR 
Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as 
restrições quanto a valores e a demanda de mercado. 
A Teoria do Consumidor, ou teoria da escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os 
consumidores tomam decisões de compra e com eles enfrentam os trade off (trade off é quando a solução de um 
problema acaba gerando outro problema) e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas 
dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências. 
Utilidade − Observações gerais sobre utilidade 
Num mercado, as pessoas demandam bens e serviços porque as mercadorias consumidas lhes trazem algum 
tipo de prazer ou satisfação. Essa é uma condição necessária para que uma mercadoria seja procurada pelos 
consumidores. 
Denomina-se utilidade, a propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades e desejos 
humanos. Os objetos que têm utilidade são considerados bens, do ponto de vista econômico. A caracterização dos 
bens como econômicos, requer também que os mesmos sejam escassos, isto é: estejam disponíveis em quantidades 
limitadas. 
Utilidade é a qualidade que torna um bem necessário ou desejado, ou a satisfação obtida ao se consumir 
determinado produto. É um conceito subjetivo, pois cabe ao consumidor aquilatar essa utilidade ao satisfazer suas 
necessidades e desejos. Por exemplo, o feijão satisfaz necessidades básicas das pessoas, mas há algumas que não o 
toleram. 
Desta forma, o consumo de um bem dá certa satisfação chamada de utilidade. Supõe-se que a utilidade é 
uma função da quantidade que se consome de certo bem. 
U = f(q). 
Supõe-se ainda que a utilidade é uma função crescente da quantidade consumida de um bem, pois à medida 
que se aumenta o consumo, a utilidade total também aumenta. Supõe-se também que esse aumento se processa 
a uma taxa decrescente, pois os acréscimos resultarão em satisfação extra cada vez menor ao consumidor. 
Imagine por exemplo que o consumo de uma unidade de coca-cola lhe dê UT1 de utilidade; que o consumo 
de duas unidades lhe dê UT2; e de 3 unidades igual a UT3; e assim sucessivamente. Desta forma, como a utilidade é 
uma função crescente da quantidade consumida, tem-se o seguinte: 
UT3  UT2  UT1 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 31
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
Curvas de Indiferença 
Uma curva de indiferença é o lugar geométrico dos pontos – ou orçamentos particulares ou combinações de 
bens – que proporcionam o mesmo nível de utilidade total, ou aos quais o consumidor é indiferente. 
Exemplo: 
q1 
Curva de indiferença 
Propriedades 
a) São decrescentes (ou descendentes). 
U 
q2 
q1 
U3 
U2 
U1 
q2 
Mapa de indiferença 
Para ter maior quantidade de um bem, devemos abrir mão de certa quantidade do outro bem de modo 
a permanecer com o mesmo nível de satisfação. 
b) São côncavas para cima, isto é, convexas em relação à origem. 
Isto está relacionado com o princípio da taxa marginal de substituição decrescente. 
c) Não se interceptam. 
Se duas curvas de indiferença se interceptassem teríamos uma cesta que proporcionaria dois níveis de 
satisfação (utilidade) diferentes, o que é um absurdo. 
d) Uma curva de indiferença passa através de ponto do espaço-mercadoria. 
Entre duas curvas de indiferença sempre existirá outra entre elas. 
Curvas de Indiferença (CIs) 
• Representam os gostos ou preferências dos consumidores. 
• Uma Curva de Indiferença representa o conjunto de combinações alternativas de bens que permitem 
ao consumidor atingir um determinado nível de utilidade (ou satisfação). 
• A cada Curva de Indiferença está associado um nível de utilidade. 
• A “utilidade” é um conceito meramente ordinal, que serve para ordenar cestas de bens. 
• Ao longo de uma Curva de Indiferença o consumidor é indiferente entre combinações alternativas de 
bens, pois as mesmas possuem o mesmo nível de utilidade. 
• Uma Curva de Indiferença obtém-se atribuindo um valor a U e resolvendo a função em ordem a um 
bem, por exemplo: U = 20 e U(x , y) = 2xy  U = 20 = 2xy  y = 10/x; define a Curva de Indiferença 
para U = 20. 
• Ao conjunto de Curvas de Indiferença de um consumidor chama-se Mapa de Indiferença: 
U2U1U0 
U0 
Comida 
Vestuário 
U1 
U2 
V1 
V2 
A 
C1 C2 
B 
C 
C3 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 32
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
• A combinação de bens em A (C1,V1) proporciona a mesma utilidade que em B (C2,V2). 
• A curva U2 representa um nível de utilidade superior ao da curva U1, que representa um nível de 
utilidade superior ao da curva U0. 
• Por exemplo, em A o consumidor consome o mesmo Vestuário que em C, mas em A consome menos 
Comida que em C. Pelos princípios da Não Saciedade e do Mais é Melhor a combinação de bens em C 
é preferível à combinação em A. 
• Tratando-se de bens, quanto mais afastada da origem estiver a curva de indiferença, melhor para o 
consumidor. 
Bens De Consumo Saciado: são bens que cujo desejo doconsumidor, se encontra satisfeito após um determinado 
nível de renda. 
De acordo com a teoria do consumidor, a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor 
quantidade do mesmo, à esse princípio dá-se o nome de “não saciedade” ou o princípio do “mais é melhor”. 
Taxa Marginal de Susbstituição (TMS) 
o Para manter o nível de utilidade, quando o consumidor consome mais unidades de Comida [+hC], tem 
que abdicar de unidades de Vestuário [-hV] (e vice-versa). 
o À medida que o consumidor consome mais Comida, para obter uma unidade adicional de Comida tem 
que abdicar de quantidades menores de Vestuário – o Vestuário torna-se cada vez mais valioso. 
o À medida que o consumidor consome mais Vestuário, para obter uma unidade adicional de Vestuário 
tem que abdicar de quantidades menores de Comida – a Comida torna-se cada vez mais valiosa. 
U0 
Comida 
Vestuário 
V1 
V2 
A 
C1 C2 
B 
V 
C 
o À quantidade de Vestuário de que o consumidor prescinde para obter uma unidade adicional de 
Comida chama-se Taxa Marginal de Substituição, ou TMS. 
o TMS = 
V 
D 
D (Em módulo). 
C 
o A TMS representa o declive (ou coeficiente angular ou inclinação) da curva de indiferença num dado ponto. 
o TMS representa o declive da curva de indiferença num ponto. 
A 
B 
C1 C2 
U0 
C 
Comida 
Vestuário 
V1 
V2 
V 
Nota: O declive de uma reta mede a inclinação dessa reta: 
• Quanto maior o declive, maior a inclinação (a reta está mais vertical). 
• Quanto menor o declive, menor a inclinação (a reta está mais horizontal). 
• A declividade da curva de indiferença num ponto é igual à declividade da reta que lhe é tangente 
nesse ponto. Logo, a TMS num ponto da CI é igual ao declive da reta tangente à CI nesse ponto. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 33
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
Taxa Marginal de Substituição 
A taxa marginal de substituição de Y por X mede o número de unidades de Y que devem ser sacrificadas por 
unidade ganha de X, para que se mantenha um nível constante de satisfação. A taxa marginal de substituição é 
dada pela inclinação negativa de uma curva de indiferença em um ponto. 
TMSY, X = 
Y 
D 
−D : lê-se “Taxa marginal de substituição de Y por X”. 
X 
Princípio da TMS Decrescente 
“À medida que se percorre uma curva de indiferença da esquerda para a direita, a “TMS” diminui”. 
A curva de indiferença é convexa em relação à origem devido a esse princípio. 
Utilidade Marginal 
A palavra marginal em economia tem o significado matemático de derivada ou acréscimos. 
A Utilidade Marginal do bem X (UMg x ) é a derivada parcial da função utilidade em relação à quantidade 
do bem X. 
UMg X = 
¶ 
U 
¶ 
X 
Para o bem Y, é dada por: 
UMg Y = 
¶ 
U 
¶ 
Y 
Ou a UMgx = UTn – UTn – 1 
O diferencial total de uma função é: 
Seja F = F(x, y) uma função de duas variáveis x e y. O diferencial total de uma função (dF) é dado por: 
¶ 
F 
¶ 
F 
× 
× + 
dF = dy 
¶ 
y 
dx 
¶ 
x 
Inclinação da Curva de Indiferença 
Inclinação = TMSy , x = 
dy 
dx 
UMg 
UMg 
x = − 
y 
Ou a Inclinação é dada por 
− Px 
Py 
Razão negativa entre os respectivos preços. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 34
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
As Variações na Renda Monetária 
As variações na renda monetária, permanecendo os preços constantes, normalmente resultam em uma 
correspondente variação nas quantidades das mercadorias compradas. Em particular, para os chamados bens 
“normais” ou “superiores” um acréscimo na renda monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um decréscimo 
na renda monetária a um decréscimo no consumo. É de grande interesse analisar os efeitos de variações na renda 
sobre o consumo. Para isto, mantenhamos os preços nominais constantes, a fim de observar somente o efeito de 
variações na renda. 
A Curva de Renda-Consumo 
A curva de renda-consumo é o lugar geométrico dos pontos de equilíbrio dos orçamentos resultantes de 
vários níveis de renda monetária a preços monetários constantes. A curva de renda-consumo possui inclinação 
positiva em toda sua extensão quando ambos os bens são “normais” ou “superiores”. 
q1 
Curva de Renda-consumo 
U3 
U2 
U1 
G G’ G” 
q2 
F” 
F’ 
F 
IMPORTANTE: Um bem é superior, normal ou inferior, conforme sua elasticidade-renda exceda a unidade, seja 
menor que a unidade, positiva ou negativa. Num ponto sobre uma curva de Engel, um bem é dito superior, normal 
ou inferior conforme a tangente desse ponto intercepte o eixo horizontal à esquerda da origem, à direita da origem, 
mas da abscissa correspondente a tal ponto, ou à direita da origem e da abscissa correspondente ao mesmo. 
As Variações no Preço 
q1 
Curva de Preço-consumo 
q2 
F 
U3 
C 
U2 
B 
U1 
A 
0 G G’ G” 
A reação na quantidade adquirida a variações no preço é, talvez, ainda mais importante que a reação a 
variações na renda monetária. 
A Curva de Preço-Consumo 
A curva de preço-consumo é o lugar geométrico dos orçamentos de equilíbrio resultantes de variações na 
relação entre os preços em que a renda monetária nominal permanece constante, conforme gráfico acima. 
1.3.1 - Utilidades cardinal e ordinal 
Historicamente, ao observar-se o desenvolvimento da teoria do consumidor, nota-se a existência de duas 
abordagens, segundo as quais uma série de autores procuraram analisar o comportamento do consumidor: a) a 
abordagem cardinal - Jevons, Menger e Walras (cerca de 1871) e b) a abordagem ordinal - Pareto (1906), Slutsky 
(1912), Samuelson e Hicks (1938) 
É muito difícil quantificar, atribuir valores a utilidade de um bem (utilidade cardinal), porém os economistas 
acham que é possível ordenar as preferências do consumidor (utilidade ordinal). 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 35
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
1.3.1.1 - Utilidade Cardinal 
Os economistas Gossen (1854), Jevons (1871) e Walras (1874), os formuladores da teoria cardinal, acreditavam 
que a utilidade era uma característica mensurável dos bens e serviços, que podia ser medida. Acreditavam que a 
utilidade era uma qualidade aditiva, isto é, a satisfação do consumidor era a soma das utilidades obtidas no consumo 
dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias. 
Algumas teorias da utilidade atribuem um significado determinado à grandeza da utilidade. Conhecidas como 
teorias da utilidade cardinal, essas teorias partem do pressuposto de que o tamanho da diferença de utilidade entre 
duas cestas de bens é de alguma significância 
1.3.1.2 – Utilidade Ordinal 
Para sabermos se uma pessoa prefere uma cesta de bens à outra, basta lhe oferecermos a possibilidade de 
escolha entre duas cestas e observamos qual a escolhida. Saberemos, assim, como atribuir uma utilidade às duas 
cestas de bens: simplesmente atribuiremos à cesta escolhida uma utilidade maior que a atribuída a cesta rejeitada. 
Bem “y” 
Bem “X” 
1.3.2 - Restrição orçamentária 
“O consumidor organiza suas compras de modo a maximizar a satisfação sujeita a sua renda monetária 
limitada”. 
1.3.2.1 - Equação de Restrição Orçamentária 
x.p x + y.p y = R (ou M) 
Esta é a equação de uma linha reta. 
Resolvendo para “y”, teremos: 
y = 
p 
− x 
× + 
R 
p 
x 
y y 
p 
A inclinação (coeficiente angular ou declividade) da equação de restrição orçamentária é a razão negativa 
entre os respectivos preços. 
Inclinação = - 
p 
x 
p 
y 
O coeficiente linear é a renda do consumidor dividida pelo preço de Y. (Indica o gasto total do consumidor 
adquirindo somente o bem Y). 
Coeficiente linear = 
R 
y p 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 36
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1.3.2.2 - Reta Orçamentária 
A reta orçamentária é o “lócus” das cestas (ou combinações de bens) que podem ser adquiridas se toda a 
renda monetária for gasta. Sua inclinação é o valor negativo da relação entre os preços. 
Veja o exemplo seguinte, onde se tem: 
 
  
 
  
 
X e X Dois bens envolvidos 
1 2 
p e p eço de ambos os bens 
1 2 
x e x Quantidades de consumo 
1 2 
 
 
 
 
. 
Pr . 
Re . 
. 
m nda do consumidor 
A renda é m = 4, p1 = 1 e p 2 = 2 
Os interceptos iguais a 2 e 4 são obtidos respectivamente pelas relações 
m 
2 p 
e 
m 
1 p 
. 
Importante: Ambos os interceptos, tanto dependem da renda “R” ou “m”, como também dos preços 
respectivos. 
Algumas questões: 
a) O que ocorre se a renda dobra? 
R : O consumo de cada bem também dobra. 
b) O que ocorre se o preço de X1 dobra? 
R : A renda só permite comprar a metade da quantidade de X1 anteriormente comprada. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 37
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Importante: 
a) Variando a renda a reta orçamentária desloca-se paralelamente. 
b) Variando os preços a reta orçamentária muda de inclinação. 
c) A restrição orçamentária representa o poder aquisitivo do consumidor 
1.3.3 - Equilíbrio do consumidor 
O ponto de equilíbrio do consumidor ou de maximização da satisfação sujeito a uma renda monetária 
limitada é definido pela condição de que a taxa marginal de satisfação de Y por X seja igual à relação entre o 
preço de X e o preço de Y. 
“Esta afirmação se verifica somente quando cada consumidor consome uma quantidade positiva de cada 
bem”. 
U2U1U0 
U0 
Comida 
Vestuário 
U1 
U2 
VE 
CE 
E 
B 
A 
F 
O objetivo do consumidor é, tendo em conta o seu rendimento (restrição orçamentária), consumir a melhor 
combinação de bens de modo a obter a maior satisfação possível. 
E(CE , VE) No equilíbrio TMSV/C = Inclinação da reta orçamentária. 
Pc 
V − 
Pv 
− D 
C 
= 
D 
ou 
Pc 
Pv 
V 
C 
= 
D 
D 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 38
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
1.3.3.1 - Restrições do modelo 
a) Os bens são perfeitamente divisíveis; 
b) Os preços dos produtos são dados pelo mercado, portanto se constituem em um parâmetro; 
c) Toda renda, necessariamente, deve ser gasta, não sendo admitido o entesouramento (não podia gastar 
mais do que a renda; não podia poupar; toda renda era gasta). 
1.3.3.2 - Condição Matemática 
UMgn 
Pn 
UMgy 
= = ... = 
Py 
UMgx 
Px 
Entretanto: Produto l Moeda 
UMg Moeda 
= 1 
= 
P Moeda 
UMgx 
Px 
UMgx 
= 
Portanto: UMg Moeda 
Px 
1.3.3.3 - Desequilíbrio (crise) 
a) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é maior do que o de obter a moeda. 
UMgx  Então o consumidor compra. 
UMg Moeda 
Px 
b) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é menor do que o de obter a moeda. 
UMgx  Então o consumidor não compra. Prefere a moeda à aquisição do produto. 
UMg Moeda 
Px 
1.3.3.4 - Equilíbrio através dos Multiplicadores de Lagrange 
A maximização da utilidade sujeita à restrição orçamentária é dada por meio das seguintes condições: 
L = U(x , y) ± l(R – x.Px – y.Py) Função Lagrangeana. 
Derivando parcialmente e igualando a zero; e resolvendo o sistema de equações obtém-se a posição de 
equilíbrio do consumidor. 
 
   
 
   
 
= 
= 
0 
0 
= 
¶ 
L 
¶ 
¶ 
x 
L 
¶ 
¶ 
y 
L 
¶ 
0 
l 
Equilíbrio significa balanceamento entre forças opostas. Especificamente, no caso do consumidor, ocorre 
quando este consegue adquirir uma quantidade de bens e serviços que lhe é necessária com o mesmo dispêndio. 
1.3.3.5 - Espaço Orçamentário 
O espaço (ou conjunto) orçamentário é o conjunto de todas as cestas de bens que podem ser compradas, 
gastando uma parte ou toda a renda monetária dada. O espaço orçamentário abrange somente uma parte do 
(ou um subconjunto do) espaço-mercadoria. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 39
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Matematicamente, é mais correto dizer que o espaço orçamentário é definido pelas três desigualdades 
seguintes: x 
x.px + y.py £ R Reta Orçamentária= - p1/p2 
x ³ 0 
y ³ 0 
y 
1.3.4 - Funções demanda 
A demanda de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam 
inversamente preços e quantidades demandadas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões 
de elasticidade. 
Diferença: as quantidades demandadas definem um ponto da curva(reta) de demanda com a respectiva 
variação de preço quantidade e a demanda é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta 
(curva) que representa as diversas variações de preços e quantidades. 
D = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc) 
As funções de demanda do consumidor dão as quantidades ótimas de cada um dos bens como função dos 
preços e da renda com os quais o consumidor se defronta. As funções de demanda são escritas como: 
X1 = x1(p1,p2,m) 
X2 = x2(p1,p2,m) 
O lado esquerdo de cada equação representa a quantidade demandada. O lado direito, a função que 
relaciona os preços e a renda com essa quantidade. O estudo de como a escolha responde às variações no ambiente 
econômico é conhecido como estática comparativa. Comparativa significa que queremos comparar duas situações, e 
estática significa que não estamos interessados em nenhum processo de ajustamento de preços que possa ocorrer 
entre uma escolha e outra; examinaremos, pois, apenas a escolha de equilíbrio. 
1.3.4.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y) 
O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua distribuição 
às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes. 
A relação entre renda e demanda define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda. 
Neste caso mede-se o quanto a demanda de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores. 
Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem 
elasticidade-renda negativa. 
Os produtos cuja demanda reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são 
definidos como bens normais. 
Os que apresentam altas variações de demanda em resposta a variações de renda são chamados de bens 
superiores. 
São chamados de bens inferiores quando a demanda declina em conseqüência de aumentos na renda. 
1.3.4.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a) 
Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função demanda para mais 
ou para menos. 
Em grande parte a demanda é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos 
modais. 
Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de demanda por um dado 
produto, como altamente influenciáveis por campanhas promocionais. 
Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento 
da curva de demanda. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 40
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
1.3.4.3 - Preços dos bens substitutos (ps) 
Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A demanda pode ser afetada por variações nos 
preços de produtos substitutos, quando se estabelecem entre eles elasticidade-cruzada positiva ou negativa. 
Positiva quando a demanda de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto. 
1.3.4.4 - Preços dos bens complementares (pc) 
Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente. 
A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa. 
Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos 
dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da demanda por unidades habitacionais, 
deslocando-se também em direção positiva a demanda por móveis e utensílios domésticos. 
Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da demanda pode projetar-se em termos 
macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a demanda por produtos conceituados como de 
alta “volatilidade”. 
1.3.4.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e) 
A demanda de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada 
por expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator 
tem caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de demanda, sob certas circunstâncias até acentuadamente. 
Isto ocorre, por exemplo, com a demanda por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de 
abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à 
preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social. 
1.3.4.6 - Número de consumidores potenciais (n) 
Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da 
demanda de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas 
de expansão da população. 
O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da 
demanda, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda. 
1.3.4.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i) 
Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos 
e/ou subsídios, também a influenciam. 
Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para 
o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido. 
1.3.5 - Curvas de Engel 
A curva de Engel é uma função que relaciona a quantidade de equilíbrio adquirida de uma mercadoria para 
um dado nível de renda monetária. 
• A curva de renda-consumo pode ser usada para derivar as curvas de Engel para cada mercadoria. 
• As curvas de Engel são importantes para os estudos aplicados de economia do bem-estar e para a análise 
dos padrões da renda familiar. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 41
PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 
• A elasticidade-renda pode ser relacionada com a inclinação ou curvatura de uma curva de Engel e, em 
parte, pela classificação das mercadorias como superiores, normais ou inferiores. 
• Se um bem é normal ou superior, a inclinação da curva de Engel é positiva. 
• Se um bem é inferior, a inclinação da curva de Engel é negativa. 
1.3.6 - Demanda de mercado 
n 
 
= 
= = 
(x) (x) D q di 
i 1 
A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último 
consumidor). 
Ou, utilizando: 
X1i (p1, p2, m1) 
Para representar a demanda individual do consumidor do bem 1 e: 
X2i (p1, p2, mi) 
Para representar a demanda individual do consumidor do bem 2. 
Assim a demanda de mercado ou agregada do bem 1, será a soma das demandas individuais de todos os 
consumidores: 
n 
X1 (p1, p2, m1,...mn) = m x1i (p1, p2, m1) 
i=1 
A representação idêntica valerá para o bem 2, e sucessivamente até o bem n . 
Como a demanda de cada pessoa para cada bem depende dos preços e de sua renda, a demanda de 
mercado ou agregada dependerá em geral dos preços e da distribuição de rendas. Algumas vezes, no entanto, 
convém pensar na demanda de mercado ou agregada, como a demanda de um “consumidor representativo” 
que tem uma renda exatamente igual à soma de todas as rendas individuais. Se adotarmos a hipótese do 
“consumidor representativo”, a função da demanda de mercado será: 
X1 (p1, p2, M) 
onde M é a soma das rendas dos consumidores individuais. 
Preço 
Curva da Demanda 
D(p) 
Quantidade 
Observe que essa curva está traçada com todos os outros preços e rendas constantes. Se esses preços variarem, a 
curva de demanda de mercado se deslocará. 
1.3.6.1 – Função de Demanda Inversa 
Na Curva de Demanda de Mercado podemos identifica a quantidade e a função do preço, se observamos 
em sentido contrário p preço como função da quantidade. 
Quando assim o fazemos, referimo-nos a ela como a função de demanda inversa, P(X). Essa função indica 
qual deveria ser o preço de mercado do bem para que se demandem X unidades dele. 
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 42
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Sabemos que o preço de um bem mede a taxa marginal de substituição (TMS) entre esse e todos os demais 
bens. Ou seja, o preço de um bem representa a propensão marginal do demandante a pagar por uma unidade 
adicional desse bem. Portanto, a função de demanda inversa P(X), mede a taxa de marginal substituição, ou 
propensão marginal a pagar de todos os consumidores que estiverem comprando o bem. 
A interpretação geométrica terá como exemplo a Agregação de Curvas de Demanda “Lineares”, que para a 
curva de demanda de uma pessoa seja: 
D1(p) = 20 - p 
Que a Curva de Demanda da segunda pessoa seja: 
D2(p) = 10 – 2p. 
Qual será a função de mercado? Aí precisamos tomar cuidado no que entendemos como funções de 
demanda “lineares”, porque a quantidade negativa de um bem não faz sentido, a forma das funções ficariam: 
D1(p) = máx{20-p, 0} 
D2(p) = Max{10-2p, 0} 
O que os economistas chamam de curvas de demanda “lineares” na verdade não são funções lineares, 
porque haverá uma quebra da curva em p=5. 
Preço Preço Preço 
20 
D1(p) D1(p) + D2(p) 
Demada do Demanda do Demanda do Mercado=Soma das 
Agente 1 Agente 2 duas curvas de demanda 
5 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
D2(p) 
X1 x2 X1+ X2 
A B C 
A soma de duas curvas de demandas “lineares” – Como as curvas de demanda são lineares apenas para as 
quantidades positivas, normalmente haverá uma quebra na curva de demanda de mercado. 
1.3.6.2 – Bens Discretos 
Se um bem só estiver disponível em quantidades discretas, sua demanda por parte de um consumidor 
individual pode ser descrita em termos dos preços de reserva desse consumidor. Didaticamente vamos considerar a 
disponibilidade do bem de zero a uma unidade disponível no mercado. Nesse caso, a demanda do consumidor é 
totalmente descrita por seu preço de reserva – o preço ao qual ele está disposto a comprar uma unidade. Nesse 
caso a curva de demanda do mercado tem de ser “inclinada para baixo”, uma vez que uma diminuição do preço 
de mercado aumenta o número dos consumidores dispostos a pagar pelo menos esse preço. 
T 
PA 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------PA 
Demanda do 
Agente A Demanda do 
PB----------------------------------------------------PB-----------------------------------Mercado 
Demanda do Agente B 
XA XB XA + XB 
A B C 
Demanda de Mercado por Um Bem Discreto. A curva de demanda de mercado é a soma das curvas de 
demanda para todos os consumidores no mercado, aqui representados pelos consumidores A e B. 
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Margens Intensiva e Extensiva. Considerando a escolha do consumidor como de quantidades positivas de 
cada bem, e se o preço varia, ele decide consumir mais ou menos de um bem ou de outro, mas mesmo assim 
acaba por consumir um pouco de ambos os bens, este procedimento do consumidor é considerado um ajuste na 
margem intensiva. 
No caso do modelo do preço de reserva, os consumidores decidem entrar ou não no mercado de um dos 
bens. Isso às vezes é chamado de ajuste na margem extensiva 
1.3.7 - Teoria da produção 
Os princípios da Teoria da Produção constituem-se de peças fundamentais para a análise dos preços e dos 
fatores, assim como da sua alocação entre os diversos usos alternativos na economia. 
Desta forma, a Teoria da Produção desempenha dois papéis extremamente importantes: 
Serve de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção: numa economia 
moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem constantemente, o relacionamento entre a produção e 
os custos de produção é muito importante na análise da Teoria da Formação dos Preços. 
Serve de apoio para a análise da procura da firma em relação aos fatores de produção que utiliza: para 
produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de fatores de produção. 
A teoria da produção preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de 
produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs), enquanto a Teoria dos Custos de Produção já relaciona a 
quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção. Ou seja, a Teoria da Produção trata apenas 
de relações físicas, enquanto a Teoria dos Custos envolve também os preços dos insumos. 
1.3.7.1 - Conceitos Básicos 
Produção 
É a transformação de bens e serviços em outros bens e serviços. É o ato de transformar os insumos adquiridos 
pela empresa em produtos finalmente acabados e que atendam as necessidades do consumidor. 
Processo de Produção 
É o meio utilizado pela empresa quando organiza as quantidades de insumos a serem empregados 
(consumidos) até chegar ao produto final. Em outras palavras, é o quanto de cada fator se faz necessário, uma vez 
escolhido o método mais conveniente, para a obtenção do produto final. 
Função da Produção 
O empresário ao decidir o quê, como e quanto produzir, na medida das respostas advindas do mercado 
consumidor, variará a quantidade utilizada dos fatores, para com isso variar a quantidade produzida do produto. A 
função de produção é a relação que mostra qual a quantidade obtida do produto, a partir da quantidade 
utilizada dos fatores de produção. 
A função de produção indica o máximo de produto que pode ser obtido com a utilização dos fatores, uma 
vez escolhido o processo de produção mais adequado. 
A função de produção é representada analiticamente da seguinte maneira: 
quantidade utilizada do fator de produção. Onde: 
q = quantidade produzida. 
X1, X2, X3, ..., Xn = indicam as quantidades utilizadas dos vários fatores, respeitando o processo de produção 
mais conveniente. 
Resumidamente, considera-se a função de produção conforme segue: 
q = f (X1, X2) 
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É importante ressaltar que: 
A função de produção é um fluxo de produto e insumos, ao longo de um período dado de tempo. 
Supõe-se eficiência técnica, ou seja, a máxima produção possível, a determinados níveis de mão-de-obra, 
capital e tecnologia. 
Não se deve confundir o conceito de função de oferta com função de produção. 
Função oferta É um conceito “econômico”, pois depende dos preços dos fatores de produção. 
Função de produção 
Conceito “físico” ou “tecnológico”, pois se refere à relação entre quantidades físicas de 
produto e de fatores de produção. 
Fatores de produção fixos e variáveis: o custo e longo prazo 
Na análise microeconômica, a questão do prazo está associada à existência ou não de fatores fixos. 
Fatores fixos 
São aqueles cuja quantidade não varia quando a quantidade produzida do produto 
varia. Eles permanecem inalterados. Por exemplo: as instalações da empresa. Subentende-se, 
neste caso, que se trata de curto prazo. 
Fatores variáveis 
São aqueles cuja quantidade utilizada varia na medida em que varia também a 
quantidade produzida do produto. Por exemplo: o número de trabalhadores, o consumo de 
matérias-primas, etc. Trata-se neste caso de longo prazo. 
Produção com um fator variável e um fator fixo (análise de curto prazo) 
Supondo, para efeito de simplificação, a presença de apenas dois fatores de produção: mão-de-obra variável 
e capital fixo (equipamentos e instalações). 
A função de produção fica assim representada: 
, 
Com K (capital) fixado. 
Portanto, o nível de produto varia apenas em função de variações na quantidade de fator variável (mão-de-obra). 
1.3.7.2 - Conceitos de Produto Total, produtividade média e produtividade marginal. 
Produto total 
É a quantidade total produzida, a partir da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a 
quantidade dos demais fatores. 
Produtividade 
média 
É a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção utilizado. 
Obs.: x indica a quantidade do fator de produção empregada. 
Produtividade 
marginal 
É a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do 
fator de produção. 
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Exemplo: 
K N PT PMeN PMgN 
10 
10 
10 
10 
10 
10 
10 
10 
10 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
0 
3 
8 
12 
15 
17 
17 
16 
13 
- 
3 
4 
4 
3,75 
3,4 
2,8 
2,3 
1,6 
- 
3 
5 
4 
3 
2 
0 
-1 
-3 
Representando graficamente, tem-se: 
Como pode ser observado, na máxima do produto total, a produtividade marginal da mão-de-obra é nula, 
isto é, igual a zero. Antes do ponto máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é positiva, ou seja, aumento 
na absorção de mão-de-obra eleva o produto total. Após este ponto de máximo, a produtividade marginal é 
negativa, pois acréscimos de mão-de-obra diminuirão o produto. Isso se deve à lei dos rendimentos decrescentes. 
1.3.7.3 - Lei dos Rendimentos Decrescentes (ou Lei das Proporções Variáveis) 
Aumentando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a 
produção inicialmente crescerá a taxas crescentes; a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável, 
passa a crescer a taxas decrescentes; continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total 
tende a decrescer. 
Esta lei tem sua validade na presença de um fator fixo, ou seja, no curto prazo. 
Produção com Fatores Variáveis (análise de longo prazo) 
A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção são variáveis. 
Supondo apenas dois fatores de produção e ambos variáveis, tem-se: 
Uma função com essa característica é denominada de isoquanta. 
Isoquanta significa igual quantidade, e pode ser definida como sendo uma linha na qual todos os pontos 
representam infinitas combinações de fatores, que indicam a mesma quantidade produzida. 
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Graficamente, é assim representada: 
As isoquantas apresentam três características básicas: a) inclinação na faixa relevante; b) são convexas com 
relação à origem; c) e nunca, jamais em tempo algum, se cruzam. 
Um conjunto de isoquantas é chamado de mapa de produção ou família de isoquantas: 
Economias de Escala ou Rendimentos de Escala 
É um conceito que se define no longo prazo, quando se supõe que todos os fatores de produção sejam 
variáveis, inclusive o tamanho (ou escala) da empresa. 
Rendimentos de Escala ou Economias de Escala representa a resposta da quantidade produzida a uma 
variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção. 
Podem ser: 
• Rendimentos Crescentes de Escala (ou Economia de Escala): ocorrem quando a variação na quantidade do 
produto total é mais que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Por 
exemplo, aumentando-se a utilização dos fatores em 15%, o produto cresce 30%. Equivale a dizer que a 
produtividade dos fatores aumentou. Pode-se apontar como causas geradoras dos rendimentos 
crescentes de escala: maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce: a existência de 
indivisibilidades entre os fatores de produção, por exemplo, numa siderúrgica, como não existe “meio 
forno”, quando se adquire mais um forno, deve ocorrer um grande aumento na produção de aço. 
• Rendimentos Constantes de Escala: ocorrem quando a variação do produto total é proporcional à 
variação da quantidade utilizada dos fatores de produção: aumentando-se a utilização dos fatores em 
10%, o produto também aumenta em 10%. 
• Rendimentos Decrescentes de Escala (ou Deseconomias de Escala): ocorrem quando a variação do 
produto é menos do que proporcional à variação na utilização dos fatores: por exemplo, aumenta-se a 
utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 5%. Houve uma queda na produtividade dos 
fatores. Pode-se apontar como causa geradora dos rendimentos decrescentes de escala, o fato de “o 
poder de decisão e a capacidade gerencial e administrativa” serem indivisíveis e incapazes de 
aumentar, ou seja, pode ocorrer uma descentralização nas decisões, que faz com que o aumento de 
produção obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa. 
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Economia - pf

  • 1. Neon Concursos Ltda Atividade Econômica: educação continuada, permanente e aprendizagem profissional Diretora: Maura Moura Dortas Savioli Empresa fundada em janeiro de 1998 ANO XVII – Av. Mato Grosso, 88 – Centro – Campo Grande – Mato Grosso do Sul Fone/fax: (67) 3324 - 5388 www.NeonOnline.com.br NOÇÕES DE ECONOMIA MATERIAL CONTENDO TEORIA E QUESTÕES PROFESSOR: Roberto Monteiro Equipe Técnica: Arlindo Pionti John Santhiago Johni Santhiago Mariane Reis AGENTE - PF - 2014 Aluno(a): ______________________________________________________________________ Período: _______________________________ Fone: __________________________________
  • 2.
  • 3. SUMÁRIO 1. MICROECONOMIA ............................................................................................................................................. 07 1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................. 08 1.1.1) MERCADO ............................................................................................................................................................................................ 08 1.1.2) PROCURA ............................................................................................................................................................................................ 08 1.1.3) OFERTA ................................................................................................................................................................................................ 10 1.1.4) ELASTICIDADE .................................................................................................................................................................................... 20 1.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA SÃO OS SEGUINTES: .............................................................................................................................................................. 30 1.2.1) NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y) ........................................................................................................................... 30 1.2.2) ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A) .............................................................................................................. 30 1.2.3) PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps) ......................................................................................................................................... 30 1.2.4) PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc) ............................................................................................................................... 30 1.2.5) EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E) .................................................................................................................... 31 1.2.6) NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N) ............................................................................................................................ 31 1.2.7) IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (I) ....................................................................................................................... 31 1.3 TEORIA DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................................... 31 1.3.1) UTILIDADES CARDINAL E ORDINAL ................................................................................................................................................. 35 1.3.2) RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................................................................................... 36 1.3.3) EQUILÍBRIO DO CONSUMIDO ........................................................................................................................................................... 36 1.3.4) FUNÇÕES DEMANDA .......................................................................................................................................................................... 40 1.3.5) CURVAS DE ENGEL ............................................................................................................................................................................ 41 1.3.6) DEMANDA DE MERCADO ................................................................................................................................................................... 42 1.3.7) TEORIA DA PRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 44 1.3.8) CURVAS DE ISOQUANTAS................................................................................................................................................................. 53 1.3.9) CURVAS DE ISOCUSTAS ................................................................................................................................................................... 54 1.3.10) FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E SUAS PROPRIEDADES ..................................................................................................................... 54 1.3.11) CURVAS DE PRODUTO E PRODUTIVIDADE .................................................................................................................................... 56 1.3.12) CURVAS DE CUSTO ............................................................................................................................................................................ 57 1.3.13) EQUILÍBRIO DA FIRMA ....................................................................................................................................................................... 60 1.3.14) EQUILÍBRIO DE CURTO E DE LONGO PRAZOS .............................................................................................................................. 60 1.4 ESTRUTURAS DE MERCADO .................................................................................................................................. 60 2. TESTES E EXERCÍCIOS I .................................................................................................................................. 74 3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .............................................................................................................................. 75 4. EXERCÍCIOS E TESTES .................................................................................................................................... 75 5. TESTES E EXERCÍCIOS II ................................................................................................................................. 77 6. TESTES E EXERCÍCIOS III ................................................................................................................................ 86 7. TESTES E EXERCÍCIOS IV ................................................................................................................................ 88 8. TESTES E EXERCÍCIOS V ................................................................................................................................. 91
  • 4.
  • 5. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA NOÇÕES DE ECONOMIA ECONOMIA Conceitos O termo economia deriva do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei), que significa etimologicamente a “administração da casa”, e que pode estender-se a “administração da coisa pública”. A princípio esta origem pode parecer até certo ponto estranha, porém, lares e economia têm muito em comum. Economia é definida como sendo a ciência social que estuda a maneira pela qual a sociedade emprega recursos escassos, de modo a produzir diferentes bens e serviços que são destinados a atender às necessidades de consumo. Assim, a economia é uma ciência social, pois atender necessidades de consumo é atender necessidades humanas. Na maior parte das vezes, a sociedade se depara com a natureza limitada de recursos disponíveis; e aí surge o fenômeno da escassez, que é a razão maior que justifica o interesse pela economia, uma vez que tantos países ricos como pobres, não dispõem de todos os recursos produtivos que possam satisfazer as necessidades da população. É a escassez, o problema central de todas as sociedades. Os problemas econômicos fundamentais e o fenômeno da escassez A análise da questão da escassez de recursos produtivos e das ilimitadas necessidades humanas conduz as sociedades às seguintes questões. O que e quanto produzir, como produzir, para quem produzir e quando produzir: O que e quanto produzir: em economia de livre iniciativa, este é um problema respondido pelo mercado. Os proprietários de recursos produtivos orientarão sua produção pela quantidade exigida pelo mercado consumidor. Como produzir: a resposta a este problema é dada pelo mercado produtor, pois se trata de uma questão de eficiência produtiva, onde serão alocados os recursos necessários, segundo sua disponibilidade. Para quem produzir: a sociedade sinaliza os setores que serão beneficiados com a distribuição do produto. Mercado interno ou externo? Agricultura ou indústria? Trabalhadores ou proprietários de terra? Enfim, a produção destina-se a atender as necessidades da população. Quando produzir: este é um problema que responde às necessidades da sociedade. Por exemplo, a produção de “ovos de páscoa”, tem sua época certa, não haveria sentido concentrar recursos e produzi-los em data que não atenda aos interesses de consumo. Em síntese: Os problemas econômicos fundamentais conduzem a sociedade a manifestar-se através das alternativas que lhes são impostas através da difícil decisão de escolha entre: o que e quanto produzir; como produzir; para quem produzir e quando produzir. Sistema econômico Sistema Econômico é a forma como a sociedade encontra-se organizada para dar respostas aos problemas econômicos fundamentais: o que e quanto, como, para quem e quando produzir? A resposta a esses problemas depende da forma de organização econômica. Basicamente existem duas formas principais de organização econômica: • Economia de mercado ou de livre iniciativa (descentralizada, tipo capitalista). • Economia planificada (centralizada, tipo socialista). O funcionamento de uma economia de mercado a) Sistema de concorrência pura (sem interferência do Governo). Neste sistema, também chamado de concorrência perfeita ou perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire, onde um grande número, tanto de produtores como de consumidores, possui condições de resolver os problemas econômicos fundamentais, sem a intervenção do Estado. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 5
  • 6. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA O mecanismo de preços é variável reguladora capaz de resolver os problemas e promover o equilíbrio nos vários mercados, conforme segue: • Excesso de oferta: Promove a formação de estoques nas empresas, que se veem obrigadas a reduzir seus preços a níveis satisfatórios de modo a escoar sua produção. • Excesso de demanda: promove a formação de filas entre os consumidores que passam a disputar os escassos bens disponibilizados no mercado. O preço tende a elevar-se até sanar-se definitivamente o excesso. Assim, o Estado, neste modelo, deve cumprir com suas funções sociais, tais como: justiça, paz, segurança, relações diplomáticas, etc. e deixar o mercado dar respostas satisfatórias de seus agentes. O diagrama seguinte ilustra a exposição do sistema de concorrência pura: Numa economia de mercado, as empresas realizam a produção (recursos naturais, trabalho e capital), que são cedidos a ela por seus proprietários, em troca de uma remuneração, denominada renda. Os proprietários dos fatores de produção – famílias - utilizam a renda devida pela cessão de seu uso, para adquirirem os bens e serviços que as empresas produzem, de modo a satisfazer suas necessidades. Este valor total é denominado dispêndio. A renda por sua vez, que é a remuneração paga pelo uso dos fatores de produção, é classificada nas seguintes categorias: • Salários: remunera o fator de produção denominado trabalho. Sua composição é: comissões, honorários de profissionais liberais, ordenados de executivos e todas as remunerações devidas do trabalho, mesmo que não-assalariado. • Juros e lucros: remuneração do fator de produção capital. • Aluguéis: remuneração dos proprietários de recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros. A distribuição dos benefícios resultantes da produção (para quem produzir) depende da quantidade de cada fator de produção utilizado e da contribuição de cada um deles para a efetivação da produção, isto é, de sua produtividade. Como exemplo, os países em que o trabalho não-qualificado seja abundante e o capital escasso, tendem a pagar salários mais baixos, embora os juros e os lucros sejam mais elevados. Os trabalhadores qualificados, por sua vez, por serem menos abundantes e mais produtivos, tendem a receber remunerações mais altas. A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é tomada em conjunto pelas unidades consumidoras e pelas unidades produtoras. O mecanismo de equilíbrio entre essas duas forcas se dá no mercado, onde são determinados os preços e quantidades transacionados dos diversos bens e serviços. A resposta à questão de como produzir será dada pela concorrência entre os produtores, que deverão adotar a combinação de fatores de produção que proporcione o menor custo de produção. Exercício (responda): As famílias fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, do seguinte modo: a) Constituem a demanda em ambos os mercados. b) Constituem a demanda no mercado de bens e a oferta no mercado de fatores. c) Constituem a demanda no mercado de fatores e a oferta no mercado de bens. d) Constituem a oferta em ambos os mercados. e) Somente fazem parte do mercado de bens. Solução: A alternativa correta é b) O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 6
  • 7. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA b) Sistema de economia mista (com interferência governamental). A atuação do governo é justificada com o propósito de reduzir as distorções alocativas e distributivas, mediar a regulamentação e assim promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Isso pode dar-se das seguintes formas: • Atuação sobre a formação de preços via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação de salário mínimo, preços mínimos, taxa de câmbio, etc.; • Complementação da iniciativa privada, principalmente em investimentos em infra-estrutura básica (energia, estradas etc.), que o setor privado não tem condições financeiras, ou interesse em assumir, seja pelo elevado volume de recursos necessários, seja devido ao longo tempo de maturação do investimento, até que venha a propiciar retorno; • Fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico etc.; • Fornecimento de bens públicos, que não são vendidos no mercado: educação, justiça, segurança. • Compra de bens e serviços do setor privado (o governo costuma ser, isoladamente, o maior comprador do sistema). Em termos clássicos, a teoria econômica é apresentada conforme segue: Microeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual operam. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados especiais. Macroeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB, consumo nacional, investimento agregado, exportação, importação, nível geral de preços etc., com o objetivo de delinear uma política econômica. Tem um enfoque conjuntural, preocupa-se com a resolução de questões como inflação e desemprego. 1 – MICROECONOMIA A) É parte da economia que estuda individualizadamente o comportamento do consumidor – dada sua restrição orçamentária e outras motivações; a empresa, a busca do lucro, dadas as estruturas de custos e a atuação da concorrência e outras motivações; a estrutura e os mecanismos de funcionamento de mercado, as conformações básicas da oferta e da procura; as funções e as imperfeições de mercado, a alocação eficaz dos recursos para geração dos bens e serviços; as remunerações pagas aos agentes econômicos; os preços para os bens e serviços gerados no processo de produção. B) É o estudo da tomada de decisão individual, da alocação dos recursos e de como os preços relativos, a produção e a distribuição da renda são determinados. C) A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço. A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se em: Teoria do consumidor: estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. Teoria de empresa: estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir conforme a demanda do mercado e as necessidades dos consumidores dispostos a consumi-los. Teoria da produção: estuda o processo de transformação da matéria-prima, adquirida pela empresa, em produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere aos serviços como transportes, atividades financeiras, comércio e outros. (txt internet) A área de abordagem da microeconomia está relacionada às formas pelas quais as unidades individuais que compõem uma economia (os consumidores, os empresários e os proprietários dos fatores de produção) interagem entre si, visando à satisfação das necessidades econômicas da sociedade. A análise microeconômica identifica-se, em grande parte, com uma teoria de preços, razão pela qual a microeconomia também é identificada por essa denominação: teoria dos preços. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 7
  • 8. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1.1 Mercado É Onde Ocorre O Encontro Das Forças De Demanda E Oferta, Podendo Ser Em Um Lugar Físico Ou Numa Abstração Econômica, Um Lugar Fictício. “O Mercado Não Reagiu Ao Aumento Dos Juros” “O Mercado Não Permitiu Novos Investimentos”. 1.1.2 Demanda ou Procura É determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir no mercado, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo. A demanda representa o máximo que o consumidor pode desejar, dada sua renda e os preços no mercado. A escala da demanda compreende uma relação inversa entre o preço e quantidade: preços mais elevados compreendem quantidades menores e preços menores compreendem quantidades mais elevadas. Vejamos: Preço (R$) Quantidade (X) 10 0 8 4 6 8 4 12 2 16 0 20 Percebe-se facilmente que à medida que o preço diminui, a quantidade procurada aumenta. Portanto, que reduções no preço levarão os consumidores a aumentar a quantidade demandada, e vice-versa, o aumento no preço força os consumidores a demandarem uma quantidade menor do produto. Perfil Gráfico O gráfico evidencia a forma convencional da demanda, que também pode assumir o formato de uma curva, chamada de função potência. Q(x) 1.1.2.1 - Lei Geral da Demanda A inclinação descendente (negativa) da função demanda é justificada pelo fato de que preços mais elevados restringem a capacidade de consumo dos consumidores, e decorre de uma lei econômica identificada como Lei Geral da Demanda: a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na relação inversa de seu preço, ceteris paribus O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 8
  • 9. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.2.2 - Variáveis que afetam a demanda A função demanda mostra como a quantidade demandada de um bem ou serviço varia em função de alterações no seu preço, desde que mantidas constantes as demais variáveis que a influenciam, como por exemplo, o preço dos outros bens, a renda e o gosto dos consumidores. Isto significa que ao ser analisada a demanda sob este aspecto, se faz presente a condição ceteris paribus, isto é, tudo o mais mantido constante. Tradicionalmente as principais variáveis que influenciam a demanda são: 1.1.2.3.1 - NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y) 1.1.2.3.2 - ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A) 1.1.2.3.3 - PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps) 1.1.2.3.4 - PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc) 1.1.2.3.5 - EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E) 1.1.2.3.6 - NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N) 1.1.2.3.7 - IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (ISRg) Função da Procura P(D) = f (Y, A, Ps, Pc, E, N, ISRg) A variação de qualquer destes fatores, ditos determinantes da demanda, pode provocar variações da curva de demanda, isto é, deslocamento para a direita ou para a esquerda, conforme exemplo a seguir: Suponha uma elevação de renda dos consumidores habituados a consumir um bem normal x qualquer (por exemplo, carne de primeira). Aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem, quando se tratar de bens normais, ocorrendo o contrário quando os bens envolvidos são inferiores. É importante ressaltar que não se deve atribuir a idéia de variações da demanda (quando há o deslocamento da curva à direta ou à esquerda), à idéia de variações da quantidade demandada, pois este último decorre de movimentos ao longo da própria curva e não de um deslocamento propriamente dito. Variações da demanda Variações da quantidade demandada 1.1.2.10 - A demanda de mercado n = = = (x) (x) D q di i 1 A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último consumidor). O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 9
  • 10. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3 – Oferta É determinada pelas várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado, em função de vários níveis de preços, em dado período de tempo. Muito do que foi abordado na análise da demanda, também se aplica no estudo da oferta: a relação quantidade e preço dos bens relacionados, a condição ceteris paribus, a delimitação no tempo e no espaço e outros aspectos. Enquanto a demanda analisa o comportamento dos consumidores/compradores, a oferta ocupa-se em analisar o comportamento dos produtores/vendedores, mostrando como se dá a relação quantidade ofertada e preços de mercado. Por sua vez, os produtores, aqui entendidos como vendedores estão dispostos a oferecer uma quantidade mais elevada quanto maior for o preço do bem. O quadro a seguir, retrata bem essa situação: Preço (R$) Quantidade (X) 0 0 2 5 4 10 6 15 8 20 10 25 Percebe-se facilmente que à medida que o preço se eleva, a quantidade ofertada também se eleva. Este comportamento é traduzido pelo lado de quem vende como um estímulo, maior lucro e uma venda maior. Em contrapartida, na medida em que o preço diminui, o estímulo tende a desaparecer. Perfil Gráfico A exemplo da demanda, a função oferta também é traduzida na forma de uma curva. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 10
  • 11. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.1 - Lei Geral da Oferta A inclinação ascendente (positiva) da função oferta se dá pelo fato de que preços mais elevados estimulam a produção ou a venda do bem em quantidades também maiores. A este fenômeno dá-se a denominação de Lei da Oferta: A quantidade ofertada de um bem ou serviço varia na relação direta de seu preço. 1.1.3.2 - Variáveis que afetam a oferta Conforme ocorre na demanda, também a oferta é influenciada por vários fatores determinantes. Neste caso, pode-se dizer que a função é representada da seguinte forma: 1.1.3.2.1 – Capacidade produtiva (N) 1.1.3.2.2 – Oferta dos fatores de produção (F) 1.1.3.2.3 – Preços dos insumos ( Pa,Pk,Pn) 1.1.3.2.4 – Capacidade tecnológica (Tec) 1.1.3.2.5 – Expectativas sobre evolução da procura (Ea) 1.1.3.2.6 – Expectativas sobre o comportamento do preço dos bens e serviços (Eb) S = f (N,F,Pa,Pk,Pn,Tec,Ea,Eb) Função Geral da Oferta 1.1.3.3 - Variações da oferta e variações da quantidade ofertada Conforme é observado na demanda, a oferta também é influenciada por outras variáveis. Supondo que ocorra uma queda no custo dos insumos (matéria-prima), haverá desta forma um deslocamento da curva de oferta para a direita, pois os produtores estarão dispostos a uma produção mais elevada, mantendo constante o volume de capital empregado. Supondo agora que apenas o preço do bem seja reduzido, haverá um movimento ao longo da própria curva. Variação da Oferta Variação da quantidade ofertada 1.1.3.4 - Oferta de Mercado n = = = (x) (x) S q si i 1 A oferta de mercado de um bem ou serviço é o somatório das ofertas individuais, desde i=1 até i=n (o último ofertante). O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 11
  • 12. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.5 - Equilíbrio de Mercado A ação conjunta das forças que orientam a oferta e a procura irá determinar o preço de equilíbrio de uma economia de livre iniciativa e consequentemente definirá a quantidade de equilíbrio que atende aos desejos dos principais agentes econômicos da sociedade. Equilíbrio: S = D E (q0, p0) = Equilíbrio de Mercado O ponto E indica, que tanto aqueles que produzem ou vendem, como aqueles que consomem, encontram-se satisfeitos em relação aos seus desejos. De outra forma, qualquer outro ponto, seja sobre S ou sobre D, indicará o excesso de oferta ou excesso de demanda. Um excesso de oferta (ou escassez de demanda) tem característica de exercer pressão no sentido de queda do preço, devido ao aumento indesejado dos estoques, à concorrência entre os vendedores e à própria percepção dos compradores, que forçarão rebaixamentos no preço tão logo percebam a existência dos estoques. Um excesso de procura (ou escassez de oferta) força os preços para cima, em função da disposição dos compradores diante da escassez da mercadoria e da disposição dos vendedores em se aproveitar desta escassez sem o risco de queda no volume de vendas. Exemplos: 1. Seja: D = 56 – 2p (função demanda) S = 20 + p (função oferta) a) Determine o equilíbrio de preço e de quantidade. b) Se o preço for R$ 15,00, haverá excesso de oferta ou de demanda? Qual o valor desse excesso? O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 12
  • 13. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Solução: a) Equilíbrio: D = S ou S = D 20 + p = 56 – 2p p + 2p = 56 – 20 3p = 36 p = 12 Para achar a quantidade de equilíbrio, basta substituir p = 12 em D ou S. S = 10 + p S = 22 E (22, 12) b) Para p = 15, a quantidade demandada é: D = 56 – 2 Z 15 D = 56 – 30 D = 26 Por sua vez, ao mesmo preço, a quantidade ofertada é: S = 20 + 15 S = 35 Portanto S D, existe um excesso de oferta igual a 9. Já era de se esperar um excesso de oferta, pois o preço R$ 15,00 é superior ao preço de mercado. 2. Assinale a alternativa correta. Não se inclui entre os determinantes da procura individual: a) O preço do bem. b) A renda do consumidor. c) o preço dos outros bens. d) A quantidade ofertada do bem. e) O gosto ou preferência do indivíduo. Solução: Sabe-se que a demanda ou procura do consumidor por um bem é função de uma série de variáveis: preço do bem, renda do consumidor, preço de outros bens, hábitos do consumidor etc. Matematicamente, a demanda de um bem X é expressa por: Considerando a variável preço do bem e a quantidade sujeita ao consumo e ainda admitindo as demais variáveis inalteradas, a demanda é expressa conforme segue: O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 13
  • 14. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.6 - Mercado: Excedente do Consumidor e do Produtor 1.1.3.6.1 - Excedente do Consumidor e a Curva de Demanda A disposição de um consumidor para pagar por um produto depende de suas preferências individuais. Desta forma, o “excedente do consumidor” lida com o valor máximo que o consumidor pagaria por um determinado bem ou serviço. Envolve, portanto, a medida do valor que um consumidor atribui a esse produto. Excedente do consumidor individual é o ganho líquido que o consumidor individual alcança com a compra de um bem. É igual à diferença entre a disposição de pagar e o preço que efetivamente ele paga. Excedente do Consumidor = Disposição para pagar – Valor efetivamente pago Excedente do Consumidor Total é a soma dos excedentes dos consumidores individuais de todos os compradores de um bem ou serviço. O excedente do consumidor mede objetivamente o benefício que o consumidor recebe ao adquirir um bem, de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do consumidor é, portanto, uma medida do bem-estar econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício aos consumidores desse mercado. Considere o gráfico seguinte que retrata o excedente do consumidor e a curva de demanda para livros-texto usados. O gráfico a seguir retrata o excedente dos consumidores Conforme se vê o excedente do consumidor pode ser calculado por meio da diferença entre a “disposição para pagar e o valor efetivamente pago” por um produto. Graficamente, esse mesmo valor é determinado por meio da área do polígono formado entre a curva de demanda e um preço P determinado, conforme figura seguinte. O excedente do consumidor total é igual à soma dos excedentes individuais de cada consumidor. Neste caso corresponde à seguinte soma: $ 29 + $ 15 + $ 5 = $ 49. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 14
  • 15. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.6.2 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor Curva de demanda por computadores e o excedente do consumidor Torna-se importante ressaltar que o dia-a-dia da atividade econômica é realizada por inúmeros consumidores demandando os bens e serviços ofertados também por inúmeros produtores integrantes desse mercado. Assim, a representação gráfica do excedente do consumidor a um determinado preço P, em uma curva de demanda agregada, seria a seguinte: O excedente do consumidor a este preço é igual à área sombreada: a área por baixo da curva de demanda, mas acima do preço, ou seja, a área do triângulo retângulo definido na figura (S = b.h 2 ), onde: A base b é o segmento de reta que indica a quantidade de 1 milhão (um dos catetos do triângulo retângulo), e a altura h representa o segmento de reta a partir do preço de $ 1.500 até o preço proibitivo que é o intercepto com o eixo das ordenadas (o outro cateto do triângulo retângulo). O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 15
  • 16. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.6.3 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor Uma queda no preço do bem aumenta o excedente do consumidor. 1.1.3.7 - Excedente do Produtor e a Curva de Oferta O custo de um produtor/vendedor potencial é o preço mais baixo ao qual ele está disposto a vender um bem. O excedente do produtor individual é o ganho líquido de um produtor/vendedor ao vender um bem. Ele é igual à diferença entre o preço recebido e o custo do vendedor. Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção O excedente do produtor mede os benefícios que os produtores recebem ao participar do mercado. O excedente do produtor total em um mercado é a soma dos excedentes dos produtores individuais de todos os vendedores de um bem. O excedente do produtor no mercado de livros-texto usados O excedente do produtor é representado pela área retangular sombreada no gráfico seguinte. O excedente do produtor pode ser avaliado a partir da curva de oferta. Assim, considere o gráfico seguinte que tem por referência as vendas de livros-texto associados ao seu respectivo custo. Da mesma forma que o excedente do consumidor, o excedente do produtor também pode ser calculado por meio do gráfico. Desse modo, o excedente do produtor equivale à área do polígono determinado pela curva de oferta e um determinado preço de comercialização. Assim, tem-se que o valor mínimo para que haja excedente do produtor é igual ao menor custo de produção dentre os todos os ofertantes, no caso igual a $5 (custo de Andrew). O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 16
  • 17. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Portanto, acima de $ 5 existe excedente do produtor para quaisquer preços determinados, conforme é mostrado na figura que se segue. Do mesmo modo que pode mensurar o excedente do consumidor em um mercado maior por meio das relações estabelecidas entre preço e quantidade, também é possível calcular-se o valor do excedente do produtor por meio das relações entre preço e quantidade, conforme ilustrado no gráfico seguinte que representa a curva de oferta agregada. Tem-se, portanto, que o excedente do produtor ao preço P = $ 5 é igual à área delimitada pela curva de oferta e esse preço, ou seja, corresponde à área do triângulo retângulo assim definido b.h S = . 2 O excedente total do produtor a partir da venda de um bem ou serviço a um determinado preço é igual à área acima da curva de oferta, mas abaixo do preço. 1.1.3.7.1 - O efeito aumento de preço sobre o excedente do produtor Um aumento de preço aumenta o excedente do produtor. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 17
  • 18. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Estabelecendo-se um novo preço P = $ 7, maior que P = $ 5, tem-se que: O excedente adicional em P = $ 7 para os primeiros produtores, ou seja, aqueles que já possuíam excedente do produtor em P = $ 5 (1 milhão), é igual à $ 2 milhões (área do retângulo maior), sombreado mais escuro. O excedente do produtor para os novos produtores, ou seja, aqueles que não produziam em P = $ 5 (1,5 milhão – 1 milhão), é igual à área mais clara, que é correspondente à área do triângulo à direita do retângulo. Tem-se, portanto, que o “excedente do produtor total” em P = $ 7 é igual à soma das áreas dos triângulos abaixo e à direita do retângulo, mais a área do próprio retângulo. Ou ainda, o excedente pode ser calculado determinando-se a área do triângulo maior definido abaixo do preço P = $ 7. Dessa maneira, o excedente do produtor mede objetivamente o benefício que o produtor recebe ao vender um bem, de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do produtor também é, portanto, uma medida do bem-estar econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício proporcionado aos produtores desse mercado. 1.1.3.7.2 - Excedente Total O excedente total gerado em um mercado é o ganho líquido total, para consumidores e produtores, de comerciar em um mercado. É a soma dos excedentes do produtor e do consumidor. Os conceitos de excedente do produtor e consumidor ajudam a entender por que os mercados são uma maneira eficaz de organizar a atividade econômica. 1.1.3.8 - Excedente do Consumidor, Excedente do Produtor, Ganhos do Comércio e Eficiência de Mercados Tanto consumidores quanto produtores estão em situação melhor porque existe um mercado desse bem, ou seja, existem ganhos do comércio. O máximo possível de excedente total (o máximo ganho possível da sociedade) é alcançado no equilíbrio de Mercado. No equilíbrio de mercado não há como melhorar a situação de algumas pessoas sem piorar a de outras, neste caso, os mercados são eficiente. O Equilíbrio de mercado gera o excedente do consumidor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que vendem o bem são os que dão maior valor ao direito de vender. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 18
  • 19. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.3.9 - Realocação das vendas reduz o excedente do produtor Equilíbrio de mercado gera o excedente do produtor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que vendem o bem são os que dão maior valor ao direito de vender. 1.1.3.10 - Mudanças de Quantidade Reduzem o Excedente Total 1.1.3.11 - Mercado e Maximização dos Excedentes do Consumidor e do Produtor O equilíbrio de mercado maximiza o excedente total porque o mesmo desempenha quatro funções importantes: 1. Aloca o consumo de um bem aos compradores potenciais que dão o maior valor a ele. 2. Aloca as vendas aos vendedores potenciais que dão o maior valor ao direito de vender o bem. 3. Garante que cada consumidor que faz uma compra dá mais valor a um bem que cada vendedor que faz a venda. 4. Garante que cada comprador potencial que não faz uma compra dá a um bem um valor menor que cada vendedor potencial que não faz a venda. 1.1.3.12 - A Eficiência de Mercado Até agora foi mostrado como são calculados o excedente do consumidor e o excedente do produtor, e como é possível mensurá-los por meio das representações gráficas de oferta e demanda já conhecidas. Agora serão analisadas as duas situações simultaneamente: Relembrando: Excedente do Consumidor = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção Ao somar-se o excedente do consumidor e o excedente do produtor, chega-se ao excedente total do mercado, visto que devem ser levados em consideração, os excedentes tanto dos demandantes quanto dos ofertantes. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 19
  • 20. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Tem-se, assim, que: Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se anular na fórmula do excedente total descrita acima, e teremos, assim, que: Excedente Total = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor Excedente Total = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago + Valor Efetivamente Recebido – Custos de Produção Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se anular na fórmula do excedente total obtendo-se a seguinte conclusão final: Se: Valor Efetivamente Pago = Valor Efetivamente Recebido Logo: Excedente Total = Disposição para Pagar – Custos de Produção 1.1.4 Elasticidade Mede a resposta proporcional de uma variável, em relação à mudanças em outra. Por exemplo: as mudanças das quantidades procuradas em relação às variações nos preços. e = Variação Percentual da Quantidade Procurada Variação Percentual do Preço 1.1.4.1 - Elasticidade-Preço da Demanda ep = sposta ação Re Re Sensibilidade Chama-se elasticidade-preço da demanda a relação entre a variação percentual da quantidade procurada de um bem e a variação percentual de seu preço. ep = D percentual emQ D percentual emP Essa relação também pode ser escrita da seguinte forma: ep = P I Q I D = Q D P D Q Q D P P . ep = P I Q I D Q . D P Onde: JQ = Variação na quantidade demandada = QF – QI QI = Quantidade inicial JP = Variação do preço = PF – PI PI = Preço inicial O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 20
  • 21. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA A Elasticidade-preço da demanda deve ser entendida como a sensibilidade que os consumidores têm quando o preço de um bem varia. De modo geral, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma dada variável quando ocorrem alterações em outra variável, ceteris paribus. Na prática, a relação quantidade-preço varia num sentido inverso, pois quando o preço diminui, a quantidade aumenta. Isto faz com que o sinal de ep seja sempre negativo (lei geral da demanda). Por essa razão, seu valor é usualmente expresso em módulo, isto é, em valor absoluto. Exemplo: ep = - 1,4 deve ser expressa por ep = −1,4 = 1,4 Classificação dos bens segundo a ep Demanda Elástica Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente maior (mais que proporcional) do que a queda de preços. Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 5%, e a quantidade variar 10%, a elasticidade será igual a 2. Demanda Inelástica ep 1 Ocorre quando o aumento da quantidade demandada é relativamente menor do que a queda do preço. Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar 5%, a elasticidade será igual a 0,5. Demanda de Elasticidade Unitária ep = 1 Ocorre quando a expansão da quantidade demandada é rigorosamente proporcional à queda do preço. Nesta situação, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar também 10%, o valor da elasticidade será igual a 1. Demanda Perfeitamente elástica: ep = L Trata-se de uma situação extrema, em que a demanda se posiciona paralelamente ao eixo horizontal, numa situação típica do modelo perfeitamente competitivo, onde é alta a resposta da demanda a pequenas variações no preço, com ep tendendo para o infinito. Demanda Perfeitamente Inelástica: ep = 0 Também se trata de uma situação extrema, com a curva da demanda posicionando-se perpendicularmente ao eixo horizontal. A resposta da demanda às variações no preço é praticamente nula, com ep tendendo para zero. 1.1.4.2 - Fatores que afetam o grau de elasticidade-preço da demanda 1.1.4.2.1 - Disponibilidade de Bens Substitutos Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações no preço acarretarão por parte do consumidor, a substituição do produto. 1.1.4.2.2 - Essencialidade do Bem Quanto mais essencial o bem, tanto mais inelástica será sua demanda. Restam poucas alternativas para o consumidor “fugir” de possíveis aumentos de preços. 1.1.4.2.3 - Importância do Bem no Orçamento do Consumidor Quanto mais significativo o peso do bem no orçamento do consumidor, maior será o valor da elasticidade-preço da demanda. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda da carne tende a ser mais elevada que a de um sabonete. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 21
  • 22. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.4.3 - Relação entre Receita Total de um Bem e o Grau de Elasticidade A receita total de um bem é igual à quantidade vendida num dado período de tempo vezes o seu valor unitário: Onde: RT = Receita Total P = Preço Q = Quantidade Se uma empresa, por exemplo, deseja aumentar a receita total de seu produto, terá que analisar o grau de elasticidade de sua demanda: 1.1.4.3.1 - Demanda elástica: redução do preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento percentual na quantidade vendida será maior que a redução percentual do preço. Da mesma forma, aumento de preço provocará redução da RT. (Efeito quantidade Efeito preço) 1.1.4.3.2 - Demanda inelástica: aumento de preço provoca aumento de receita total e redução de preço acarreta sua redução (o raciocínio é o inverso ao anterior). [Efeito preço Efeito quantidade] 1.1.4.3.3 - Demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução de preço não afeta a receita total, já que o percentual de variação do preço corresponde à igual percentual de variação da quantidade. (Efeito quantidade = Efeito preço) 1.1.4.4 - Elasticidade-preço da demanda: Relação com a Receita Total RT = p.q Receita Total é igual ao produto entre o preço do bem e o número de unidades vendidas. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 22
  • 23. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.4.4.1 - Efeito preço. Depois de um aumento no preço, cada unidade é vendida a um preço mais alto, o que tende a aumentar a receita. 1.1.4.4.2 - Efeito quantidade. Depois de um aumento no preço, menos unidades são vendidas, o que tende a diminuir a receita. 1.1.4.5 - Elasticidade-preço da demanda ao longo da curva de demanda X a Receita Total ou Gasto Total dos consumidores 1.1.4.6 - Incidência Tributária e Elasticidade-Preço da Demanda Havendo a incidência de um imposto ad valorem, isto é, sobre as vendas, tipo IPI, ICMS, seu recolhimento aos cofres do tesouro será feito pelas empresas, em razão da competência legal atribuída para tal fato. Entretanto, isso não significa que ela absorverá o impacto da totalidade do imposto, pois parte do mesmo ou sua totalidade, poderá ser transferido ao consumidor final via aumento de preços. Desta forma, deve ser observado o seguinte: a) Quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor e menor a parcela do produtor. Neste caso, o consumidor não tem muitas condições de diminuir o consumo do bem, muito provavelmente, dada a inexistência de produtos substitutos no mercado. b) Quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e maior a parcela do produtor. Os gráficos seguintes ilustram esse aspecto. Onde t1 + t2 = t (imposto) t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor t2 = parcela do imposto paga pelo produtor t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor t2 = parcela do imposto paga pelo produtor Observe que quanto mais inelástica é a demanda, tanto maior é a parcela do imposto devida pelo consumidor. No outro caso, quanto mais elástica for a demanda, menor é a parcela paga pelo consumidor. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 23
  • 24. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.1.4.7 - A elasticidade-preço da demanda em casos extremos. a) Quando tratar-se de uma função demanda em que a mesma é paralela ao eixo dos preços (vertical), sua elasticidade-preço será nula, isto é, igual a zero (ep = 0). b) No caso em que a demanda é paralela ao eixo das quantidades (horizontal), sua elasticidade-preço será infinita (ep = c). 1.1.4.8 - Em resumo: Elasticidade-preço da demanda O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 24
  • 25. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 20% a) ep = 1 20% = 10% b) ep = 0,5 20% = 40% c) ep = 2 20% = 1.1.4.9 - Elasticidade-preço da demanda no ponto médio (ou no arco) Neste caso, para determinar-se o seu valor, toma-se a média dos preços e a média das quantidades. ep = D Q P + P P I F 2 + Q Q I F D . 2 ep = + P P D I F Q Q Q D + . I F P 1.1.4.10 - Elasticidade-Renda da Demanda O coeficiente da elasticidade-renda é semelhante ao de elasticidade-preço. Através deste parâmetro, é possível medir as repercussões sobre a demanda, provocadas por variações na renda do consumidor. Chama-se elasticidade-renda da demanda, a relação entre a variação percentual da quantidade procurada e a variação percentual da renda. eR = percentual da qtde procurada percentual da renda D D ou eR = R I Q I D = Q D R D Q Q D R R . Portanto: eR = R I Q I D Q . D R Onde: eR = Elasticidade-renda da demanda JQ = QF - QI JR = RF - RI Se eR 1, o bem superior (luxo). Se 0 eR O 1, o bem é normal (1ª qualidade). Se eR 0, o bem é inferior. Se eR = 0, o bem é de consumo saciado. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 25
  • 26. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Os bens de consumo saciado são aqueles cuja procura não é afetada pela renda dos consumidores, e por isso a procura por esse tipo de produto tem a tendência de permanecer sem alteração. Alguns bens de consumo saciado são vistos como bens essenciais, como arroz, farinha, sal etc. 1.1.4.11 - Elasticidade-preço cruzada da demanda É a variação percentual da quantidade demanda do bem x, dada uma variação percentual no preço do bem y, ceteris paribus. epxy = Q x P y % % D D epxy = x D Q P y P y x D Q x Q P D P y x y Q D = . Se epxy 0 Os bens x e y são substitutos ou concorrentes (o aumento do preço de y aumenta o consumo de x, ceteris paribus). Se epxy 0 Os bens x e y são complementares ( o aumento do preço de y diminui a demanda de x, ceteris paribus). 1.1.4.12 - Elasticidade-Preço da Oferta O mesmo raciocínio aplicado para a demanda também se aplica para a oferta, observando-se que o resultado da elasticidade será sempre positivo, pois a relação entre preço e quantidade ofertada é direta. Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário dispõe-se a oferecer. eP = D percentual emQ D percentual em p ep = P D P D = Q Q D Q Q D P P . ep = P I Q I D Q . D P A Elasticidade-preço da oferta vista graficamente é evidenciada conforme segue. Seu valor é obtido por meio da fórmula já mostrada no estudo inicial. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 26
  • 27. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Portanto: Onde: JQ = Variação na quantidade ofertada = QF - QI JP = Variação do preço = PF – PI Se ep 1, bem de oferta elástica. Se ep 1, bem de oferta inelástica. Se ep = 1, elasticidade-preço da oferta unitária. Graficamente, observa-se da seguinte forma: 1.1.4.13 - A elasticidade-preço da oferta em Casos extremos: a) Oferta infinitamente elástica ep = D Q ®¥ =¥ P(muito pequena) D b) Oferta totalmente inelástica ou anelástica: a quantidade oferecida não responde à variações no preço. ep = 0 O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 27
  • 28. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Exemplos: 1. Uma curva de demanda se exprime por P = 10 – 0,2x, onde P representa o preço e x a quantidade. O mercado se encontra em equilíbrio ao preço P = 2. O preço varia para P = 2,04 e, tudo o mais mantido constante, a quantidade se equilibra em x = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço usual de mercado é: a) 0,02 b) 0,05 c) 0,48 d) 0,25 e) 0,60 Solução: Neste caso será preciso determinar a quantidade ao preço usual (inicial). Para isto, basta substituir P = 2 (preço de equilíbrio) na função demanda dada: 2 = 10 – 0,2x 0,2x = 10 – 2 0,2x = 8 x = 40 Assim, tem-se definido dois pontos da função demanda, identificados por A (40, 2) e B (39,8; 2,04) e utilizando a fórmula da elasticidade-preço da demanda, obtém-se o seu valor. ep = - 0,25, como a ep é definida em módulo, despreza-se o sinal negativo e assim, o seu valor será ep = 0,25. Logo, a alternativa correta é D. 2. A elasticidade-renda da demanda de um bem é constante e igual a 1,5. Uma elevação de 10% no nível de renda, terá como consequência, uma variação na quantidade demandada deste bem ceteris paribus, de: a) 10% b) 15% c) 20% d) 25% e) 30% Solução: , portanto: JQ = 15% Logo, a alternativa correta é B. 3. Se um aumento de 10% no preço de um produto aumentar em 15% a quantidade ofertada, a curva de oferta desse produto será: a) Elástica b) Inelástica c) De elasticidade unitária d) Horizontal e) Vertical Solução: Será elástica, pois 1,5 é maior do que 1. A alternativa correta é A. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 28
  • 29. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 4. Dadas as funções abaixo que representam a demanda e a oferta em um mercado de concorrência perfeita de um bem x: QD = 400 – 10p QS = 22 + 4p Então, é incorreto afirmar que, se o Governo impuser um imposto específico de R$ 7,00 por unidade vendida: a) O novo preço de equilíbrio do bem x é R$ 29,00. b) O consumidor vai pagar R$ 5,00 a mais pelo bem X. c) O produtor após a incidência do imposto deixa de receber R$ 5,00 por cada unidade vendida de x em relação ao mercado sem o imposto. d) A elasticidade-preço da demanda ao preço de equilíbrio sem o imposto é maior em valor absoluto, que a elasticidade-preço da oferta ao mesmo preço. e) A incidência do imposto se dará mais sobre os produtores do que sobre os consumidores. Solução: Primeiramente é preciso determinar o preço de equilíbrio antes do imposto: 22 + 4p = 400 – 10p 14p = 378 p = 27 Calculando agora, o preço de equilíbrio após o imposto: 22 + 4(p – 7) = 400 – 10p 22 + 4p – 28 = 400 – 10p 14p = 406 p = 29 Portanto, a alternativa a) é correta. Calculando a parcela do imposto paga pelo consumidor (PPC) PPC = 29 – 27 = 2 A alternativa está INCORRETA, representando assim aquela que deve ser assinalada. A parcela paga pelo produtor (PPP) é: PPP = 27 – (29 – 7) = 5 ou PPP = 7 – 2 = 5 A alternativa c) é correta. Pelo fato dos produtores suportarem mais pesadamente o ônus do imposto, a alternativa e) é também correta, e, pelo mesmo motivo, a alternativa d) acha-se também correta. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 29
  • 30. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.2 − DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA A procura de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam inversamente preços e quantidades procuradas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões de elasticidade. Diferença: as quantidades procuradas definem um ponto da curva(reta) de procura com a respectiva variação de preço quantidade e a procura é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta(curva) que representa as diversas variações de preços e quantidades. P = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc) 1.2.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y) O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua distribuição às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes. A relação entre renda e procura define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda. Neste caso mede-se o quanto a procura de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores. Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem elasticidade-renda negativa. Os produtos cuja procura reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são definidos como bens normais. Os que apresentam altas variações de procura em resposta a variações de renda são chamados de bens superiores. São chamados de bens inferiores quando a procura declina em conseqüência de aumentos na renda. 1.2.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a) Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função procura para mais ou para menos. Em grande parte a procura é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos modais. Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de procura por um dado produto, como altamente influenciáveis por campanhas promocionais. Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento da curva de procura. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida. 1.2.3 - Preços dos bens substitutos (ps) Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A procura pode ser afetada por variações nos preços de produtos substitutos, quando se establecem entre eles elasticiade-cruzada positiva ou negativa. Positiva quando a procura de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto. 1.2.4 - Preços dos bens complementares (pc) Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente. A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa. Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da procura por unidades habitacionais, deslocando-se também em direção positiva a procura por móveis e utensílios domésticos. Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da procura pode projetar-se em termos macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a procura por produtos conceituados como de alta “volatilidade”. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 30
  • 31. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.2.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e) A procura de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada por expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator tem caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de procura, sob certas circunstâncias até acentuadamente. Isto ocorre, por exemplo, com a procura por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social. 1.2.6 - Número de consumidores potenciais (n) Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da procura de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas de expansão da população. O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da procura, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda. 1.2.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i) Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos e/ou subsídios, também influenciam a demanda. Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido. 1.3 − TEORIA DO CONSUMIDOR Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. A Teoria do Consumidor, ou teoria da escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os consumidores tomam decisões de compra e com eles enfrentam os trade off (trade off é quando a solução de um problema acaba gerando outro problema) e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências. Utilidade − Observações gerais sobre utilidade Num mercado, as pessoas demandam bens e serviços porque as mercadorias consumidas lhes trazem algum tipo de prazer ou satisfação. Essa é uma condição necessária para que uma mercadoria seja procurada pelos consumidores. Denomina-se utilidade, a propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades e desejos humanos. Os objetos que têm utilidade são considerados bens, do ponto de vista econômico. A caracterização dos bens como econômicos, requer também que os mesmos sejam escassos, isto é: estejam disponíveis em quantidades limitadas. Utilidade é a qualidade que torna um bem necessário ou desejado, ou a satisfação obtida ao se consumir determinado produto. É um conceito subjetivo, pois cabe ao consumidor aquilatar essa utilidade ao satisfazer suas necessidades e desejos. Por exemplo, o feijão satisfaz necessidades básicas das pessoas, mas há algumas que não o toleram. Desta forma, o consumo de um bem dá certa satisfação chamada de utilidade. Supõe-se que a utilidade é uma função da quantidade que se consome de certo bem. U = f(q). Supõe-se ainda que a utilidade é uma função crescente da quantidade consumida de um bem, pois à medida que se aumenta o consumo, a utilidade total também aumenta. Supõe-se também que esse aumento se processa a uma taxa decrescente, pois os acréscimos resultarão em satisfação extra cada vez menor ao consumidor. Imagine por exemplo que o consumo de uma unidade de coca-cola lhe dê UT1 de utilidade; que o consumo de duas unidades lhe dê UT2; e de 3 unidades igual a UT3; e assim sucessivamente. Desta forma, como a utilidade é uma função crescente da quantidade consumida, tem-se o seguinte: UT3 UT2 UT1 O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 31
  • 32. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Curvas de Indiferença Uma curva de indiferença é o lugar geométrico dos pontos – ou orçamentos particulares ou combinações de bens – que proporcionam o mesmo nível de utilidade total, ou aos quais o consumidor é indiferente. Exemplo: q1 Curva de indiferença Propriedades a) São decrescentes (ou descendentes). U q2 q1 U3 U2 U1 q2 Mapa de indiferença Para ter maior quantidade de um bem, devemos abrir mão de certa quantidade do outro bem de modo a permanecer com o mesmo nível de satisfação. b) São côncavas para cima, isto é, convexas em relação à origem. Isto está relacionado com o princípio da taxa marginal de substituição decrescente. c) Não se interceptam. Se duas curvas de indiferença se interceptassem teríamos uma cesta que proporcionaria dois níveis de satisfação (utilidade) diferentes, o que é um absurdo. d) Uma curva de indiferença passa através de ponto do espaço-mercadoria. Entre duas curvas de indiferença sempre existirá outra entre elas. Curvas de Indiferença (CIs) • Representam os gostos ou preferências dos consumidores. • Uma Curva de Indiferença representa o conjunto de combinações alternativas de bens que permitem ao consumidor atingir um determinado nível de utilidade (ou satisfação). • A cada Curva de Indiferença está associado um nível de utilidade. • A “utilidade” é um conceito meramente ordinal, que serve para ordenar cestas de bens. • Ao longo de uma Curva de Indiferença o consumidor é indiferente entre combinações alternativas de bens, pois as mesmas possuem o mesmo nível de utilidade. • Uma Curva de Indiferença obtém-se atribuindo um valor a U e resolvendo a função em ordem a um bem, por exemplo: U = 20 e U(x , y) = 2xy U = 20 = 2xy y = 10/x; define a Curva de Indiferença para U = 20. • Ao conjunto de Curvas de Indiferença de um consumidor chama-se Mapa de Indiferença: U2U1U0 U0 Comida Vestuário U1 U2 V1 V2 A C1 C2 B C C3 O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 32
  • 33. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA • A combinação de bens em A (C1,V1) proporciona a mesma utilidade que em B (C2,V2). • A curva U2 representa um nível de utilidade superior ao da curva U1, que representa um nível de utilidade superior ao da curva U0. • Por exemplo, em A o consumidor consome o mesmo Vestuário que em C, mas em A consome menos Comida que em C. Pelos princípios da Não Saciedade e do Mais é Melhor a combinação de bens em C é preferível à combinação em A. • Tratando-se de bens, quanto mais afastada da origem estiver a curva de indiferença, melhor para o consumidor. Bens De Consumo Saciado: são bens que cujo desejo doconsumidor, se encontra satisfeito após um determinado nível de renda. De acordo com a teoria do consumidor, a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor quantidade do mesmo, à esse princípio dá-se o nome de “não saciedade” ou o princípio do “mais é melhor”. Taxa Marginal de Susbstituição (TMS) o Para manter o nível de utilidade, quando o consumidor consome mais unidades de Comida [+hC], tem que abdicar de unidades de Vestuário [-hV] (e vice-versa). o À medida que o consumidor consome mais Comida, para obter uma unidade adicional de Comida tem que abdicar de quantidades menores de Vestuário – o Vestuário torna-se cada vez mais valioso. o À medida que o consumidor consome mais Vestuário, para obter uma unidade adicional de Vestuário tem que abdicar de quantidades menores de Comida – a Comida torna-se cada vez mais valiosa. U0 Comida Vestuário V1 V2 A C1 C2 B V C o À quantidade de Vestuário de que o consumidor prescinde para obter uma unidade adicional de Comida chama-se Taxa Marginal de Substituição, ou TMS. o TMS = V D D (Em módulo). C o A TMS representa o declive (ou coeficiente angular ou inclinação) da curva de indiferença num dado ponto. o TMS representa o declive da curva de indiferença num ponto. A B C1 C2 U0 C Comida Vestuário V1 V2 V Nota: O declive de uma reta mede a inclinação dessa reta: • Quanto maior o declive, maior a inclinação (a reta está mais vertical). • Quanto menor o declive, menor a inclinação (a reta está mais horizontal). • A declividade da curva de indiferença num ponto é igual à declividade da reta que lhe é tangente nesse ponto. Logo, a TMS num ponto da CI é igual ao declive da reta tangente à CI nesse ponto. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 33
  • 34. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Taxa Marginal de Substituição A taxa marginal de substituição de Y por X mede o número de unidades de Y que devem ser sacrificadas por unidade ganha de X, para que se mantenha um nível constante de satisfação. A taxa marginal de substituição é dada pela inclinação negativa de uma curva de indiferença em um ponto. TMSY, X = Y D −D : lê-se “Taxa marginal de substituição de Y por X”. X Princípio da TMS Decrescente “À medida que se percorre uma curva de indiferença da esquerda para a direita, a “TMS” diminui”. A curva de indiferença é convexa em relação à origem devido a esse princípio. Utilidade Marginal A palavra marginal em economia tem o significado matemático de derivada ou acréscimos. A Utilidade Marginal do bem X (UMg x ) é a derivada parcial da função utilidade em relação à quantidade do bem X. UMg X = ¶ U ¶ X Para o bem Y, é dada por: UMg Y = ¶ U ¶ Y Ou a UMgx = UTn – UTn – 1 O diferencial total de uma função é: Seja F = F(x, y) uma função de duas variáveis x e y. O diferencial total de uma função (dF) é dado por: ¶ F ¶ F × × + dF = dy ¶ y dx ¶ x Inclinação da Curva de Indiferença Inclinação = TMSy , x = dy dx UMg UMg x = − y Ou a Inclinação é dada por − Px Py Razão negativa entre os respectivos preços. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 34
  • 35. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA As Variações na Renda Monetária As variações na renda monetária, permanecendo os preços constantes, normalmente resultam em uma correspondente variação nas quantidades das mercadorias compradas. Em particular, para os chamados bens “normais” ou “superiores” um acréscimo na renda monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um decréscimo na renda monetária a um decréscimo no consumo. É de grande interesse analisar os efeitos de variações na renda sobre o consumo. Para isto, mantenhamos os preços nominais constantes, a fim de observar somente o efeito de variações na renda. A Curva de Renda-Consumo A curva de renda-consumo é o lugar geométrico dos pontos de equilíbrio dos orçamentos resultantes de vários níveis de renda monetária a preços monetários constantes. A curva de renda-consumo possui inclinação positiva em toda sua extensão quando ambos os bens são “normais” ou “superiores”. q1 Curva de Renda-consumo U3 U2 U1 G G’ G” q2 F” F’ F IMPORTANTE: Um bem é superior, normal ou inferior, conforme sua elasticidade-renda exceda a unidade, seja menor que a unidade, positiva ou negativa. Num ponto sobre uma curva de Engel, um bem é dito superior, normal ou inferior conforme a tangente desse ponto intercepte o eixo horizontal à esquerda da origem, à direita da origem, mas da abscissa correspondente a tal ponto, ou à direita da origem e da abscissa correspondente ao mesmo. As Variações no Preço q1 Curva de Preço-consumo q2 F U3 C U2 B U1 A 0 G G’ G” A reação na quantidade adquirida a variações no preço é, talvez, ainda mais importante que a reação a variações na renda monetária. A Curva de Preço-Consumo A curva de preço-consumo é o lugar geométrico dos orçamentos de equilíbrio resultantes de variações na relação entre os preços em que a renda monetária nominal permanece constante, conforme gráfico acima. 1.3.1 - Utilidades cardinal e ordinal Historicamente, ao observar-se o desenvolvimento da teoria do consumidor, nota-se a existência de duas abordagens, segundo as quais uma série de autores procuraram analisar o comportamento do consumidor: a) a abordagem cardinal - Jevons, Menger e Walras (cerca de 1871) e b) a abordagem ordinal - Pareto (1906), Slutsky (1912), Samuelson e Hicks (1938) É muito difícil quantificar, atribuir valores a utilidade de um bem (utilidade cardinal), porém os economistas acham que é possível ordenar as preferências do consumidor (utilidade ordinal). O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 35
  • 36. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.3.1.1 - Utilidade Cardinal Os economistas Gossen (1854), Jevons (1871) e Walras (1874), os formuladores da teoria cardinal, acreditavam que a utilidade era uma característica mensurável dos bens e serviços, que podia ser medida. Acreditavam que a utilidade era uma qualidade aditiva, isto é, a satisfação do consumidor era a soma das utilidades obtidas no consumo dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias. Algumas teorias da utilidade atribuem um significado determinado à grandeza da utilidade. Conhecidas como teorias da utilidade cardinal, essas teorias partem do pressuposto de que o tamanho da diferença de utilidade entre duas cestas de bens é de alguma significância 1.3.1.2 – Utilidade Ordinal Para sabermos se uma pessoa prefere uma cesta de bens à outra, basta lhe oferecermos a possibilidade de escolha entre duas cestas e observamos qual a escolhida. Saberemos, assim, como atribuir uma utilidade às duas cestas de bens: simplesmente atribuiremos à cesta escolhida uma utilidade maior que a atribuída a cesta rejeitada. Bem “y” Bem “X” 1.3.2 - Restrição orçamentária “O consumidor organiza suas compras de modo a maximizar a satisfação sujeita a sua renda monetária limitada”. 1.3.2.1 - Equação de Restrição Orçamentária x.p x + y.p y = R (ou M) Esta é a equação de uma linha reta. Resolvendo para “y”, teremos: y = p − x × + R p x y y p A inclinação (coeficiente angular ou declividade) da equação de restrição orçamentária é a razão negativa entre os respectivos preços. Inclinação = - p x p y O coeficiente linear é a renda do consumidor dividida pelo preço de Y. (Indica o gasto total do consumidor adquirindo somente o bem Y). Coeficiente linear = R y p O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 36
  • 37. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.3.2.2 - Reta Orçamentária A reta orçamentária é o “lócus” das cestas (ou combinações de bens) que podem ser adquiridas se toda a renda monetária for gasta. Sua inclinação é o valor negativo da relação entre os preços. Veja o exemplo seguinte, onde se tem: X e X Dois bens envolvidos 1 2 p e p eço de ambos os bens 1 2 x e x Quantidades de consumo 1 2 . Pr . Re . . m nda do consumidor A renda é m = 4, p1 = 1 e p 2 = 2 Os interceptos iguais a 2 e 4 são obtidos respectivamente pelas relações m 2 p e m 1 p . Importante: Ambos os interceptos, tanto dependem da renda “R” ou “m”, como também dos preços respectivos. Algumas questões: a) O que ocorre se a renda dobra? R : O consumo de cada bem também dobra. b) O que ocorre se o preço de X1 dobra? R : A renda só permite comprar a metade da quantidade de X1 anteriormente comprada. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 37
  • 38. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Importante: a) Variando a renda a reta orçamentária desloca-se paralelamente. b) Variando os preços a reta orçamentária muda de inclinação. c) A restrição orçamentária representa o poder aquisitivo do consumidor 1.3.3 - Equilíbrio do consumidor O ponto de equilíbrio do consumidor ou de maximização da satisfação sujeito a uma renda monetária limitada é definido pela condição de que a taxa marginal de satisfação de Y por X seja igual à relação entre o preço de X e o preço de Y. “Esta afirmação se verifica somente quando cada consumidor consome uma quantidade positiva de cada bem”. U2U1U0 U0 Comida Vestuário U1 U2 VE CE E B A F O objetivo do consumidor é, tendo em conta o seu rendimento (restrição orçamentária), consumir a melhor combinação de bens de modo a obter a maior satisfação possível. E(CE , VE) No equilíbrio TMSV/C = Inclinação da reta orçamentária. Pc V − Pv − D C = D ou Pc Pv V C = D D O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 38
  • 39. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.3.3.1 - Restrições do modelo a) Os bens são perfeitamente divisíveis; b) Os preços dos produtos são dados pelo mercado, portanto se constituem em um parâmetro; c) Toda renda, necessariamente, deve ser gasta, não sendo admitido o entesouramento (não podia gastar mais do que a renda; não podia poupar; toda renda era gasta). 1.3.3.2 - Condição Matemática UMgn Pn UMgy = = ... = Py UMgx Px Entretanto: Produto l Moeda UMg Moeda = 1 = P Moeda UMgx Px UMgx = Portanto: UMg Moeda Px 1.3.3.3 - Desequilíbrio (crise) a) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é maior do que o de obter a moeda. UMgx Então o consumidor compra. UMg Moeda Px b) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é menor do que o de obter a moeda. UMgx Então o consumidor não compra. Prefere a moeda à aquisição do produto. UMg Moeda Px 1.3.3.4 - Equilíbrio através dos Multiplicadores de Lagrange A maximização da utilidade sujeita à restrição orçamentária é dada por meio das seguintes condições: L = U(x , y) ± l(R – x.Px – y.Py) Função Lagrangeana. Derivando parcialmente e igualando a zero; e resolvendo o sistema de equações obtém-se a posição de equilíbrio do consumidor. = = 0 0 = ¶ L ¶ ¶ x L ¶ ¶ y L ¶ 0 l Equilíbrio significa balanceamento entre forças opostas. Especificamente, no caso do consumidor, ocorre quando este consegue adquirir uma quantidade de bens e serviços que lhe é necessária com o mesmo dispêndio. 1.3.3.5 - Espaço Orçamentário O espaço (ou conjunto) orçamentário é o conjunto de todas as cestas de bens que podem ser compradas, gastando uma parte ou toda a renda monetária dada. O espaço orçamentário abrange somente uma parte do (ou um subconjunto do) espaço-mercadoria. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 39
  • 40. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Matematicamente, é mais correto dizer que o espaço orçamentário é definido pelas três desigualdades seguintes: x x.px + y.py £ R Reta Orçamentária= - p1/p2 x ³ 0 y ³ 0 y 1.3.4 - Funções demanda A demanda de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam inversamente preços e quantidades demandadas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões de elasticidade. Diferença: as quantidades demandadas definem um ponto da curva(reta) de demanda com a respectiva variação de preço quantidade e a demanda é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta (curva) que representa as diversas variações de preços e quantidades. D = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc) As funções de demanda do consumidor dão as quantidades ótimas de cada um dos bens como função dos preços e da renda com os quais o consumidor se defronta. As funções de demanda são escritas como: X1 = x1(p1,p2,m) X2 = x2(p1,p2,m) O lado esquerdo de cada equação representa a quantidade demandada. O lado direito, a função que relaciona os preços e a renda com essa quantidade. O estudo de como a escolha responde às variações no ambiente econômico é conhecido como estática comparativa. Comparativa significa que queremos comparar duas situações, e estática significa que não estamos interessados em nenhum processo de ajustamento de preços que possa ocorrer entre uma escolha e outra; examinaremos, pois, apenas a escolha de equilíbrio. 1.3.4.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y) O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua distribuição às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes. A relação entre renda e demanda define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda. Neste caso mede-se o quanto a demanda de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores. Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem elasticidade-renda negativa. Os produtos cuja demanda reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são definidos como bens normais. Os que apresentam altas variações de demanda em resposta a variações de renda são chamados de bens superiores. São chamados de bens inferiores quando a demanda declina em conseqüência de aumentos na renda. 1.3.4.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a) Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função demanda para mais ou para menos. Em grande parte a demanda é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos modais. Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de demanda por um dado produto, como altamente influenciáveis por campanhas promocionais. Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento da curva de demanda. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 40
  • 41. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA 1.3.4.3 - Preços dos bens substitutos (ps) Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A demanda pode ser afetada por variações nos preços de produtos substitutos, quando se estabelecem entre eles elasticidade-cruzada positiva ou negativa. Positiva quando a demanda de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto. 1.3.4.4 - Preços dos bens complementares (pc) Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente. A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa. Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da demanda por unidades habitacionais, deslocando-se também em direção positiva a demanda por móveis e utensílios domésticos. Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da demanda pode projetar-se em termos macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a demanda por produtos conceituados como de alta “volatilidade”. 1.3.4.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e) A demanda de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada por expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator tem caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de demanda, sob certas circunstâncias até acentuadamente. Isto ocorre, por exemplo, com a demanda por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social. 1.3.4.6 - Número de consumidores potenciais (n) Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da demanda de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas de expansão da população. O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da demanda, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda. 1.3.4.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i) Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos e/ou subsídios, também a influenciam. Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido. 1.3.5 - Curvas de Engel A curva de Engel é uma função que relaciona a quantidade de equilíbrio adquirida de uma mercadoria para um dado nível de renda monetária. • A curva de renda-consumo pode ser usada para derivar as curvas de Engel para cada mercadoria. • As curvas de Engel são importantes para os estudos aplicados de economia do bem-estar e para a análise dos padrões da renda familiar. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 41
  • 42. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA • A elasticidade-renda pode ser relacionada com a inclinação ou curvatura de uma curva de Engel e, em parte, pela classificação das mercadorias como superiores, normais ou inferiores. • Se um bem é normal ou superior, a inclinação da curva de Engel é positiva. • Se um bem é inferior, a inclinação da curva de Engel é negativa. 1.3.6 - Demanda de mercado n = = = (x) (x) D q di i 1 A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último consumidor). Ou, utilizando: X1i (p1, p2, m1) Para representar a demanda individual do consumidor do bem 1 e: X2i (p1, p2, mi) Para representar a demanda individual do consumidor do bem 2. Assim a demanda de mercado ou agregada do bem 1, será a soma das demandas individuais de todos os consumidores: n X1 (p1, p2, m1,...mn) = m x1i (p1, p2, m1) i=1 A representação idêntica valerá para o bem 2, e sucessivamente até o bem n . Como a demanda de cada pessoa para cada bem depende dos preços e de sua renda, a demanda de mercado ou agregada dependerá em geral dos preços e da distribuição de rendas. Algumas vezes, no entanto, convém pensar na demanda de mercado ou agregada, como a demanda de um “consumidor representativo” que tem uma renda exatamente igual à soma de todas as rendas individuais. Se adotarmos a hipótese do “consumidor representativo”, a função da demanda de mercado será: X1 (p1, p2, M) onde M é a soma das rendas dos consumidores individuais. Preço Curva da Demanda D(p) Quantidade Observe que essa curva está traçada com todos os outros preços e rendas constantes. Se esses preços variarem, a curva de demanda de mercado se deslocará. 1.3.6.1 – Função de Demanda Inversa Na Curva de Demanda de Mercado podemos identifica a quantidade e a função do preço, se observamos em sentido contrário p preço como função da quantidade. Quando assim o fazemos, referimo-nos a ela como a função de demanda inversa, P(X). Essa função indica qual deveria ser o preço de mercado do bem para que se demandem X unidades dele. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 42
  • 43. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Sabemos que o preço de um bem mede a taxa marginal de substituição (TMS) entre esse e todos os demais bens. Ou seja, o preço de um bem representa a propensão marginal do demandante a pagar por uma unidade adicional desse bem. Portanto, a função de demanda inversa P(X), mede a taxa de marginal substituição, ou propensão marginal a pagar de todos os consumidores que estiverem comprando o bem. A interpretação geométrica terá como exemplo a Agregação de Curvas de Demanda “Lineares”, que para a curva de demanda de uma pessoa seja: D1(p) = 20 - p Que a Curva de Demanda da segunda pessoa seja: D2(p) = 10 – 2p. Qual será a função de mercado? Aí precisamos tomar cuidado no que entendemos como funções de demanda “lineares”, porque a quantidade negativa de um bem não faz sentido, a forma das funções ficariam: D1(p) = máx{20-p, 0} D2(p) = Max{10-2p, 0} O que os economistas chamam de curvas de demanda “lineares” na verdade não são funções lineares, porque haverá uma quebra da curva em p=5. Preço Preço Preço 20 D1(p) D1(p) + D2(p) Demada do Demanda do Demanda do Mercado=Soma das Agente 1 Agente 2 duas curvas de demanda 5 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- D2(p) X1 x2 X1+ X2 A B C A soma de duas curvas de demandas “lineares” – Como as curvas de demanda são lineares apenas para as quantidades positivas, normalmente haverá uma quebra na curva de demanda de mercado. 1.3.6.2 – Bens Discretos Se um bem só estiver disponível em quantidades discretas, sua demanda por parte de um consumidor individual pode ser descrita em termos dos preços de reserva desse consumidor. Didaticamente vamos considerar a disponibilidade do bem de zero a uma unidade disponível no mercado. Nesse caso, a demanda do consumidor é totalmente descrita por seu preço de reserva – o preço ao qual ele está disposto a comprar uma unidade. Nesse caso a curva de demanda do mercado tem de ser “inclinada para baixo”, uma vez que uma diminuição do preço de mercado aumenta o número dos consumidores dispostos a pagar pelo menos esse preço. T PA ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------PA Demanda do Agente A Demanda do PB----------------------------------------------------PB-----------------------------------Mercado Demanda do Agente B XA XB XA + XB A B C Demanda de Mercado por Um Bem Discreto. A curva de demanda de mercado é a soma das curvas de demanda para todos os consumidores no mercado, aqui representados pelos consumidores A e B. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 43
  • 44. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Margens Intensiva e Extensiva. Considerando a escolha do consumidor como de quantidades positivas de cada bem, e se o preço varia, ele decide consumir mais ou menos de um bem ou de outro, mas mesmo assim acaba por consumir um pouco de ambos os bens, este procedimento do consumidor é considerado um ajuste na margem intensiva. No caso do modelo do preço de reserva, os consumidores decidem entrar ou não no mercado de um dos bens. Isso às vezes é chamado de ajuste na margem extensiva 1.3.7 - Teoria da produção Os princípios da Teoria da Produção constituem-se de peças fundamentais para a análise dos preços e dos fatores, assim como da sua alocação entre os diversos usos alternativos na economia. Desta forma, a Teoria da Produção desempenha dois papéis extremamente importantes: Serve de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção: numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem constantemente, o relacionamento entre a produção e os custos de produção é muito importante na análise da Teoria da Formação dos Preços. Serve de apoio para a análise da procura da firma em relação aos fatores de produção que utiliza: para produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de fatores de produção. A teoria da produção preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs), enquanto a Teoria dos Custos de Produção já relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção. Ou seja, a Teoria da Produção trata apenas de relações físicas, enquanto a Teoria dos Custos envolve também os preços dos insumos. 1.3.7.1 - Conceitos Básicos Produção É a transformação de bens e serviços em outros bens e serviços. É o ato de transformar os insumos adquiridos pela empresa em produtos finalmente acabados e que atendam as necessidades do consumidor. Processo de Produção É o meio utilizado pela empresa quando organiza as quantidades de insumos a serem empregados (consumidos) até chegar ao produto final. Em outras palavras, é o quanto de cada fator se faz necessário, uma vez escolhido o método mais conveniente, para a obtenção do produto final. Função da Produção O empresário ao decidir o quê, como e quanto produzir, na medida das respostas advindas do mercado consumidor, variará a quantidade utilizada dos fatores, para com isso variar a quantidade produzida do produto. A função de produção é a relação que mostra qual a quantidade obtida do produto, a partir da quantidade utilizada dos fatores de produção. A função de produção indica o máximo de produto que pode ser obtido com a utilização dos fatores, uma vez escolhido o processo de produção mais adequado. A função de produção é representada analiticamente da seguinte maneira: quantidade utilizada do fator de produção. Onde: q = quantidade produzida. X1, X2, X3, ..., Xn = indicam as quantidades utilizadas dos vários fatores, respeitando o processo de produção mais conveniente. Resumidamente, considera-se a função de produção conforme segue: q = f (X1, X2) O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 44
  • 45. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA É importante ressaltar que: A função de produção é um fluxo de produto e insumos, ao longo de um período dado de tempo. Supõe-se eficiência técnica, ou seja, a máxima produção possível, a determinados níveis de mão-de-obra, capital e tecnologia. Não se deve confundir o conceito de função de oferta com função de produção. Função oferta É um conceito “econômico”, pois depende dos preços dos fatores de produção. Função de produção Conceito “físico” ou “tecnológico”, pois se refere à relação entre quantidades físicas de produto e de fatores de produção. Fatores de produção fixos e variáveis: o custo e longo prazo Na análise microeconômica, a questão do prazo está associada à existência ou não de fatores fixos. Fatores fixos São aqueles cuja quantidade não varia quando a quantidade produzida do produto varia. Eles permanecem inalterados. Por exemplo: as instalações da empresa. Subentende-se, neste caso, que se trata de curto prazo. Fatores variáveis São aqueles cuja quantidade utilizada varia na medida em que varia também a quantidade produzida do produto. Por exemplo: o número de trabalhadores, o consumo de matérias-primas, etc. Trata-se neste caso de longo prazo. Produção com um fator variável e um fator fixo (análise de curto prazo) Supondo, para efeito de simplificação, a presença de apenas dois fatores de produção: mão-de-obra variável e capital fixo (equipamentos e instalações). A função de produção fica assim representada: , Com K (capital) fixado. Portanto, o nível de produto varia apenas em função de variações na quantidade de fator variável (mão-de-obra). 1.3.7.2 - Conceitos de Produto Total, produtividade média e produtividade marginal. Produto total É a quantidade total produzida, a partir da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores. Produtividade média É a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção utilizado. Obs.: x indica a quantidade do fator de produção empregada. Produtividade marginal É a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do fator de produção. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 45
  • 46. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Exemplo: K N PT PMeN PMgN 10 10 10 10 10 10 10 10 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 3 8 12 15 17 17 16 13 - 3 4 4 3,75 3,4 2,8 2,3 1,6 - 3 5 4 3 2 0 -1 -3 Representando graficamente, tem-se: Como pode ser observado, na máxima do produto total, a produtividade marginal da mão-de-obra é nula, isto é, igual a zero. Antes do ponto máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é positiva, ou seja, aumento na absorção de mão-de-obra eleva o produto total. Após este ponto de máximo, a produtividade marginal é negativa, pois acréscimos de mão-de-obra diminuirão o produto. Isso se deve à lei dos rendimentos decrescentes. 1.3.7.3 - Lei dos Rendimentos Decrescentes (ou Lei das Proporções Variáveis) Aumentando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente crescerá a taxas crescentes; a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável, passa a crescer a taxas decrescentes; continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total tende a decrescer. Esta lei tem sua validade na presença de um fator fixo, ou seja, no curto prazo. Produção com Fatores Variáveis (análise de longo prazo) A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção são variáveis. Supondo apenas dois fatores de produção e ambos variáveis, tem-se: Uma função com essa característica é denominada de isoquanta. Isoquanta significa igual quantidade, e pode ser definida como sendo uma linha na qual todos os pontos representam infinitas combinações de fatores, que indicam a mesma quantidade produzida. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 46
  • 47. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA Graficamente, é assim representada: As isoquantas apresentam três características básicas: a) inclinação na faixa relevante; b) são convexas com relação à origem; c) e nunca, jamais em tempo algum, se cruzam. Um conjunto de isoquantas é chamado de mapa de produção ou família de isoquantas: Economias de Escala ou Rendimentos de Escala É um conceito que se define no longo prazo, quando se supõe que todos os fatores de produção sejam variáveis, inclusive o tamanho (ou escala) da empresa. Rendimentos de Escala ou Economias de Escala representa a resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção. Podem ser: • Rendimentos Crescentes de Escala (ou Economia de Escala): ocorrem quando a variação na quantidade do produto total é mais que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Por exemplo, aumentando-se a utilização dos fatores em 15%, o produto cresce 30%. Equivale a dizer que a produtividade dos fatores aumentou. Pode-se apontar como causas geradoras dos rendimentos crescentes de escala: maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce: a existência de indivisibilidades entre os fatores de produção, por exemplo, numa siderúrgica, como não existe “meio forno”, quando se adquire mais um forno, deve ocorrer um grande aumento na produção de aço. • Rendimentos Constantes de Escala: ocorrem quando a variação do produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção: aumentando-se a utilização dos fatores em 10%, o produto também aumenta em 10%. • Rendimentos Decrescentes de Escala (ou Deseconomias de Escala): ocorrem quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação na utilização dos fatores: por exemplo, aumenta-se a utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 5%. Houve uma queda na produtividade dos fatores. Pode-se apontar como causa geradora dos rendimentos decrescentes de escala, o fato de “o poder de decisão e a capacidade gerencial e administrativa” serem indivisíveis e incapazes de aumentar, ou seja, pode ocorrer uma descentralização nas decisões, que faz com que o aumento de produção obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa. O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 47