1. O documento fornece informações sobre um curso de economia com conteúdos sobre microeconomia, macroeconomia e economia em geral.
2. Inclui conceitos fundamentais de economia como sistema econômico, problemas econômicos, mercado, oferta e demanda.
3. Também apresenta tópicos de microeconomia como teoria do consumidor, teoria da produção, estruturas de mercado e elasticidade.
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Economia - pf
1. Neon Concursos Ltda
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NOÇÕES DE ECONOMIA
MATERIAL CONTENDO
TEORIA E QUESTÕES
PROFESSOR: Roberto Monteiro
Equipe Técnica:
Arlindo Pionti
John Santhiago
Johni Santhiago
Mariane Reis
AGENTE - PF - 2014
Aluno(a): ______________________________________________________________________
Período: _______________________________ Fone: __________________________________
2.
3. SUMÁRIO
1. MICROECONOMIA ............................................................................................................................................. 07
1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................. 08
1.1.1) MERCADO ............................................................................................................................................................................................ 08
1.1.2) PROCURA ............................................................................................................................................................................................ 08
1.1.3) OFERTA ................................................................................................................................................................................................ 10
1.1.4) ELASTICIDADE .................................................................................................................................................................................... 20
1.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA SÃO OS
SEGUINTES: .............................................................................................................................................................. 30
1.2.1) NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y) ........................................................................................................................... 30
1.2.2) ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A) .............................................................................................................. 30
1.2.3) PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps) ......................................................................................................................................... 30
1.2.4) PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc) ............................................................................................................................... 30
1.2.5) EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E) .................................................................................................................... 31
1.2.6) NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N) ............................................................................................................................ 31
1.2.7) IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (I) ....................................................................................................................... 31
1.3 TEORIA DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................................... 31
1.3.1) UTILIDADES CARDINAL E ORDINAL ................................................................................................................................................. 35
1.3.2) RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................................................................................... 36
1.3.3) EQUILÍBRIO DO CONSUMIDO ........................................................................................................................................................... 36
1.3.4) FUNÇÕES DEMANDA .......................................................................................................................................................................... 40
1.3.5) CURVAS DE ENGEL ............................................................................................................................................................................ 41
1.3.6) DEMANDA DE MERCADO ................................................................................................................................................................... 42
1.3.7) TEORIA DA PRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 44
1.3.8) CURVAS DE ISOQUANTAS................................................................................................................................................................. 53
1.3.9) CURVAS DE ISOCUSTAS ................................................................................................................................................................... 54
1.3.10) FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E SUAS PROPRIEDADES ..................................................................................................................... 54
1.3.11) CURVAS DE PRODUTO E PRODUTIVIDADE .................................................................................................................................... 56
1.3.12) CURVAS DE CUSTO ............................................................................................................................................................................ 57
1.3.13) EQUILÍBRIO DA FIRMA ....................................................................................................................................................................... 60
1.3.14) EQUILÍBRIO DE CURTO E DE LONGO PRAZOS .............................................................................................................................. 60
1.4 ESTRUTURAS DE MERCADO .................................................................................................................................. 60
2. TESTES E EXERCÍCIOS I .................................................................................................................................. 74
3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .............................................................................................................................. 75
4. EXERCÍCIOS E TESTES .................................................................................................................................... 75
5. TESTES E EXERCÍCIOS II ................................................................................................................................. 77
6. TESTES E EXERCÍCIOS III ................................................................................................................................ 86
7. TESTES E EXERCÍCIOS IV ................................................................................................................................ 88
8. TESTES E EXERCÍCIOS V ................................................................................................................................. 91
4.
5. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
NOÇÕES DE ECONOMIA
ECONOMIA
Conceitos
O termo economia deriva do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei), que significa etimologicamente a
“administração da casa”, e que pode estender-se a “administração da coisa pública”.
A princípio esta origem pode parecer até certo ponto estranha, porém, lares e economia têm muito em comum.
Economia é definida como sendo a ciência social que estuda a maneira pela qual a sociedade emprega recursos
escassos, de modo a produzir diferentes bens e serviços que são destinados a atender às necessidades de consumo.
Assim, a economia é uma ciência social, pois atender necessidades de consumo é atender necessidades
humanas. Na maior parte das vezes, a sociedade se depara com a natureza limitada de recursos disponíveis; e aí
surge o fenômeno da escassez, que é a razão maior que justifica o interesse pela economia, uma vez que tantos
países ricos como pobres, não dispõem de todos os recursos produtivos que possam satisfazer as necessidades da
população. É a escassez, o problema central de todas as sociedades.
Os problemas econômicos fundamentais e o fenômeno da escassez
A análise da questão da escassez de recursos produtivos e das ilimitadas necessidades humanas conduz as
sociedades às seguintes questões. O que e quanto produzir, como produzir, para quem produzir e quando produzir:
O que e quanto produzir: em economia de livre iniciativa, este é um problema respondido pelo mercado. Os
proprietários de recursos produtivos orientarão sua produção pela quantidade exigida pelo mercado consumidor.
Como produzir: a resposta a este problema é dada pelo mercado produtor, pois se trata de uma questão de
eficiência produtiva, onde serão alocados os recursos necessários, segundo sua disponibilidade.
Para quem produzir: a sociedade sinaliza os setores que serão beneficiados com a distribuição do produto.
Mercado interno ou externo? Agricultura ou indústria? Trabalhadores ou proprietários de terra? Enfim, a produção
destina-se a atender as necessidades da população.
Quando produzir: este é um problema que responde às necessidades da sociedade. Por exemplo, a produção
de “ovos de páscoa”, tem sua época certa, não haveria sentido concentrar recursos e produzi-los em data que não
atenda aos interesses de consumo.
Em síntese:
Os problemas econômicos fundamentais conduzem a sociedade a manifestar-se através das alternativas que
lhes são impostas através da difícil decisão de escolha entre: o que e quanto produzir; como produzir; para quem
produzir e quando produzir.
Sistema econômico
Sistema Econômico é a forma como a sociedade encontra-se organizada para dar respostas aos problemas
econômicos fundamentais: o que e quanto, como, para quem e quando produzir? A resposta a esses problemas
depende da forma de organização econômica.
Basicamente existem duas formas principais de organização econômica:
• Economia de mercado ou de livre iniciativa (descentralizada, tipo capitalista).
• Economia planificada (centralizada, tipo socialista).
O funcionamento de uma economia de mercado
a) Sistema de concorrência pura (sem interferência do Governo).
Neste sistema, também chamado de concorrência perfeita ou perfeitamente competitivo, predomina o
laissez-faire, onde um grande número, tanto de produtores como de consumidores, possui condições de resolver os
problemas econômicos fundamentais, sem a intervenção do Estado.
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6. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
O mecanismo de preços é variável reguladora capaz de resolver os problemas e promover o equilíbrio nos
vários mercados, conforme segue:
• Excesso de oferta: Promove a formação de estoques nas empresas, que se veem obrigadas a reduzir seus
preços a níveis satisfatórios de modo a escoar sua produção.
• Excesso de demanda: promove a formação de filas entre os consumidores que passam a disputar os
escassos bens disponibilizados no mercado. O preço tende a elevar-se até sanar-se definitivamente o excesso.
Assim, o Estado, neste modelo, deve cumprir com suas funções sociais, tais como: justiça, paz, segurança, relações
diplomáticas, etc. e deixar o mercado dar respostas satisfatórias de seus agentes.
O diagrama seguinte ilustra a exposição do sistema de concorrência pura:
Numa economia de mercado, as empresas realizam a produção (recursos naturais, trabalho e capital), que
são cedidos a ela por seus proprietários, em troca de uma remuneração, denominada renda.
Os proprietários dos fatores de produção – famílias - utilizam a renda devida pela cessão de seu uso, para
adquirirem os bens e serviços que as empresas produzem, de modo a satisfazer suas necessidades. Este valor total é
denominado dispêndio.
A renda por sua vez, que é a remuneração paga pelo uso dos fatores de produção, é classificada nas
seguintes categorias:
• Salários: remunera o fator de produção denominado trabalho. Sua composição é: comissões, honorários
de profissionais liberais, ordenados de executivos e todas as remunerações devidas do trabalho, mesmo
que não-assalariado.
• Juros e lucros: remuneração do fator de produção capital.
• Aluguéis: remuneração dos proprietários de recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros.
A distribuição dos benefícios resultantes da produção (para quem produzir) depende da quantidade de cada
fator de produção utilizado e da contribuição de cada um deles para a efetivação da produção, isto é, de sua
produtividade. Como exemplo, os países em que o trabalho não-qualificado seja abundante e o capital escasso,
tendem a pagar salários mais baixos, embora os juros e os lucros sejam mais elevados. Os trabalhadores qualificados,
por sua vez, por serem menos abundantes e mais produtivos, tendem a receber remunerações mais altas.
A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é tomada em conjunto pelas unidades
consumidoras e pelas unidades produtoras. O mecanismo de equilíbrio entre essas duas forcas se dá no mercado,
onde são determinados os preços e quantidades transacionados dos diversos bens e serviços.
A resposta à questão de como produzir será dada pela concorrência entre os produtores, que deverão
adotar a combinação de fatores de produção que proporcione o menor custo de produção.
Exercício (responda): As famílias fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, do seguinte
modo:
a) Constituem a demanda em ambos os mercados.
b) Constituem a demanda no mercado de bens e a oferta no mercado de fatores.
c) Constituem a demanda no mercado de fatores e a oferta no mercado de bens.
d) Constituem a oferta em ambos os mercados.
e) Somente fazem parte do mercado de bens.
Solução: A alternativa correta é b)
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7. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
b) Sistema de economia mista (com interferência governamental).
A atuação do governo é justificada com o propósito de reduzir as distorções alocativas e distributivas, mediar
a regulamentação e assim promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Isso pode dar-se das seguintes
formas:
• Atuação sobre a formação de preços via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação de salário mínimo,
preços mínimos, taxa de câmbio, etc.;
• Complementação da iniciativa privada, principalmente em investimentos em infra-estrutura básica
(energia, estradas etc.), que o setor privado não tem condições financeiras, ou interesse em assumir,
seja pelo elevado volume de recursos necessários, seja devido ao longo tempo de maturação do
investimento, até que venha a propiciar retorno;
• Fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico etc.;
• Fornecimento de bens públicos, que não são vendidos no mercado: educação, justiça, segurança.
• Compra de bens e serviços do setor privado (o governo costuma ser, isoladamente, o maior comprador do
sistema).
Em termos clássicos, a teoria econômica é apresentada conforme segue:
Microeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda o comportamento de consumidores e produtores
e o mercado no qual operam. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados especiais.
Macroeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos
grandes agregados como PIB, consumo nacional, investimento agregado, exportação, importação, nível geral de
preços etc., com o objetivo de delinear uma política econômica. Tem um enfoque conjuntural, preocupa-se com a
resolução de questões como inflação e desemprego.
1 – MICROECONOMIA
A) É parte da economia que estuda individualizadamente o comportamento do consumidor – dada sua
restrição orçamentária e outras motivações; a empresa, a busca do lucro, dadas as estruturas de custos e
a atuação da concorrência e outras motivações; a estrutura e os mecanismos de funcionamento de
mercado, as conformações básicas da oferta e da procura; as funções e as imperfeições de mercado, a
alocação eficaz dos recursos para geração dos bens e serviços; as remunerações pagas aos agentes
econômicos; os preços para os bens e serviços gerados no processo de produção.
B) É o estudo da tomada de decisão individual, da alocação dos recursos e de como os preços relativos, a
produção e a distribuição da renda são determinados.
C) A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa
e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o
funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço.
A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se
em: Teoria do consumidor: estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas
escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado.
Teoria de empresa: estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir
conforme a demanda do mercado e as necessidades dos consumidores dispostos a consumi-los.
Teoria da produção: estuda o processo de transformação da matéria-prima, adquirida pela empresa, em
produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere aos serviços como
transportes, atividades financeiras, comércio e outros. (txt internet)
A área de abordagem da microeconomia está relacionada às formas pelas quais as unidades individuais que
compõem uma economia (os consumidores, os empresários e os proprietários dos fatores de produção) interagem
entre si, visando à satisfação das necessidades econômicas da sociedade.
A análise microeconômica identifica-se, em grande parte, com uma teoria de preços, razão pela qual a
microeconomia também é identificada por essa denominação: teoria dos preços.
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8. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1.1 Mercado
É Onde Ocorre O Encontro Das Forças De Demanda E Oferta, Podendo Ser Em Um Lugar Físico Ou Numa
Abstração Econômica, Um Lugar Fictício. “O Mercado Não Reagiu Ao Aumento Dos Juros” “O Mercado Não
Permitiu Novos Investimentos”.
1.1.2 Demanda ou Procura
É determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir no
mercado, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.
A demanda representa o máximo que o consumidor pode desejar, dada sua renda e os preços no mercado.
A escala da demanda compreende uma relação inversa entre o preço e quantidade: preços mais elevados
compreendem quantidades menores e preços menores compreendem quantidades mais elevadas.
Vejamos:
Preço (R$) Quantidade (X)
10
0
8
4
6
8
4
12
2
16
0
20
Percebe-se facilmente que à medida que o preço diminui, a quantidade procurada aumenta. Portanto, que
reduções no preço levarão os consumidores a aumentar a quantidade demandada, e vice-versa, o aumento no preço
força os consumidores a demandarem uma quantidade menor do produto.
Perfil Gráfico
O gráfico evidencia a forma convencional da demanda, que também pode assumir o formato de uma
curva, chamada de função potência.
Q(x)
1.1.2.1 - Lei Geral da Demanda
A inclinação descendente (negativa) da função demanda é justificada pelo fato de que preços mais
elevados restringem a capacidade de consumo dos consumidores, e decorre de uma lei econômica identificada
como Lei Geral da Demanda: a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na relação inversa de seu
preço, ceteris paribus
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9. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.2.2 - Variáveis que afetam a demanda
A função demanda mostra como a quantidade demandada de um bem ou serviço varia em função de
alterações no seu preço, desde que mantidas constantes as demais variáveis que a influenciam, como por exemplo, o
preço dos outros bens, a renda e o gosto dos consumidores. Isto significa que ao ser analisada a demanda sob este
aspecto, se faz presente a condição ceteris paribus, isto é, tudo o mais mantido constante.
Tradicionalmente as principais variáveis que influenciam a demanda são:
1.1.2.3.1 - NÍVEIS E ESTRUTURA DA RENDA NACIONAL (Y)
1.1.2.3.2 - ATITUDES E PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES (A)
1.1.2.3.3 - PREÇOS DOS BENS SUBSTITUTOS (Ps)
1.1.2.3.4 - PREÇOS DOS BENS COMPLEMENTARES (Pc)
1.1.2.3.5 - EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA OFERTA (E)
1.1.2.3.6 - NÚMERO DE CONSUMIDORES POTENCIAIS (N)
1.1.2.3.7 - IMPOSTOS, SUBSÍDIOS E REGULAMENTAÇÕES (ISRg)
Função da Procura
P(D) = f (Y, A, Ps, Pc, E, N, ISRg)
A variação de qualquer destes fatores, ditos determinantes da demanda, pode provocar variações da curva
de demanda, isto é, deslocamento para a direita ou para a esquerda, conforme exemplo a seguir: Suponha uma elevação
de renda dos consumidores habituados a consumir um bem normal x qualquer (por exemplo, carne de primeira).
Aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem, quando se tratar de bens normais, ocorrendo
o contrário quando os bens envolvidos são inferiores.
É importante ressaltar que não se deve atribuir a idéia de variações da demanda (quando há o deslocamento da
curva à direta ou à esquerda), à idéia de variações da quantidade demandada, pois este último decorre de
movimentos ao longo da própria curva e não de um deslocamento propriamente dito.
Variações da demanda Variações da quantidade demandada
1.1.2.10 - A demanda de mercado
n
=
= =
(x) (x) D q di
i 1
A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último
consumidor).
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10. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3 – Oferta
É determinada pelas várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado,
em função de vários níveis de preços, em dado período de tempo.
Muito do que foi abordado na análise da demanda, também se aplica no estudo da oferta: a relação
quantidade e preço dos bens relacionados, a condição ceteris paribus, a delimitação no tempo e no espaço e
outros aspectos.
Enquanto a demanda analisa o comportamento dos consumidores/compradores, a oferta ocupa-se em
analisar o comportamento dos produtores/vendedores, mostrando como se dá a relação quantidade ofertada e
preços de mercado.
Por sua vez, os produtores, aqui entendidos como vendedores estão dispostos a oferecer uma quantidade
mais elevada quanto maior for o preço do bem. O quadro a seguir, retrata bem essa situação:
Preço (R$) Quantidade (X)
0
0
2
5
4
10
6
15
8
20
10
25
Percebe-se facilmente que à medida que o preço se eleva, a quantidade ofertada também se eleva. Este
comportamento é traduzido pelo lado de quem vende como um estímulo, maior lucro e uma venda maior. Em
contrapartida, na medida em que o preço diminui, o estímulo tende a desaparecer.
Perfil Gráfico
A exemplo da demanda, a função oferta também é traduzida na forma de uma curva.
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11. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.1 - Lei Geral da Oferta
A inclinação ascendente (positiva) da função oferta se dá pelo fato de que preços mais elevados estimulam
a produção ou a venda do bem em quantidades também maiores. A este fenômeno dá-se a denominação de Lei
da Oferta:
A quantidade ofertada de um bem ou serviço varia na relação direta de seu preço.
1.1.3.2 - Variáveis que afetam a oferta
Conforme ocorre na demanda, também a oferta é influenciada por vários fatores determinantes.
Neste caso, pode-se dizer que a função é representada da seguinte forma:
1.1.3.2.1 – Capacidade produtiva (N)
1.1.3.2.2 – Oferta dos fatores de produção (F)
1.1.3.2.3 – Preços dos insumos ( Pa,Pk,Pn)
1.1.3.2.4 – Capacidade tecnológica (Tec)
1.1.3.2.5 – Expectativas sobre evolução da procura (Ea)
1.1.3.2.6 – Expectativas sobre o comportamento do preço dos bens e serviços (Eb)
S = f (N,F,Pa,Pk,Pn,Tec,Ea,Eb)
Função Geral da Oferta
1.1.3.3 - Variações da oferta e variações da quantidade ofertada
Conforme é observado na demanda, a oferta também é influenciada por outras variáveis. Supondo que
ocorra uma queda no custo dos insumos (matéria-prima), haverá desta forma um deslocamento da curva de oferta
para a direita, pois os produtores estarão dispostos a uma produção mais elevada, mantendo constante o volume
de capital empregado. Supondo agora que apenas o preço do bem seja reduzido, haverá um movimento ao longo
da própria curva.
Variação da Oferta Variação da quantidade ofertada
1.1.3.4 - Oferta de Mercado
n
=
= =
(x) (x) S q si
i 1
A oferta de mercado de um bem ou serviço é o somatório das ofertas individuais, desde i=1 até i=n (o último
ofertante).
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12. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.5 - Equilíbrio de Mercado
A ação conjunta das forças que orientam a oferta e a procura irá determinar o preço de equilíbrio de uma
economia de livre iniciativa e consequentemente definirá a quantidade de equilíbrio que atende aos desejos dos
principais agentes econômicos da sociedade.
Equilíbrio: S = D
E (q0, p0) = Equilíbrio de Mercado
O ponto E indica, que tanto aqueles que produzem ou vendem, como aqueles que consomem, encontram-se
satisfeitos em relação aos seus desejos.
De outra forma, qualquer outro ponto, seja sobre S ou sobre D, indicará o excesso de oferta ou excesso de
demanda.
Um excesso de oferta (ou escassez de demanda) tem característica de exercer pressão no sentido de queda
do preço, devido ao aumento indesejado dos estoques, à concorrência entre os vendedores e à própria percepção
dos compradores, que forçarão rebaixamentos no preço tão logo percebam a existência dos estoques.
Um excesso de procura (ou escassez de oferta) força os preços para cima, em função da disposição dos
compradores diante da escassez da mercadoria e da disposição dos vendedores em se aproveitar desta escassez
sem o risco de queda no volume de vendas.
Exemplos:
1. Seja: D = 56 – 2p (função demanda)
S = 20 + p (função oferta)
a) Determine o equilíbrio de preço e de quantidade.
b) Se o preço for R$ 15,00, haverá excesso de oferta ou de demanda? Qual o valor desse excesso?
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13. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Solução:
a) Equilíbrio: D = S ou S = D
20 + p = 56 – 2p
p + 2p = 56 – 20
3p = 36
p = 12
Para achar a quantidade de equilíbrio, basta substituir p = 12 em D ou S.
S = 10 + p
S = 22
E (22, 12)
b) Para p = 15, a quantidade demandada é:
D = 56 – 2 Z 15
D = 56 – 30
D = 26
Por sua vez, ao mesmo preço, a quantidade ofertada é:
S = 20 + 15
S = 35
Portanto S D, existe um excesso de oferta igual a 9.
Já era de se esperar um excesso de oferta, pois o preço R$ 15,00 é superior ao preço de mercado.
2. Assinale a alternativa correta. Não se inclui entre os determinantes da procura individual:
a) O preço do bem.
b) A renda do consumidor.
c) o preço dos outros bens.
d) A quantidade ofertada do bem.
e) O gosto ou preferência do indivíduo.
Solução:
Sabe-se que a demanda ou procura do consumidor por um bem é função de uma série de variáveis: preço
do bem, renda do consumidor, preço de outros bens, hábitos do consumidor etc.
Matematicamente, a demanda de um bem X é expressa por:
Considerando a variável preço do bem e a quantidade sujeita ao consumo e ainda admitindo as demais
variáveis inalteradas, a demanda é expressa conforme segue:
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14. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.6 - Mercado: Excedente do Consumidor e do Produtor
1.1.3.6.1 - Excedente do Consumidor e a Curva de Demanda
A disposição de um consumidor para pagar por um produto depende de suas preferências individuais.
Desta forma, o “excedente do consumidor” lida com o valor máximo que o consumidor pagaria por um
determinado bem ou serviço. Envolve, portanto, a medida do valor que um consumidor atribui a esse produto.
Excedente do consumidor individual é o ganho líquido que o consumidor individual alcança com a compra
de um bem. É igual à diferença entre a disposição de pagar e o preço que efetivamente ele paga.
Excedente do Consumidor = Disposição para pagar – Valor efetivamente pago
Excedente do Consumidor Total é a soma dos excedentes dos consumidores individuais de todos os
compradores de um bem ou serviço.
O excedente do consumidor mede objetivamente o benefício que o consumidor recebe ao adquirir um bem,
de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do consumidor é, portanto, uma medida do bem-estar
econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício aos consumidores desse mercado.
Considere o gráfico seguinte que retrata o excedente do consumidor e a curva de demanda para livros-texto
usados.
O gráfico a seguir retrata o excedente dos consumidores
Conforme se vê o excedente do consumidor pode ser calculado por meio da diferença entre a “disposição
para pagar e o valor efetivamente pago” por um produto. Graficamente, esse mesmo valor é determinado por
meio da área do polígono formado entre a curva de demanda e um preço P determinado, conforme figura seguinte.
O excedente do consumidor total é igual à soma dos excedentes individuais de cada consumidor. Neste
caso corresponde à seguinte soma: $ 29 + $ 15 + $ 5 = $ 49.
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15. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.6.2 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor
Curva de demanda por computadores e o excedente do consumidor
Torna-se importante ressaltar que o dia-a-dia da atividade econômica é realizada por inúmeros consumidores
demandando os bens e serviços ofertados também por inúmeros produtores integrantes desse mercado.
Assim, a representação gráfica do excedente do consumidor a um determinado preço P, em uma curva de
demanda agregada, seria a seguinte:
O excedente do consumidor a este preço é igual à área sombreada: a área por baixo da curva de
demanda, mas acima do preço, ou seja, a área do triângulo retângulo definido na figura (S =
b.h
2
), onde:
A base b é o segmento de reta que indica a quantidade de 1 milhão (um dos catetos do triângulo retângulo),
e a altura h representa o segmento de reta a partir do preço de $ 1.500 até o preço proibitivo que é o intercepto
com o eixo das ordenadas (o outro cateto do triângulo retângulo).
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16. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.6.3 - O efeito queda de preço sobre o excedente do consumidor
Uma queda no preço do bem aumenta o excedente do consumidor.
1.1.3.7 - Excedente do Produtor e a Curva de Oferta
O custo de um produtor/vendedor potencial é o preço mais baixo ao qual ele está disposto a vender um bem.
O excedente do produtor individual é o ganho líquido de um produtor/vendedor ao vender um bem. Ele é
igual à diferença entre o preço recebido e o custo do vendedor.
Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção
O excedente do produtor mede os benefícios que os produtores recebem ao participar do mercado.
O excedente do produtor total em um mercado é a soma dos excedentes dos produtores individuais de todos
os vendedores de um bem.
O excedente do produtor no mercado de livros-texto usados
O excedente do produtor é representado pela área retangular sombreada no gráfico seguinte.
O excedente do produtor pode ser avaliado a partir da curva de oferta. Assim, considere o gráfico seguinte
que tem por referência as vendas de livros-texto associados ao seu respectivo custo.
Da mesma forma que o excedente do consumidor, o excedente do produtor também pode ser calculado
por meio do gráfico. Desse modo, o excedente do produtor equivale à área do polígono determinado pela curva
de oferta e um determinado preço de comercialização. Assim, tem-se que o valor mínimo para que haja excedente
do produtor é igual ao menor custo de produção dentre os todos os ofertantes, no caso igual a $5 (custo de Andrew).
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 16
17. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Portanto, acima de $ 5 existe excedente do produtor para quaisquer preços determinados, conforme é mostrado
na figura que se segue.
Do mesmo modo que pode mensurar o excedente do consumidor em um mercado maior por meio das relações
estabelecidas entre preço e quantidade, também é possível calcular-se o valor do excedente do produtor por meio
das relações entre preço e quantidade, conforme ilustrado no gráfico seguinte que representa a curva de oferta agregada.
Tem-se, portanto, que o excedente do produtor ao preço P = $ 5 é igual à área delimitada pela curva de
oferta e esse preço, ou seja, corresponde à área do triângulo retângulo assim definido
b.h
S = .
2
O excedente total do produtor a partir da venda de um bem ou serviço a um determinado preço é igual à
área acima da curva de oferta, mas abaixo do preço.
1.1.3.7.1 - O efeito aumento de preço sobre o excedente do produtor
Um aumento de preço aumenta o excedente do produtor.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 17
18. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Estabelecendo-se um novo preço P = $ 7, maior que P = $ 5, tem-se que:
O excedente adicional em P = $ 7 para os primeiros produtores, ou seja, aqueles que já possuíam excedente
do produtor em P = $ 5 (1 milhão), é igual à $ 2 milhões (área do retângulo maior), sombreado mais escuro. O excedente
do produtor para os novos produtores, ou seja, aqueles que não produziam em P = $ 5 (1,5 milhão – 1 milhão), é
igual à área mais clara, que é correspondente à área do triângulo à direita do retângulo.
Tem-se, portanto, que o “excedente do produtor total” em P = $ 7 é igual à soma das áreas dos triângulos
abaixo e à direita do retângulo, mais a área do próprio retângulo. Ou ainda, o excedente pode ser calculado
determinando-se a área do triângulo maior definido abaixo do preço P = $ 7.
Dessa maneira, o excedente do produtor mede objetivamente o benefício que o produtor recebe ao vender
um bem, de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do produtor também é, portanto, uma medida
do bem-estar econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício proporcionado aos produtores desse mercado.
1.1.3.7.2 - Excedente Total
O excedente total gerado em um mercado é o ganho líquido total, para consumidores e produtores, de
comerciar em um mercado. É a soma dos excedentes do produtor e do consumidor.
Os conceitos de excedente do produtor e consumidor ajudam a entender por que os mercados são uma
maneira eficaz de organizar a atividade econômica.
1.1.3.8 - Excedente do Consumidor, Excedente do Produtor, Ganhos do Comércio e Eficiência de Mercados
Tanto consumidores quanto produtores estão em situação melhor porque existe um mercado desse bem, ou
seja, existem ganhos do comércio.
O máximo possível de excedente total (o máximo ganho possível da sociedade) é alcançado no equilíbrio de
Mercado.
No equilíbrio de mercado não há como melhorar a situação de algumas pessoas sem piorar a de outras,
neste caso, os mercados são eficiente.
O Equilíbrio de mercado gera o excedente do consumidor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que
vendem o bem são os que dão maior valor ao direito de vender.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 18
19. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.3.9 - Realocação das vendas reduz o excedente do produtor
Equilíbrio de mercado gera o excedente do produtor mais alto possível, isto é, garante que aqueles que vendem o
bem são os que dão maior valor ao direito de vender.
1.1.3.10 - Mudanças de Quantidade Reduzem o Excedente Total
1.1.3.11 - Mercado e Maximização dos Excedentes do Consumidor e do Produtor
O equilíbrio de mercado maximiza o excedente total porque o mesmo desempenha quatro funções importantes:
1. Aloca o consumo de um bem aos compradores potenciais que dão o maior valor a ele.
2. Aloca as vendas aos vendedores potenciais que dão o maior valor ao direito de vender o bem.
3. Garante que cada consumidor que faz uma compra dá mais valor a um bem que cada vendedor que faz
a venda.
4. Garante que cada comprador potencial que não faz uma compra dá a um bem um valor menor que
cada vendedor potencial que não faz a venda.
1.1.3.12 - A Eficiência de Mercado
Até agora foi mostrado como são calculados o excedente do consumidor e o excedente do produtor, e
como é possível mensurá-los por meio das representações gráficas de oferta e demanda já conhecidas.
Agora serão analisadas as duas situações simultaneamente:
Relembrando:
Excedente do Consumidor = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago
Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção
Ao somar-se o excedente do consumidor e o excedente do produtor, chega-se ao excedente total do mercado,
visto que devem ser levados em consideração, os excedentes tanto dos demandantes quanto dos ofertantes.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 19
20. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Tem-se, assim, que:
Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se
anular na fórmula do excedente total descrita acima, e teremos, assim, que:
Excedente Total = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor
Excedente Total = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago + Valor Efetivamente Recebido – Custos
de Produção
Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois valores irão se
anular na fórmula do excedente total obtendo-se a seguinte conclusão final:
Se: Valor Efetivamente Pago = Valor Efetivamente Recebido
Logo:
Excedente Total = Disposição para Pagar – Custos de Produção
1.1.4 Elasticidade
Mede a resposta proporcional de uma variável, em relação à mudanças em outra. Por exemplo: as mudanças
das quantidades procuradas em relação às variações nos preços.
e = Variação Percentual da Quantidade Procurada
Variação Percentual do Preço
1.1.4.1 - Elasticidade-Preço da Demanda
ep =
sposta
ação
Re
Re
Sensibilidade
Chama-se elasticidade-preço da demanda a relação entre a variação percentual da quantidade
procurada de um bem e a variação percentual de seu preço.
ep =
D
percentual emQ
D
percentual emP
Essa relação também pode ser escrita da seguinte forma:
ep =
P
I
Q
I
D
=
Q
D
P
D
Q
Q
D
P
P
.
ep =
P
I
Q
I
D
Q
.
D
P
Onde:
JQ = Variação na quantidade demandada = QF – QI
QI = Quantidade inicial
JP = Variação do preço = PF – PI
PI = Preço inicial
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21. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
A Elasticidade-preço da demanda deve ser entendida como a sensibilidade que os consumidores têm quando
o preço de um bem varia. De modo geral, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma dada
variável quando ocorrem alterações em outra variável, ceteris paribus.
Na prática, a relação quantidade-preço varia num sentido inverso, pois quando o preço diminui, a quantidade
aumenta.
Isto faz com que o sinal de ep seja sempre negativo (lei geral da demanda). Por essa razão, seu valor é usualmente
expresso em módulo, isto é, em valor absoluto.
Exemplo: ep = - 1,4 deve ser expressa por ep = −1,4 = 1,4
Classificação dos bens segundo a ep
Demanda Elástica
Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente maior (mais
que proporcional) do que a queda de preços.
Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 5%, e a quantidade variar 10%, a
elasticidade será igual a 2.
Demanda Inelástica
ep 1
Ocorre quando o aumento da quantidade demandada é relativamente
menor do que a queda do preço.
Neste caso, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar 5%, a
elasticidade será igual a 0,5.
Demanda de Elasticidade
Unitária
ep = 1
Ocorre quando a expansão da quantidade demandada é rigorosamente
proporcional à queda do preço.
Nesta situação, se o preço variar, por exemplo, 10% e a quantidade variar
também 10%, o valor da elasticidade será igual a 1.
Demanda Perfeitamente
elástica:
ep = L
Trata-se de uma situação extrema, em que a demanda se posiciona
paralelamente ao eixo horizontal, numa situação típica do modelo perfeitamente
competitivo, onde é alta a resposta da demanda a pequenas variações no
preço, com ep tendendo para o infinito.
Demanda Perfeitamente
Inelástica:
ep = 0
Também se trata de uma situação extrema, com a curva da demanda
posicionando-se perpendicularmente ao eixo horizontal. A resposta da demanda
às variações no preço é praticamente nula, com ep tendendo para zero.
1.1.4.2 - Fatores que afetam o grau de elasticidade-preço da demanda
1.1.4.2.1 - Disponibilidade de Bens Substitutos
Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações no
preço acarretarão por parte do consumidor, a substituição do produto.
1.1.4.2.2 - Essencialidade do Bem
Quanto mais essencial o bem, tanto mais inelástica será sua demanda. Restam poucas alternativas para o
consumidor “fugir” de possíveis aumentos de preços.
1.1.4.2.3 - Importância do Bem no Orçamento do Consumidor
Quanto mais significativo o peso do bem no orçamento do consumidor, maior será o valor da elasticidade-preço
da demanda. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda da carne tende a ser mais elevada que a de
um sabonete.
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22. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.4.3 - Relação entre Receita Total de um Bem e o Grau de Elasticidade
A receita total de um bem é igual à quantidade vendida num dado período de tempo vezes o seu valor
unitário:
Onde:
RT = Receita Total
P = Preço
Q = Quantidade
Se uma empresa, por exemplo, deseja aumentar a receita total de seu produto, terá que analisar o grau de
elasticidade de sua demanda:
1.1.4.3.1 - Demanda elástica: redução do preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento
percentual na quantidade vendida será maior que a redução percentual do preço. Da mesma forma, aumento de
preço provocará redução da RT. (Efeito quantidade Efeito preço)
1.1.4.3.2 - Demanda inelástica: aumento de preço provoca aumento de receita total e redução de preço
acarreta sua redução (o raciocínio é o inverso ao anterior). [Efeito preço Efeito quantidade]
1.1.4.3.3 - Demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução de preço não afeta a receita total, já que
o percentual de variação do preço corresponde à igual percentual de variação da quantidade. (Efeito quantidade =
Efeito preço)
1.1.4.4 - Elasticidade-preço da demanda: Relação com a Receita Total
RT = p.q Receita Total é igual ao produto entre o preço do bem e o número de unidades vendidas.
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23. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.4.4.1 - Efeito preço. Depois de um aumento no preço, cada unidade é vendida a um preço mais alto, o
que tende a aumentar a receita.
1.1.4.4.2 - Efeito quantidade. Depois de um aumento no preço, menos unidades são vendidas, o que tende a
diminuir a receita.
1.1.4.5 - Elasticidade-preço da demanda ao longo da curva de demanda X a Receita Total ou Gasto Total dos consumidores
1.1.4.6 - Incidência Tributária e Elasticidade-Preço da Demanda
Havendo a incidência de um imposto ad valorem, isto é, sobre as vendas, tipo IPI, ICMS, seu recolhimento aos
cofres do tesouro será feito pelas empresas, em razão da competência legal atribuída para tal fato. Entretanto, isso
não significa que ela absorverá o impacto da totalidade do imposto, pois parte do mesmo ou sua totalidade,
poderá ser transferido ao consumidor final via aumento de preços.
Desta forma, deve ser observado o seguinte:
a) Quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor
e menor a parcela do produtor. Neste caso, o consumidor não tem muitas condições de diminuir o consumo
do bem, muito provavelmente, dada a inexistência de produtos substitutos no mercado.
b) Quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e
maior a parcela do produtor.
Os gráficos seguintes ilustram esse aspecto.
Onde t1 + t2 = t (imposto)
t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor
t2 = parcela do imposto paga pelo produtor
t1 = parcela do imposto paga pelo consumidor
t2 = parcela do imposto paga pelo produtor
Observe que quanto mais inelástica é a demanda, tanto maior é a parcela do imposto devida pelo consumidor.
No outro caso, quanto mais elástica for a demanda, menor é a parcela paga pelo consumidor.
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24. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1.4.7 - A elasticidade-preço da demanda em casos extremos.
a) Quando tratar-se de uma função demanda em que a mesma é paralela ao eixo dos preços (vertical), sua
elasticidade-preço será nula, isto é, igual a zero (ep = 0).
b) No caso em que a demanda é paralela ao eixo das quantidades (horizontal), sua elasticidade-preço será
infinita (ep = c).
1.1.4.8 - Em resumo: Elasticidade-preço da demanda
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25. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
20%
a) ep = 1
20%
=
10%
b) ep = 0,5
20%
=
40%
c) ep = 2
20%
=
1.1.4.9 - Elasticidade-preço da demanda no ponto médio (ou no arco)
Neste caso, para determinar-se o seu valor, toma-se a média dos preços e a média das quantidades.
ep =
D
Q
P
+
P P
I F
2
+
Q Q
I F
D
.
2
ep =
+
P P
D
I F Q
Q Q
D
+
.
I F P
1.1.4.10 - Elasticidade-Renda da Demanda
O coeficiente da elasticidade-renda é semelhante ao de elasticidade-preço. Através deste parâmetro, é
possível medir as repercussões sobre a demanda, provocadas por variações na renda do consumidor.
Chama-se elasticidade-renda da demanda, a relação entre a variação percentual da quantidade procurada
e a variação percentual da renda.
eR =
percentual da qtde procurada
percentual da renda
D
D
ou eR =
R
I
Q
I
D
=
Q
D
R
D
Q
Q
D
R
R
.
Portanto: eR =
R
I
Q
I
D
Q
.
D
R
Onde:
eR = Elasticidade-renda da demanda
JQ = QF - QI
JR = RF - RI
Se eR 1, o bem superior (luxo).
Se 0 eR O 1, o bem é normal (1ª qualidade).
Se eR 0, o bem é inferior.
Se eR = 0, o bem é de consumo saciado.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 25
26. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Os bens de consumo saciado são aqueles cuja procura não é afetada pela renda dos consumidores, e por
isso a procura por esse tipo de produto tem a tendência de permanecer sem alteração. Alguns bens de consumo
saciado são vistos como bens essenciais, como arroz, farinha, sal etc.
1.1.4.11 - Elasticidade-preço cruzada da demanda
É a variação percentual da quantidade demanda do bem x, dada uma variação percentual no preço do
bem y, ceteris paribus.
epxy =
Q
x
P
y
%
%
D
D
epxy =
x
D
Q
P
y
P
y
x
D
Q
x
Q
P
D
P
y
x
y
Q
D
=
.
Se epxy 0 Os bens x e y são substitutos ou concorrentes (o aumento do preço de y aumenta o consumo de x,
ceteris paribus).
Se epxy 0 Os bens x e y são complementares ( o aumento do preço de y diminui a demanda de x, ceteris
paribus).
1.1.4.12 - Elasticidade-Preço da Oferta
O mesmo raciocínio aplicado para a demanda também se aplica para a oferta, observando-se que o
resultado da elasticidade será sempre positivo, pois a relação entre preço e quantidade ofertada é direta. Quanto
maior o preço, maior a quantidade que o empresário dispõe-se a oferecer.
eP =
D
percentual emQ
D
percentual em p
ep =
P
D
P
D
=
Q
Q
D
Q
Q
D
P
P
.
ep =
P
I
Q
I
D
Q
.
D
P
A Elasticidade-preço da oferta vista graficamente é evidenciada conforme segue. Seu valor é obtido por
meio da fórmula já mostrada no estudo inicial.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 26
27. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Portanto:
Onde:
JQ = Variação na quantidade ofertada = QF - QI
JP = Variação do preço = PF – PI
Se ep 1, bem de oferta elástica.
Se ep 1, bem de oferta inelástica.
Se ep = 1, elasticidade-preço da oferta unitária.
Graficamente, observa-se da seguinte forma:
1.1.4.13 - A elasticidade-preço da oferta em Casos extremos:
a) Oferta infinitamente elástica
ep =
D Q
®¥ =¥
P(muito pequena)
D
b) Oferta totalmente inelástica ou anelástica: a quantidade oferecida não responde à variações no preço.
ep = 0
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 27
28. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Exemplos:
1. Uma curva de demanda se exprime por P = 10 – 0,2x, onde P representa o preço e x a quantidade. O
mercado se encontra em equilíbrio ao preço P = 2. O preço varia para P = 2,04 e, tudo o mais mantido constante, a
quantidade se equilibra em x = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço usual de mercado é:
a) 0,02 b) 0,05 c) 0,48 d) 0,25 e) 0,60
Solução:
Neste caso será preciso determinar a quantidade ao preço usual (inicial). Para isto, basta substituir P = 2
(preço de equilíbrio) na função demanda dada:
2 = 10 – 0,2x
0,2x = 10 – 2
0,2x = 8
x = 40
Assim, tem-se definido dois pontos da função demanda, identificados por A (40, 2) e B (39,8; 2,04) e utilizando
a fórmula da elasticidade-preço da demanda, obtém-se o seu valor.
ep = - 0,25, como a ep é definida em módulo, despreza-se o sinal negativo e assim, o seu valor será ep = 0,25.
Logo, a alternativa correta é D.
2. A elasticidade-renda da demanda de um bem é constante e igual a 1,5. Uma elevação de 10% no nível de
renda, terá como consequência, uma variação na quantidade demandada deste bem ceteris paribus, de:
a) 10% b) 15% c) 20% d) 25% e) 30%
Solução:
,
portanto:
JQ = 15%
Logo, a alternativa correta é B.
3. Se um aumento de 10% no preço de um produto aumentar em 15% a quantidade ofertada, a curva de
oferta desse produto será:
a) Elástica b) Inelástica c) De elasticidade unitária d) Horizontal e) Vertical
Solução:
Será elástica, pois 1,5 é maior do que 1. A alternativa correta é A.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 28
29. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
4. Dadas as funções abaixo que representam a demanda e a oferta em um mercado de concorrência
perfeita de um bem x:
QD = 400 – 10p
QS = 22 + 4p
Então, é incorreto afirmar que, se o Governo impuser um imposto específico de R$ 7,00 por unidade vendida:
a) O novo preço de equilíbrio do bem x é R$ 29,00.
b) O consumidor vai pagar R$ 5,00 a mais pelo bem X.
c) O produtor após a incidência do imposto deixa de receber R$ 5,00 por cada unidade vendida de x em
relação ao mercado sem o imposto.
d) A elasticidade-preço da demanda ao preço de equilíbrio sem o imposto é maior em valor absoluto, que a
elasticidade-preço da oferta ao mesmo preço.
e) A incidência do imposto se dará mais sobre os produtores do que sobre os consumidores.
Solução:
Primeiramente é preciso determinar o preço de equilíbrio antes do imposto:
22 + 4p = 400 – 10p
14p = 378
p = 27
Calculando agora, o preço de equilíbrio após o imposto:
22 + 4(p – 7) = 400 – 10p
22 + 4p – 28 = 400 – 10p
14p = 406
p = 29
Portanto, a alternativa a) é correta.
Calculando a parcela do imposto paga pelo consumidor (PPC)
PPC = 29 – 27 = 2
A alternativa está INCORRETA, representando assim aquela que deve ser assinalada.
A parcela paga pelo produtor (PPP) é:
PPP = 27 – (29 – 7) = 5 ou
PPP = 7 – 2 = 5
A alternativa c) é correta. Pelo fato dos produtores suportarem mais pesadamente o ônus do imposto, a
alternativa e) é também correta, e, pelo mesmo motivo, a alternativa d) acha-se também correta.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 29
30. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.2 − DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE PROCURA (DEMANDA). OS DE MAIOR RELEVÂNCIA
A procura de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam
inversamente preços e quantidades procuradas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões
de elasticidade.
Diferença: as quantidades procuradas definem um ponto da curva(reta) de procura com a respectiva variação
de preço quantidade e a procura é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta(curva) que
representa as diversas variações de preços e quantidades.
P = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc)
1.2.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y)
O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua
distribuição às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes.
A relação entre renda e procura define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda.
Neste caso mede-se o quanto a procura de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores.
Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem
elasticidade-renda negativa.
Os produtos cuja procura reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são
definidos como bens normais.
Os que apresentam altas variações de procura em resposta a variações de renda são chamados de bens
superiores.
São chamados de bens inferiores quando a procura declina em conseqüência de aumentos na renda.
1.2.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a)
Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função procura para mais ou
para menos.
Em grande parte a procura é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos
modais.
Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de procura por um dado produto,
como altamente influenciáveis por campanhas promocionais.
Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento
da curva de procura. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida.
1.2.3 - Preços dos bens substitutos (ps)
Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A procura pode ser afetada por variações nos
preços de produtos substitutos, quando se establecem entre eles elasticiade-cruzada positiva ou negativa. Positiva
quando a procura de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto.
1.2.4 - Preços dos bens complementares (pc)
Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente.
A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa.
Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos
dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da procura por unidades habitacionais,
deslocando-se também em direção positiva a procura por móveis e utensílios domésticos.
Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da procura pode projetar-se em termos
macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a procura por produtos conceituados como de
alta “volatilidade”.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 30
31. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.2.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e)
A procura de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada por
expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator tem
caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de procura, sob certas circunstâncias até acentuadamente. Isto
ocorre, por exemplo, com a procura por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de
abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à
preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social.
1.2.6 - Número de consumidores potenciais (n)
Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da
procura de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas de
expansão da população.
O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da
procura, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda.
1.2.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i)
Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos
e/ou subsídios, também influenciam a demanda.
Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para
o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido.
1.3 − TEORIA DO CONSUMIDOR
Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as
restrições quanto a valores e a demanda de mercado.
A Teoria do Consumidor, ou teoria da escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os
consumidores tomam decisões de compra e com eles enfrentam os trade off (trade off é quando a solução de um
problema acaba gerando outro problema) e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas
dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências.
Utilidade − Observações gerais sobre utilidade
Num mercado, as pessoas demandam bens e serviços porque as mercadorias consumidas lhes trazem algum
tipo de prazer ou satisfação. Essa é uma condição necessária para que uma mercadoria seja procurada pelos
consumidores.
Denomina-se utilidade, a propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades e desejos
humanos. Os objetos que têm utilidade são considerados bens, do ponto de vista econômico. A caracterização dos
bens como econômicos, requer também que os mesmos sejam escassos, isto é: estejam disponíveis em quantidades
limitadas.
Utilidade é a qualidade que torna um bem necessário ou desejado, ou a satisfação obtida ao se consumir
determinado produto. É um conceito subjetivo, pois cabe ao consumidor aquilatar essa utilidade ao satisfazer suas
necessidades e desejos. Por exemplo, o feijão satisfaz necessidades básicas das pessoas, mas há algumas que não o
toleram.
Desta forma, o consumo de um bem dá certa satisfação chamada de utilidade. Supõe-se que a utilidade é
uma função da quantidade que se consome de certo bem.
U = f(q).
Supõe-se ainda que a utilidade é uma função crescente da quantidade consumida de um bem, pois à medida
que se aumenta o consumo, a utilidade total também aumenta. Supõe-se também que esse aumento se processa
a uma taxa decrescente, pois os acréscimos resultarão em satisfação extra cada vez menor ao consumidor.
Imagine por exemplo que o consumo de uma unidade de coca-cola lhe dê UT1 de utilidade; que o consumo
de duas unidades lhe dê UT2; e de 3 unidades igual a UT3; e assim sucessivamente. Desta forma, como a utilidade é
uma função crescente da quantidade consumida, tem-se o seguinte:
UT3 UT2 UT1
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 31
32. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Curvas de Indiferença
Uma curva de indiferença é o lugar geométrico dos pontos – ou orçamentos particulares ou combinações de
bens – que proporcionam o mesmo nível de utilidade total, ou aos quais o consumidor é indiferente.
Exemplo:
q1
Curva de indiferença
Propriedades
a) São decrescentes (ou descendentes).
U
q2
q1
U3
U2
U1
q2
Mapa de indiferença
Para ter maior quantidade de um bem, devemos abrir mão de certa quantidade do outro bem de modo
a permanecer com o mesmo nível de satisfação.
b) São côncavas para cima, isto é, convexas em relação à origem.
Isto está relacionado com o princípio da taxa marginal de substituição decrescente.
c) Não se interceptam.
Se duas curvas de indiferença se interceptassem teríamos uma cesta que proporcionaria dois níveis de
satisfação (utilidade) diferentes, o que é um absurdo.
d) Uma curva de indiferença passa através de ponto do espaço-mercadoria.
Entre duas curvas de indiferença sempre existirá outra entre elas.
Curvas de Indiferença (CIs)
• Representam os gostos ou preferências dos consumidores.
• Uma Curva de Indiferença representa o conjunto de combinações alternativas de bens que permitem
ao consumidor atingir um determinado nível de utilidade (ou satisfação).
• A cada Curva de Indiferença está associado um nível de utilidade.
• A “utilidade” é um conceito meramente ordinal, que serve para ordenar cestas de bens.
• Ao longo de uma Curva de Indiferença o consumidor é indiferente entre combinações alternativas de
bens, pois as mesmas possuem o mesmo nível de utilidade.
• Uma Curva de Indiferença obtém-se atribuindo um valor a U e resolvendo a função em ordem a um
bem, por exemplo: U = 20 e U(x , y) = 2xy U = 20 = 2xy y = 10/x; define a Curva de Indiferença
para U = 20.
• Ao conjunto de Curvas de Indiferença de um consumidor chama-se Mapa de Indiferença:
U2U1U0
U0
Comida
Vestuário
U1
U2
V1
V2
A
C1 C2
B
C
C3
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 32
33. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
• A combinação de bens em A (C1,V1) proporciona a mesma utilidade que em B (C2,V2).
• A curva U2 representa um nível de utilidade superior ao da curva U1, que representa um nível de
utilidade superior ao da curva U0.
• Por exemplo, em A o consumidor consome o mesmo Vestuário que em C, mas em A consome menos
Comida que em C. Pelos princípios da Não Saciedade e do Mais é Melhor a combinação de bens em C
é preferível à combinação em A.
• Tratando-se de bens, quanto mais afastada da origem estiver a curva de indiferença, melhor para o
consumidor.
Bens De Consumo Saciado: são bens que cujo desejo doconsumidor, se encontra satisfeito após um determinado
nível de renda.
De acordo com a teoria do consumidor, a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor
quantidade do mesmo, à esse princípio dá-se o nome de “não saciedade” ou o princípio do “mais é melhor”.
Taxa Marginal de Susbstituição (TMS)
o Para manter o nível de utilidade, quando o consumidor consome mais unidades de Comida [+hC], tem
que abdicar de unidades de Vestuário [-hV] (e vice-versa).
o À medida que o consumidor consome mais Comida, para obter uma unidade adicional de Comida tem
que abdicar de quantidades menores de Vestuário – o Vestuário torna-se cada vez mais valioso.
o À medida que o consumidor consome mais Vestuário, para obter uma unidade adicional de Vestuário
tem que abdicar de quantidades menores de Comida – a Comida torna-se cada vez mais valiosa.
U0
Comida
Vestuário
V1
V2
A
C1 C2
B
V
C
o À quantidade de Vestuário de que o consumidor prescinde para obter uma unidade adicional de
Comida chama-se Taxa Marginal de Substituição, ou TMS.
o TMS =
V
D
D (Em módulo).
C
o A TMS representa o declive (ou coeficiente angular ou inclinação) da curva de indiferença num dado ponto.
o TMS representa o declive da curva de indiferença num ponto.
A
B
C1 C2
U0
C
Comida
Vestuário
V1
V2
V
Nota: O declive de uma reta mede a inclinação dessa reta:
• Quanto maior o declive, maior a inclinação (a reta está mais vertical).
• Quanto menor o declive, menor a inclinação (a reta está mais horizontal).
• A declividade da curva de indiferença num ponto é igual à declividade da reta que lhe é tangente
nesse ponto. Logo, a TMS num ponto da CI é igual ao declive da reta tangente à CI nesse ponto.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 33
34. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Taxa Marginal de Substituição
A taxa marginal de substituição de Y por X mede o número de unidades de Y que devem ser sacrificadas por
unidade ganha de X, para que se mantenha um nível constante de satisfação. A taxa marginal de substituição é
dada pela inclinação negativa de uma curva de indiferença em um ponto.
TMSY, X =
Y
D
−D : lê-se “Taxa marginal de substituição de Y por X”.
X
Princípio da TMS Decrescente
“À medida que se percorre uma curva de indiferença da esquerda para a direita, a “TMS” diminui”.
A curva de indiferença é convexa em relação à origem devido a esse princípio.
Utilidade Marginal
A palavra marginal em economia tem o significado matemático de derivada ou acréscimos.
A Utilidade Marginal do bem X (UMg x ) é a derivada parcial da função utilidade em relação à quantidade
do bem X.
UMg X =
¶
U
¶
X
Para o bem Y, é dada por:
UMg Y =
¶
U
¶
Y
Ou a UMgx = UTn – UTn – 1
O diferencial total de uma função é:
Seja F = F(x, y) uma função de duas variáveis x e y. O diferencial total de uma função (dF) é dado por:
¶
F
¶
F
×
× +
dF = dy
¶
y
dx
¶
x
Inclinação da Curva de Indiferença
Inclinação = TMSy , x =
dy
dx
UMg
UMg
x = −
y
Ou a Inclinação é dada por
− Px
Py
Razão negativa entre os respectivos preços.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 34
35. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
As Variações na Renda Monetária
As variações na renda monetária, permanecendo os preços constantes, normalmente resultam em uma
correspondente variação nas quantidades das mercadorias compradas. Em particular, para os chamados bens
“normais” ou “superiores” um acréscimo na renda monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um decréscimo
na renda monetária a um decréscimo no consumo. É de grande interesse analisar os efeitos de variações na renda
sobre o consumo. Para isto, mantenhamos os preços nominais constantes, a fim de observar somente o efeito de
variações na renda.
A Curva de Renda-Consumo
A curva de renda-consumo é o lugar geométrico dos pontos de equilíbrio dos orçamentos resultantes de
vários níveis de renda monetária a preços monetários constantes. A curva de renda-consumo possui inclinação
positiva em toda sua extensão quando ambos os bens são “normais” ou “superiores”.
q1
Curva de Renda-consumo
U3
U2
U1
G G’ G”
q2
F”
F’
F
IMPORTANTE: Um bem é superior, normal ou inferior, conforme sua elasticidade-renda exceda a unidade, seja
menor que a unidade, positiva ou negativa. Num ponto sobre uma curva de Engel, um bem é dito superior, normal
ou inferior conforme a tangente desse ponto intercepte o eixo horizontal à esquerda da origem, à direita da origem,
mas da abscissa correspondente a tal ponto, ou à direita da origem e da abscissa correspondente ao mesmo.
As Variações no Preço
q1
Curva de Preço-consumo
q2
F
U3
C
U2
B
U1
A
0 G G’ G”
A reação na quantidade adquirida a variações no preço é, talvez, ainda mais importante que a reação a
variações na renda monetária.
A Curva de Preço-Consumo
A curva de preço-consumo é o lugar geométrico dos orçamentos de equilíbrio resultantes de variações na
relação entre os preços em que a renda monetária nominal permanece constante, conforme gráfico acima.
1.3.1 - Utilidades cardinal e ordinal
Historicamente, ao observar-se o desenvolvimento da teoria do consumidor, nota-se a existência de duas
abordagens, segundo as quais uma série de autores procuraram analisar o comportamento do consumidor: a) a
abordagem cardinal - Jevons, Menger e Walras (cerca de 1871) e b) a abordagem ordinal - Pareto (1906), Slutsky
(1912), Samuelson e Hicks (1938)
É muito difícil quantificar, atribuir valores a utilidade de um bem (utilidade cardinal), porém os economistas
acham que é possível ordenar as preferências do consumidor (utilidade ordinal).
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 35
36. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.3.1.1 - Utilidade Cardinal
Os economistas Gossen (1854), Jevons (1871) e Walras (1874), os formuladores da teoria cardinal, acreditavam
que a utilidade era uma característica mensurável dos bens e serviços, que podia ser medida. Acreditavam que a
utilidade era uma qualidade aditiva, isto é, a satisfação do consumidor era a soma das utilidades obtidas no consumo
dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias.
Algumas teorias da utilidade atribuem um significado determinado à grandeza da utilidade. Conhecidas como
teorias da utilidade cardinal, essas teorias partem do pressuposto de que o tamanho da diferença de utilidade entre
duas cestas de bens é de alguma significância
1.3.1.2 – Utilidade Ordinal
Para sabermos se uma pessoa prefere uma cesta de bens à outra, basta lhe oferecermos a possibilidade de
escolha entre duas cestas e observamos qual a escolhida. Saberemos, assim, como atribuir uma utilidade às duas
cestas de bens: simplesmente atribuiremos à cesta escolhida uma utilidade maior que a atribuída a cesta rejeitada.
Bem “y”
Bem “X”
1.3.2 - Restrição orçamentária
“O consumidor organiza suas compras de modo a maximizar a satisfação sujeita a sua renda monetária
limitada”.
1.3.2.1 - Equação de Restrição Orçamentária
x.p x + y.p y = R (ou M)
Esta é a equação de uma linha reta.
Resolvendo para “y”, teremos:
y =
p
− x
× +
R
p
x
y y
p
A inclinação (coeficiente angular ou declividade) da equação de restrição orçamentária é a razão negativa
entre os respectivos preços.
Inclinação = -
p
x
p
y
O coeficiente linear é a renda do consumidor dividida pelo preço de Y. (Indica o gasto total do consumidor
adquirindo somente o bem Y).
Coeficiente linear =
R
y p
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 36
37. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.3.2.2 - Reta Orçamentária
A reta orçamentária é o “lócus” das cestas (ou combinações de bens) que podem ser adquiridas se toda a
renda monetária for gasta. Sua inclinação é o valor negativo da relação entre os preços.
Veja o exemplo seguinte, onde se tem:
X e X Dois bens envolvidos
1 2
p e p eço de ambos os bens
1 2
x e x Quantidades de consumo
1 2
.
Pr .
Re .
.
m nda do consumidor
A renda é m = 4, p1 = 1 e p 2 = 2
Os interceptos iguais a 2 e 4 são obtidos respectivamente pelas relações
m
2 p
e
m
1 p
.
Importante: Ambos os interceptos, tanto dependem da renda “R” ou “m”, como também dos preços
respectivos.
Algumas questões:
a) O que ocorre se a renda dobra?
R : O consumo de cada bem também dobra.
b) O que ocorre se o preço de X1 dobra?
R : A renda só permite comprar a metade da quantidade de X1 anteriormente comprada.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 37
38. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Importante:
a) Variando a renda a reta orçamentária desloca-se paralelamente.
b) Variando os preços a reta orçamentária muda de inclinação.
c) A restrição orçamentária representa o poder aquisitivo do consumidor
1.3.3 - Equilíbrio do consumidor
O ponto de equilíbrio do consumidor ou de maximização da satisfação sujeito a uma renda monetária
limitada é definido pela condição de que a taxa marginal de satisfação de Y por X seja igual à relação entre o
preço de X e o preço de Y.
“Esta afirmação se verifica somente quando cada consumidor consome uma quantidade positiva de cada
bem”.
U2U1U0
U0
Comida
Vestuário
U1
U2
VE
CE
E
B
A
F
O objetivo do consumidor é, tendo em conta o seu rendimento (restrição orçamentária), consumir a melhor
combinação de bens de modo a obter a maior satisfação possível.
E(CE , VE) No equilíbrio TMSV/C = Inclinação da reta orçamentária.
Pc
V −
Pv
− D
C
=
D
ou
Pc
Pv
V
C
=
D
D
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 38
39. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
1.3.3.1 - Restrições do modelo
a) Os bens são perfeitamente divisíveis;
b) Os preços dos produtos são dados pelo mercado, portanto se constituem em um parâmetro;
c) Toda renda, necessariamente, deve ser gasta, não sendo admitido o entesouramento (não podia gastar
mais do que a renda; não podia poupar; toda renda era gasta).
1.3.3.2 - Condição Matemática
UMgn
Pn
UMgy
= = ... =
Py
UMgx
Px
Entretanto: Produto l Moeda
UMg Moeda
= 1
=
P Moeda
UMgx
Px
UMgx
=
Portanto: UMg Moeda
Px
1.3.3.3 - Desequilíbrio (crise)
a) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é maior do que o de obter a moeda.
UMgx Então o consumidor compra.
UMg Moeda
Px
b) A relação sacrifício – benefício em adquirir o produto é menor do que o de obter a moeda.
UMgx Então o consumidor não compra. Prefere a moeda à aquisição do produto.
UMg Moeda
Px
1.3.3.4 - Equilíbrio através dos Multiplicadores de Lagrange
A maximização da utilidade sujeita à restrição orçamentária é dada por meio das seguintes condições:
L = U(x , y) ± l(R – x.Px – y.Py) Função Lagrangeana.
Derivando parcialmente e igualando a zero; e resolvendo o sistema de equações obtém-se a posição de
equilíbrio do consumidor.
=
=
0
0
=
¶
L
¶
¶
x
L
¶
¶
y
L
¶
0
l
Equilíbrio significa balanceamento entre forças opostas. Especificamente, no caso do consumidor, ocorre
quando este consegue adquirir uma quantidade de bens e serviços que lhe é necessária com o mesmo dispêndio.
1.3.3.5 - Espaço Orçamentário
O espaço (ou conjunto) orçamentário é o conjunto de todas as cestas de bens que podem ser compradas,
gastando uma parte ou toda a renda monetária dada. O espaço orçamentário abrange somente uma parte do
(ou um subconjunto do) espaço-mercadoria.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 39
40. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Matematicamente, é mais correto dizer que o espaço orçamentário é definido pelas três desigualdades
seguintes: x
x.px + y.py £ R Reta Orçamentária= - p1/p2
x ³ 0
y ³ 0
y
1.3.4 - Funções demanda
A demanda de determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam
inversamente preços e quantidades demandadas. As quantidades reagem aos preços, embora sob diferentes padrões
de elasticidade.
Diferença: as quantidades demandadas definem um ponto da curva(reta) de demanda com a respectiva
variação de preço quantidade e a demanda é definida por um conjunto de pontos determinados por uma reta
(curva) que representa as diversas variações de preços e quantidades.
D = f (Y, A, Os, Pc, E, N, ISRg etc)
As funções de demanda do consumidor dão as quantidades ótimas de cada um dos bens como função dos
preços e da renda com os quais o consumidor se defronta. As funções de demanda são escritas como:
X1 = x1(p1,p2,m)
X2 = x2(p1,p2,m)
O lado esquerdo de cada equação representa a quantidade demandada. O lado direito, a função que
relaciona os preços e a renda com essa quantidade. O estudo de como a escolha responde às variações no ambiente
econômico é conhecido como estática comparativa. Comparativa significa que queremos comparar duas situações, e
estática significa que não estamos interessados em nenhum processo de ajustamento de preços que possa ocorrer
entre uma escolha e outra; examinaremos, pois, apenas a escolha de equilíbrio.
1.3.4.1 - Níveis e estrutura da renda nacional (y)
O poder aquisitivo da sociedade determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua distribuição
às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes.
A relação entre renda e demanda define um conceito similar ao da elasticidade-preço – o da elasticidade-renda.
Neste caso mede-se o quanto a demanda de um produto reage ao aumento da renda dos consumidores.
Normalmente os produtos tem elasticidade-renda positiva, e ocorrem em número bem menor os que tem
elasticidade-renda negativa.
Os produtos cuja demanda reage unitariamente à renda, apresentando elasticidade-renda próximas a 1, são
definidos como bens normais.
Os que apresentam altas variações de demanda em resposta a variações de renda são chamados de bens
superiores.
São chamados de bens inferiores quando a demanda declina em conseqüência de aumentos na renda.
1.3.4.2 - Atitudes e preferências dos consumidores (a)
Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função demanda para mais
ou para menos.
Em grande parte a demanda é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos
modais.
Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de demanda por um dado
produto, como altamente influenciáveis por campanhas promocionais.
Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substanciais no posicionamento
da curva de demanda. Importante verificar também que alguns produtos podem estar sujeitos a ciclo de vida.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 40
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1.3.4.3 - Preços dos bens substitutos (ps)
Este fator decorre do conceito da elasticidade-cruzada. A demanda pode ser afetada por variações nos
preços de produtos substitutos, quando se estabelecem entre eles elasticidade-cruzada positiva ou negativa.
Positiva quando a demanda de um bem aumenta em resposta a aumento nos preços de um seu substituto.
1.3.4.4 - Preços dos bens complementares (pc)
Bens complementares geram mais satisfação para os consumidores se forem consumidos conjuntamente.
A demanda para o bem em questão cai quando os preços de seus complementos aumentam, e vice-versa.
Café, leite e açúcar são exemplos de bens que são tipicamente consumidos em conjunto. Uma redução nos custos
dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da demanda por unidades habitacionais,
deslocando-se também em direção positiva a demanda por móveis e utensílios domésticos.
Por seus efeitos em cadeia, este tipo de movimentação de curvas da demanda pode projetar-se em termos
macroeconômicos, quando se modifica para mais ou para menos a demanda por produtos conceituados como de
alta “volatilidade”.
1.3.4.5 - Expectativa sobre a evolução da oferta (e)
A demanda de determinados produtos, notadamente quando essenciais, pode também ser influenciada
por expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. A maior parte dos movimentos derivados desse fator
tem caráter efêmero, mas modificam as posições das curvas de demanda, sob certas circunstâncias até acentuadamente.
Isto ocorre, por exemplo, com a demanda por determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de
abastecimento. Movimentos podem ser provocados por expectativas de outra ordem, como as relacionadas à
preços, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social.
1.3.4.6 - Número de consumidores potenciais (n)
Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da
demanda de um grande número de produtos, incluindo aquelas relacionadas a aumento e diminuição das taxas
de expansão da população.
O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da
demanda, embora esse fator deva ser complementado por outros: níveis e estrutura de distribuição de renda.
1.3.4.7 - Impostos, subsídios e regulamentações (i)
Até aqui mostramos como o comportamento privado desloca a demanda, mas as regulamentações, impostos
e/ou subsídios, também a influenciam.
Da perspectiva do comprador, a demanda é a relação entre a quantidade comprada e o preço pago. Para
o vendedor a demanda é a relação entre a quantidade vendida e o preço recebido.
1.3.5 - Curvas de Engel
A curva de Engel é uma função que relaciona a quantidade de equilíbrio adquirida de uma mercadoria para
um dado nível de renda monetária.
• A curva de renda-consumo pode ser usada para derivar as curvas de Engel para cada mercadoria.
• As curvas de Engel são importantes para os estudos aplicados de economia do bem-estar e para a análise
dos padrões da renda familiar.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 41
42. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
• A elasticidade-renda pode ser relacionada com a inclinação ou curvatura de uma curva de Engel e, em
parte, pela classificação das mercadorias como superiores, normais ou inferiores.
• Se um bem é normal ou superior, a inclinação da curva de Engel é positiva.
• Se um bem é inferior, a inclinação da curva de Engel é negativa.
1.3.6 - Demanda de mercado
n
=
= =
(x) (x) D q di
i 1
A demanda de mercado de um bem é o somatório das demandas individuais, desde i=1 até i=n (o último
consumidor).
Ou, utilizando:
X1i (p1, p2, m1)
Para representar a demanda individual do consumidor do bem 1 e:
X2i (p1, p2, mi)
Para representar a demanda individual do consumidor do bem 2.
Assim a demanda de mercado ou agregada do bem 1, será a soma das demandas individuais de todos os
consumidores:
n
X1 (p1, p2, m1,...mn) = m x1i (p1, p2, m1)
i=1
A representação idêntica valerá para o bem 2, e sucessivamente até o bem n .
Como a demanda de cada pessoa para cada bem depende dos preços e de sua renda, a demanda de
mercado ou agregada dependerá em geral dos preços e da distribuição de rendas. Algumas vezes, no entanto,
convém pensar na demanda de mercado ou agregada, como a demanda de um “consumidor representativo”
que tem uma renda exatamente igual à soma de todas as rendas individuais. Se adotarmos a hipótese do
“consumidor representativo”, a função da demanda de mercado será:
X1 (p1, p2, M)
onde M é a soma das rendas dos consumidores individuais.
Preço
Curva da Demanda
D(p)
Quantidade
Observe que essa curva está traçada com todos os outros preços e rendas constantes. Se esses preços variarem, a
curva de demanda de mercado se deslocará.
1.3.6.1 – Função de Demanda Inversa
Na Curva de Demanda de Mercado podemos identifica a quantidade e a função do preço, se observamos
em sentido contrário p preço como função da quantidade.
Quando assim o fazemos, referimo-nos a ela como a função de demanda inversa, P(X). Essa função indica
qual deveria ser o preço de mercado do bem para que se demandem X unidades dele.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 42
43. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Sabemos que o preço de um bem mede a taxa marginal de substituição (TMS) entre esse e todos os demais
bens. Ou seja, o preço de um bem representa a propensão marginal do demandante a pagar por uma unidade
adicional desse bem. Portanto, a função de demanda inversa P(X), mede a taxa de marginal substituição, ou
propensão marginal a pagar de todos os consumidores que estiverem comprando o bem.
A interpretação geométrica terá como exemplo a Agregação de Curvas de Demanda “Lineares”, que para a
curva de demanda de uma pessoa seja:
D1(p) = 20 - p
Que a Curva de Demanda da segunda pessoa seja:
D2(p) = 10 – 2p.
Qual será a função de mercado? Aí precisamos tomar cuidado no que entendemos como funções de
demanda “lineares”, porque a quantidade negativa de um bem não faz sentido, a forma das funções ficariam:
D1(p) = máx{20-p, 0}
D2(p) = Max{10-2p, 0}
O que os economistas chamam de curvas de demanda “lineares” na verdade não são funções lineares,
porque haverá uma quebra da curva em p=5.
Preço Preço Preço
20
D1(p) D1(p) + D2(p)
Demada do Demanda do Demanda do Mercado=Soma das
Agente 1 Agente 2 duas curvas de demanda
5 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
D2(p)
X1 x2 X1+ X2
A B C
A soma de duas curvas de demandas “lineares” – Como as curvas de demanda são lineares apenas para as
quantidades positivas, normalmente haverá uma quebra na curva de demanda de mercado.
1.3.6.2 – Bens Discretos
Se um bem só estiver disponível em quantidades discretas, sua demanda por parte de um consumidor
individual pode ser descrita em termos dos preços de reserva desse consumidor. Didaticamente vamos considerar a
disponibilidade do bem de zero a uma unidade disponível no mercado. Nesse caso, a demanda do consumidor é
totalmente descrita por seu preço de reserva – o preço ao qual ele está disposto a comprar uma unidade. Nesse
caso a curva de demanda do mercado tem de ser “inclinada para baixo”, uma vez que uma diminuição do preço
de mercado aumenta o número dos consumidores dispostos a pagar pelo menos esse preço.
T
PA
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------PA
Demanda do
Agente A Demanda do
PB----------------------------------------------------PB-----------------------------------Mercado
Demanda do Agente B
XA XB XA + XB
A B C
Demanda de Mercado por Um Bem Discreto. A curva de demanda de mercado é a soma das curvas de
demanda para todos os consumidores no mercado, aqui representados pelos consumidores A e B.
O CURSO PERMANENTE que mais APROVA! 43
44. PROF. ROBERTO MONTEIRO AGENTE − PF NOÇÕES DE ECONOMIA
Margens Intensiva e Extensiva. Considerando a escolha do consumidor como de quantidades positivas de
cada bem, e se o preço varia, ele decide consumir mais ou menos de um bem ou de outro, mas mesmo assim
acaba por consumir um pouco de ambos os bens, este procedimento do consumidor é considerado um ajuste na
margem intensiva.
No caso do modelo do preço de reserva, os consumidores decidem entrar ou não no mercado de um dos
bens. Isso às vezes é chamado de ajuste na margem extensiva
1.3.7 - Teoria da produção
Os princípios da Teoria da Produção constituem-se de peças fundamentais para a análise dos preços e dos
fatores, assim como da sua alocação entre os diversos usos alternativos na economia.
Desta forma, a Teoria da Produção desempenha dois papéis extremamente importantes:
Serve de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção: numa economia
moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem constantemente, o relacionamento entre a produção e
os custos de produção é muito importante na análise da Teoria da Formação dos Preços.
Serve de apoio para a análise da procura da firma em relação aos fatores de produção que utiliza: para
produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de fatores de produção.
A teoria da produção preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de
produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs), enquanto a Teoria dos Custos de Produção já relaciona a
quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção. Ou seja, a Teoria da Produção trata apenas
de relações físicas, enquanto a Teoria dos Custos envolve também os preços dos insumos.
1.3.7.1 - Conceitos Básicos
Produção
É a transformação de bens e serviços em outros bens e serviços. É o ato de transformar os insumos adquiridos
pela empresa em produtos finalmente acabados e que atendam as necessidades do consumidor.
Processo de Produção
É o meio utilizado pela empresa quando organiza as quantidades de insumos a serem empregados
(consumidos) até chegar ao produto final. Em outras palavras, é o quanto de cada fator se faz necessário, uma vez
escolhido o método mais conveniente, para a obtenção do produto final.
Função da Produção
O empresário ao decidir o quê, como e quanto produzir, na medida das respostas advindas do mercado
consumidor, variará a quantidade utilizada dos fatores, para com isso variar a quantidade produzida do produto. A
função de produção é a relação que mostra qual a quantidade obtida do produto, a partir da quantidade
utilizada dos fatores de produção.
A função de produção indica o máximo de produto que pode ser obtido com a utilização dos fatores, uma
vez escolhido o processo de produção mais adequado.
A função de produção é representada analiticamente da seguinte maneira:
quantidade utilizada do fator de produção. Onde:
q = quantidade produzida.
X1, X2, X3, ..., Xn = indicam as quantidades utilizadas dos vários fatores, respeitando o processo de produção
mais conveniente.
Resumidamente, considera-se a função de produção conforme segue:
q = f (X1, X2)
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É importante ressaltar que:
A função de produção é um fluxo de produto e insumos, ao longo de um período dado de tempo.
Supõe-se eficiência técnica, ou seja, a máxima produção possível, a determinados níveis de mão-de-obra,
capital e tecnologia.
Não se deve confundir o conceito de função de oferta com função de produção.
Função oferta É um conceito “econômico”, pois depende dos preços dos fatores de produção.
Função de produção
Conceito “físico” ou “tecnológico”, pois se refere à relação entre quantidades físicas de
produto e de fatores de produção.
Fatores de produção fixos e variáveis: o custo e longo prazo
Na análise microeconômica, a questão do prazo está associada à existência ou não de fatores fixos.
Fatores fixos
São aqueles cuja quantidade não varia quando a quantidade produzida do produto
varia. Eles permanecem inalterados. Por exemplo: as instalações da empresa. Subentende-se,
neste caso, que se trata de curto prazo.
Fatores variáveis
São aqueles cuja quantidade utilizada varia na medida em que varia também a
quantidade produzida do produto. Por exemplo: o número de trabalhadores, o consumo de
matérias-primas, etc. Trata-se neste caso de longo prazo.
Produção com um fator variável e um fator fixo (análise de curto prazo)
Supondo, para efeito de simplificação, a presença de apenas dois fatores de produção: mão-de-obra variável
e capital fixo (equipamentos e instalações).
A função de produção fica assim representada:
,
Com K (capital) fixado.
Portanto, o nível de produto varia apenas em função de variações na quantidade de fator variável (mão-de-obra).
1.3.7.2 - Conceitos de Produto Total, produtividade média e produtividade marginal.
Produto total
É a quantidade total produzida, a partir da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a
quantidade dos demais fatores.
Produtividade
média
É a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção utilizado.
Obs.: x indica a quantidade do fator de produção empregada.
Produtividade
marginal
É a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do
fator de produção.
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Exemplo:
K N PT PMeN PMgN
10
10
10
10
10
10
10
10
10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
3
8
12
15
17
17
16
13
-
3
4
4
3,75
3,4
2,8
2,3
1,6
-
3
5
4
3
2
0
-1
-3
Representando graficamente, tem-se:
Como pode ser observado, na máxima do produto total, a produtividade marginal da mão-de-obra é nula,
isto é, igual a zero. Antes do ponto máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é positiva, ou seja, aumento
na absorção de mão-de-obra eleva o produto total. Após este ponto de máximo, a produtividade marginal é
negativa, pois acréscimos de mão-de-obra diminuirão o produto. Isso se deve à lei dos rendimentos decrescentes.
1.3.7.3 - Lei dos Rendimentos Decrescentes (ou Lei das Proporções Variáveis)
Aumentando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a
produção inicialmente crescerá a taxas crescentes; a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável,
passa a crescer a taxas decrescentes; continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total
tende a decrescer.
Esta lei tem sua validade na presença de um fator fixo, ou seja, no curto prazo.
Produção com Fatores Variáveis (análise de longo prazo)
A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção são variáveis.
Supondo apenas dois fatores de produção e ambos variáveis, tem-se:
Uma função com essa característica é denominada de isoquanta.
Isoquanta significa igual quantidade, e pode ser definida como sendo uma linha na qual todos os pontos
representam infinitas combinações de fatores, que indicam a mesma quantidade produzida.
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Graficamente, é assim representada:
As isoquantas apresentam três características básicas: a) inclinação na faixa relevante; b) são convexas com
relação à origem; c) e nunca, jamais em tempo algum, se cruzam.
Um conjunto de isoquantas é chamado de mapa de produção ou família de isoquantas:
Economias de Escala ou Rendimentos de Escala
É um conceito que se define no longo prazo, quando se supõe que todos os fatores de produção sejam
variáveis, inclusive o tamanho (ou escala) da empresa.
Rendimentos de Escala ou Economias de Escala representa a resposta da quantidade produzida a uma
variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção.
Podem ser:
• Rendimentos Crescentes de Escala (ou Economia de Escala): ocorrem quando a variação na quantidade do
produto total é mais que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Por
exemplo, aumentando-se a utilização dos fatores em 15%, o produto cresce 30%. Equivale a dizer que a
produtividade dos fatores aumentou. Pode-se apontar como causas geradoras dos rendimentos
crescentes de escala: maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce: a existência de
indivisibilidades entre os fatores de produção, por exemplo, numa siderúrgica, como não existe “meio
forno”, quando se adquire mais um forno, deve ocorrer um grande aumento na produção de aço.
• Rendimentos Constantes de Escala: ocorrem quando a variação do produto total é proporcional à
variação da quantidade utilizada dos fatores de produção: aumentando-se a utilização dos fatores em
10%, o produto também aumenta em 10%.
• Rendimentos Decrescentes de Escala (ou Deseconomias de Escala): ocorrem quando a variação do
produto é menos do que proporcional à variação na utilização dos fatores: por exemplo, aumenta-se a
utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 5%. Houve uma queda na produtividade dos
fatores. Pode-se apontar como causa geradora dos rendimentos decrescentes de escala, o fato de “o
poder de decisão e a capacidade gerencial e administrativa” serem indivisíveis e incapazes de
aumentar, ou seja, pode ocorrer uma descentralização nas decisões, que faz com que o aumento de
produção obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa.
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