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CIRURGIA ONCOLÓGICA
Neoplasia Maligna de Ovário
Nilton Caetano da Rosa
Introdução
• Maior taxa de letalidade entre as neoplasias
ginecológicas.
• Corresponde a 6 % dos tumores malignos em
mulheres.
• Incidência aumenta com a idade sendo mais
frequente na 6º e 7º década
• Tumores epiteliais
• Tumores malignos de células germinativas
• Tumores derivados do cordão sexual-estroma
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
• Queixas inespecíficas (dor abdominal e pélvica
incaracterística, dispepsia, sintomas urinários).
• Doença avançada - ascite, massa abdomino-
pélvica, suboclusão intestinal, derrame
pleural.
Estadiamento
• Raio X Tórax
• TC Abdómen e Pelve
• CA 125
Estadiamento
• CIRÚRGICO
– Citologia oncótica do líquido ascítico
– Biopsias ou ressecção das aderências.
– Omentectomia infracólica.
– Histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral
para confirmação de malignidade).
– Linfadenectomia pélvica e retroperitoneal sistemáticas
Estadiamento
FIGO
• Estádio I - Tumor limitado aos ovários.
– Ia – Tumor limitado a um ovário, cápsula intacta, sem
tumor na superfície externa.
– Ib – Tumor limitado aos dois ovários, cápsula intacta,
sem tumor na superficie externa.
– Ic –Estádio Ia, ou Ib mas com tumor na superficie ou
cápsula rota de um ou ambos os ovários; ou com
ascite ou lavado peritoneal com células neoplásicas
presentes.
• Estádio II - Tumor com extensão à pélvis.
– IIa – Extensão e/ou metástases para o útero e/ou
trompa.
– IIb – Extensão para outros tecidos pélvicos
– IIc –Estádio IIa ou IIb, mas com tumor na superfície de
um ou ambos os ovários ou com cápsula rota, ou com
ascite ou lavado peritoneal com células malígnas
presentes.
Estadiamento
FIGO
• Estádio III - Tumor com implantes além da pélvis e/ou linfonodos
inguinais, pélvicos e/ou retroperitoneais positivos..
– IIIa – Tumor macroscopicamente limitado à pélvis verdadeira com linfonodos
negativos mas com disseminação peritoneal comprovada histologicamente.
– IIIb – Tumor em um ou ambos ovários com confirmação histológica de
implante peritoneal e este não excedendo 2cm de diâmetro. Linfonodos
negativos.
– IIIc – Implantes peritoneais maiores que 2cm de diâmetro e/ou linfonodos
inguinais ou pélvicos/retroperitoneais positivos.
• Estádio IV - Tumor com metástases à distância. Havendo derrame pleural
deve ser pesquisada presença de células neoplásicas. Metástases
parenquimatosas hepáticas correspondem ao Estádio IV.
Classificação do Procedimentos
Cirúrgicos
• CITORREDUÇÃO MÁXIMA (“DEBULKING”)
• Citorredução óptima: < 1cm
• CITORREDUÇÃO DE INTERVALO
• Doença inicial irressecável. Após 3 ciclos de
quimioterapia é realizada reabordagem cirúrgica.
• CITORREDUÇÃO SECUNDÁRIA / RESGATE
Tratamento
Estádio I
• Quimioterapia Adjuvante
• Carboplatina e Paclitaxel
Tratamento
Estádios II a IV
Pacientes que clinicamente têm baixo volume de doença
• Cirurgia
• Citorredução óptima
• Quimioterapia 6 ciclos
• Caborplatina e Paclitaxel
Tratamento
Estádios II a IV
Pacientes que clinicamente têm grande volume de doença
• QT neoadjuvante por 3 ciclos
• Cirurgia de citorredução (citorredução de
intervalo).
• 3 ciclos de QT após a cirurgia.
Seguimento
Estadios I a IV
• O seguimento clínico deve ser realizado a cada
3 meses nos primeiros 2 anos, a cada 6 meses
nos 3 anos adicionais, depois anualmente.
Tratamento de Resgate
• Doença sensível a platina (intervalo do
último tratamento à base de platina > 6
meses)
• Doença refratária ou resistente a platina
(intervalo do último tratamento a base de
platina ≤ 6 meses)

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Cancer de ovario

  • 1. CIRURGIA ONCOLÓGICA Neoplasia Maligna de Ovário Nilton Caetano da Rosa
  • 2. Introdução • Maior taxa de letalidade entre as neoplasias ginecológicas. • Corresponde a 6 % dos tumores malignos em mulheres. • Incidência aumenta com a idade sendo mais frequente na 6º e 7º década
  • 3. • Tumores epiteliais • Tumores malignos de células germinativas • Tumores derivados do cordão sexual-estroma
  • 4. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA • Queixas inespecíficas (dor abdominal e pélvica incaracterística, dispepsia, sintomas urinários). • Doença avançada - ascite, massa abdomino- pélvica, suboclusão intestinal, derrame pleural.
  • 5. Estadiamento • Raio X Tórax • TC Abdómen e Pelve • CA 125
  • 6. Estadiamento • CIRÚRGICO – Citologia oncótica do líquido ascítico – Biopsias ou ressecção das aderências. – Omentectomia infracólica. – Histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral para confirmação de malignidade). – Linfadenectomia pélvica e retroperitoneal sistemáticas
  • 7. Estadiamento FIGO • Estádio I - Tumor limitado aos ovários. – Ia – Tumor limitado a um ovário, cápsula intacta, sem tumor na superfície externa. – Ib – Tumor limitado aos dois ovários, cápsula intacta, sem tumor na superficie externa. – Ic –Estádio Ia, ou Ib mas com tumor na superficie ou cápsula rota de um ou ambos os ovários; ou com ascite ou lavado peritoneal com células neoplásicas presentes.
  • 8. • Estádio II - Tumor com extensão à pélvis. – IIa – Extensão e/ou metástases para o útero e/ou trompa. – IIb – Extensão para outros tecidos pélvicos – IIc –Estádio IIa ou IIb, mas com tumor na superfície de um ou ambos os ovários ou com cápsula rota, ou com ascite ou lavado peritoneal com células malígnas presentes.
  • 9. Estadiamento FIGO • Estádio III - Tumor com implantes além da pélvis e/ou linfonodos inguinais, pélvicos e/ou retroperitoneais positivos.. – IIIa – Tumor macroscopicamente limitado à pélvis verdadeira com linfonodos negativos mas com disseminação peritoneal comprovada histologicamente. – IIIb – Tumor em um ou ambos ovários com confirmação histológica de implante peritoneal e este não excedendo 2cm de diâmetro. Linfonodos negativos. – IIIc – Implantes peritoneais maiores que 2cm de diâmetro e/ou linfonodos inguinais ou pélvicos/retroperitoneais positivos. • Estádio IV - Tumor com metástases à distância. Havendo derrame pleural deve ser pesquisada presença de células neoplásicas. Metástases parenquimatosas hepáticas correspondem ao Estádio IV.
  • 10. Classificação do Procedimentos Cirúrgicos • CITORREDUÇÃO MÁXIMA (“DEBULKING”) • Citorredução óptima: < 1cm • CITORREDUÇÃO DE INTERVALO • Doença inicial irressecável. Após 3 ciclos de quimioterapia é realizada reabordagem cirúrgica. • CITORREDUÇÃO SECUNDÁRIA / RESGATE
  • 11. Tratamento Estádio I • Quimioterapia Adjuvante • Carboplatina e Paclitaxel
  • 12. Tratamento Estádios II a IV Pacientes que clinicamente têm baixo volume de doença • Cirurgia • Citorredução óptima • Quimioterapia 6 ciclos • Caborplatina e Paclitaxel
  • 13. Tratamento Estádios II a IV Pacientes que clinicamente têm grande volume de doença • QT neoadjuvante por 3 ciclos • Cirurgia de citorredução (citorredução de intervalo). • 3 ciclos de QT após a cirurgia.
  • 14. Seguimento Estadios I a IV • O seguimento clínico deve ser realizado a cada 3 meses nos primeiros 2 anos, a cada 6 meses nos 3 anos adicionais, depois anualmente.
  • 15. Tratamento de Resgate • Doença sensível a platina (intervalo do último tratamento à base de platina > 6 meses) • Doença refratária ou resistente a platina (intervalo do último tratamento a base de platina ≤ 6 meses)