O documento discute como a depressão afeta o cérebro. A depressão causa desequilíbrio entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro, hiperativando a amígdala e o córtex pré-frontal direito e hipoativando o hipocampo e córtex pré-frontal esquerdo. O documento também fornece estratégias para reequilibrar a atividade cerebral, como reestruturação cognitiva e comportamentos de aproximação para ativar o córtex pré-frontal esquerdo.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Como o cérebro ganhou depressão
1. Onde o cérebro ganhou depressão .
Como motivar um cérebro deprimido.
Estratégias e formas de ativação.
2. Depressão
• Afecta 10% da população ao longo do tempo;
• É a 2ª perturbação mais comum do foro mental;
• A depressão pode ser devastadora e uma experiência solitária;
• Os sintomas afectam pensamentos, emoções e comportamentos;
• Cerca de 1 em cada 20 homens vão sofrer um episódio depressivo ao longo
das suas vidas e este número duplica nas mulheres;
• É a situação em saúde mental que mais facilmente pode ser mortífera (1/3
tem ideação suicida e 8% faz pelo menos 1 tentativa);
• A OMS calcula que, até 2020, a depressão venha a tornar-se a principal causa
de incapacidade;
• O tratamento com psicoterapia e medicação pode ser efectivo.
4. Factores biológicos, psicossociais e
psicológicos
• Genética- importante a história familiar;
• Quem já teve uma vez é mais provável que volte a ter;
• Desequilíbrios dos neurotransmissores com impacto no
funcionamento cerebral
• Condições de vida
• Eventos traumáticos
• Situações de stress
• ....
6. O Cortex em dois Hemisférios na Depressão
Esquerdo
Emoções positivas
Aproximação/Acção
Orientação detalhe
Distingue Emoções e pensamentos
Sede da Linguagem
Direito
Emoções Negativas
Evitamento/Retirada
Passividade
Global /big Picture
Intensidade/avassalamento
Num episódio depressivo, os dois hemisférios ficam em desequilíbrio:
o lado direito fica mais activo e o esquerdo retrai-se.
7. O Hipocampo e a Amígdala
Hipocampo
Criação e recordação de memórias a partir
experiência (Explicita)
Ajuda a encontrar novos caminhos
Receptores de cortisol
Amigdala
Grava 1ªs impressões (Memória Implicita)
Processa estímulos como recompensas ou
ameaças (dispara alarme)
Centro de Memórias Emocionais
O hipocampo e a amígdala, trabalham em conjunto para recordar memórias ansiosas e depressivas.
Quer o hipocampo, quer a amígdala atrofiam quando sujeitos a stress crónico, sempre presente numa depressão, o
que debilita a sua atuação.
Na depressão o Hipocampo torna-se menos activo e ficamos presos na letargia.
A Amígdala fica hiperactiva e responde excessivamente a eventos negativos, o medo
e a ansiedade ficam presentes e o Cortex é informado para se preocupar.
8. O Cortex Cingulado Anterior:
• Como um gestor intermédio, o CCA recebe e gere informações “de cima e de
baixo”;
• Integra a informação cognitiva e emocional e selecciona e codifica as experiências
que passam ou não para a memória de longo prazo;
• Na depressão, as memórias que nos surgem são apenas as negativas Se estamos
contentes, lembramo-nos de coisas boas, mas, se estamos tristes só nos
conseguimos lembrar do que foi também triste.
• Quando está hiperactivado fica avassalado por perspectivas globais negativas e
“cego” para o que se possa passar de bom.
• Por isso, o CCA encontra uma imensidade de coisas que correram mal e fica
hiper-activado surgindo mais medo e preocupação.
9. O Paradoxo
• O Evitamento de situações ansiosas tornam o já hiperactivo Córtex
pré-frontal direito mais hiperactivo o que provoca mais ansiedade e
depressão.
• Quando as pessoas se aproximam do que as torna ansiosas activam o
Córtex pré-frontal Esquerdo que é o melhor controlo da
hiperactividade da amígdala.
• O Evitamento de comportamentos em direcção ao alcance de
objectivos positivos favorece a hipoactividade do CPF-esquerdo.
• A aproximação e implicação em comportamentos para alcançar
objectivos, activa o CPF esquerdo e permite experimentar emoções
positivas.
10. E agora?
• É preciso criar condições, com técnicas criteriosamente escolhidas,
para quebrar o ciclo vicioso de negativismo e inacção;
• Favorecer comportamentos de aproximação;
• Acalmar emoções, tranquilizar “a amígdala;
• Impulsionar o circuito motivacional – esforço/recompensa;
• Favorecer a neuroplasticidade que requer ativação moderada;
• Relação terapêutica – vinculação segura para que o cliente se atreva a
sair da zona de conforto.
11. O circuito motivacional e activação
• A activação do circuito esforço-recompensa é fundamental para sair da
depressão;
• A motivação está dependente de quão iminente a recompensa é
percebida;
• Pode-se “ligar” este circuito implementando os comportamentos através
de tarefas realistas e realizáveis. Os clientes podem ganhar terreno no
alcance dos objetivos, sentirem satisfeitos com os sucessos e activarem o
CPF esquerdo;
• A activação do CPF esquerdo aumenta emoções positivas e possibilidade
de repetição do comportamento;
• O aumento da recompensa e das emoções positivas aumenta a sensação
de controlo de auto-estima.
12. Crescentes Aproximações sucessivas
• CPF-E pode ser ativado por pequenos e deliberados comportamentos
práticos que ajudam a acalmar a amígdala e reduzem ansiedade e
depressão. Etapas toleráveis, ligeiramente fora da zona de conforto ;
• CPF-E -orientado para pequenos detalhes - cliente foca-se e envolve-se em
pequenos detalhes de comportamentos específicos numa aproximação
crescente;
• O planeamento da actividade e a expectativa do comportamento positivo
activa o CPF esquerdo;
• Favorecem-se os comportamentos de aproximação com a activação do
Cortex Préfrontal esquerdo.
13. Estratégias de Intervenção
• Relação terapêutica – vinculação segura para sair zona de conforto e
primeira experiência de “socialização” – orientação para a aproximação
CPF esquerdo para emoções positivas ;
• Acalmar emoções;
• Restruturação cognitiva – co-construção de novas narrativas aumenta
auto-eficácia, favorece a neuroplasticidade;
• Reactivação do circuito esforço/recompensa. Favorecer comportamentos
de aproximação;
• Orientação para o presente (sair do “modo” ruminação);
• Criação de uma narrativa orientada para objetivos (narrativa de eventos
para nova interpretação) novas memórias;
• Reequilibrar a activação das duas partes do cérebro