O avanço da tecnologia através da Revolução Industrial - os Tempos Modernos - a vida cultural na Cidade Luz - os disabores da Guerra Mundial. A influência do comportamento e da sociedade na forma de vestir no início do Século XX..
2. BELLE ÉPOQUE
Bela Época, em francês, foi um período
de cultura cosmopolita européia que
começou em 1871 e durou até a eclosão
da Primeira Guerra Mundial em 1914.
A expressão designava o clima intelectual
e artístico do período marcado por profun-das
transformações culturais que se tra-duziram
em novos modos de pensar e
viver o quotidiano.
A Belle Époque foi considerada uma era
de ouro da beleza, inovação e paz entre
os países europeus. A cena cultural esta-va
em efervescência: cabarés, o cancan,
e o cinema haviam nascido, e a arte to-mava
novas formas com o Impressionis-mo
e a Art Nouveau.
3. BELLE ÉPOQUE
Inovações como o telefone, o telégrafo
sem fio, o cinema, a bicicleta, o automó-vel,
o avião, inspiravam novas percep-ções
da realidade.
Paris com seus cafés-concertos, balés,
operetas, livrarias, teatros, boulevards
e Alta Costura, tranformou-se na Cidade
Luz, o centro produtor e exportador da
cultura mundial.
O romance de Henri Murger, Scènes de la
vie de bohème (1848) imortalizou a boe-mia,
aos lado dos escritos de Baudelaire,
Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole
France e Balzac.
Ir a Paris ao menos uma vez por ano era
uma obrigação entre as elites, pois garan-tia
o vínculo com a atualidade do mundo.
René Gruau
4. EXPOSIÇÃO UNIVERSAL
As exposições universais foram montadas
a partir do século XIX em Londres, Paris,
Chicago entre outras cidades que eram os
epicentros da modernidade.
O retrato do estágio mais avançado da ci-vilização
ocidental, que convivia com os
problemas advindos da desigualdade e da
marginalização de grande parcela da po-pulação.
As exposições queriam ser uma miniatura
desse mundo moderno avançado, com-posto
de espetáculos nos campos da ci-ência,
das artes, da arquitetura, dos cos-tumes
e da tecnologia. A torre Eiffel, o
palácio de cristal e a roda gigante eram os
símbolos visíveis do avanço tecnológi-co
exibido nas feiras mundiais.
5. EXPOSIÇÃO UNIVERSAL
O século XIX foi o cenário de um espeta-cular
progresso produtivo ligado às ne-cessidades
da população industrial e ao
crescimento da urbanização. Novos mate-riais
foram empregados nas construções
como aço e cimento, vidro e cristal.
A Torre Eiffel (1889), projetada por
Gustave Eiffel, era parte integrante da
exposição tecnológica, realizada naquele
ano na capital francesa em paralelo com
as celebrações do centenário da revolu-ção.
O monumento fazia parte do conjunto da
exposição temporária e quase foi destruí-do
em 1909, quando descobriram sua uti-lização
para transmissão de sinais de rá-dio,
tornando-se um dos mais famosos
monumentos do mundo.
6. ERA EDUARDIANA
Os rígidos valores morais da Era
Vitoriana foram quebrados no final
do século XIX, quando o primogênito
real, Edward VII, assume o trono
inglês.
O príncipe de Gales, gostava de
exibir as novidades da moda, o
tecido “príncipe de Gales", batizado
em sua homenagem, foi usado por
ele pela primeira vez em 1876 e
existe até hoje como um padrão
clássico de xadrez.
7. ERA EDUARDIANA
O ideal de beleza se dividia em dois: o
estilo Edwardiano, pois o rei tinha uma
clara preferência por mulheres maduras,
que sustentaram a tendência de cabelos
em tons cinza/ branco e as "Gibson Girl",
popularizada pelos desenhos de Charles
Dana Gibson sobre sua esposa.
A atriz Gabrielle Edwardian Ray foi dan-çarina
do Maxim’s e na produção do
espetáculo "The Merry Widow" realizava
acrobacias e rodopios sustentada por 04
homens levando a platéia da época ao
delírio.
Vários cartões postais vintage retratam a
dançarina que por alguns é considera a
primeira “super model”.
8. ART NOUVEAU
Forma de arte decorativa que se
disseminou pela Europa na década de
1890. Apesar do estilo expressar-se
principalmente na arquitetura, decoração
de interiores e no desenho de mobiliário,
abrangeu também jóias e tecidos.
O Art Nouveau utilizava elementos do
clássico e do barroco, linhas ondulantes e
temas ligados ao mundo vegetal.
Criou uma nova unidade nas artes visuais
– predominava o plano bidimensional – e
a utilização de linhas curvas, gerando
leveza, movimento e organicidade às
imagens.
10. 1900 – BELLE EPOQUE
O corpo feminino ideal deveria ter
aproximadamente 40 cm de circun-ferência
na cintura, os espartilhos e
as ancas conferiam a chamada si-lhueta
“S” (busto para frente e qua-dris
para trás).
As mulheres começavam a praticar
esportes como a equitação, o tênis,
o jogo de peteca, arco e flecha e
andar de bicicleta.
A moda para o dia-a-dia era com-posto
de casaco e saia do mesmo
tecido chamado de tailleur.
A mulher da Belle Epoque represen-tava
para sociedade o poder e pres-tígio
alcançados pelos homens, ad-quirindo
assim a imagem de um
“Bibelot”.
12. HAUTE COUTURE – WORTH
Charles Frederick Worth (1826-
1895) é considerado o “pai da Alta
Costura”. Apresentava suas coleçõ-es
em modelos vivos para a alta no-breza
européia, entre elas a impe-ratriz
Eugênia e a rainha Vitória.
A Alta Costura desenvolve peças
únicas, sob medida e finalizadas à
mão.
Para ser um haute couturier, um
estilista deve ter no mínimo 20 cos-tureiras,
apresentar duas coleções
em Paris, a partir de 75 modelos,
todos executados à mão e sob me-dida.
13. Os homens das classes do-minantes
estavam a frente
das industrias, o que exigia
um caráter de sobriedade,
a roupa utilizada era reflexo
da necessidade de peças
funcionais e práticas.
Os tons escuros para ter-nos
com coletes eram pre-dominantes,
camisas bran-cas
de gola alta, o chapéu
e a bengala caracterizavam
a figura de um magnata.
O homem omitia qualquer
enfeite, à exceção da gra-vata,
da cartola e da cor-rente
do relógio de bolso,
que ficava aparente sobre o
colete.
BELLE EPOQUE
14. BELLE EPOQUE
A prática dos “banhos de mar”
ganham cada vez mais adeptos no
sentido terapêutico de sua utilização.
Peças de malha cobriam o tronco e
as pernas até o joelho, acompa-nhadas
de meias, sapatos e capa
para maior proteção ao excesso de
exposição.
O lazer dos banhos de mar influ-enciou
a criação de uma roupa
própria para criança, surgiu o estilo
marinheiro que se tornou um clássi-co
deste público que utilizava roupas
de adulto em miniatura.
15. VIDA CULTURAL
Em 1900 estreava a ópera "Tosca", de
Giacomo Puccini (1858–1924), em Roma.
O compositor italiano levou ao palco, em
termos de grande realismo, a representa-ção
dramática dos amores da cantora
Tosca com o pintor Cavaradossi, envolvi-do
em atividades revolucionárias, situa-ção
que o chefe da polícia Scarpia tenta-va
aproveitar, sendo morto por Tosca.
Puccini foi autor de doze óperas, entre as
quais “Manon Lescaut” (1893), La Bohè-me
(1896), “Madama Butterfly” (1904), La
rondine (1917), Il trittico (1918) e Turandot
(1926).
Hariclé Darclée, soprano romena, convi-dada
para ser a primeira interprete da
ópera “Tosca”.
16. VIDA CULTURAL
A celebre atriz Sarah Bernhardt (1844-
1923) e dançarina Isadora Duncan
(1878-1927) são referências no cenário
cultural.
No entanto o exotismo do Balé Russo,
dirigido por Sergue Diaghilev, trouxe ao
público parisiense Vaslav Nijinski consi-derado
o maior dançarino de sua épo-ca.
Nijinski (1890–1950) criou para os bai-lados
russos: O espectro da rosa, A
tarde de um fauno e Sherazade,
contagiando platéias e influenciando a
criação de moda para o orientalismo.
17. 1900 – ACONTECIMENTOS
O formato das roupas segue os valores
da estética curvilínea do Art Nouveau.
O namoro começava após a autoriza-ção
do pai da mulher. Se o noivado era
desfeito, a mulher tinha mais dificulda-des
para arranjar um segundo preten-dente.
Expectativa de vida era de 40
anos.
1900 – Sigmund Freud publica “A Inter-pretação
dos Sonhos”, marco na psica-nálise.
1901 – Marconi inventa o rádio.
1906 – Santos Dumont voa sobre Paris
no avião 14-Bis. 1907 – Início do movi-mento
dos escoteiros. 1908 - Os pri-meiros
imigrantes japoneses desembar-cam
no Brasil.
19. ANOS 10
Em 1910, com o aparecimento das má-quinas,
a costura torna-se uma profissão
autônoma.
Para toilette feminina surgiram as cintas-ligas,
as meias cor-da-pele, a saia-calça e
o sutiã moderno.
A I Guerra Mundial põe fim a utilização do
espartilho e ancas. As mulheres passa-vam
a assumir o posto de trabalho do ma-rido.
Devido a escassez de produtos, as pes-soas
foram incentivadas a serem mais
simples, e adotar o gosto por roupas práti-cas,
um pouco masculinizadas.
Novos materiais começaram a ser trazi-dos
para a moda, como a borracha. Essa
fusão resultou no primeiro tênis chamado
Ked's (1917).
20. HENRY FORD
Fundador da Ford Motor Company
desenvolveu a linha de montagem
em série (1913).
A alta produção tinha como carac-terística
marcante a cor do veículo,
que era preta.
Reduzindo os custos de produção
e adaptando a linha de montagem
construiu carros simples e tradi-cionais.
O modelo “T” da Ford ven-deu
mais de 15 milhões de unida-des.
"Você pode ter o carro da cor que
quiser, contanto que ele seja pre-to".
Henry Ford
21. I GUERRA MUNDIAL
A causa do conflito foi o assassinato
em Sarajevo do herdeiro do trono
austro-húngaro, arquiduque Francisco
Ferdinando, por um sérvio (1914).
O resultado foi uma corrida armamen-tista
e a formação de alianças diplomá-tico-
militares.
• Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria,
Itália.
• Tríplice Entente: França, Inglaterra,
Rússia.
Em 1918 foram realizadas negociaçõ-es
entre as potências encerrando des-ta
forma a I Guerra Mundial com a
Conferência de Paz de Paris.
33 Países em conflito
74 Milhões
Recrutados
10 Milhões
Mortos
20 Milhões
Mutilados
208 U$ Bilhões
Gastos militares
22. ANOS 10 – ACONTECIMENTOS
O grande aliado das mulheres foi o
sutiã, que surgiu como dois lenços
amarrados num laço, criado por Mary
Phelps Jacob.
Os papéis eram claros no casamento:
o homem sustentava a família e
mandava no lar. A mulher cuidava da
casa e dos filhos.
1911 – Descoberta a cidade inca de
Macchu Picchu, Peru. 1912 – O tran-satlântico
britânico Titanic naufraga
após bater em um iceberg. 1916 – In-ventados
os primeiros eletrodomésti-cos:
o liquidificador, a batedeira elétri-ca
e o espremedor de frutas. 1919 –
Ghandi prega a não-violência contra os
ingleses na Índia.
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
LEHNERT, Gertrud. História da Moda do Século XX. Colónia: Könemann, 2001.
MENDES, Valerie e HAYE, Amy de la. A Moda do Século XX. São Paulo: Martins
fontes, 2003.
PEACOCK, John. The Chronicle of Western Costume. Londres: Thames and
Hudson Ltd., 1991.
RECCO, Claúdio Barbosa. História Geral. Endereço eletrônico: www.historianet.
com.br
ROBERTS, J. M. O Livro de Ouro da História do Mundo – da Pré-História à Idade
Contemporânea. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
VEILLON, Dominique. Moda & Guerra – Um retrato da França ocupada. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.