O documento descreve um incidente em 2002 no qual o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, tirou os sapatos no aeroporto de Miami, simbolizando a submissão do Brasil aos Estados Unidos. O autor argumenta que este ato representou o governo neoliberal de FHC como subserviente e sem orgulho nacional, em contraste com a política externa independente implementada posteriormente sob o governo de Lula.
FHC: a submissão colonizada ao tirar os sapatos em Miami
1. FHC: a submissão colonizada ao
tirar os sapatos em Miami
Por Davis Sena Filho - editor do Portal do Blog da Dilma —Blog
Palavra Livre
Celso Lafer tirou os sapatos e escancarou a subserviência da elite deste País.
“Quem tirou os sapatos, de forma subalterna, não foi apenas o
ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, mas, sobretudo, o
governo entreguista e neoliberal de FHC”. (DSF)
A notícia vergonhosa correu pelo Brasil em 31 de janeiro de
2002: “Ministro das Relações Exteriores Celso Lafer tira os sapatos
no aeroporto de Miami”.
Sempre quando tenho oportunidade cito este fato, este
humilhante acontecimento para o Brasil e para o seu povo. O
episódio é simbólico e retratou o Brasil colonizado, subserviente,
dominado e sem esperança, porque autoridades
descompromissadas com a grande Nação brasileira se submeteram
aos ditames e aos interesses dos países considerados
desenvolvidos, notadamente os EUA. Foi vergonhosa a conduta do
senhor chanceler Celso Lafer, bem como demonstrou que quem
tem complexo de vira-lata é uma parcela de nossa elite colonizada
e atrasada, pois acostumada que é em receber ordens e migalhas
de quem ela considera ser a Corte.
Espero, até o fim da minha vida, nunca mais ter de ver o
Brasil de joelhos, com o pires na mão e submetido às ordens e aos
interesses dos imperialistas colonizadores. As correntes neoliberais
e oligárquicas do Itamaraty sempre defenderam que a instituição de
Rio Branco efetivasse uma política externa de punhos de renda e
mancomunada com os salões de Washington, Londres e Paris. Lula
acabou com isso e efetivou uma política externa não alinhada e
baseada na igualdade entre os países no que é relativo ao
2. tratamento e aos respeito na hora de tratar de negócios e de política
internacional.
O Brasil se voltou para a África, abriu espaços na Ásia
amarela e no Oriente Médio e fortaleceu o Mercosul e a Unasul e
rejeitou a Alca estadunidense que quase levou o México à
bancarrota e à insolvência, bem como passou a participar com mais
força e ênfase de questões internacionais, além de estar a lutar por
uma cadeira cativa no Conselho de Segurança da ONU. A política
do Itamaraty no Governo Lula foi independente ao ponto de ter sido
criado o G-20 e os Brics, organizações criadas com forte influência
brasileira e que hoje tem força econômica tão poderosa quanto o G-
8, no que diz respeito à comparação dos PIBs e dos mercados
internos desses 20 países com os dos países desenvolvidos e que
atualmente estão a penar com a crise iniciada em 2008, que gerou
alto desemprego, dívidas gigantescas e protestos, alguns violentos,
nas ruas das metrópoles europeias e dos EUA. Hoje, o mundo vive
uma nova realidade de correlação de força e poder. É visível. Não
enxerga quem não quer. Intelectuais das universidades mais
importantes do mundo e políticos e burocratas de países em crise
econômica reconhecem esses novos fatores.
Além disso, o Governo de FHC (Itamaraty) teve a desfaçatez
de propor que o Brasil apoiasse os países ocidentais belicosos na
invasão do Iraque. Agora fica a pergunta que não quer calar: no
futuro, hipoteticamente, qual seria a moral do Brasil em relação a ter
apoio da comunidade internacional, por exemplo, se os EUA da
América e seus aliados de pirataria da OTAN resolvessem invadir o
gigante sulamericano de língua portuguesa por causa do pré-sal ou
da Amazônia ou até mesmo por causa da água? Porque se um país
invade o outro e o seu governo apoia ou participa de tal ação de
guerra não tem como reclamar depois se for invadido. Não é isso?
Pois bem, era exatamente este argumento que o grande chanceler
nacionalista, Celso Amorim, usava para refutar “convites” para o
Brasil fazer parte de alianças bélicas, de pirataria e rapinagem.
Voltemos aos sapatos e aos pés descalços do chanceler
tucano de FHC. A conduta equivocada e submissa de Celso Lafer
humilhou o valoroso e trabalhador povo brasileiro. Sempre quando
tenho oportunidade lembro do lamentável acontecimento. Cito-o em
muitos dos meus textos e artigos, em casa para a minha família, no
restaurante com os amigos, no trabalho e em qualquer conversa,
informal ou não, em que o Brasil e a sua independência e
autonomia se tornam referências ou objeto de questionamentos. O
3. tirar os sapatos do chanceler Celso Lafer resume o que foi o
governo entreguista do vendilhão e neoliberal Fernando Henrique
Cardoso e o seu descompromisso com a Pátria. É submissão em
toda sua plenitude e o complexo de vira-lata na veia.